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LEI Nº 3.

272, DE 24 DE MARÇO DE 2000

Dispõe sobre Uso, Ocupação e Urbanização


do Solo e dá outras providências.

OSWALDO DIAS, PREFEITO DO MUNICÍPIO DE MAUÁ, usando das


atribuições que lhe são conferidas pelo art. 55, III, da Lei Orgânica do Município de Mauá, e
tendo em vista o que consta do processo administrativo nº 224.662-3, faz saber que a Câmara
Municipal de Mauá, aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte L E I :

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei disciplina o uso, ocupação e urbanização do solo, em


cumprimento ao disposto no art. 188, inciso I, da Lei Municipal nº 3.052, de 21 de dezembro de
1998 (Plano Diretor); art. 139 e art. 3º § 1º (ADT) da Lei Orgânica do Município de Mauá.

Art. 2º O perímetro urbano coincide com os limites do Município, sendo


todo o território municipal considerado área urbana.

Parágrafo único. O marco zero do município situa-se no centro da Praça 1º


de Maio.

Art. 3º Fazem parte integrante desta Lei:

Anexo I - Mapa 1- Zoneamento, escala 1:10.000;

Anexo II - Quadro 1 - Parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo nas zonas;

Anexo III - Quadro 2 - Parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo em EHIS;

Anexo IV - Quadro 3 - Parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo nas zonas e áreas de
especial interesse;

Anexo V - Quadro 4 - Padrões de incomodidade e medidas mitigadoras;

Anexo VI - Quadro 5 - Sistema viário;

Anexo VII – Quadro 6 - Vagas para estacionamento de veículos;

Anexo VIII - Quadro 7 - Logradouros especiais;

Anexo IX - Descrição do perímetro das zonas;

Anexo X - Documentação necessária para a aprovação dos planos de urbanização e urbanização


específica em AEIS, solicitação de Operação Urbana e Urbanização Consorciada.

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TÍTULO II
DA CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÃO

Art. 4º Para efeitos desta lei, passam a ser adotadas as seguintes definições e
conceituações:

I - Abrigo - construção com estrutura de sustentação e cobertura sem vedação de um dos lados e
que não comprometa a iluminação natural da edificação contígua;

II - Acesso - interligação para veículos ou pedestres entre:

a - logradouro público e propriedade privada;

b - logradouro público e espaços de uso comum em condomínio;

c - propriedade privada e áreas de uso comum em condomínio.

III - Alinhamento - linha divisória entre o terreno de propriedade particular ou pública e o


logradouro público;

IV - Área Construída - soma das áreas construídas dos pisos cobertos de todos os seus
pavimentos de uma edificação, com exceção das projeções de beiral e de balanço de até 1,20 m
(um metro e vinte centímetros);

V - Área Institucional - área destinada à instalação de equipamentos públicos comunitários;

VI - Área “non aedificandi” - faixa ao longo das águas correntes e dormentes e de domínio
público das rodovias, ferrovias, dutos, linhas de transmissão e tubulações sanitárias, na qual não é
permitido construir;

VII - Área Verde - área livre de preservação ambiental destinada à implantação de parques;

VIII - Cota de nível das vias - maior cota de nível do eixo da via em relação ao alinhamento do
lote lindeiro;

IX - Coeficiente de aproveitamento - relação entre a área construída da edificação e a área do


terreno;

X - Condomínio - forma de urbanização, cuja propriedade comum é indivisível e fracionada em


partes ideais a cargo da parte comum;

XI - Declividade - relação entre a diferença de nível e a distância horizontal tomada entre dois
pontos;

XII – Densidade populacional líquida – relação entre o número total de habitantes por hectare e o
terreno, descontado o sistema de áreas públicas de uso comum do povo.

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XIII - Desdobro - subdivisão do lote em dois ou mais lotes, com acesso para a via pública e que
constituam novas unidades independentes de propriedade, devidamente registradas;

XIV - Desmembramento - subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com


aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e
logradouros públicos, nem prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes;

XV - Empreendimento Habitacional de Interesse Social - EHIS - empreendimento que se destina


a produção de habitação e/ou lote urbanizado destinado à população de baixa renda, conforme os
padrões edilícios e urbanísticos estabelecidos nesta lei;

XVI - Equipamento público comunitário - qualquer instalação com acesso público e irrestrito;

XVII - Equipamento urbano - instalação pública destinada a abastecimento de água, serviços de


esgoto, energia elétrica, coleta de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado;

XVIII - Leito carroçável - trecho da via destinado a circulação de veículos;

XIX - Favela - núcleo urbano de moradia, cujos moradores não adquiriram a propriedade ou a
posse, por instrumento de compra e venda, em que o lote esteja discriminado;

XX - Frente do lote - a medida expressa em metros entre as divisas laterais e o lote direcionada
para a via de circulação;

XXI - Fundo do lote - divisa oposta à frente do lote;

XXII - Gleba - terreno que não foi objeto de parcelamento do solo para fins urbanos e para
cumprir sua função social nos termos dos artigos 3º e 4º da Lei nº 3.052, de 21 de dezembro de
1998 (Plano Diretor);

XXIII - Habitação unifamiliar - implantação de uma unidade habitacional por terreno;

XXIV - Habitação multifamiliar de grande porte - implantação de mais de 4 (quatro) unidades


habitacionais por terreno;

XXV - Habitação multifamiliar de pequeno porte - implantação de até 4 (quatro) unidades


habitacionais por terreno;

XXVI – Habitação multifamiliar horizontal – conjunto edificado de unidades sobrepostas


horizontalmente e/ou casas sobrepostas de até 2 (dois) pavimentos com acesso independente;

XXVII – Habitação multifamiliar vertical – conjunto edificado de unidades sobrepostas


verticalmente;

XXVIII - Impacto - alteração da condição urbanística claramente perceptível em relação à


situação anterior à alteração;

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XXIX - Lote - terreno resultante do parcelamento do solo para fins urbanos, servido por infra
estrutura básica definida pelo artigo 76 desta Lei, com acesso pela via oficial de circulação, que
constitua unidade independente de propriedade devidamente registrada;

XXX - Loteamento - é a subdivisão da gleba ou lote em lotes destinados à edificação, com


abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias existentes;

XXXI - Macrozona - divisão de caráter administrativo do território municipal, com diretrizes de


ocupação específicas estabelecidas pelo Plano Diretor Municipal;

XXXII - Parcelamento do Solo - todo e qualquer processo de divisão ou subdivisão da


propriedade urbana no território do município;

XXXIII – Parcelamento do solo irregular – parcelamento executado sem a autorização e/ou


anuência prévia do Poder Executivo ou em desacordo com o plano de parcelamento aprovado;

XXXIV - Plano Integrado - plano em que conste o projeto urbanístico e arquitetônico das
edificações;

XXXV - Poço de iIuminação e ventilação - espaço da edificação destinado a iluminação e


ventilação naturais de seus compartimentos internos;

XXXVI - Quota mínima de terreno por unidade - área mínima de terreno por cada unidade
construtiva;

XXXVII - Recuo - menor distância medida entre a projeção horizontal da edificação e a divisa do
terreno;

XXXVIII - Recuo de frente - menor distância medida entre a projeção horizontal da edificação e
o alinhamento do lote;

XXXIX - Remembramento - soma das áreas de duas ou mais glebas ou lotes para a formação de
novas glebas ou lotes que constituam novas unidades independentes de propriedade devidamente
registradas;

XL - Sistema de lazer - área destinada à implantação de equipamentos de lazer como quadras,


praças, campos de jogos, "play-grounds", áreas de convívio com adequação paisagística;

XLI - Subsolo - pavimento inferior (ou inferiores) ao nível da via pública de acesso principal ao
terreno onde se localiza a edificação, sendo que sua cota superior deverá estar no máximo a 1,50
m de altura da via pública e seu piso no mínimo 1,50 m abaixo da via pública;

XLII - Taxa de ocupação - relação entre a área de projeção horizontal da edificação ou conjunto
de edificações e a área do terreno;

XLIII - Taxa de Permeabilidade - relação entre a área sem qualquer construção ou pavimentação
do lote e/ou gleba e a área total do terreno;
-segue fls.05-

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XLIV - Testada - comprimento da frente do lote ou gleba, expressa em metros, medida entre as
divisas laterais do lote ou gleba;

XLV - Unidade Habitacional - edificação ou parte da edificação destinada a moradia de caráter


permanente, com acesso independente e contendo pelo menos 1 (uma) instalação sanitária;

XLVI - Urbanização - qualquer forma de parcelamento do solo ou intervenção em forma de


condomínio com abertura de pelo menos 1 (um) acesso e instalação de equipamentos urbanos em
terrenos com área igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados);

XLVII - Via Arterial - via ou trecho da via com a função de fazer a ligação do tráfego
intermunicipal;

XLVIII - Via Coletora - via ou trecho de via com a função de fazer a ligação do tráfego de
veículos entre os bairros;

XLIX - Via Local - via ou trecho de via com a função de possibilitar o acesso do tráfego de
veículos aos lotes no interior dos bairros;

L - Via Mista - via ou trecho de via com a função de dar acesso aos pedestres e de possibilitar o
acesso do tráfego de veículos aos lotes;

LI - Via de Pedestre - via ou trecho de via com a função de possibilitar a passagem de pedestres;

LII - Zoneamento - divisão de caráter administrativo do território municipal, com diretrizes e


parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo específicos estabelecidos por esta Lei.

TÍTULO III
DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 5º As normas quanto ao uso e ocupação do solo estão sintetizadas no


Quadro 1 - Parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo nas zonas, anexo II desta Lei.

CAPÍTULO I
DO ZONEAMENTO

Art. 6º Ficam criadas as Zonas de Uso e Ocupação, conforme Mapa 1 -


Zoneamento, Anexo I e Descrição de perímetro das zonas, anexo IX desta Lei.

Art. 7º As zonas de uso e ocupação dividem-se conforme as macrozonas


estabelecidas pelo Plano Diretor, subdivididas e definidas da seguinte forma:

I – Na Macrozona Adensável:

a - Zona de Uso Diversificado 1 - ZUD 1 - corresponde às áreas com infra-estrutura considerada


satisfatória para o adensamento populacional;

-segue fls.06-

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b - Zona de Desenvolvimento Econômico - ZDE - corresponde às regiões com potencialidade


para concentração de atividades econômicas.

II - Na Macrozona Não Adensável:

a - Zona de Uso Diversificado 2 - ZUD 2 - corresponde às áreas com infra-estrutura e condições


geotécnicas consideradas desfavoráveis ao adensamento populacional;

b - Zona de Ocupação Controlada - ZOC - corresponde às áreas de recuperação ambiental e


ocupação dirigida dentro da Área de Proteção aos Mananciais nos termos da Lei Estadual nº
9.866/97;

c - Área de Proteção aos Mananciais - APM - corresponde às áreas pertencentes à Bacia do Rio
Guaió, nos limites da Área de Proteção aos Mananciais nos termos das Lei Estadual nº 9.866/97,
cujos parâmetros serão regulamentados por lei municipal específica.

CAPÍTULO II
DO USO DO SOLO

Art. 8º Ficam estabelecidos, para os efeitos desta Lei, os seguintes usos


urbanos do solo:

I - Residencial - o que envolve a moradia de um indivíduo ou grupo de indivíduos;

II - Não Residencial - o que envolve as atividades comerciais, de prestação de serviços,


institucionais e/ou industriais.

Art. 9º Os usos estabelecidos pelo artigo anterior ficam classificados


através das categorias de uso, segundo o grau de incomodidade, em:

I - Não Incômodas - categorias de uso que não causam impacto nocivo ao meio ambiente urbano,
por não se enquadrarem nas situações de incomodidade caracterizadas pelos incisos II e III deste
artigo;

II - Incômodas I - categorias de uso que causam impacto nocivo ao meio ambiente urbano, cujas
atividades são compatíveis com o uso residencial e estarão sujeitas a controle por parte do Poder
Executivo, por apresentarem níveis de incomodidade quanto a:

a) Impacto Urbanístico - empreendimentos cuja implantação causa sobrecarga na capacidade de


suporte da infra estrutura instalada e/ou alteração negativa na paisagem urbana;

b) Poluição Sonora - atividades que apresentam conflitos de vizinhança pelo impacto sonoro que
produzem aos estabelecimentos localizados no entorno próximo por utilizarem máquinas,
utensílios ruidosos, aparelhos sonoros ou similares, trabalharem com animais e/ou concentrarem
pessoas;

-segue fls.07-

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c) Poluição Atmosférica - estabelecimentos que utilizam combustíveis nos processos de produção


e/ou que lançam material particulado inerte na atmosfera acima do admissível para o ambiente
urbano;

d) Poluição Hídrica - estabelecimentos que produzem efluentes líquidos incompatíveis ao


lançamento na rede hidrográfica e/ou sistema coletor de esgotos e/ou provocam poluição no
lençol freático;

e) Poluição por Resíduos Sólidos - estabelecimentos que produzem e/ou estocam resíduos sólidos
com riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública;

f) Vibração - Estabelecimentos que utilizam máquinas ou equipamentos que produzem choque ou


vibração sensível aos limites da propriedade;

g) Periculosidade - atividades que apresentam risco ao meio ambiente e causam danos à saúde em
caso de acidente, que comercializem, utilizem ou estocam materiais perigosos compreendendo:
explosivos, GLP, inflamáveis e tóxicos, conforme normas técnicas que tratam do assunto;

h) Geração de Tráfego - estabelecimentos geradores de tráfego pesado, que operam ou atraem


frotas de veículos pesados como caminhões, ônibus e demais casos similares, com ou sem
utilização de carga e que apresentam lentidão de manobras e/ou geradores de tráfego intenso, que
geram tráfego de automóveis em razão do porte do estabelecimento, da concentração de pessoas e
do número de vagas de estacionamento criados.

III - Incômodas II - categorias de uso que causam impacto nocivo ao meio ambiente urbano, cujas
atividades apresentam níveis de incomodidade quanto à poluição sonora, poluição atmosférica e
poluição por resíduos sólidos conforme descrito no inciso anterior, incompatíveis com o uso
residencial.

§ 1º O enquadramento das categorias de uso descritas no inciso II deste


artigo será obtido através dos parâmetros de incomodidade estabelecidos no Quadro 4 - Padrões
de Incomodidade e Medidas Mitigadoras - anexo V desta lei.

§ 2º Uma atividade poderá ser enquadrada em mais de um tipo de


incomodidade.
Art. 10 Os empreendimentos classificados como não incômodos não
residenciais poderão se instalar em qualquer zona do município.

Art. 11 Os usos residenciais não poderão instalar-se na ZDE.

Art. 12 Os empreendimentos classificados como Incômodos I poderão


instalar-se em qualquer zona do município e ficarão sujeitos ao cumprimento das medidas
mitigadoras estabelecidas pelo Poder Executivo Municipal a cargo do Grupo Especial de Análise
– GEA, disposto pelo Capítulo I do Título VIII desta Lei.

§ 1º As categorias de uso classificadas como Incômodas I serão licenciadas


após a adoção das medidas mitigadoras, a que se refere o caput deste artigo, quando
estabelecidas.
-segue fls.08-

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§ 2º O estabelecimento das medidas mitigadoras será baseado nas


legislações e normas técnicas pertinentes e não isentam o empreendimento da aprovação pelo
órgão estadual de saneamento ambiental - CETESB, no caso das atividades licenciáveis por este
órgão.

§ 3º Nas edificações concluídas, poderão se instalar categorias de uso


Incômodas I, desde que atendam às medidas mitigadoras necessárias, através da adequação da
edificação à atividade, estando sujeitas a pequenas reformas ou reformas com ampliação, se
necessário, para a adoção das medidas.

§ 4º Os estabelecimentos de que trata este caput estarão sujeitos ao


cancelamento da licença, caso seja verificada a não adoção das medidas mitigadoras exigidas.

Art. 13 As categorias de uso não residencial Incômodas I que forem


enquadradas como de Geração de Tráfego Intenso, só terão licença para se instalar nas vias
descritas no Quadro 7 - Logradouros Especiais, Anexo VIII desta Lei e/ou em vias arteriais e
coletoras a serem implantadas posteriormente à publicação desta Lei, conforme quadro 5 -
Sistema Viário, anexo VI desta Lei, salvo na ZDE, onde poderão instalar-se em qualquer
logradouro.

Art. 14 As categorias de uso Incômodas I que forem enquadradas como de


poluição sonora não poderão em nenhuma hipótese provocar ruídos diurnos acima de 50
(cinquenta) dB(A) e/ou noturnos acima de 40 (quarenta) dB(A) para fora dos limites da
propriedade na ZUD 1 e ZUD 2.

Parágrafo único. Os estabelecimentos enquadrados como tal receberão


licença provisória válida por 30 (trinta) dias, para a verificação em caso de dúvida e/ou
constatação da mitigação ao ruído produzido.

Art. 15 No caso das atividades de uso comercial e serviços que não


necessitam de área construída significativa para o seu funcionamento, será adotado para efeitos
de enquadramento nas categorias que utilizam os parâmetros de porte - impacto urbanístico e
geração de tráfego, a área do lote ou somatória dos lotes, do seguinte modo:

I - 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) para geradores de tráfego;

II - 10.000 m² (dez mil metros quadrados) para categorias de impacto urbanístico.

Art. 16 As categorias de uso Incômodas II que só poderão instalar-se na


ZDE ficarão sujeitas ao cumprimento das medidas mitigadoras e seguem, no que couber, o
disposto pelos parágrafos 1º ao 4º do artigo 12, estabelecidas pelo Poder Executivo Municipal a
cargo do Grupo Especial de Análise - GEA.

CAPÍTULO III
DA OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 17 As quotas de terreno por unidade habitacional nas habitações


multifamiliares não poderão ser inferior a:
-segue fls.09-

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I – 60 m² (sessenta metros quadrados) para habitações multifamiliares horizontais ou verticais na


ZUD 2;

II – 40 m² (quarenta metros quadrados) para habitações multifamiliares horizontais na ZUD 1;

III – 20 m² (vinte metros quadrados) para habitações multifamiliares verticais na ZUD 1.

Art. 18 Nas habitações multifamiliares de grande porte deverá haver uma


área descoberta para recreação correspondente a, no mínimo 2 m² (dois metros quadrados) por
unidade habitacional e não inferior a 20 m² (vinte metros quadrados).

Art. 19 A Taxa de Permeabilidade mínima de 15% (quinze por cento),


somente será exigida para empreendimentos que ocuparem terrenos com área superior a 500 m²
(quinhentos metros quadrados).

Art. 20 Nos terrenos com declividade predominante igual ou superior a


30% (trinta por cento), a ocupação somente será permitida mediante o taludamento do terreno
e/ou construção de muro de arrimo, a critério do interessado.

Art. 21 Maiores restrições quanto à ocupação do solo poderão ser


estabelecidas, a critério do Poder Executivo Municipal, através do Grupo Especial de Análise –
GEA, quando da ocorrência das seguintes situações:

I - Ocupação em terrenos em que mais de 50% (cinquenta por cento) de suas áreas tenham
declividade igual ou superior a 50% (cinquenta por cento);

II - Instalação de categorias de uso incômodas, quando para o atendimento das medidas


mitigadoras.

Art. 22 O recuo de frente será dispensado para edificações cuja elevação


frontal tenha altura igual ou inferior a 7m (sete metros), contados a partir da cota mais baixa da
elevação, desde que sejam atendidas as seguintes condições:

I - Janelas, portas-balcão ou qualquer abertura similar existente na elevação frontal do lote,


poderá estar situada a uma altura superior a 1,80m (um metro e oitenta centímetros) em relação a
cota de nível da rua.

II - Haja definição em projeto da captação, condução e disposição das águas pluviais e servidas;

III - Os elementos construtivos da edificação não ultrapassem o alinhamento do lote.

§ 1º As aberturas que não atendem ao disposto no inciso I deste artigo,


deverão manter recuo mínimo de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em relação ao
alinhamento do terreno.

§ 2º Excetua-se o disposto no inciso I para as atividades industriais,


comerciais e de serviços, desde que não prejudique a circulação de pedestres nas calçadas.
-segue fls.10-

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Art. 23 O recuo de fundo será dispensado para edificações cuja elevação


de fundo tenha altura igual ou inferior a 7m (sete metros), contados a partir da cota mais baixa da
elevação, desde que sejam atendidas as condições estabelecidas pelos incisos II e III do artigo
anterior e a elevação projetada na divisa de fundo do lote não contenha nenhuma abertura
externa.

§ 1º Nenhuma abertura orientada para o fundo do lote poderá estar situada


a uma distância menor que 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) da divisa de fundo do lote.

§ 2º Caso haja projeção do pavimento superior ao que possui abertura, a


distância mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) deverá ser contada a partir da
referida projeção.

Art. 24 As edificações, cuja elevação de frente e/ou fundo tenham altura


superior a 7m (sete metros), deverão deixar recuos de frente e/ou fundo a partir de 7m (sete
metros) de altura proporcionais às suas alturas, através da utilização da equação: R = (H/10) + 0,5
> 1,5, sendo:

I - R = recuo mínimo admitido;

II - H = altura total das elevações contadas a partir da cota mais baixa.

Parágrafo único. Admite-se a redução ou supressão do recuo de fundo para


edificações cuja elevação de fundo tenha altura superior a 7m (sete metros), desde que sejam
atendidas as condições estabelecidas no artigo 23 desta Lei e a divisa em que se prevê a redução
ou supressão do recuo, confronte apenas com área verde.

Art. 25 Os recuos laterais serão dispensados para edificações cujas


elevações laterais tenham altura igual ou inferior a 10m (dez metros), contados a partir da cota
mais baixa das elevações, desde que sejam atendidas as condições estabelecidas pelos incisos II e
III do artigo 22 desta Lei.

Parágrafo único. Nenhuma abertura para iluminação e ventilação orientada


para as laterais do lote poderá estar situada a uma distância inferior a 1,50m (um metro e
cinquenta centímetros) das divisas laterais do lote.

Art. 26 As edificações, cujas elevações laterais tenham uma altura


superior a 10m (dez metros), deverão deixar recuos laterais proporcionais à sua altura, a partir
dos 10m (dez metros), através da utilização da equação descrita no artigo 24 desta Lei.

Parágrafo único. Admite-se a redução ou supressão de recuos laterais para


edificações com altura superior a 10m (dez metros), desde que sejam atendidas as condições
estabelecidas pelo artigo anterior e as divisas em que se prevê a redução ou supressão dos recuos,
confrontem apenas com área verde.

Art. 27 Para os casos em que se implante mais de uma edificação por lote,
deverão ser garantidos, além dos recuos exigidos, afastamentos entre os blocos para fins de
iluminação e ventilação dos cômodos, dados pela fórmula: E = (H/10) + 0,5 > 1,5m, sendo:
-segue fls.11-

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LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.11-

I - E = espaço de afastamento;

II - H = altura total da edificação.

Parágrafo único. Admite-se a supressão do afastamento entre os blocos para uma


das fachadas que não contenha aberturas externas.

Art. 28 Para os fins de iluminação e ventilação dos cômodos, as construções


poderão contar com poços de iluminação, a critério do interessado e deverão atender às seguintes
dimensões.

I – para sanitários e vestiários: até 3 (três) pavimentos e/ou altura máxima de 8,40m (oito
metros e quarenta centímetros) o poço deverá ter área mínima de 4,00m² (quatro metros
quadrados) ou acima do estipulado, a área deverá ser calculada através da fórmula: A=(H/2,8– 3)
+ 4;

II – para ambientes destinados a repouso, estar, lazer e serviços: até 4 (quatro) pavimentos
e/ou altura máxima de 11,20m (onze metros e vinte centímetros); o poço deverá ter área mínima
de 06m² (seis metros quadrados), com dimensão mínima de 1,5m (um metro e cinquenta
centímetros) ou acima do estipulado deverá ser utilizada a seguinte fórmula: A = (H/2.8 – 4). 2 +
6 para o cálculo da área e D = H/10 + 0,5 > 2m para o cálculo da dimensão mínima, sendo:

A = área mínima do poço;

D = dimensão mínima do poço;

H = altura, contado da cota mais baixa das elevações.

§ 1º A dimensão mínima do poço deverá ser de 1,50m (um metro e


cinquenta centímetros).

CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS URBANÍSTICAS PARA O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 29 A instalação, o funcionamento e mudança de qualquer atividade,


poderá se dar após obtenção de prévia autorização dada pelo Poder Executivo Municipal.

Art. 30 O Poder Executivo Municipal fornecerá a Certidão de Uso e


Ocupação do Solo.

§ 1º O interessado deverá informar a inscrição fiscal onde será implantado


o empreendimento e o uso pretendido, quando já definido.

§ 2º O Poder Executivo Municipal informará ao interessado a zona onde


se insere o empreendimento, as categorias de incomodidade e sua caracterização e os parâmetros
de ocupação referentes à zona.
-segue fls.12-

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§ 3º A Certidão de uso e ocupação do solo será expedida no prazo de 15


(quinze) dias, contados da data de protocolamento do pedido.

§ 4º Distância mínima de raio de 1000 metros entre um posto revendedor


de combustível e outro estabelecimento congênere, desde que respeitadas as normas da ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas e legislação estadual e federal vigente.

I - A instalação de postos revendedores de combustíveis para fins automotivos dependerá de


planta aprovada, mediante o cumprimento da legislação específica vigente sobre construção e
zoneamento;

II - Localização à distância mínima de 300 (trezentos) metros das entradas e saídas de túneis,
extremidades de trevos, viadutos e rotatórias, constantes das vias principais que lhes dão acesso;

III - Localização à distância mínima de 300 (trezentos) metros de asilos, creches, hospitais,
escolas, quartéis e templos religiosos com capacidade acima de 200 (duzentos) lugares;

IV - É vedada a localização em trevos, inclusive em todas as suas alças rotatórias;

V - Possuir, no mínimo, 30 (trinta) metros de testada, voltada para a principal via pública, e uma
área de terreno não inferior a 1000 m² (hum mil metros quadrados).

§ 5º A instalação de farmácias e drogarias obedecerá a distância mínima de


raio de 300 metros entre uma farmácia e outro estabelecimento congênere.

§ 6º Não será permitida a instalação de novos cemitérios no município, até


que se esgote 85% da capacidade da demanda interna dos já existentes.

§ 7º As instalações de que trata o parágrafo anterior dependerá de análise


técnica e aprovação do setor competente da Municipalidade, bem como da CETESB.

Art. 31 O enquadramento das atividades incômodas será realizado através


de informações sobre o empreendimento que deverão ser fornecidas pelo empreendedor através
da Ficha de Informação (FIN), quando da solicitação de pelo menos 1 (um) dos seguintes
documentos:

I - Diretrizes de projeto;

II - Licença de funcionamento para todo e qualquer uso, salvo o residencial;

III - Certificado de mudança de uso, salvo para o uso residencial;

§ 1º O interessado deverá informar o porte do empreendimento, número de


vagas de estacionamento, capacidade do estabelecimento quando for o caso, o uso pretendido, a
atividade pretendida e seus parâmetros de incomodidade, conforme Quadro 4 – Padrões de
Incomodidade e Medidas Mitigadoras, Anexo V desta Lei.

-segue fls.13-

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LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.13-

§ 2º Serão consultados ao GEA - Grupo Especial de Análise, aqueles


casos cujas informações prestadas não forem suficientes para o seu devido enquadramento ou que
suscitarem dúvida.

Art. 32 Poderão ser edificados empreendimentos nos quais a atividade a


ser instalada ainda não esteja definida, devendo o interessado, no entanto, responder no mínimo o
porte, número de vagas de estacionamento, capacidade do estabelecimento quando for o caso e o
uso pretendido para a edificação.

Art. 33 As Diretrizes de Projeto serão elaboradas pelo Poder Executivo


Municipal, a cargo do Grupo Especial de Análise – GEA que definirá as medidas mitigadoras a
serem adotadas pelo estabelecimento, quando for o caso, e deverão ser solicitadas para todos os
empreendimentos enquadrados nas categorias de uso incômodas, conforme estabelecido no
Quadro 4, Padrões de Incomodidade e Medidas Mitigadoras, Anexo V desta Lei.

Art. 34 A instalação de qualquer atividade, salvo a residencial, dependerá


da expedição da Licença de Funcionamento, que deverá ser solicitada pelo interessado, instruído
com cópia do carnê do IPTU do exercício ou certidão de dados cadastrais emitidas pelo órgão
municipal competente.

TÍTULO IV
DA URBANIZAÇÃO

Art. 35 A urbanização do solo poderá ser realizada através de


parcelamento do solo e/ou em forma de condomínio.

Art. 36 Não será permitida a urbanização em:

I - Terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o


escoamento das águas ou proteção das inundações;

II - Terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam
previamente saneados;

III - Terrenos nos quais as condições geológicas não aconselham a edificação;

IV - Áreas de Preservação Permanente nos termos da legislação federal, estadual e municipal,


salvo quando para integrar em sua totalidade, o percentual de áreas verdes;

V – Em imóveis que não possuam frente para logradouros públicos.

§ 1º Os terrenos de complexidade geológica poderão ser urbanizados


desde que se atestem condições favoráveis e/ou sejam corrigidas as situações inadequadas para a
sua urbanização, conforme especificado no anexo X desta lei.

§ 2º São considerados de complexidade geológica, os terrenos onde


ocorrer pelo menos 1 (uma) das seguintes situações:
-segue fls.14-

13
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.14-

I – Áreas de declividade predominante superior a 30 %(trinta por cento);

II – Presença de solos moles e alta compressibilidade;

III – Presença de zonas de erosão e/ou risco de escorregamentos;

IV – Presença de rochas ou matacões na superfície.

§ 3º São consideradas Áreas de Preservação Permanente, além daquelas


definidas por legislação federal ou estadual, as áreas de mata natural, assim entendidas como de
porte arbóreo e diversidade de espécies.

Art. 37 Poderão ser estabelecidos parâmetros específicos de urbanização


do solo, a critério do Poder Executivo Municipal, através do Grupo Especial de Análise - GEA,
nos terrenos em que mais de 50% (cinquenta por cento) de suas áreas tiverem declividade igual
ou superior a 50 % (cinquenta por cento).

Art. 38 Pelo menos uma das áreas verdes destinadas no plano de


urbanização do solo, deverá ter suas dimensões de forma que possibilitem a implantação de uma
praça ou sistema de lazer.

Art. 39 Será excetuado da destinação 10% (dez por cento) da área pública
definida nos artigos 56 e 58 às Áreas de Preservação Permanente - APP - de acordo com o
Código Florestal em vigor.

CAPÍTULO I
DO PARCELAMENTO DO SOLO

Art. 40 As dimensões mínimas dos lotes e testadas, referentes a cada zona


encontram-se sintetizadas no Quadro 1 - Parâmetros de Uso, Ocupação e Urbanização do Solo,
anexo II desta lei.

Art. 41 São formas de parcelamento do solo:

I – Desmembramento;

II – Loteamento;

III - Desdobro;

IV - Remembramento.

Art. 42 O plano de loteamento deverá prever a hierarquização do sistema


viário, com o objetivo de estabelecer ligação com o sistema viário do entorno.
-segue fls.15-

14
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.15-

Parágrafo único. As dimensões das vias públicas, parâmetros urbanísticos e


determinações técnicas do sistema viário encontram-se especificados no Quadro 5 - Sistema
Viário, Anexo VI desta Lei.

Seção I
Do Parcelamento do Solo na ZUD 1 e ZUD 2

Art. 43 A área mínima do lote permitida é 125 m² (cento e vinte e cinco


metros quadrados) e a dimensão mínima permitida de sua testada é 5m (cinco metros), salvo para
EHIS e ZEIS e o disposto pelos artigos 45 e 46 desta Lei.

Art. 44 Não poderão ser executados desmembramentos ou desdobros que


resultem em lotes com área inferior a 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados), salvo para
desmembramentos executados em EHIS.

Art. 45 A dimensão da testada dos lotes deverá variar em função da


declividade do terreno, conforme especificado no Quadro I – Parâmetros de Uso, Ocupação e
Urbanização do Solo, anexo II desta Lei.

§ 1º A dimensão mínima da testada de 10m (dez metros) prevista para


declividades superiores a 30% (trinta por cento) só poderá ser reduzida se comprovada a
existência de condições adequadas para implantação dos lotes.

§ 2º Consideram-se condições adequadas de implantação aquelas em que


as maiores dimensões do lote estejam projetadas no mesmo sentido das curvas de nível do
terreno.

Art. 46 Os lotes poderão ser constituídos por acessos através de passagem


de largura igual ou superior a 1,20m (um metro e vinte centímetros) desde que sua geometria
possibilite a demarcação de uma área edificável, cujas dimensões devem permitir a inscrição de
um círculo de diâmetro mínimo de 5m (cinco metros) e resultem na área mínima estabelecida
para a zona.

Art. 47 Os planos de loteamentos deverão estabelecer sistema de áreas


públicas, composto por sistema viário, área institucional, área verde e sistema de lazer, dos quais
será garantida a reserva mínima de 24% (vinte e quatro por cento) e 20% (vinte por cento) do
imóvel para área verde e institucional na ZUD 1 e ZUD 2, respectivamente, ressalvado o disposto
pelos artigos 48 e 49 desta lei.

§ 1º A quantidade de sistema viário a ser destinada ficará condicionada às


soluções projetuais adotadas pelo plano de loteamento, observados os parâmetros para a sua
implantação, conforme quadro 5 - Sistema Viário, anexo VI desta lei e a determinação das
diretrizes para os planos de urbanização do solo.

§ 2º Os percentuais mínimos exigidos para área verde, sistema de lazer e


institucional de que trata o “caput” serão preferencialmente reservados da seguinte forma,
podendo ser estabelecidas outras proporções na ocasião da emissão da Certidão de Diretrizes para
os planos de urbanização do solo, conforme necessidade específica do local:
-segue fls.16-

15
LEI Nº 3.272 , DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.16-

I – Na ZUD 1:

a – 12% (doze por cento) para área verde e/ou sistema de lazer;

b – 12% (doze por cento) para área institucional.

II – Na ZUD 2:

a – 10% (dez por cento) para área verde e/ou sistema de lazer;

b – 10% (dez por cento) para área institucional.

§ 3º O percentual de áreas verdes e/ou de lazer de que trata o inciso IV do


artigo 36, será determinado pelo Poder Executivo Municipal, a cargo do Grupo Especial de
Análise - GEA, quando da ocasião da emissão da Certidão de Diretrizes para planos de
urbanização do solo, podendo ultrapassar os 20% (vinte por cento) e 24% (vinte e quatro por
cento) exigidos pelo “caput” deste artigo.

§ 4º O sistema de áreas públicas deverá ter condições técnicas para a


implantação de equipamentos públicos comunitários e/ou sistemas de lazer, demonstrado por
parecer técnico.

§ 5º Nos planos de loteamentos em glebas, as áreas institucionais não


poderão ter área inferior a 1.000 m² (mil metros quadrados).

Art. 48 Os percentuais mínimos exigidos para compor o sistema de áreas


públicas poderão ser reduzidas, a critério do Poder Executivo Municipal, através do Grupo
Especial de Análise - GEA:

I - Através de compensação, com a implantação de sistema de lazer e/ou equipamento público


comunitário e/ou espaços de convivência no prazo especificado pelo cronograma de obras e
serviços, cujo suporte de atendimento à demanda e cuja adequação à finalidade do
empreendimento serão demonstrados por laudo técnico e projeto paisagístico;

II - Através de compensação nos mesmos termos do inciso anterior, nos casos em que
implantação do sistema de lazer, equipamento público comunitário e/ou espaços de convivência
se der em:

a - bolsões de estacionamento com a implantação de paisagismo adequado e integrado aos


espaços de lazer e convivência;

b - parte de sistema viário, com a implantação de paisagismo adequado e integrado aos espaços
de lazer e convivência;

c - parte da área institucional destinada, desde que haja a implantação de equipamento que possa
ser utilizado pela comunidade tanto para finalidades de lazer, como para finalidades
institucionais, conforme o caso, e a viabilidade do empreendimento e suas interferências sejam
demonstradas pelo projeto paisagístico.
-segue fls.17-

16
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.17-

Art. 49 Será concedida a redução da destinação de áreas verdes de que


trata o artigo anterior até o limite de 5% (cinco por cento), proporcionalmente, nos planos de
loteamento em terrenos cuja declividade predominante é superior a 30% (trinta por cento) e que
sejam reservadas ao proprietário.

§ 1º Nestes casos, a área reservada só poderá ser utilizada para fins


institucionais, devendo constar na matrícula do imóvel.

§ 2º Caso houver interesse, o proprietário poderá solicitar parceria com o


Poder Executivo Municipal na execução de equipamentos comunitários e/ou sistemas de lazer na
área reservada, comprovada a viabilidade técnica.

Art. 50 O Poder Executivo Municipal poderá, a seu critério, determinar a


redução da destinação de áreas públicas, nos casos de empreendimentos implantados em regiões
cujos padrões de atendimento dos equipamentos públicos comunitários sejam considerados
satisfatórios e atestado por laudo técnico, através de compensação pecuniária para a aquisição de
outras áreas públicas em regiões que apresentam déficits de atendimento à demanda existente.

Parágrafo único. A compensação pecuniária deverá ser proporcional ao


valor de mercado no percentual da área reduzida.

Art. 51 Nos desmembramentos de glebas com área igual ou superior a


10.000 m² (dez mil metros quadrados) deverão ser destinados os percentuais mínimos para áreas
públicas, verde e institucional, conforme estabelecido pelo artigo 47 desta Lei.

Parágrafo único. Aplicam-se aos planos de desmembramento as


disposições contidas nos artigos 48 a 50 desta lei.

Art. 52 Nos loteamentos não registrados no Cartório de Registro de


Imóveis, o pedido de desdobro será analisado pelo Poder Executivo Municipal, para efeitos de
deferimento.

Art. 53 O desdobro e o remembramento de lotes que contenham


edificações só poderão ser autorizados desde que tais edificações estejam concluídas
regularmente ou sejam passíveis de regularização simultânea à aprovação do desdobro e
remembramento.

Seção II
Do Parcelamento do Solo na ZDE

Art. 54 A área mínima permitida do lote é 500 m² (quinhentos metros


quadrados) e a dimensão mínima permitida de sua testada é 10m (dez metros).

Art. 55 Não poderão ser executados desmembramentos e desdobros que


resultem em lotes com área inferior a 500 m² (quinhentos metros quadrados).

Art. 56 Os planos de loteamento deverão garantir reserva de áreas


públicas, verde e/ou sistema de lazer e institucional, de no mínimo 10% (dez por cento) do total
da gleba, observado o disposto nos §§ 1º, 3º e 5º do artigo 47.
-segue fls.18-

17
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.18-

Art. 57 Nos desmembramentos de glebas com área igual ou inferior a


100.000 m² (cem mil metros quadrados), a destinação de áreas públicas verdes será determinada
pelo plano de desmembramento, observado o disposto no inciso IV do artigo 36 desta Lei.

Art. 58 Nos desmembramentos de glebas com área superior a 100.000 m²


(cem mil metros quadrados) será necessária a destinação de no mínimo 10% (dez por cento) da
área total da gleba para áreas públicas.

CAPÍTULO II
DO CONDOMÍNIO

Art. 59 As áreas de uso comum e equipamentos urbanos pertencentes ao


condomínio serão de inteira responsabilidade e manutenção dos condôminos, devendo incidir
sobre as mesmas o lançamento fiscal.

Parágrafo único. São consideradas áreas pertencentes ao condomínio:

I - As vias de circulação interna;

II - As áreas de uso comum.

Art. 60 A urbanização em forma de condomínio seguirá os parâmetros de


uso e ocupação do solo, no que couber, da zona em que se encontram inseridos, os parâmetros
estabelecidos para o sistema viário e as normas estabelecidas pelo Código de Edificações.

Parágrafo único. Quando se tratar de condomínio em forma de EHIS,


poderão ser utilizados no que couber, os parâmetros estabelecidos pelo Título V – EHIS, quadros
2 e 5, anexos III e VI desta Lei.

Seção I
Do conjunto em condomínio residencial

Art. 61 As ocupações habitacionais nas urbanizações em forma de


condomínio residencial não poderão ultrapassar as seguintes densidades habitacionais líquidas:

I – 900 (novecentos) hab/ha na ZUD 1;

II – 600 (seiscentos) hab/ha na ZUD 2.

§ 1º Para determinação da quantidade de unidades habitacionais previstas


em cada terreno, será adotada a seguinte fórmula matemática:

-segue fls.19-

18
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.19-

Nº U.H. = Nh X T , sendo:
37.500

Nº U.H. = número de unidades habitacionais a serem implantadas no terreno;

Nh = número de habitantes permitidos em 1 ha de acordo com a zona;

T = dimensão do terreno em questão.

§ 2º As densidades populacionais líquidas estabelecidas pelo parágrafo


anterior somente poderão ser ultrapassadas nos terrenos condominiais quando houver a
destinação de 20 m² (vinte metros quadrados) de área pública por cada unidade habitacional
criada acima do limite estabelecido pela densidade.

Art. 62 As glebas com área superior a 10.000 m² (dez mil metros


quadrados) deverão ser parceladas, podendo se constituir em lotes condominiais, após o processo
de parcelamento do solo.

Parágrafo único. As áreas resultantes de parcelamento que não foram


utilizadas conforme projeto inicialmente aprovado, ficarão sujeitas a nova destinação de áreas
públicas, desde que não atendido o disposto na Legislação Federal.

Art. 63 Todas as áreas públicas criadas deverão estar localizadas nos


limites da área condominial, com acesso público.

Art. 64 Aplica-se a urbanização em forma de conjunto em condomínios


residenciais o disposto nos artigos 47 a 50 desta Lei.

Seção II
Do condomínio empresarial

Art. 65 Na urbanização em forma de condomínio empresarial em terrenos


com área igual ou inferior a 100.000 m² (cem mil metros quadrados) na ZDE, a destinação de
áreas públicas será determinada pelo plano de condomínio, observado o disposto pelo inciso IV
do artigo 36 desta lei.

Art. 66 As glebas com área superior a 10.000 m² (dez mil metros


quadrados) na ZUD 1 e ZUD 2 e as glebas com área superior a 100.000 m² (cem mil metros
quadrados) na ZDE deverão ser parceladas podendo se constituir em lotes condominiais após o
processo de parcelamento do solo.

Art. 67 A proibição de usos residenciais no Condomínio Empresarial


deverá constar da ocasião da realização da Convenção de Condomínio.

Art. 68 A quota de terreno por unidade empresarial não poderá ser inferior
a 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados).
-segue fls.20-

19
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.20-

CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES PARA OS PLANOS DE URBANIZAÇÃO DO SOLO

Art. 69 O Poder Executivo Municipal, a cargo do Grupo Especial de


Análise - GEA, fixará as diretrizes para a elaboração do projeto de urbanização através de
loteamento, desmembramento ou conjunto em condomínio, a serem solicitadas pelo interessado.

Art. 70 As peças gráficas, bem como a documentação necessária para a


solicitação de diretrizes para os planos de urbanização do solo encontram-se especificadas no
anexo X desta Lei.

Art. 71 O Poder Executivo Municipal através do Grupo Especial de


Análise - GEA, analisará os documentos e fornecerá a Certidão de Diretrizes que conterá:

I - Traçado e localização das vias de circulação do sistema viário principal;

II - Localização e determinação das áreas "non aedificandi";

III - Localização preferencial e critérios de localização das áreas verdes e/ou sistema de lazer
previstas e áreas de preservação;

IV - Localização aproximada das áreas institucionais;

V - Localização das áreas não urbanizáveis;

VI - Recomendações técnicas para implantação do plano de urbanização quanto às condições


geotécnicas do terreno, quando for o caso.

§ 1º A certidão de diretrizes será expedida pelo Poder Executivo Municipal


no prazo de 30 (trinta) dias contados da data do último comunicado.

§ 2º As diretrizes fixadas terão validade pelo prazo de 2 (dois) anos


contados da data de notificação do interessado, prorrogáveis por mais 1 (um) ano, através de
requerimento do interessado.

CAPÍTULO IV
DA APROVAÇÃO DOS PLANOS DE URBANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DAS OBRAS

Art. 72 Os planos de urbanização do solo - parcelamento do solo e/ou


conjuntos em condomínio serão submetidos à aprovação do Poder Executivo.

Art. 73 As peças gráficas, bem como a documentação necessária para a


aprovação dos planos de urbanização encontram-se especificadas no anexo X desta Lei.

-segue fls.21-

20
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.21-

Art. 74 Qualquer modificação superior a 10% (dez por cento) na execução


do empreendimento, deverá ser submetida à nova aprovação pelo Poder Executivo Municipal.

Parágrafo único. Qualquer alteração em relação às áreas públicas


destinadas, deverá ser submetida a nova aprovação pelo Poder Executivo Municipal.

Art. 75 O Poder Executivo Municipal expedirá o alvará para execução das


obras após aprovação do projeto, atendidas às disposições legais previstas nesta Lei, no prazo de
60 (sessenta) dias, contados da data da última comunicação.

§ 1º O alvará para execução das obras terá validade de 2 (dois) anos,


contados da data de sua expedição, podendo ser prorrogado por mais 2 (dois) anos, através de
requerimento do interessado.

§ 2º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do


cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação.

Art. 76 As obras deverão ser executadas de forma a assegurar as condições


urbanísticas e a implantação dos seguintes equipamentos urbanos, seguindo rigorosamente os
projetos requeridos nesta Lei:

I - Demarcação física de quadras, lotes e logradouros, nos casos de parcelamento do solo;

II - Terraplenagem e contenção de taludes;

III - Sistema de drenagem de águas pluviais em todas as vias;

IV - Rede de abastecimento de água potável;

V - Rede coletora de esgotos ou outro sistema que seja mais adequado às condições ambientais
da área, desde que sejam atendidas às exigências do parágrafo único do artigo 102 desta Lei;

VI - Rede de energia elétrica e iluminação pública.

§ 1º Nos casos previstos pelos artigos 48 e 49, deverão ser executadas as


obras de equipamento público comunitário e/ou sistema de lazer.

§ 2º Nos casos de urbanização em forma de condomínio, as edificações


também deverão ser executadas, seguido o disposto no Código de Edificações.

§ 3º Quando se tratar de parcelamento do solo, todas as obras, bem como


as benfeitorias efetuadas pelo interessado passarão a fazer parte integrante do Patrimônio do
Município, após vistoria, uma vez concluídas e declaradas de acordo.

Art. 77 Concluídas as obras, o interessado deverá solicitar vistoria ao


Poder Executivo Municipal.

Art. 78 Após vistorias e aceitas as obras, o Poder Executivo Municipal,


expedirá, no prazo de 30 (trinta) dias, o Certificado de Conclusão das Obras de Urbanização,
liberando os proprietários para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
-segue fls.22-

21
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.22-

§ 1º Serão aceitas para fins de registro e declarado pelo Poder Executivo


Municipal, as obras concluídas relativas à demarcação física de quadras e lotes quando couber,
logradouros, terraplenagem e contenção de taludes e sistema de drenagem de águas pluviais em
todas as vias, sendo obrigatório, neste caso, que o interessado apresente Instrumento de Garantia
de execução das obras faltantes.

§ 2º O Instrumento de Garantia deverá vincular o total de pelo menos 30%


(trinta por cento) do número total de lotes ou unidades habitacionais produzidas em conjunto em
condomínio, do projeto de urbanização apresentado.

§ 3º O Certificado de Conclusão das Obras somente será expedido após a


realização de todas as obras previstas no artigo 76 desta Lei.

§ 4º O Poder Executivo Municipal somente expedirá alvará para construir,


demolir, reconstruir, reformar ou ampliar áreas construídas nos lotes individuais após a expedição
do Certificado de Conclusão das obras.

§ 5º O Poder Executivo Municipal somente receberá, para oportuna


entrega de domínio público e respectiva denominação, as vias de comunicação e logradouros
após a expedição do Certificado de Conclusão das obras.

Art. 79 Enquanto as obras especificadas no § 1º do artigo 78 desta Lei não


forem aceitas pelo Poder Executivo Municipal, o seu proprietário arcará com o pagamento de
imposto territorial, com relação à área total das referidas vias, como terrenos não edificados.

TÍTULO V
DOS EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 80 Os E.H.I.S. poderão ser realizados através de lotes urbanizados,


conjuntos em condomínio e/ou unidades habitacionais, segundo os parâmetros específicos
definidos nesta Lei.

§ 1º Considera-se lote urbanizado em E.H.I.S., aquele decorrente de


parcelamento do solo que seja atendido por infra-estrutura, segundo as normas estabelecidas pelo
artigo 102 desta Lei.

§ 2º Poderão ser construídos em E.H.I.S., empreendimentos habitacionais


unifamiliares e multifamiliares horizontais ou verticais de pequeno ou grande porte, atendidos os
parâmetros de uso e ocupação do solo estabelecidos para E.H.I.S.

Art. 81 As unidades habitacionais de que trata o artigo anterior poderão ser


constituídas de módulo mínimo de 30m² (trinta metros quadrados), em unidades evolutivas e
máximo de 70 m2 (setenta metros quadrados) de área construída, devendo conter no mínimo
instalações e equipamentos sanitários, segundo o estabelecido pelo Código de Edificações.

-segue fls.23-

22
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.23-

Art. 82 Os E.H.I.S. poderão ser promovidos pelo Poder Executivo e por


empreendedores privados, que deverão ser devidamente cadastrados na Prefeitura Municipal de
Mauá, salvo quando se tratar de E.H.I.S. unifamiliares ou multifamiliares de pequeno porte,
quando da implantação de apenas 1 (um) lote individualmente.

Art. 83 Os E.H.I.S. deverão atender ao interessado que se enquadre nos


seguintes requisitos:

I - não ser proprietário de outro imóvel na Região Metropolitana de São Paulo;

II - ser adquirente de apenas uma unidade habitacional ou lote urbanizado.

Art. 84 Os empreendimentos executados por empreendedores privados,


mesmo que em parceria com o Poder Executivo, além do atendimento aos requisitos
estabelecidos pelos artigos anteriores, deverão privilegiar o atendimento aos segmentos sociais
organizados, através de:

I - Associações de moradores, devidamente registradas e cadastradas na Prefeitura Municipal de


Mauá;

II - Cooperativas habitacionais devidamente registradas e cadastradas na Prefeitura Municipal de


Mauá;

III - Moradores devidamente cadastrados pelo Poder Executivo Municipal.

Parágrafo único. Estarão dispensados dos critérios estabelecidos neste


artigo, os E.H.I.S. unifamiliares ou multifamiliares de pequeno porte, quando da implantação em
apenas 1 (um) lote individualmente.

Art. 85 O Poder Executivo regulamentará no prazo de 90 (noventa) dias,


os meios de comprovação estabelecidos nos artigos 83 e 84, as exigências quanto ao atendimento
das demandas e os critérios para a elaboração do cadastro técnico de pessoas, entidades e
empreendedores interessados na produção de E.H.I.S, bem como do controle de custo e
financiamento das unidades habitacionais.

Art. 86 Somente serão permitidos E.H.I.S, na ZUD 1 e na ZUD 2 e nas


ZEIS / AEIS 1 e 2.

Parágrafo único. A urbanização em E.H.I.S. só será admitida em ZEIS /


AEIS 1 e 2.

Art. 87 As normas urbanísticas de uso, ocupação e urbanização do solo


para E.H.I.S., encontram-se sintetizadas no Quadro 2 - Parâmetros de uso, ocupação e
urbanização do solo em E.H.I.S., anexo III desta Lei.

CAPÍTULO I
DO USO E OCUPAÇÃO EM E.H.I.S.
-segue fls.24-

23
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.24-

Art. 88 A implantação de E.H.I.S. obedecerá às disposições quanto à


ocupação do solo contidas do artigo 17 ao 28 desta Lei.

Parágrafo único. Será admitida a supressão do recuo de frente de que trata


o artigo 22, também para os lotes lindeiros às vias mistas e de pedestres.

Art. 89 Serão admitidas em E.H.I.S., além do uso residencial, categorias


de uso não residencial classificadas como não incômodas.

§ 1º O uso não residencial em empreendimentos multifamiliares só poderá


ocupar uma área que represente no máximo 20% (vinte por cento) da área construída do
empreendimento, podendo se localizar apenas no térreo e/ou na sobreloja do edifício.

§ 2º Nos casos de empreendimentos envolvendo loteamento ou


condomínio, os lotes ou frações destinados exclusivamente ao uso não residencial poderão ocupar
até 10% (dez por cento) da área total da gleba a ser loteada.

CAPÍTULO II
DA URBANIZAÇÃO EM E.H.I.S.

Art. 90 A urbanização em E.H.I.S. poderá ser realizada através de


loteamento e/ou conjunto em condomínio e obedecerá as disposições relativas à urbanização do
solo, no que couber, estabelecidas por esta Lei.

Art. 91 As áreas mínimas permitidas dos lotes em E.H.I.S. são:

I – 60 m² (sessenta metros quadrados) em terrenos com declividade inferior a 20% (vinte por
cento) e 90 m² (noventa metros quadrados) em terrenos com declividade superior a 20% (vinte
por cento) e até 50% (cinquenta por cento) para habitações unifamiliares na ZUD 1 e ZUD 2;

II – 90 m² (noventa metros quadrados) em terrenos com declividade inferior a 20% (vinte por
cento) e 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) em terrenos com declividade superior a
20% (vinte por cento) e até 50% (cinquenta por cento) para habitações multifamiliares
horizontais ou verticais na ZUD 1;

III – 125 m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) para habitações multifamiliares horizontais
ou verticais na ZUD 2.

Parágrafo único. Os planos de loteamento com implantação de lotes com


área inferior a 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) só serão admitidos através de
Plano Integrado, podendo as edificações serem construídas posteriormente pelos adquirentes dos
lotes, que deverão receber o projeto das unidades habitacionais.

Art. 92 A dimensão das testadas dos lotes não poderá ser inferior a 5m
(cinco metros) e deverá variar em função da declividade do terreno, conforme especificado no
Quadro 2 – Parâmetros de Uso, Ocupação e Urbanização do solo em Empreendimentos
Habitacionais de Interesse Social, Anexo III desta Lei, salvo pelo disposto nos §§ 1º e 2º do
artigo 45 e artigo 46 desta Lei.
-segue fls.25-

24
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.25-

Art. 93 Os lotes resultantes de loteamento em E.H.I.S. não poderão ser


desdobrados.
Art. 94 Os parâmetros para implantação do sistema viário em E.H.I.S.
encontram-se sintetizados no Quadro 5 - Sistema Viário, anexo VI desta Lei.

Art. 95 Nas vias mistas, destinadas preferencialmente à circulação de


pedestres, poderão circular veículos leves de passageiros para acesso aos lotes e eventualmente,
caminhões e veículos pesados de prestação de serviços.

§ 1º As vias mistas deverão atender, na ocasião das diretrizes, aos


requisitos:

I - Quanto à disposição de lixo;

II - Quanto à arborização;

III - Quanto à instalação de equipamentos;

IV - Quanto à extensão.

§ 2º As vias mistas projetadas como calçadão, deverão prever a


implantação de guias rebaixadas nas interseções destas com outras.

Art. 96 As vias de pedestres, destinadas exclusivamente a este fim,


deverão atender na ocasião das diretrizes, aos requisitos:

I - Quanto à disposição de lixo;

II - Quanto à implantação de infra estrutura e hidrantes ou outros mecanismos de combate a


incêndio;

III - Quanto à extensão.

Parágrafo único. As vias de pedestres poderão ser executadas em forma de


escadaria.
Art. 97 Serão admitidas declividades superiores às das vias estabelecidas
pelo Quadro 5 – Sistema Viário, anexo VI desta Lei, até 18% (dezoito por cento) para as vias
locais, mistas ou de pedestres, em trechos menores que 50m (cinquenta metros).

Parágrafo único. As vias de pedestres poderão ultrapassar o limite de 18%


(dezoito por cento) de declividade, desde que implantadas em forma de escadaria.

Art. 98 As exigências para vagas de estacionamento previstas no Quadro 2


– Parâmetros de Uso, Ocupação e Urbanização do solo em Empreendimentos Habitacionais de
Interesse Social, anexo III desta Lei, poderão ser reduzidas com autorização do Poder Executivo,
considerando-se a renda da população a que se destina o empreendimento e à condição de
acessibilidade ao transporte coletivo.

-segue fls.26-

25
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.26-

CAPÍTULO III
DA APROVAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE E.H.I.S.

Art. 99 A aprovação de projetos em E.H.I.S. ficará condicionada às


diretrizes para o empreendimento, expedidas através de Certidão de Diretrizes para E.H.I.S. a ser
requerida pelo interessado.

§ 1º No caso da solicitação de diretrizes para a produção de unidades


habitacionais, o interessado deverá apresentar o estudo das edificações a serem produzidas.

§ 2º O Poder Executivo Municipal, através do Grupo Especial de Análise -


GEA, analisará a adequação da proposta à finalidade social do empreendimento, podendo ser
solicitadas alterações em qualquer aspecto do mesmo.

§ 3º Fica dispensada da solicitação de diretrizes os E.H.I.S. que se


enquadrarem como unifamiliares ou multifamiliares de pequeno porte.

Art. 100 A solicitação de diretrizes, bem como a aprovação dos planos de


urbanização em E.H.I.S. seguirá as exigências constantes dos itens 1, 2, 3 e 4 do anexo X desta
Lei, conforme o caso.

Parágrafo único. A aprovação de edificações em E.H.I.S. seguirá as


exigências constantes no Código de Edificações.

Art. 101 Os processos de solicitação de diretrizes dos projetos de E.H.I.S.


terão tramitação preferencial e expedida pelo Poder Executivo, não podendo exceder o prazo de
30 (trinta) dias a emissão da Certidão das diretrizes desde que com todos os documentos
apresentados.

Art. 102 A exigência da infra-estrutura prevista no artigo 76 desta Lei,


bem como os projetos respectivos exigidos no anexo X, poderão ser reduzidos e outras soluções
técnicas poderão ser aceitas, desde que seja comprovado a diminuição de custo, a viabilidade
técnica da proposta e a garantia das seguintes condições urbanísticas mínimas:

I - Estabilidade dos lotes, das vias e terrenos lindeiros;

II - Preservação contra processos erosivos;

III - Trafegabilidade das vias, com tratamento adequado, sendo permitido o cascalhamento das
vias até 10% (dez por cento) de declividade, desde que implantado o sistema de drenagem e
estejam previstos:

a – Condições de acesso e manutenção da rede;

b – Execução de guias e sarjetas, com proteção especial junto às sarjetas;

-segue fls.27-

26
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.27-

c – Declividades transversais das vias mais acentuadas;

d – Execução de dispositivos que conduzam a água que escoa longitudinalmente à via.

IV - Integração com o sistema viário existente;

V - Abastecimento de água e esgotamento das águas servidas.

Parágrafo único. Será admitida a utilização de sistema de infiltração de


esgotos no próprio lote, desde que sejam atendidas:

I - As condições técnicas previstas nas Normas técnicas oficiais;

II - Apresentação dos resultados dos ensaios de infiltração e sondagens com a caracterização de


água subterrânea;

III - Indicação de localização das fossas e sistema de infiltração para a manutenção e limpeza,
sendo proibida a instalação de fossas em fundos de lote cuja edificação não deixe recuos laterais.

Art. 103 Deverá constar na ocasião do registro ou averbação junto aos


Cartórios de Registro de Imóveis, que se trata de E.H.I.S..

TÍTULO VI
DAS ZONAS E ÁREAS ESPECIAIS

Art. 104 Ficam criadas as Zonas e Áreas Especiais, conforme mapa 1 -


Zoneamento, anexo I desta Lei.

Art. 105 Os limites das zonas e áreas especiais obedecem às informações


disponíveis no Cadastro Imobiliário Municipal e estão indicadas no Mapa 1 – Zoneamento,
Anexo I desta Lei, podendo o Poder Executivo Municipal decidir sobre eventuais
incompatibilidades ocorridas anteriormente à publicação desta Lei, devidamente comprovadas
através de certidão do Cartório de Registro de Imóveis.

Art. 106 As normas urbanísticas de Uso, Ocupação e Urbanização do Solo


para as zonas e áreas especiais encontram-se sintetizadas no Quadro 3 - Parâmetros de Uso,
ocupação e Urbanização do Solo nas Zonas e Áreas de Especial Interesse, anexo IV desta Lei.

CAPÍTULO I
DAS ZONAS E ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

Art. 107 As Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social, são classificadas


em:
-segue fls.28-

27
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.28-

I - Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social 1 (ZEIS/AEIS 1)- compreende as áreas públicas
ou privadas ocupadas e/ou parceladas clandestinamente/irregularmente, cujas condições
urbanísticas e de infra-estrutura, equipamentos e serviços urbanos não são considerados
satisfatórios, destinadas a programas de regularização jurídica e urbanização específica e
interesse para implantação de Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social – E.H.I.S.;

II - Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social 2 (ZEIS/AEIS 2) - compreende as áreas não


ocupadas ou mal utilizadas de interesse para a implantação de Empreendimentos Habitacionais
de Interesse Social – E.H.I.S.

Art. 108 Poderão ser criadas novas ZEIS/AEIS 1 e 2, através de lei


específica.

Art. 109 - Poderão solicitar a delimitação de novas ZEIS/AEIS 1 e 2:

I - Poder Executivo;

II - Poder Legislativo;

III - Associações habitacionais;

IV - Associações de moradores de áreas passíveis de delimitação devidamente constituídas;

V - Proprietários de áreas passíveis de delimitação de ZEIS/AEIS 1 e 2.

Seção I
Das Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social 1

Subseção I
Dos objetivos e critérios

Art. 110 Fica o Poder Executivo autorizado a regularizar os assentamentos


em ZEIS e AEIS 1, bem como os parcelamentos irregulares, ou parte deles, cujas ocupações
sejam consolidadas e irreversíveis e tenham ocorrido até a data da publicação desta Lei.

§ 1º - Define-se para efeito desta Lei, parcelamento irregular aquele


implantado em desacordo com os Planos aprovados ou sem autorização do Poder Executivo.

§ 2º - A comprovação da existência do parcelamento irregular ou da


ocupação no período determinado no Caput deste artigo, far-se-á:

I - Por levantamento aerofotogramétrico de setembro de 1997, executado


pela Prefeitura Municipal de Mauá.

II - Por certidão emitida pelo Poder Executivo Municipal ou outro órgão


público, nos casos em que o parcelamento e a ocupação ocorreu entre setembro de 1997 e a data
da publicação desta Lei.
-segue fls.29-

28
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.29-

Art. 111 A regularização em ZEIS/AEIS 1 dar-se-á através de Plano de


Urbanização Específica, conforme estabelecido por esta Lei.

Art. 112 O Plano de Urbanização Específica deverá possibilitar:

I - A preservação, no que couber, das características locais dos assentamentos, garantidas as


exigências técnicas mínimas necessárias à execução da infra-estrutura e circulação de pedestres e
veículos;

II - A regularização jurídica e urbanística das áreas já ocupadas;

III - A criação de mecanismos de negociação que impeçam os processos de expulsão indireta


decorrentes da valorização urbanística com garantia da participação efetiva das comunidades
envolvidas.

Art. 113 Não serão objeto de regularização em ZEIS/AEIS 1, ou parte


deles que apresentarem as seguintes características, apresentadas em laudo técnico, conforme
anexo X desta Lei:

I - Tenham sido executados em áreas impróprias à urbanização nos termos do artigo 36 desta
Lei, salvo os casos em que o laudo técnico atestar condições favoráveis para a execução das obras
que saneiem os problemas decorrentes;

II - Tenham sido executados em áreas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis,
até a eliminação dos agentes poluentes.

Parágrafo único. As ocupações consideradas em áreas de risco geotécnico


deverão estar localizadas nos planos de urbanização Específica, devendo as situações de risco
serem corrigidas através da remoção e relocação da população e/ou execução das obras
necessárias.

Art. 114 Nos parcelamentos do solo irregulares não consolidados,


diagnosticados em Laudo Técnico, o parcelador deverá proceder à aprovação de novo
parcelamento e executar serviços e obras necessárias para sanar eventuais danos ambientais.

§ 1º Havendo somente uma parte da gleba parcelada e consolidada, esta


poderá ser regularizada.

§ 2º A área remanescente, para fins de parcelamento, deverá obedecer a


legislação pertinente.

Subseção II
Dos parâmetros técnicos

Art. 115 O Plano de Urbanização Específica deverá definir e estabelecer


os seguintes parâmetros técnicos:

-segue fls.30-

29
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.30-

I - Dimensão do lote mínimo e lote padrão, em função da especificidade da ocupação já existente;

II - Larguras, declividades e dimensionamento das vias de circulação internas do assentamento,


garantindo-se, dadas as dimensões do parcelamento, a circulação de veículos de transporte
coletivo e de carga em pelo menos em uma via, com distância compatível para acesso de todos os
moradores;

III - Dimensionamento das áreas públicas;

IV - Índices e parâmetros urbanísticos de ocupação do solo.

§ 1º - Considera-se lote padrão aquele cuja dimensão é equivalente à média


ponderada de todos os lotes existentes.

§ 2º - No caso de regularização de loteamentos e desmembramentos


particulares, não se aplicará o parâmetro técnico de lote padrão contido no inciso I deste artigo.

Art. 116 O lote deverá ter pelo menos um acesso para o sistema viário
existente ou proposto pelo Plano de Urbanização Específica.

Art. 117 O lote padrão servirá de parâmetro para o deferimento do pedido


de remembramento ou desdobro do lote a partir da aprovação do Plano de Urbanização
Específica.

Art. 118 O sistema viário poderá ser composto por vias de passagem de
uso comum e escadarias, devendo ser atendidos os critérios das concessionárias de serviços
públicos do município, na adoção dos parâmetros para a instalação da infra-estrutura necessária.

Art. 119 O Plano de Urbanização Específica deverá indicar as áreas


públicas a serem destinadas, além daquelas eventualmente já reservadas, cujo percentual mínimo
fica fixado em 20% (vinte por cento) da área total do loteamento, excetuando-se deste percentual
a destinação ao sistema viário existente e complementar.

§ 1º - Não havendo possibilidade de efetuar a reserva de área pública nos


limites do loteamento, deverão ser propostas alternativas para minimização do impacto através
de:

I – reserva de área no entorno do assentamento com destinação pública, ou;

II – construção de equipamento público e/ou urbanização de áreas verdes e de lazer, em local a


ser definido na ocasião da aprovação do Plano de Urbanização Específica, considerando-se o
custo equivalente ao valor do terreno objeto do parcelamento, ou;

III – depósito, em pecúnia, quando tratar-se de área particular, cujos recursos serão geridos pelo
Fundo de Desenvolvimento Urbano e Habitação.

§ 2º A reserva de área ou ressarcimento em qualquer uma das formas


previstas no parágrafo anterior se dará conforme o parágrafo único do artigo 43 da Lei Federal nº
6.766/79 e suas alterações.
-segue fls.31-

30
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.31-

Art. 120 Na impossibilidade de destinação da totalidade das áreas públicas


previstas no artigo anterior, poderá o Poder Executivo Municipal, quando for o caso, expedir o
Auto de Regularização e solicitar o registro, prosseguindo na exigência junto ao parcelador, do
atendimento a uma das alternativas dispostas nos incisos I, II e III do artigo anterior.

§ 1º Na hipótese descrita no presente artigo, em se tratando de área


pública, fica dispensado o atendimento do inciso III do § 1º do artigo 119.

§ 2º Fica autorizado ao Poder Executivo Municipal ingressar com as ações


judiciais pertinentes visando a consecução dos objetivos consagrados no artigo 110 desta Lei.

Art. 121 Nos parcelamentos e ocupações em glebas com área igual ou


inferior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados), não será exigida a destinação de áreas públicas
além daquelas eventualmente já destinadas.

Art. 122 Nos parcelamentos irregulares que tiverem suas áreas


originalmente destinadas ocupadas por população de baixa renda, poderá, a critério do Poder
Executivo Municipal, ser exigida nova reserva e a área ocupada integrar a parcela de área loteada.

Art. 123 No caso de assentamentos existentes em áreas “non aedificandi"


ao longo de córregos, quando não houver a possibilidade de relocação da população residente
para outra área, será admitida a regularização, desde que sejam realizadas obras de drenagem
e/ou regularização do leito e/ou canalização do córrego e seja atestado através de Laudo Técnico
que o assentamento e as áreas à montante e à jusante não serão prejudicadas por inundações,
alagamentos ou enchentes após a urbanização e nem acarretará problemas à cidade.

Subseção III
Do processo de aprovação e regularização do Plano de Urbanização Específica

Art. 124 O processo de regularização das ZEIS/AEIS 1 enquadra-se na


categoria de processo especial, tendo o seu rito definido por esta Lei.

Art. 125 As peças gráficas, bem como a documentação necessária para a


aprovação do Plano de Urbanização Específica encontram-se especificadas no anexo X desta Lei.

Art. 126 A regularização em ZEIS/AEIS 1 poderá ser solicitada por:

I - Parcelador;

II - Poder Executivo;

III - Poder Legislativo;

IV - Associações de moradores;

V - Proprietários de terrenos onde haja ocupação.


-segue fls.32-

31
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.32-

Art. 127 Caberá ao parcelador, no caso de parcelamentos irregulares em


áreas privadas, o cumprimento de toda e qualquer exigência técnica ou jurídica necessária à
aprovação do Plano de Urbanização Específica e realização das obras necessárias à regularização.

§ 1º Na hipótese de regularização de parcelamentos requerida por


associações de moradores, bem como no caso de regularização "ex-ofício", o Plano de
Urbanização Específica e as obras necessárias poderão ser realizadas pelo Poder Executivo
Municipal, com posterior ressarcimento dos gastos pelo empreendedor, via cobrança judicial, se
necessário, ou pelos moradores em caso de ocupação.

§ 2º O Poder Executivo Municipal poderá promover o cadastramento dos


adquirentes dos lotes para fins de depósito judicial e intervir no parcelamento para posterior
ressarcimento dos gastos decorrentes da intervenção, mediante o levantamento do depósito
judicial das prestações.

Art. 128 Não sendo possível a realização de depósito judicial nos termos
do § 1º do artigo 38 da Lei Federal nº 6.766/79 com as alterações dadas pela Lei nº 9.785/99, fica
o Poder Executivo Municipal autorizado a criar um fundo especial para regularização de
parcelamento através de uma poupança bancária e sub-contas.

§ 1º Notificados os responsáveis pelo parcelamento, os adquirentes dos


lotes passarão a efetuar o pagamento das prestações na conta citada no “caput”, nos estritos
limites estabelecidos nos contratos.

§ 2º Os valores depositados poderão ser movimentados pela Prefeitura


Municipal de Mauá, com o objetivo de contratar a elaboração de projetos e realização de obras
necessárias à regularização e previstas no Plano de Urbanização Específica.

Art. 129 Nas regularizações de ocupações em áreas privadas, solicitadas


por associações de moradores, o Poder Executivo Municipal notificará o proprietário da gleba e
não havendo manifestação do mesmo num prazo de 60 (sessenta) dias, iniciará o processo de
regularização não cabendo ao mesmo qualquer indenização futura ou usufruto das melhorias
decorrentes da urbanização.

§ 1º As notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente ao


notificado, que assinará o comprovante de recebimento e poderão igualmente ser promovidas por
meio do Cartório de Registro de Títulos e Documentos desta Comarca ou do domicílio de quem
deva recebê-las.

§ 2º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento,


ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência certificará esta
circunstância através do respectivo processo administrativo.

§ 3º Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior,


a notificação será feita por edital, na forma desta Lei, começando o prazo a correr 10 (dez) dias
após a publicação.

-segue fls.33-

32
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.33-

§ 4º Fica dispensado do procedimento de notificação descrito no parágrafo


primeiro, as áreas cujos parceladores já foram notificados, valendo como prova as notificações
contidas nos processos administrativos.

Art. 130 O Poder Executivo Municipal poderá cumprir as exigências


técnicas necessárias para a aprovação do Plano de Urbanização Específica e execução de obras
em áreas públicas, devendo ser repassado aos moradores os custos dos projetos e obras
necessárias à regularização.

§ 1º Consideram-se como despesas a serem ressarcidas pelos moradores,


dentre outras, as seguintes: custos de extensão de redes de água e esgoto, energia elétrica e
drenagem de águas pluviais, guias, sarjetas e pavimentação.

§ 2º O Plano de Urbanização Específica estabelecerá o total de despesas


descritas no § 1º que caberá a cada morador e a forma de pagamento, em comum acordo com os
moradores.

§ 3º As áreas públicas que possam vir a ser alienadas aos moradores, terão
acrescidas ao valor venal do lote individual, o total de despesas descritas no § 1º deste artigo.

Art. 131 O Plano de Urbanização Específica será apresentado para análise


a um órgão técnico responsável pela aprovação de projetos.

§ 1º O prazo máximo para análise do Plano será de 60 (sessenta) dias,


período em que deverá haver comunicação do órgão técnico ao proponente, informando-o das
possíveis alterações necessárias ou sua aprovação preliminar.

§ 2º Poderá ser aceito para fins de regularização, no caso de parcelamento


do solo irregular, compromisso de compra e venda não registrado da gleba parcelada, desde que a
documentação sucessória comprove o domínio da área do cessionário proprietário.

§ 3° Nos casos em que o parcelador não for o titular de domínio da gleba,


este deverá ser notificado nos termos do artigo 129 e seus parágrafos, para que tome ciência do
processo de regularização.

§ 4° Quando do não atendimento do titular de domínio da notificação


referida no parágrafo anterior, a intervenção na área somente poderá ser realizada para fins de
atendimento às exigências técnicas e de serviços, salvo nos casos previstos pelo parágrafo 4º do
artigo 18 da Lei Federal nº 6.766/79 com as alterações dadas pela Lei nº 9.785/99.

Art. 132 O Plano de Urbanização Específica, após ser aprovado


preliminarmente pelo órgão técnico responsável, será encaminhado ao Grupo Especial de Análise
- GEA, a quem caberá a aprovação final.

Art. 133 Analisado o Plano de Urbanização Específica pelo Grupo


Especial de Análise - GEA, o interessado será notificado do parecer exarado.

-segue fls.34-

33
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.34-

Art. 134 Após a notificação, o interessado deverá pronunciar-se no prazo


de 30 (trinta) dias, atendendo, quando for o caso, às exigências formuladas pelo Grupo Especial
de Análise - GEA.

Parágrafo único. A urbanização ou reurbanização das áreas objeto de


regularização deverá garantir as condições urbanísticas mínimas segundo o disposto pelo artigo
102 desta Lei.

Art. 135 Aprovado o Plano de Urbanização Específica, o Poder Executivo


Municipal expedirá a licença para execução das obras e serviços previstos.

Art. 136 Concluídas as obras e verificado o cumprimento das exigências, o


Poder Executivo Municipal expedirá o Auto de Regularização, com o qual será requerida a
averbação ou o registro, quando for o caso, junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

§ 1º Será admitido para fins de registro o estabelecimento de Instrumento


de Garantia de que trata o § 1º do artigo 76 desta Lei.

§ 2º O Instrumento de Garantia deverá vincular o mínimo de 30% (trinta


por cento) do número total de lotes do Plano de Urbanização Específica ou apresentar garantia
pecuniária ou hipotecária.

§ 3º A regularização dos parcelamentos irregulares não implica o


reconhecimento pelo Poder Executivo Municipal, de quaisquer obrigações assumidas pelo
parcelador junto aos adquirentes dos lotes.

Art. 137 Será permitido o desdobro do lançamento do Imposto Predial e


Territorial Urbano - IPTU, que será regulamentado por lei municipal específica.

Art. 138 Expedido o Auto de Regularização, deverá ser requerida a


averbação ou o registro quando for o caso junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Subseção IV
Dos mecanismos para contenção à implantação de loteamentos irregulares

Art. 139 Detectada a implantação de parcelamento do solo de forma


irregular, deverão ser adotadas, de imediato pelo Poder Executivo, as seguintes providências:

I - Autuação de processo administrativo;

II - Identificação do parcelador junto aos cadastros da Prefeitura Municipal de Mauá e do


Cartório de Registro de Imóveis, quando for o caso;

III - Caracterização urbanística inicial do parcelamento mediante o levantamento dos seguintes


elementos:

-segue fls.35-

34
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.35-

a) localização;
b) área aproximada;
c) características ambientais;
d) outros elementos relevantes para apuração da irregularidade.

IV - Notificação ao parcelador, ou ao(s) responsável(eis) pela obra, para


interromper a implantação do parcelamento e corrigir os possíveis impactos ambientais
decorrentes;

V - Identificação dos adquirentes e cópia de seus contratos de aquisição;

Parágrafo único. Aplica-se para a expedição da notificação de irregularidade


o § 2º do artigo 129 desta Lei.

Art. 140 Após a expedição da notificação de irregularidade, deverá ser


encaminhada ao Ministério Público, em caráter de urgência, a Notícia-Crime, objetivando a
adoção de medidas de caráter penal.

Art. 141 Ao parcelador serão aplicadas as penalidades administrativas


cabíveis até a efetiva regularização do parcelamento do solo.

Art. 142 Detectada a ocupação recente de área pública, a Prefeitura deverá


de imediato tomar providências no sentido de desocupação da área.

Art. 143 Os débitos de natureza tributária serão cobrados pelas vias próprias
judiciais.

SEÇÃO II
Das zonas e áreas especiais de interesse social 2

Art. 144 As ZEIS / AEIS 2 só serão utilizadas para a implantação de


E.H.I.S. - Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social.

Parágrafo único. Os parâmetros quanto ao uso, ocupação, urbanização e


unidades acabadas, bem como as formas de aprovação e implantação seguem conforme
estabelecido no Título V desta Lei.

CAPÍTULO II
DAS ZONAS E ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE AMBIENTAL

Art. 145 As ZEIAS / AEIAS são classificadas conforme os artigos 64 e 65


do Plano Diretor do Município.

Art. 146 Poderão ser criadas novas ZEIAS / AEIAS através de lei
específica.
-segue fls.36-

35
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.36-

Art. 147 Poderão solicitar a delimitação de novas ZEIAS / AEIAS:

I - Poder Executivo;

II - Proprietários de áreas passíveis de delimitação de ZEIAS / AEIAS.

Parágrafo único. Os critérios, formas de tramitação e delimitação de novas


ZEIAS / AEIAS serão regulamentados pelo Poder Executivo Municipal no prazo de 90 (noventa)
dias contados a partir da publicação desta Lei.

Seção I
Dos objetivos e critérios

Art. 148 As intervenções em ZEIAS / AEIAS deverão possibilitar:

I - A preservação ou recuperação da qualidade ambiental;

II - Aumento da oferta de oportunidade de lazer à população;

III - Manutenção das áreas vegetadas;

IV - Recuperação dos suportes naturais degradados por ações antrópicas, representadas no


município por áreas remanescentes de exploração mineral e depósitos de resíduos sólidos.

Seção II
Dos parâmetros técnicos

Art. 149 O Parque Municipal da Gruta de Santa Luzia será regulamentado


conforme o Decreto Federal nº 64.017 de 12 de setembro de 1979, que dispõe sobre Parques
Nacionais Brasileiros.

Art. 150 As ZEIAS / AEIAS 1 são classificadas em quatro sub-grupos:

I - Grupo A - área de preservação pertencente ao Pólo Petroquímico de Capuava e faixa de


preservação do Pólo Industrial do Sertãozinho, destinadas a preservar as características naturais
existentes, a estabelecer uma zona de transição entre o pólo petroquímico e o pólo industrial e os
núcleos populacionais existentes, procurando evitar a expansão da ocupação de qualquer
atividade incômoda para as regiões circunvizinhas;

II - Grupo B - áreas de preservação com predominância de mata natural secundária e


reflorestamento, cuja ocupação só será permitida para dar suporte à manutenção e preservação do
patrimônio ambiental existente;

III - Grupo C - áreas de preservação com presença de mata natural secundária, cujo objetivo é
proteger cabeceiras, encostas naturais e vegetação existente e cuja ocupação será permitida, desde
que não comprometa suas características naturais;
-segue fls.37-

36
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.37-

IV - Grupo D - área correspondente à área do Parque do Paço destinada exclusivamente às


atividades de lazer, cujos parâmetros de ocupação do solo são determinados pelo Plano
Específico do Parque.

Art. 151 Os parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo em ZEIAS


/ AEIAS 2 serão estabelecidos na ocasião da elaboração dos Planos de intervenção nestas áreas.

Art. 152 A implantação dos empreendimentos em ZEIAS / AEIAS 1


deverá adequar-se à vegetação de interesse ambiental existente no local.

§ 1º Qualquer que seja a intervenção nas ZEIAS / AEIAS 1 C, não será


permitida a supressão de mais de 13% (treze por cento) da área coberta por vegetação já
existente, devendo, se for o caso, haver complementação caso a situação original da propriedade
não permita o atendimento automático.

§ 2º Nas ZEIAS / AEIAS 1 B, não será permitida em nenhuma hipótese a


supressão da vegetação de porte já existente, devendo se for o caso, haver a complementação
como o disposto no parágrafo anterior.

Art. 153 Os imóveis em ZEIAS / AEIAS 1 e 2 não serão passíveis de


parcelamento do solo, salvo nos casos definidos pelo Poder Executivo Municipal para compor
área remanescente vegetada, para implantação de parques ou áreas de proteção ambiental
implantadas pelo Poder Público ou iniciativa privada, devendo esta condição ser averbada na
matrícula do mesmo junto ao Cartório de Registro de Imóveis.

Art. 154 A gestão das ZEIAS / AEIAS 1 A ficam a cargo dos proprietários
das áreas onde incidem as referidas zonas ou áreas, cujas ocupações só serão permitidas a partir
da aprovação de um Plano de Ocupação e Gestão que operacionalize a preservação e o manejo
destas áreas.
Art. 155 Os parâmetros de ocupação quanto aos recuos em ZEIAS /
AEIAS 1B e 1C seguem o disposto pelos artigos de 22 a 28 desta Lei.

Art. 156 Nas ZEIAS / AEIAS 1B somente será permitida a instalação de


atividades não incômodas ou incômodas não residenciais de caráter institucional para dar suporte
à manutenção e preservação do patrimônio ambiental existente.

Art. 157 A taxa de ocupação máxima permitida nas ZEIAS / AEIAS 1B é


0,02 (dois centésimos) e o coeficiente de aproveitamento máximo permitido é 0,8 (oito décimos)
que deverá ser aplicado sobre a área resultante da taxa de ocupação.

Art. 158 Nas ZEIAS / AEIAS 1C poderão se instalar atividades não


incômodas e incômodas, observadas as disposições relativas desta Lei.

Art. 159 O coeficiente de aproveitamento máximo permitido em ZEIAS /


AEIAS 1 C é 1 e as taxas de ocupação máximas permitidas são as seguintes:

I – 0,2 (dois décimos) em terrenos com área inferior ou igual a 2.000 m² (dois mil metros
quadrados);
-segue fls.38-

37
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.38-

II – 0,1 (um décimo) em terrenos com área superior a 2.000m² (dois mil metros quadrados) e
igual ou inferior a 100.000 m² (cem mil metros quadrados);

III – 0,04 (quatro centésimos) em terrenos com área superior a 100.000 m² (cem mil metros
quadrados).

Parágrafo único. Em terrenos com área superior a 2.000 m² (dois mil


metros quadrados), o coeficiente de aproveitamento de que trata o “caput” será aplicado sobre a
área resultante da taxa de ocupação.

Art. 160 Será admitida a urbanização através de condomínios residenciais


nas glebas integralmente, independente da área, em ZEIAS / AEIAS 1 C, seguindo, no que
couber, as disposições contidas no artigo 59 desta Lei.

Parágrafo único. Nas urbanizações em forma de condomínio em ZEIAS /


AEIAS 1 C, as áreas vegetadas serão computadas no percentual mínimo exigido de áreas verdes,
devendo haver destinação necessária para áreas institucionais, conforme o caso.

Art. 161 Os acessos previstos nos planos de urbanização em ZEIAS /


AEIAS 1, deverão ser restritos às áreas edificadas.

Seção III
Do processo de aprovação e execução dos planos de intervenção em
ZEIAS / AEIAS

Art. 162 A aprovação dos Planos de Urbanização em ZEIAS / AEIAS


seguirá as exigências constantes nos itens 1 e 3 do anexo X desta Lei, conforme o caso.

Art. 163 O proprietário de terreno situado em ZEIAS / AEIAS poderá


requerer parceria do Poder Executivo Municipal para a implantação de área ou equipamento de
lazer de uso público compatível com a preservação ambiental, respeitando-se o estabelecido nesta
Lei e mediante termo ou contrato firmado entre as partes envolvidas.

TÍTULO VII
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANA

CAPÍTULO I
DAS OPERAÇÕES URBANAS

Art. 164 Poderão ser realizadas Operações Urbanas no Município, nos


termos dos artigos 66 a 73 da Lei Municipal nº 3.052, de 21 de dezembro de 1998 (Plano
Diretor).
Art. 165 As Operações Urbanas serão realizadas em áreas delimitadas no
município e poderão ser solicitadas:
-segue fls.39-

38
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.39-

I - Por empreendedores privados;

II - Pelo Poder Executivo.

Art. 166 Nas áreas delimitadas para Operação Urbana poderão ser
modificados pelo(s) interessado(s), os índices urbanísticos de ocupação do solo e parâmetros de
urbanização expressos nesta Lei.

§ 1º A modificação dos parâmetros acima descritos será realizada


mediante contrapartida financeira.

§ 2º A contrapartida financeira deverá ser revertida em melhorias


urbanísticas definidas pela Operação para a área delimitada.

Seção I
Da aprovação dos planos de Operação Urbana

Art. 167 O(s) interessado(s) deverá(ão) solicitar a Operação Urbana


através da apresentação de uma proposta ao Poder Executivo Municipal.

Art. 168 A proposta será analisada pelo Grupo Especial de Análise -


GEA, que a verificará e poderá solicitar as alterações em qualquer aspecto da mesma .

Parágrafo único. As peças gráficas bem como a documentação necessária


para a apresentação da proposta de Operação Urbana, encontram-se especificadas no anexo X
desta Lei.

Art. 169 Analisada e aprovada a proposta pelo Grupo Especial de Análise -


GEA, o(s) interessado(s) será(ão) comunicado(s) das conclusões, devendo apresentar os projetos
para aprovação nos termos do Título IV desta Lei, no que couber, e/ou pelo estabelecido no
Código de Edificações.

Art. 170 O Poder Executivo Municipal encaminhará após a aprovação do


Projeto Urbanístico, o Projeto de Lei da Operação Urbana para aprovação pelo Poder Legislativo.

Art. 171 Aprovada a Operação Urbana pelo Poder Executivo e pelo Poder
Legislativo, será formalizado o Termo de Compromisso para realização das obras.

CAPÍTULO II
DA URBANIZAÇÃO CONSORCIADA

Art. 172 Poderão ser realizadas Urbanizações Consorciadas no município,


nos termos dos artigos 69 e 70 do Plano Diretor do Município.
-segue fls.40-

39
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.40-

Art. 173 Na Urbanização Consorciada, o proprietário entregará seu imóvel


para urbanização ao Poder Executivo Municipal, mediante Plano de Urbanização, que será
realizado pelo Poder Executivo ou em parceria com o proprietário do imóvel, com devolução de
parte do imóvel urbanizado proporcional ao valor do imóvel antes da urbanização.

Art. 174 A Urbanização Consorciada só poderá ser requerida pelo


proprietário do imóvel.

Art. 175 Poderão ser realizadas Urbanizações Consorciadas em Zonas e


Áreas de Especial Interesse Social ou Ambiental.

Seção I
Da aprovação dos planos de Urbanização Consorciada

Art. 176 As condições para a viabilização da Urbanização Consorciada


serão fixadas em decreto e contrato firmado entre as partes envolvidas.

Art. 177 As peças gráficas, bem como a documentação necessária para a


firmação do contrato encontram-se especificadas no anexo X desta Lei.

TÍTULO VIII
DOS INSTRUMENTOS DE CONTROLE

CAPÍTULO I
DA GESTÃO

Art. 178 Fica criado o GEA – Grupo Especial de Análise.

Art. 179 A gestão do uso, ocupação e urbanização do solo será executada


pelo Poder Executivo e através do Grupo Especial de Análise.

Art. 180 O Grupo Especial de Análise – GEA será composto por 5 (cinco)
membros, servidores com qualificação técnica dos órgãos de Habitação, Planejamento e Meio
Ambiente, Assuntos Jurídicos, Obras Públicas, Serviço de Água e Esgoto do Município,
definidos através do Decreto, sendo no mínimo 3 (três) dos componentes pertencentes ao quadro
de funcionários estáveis.

§ 1º Os membros do Grupo responderão solidariamente por todos os atos


praticados , salvo se a posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e
registrada em Ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

§ 2º A investidura dos membros do Grupo não excederá o prazo de 1 (um)


ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para o mesmo cargo no período
subsequente.

Art. 181 O Grupo Especial de Análise – GEA, terá como competência:


-segue fls.41-

40
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.41-

I - Aprovar os planos de urbanização - parcelamento do solo, conjuntos em condomínio,


Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social, Planos de Urbanização Específica em
ZEIS / AEIS e os planos de Operação Urbana e Urbanização Consorciada;

II - Analisar e adotar parâmetros de ocupação do solo nos casos especiais descritos nesta lei;

III - Elaborar resoluções para facilitar o enquadramento das atividades incômodas;

IV - Avaliar e deliberar sobre a implantação das atividades classificadas como incômodas e


estabelecimento das medidas mitigadoras necessárias;

V - Dirimir sobre dúvidas para o devido enquadramento de atividades e pronunciar-se sobre as


questões omissas e contraditórias;

VI – Definir e gerir a aplicação de recursos humanos e financeiros nas regularizações em ZEIS /


AEIS 1 realizadas pelo Poder Público e envolvidos nas Operações Urbanas e Urbanização
Consorciada.

Art. 182 O Grupo Especial de Análise deverá elaborar no prazo de 60


(sessenta) dias da sua constituição:

I – Plano de Gestão, através de Decreto Municipal, em que definirá pelo menos:

a - Formas de encaminhamento, comunicação das propostas e decisões tomadas e participação


das comunidades envolvidas e empreendedores privados na gestão do Grupo , especificadas no
artigo anterior;

b - As prioridades de atendimento e participação das comunidades envolvidas, no caso de


regularização em ZEIS / AEIS 1.

II – O Regimento Interno do Grupo.

Art. 183 Para garantir as atividades de controle, o GEA - Grupo Especial de


Análise, através do Poder Executivo fica autorizado a estabelecer convênios com Órgãos
Estaduais ou Federais da administração pública, fazer consultas em órgãos de licenciamento,
normas técnicas existentes, institutos de pesquisas e outras entidades que considerar pertinentes.

Art. 184 Ficarão os pareceres emitidos pelo Grupo Especial de Análise -


GEA, sujeitos a avaliação anual pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano e Habitacional.

Art. 185 Cabe ao Poder Executivo Municipal a permanente atualização dos


dados e mapas referentes ao Sistema de Planejamento e Gestão.

CAPÍTULO II
DA FISCALIZAÇÃO E DAS PENALIDADES

Art.186 A fiscalização do cumprimento desta Lei será efetuada pelo Poder


Executivo, sem prejuízo de representação das irregularidades ao Ministério Público.
-segue fls.42-

41
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.42-

Art. 187 O Poder Executivo Municipal elaborará no prazo de 90 (noventa)


dias um plano estratégico para a execução da fiscalização e controle desta Lei, no qual definirá a
participação das comunidades locais.

Art.188 A infração será respondida pelo proprietário ou possuidor da área


do terreno na qual tenha sido praticada ou também quem por si ou proposto, por qualquer modo,
tenha cometido, concorrido para sua prática ou dela tenha sido beneficiado.

Art.189 Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas nesta Lei, o


infrator ou responsável é obrigado a indenizar ou a reparar o Poder Público pelos danos causados
ao Meio Ambiente e a terceiros afetados pela sua atividade, na forma prevista na legislação civil.

Art.190 É assegurado ao infrator ou responsável o exercício administrativo


do direito de defesa de acordo com os procedimentos fixados pelo Poder Público.

Art. 191 As infrações serão classificadas de acordo com o nível de


gravidade, sendo:

I – Simples – sujeitas a multas de 200 Unidades Fiscais de Referência - UFIRs;


II – Média – sujeitas a multas de 500 Unidades Fiscais de Referência - UFIRs;
III – Grave – sujeitas a multas de 2.000 Unidades Fiscais de Referência - UFIRs;
IV – Gravíssima – sujeitas a multas de 5.000 Unidades Fiscais de Referência - UFIRs

Parágrafo único. As infrações descritas no presente artigo serão


classificadas e aplicadas de acordo com os parâmetros a serem regulamentados.

Art.192 Os infratores das disposições desta Lei ficam sujeitos às seguintes


penalidades sem prejuízo de outras eventualmente cabíveis:

I - Advertência que determinará a imediata regularização da situação em prazo fixado pela


autoridade competente;

II - Multa pelo cometimento da infração;

III - Interdição do uso ou atividade proibida por esta Lei;

IV - Embargo das obras de urbanização;

V - Perda da isenção e outros incentivos tributários concedidos pelo Poder Executivo.

Parágrafo único. As penalidades indicadas neste artigo poderão ser


aplicadas simultaneamente e cumulativamente e sem prévia advertência.

Art.193 São consideradas infrações às normas de uso, ocupação e


urbanização do solo:

I - Falsa declaração de informações necessárias ao cumprimento desta Lei;

-segue fls.43-

42
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.43-

II - Instalação da atividade em zona de uso não permitida;

III - Instalação das atividades sem as exigências estabelecidas nesta Lei;

IV - Alteração dos parâmetros técnicos de ocupação referentes a zona;

V - Instalação de atividade sem Licença de funcionamento;

VI - Instalação de atividades incômodas sem a solicitação das Diretrizes de Projeto;

VII - Mudança de atividade sem a solicitação do Certificado de mudança de uso;

VIII - Execução de urbanização sem a Certidão de Uso e Alvará de Aprovação e Execução das
Obras;

IX - Execução de urbanização em desacordo com os projetos aprovados pelo Poder Executivo;

X - Venda de lotes sem o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Art.194 Será assegurado aos fiscais municipais devidamente credenciados,


a entrada e permanência, em imóveis públicos ou privados que estejam apresentando
irregularidades.

TÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO I
DAS EDIFICAÇÕES E ATIVIDADES NÃO CONFORMES

Art. 195 As atividades não conformes serão toleradas desde que a


edificação esteja regularizada para o uso existente e a atividade apresentada esteja compatível
com a legislação anterior.

Parágrafo único. Não será admitida ampliações das edificações utilizadas


para atividades não conformes.

Art. 196 Os casos de edificações irregulares que não atendem aos


parâmetros de uso e ocupação do solo da legislação anterior poderão ser regularizados desde que
atendam aos parâmetros estabelecidos por esta Lei e ao Código de Edificações e a atividade
exercida no imóvel esteja de acordo com o artigo anterior.

Art. 197 Não serão regularizadas em nenhuma hipótese, as edificações


que:

I - Avançarem sobre faixas de manutenção de cursos d'água, fundos de vale, faixas de


escoamento de águas pluviais, galerias, canalizações, linhas de transmissão de energia de alta
tensão, oleodutos e faixas de domínio de rodovias;
-segue fls.44-

43
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.44-

II - Avançarem sobre logradouros ou áreas públicas;

III - Estejam erigidas em imóvel resultante de parcelamento implantado irregularmente, salvo


casos especiais definidos em Lei;

IV - Estejam em desacordo com a legislação estadual de zoneamento industrial, nº 1.817/78, e a


Lei Estadual de Proteção aos Mananciais, nº 9.866/97, ou outras que vierem a substituí-la;

V - Não tenham condições de habitabilidade, compreendido como tal:

a - altura do pé-direito mínimo de 2,30 m (dois metros e trinta centímetros);

b - ventilação e iluminação através de abertura externa em cada cômodo;

c - condições de estabilidade e segurança.

VI – ausência de numeração oficial, nos termos da Lei.

Art. 198 O interessado deverá pagar os emolumentos decorrentes da


natureza do pedido, que compreendem as taxas de expediente, numeração, alinhamento,
nivelamento, conservação, habite-se e imposto sobre serviços, salvo as residências unifamiliares
com área igual ou inferior a 70 m² (setenta metros quadrados), que ficarão isentas do pagamento
do imposto sobre serviços.

CAPÍTULO II
DAS URBANIZAÇÕES IRREGULARES

Art. 199 Detectada nova implantação de parcelamento do solo de forma


irregular, deverão ser adotadas, de imediato pelo Poder Executivo Municipal, as seguintes
providências:

I - Autuação de processo administrativo;

II - Identificação do parcelador junto aos cadastros da Prefeitura Municipal de Mauá e do


Cartório de Registro de Imóveis, quando for o caso;

III - Caracterização urbanística inicial do parcelamento mediante o levantamento dos seguintes


elementos:

a - localização;

b - área aproximada;

c - características ambientais;

d - outros elementos relevantes para apuração da irregularidade.

-segue fls.45-

44
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.45-

IV - Notificação do parcelador para interromper a implantação do loteamento e para desfazê-lo;

V – Identificação dos adquirentes e cópia de seus contratos de aquisição.

Parágrafo único. Aplica-se para a expedição da Notificação de


Irregularidade os §§ 1º, 2º e 3º do artigo 128 desta lei.

Art. 200 Após a expedição da Notificação de Irregularidade, deverá ser


encaminhada ao Ministério Público, em caráter de urgência, a Notícia-Crime, objetivando a
adoção de medidas de caráter criminal.

Art. 201 Ao parcelador serão aplicadas as penalidades administrativas


previstas no artigo 193 desta lei, até a efetiva regularização do parcelamento do solo.

Art. 202 Detectada ocupação de área pública, a Prefeitura deverá de


imediato tomar providências no sentido de desocupação da área.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 203 Esta lei será revisada a cada 4 (quatro) anos a partir da data de sua
publicação.

Art. 204 Será aceita a solicitação de revalidação de quaisquer alvarás


emitidos com base na legislação anterior de uso e ocupação do solo somente uma vez, pelo prazo
de 2 (dois) anos, a partir da data de vencimento.

Parágrafo único. Os pedidos de aprovação em trâmite junto à Prefeitura


Municipal serão analisados em conformidade com a legislação antecessora a esta Lei ou nos
termos desta, mediante autorização expressa do interessado, exceto aqueles para os quais existam
restrições impostas por esta Lei.

Art. 205 Caberá ao Grupo Especial de Análise – GEA, criado pelo


Capítulo I do Título VIII desta Lei, proceder à análise de todos casos omissos, emitindo parecer,
que será submetido à decisão do Prefeito Municipal.

Art. 206 As despesas decorrentes da presente lei onerarão as verbas


próprias do orçamento vigente.

Art. 207 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial as leis municipais 1.134/70, 1.714/81, 2.662/95 e 2.702/96.

Município de Mauá, em 24 de março de 2000.

Prof. OSWALDO DIAS


Prefeito
-segue fls.46-

45
LEI Nº 3.272, DE 24 DE MARÇO DE 2000 -fls.46-

ANTONIO PEDRO LOVATO


Secretário de Assuntos Jurídicos

OSVALDO MISSO
Secretário de Obras

JOSIENE FRANCISCO DA SILVA


Secretária de Planejamento e Meio Ambiente

Registrada no Departamento de Documentação


e Atos Oficiais e afixada no quadro de editais
Publique-se na imprensa regional, nos termos
da Lei Orgânica do Município.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

JOSÉ LUIZ CASSIMIRO


Secretário de Governo
am//

46

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