Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PREPARATÓRIO DE
CONHECIMENTOS
PEDAGÓGICOS
www.PROFDAVI.com.br
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
(ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA). Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pes- público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
soa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiên- urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
cia), destinada a assegurar e a promover, em condições com mobilidade reduzida;
de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades II - desenho universal: concepção de produtos, ambien-
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua tes, programas e serviços a serem usados por todas as
inclusão social e cidadania. pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
tocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, es-
por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de tratégias, práticas e serviços que objetivem promover a
2008 , em conformidade com o procedimento previsto funcionalidade, relacionada à atividade e à participação
no § 3º do art. 5º da Constituição da República Federa- da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
tiva do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico visando à sua autonomia, independência, qualidade de
externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados vida e inclusão social;
pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 , data IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
de início de sua vigência no plano interno. comportamento que limite ou impeça a participação so-
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela cial da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício
que tem impedimento de longo prazo de natureza físi- de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movi-
ca, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação mento e de expressão, à comunicação, ao acesso à in-
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua partici- formação, à compreensão, à circulação com segurança,
pação plena e efetiva na sociedade em igualdade de entre outros, classificadas em:
condições com as demais pessoas. a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será nos espaços públicos e privados abertos ao público
biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e ou de uso coletivo;
interdisciplinar e considerará: (Vigência) b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; públicos e privados;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
III - a limitação no desempenho de atividades; e mas e meios de transportes;
IV - a restrição de participação. d) barreiras nas comunicações e na informação:
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avalia- qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
ção da deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: o recebimento de mensagens e de informações por
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcan- intermédio de sistemas de comunicação e de tecnolo-
ce para utilização, com segurança e autonomia, de gia da informação;
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edifica- e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos
ções, transportes, informação e comunicação, inclu- que impeçam ou prejudiquem a participação social
sive seus sistemas e tecnologias, bem como de ou- da pessoa com deficiência em igualdade de condi-
tros serviços e instalações abertos ao público, de uso ções e oportunidades com as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem nha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação,
o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias; permanente ou temporária, gerando redução efetiva da
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Lín- da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pes-
gua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, soa com criança de colo e obeso;
o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação X - residências inclusivas: unidades de oferta do Ser-
tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimí- viço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência
dia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da co-
sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os munidade, com estruturas adequadas, que possam
modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de contar com apoio psicossocial para o atendimento
comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a
das comunicações; jovens e adultos com deficiência, em situação de de-
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações pendência, que não dispõem de condições de autos-
e ajustes necessários e adequados que não acarretem sustentabilidade e com vínculos familiares fragiliza-
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em dos ou rompidos;
cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com defi- XI - moradia para a vida independente da pessoa com
ciência possa gozar ou exercer, em igualdade de condi- deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes
ções e oportunidades com as demais pessoas, todos os de proporcionar serviços de apoio coletivos e individuali-
direitos e liberdades fundamentais; zados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de
VII - elemento de urbanização: quaisquer compo- jovens e adultos com deficiência;
nentes de obras de urbanização, tais como os refe- XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da fa-
rentes a pavimentação, saneamento, encanamento mília, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência
gás, iluminação pública, serviços de comunicação, no exercício de suas atividades diárias, excluídas as téc-
abastecimento e distribuição de água, paisagismo nicas ou os procedimentos identificados com profissões
e os que materializam as indicações do planeja- legalmente estabelecidas;
mento urbanístico; XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exer-
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos exis- ce atividades de alimentação, higiene e locomoção
tentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos do estudante com deficiência e atua em todas as ati-
ou adicionados aos elementos de urbanização ou vidades escolares nas quais se fizer necessária, em
de edificação, de forma que sua modificação ou seu todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
traslado não provoque alterações substanciais nesses tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou
elementos, tais como semáforos, postes de sinaliza- os procedimentos identificados com profissões legal-
ção e similares, terminais e pontos de acesso coletivo mente estabelecidas;
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de com deficiência, podendo ou não desempenhar as fun-
natureza análoga; ções de atendente pessoal.
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que te-
CAPÍTULO IV DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com de- métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos,
ficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de
de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível plano de atendimento educacional especializado, de or-
de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelec- ganização de recursos e serviços de acessibilidade e de
tuais e sociais, segundo suas características, interesses e disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos
necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É de- de tecnologia assistiva;
ver do Estado, da família, da comunidade escolar e da VIII - participação dos estudantes com deficiência e de
sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa suas famílias nas diversas instâncias de atuação da co-
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de munidade escolar;
violência, negligência e discriminação. IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o de-
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, de- senvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, voca-
senvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: cionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e criatividade, as habilidades e os interesses do estudante
modalidades, bem como o aprendizado ao longo de com deficiência;
toda a vida; X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando programas de formação inicial e continuada de profes-
a garantir condições de acesso, permanência, participa- sores e oferta de formação continuada para o atendi-
ção e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de mento educacional especializado;
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e XI - formação e disponibilização de professores para o
promovam a inclusão plena; atendimento educacional especializado, de tradutores e
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendi- intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissio-
mento educacional especializado, assim como os de- nais de apoio;
mais serviços e adaptações razoáveis, para atender às XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de
características dos estudantes com deficiência e garantir uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a am-
o seu pleno acesso ao currículo em condições de igual- pliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo
dade, promovendo a conquista e o exercício de sua au- sua autonomia e participação;
tonomia; XIII - acesso à educação superior e à educação profis-
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como pri- sional e tecnológica em igualdade de oportunidades e
meira língua e na modalidade escrita da língua portu- condições com as demais pessoas;
guesa como segunda língua, em escolas e classes bilín- XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de
gues e em escolas inclusivas; nível superior e de educação profissional técnica e tecno-
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em lógica, de temas relacionados à pessoa com deficiência
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmi- nos respectivos campos de conhecimento;
co e social dos estudantes com deficiência, favorecendo XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade
o acesso, a permanência, a participação e a aprendiza- de condições, a jogos e a atividades recreativas, esporti-
gem em instituições de ensino; vas e de lazer, no sistema escolar;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos XVI - acessibilidade para todos os estudantes, traba-
lhadores da educação e demais integrantes da comu- dato com deficiência;
nidade escolar às edificações, aos ambientes e às ativi- IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
dades concernentes a todas as modalidades, etapas e tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados
níveis de ensino; e escolhidos pelo candidato com deficiência;
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; XVIII - articu- V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada
lação intersetorial na implementação de políticas públicas. pelo candidato com deficiência, tanto na realização de exa-
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e moda- me para seleção quanto nas atividades acadêmicas, me-
lidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto diante prévia solicitação e comprovação da necessidade;
nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, VI - adoção de critérios de avaliação das provas escri-
XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a tas, discursivas ou de redação que considerem a singula-
cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em ridade linguística da pessoa com deficiência, no domínio
suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri- da modalidade escrita da língua portuguesa;
mento dessas determinações. VII - tradução completa do edital e de suas retificações
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da em Libras.
Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo,
deve-se observar o seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educa-
ANOTAÇÕES
ção básica devem, no mínimo, possuir ensino médio com-
pleto e certificado de proficiência na Libras; (Vigência)
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcio-
nados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cur-
sos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução
e Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 29. (VETADO).
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e perma-
nência nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino
superior e de educação profissional e tecnológica, públi-
cas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência
nas dependências das Instituições de Ensino Superior
(IES) e nos serviços;
II - disponibilização de formulário de inscrição de exa-
mes com campos específicos para que o candidato com
deficiência informe os recursos de acessibilidade e de
tecnologia assistiva necessários para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis
para atendimento às necessidades específicas do candi-