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NOTA INTRODUTÓRIA
A origem etimológica da palavra comunicação provém do latim “communicatio”
que diz respeito a uma actividade realizada conjuntamente, em reunião, ou seja o acto
de estabelecermos uma relação com alguém de modo a que possa existir transferência e
recepção de informação, sentimentos, etc.
Por vezes as pessoas isolam-se do mundo e de todos, mas apesar de este ser o
seu objectivo, nunca o conseguem totalmente, pois a intercomunicação está-nos nos
genes, factor que é quase impossível de ignorar. Deste modo, toda a pessoa, na
verdadeira definição de pessoa, tem uma constante necessidade de comunicar, quer seja
consigo, quer seja com o outro, e para tal, terá de saber escutar, saber percepcionar o
que a rodeia, usando para isso, o olhar, bem como saber falar, quer verbal ou não-
verbalmente. Daí o facto de eu ter colocado esta imagem de início de separador, e não
outra, pois penso que retrata bastante bem esta realidade, da qual eu tenho uma opinião
formada especialmente discordante.
1.1. DOCUMENTO: COMUNICAR NA PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR.
Tal como este autor refere, é necessário saber comunicar connosco, antes de
comunicar com o outro, pois caso não definamos o tipo de pessoa que somos, o tipo de
comunicação que utilizamos, bem como, o modo como a utilizamos, seremos incapazes
de transmitirmos as nossas ideias, planos e opiniões, de um modo universal, mas ao
mesmo tempo especifico e único, concreto e claro. Ou seja, há que ter noção do seu
autoconceito, do que cada pessoa pensa de si mesma e o modo como esta se descreve.
Este encontra-se submetido a factores de condicionamento: a observação dos outros,
feita pelos professores e pais, e a importância, bem como o significado, que damos aos
comportamentos que os outros possuem em relação a nós.
1
Freire, M. (1999) comunicação, comportamento humano e empresa. Portalegre: Escola Superior de
Tecnologia e Gestão.
contrário do que pensava, a auto-estima, iniciada na auto-aceitação, tem em conta, não
só, a valorização, mas também a limitação, no sentido de haver certos limites e
restrições.
O aceitarmo-nos tal como somos, com toda a nossa individualidade que nos
torna diferentes de qualquer outra pessoa, é uma atitude que contribui para
vivermos melhor e é facilitadora do relacionamento interpessoal, pois, quando
se aceita tal como se é, mais possibilidades existem de se aceitarem os outros tal
como são.2
Deste modo podemos comparar pessoas com alta e baixa auto-estima, para que,
inserindo esta temática na minha profissão futura, possa aperceber-me do estado
psicológico e emocional da pessoa de quem estou a cuidar. Se essa pessoa tiver baixa
auto-estima, poderei denotar certos comportamentos: uma procura de aprovação e
agrado dos outros bem como a toma da culpa e responsabilidades destes, a presença de
sentimentos de ansiedade perante problemas, uma desvalorização dos seus feitos, são
utilizadas expressões como “faço tudo mal” e “eu não presto para nada”, atitude
passiva, pedidos de desculpa frequentes e evitando os cumprimentos, devido ao
incómodo. Por outro lado, analisando o carácter de uma pessoa com elevada auto-
estima, podemo-nos aperceber de dados como: a existência de uma não-procura de
aprovação ou opinião de outros, uma aprendizagem com os erros, não perdendo, por
isso, tempo com lamentações desnecessárias, apesar das dificuldades conseguem
dominar e orientar determinadas situações, comunicam de forma directa quando querem
alguma coisa, possuem expectativas positivas em relação às pessoas que as rodeiam,
sentem-se bem com o seu próprio corpo e mente, não se detendo na rotina do
quotidiano, procurando sempre empreender novos projectos.
Pergunta 1: revendo o seu dia de trabalho, o que é que escreveria no seu diário
de formação, dos seus sentimentos, das suas reacções, das suas emoções, dos seus
comportamentos como objectivo de se conhecer melhor. O que gostaria de melhorar?
Atendendo a esta questão que me foi proposta em sala de aula, poderei começar
por afirmar que, o meu dia normal de aula é ter aulas desde manhã até à tarde, variando
consoante o dia; em cada dia da semana tenho um determinado número e tipo de
módulos, cada qual com os seus conteúdos programáticos e exigências específicas. Esta
“subdivisão” do meu dia de trabalho entra em contacto directo com o meu domínio
social, por vezes mais do que suporto. É interrompido por pausas de descanso essenciais
ao bom funcionamento cognitivo.
Porém, o meu dia de trabalho não termina no momento de saída da escola, este é
prolongado por várias horas, às vezes até demais e outras até de menos. Este período de
trabalho é fundamentalmente para uma melhor organização do saber, gestão de
conhecimento e aprofundamento da matéria leccionada. No final deste dia, paro uns
minutos, de modo a poder organizar e actualizar o meu método de estudo, definindo
para isso, prioridades. Centro-me nos domínios em que tenho mais dificuldade e que
geram em mim, sentimentos de frustração, preocupação, desânimo e perda de força de
vontade. Transformo estes na minha prioridade, e só apenas quando tiver a certeza que
os domino, abordo os conteúdos que me são mais familiares, comuns e que geram em
mim, sentimentos de confiança, auto-realização e felicidade.
Por norma, utilizo a comunicação verbal, uma vez que acredito que é a mais perceptível,
compreensível e aquela que exige menos trabalho, uma vez que foi com ela que
crescemos, aquela que nos ensinaram. Porém, esta comunicação e a comunicação não-
verbal, na minha opinião, são indissociáveis. Esta última, compreende o modo como se
fala, o tom de voz, o toque, factores indispensáveis à interacção social, a um bom
relacionamento e a um ganho de confiança e segurança mútua.
Quando comunico com um colega, tento que ele, acima de tudo, compreenda
aquilo que digo, tentando que a mensagem seja clara e perceptível, tento transmitir
confiança, segurança, firmeza naquilo que digo, uma vez que se a pessoa que quer
transmitir uma ideia, não tiver segura de si própria e deixar observar réstias de
insegurança e preocupação, o receptor não se vai deixar abranger pela mensagem. Se a
questão em causa for sentimental ou/e emocional, tento transmitir conforto, segurança,
apoio através do toque. Este deverá ser tido em conta consoante o critério de conforto e
privacidade do colega com quem estamos a falar, uma vez que a pessoa pode não
gostar/aceitar ser tocada. Na comunicação, tento que a mensagem não tenha um fluxo
unidireccional, ou seja, tento compreender, escutando, o colega em causa.
Este documento não foi de difícil elaboração, até porque é de foro pessoal e
intrínseco, o que facilitou bastante a sua redacção.