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Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda

Projecto Temático de Electrónica e Sistemas


Analógicos

2006-2007

Sistema de Ventilação

Realizador por: Orientador do projecto:


Grupo EM02 Prof. Paulo Bartolomeu
Bruno Cunha nº 33785
Carlos Andrade nº 33092
Nuno Neves nº 21631
Pedro Sousa nº 31260
Rui Pinto nº 17726

ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
2. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................3
2.1 Diagrama de blocos.................................................................................................3
2.2 PWM (Pulse Width Modulation).............................................................................5
2.3 Dimensionamento dos circuitos..............................................................................8
2.3.1 Diagrama de blocos do circuito final................................................................8
2.3.2 Amplificador de sinal do sensor.......................................................................9
2.3.3 Somador pesado e regulação..........................................................................10
2.3.4 Gerador de sinal triangular.............................................................................11
Astável................................................................................................................11
Integrador de Miller............................................................................................13
Amplificador de diferença (1, 2 e 3)..................................................................14
2.3.7 Amplificador de corrente................................................................................17
2.3.8 Circuito final...................................................................................................19
3. CONCLUSÕES...........................................................................................................19
4. BIBLIOGRAFIA/REFERÊNCIAS.............................................................................21
5. ANEXOS.....................................................................................................................22
Anexo 1 – Soluções comerciais.....................................................................................I
Anexo 2 – Sensores de temperatura..............................................................................II
Anexo 3 – Ventoinhas.................................................................................................III
Anexo 4 – Amplificador de sinal do sensor................................................................IV
Anexo 5 – Somador pesado e regulação.......................................................................V
Anexo 6 – Circuito astável.......................................................................................VIII
Anexo 7 – Circuito integrador de Miller....................................................................XII
Anexo 8 – Amplificador de diferença (1,2 e 3).....................................................XVIII
Anexo 9 – Amplificador de corrente.........................................................................XX
Anexo 10 – Características do sistema...................................................................XXII
Anexo 11 – Orçamento para o sistema..................................................................XXIII
EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 3
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Foto da maqueta elaborada.............................................................................2


Figura 2 – Diagrama de blocos..........................................................................................3
Figura 3 – Constituição do PWM......................................................................................5
Figura 4 – Gráfico explicativo da função do PWM..........................................................6
Figura 5 – Gráfico explicativo do funcionamento das três ventoinhas.............................7
Figura 6 – Diagrama de blocos do circuito final...............................................................8
Figura 7 – Amplificador de sinal do sensor.......................................................................9
Figura 8 – Circuito somador pesado e regulação............................................................10
Figura 9 – Astável...........................................................................................................12
Figura 10 – Snapshot ao sinal de saída do circuito astável (V6)......................................13
Figura 11 – Integrador de Miller.....................................................................................14
Figura 12 – Snapshot ao sinal de saída do integrador de Miller (V7)..............................14
Figura 13 – Amplificador de diferença...........................................................................15
Figura 14 – Sinal proveniente do Integrador...................................................................16
Figura 15 – Sinal á saída do amplificador de diferença da primeira ventoinha (V8)......16
Figura 16 – Componente DC...........................................................................................16
Figura 17 – Amplificador de corrente.............................................................................18
Figura 18 – Circuito final................................................................................................19
Figura 19 – Amplificador de sinal do sensor..................................................................IV
Figura 20 – Amplificador de diferença com regulação....................................................V
Figura 21 – Potenciómetro para regulação......................................................................VI
Figura 22 – Astável.......................................................................................................VIII
Figura 23 – Filtro passa-alto............................................................................................IX
Figura 24 – Integrador de Miller....................................................................................XII
Figura 25 – Amplificador de diferença......................................................................XVIII
Figura 26 – Amplificador de corrente...........................................................................XX
1. INTRODUÇÃO

O objectivo do projecto consiste em construir um sistema electrónico que


accione progressivamente um conjunto de ventoinhas à medida que a temperatura
ambiente de uma linha de produção alimentar aumenta acima de um limite
preestabelecido.
Para o efeito, o sistema electrónico terá de ser capaz de controlar um conjunto de
três ventoinhas, ventilando os produtos da linha de produção e controlando a
temperatura ambiente. À medida que a temperatura vai aumentando, as ventoinhas
devem entrar sucessivamente em funcionamento. Cada uma das ventoinhas é accionada
a uma velocidade reduzida, devendo aumentar a velocidade de rotação à medida que a
temperatura aumenta, até atingir o patamar superior, momento em que a ventoinha
seguinte deverá ser accionada. O percurso inverso, isto é, quando a temperatura
diminuir, deverá ser idêntico no sentido da paragem progressiva e sucessiva das três
ventoinhas.
Assim, começou-se por pesquisar as soluções comerciais existentes no mercado
(Anexo 1) que correspondem aos objectivos propostos neste projecto. Elaborou-se um
diagrama de blocos, que traduz o funcionamento genérico do sistema. Realizou-se
também uma pesquisa de sensores de temperatura (Anexo 2) e de ventoinhas (Anexo 3).
Em seguida estudou-se a técnica de modulação PWM (pulse width modulation)
que é aplicada no controlo das ventoinhas. Finalmente, foi dimensionado e construído o
circuito e maqueta demonstrativos.
Na elaboração da maqueta teve-se em consideração a construção de um tapete
rolante, de modo a simular o transporte dos produtos alimentares. As ventoinhas foram
colocadas de forma a ventilarem os alimentos que circulam no tapete de acordo com a
temperatura medida pelo sensor de temperatura. Na figura seguinte apresenta-se a
maqueta elaborada.

0 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Figura 1 – Foto da maqueta elaborada

Na secção seguinte apresenta-se mais detalhadamente as várias etapas de


dimensionamento do sistema electrónico.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 1


2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Diagrama de blocos

Após reflexão sobre uma possível solução para o trabalho, concluiu-se que o
sistema deveria ser dividido em dois blocos: Medição de Temperatura e Accionamento
de Ventoinhas. O primeiro bloco é constituído por um sensor de temperatura e um
circuito de condicionamento de sinal. No segundo bloco existe um circuito de actuação
e as ventoinhas.
De acordo com a solução encontrada, construiu-se o seguinte diagrama de
blocos (Figura 2).

Figura 2 – Diagrama de blocos

2 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Em seguida descreve-se cada um dos blocos:
Bloco de medição de temperatura:
 Sensor de temperatura
Tem como função a medição da temperatura ambiente da sala.
Para este estágio escolheu-se de entre os sensores de temperatura
analisados (Anexo 4), o sensor LM35 [7] pois é o sensor
existente na escola e apresenta um custo reduzido.

 Condicionamento de sinal
Neste subloco irá ser realizado o tratamento de sinal recebido do
sensor de temperatura.

Bloco de accionamento das ventoinhas:

 Actuação
Este subloco tem como função ligar ou desligar as ventoinhas de
acordo com a temperatura medida pelo sensor.

 Ventoinhas
Dispositivos actuadores.
Dentro das ventoinhas analisadas (Anexo 3), optou-se pelas
ventoinhas Sunon [6], dado o seu baixo custo, tamanho reduzido.
O tamanho é essencial pois pretende-se construir uma maqueta de
pequenas dimensões para a demonstração do projecto.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 3


2.2 PWM (Pulse Width Modulation)
Como se pretende controlar a velocidade das ventoinhas de acordo com o sinal
fornecido pelo sensor de temperatura, utiliza-se um circuito PWM para o efeito.
Este circuito tem como função gerar um sinal cuja largura de impulso varia de
forma linear com a amplitude do sinal gerado pelo sensor de temperatura.
Usou-se modulação por PWM em detrimento de modulação por amplitude, pois
pretende-se variar a velocidade das ventoinhas alterando num dado período de tempo os
estados on/off das ventoinhas.

Constituição do circuito PWM e seu Funcionamento

Como se pode observar na Figura 3, o circuito PWM é constituído pelos seguintes


blocos:
- Sinal do sensor
- Sinal triangular
- Comparador

Figura 3 – Constituição do PWM

O comparador não inversor (cujo output é a onda quadrada) vai comparar o sinal
triangular com o sinal do sensor.
Os pontos onde existe cruzamento com o sinal triangular variam com a tensão do
sensor, mudando o estado (on/ off) do sinal de saída, como se pode verificar na Figura 4.

4 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Sinal triangular

Sinal modulante

Sinal PWM

Figura 4 – Gráfico explicativo da função do PWM

Aplicação em apenas uma ventoinha

No caso de um circuito PWM aplicado a uma ventoinha, para uma frequência


constante haverá uma variação da percentagem de tempo on e de tempo off quando o
dutty-cycle varia. Assim, a tensão média aplicada à ventoinha varia, fazendo mudar a
sua velocidade.

Aplicação a três ventoinhas

O objectivo é controlar a velocidade de três ventoinhas para que operem


progressivamente com o aumento de temperatura. Para o efeito, usa-se a modulação por
largura de impulso apresentado anteriormente, mas recorrendo a três sinais de referência
com tensões de offset diferentes, de modo a que o valor máximo de um sinal de
referência, seja o valor mínimo do sinal de referência seguinte. Escolheu-se para cada
um destes sinais uma amplitude de 3V, para que o ultimo sinal tivesse um valor máximo
de 9V. Este valor corresponde ao valor máximo em que as 3 ventoinhas estarão em
funcionamento. Á medida que a temperatura aumenta, a tensão fornecida pelo sensor
também aumenta e consequentemente as ventoinhas activam-se progressivamente. Esta
abordagem está demonstrada na Figura 5.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 5


Figura 5 – Gráfico explicativo do funcionamento das três ventoinhas

Na figura 5, pode-se observar que o sinal do sensor é constantemente comparado


com os três sinais de referência.
Se a temperatura aumentar, a ventoinha 1 entra em funcionamento, aumentando
a velocidade progressivamente até atingir a sua velocidade máxima (momento em que o
sinal do sensor ultrapassa o sinal de referência 1); imediatamente a seguir ( velocidade
máxima da ventoinha 1), entra em funcionamento a ventoinha 2 (comparação do sinal
do sensor com o sinal de referência 2) até atingir a sua velocidade máxima da mesma
forma que a ventoinha 1, e o mesmo se aplica à ventoinha 3 (comparação do sinal do
sensor com o sinal de referência 3). Quando é atingida a temperatura máxima, as três
ventoinhas têm que estar a funcionar à sua velocidade máxima.
Se a temperatura diminuir, o sistema actua de forma inversa ao processo
explicado para o aumento da temperatura, ou seja, a velocidade da ventoinha 3 diminui
até parar, diminuindo de seguida a velocidade da ventoinha 2 até esta parar e assim
sucessivamente até parar a ventoinha 1.

6 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


2.3 Dimensionamento dos circuitos

2.3.1 Diagrama de blocos do circuito final


Na Figura 6 pode-se observar o diagrama de blocos do circuito final. Neste
diagrama encontram-se interligados os diferentes componentes do circuito electrónico.

Figura 6 – Diagrama de blocos do circuito final

Como se pode observar pelo diagrama, o sensor irá ler o valor de temperatura na
linha de produção. Como o sensor coloca à sua saída 10mV/ºC [7], valor reduzido, este
sinal teve que ser amplificado. De seguida implementou-se um circuito somador pesado
que vai permitir ao utilizador definir a temperatura á qual a primeira ventoinha será
activada, ou activar todas as ventoinhas. Este processo resulta da regulação manual da
referência 1(Ref 1).
Como já foi referido no capítulo anterior (Cap. 2.2), foi necessário recorrer à
modulação por PWM. Para o efeito gerou-se um sinal triangular. O circuito astável gera
um sinal quadrado que vai ser integrado no integrador de Miller resultando à saída deste
um sinal triangular. A este sinal triangular vão ser adicionadas diferentes componentes
DC (ref.2, 3 e 4) pelos amplificadores diferença, resultando 3 sinais triangulares com
offset diferente. Estes sinais vão ser comparados nos comparadores com o sinal do
sensor, como explicado anteriormente (Cap. 2.2).

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 7


A saída dos comparadores irá ser um sinal PWM com dutty-cycle variável, que
irá controlar a velocidade de cada uma das ventoinhas.
Como o circuito comparador não fornece corrente necessária para activar as
ventoinhas, houve necessidade de utilizar um amplificador de corrente.
De seguida apresenta-se todo o dimensionamento do circuito á excepção do
circuito comparador que se encontra no ponto anterior relativo ao PWM.

2.3.2 Amplificador de sinal do sensor


Este circuito (Figura 7) tem como função amplificar o sinal proveniente do
sensor de temperatura (LM35).
Como já foi referido anteriormente este sensor tem uma variação á sua saída de
10mV/ºC numa gama de temperatura de 2 a 150ºC.
Para dimensionar este circuito foi definida como temperatura máxima 80ºC,
temperatura esta que corresponderá ao V out máximo do amplificador (12V). E com estes
dados calculou-se o ganho do amplificador não inversor utilizado.
Os cálculos encontram-se no Anexo 4.

Figura 7 – Amplificador de sinal do sensor

8 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


2.3.3 Somador pesado e regulação

Este circuito (Figura 8), tem como função permitir ao utilizador definir a
temperatura a partir da qual as ventoinhas serão accionadas (temperatura de arranque).
Para dimensionar este circuito, foi definido como temperatura máxima de
arranque 50ºC.
A diferença entre a temperatura máxima do sensor (80ºC) e a temperatura
máxima de arranque é a gama dinâmica de temperatura do sistema (30ºC). Ou seja, é
necessário existir uma variação de 30ºC acima da temperatura de arranque para que as 3
ventoinhas sejam todas activadas na sua velocidade máxima.
A esta gama dinâmica corresponde uma variação de 9V na saída deste circuito,
para qualquer temperatura de arranque. Para dimensionar o circuito teve-se em conta a
situação mais desfavorável ou seja para uma temperatura de arranque de 50ºC.
A regulação manual é feita através da referencia (V5) que depende do divisor
resistivo constituído por R8, R9 e P1.
Os cálculos deste circuito encontram-se no anexo 5.

Figura 8 – Circuito somador pesado e regulação

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 9


2.3.4 Gerador de sinal triangular
O gerador de sinal triangular é constituído por um circuito astável, um integrador
de Miller e um amplificador de diferença para cada ventoinha. De seguida apresenta-se
o dimensionamento destes circuitos.

Astável

Este circuito (figura 9) tem como objectivo gerar um sinal quadrado com uma
determinada frequência. A frequência seleccionada foi de 1.5 KHz, uma vez que, pelo
datasheet do OPAMP (LM741), a esta frequência, este aproxima-se das condições de
funcionamento de um OPAMP ideal, ou seja, possui resistência de entrada elevada ( >
5MΩ) e resistência de saída reduzida (<100Ω), como se pode observar pelos gráficos 1
e 2.

Gráfico 1 – Resistência de saída em função da frequência.

10 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Gráfico 2 – Resistência de entrada em função da frequência.

Como os dispositivos actuadores são ventoinhas, a frequência também não pode


ser muito reduzida, porque para frequências muito baixas seria possível visualizar a
transição de ventoinha ligada para ventoinha desligada. Outro motivo para não se usar
frequências muito reduzidas é a proximidade com os ruídos da rede, cuja frequência é
50Hz.
Para o dimensionamento do circuito foi escolhido para R 10 e R11 o valor de
100KΩ, de modo a que a corrente que circula pelas respectivas resistências não seja
superior a 50% do valor máximo da corrente fornecida pelo OPAMP (10mA no
mínimo).
À saída deste circuito colocou-se um filtro passa-alto, para atenuar a
componente DC á saída deste circuito.
De seguida na figura 9 encontra-se o circuito astável e o sinal de saída (figura
10). Todos os cálculos encontram-se no Anexo 6.

Figura 9 – Astável

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 11


Figura 10 – Snapshot ao sinal de saída do circuito astável (V6)

Integrador de Miller

Este circuito (Figura 11) tem como função integrar a onda quadrada proveniente
do circuito astável, produzindo à sua saída um sinal triangular.
Para o dimensionamento do circuito foi necessário limitar o ganho em DC, dado
que o condensador que se encontra na malha de realimentação comporta-se como um
circuito aberto a esta frequência, fazendo com que o OPAMP fique com ganho elevado
e sature. Para que tal não aconteça colocou-se uma resistência (R15) em paralelo com o
condensador. Esta resistência não pode ser muito reduzida, porque vai afastar o
funcionamento do circuito do integrador de Miller puro (Anexo7) e por outro lado, não

poderá ter um valor muito elevado porque irá afectar o ganho em DC

aumentando-o. Perante estas limitações definiu-se R15 =4K5Ω e R14 = 1K5Ω.


Como se pretende que a onda triangular possua de amplitude 3V (Vpp) e offset
de 0V, isso implica que v0= 1,5V como se pode observar na figura 10.
Os cálculos para este circuito encontram-se no Anexo 7.

12 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Figura 11 – Integrador de Miller

Figura 12 – Snapshot ao sinal de saída do integrador de Miller (V7)

Amplificador de diferença (1, 2 e 3)

Este circuito (Figura 13) tem como função adicionar uma componente DC ao
sinal proveniente do integrador de Miller, para que seja possível ter os 3 sinais
triangulares com offset diferente. Usou-se este circuito em detrimento de um somador
pesado, porque o amplificador diferença tende a eliminar o que é comum aos 2 sinais de
entrada, ou seja, se houver ruído comum ele será atenuado.

Para o amplificador diferença e aplicando o principio da sobreposição temos:

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 13


Para que não se altere, escolheu-se no qual resulta um
ganho de -1, de modo a que a amplitude do sinal não seja alterada.
Para a escolha do valor destas duas resistências também se teve em consideração
que não circulasse por proveniente da saída do OPAMP uma corrente superior a
50% do valor máximo da corrente fornecida pelo OPAMP (10mA no mínimo) [9].
Nas figuras 14, 15 e 16 podem-se observar os sinais de entrada e o sinal de
saída. Todos os cálculos encontram-se no Anexo 8.

Figura 13 – Amplificador de diferença

14 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Figura 14 – Sinal proveniente do Integrador
de Miller (V7)

Figura 15 – Sinal á saída do amplificador


de diferença da primeira ventoinha (V8)

Figura 16 – Componente DC

Depois de se ter os 3 sinais triangulares com offset diferente, esses sinais irão ser
comparados com o sinal proveniente do circuito de regulação nos respectivos
comparadores e assim se consegue alterar a velocidade de cada uma das ventoinhas.
Em seguida irá ser apresentado o circuito amplificador de corrente para as
ventoinhas.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 15


2.3.7 Amplificador de corrente

Este circuito (Figura 17) tem como objectivo activar as ventoinhas.


Uma vez que os OPAMPs não fornecem a corrente necessária (110mA a 12V)
para activar as ventoinhas foi usado um transístor para este efeito.
Este transístor trabalha nas regiões de saturação e corte, fazendo com que a
ventoinha ligue e desligue muito rapidamente de acordo com o sinal de PWM e
variando desta forma a sua velocidade.
Para o dimensionamento do transístor (calculo da resistência de base Rx) teve
que se assegurar que este trabalhava na região de saturação.
Como as ventoinhas possuem um circuito interno desconhecido não é possível
medir directamente a sua resistência interna. Para se obter um valor estimado da
resistência interna das ventoinhas, ligou-se uma delas à tensão de alimentação de 12V e
mediu-se a corrente consumida no arranque, uma vez que é esta a corrente máxima
necessária para accionar cada uma delas. Obteve-se o seguinte valor:

Pela lei de Ohm calcula-se então um valor estimado para a resistência interna da
ventoinha.

16 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Em seguida polarizou-se o transístor para operar na região de saturação (Anexo
9). Apresenta-se o circuito para os amplificadores de corrente de cada uma das
ventoinhas.

Figura 17 – Amplificador de corrente

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 17


2.3.8 Circuito final

Figura 18 – Circuito final

3. CONCLUSÕES
Após a elaboração deste trabalho, pode-se concluir que os objectivos
estabelecidos foram atingidos. As características técnicas do sistema encontram-se no
Anexo 10. Porem, existem algumas discrepâncias entre os resultados obtidos e os
pretendidos. Estas resultam das diferenças entre os valores de resistências calculadas e
as usadas nos circuitos, da não idealidade dos OPAMP, resistência de entrada não
infinita e resistência de saída não nula e tensão de offset (para LM741 é de 2mV). No
entanto estas discrepâncias não comprometem o resultado final embora o influenciem.
Foram encontradas algumas dificuldades na polarização do transístor, visto ser
desconhecida a resistência interna das ventoinhas escolhidas, usando-se para tal o
método alternativo já apresentado.

18 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


O circuito, futuramente, poderia ser melhorado nomeadamente o bloco de
regulação onde se poderia usar menos um OPAMP, se o amplificador do sensor fosse
inversor, poupando assim o OPAMP inversor com ganho -1 na saída do circuito de
regulação.
Também se poderiam fazer alterações de forma a que o sistema operasse com
qualquer tipo de ventoinhas. Para o efeito teria que se substituir no circuito amplificador
de corrente as ventoinhas por um relé que ira servir de interruptor para o novo tipo de
ventoinhas.
O custo global de todos os componentes usados neste trabalho foi calculado em
27,77€ (Anexo 11), valor relativamente baixo comparado com as soluções comerciais
encontradas, que não preenchem todos os requisitos deste trabalho.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 19


4. BIBLIOGRAFIA/REFERÊNCIAS

[1] Sedra/smith, Microelectrônica, Quarta Edição, 2000


[2] Paulo Bartolomeu, Apontamentos de Sistemas Electrónicos, 2006
[3] Hélder Gomes, Apontamentos de Semicondutores dispositivos e aplicações,
2006
[4]Maxim, Aplication note AN3173, http://pdfserv.maxim-ic.com/en/an/AN3173.pdf,
Outubro 2006
[5]Funji Perfecti , Automatic variable motor speed control
http://www2.mailordercentral.com/fungi/prodinfo.asp?
number=VMS500S&variation=&aitem=4&mitem=4, Outubro 2006
[6]Sunon, Caracteristicas técnicas,http://www.sunon.com.tw/products/pdf/kd.pdf,
Novembro 2006
[7] National semiconductor, LM35 Datasheet,
http://cache.national.com/ds/LM/LM35.pdf, Outubro 2006
[8] On Semiconductor, BC337 Datasheet,
http://www.onsemi.com/pub/Collateral/BC337-D.PDF, Novembro 2006
[9] Fairchild Semiconductor, LM741CN Datasheet,
http://newton.ex.ac.uk/teaching/CDHW/Electronics2/DataSheets/LM741.pdf, Outubro
2006

20 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


5. ANEXOS

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos 21


Anexo 1 – Soluções comerciais

Marca: Maxim

Ref.: MAX6653

Gama de temperaturas: -40 a 125 ºC

Tensão de alimentação: 3 a 5,5 V

Corrente de saída PWM: -1 a 50 mA

Preço: 1,60 €.
Marca:

Ref.: VMS500S

Gama de temperaturas: Desconhecida

Tensão de alimentação:

Corrente máxima de saída: 10 A

Preço: 199 €.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos I


Anexo 2 – Sensores de temperatura
Sensor:
Ref.: PT100

Resistência: 100Ω a 0ºC e 138Ω a 100ºC

Gama de temperaturas: -70 a 600 ºC

Preço: 15,30 €.

Sensor:
Ref.: LM19

Corrente de saída: 10 mA

Gama de temperaturas: -55 a 130 ºC

Erro entre 25 e 30 ºC: ±2,5 ºC

Preço: 0,95 €.
Sensor:
Ref.: LM35

Corrente de saída: 10 mA

Gama de temperaturas: -55 a 150 ºC

Erro a 25ºC: 0,5 ºC

Preço: 1,58 €.

II Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Anexo 3 – Ventoinhas

Ventilador:

Marca: Sunon.
Ref.: KDE 1204 PKS2 1.
Tamanho: 40x40x25 mm.
Tensão de funcionamento: 12V DC.
Potência de consumo: 0.8W.
Consumo de corrente (12V): 65mA.
Rotações: 6200 rpm.
Caudal de ar: 11.04 m³/h
Ruído: 21dB/A.
Peso: 31g
Preço: 6 €.
Ventilador:

Marca: COOLINK.
Ref.: SWIF fan 801.
Tamanho: 80x80x25 mm.
Tensão de funcionamento: 4-13V.
Potência de consumo: 0.96W.
Consumo de corrente: 70mA.
Rotações: 800-1500 rpm.
Caudal de ar: 23-38 m³/h
Ruído: 9-11dB/A.
Peso: Indisponível.
Preço: 7.80 €.
Ventilador:

Marca: Noiseblocker.
Ref.: NB-UltraSilentFan S1 Rev 1.2.
Tamanho: 80x80x25 mm.
Tensão de funcionamento: 12V DC.
Potência de consumo: 0.96W.
Consumo de corrente (12V): 70mA.
Rotações: 1500 rpm.
Caudal de ar: 38 m³/h
Ruído: 11 dBA.
Peso: 60g
Preço: 13.95 €.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos III


Anexo 4 – Amplificador de sinal do sensor

→ ganho de tensão

Figura 19 – Amplificador de sinal do sensor

Temperatura máxima = 80ºC


Tensão máxima de saída

Calculo do ganho:

, este valor foi escolhido de modo a que a corrente que circula por
não seja superior a 50% do valor da corrente fornecida pelo OPAMP.

Cálculo de :

usou-se

IV Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Anexo 5 – Somador pesado e regulação

Figura 20 – Amplificador de diferença com regulação

Pelo principio da sobreposição calculou-se a tensão de saída( ) no somador pesado

Para a gama dinâmica de 30ºC temos uma variação de 4,5V á saída do amplificador de
sensor ( ). Este valor quando amplificado no somador pesado terá de corresponder a
9V, de modo a activar todas as ventoinhas.

Cálculo de :
Considerando , , e

usou-se

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos V


Cálculo da contribuição de para o caso mais desfavorável (temperatura de

arranque = 50ºC)

Como se está a regular para uma temperatura de arranque

Como a alimentação de todo o circuito não é suficiente ( ) por si só para colocar

, foi necessário definir um ganho ( ) que se arbitrou para um valor de 2.

Assim calculou-se o

usou-se

Para que o circuito de regulação manual não altere o ganho do somador pesado,
colocou-se um buffer de modo a que a resistência “vista” para trás de seja
aproximadamente nula (resistência de saída do OPAMP).

Dimensionamento da regulação

Figura 21 – Potenciómetro para regulação

VI Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Considerando novamente a situação para uma temperatura de arranque de 50ºC,
calculou-se para esta situação,

Para que se possa activar todas as ventoinhas manualmente a uma temperatura de 0ºC
(situação mais desfavorável) , assim calculou-se para esta situação.

Perante isto o circuito de regulação terá que ser capaz de colocar em tensões entre -
7,5 e 4,5V, quando o potenciómetro se encontra nos seus extremos.

logo,

Calculo de e

usou-se

usou-se

Conclui-se após esta análise que a gama de temperaturas á qual funciona a activação
manual das ventoinhas é entre 0 e 30ºC (9V).

Para finalizar foi colocado á saída do somador pesado um amplificador inversor com
ganho -1, pois o somador inverte o sinal do sensor.

Anexo 6 – Circuito astável

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos VII


→ Período da onda quadrada

→ Constante de tempo

Figura 22 – Astável

Arbitrando:

Sabendo que Temos que

obtemos assim o valor de R3 :

À saída deste circuito colocou-se um condensador de valor . O circuito


resultante é um filtro passa-alto (Figura 23), que é formado por este condensador e
. De seguida apresenta-se o diagrama de Bode para o filtro.

VIII Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Z1
Vi Vo

Z2

Figura 23 – Filtro passa-alto

Diagrama de Bode do ganho

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos IX


Gráfico 3 – Diagrama de Bode do Ganho referente ao Filtro Passa-Alto

Diagrama de Bode da fase

Considerando

Se
Se
Se

X Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Gráfico 4 – Diagrama de Bode da Fase referente ao Filtro Passa-Alto

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XI


Anexo 7 – Circuito integrador de Miller

Tensão á saída do integrador

Figura 24 – Integrador de Miller

Saída do Astável 12V

Tensão nos terminais do condensador


Arbitrando:

Cálculo do valor de C3

Diagrama de Bode do integrador de Miller puro

XII Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Diagrama de Bode do ganho

Gráfico 5 – Diagrama de Bode do Ganho do Integrador de Miller sem realimentação

Diagrama de Bode da fase

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XIII


Gráfico 6 – Diagrama de Bode da Fase do Integrador de Miller sem realimentação

Diagrama de Bode do integrador de Miller com resistencia de


realimentação

Diagrama de Bode do ganho

XIV Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Análise de

Se

Se

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XV


Gráfico 7 – Diagrama de Bode do Ganho do Integrador de Miller com realimentação

Diagrama de Bode da fase

Se

XVI Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Gráfico 8 – Diagrama de Bode da fase do circuito integrador de Miller com realimentação

Conclusão

Pode-se concluir pelas análises anteriores que a resistência R f influencia a


resposta em frequência do circuito, afastando-a do funcionamento como Integrador de
Miller puro. Para não existir um grande desfasamento, Rf terá que ser o mais elevada
possível. No entanto, este valor tem de ser limitado para que o ganho em DC não seja
alto, prevenindo a saturação do OPAMP.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XVII


Anexo 8 – Amplificador de diferença (1,2 e 3)

Figura 25 – Amplificador de diferença

Pelo principio da sobreposição

tensão à saída do amplificador diferença


sinal proveniente da onda triangular
12 v da alimentação

cálculo de
Como se pretende uma componente DC de 9v no máximo e usando um potenciómetro
de 10k , tem-se:

XVIII Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


, usou-se

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XIX


Anexo 9 – Amplificador de corrente

Figura 26 – Amplificador de corrente

A ventoinha no arranque consome 110mA, com 12 V

Cálculo da resistencia da ventoinha

Análise da malha nº1 para cálculo de Ic

Sendo

Cálculo de na zona activa

XX Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Considerando

Análise da malha nº2 para cálculo de

Considerando e 12V para o sinal proveniente do PWM;

Para o BJT estar na região de saturação, , para que ,


provocando a saturação do transístor
usou-se

Colocou-se de modo a proteger o transístor. Como o sinal PWM atinge


valores de , para esta situação valor superior ao máximo permitido
para este transístor [8].
Como as bobinas não permitem variações bruscas de corrente e tendem a
contrariar essas variações, foi colocado por forma a que a reacção das ventoinhas
seja encaminhada para a fonte e não para o transístor.

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XXI


Anexo 10 – Características do sistema

Alimentação

Consumo 370mA

Potência

Gama de temperatura
a que o circuito de controlo
Porderá estar sujeito

Detectada pelo sensor

Gama dinâmica de temperatura

Gama de Temp. para arranque 0  50º C

Gama de temperaturas para


Activação manual de Ventoinhas

Caudal máximo de ar

XXII Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos EM02


Anexo 11 – Orçamento para o sistema

Preçário

Tipo: Designação: Preço unitário: Total:


(€)
12*100k
1*3k1
1*6k8
1*4k5
Resistências: 1*1k5 0.02 0.52
3*8k2
3*15k
2*56k
1*62k
1*33k
Condensadores: 2*100nF 0.07 0.21
1*1uF
OPAMPs: 11*LM741 0.18 1.98
Sensor temperatura: 1*LM35 1.58 1.58
Transístores: 3*BC337 0.08 0.24
Diodos 6*1n4004 0.02 0.12
Ventoinhas: 3*SUNON 6.00 18.00
KDE1204PKS2
Potenciómetros: 1*100k 0.20 0.80
3*10k
Placas perfuradas: 1 4.32 4.32

Total: 27.77 €

EM02 Relatório de Electrónica e Sistemas Analógicos XXIII

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