TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES 3ª conclusão: credor/sujeito ativo é
titular de um direito subjetivo, ou
TRILHA 1 (16/02/2022) seja, possui direito de crédito. Obrigações: relação jurídica entre 4ª conclusão: devedor/sujeito credor/polo ativo (direito subjetivo, passivo é aquele que possui um direito de credito) e devedor/polo dever jurídico, ou seja, dever de passivo (dever de prestar). prestar. Devem ser determinadas ou 5ª conclusão: objeto é uma determináveis e capazes, gerando prestação de cunho patrimonial. efeitos entre eles. Trata-se de um comportamento de Objeto: prestação, dar, fazer ou não exigir do devedor. Caso não fazer. Conteúdo patrimonial. cumpra o devedor responderá pelo inadimplemento. Para ter vinculo negocial deve ter esses dois requisitos. Estrutura básica:
Sem credor, sem devedor e sem
Credor: direito de exigir objeto não há em que se falar em dever obrigacional. Devedor: dever de prestar Relação obrigacional, NÃO se Objeto: prestação esgota no dever de prestação. É Vinculo jurídico: justamente possível ter mais de um dever de pelo credor tem o direito de prestação, por exemplo, compra e exigir e o devedor o de prestar. venda existe deveres e obrigações recíprocos. O que é obrigação? Existe limitações didáticas, Prestação, credor, pessoa, vinculo devemos analisar o contexto todo jurídico, exigir, devedor, satisfazer, em si. contrato, relação jurídica, Este é o conteúdo mínimo de uma cumprimento, interesses jurídicos obrigação. etc. Obrigações simples Prestação é o principal elemento da relação obrigacional. Credor é titular de direito de crédito.
Na legislação brasileira não há uma Devedor é titular de dever de
definição em lei, recorremos a débito. doutrinas. Há uma única prestação. 1ª conclusão: obrigação é uma Obrigações complexas relação jurídica, podem ser exigidas juridicamente, ou seja, não é Cada polo é ao mesmo tempo apenas um vinculo moral sendo titular de direitos e deveres. esta impossível de exigir no mundo jurídico. Há pluralidades de prestações.
2ª conclusão: existe 2 sujeitos, Obrigação como Processo
passivo (dever de prestar) e o ativo (busca a satisfação, pode exigir ela). Devemos entender que a obrigação devedor pode ser exigido é todo um processo, ou seja, não é juridicamente pelo credor. só a existência da relação que ATENÇÃO, o objeto da relação configura o dever obrigacional. obrigacional está ligado ao A doutrina brasileira entende que a comportamento positivo do relação obrigacional não se esgota devedor. apenas na prestação. Existe uma A obrigação tem conteúdo complexibilidade de deveres e transitório, pois, o credor busca obrigações satisfazer seu interesse, em regra Seu principal papel é o da boa-fé, uma vez cumprido esta relação de consequência do negócio. obrigação estaria extinta. E-book Portanto a relação de obrigação deve ser: Não uma existe uma definição legal sobre o que é obrigação. Encarada em seu conjunto, a relação obrigacional é um vínculo “Obrigação é um vínculo jurídico em jurídico entre duas partes, em virtude do qual uma pessoa fica virtude do qual uma delas fica adstrita a satisfazer uma prestação adstrita a satisfazer uma prestação em proveito de outra”. (GOMES, patrimonial de interesse da outra, 2019, p. 9). que pode exigi-la, se não for “(…) obrigação é o vínculo jurídico cumprida espontaneamente, em virtude do qual uma pessoa mediante agressão ao patrimônio pode exigir de outra prestação do devedor. (GOMES, 2019, p. 10). economicamente apreciável” Obrigação como processo: A (PEREIRA,2020, p. 7). obrigação é centralizada na “(…) uma relação jurídica transitória prestação, mas pode englobar em de cunho pecuniário, unindo duas outros deveres, ônus ou sujeições, (ou mais) pessoas, devendo uma (o porem seu principal objetivo é a devedor) realizar uma prestação à satisfação do interesse do credor. outra (o credor).” (VENOSA, 2020, Esta complexibilidade esta ligada p. 5)” ao processo, estrutura, organismo A obrigação trata-se de um direito etc. respectivo, ou seja, um direto de Conceito aplicado no Brasil: crédito e o dever jurídico é denominado de prestação. Obra do jurista gaúcho Clóvis do Couto e Silva, “A obrigação como A vinculo entre 2 ou mais pessoas, processo”, publicada em 1976 e credor (direito subjetivo) devedor ainda hoje bastante atual. Nela, o (dever jurídico). Aqui existe um jurista examinou a relação dever especifico entre as partes obrigacional como um processo que que pode ser exigido. se move em direção à satisfação A noção de prestação é essencial dos interesses do credor ou, para definir uma relação jurídica simplesmente, ao adimplemento. A obrigacional, trata-se do objeto da ênfase conferida ao processo relação com cunho patrimonial. obrigacional destaca o seu caráter Portanto o comportamento do dinâmico 1ª conclusão: relação obrigacional é síntese, de relação jurídica uma ordem de cooperação. Pois o obrigacional. objeto da obrigação esta ligado ao Vídeo complementar comportamento do devedor em satisfazer a do credor. Estando Princípio da boa-fé: configura um ligada diretamente ao princípio da instituto jurídico, é uma expressão boa-fé. datada de vagueza semântica e consiste em cláusula geral. 2ª conclusão: boa-fé é a estrutura da obrigação. Tendo três funções Boa-fé Subjetiva: indica um estado principais: integrativa (criação de de fato, crença de agir deveres), interpretativa (balizas corretamente, está ligado a pessoa. hermenêuticas) e limitativa (norma de Por exemplo o art. 686 do CC. balizamento de condutas). Esta subjetividade pode ser 3ª conclusão: ordens de deveres, realizada pelo plano do ou seja, qualificam a relação conhecimento (não sabe que está obrigacional. causando um dano/acredita naquilo) ou pela presunção. A obrigação como processo está Exemplo. art.309, art.1.201 do CC. relacionada ao adimplemento e inadimplemento. Há crença do individuo e a tutela da confiança na aparência da situação. Credor: sujeito ativo da relação jurídica obrigacional. Aquele que Direito protege a crença legitima, tem o direito subjetivo de exigir o estado de fato, atos etc. cumprimento de determinada A boa-fé subjetiva traduz um estado prestação (direito de crédito). de crença legitimada por elementos Devedor: sujeito passivo da relação objetivos. jurídica obrigacional. Aquele que Boa-fé Objetiva: aqui não tem tem o dever jurídico de cumprir a relação ao estado de fato ou a prestação (dever de prestar). presunção. Boa-fé Objetiva é uma Prestação: objeto da relação norma de dever-ser. Art. 422 do jurídica obrigacional. Seu conteúdo CC. é um comportamento exigido do Deve ser seguido pelas pessoas. devedor e tem cunho patrimonial. Para existir deve estar alinhado Relação jurídica obrigacional: com os outros princípios daquela relação jurídica que tem como área jurídica. Sendo importante a objeto uma prestação. análise da espécie do contrato, tipo de interesse e a finalidade do Obrigação como processo: negócio. expressão pela qual se designa a existência de uma multiplicidade de Existindo 3 tipos de interesses: elementos que compõem a relação próprio, de outrem e o interesse jurídica obrigacional e que não se comum. esgotam no dever de prestação, A boa-fé objetiva cria deveres entre ainda que este seja essencial e as partes para o adimplemento do indispensável. contrato, deveres de colaboração Obrigação: em sentido técnico, (art. 422 do CC). Além de atuar no funciona como sinônimo, por plano de interpretação do contrato e determina como os sujeitos devem agir no direito, poderes e faculdades emergentes do contrato. Atua como função corretiva, correção das condutas em casos excepcionais no conteúdo do contrato. Concretiza uma situação passiva ou ativo que foi conferida pelo direito. Boa-fé atuará no plano da eficácia.