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Introdução
Os fatos processuais, por outro lado, são eventos naturais, que não
dependem da atuação humana, mas também têm repercussão ou relevância no
processo. Um exemplo é a morte de um dos litigantes, um fato processual de
grande importância, que pode, inclusive, provocar a extinção do processo.
Algumas condutas humanas, sem relação direta com o processo, mas que
repercutem nele, são consideradas fatos processuais. Um exemplo seria uma
greve geral que viesse a provocar a paralisação dos serviços forenses.
Em relação aos atos processuais, esses deverão ser praticados nos termos
definidos pela lei, que prevê todo procedimento a ser realizado e a forma que
deve observar.
Veja:
O ato deve produzir efeitos no processo para que possa ser considerado
processual. Esses efeitos podem ser a constituição, modificação ou extinção de
direitos processuais, conforme estabelece o art. 200 do CPC.
Pronunciamentos do Juiz
Sentenças
O art. 226, III, prevê o prazo de 30 dias para o juiz proferir sentença.
Decisões Interlocutórias
Outra espécie de ato praticado pelo juiz, além das sentenças, é a decisão
interlocutória, que também possui conteúdo decisório.
Não se confunde com despachos, pois esses não têm nenhum conteúdo
decisório e não podem provocar prejuízo ou gravame para as partes. Se um ato
judicial puder causar prejuízo e não encerrar o processo ou a fase de
conhecimento, será decisão interlocutória, e não despacho.
O art. 226, II, prevê o prazo de 10 dias para o juiz proferir decisões
interlocutórias.
Quando o juiz abre vista às partes, ou concede prazo para que elas
indiquem as provas que pretendem produzir, por exemplo, está proferindo um
despacho, contra o qual não cabe recurso, pois não existe nenhum interesse
para a interposição.
Veja: a lei, ao tratar da citação do réu, prevê a forma pela qual ela deve
ser feita. Se houver desrespeito à formalidade, mas, mesmo assim, o réu
comparecer e apresentar sua contestação, não haverá nulidade, já que a
finalidade da citação – que é dar ciência da existência do processo, assegurando
o direito de defesa – foi alcançada.
O Processo Eletrônico
Embora essa lei continue a disciplinar o uso dos meios eletrônicos nos
processos, o NCPC, nos arts. 193 a 199, estabelece os princípios e regras gerais
que devem ser observados.
Poderão ser realizadas intimações aos advogados das partes, por meio do
Diário da Justiça Eletrônico, sendo nesse caso considerada a publicação no
primeiro dia útil subsequente ao da disponibilização da informação na internet,
iniciando-se a contagem do prazo no primeiro dia útil posterior.
O art. 246, § 1º, do CPC diz que a citação das pessoas jurídicas públicas e
privadas será feita preferencialmente por meio eletrônico, salvo em relação às
microempresas e empresas de pequeno porte.
O art. 1.051 do CPC, por outro lado, determina que as empresas públicas
ou privadas façam seu cadastro no prazo de 30 dias a contar da data do registro
da pessoa jurídica, no juízo onde tenham sede ou filial, para que se cumpra o
disposto no § 1º do art. 246.
• algumas pessoas, em razão do cargo que ocupam, podem ser ouvidas em sua
residência ou local em que exercem suas funções (art. 454);
Não existe preclusão em relação aos atos que o juiz deve praticar no
processo ou para os pronunciamentos que deve fazer (tratam-se de prazos
impróprios).
Em relação à ocasião para a prática dos atos processuais, esses devem ser
praticados nos dias úteis.
O art. 216 do CPC considera feriados não só os dias declarados por lei
como tal, mas também os sábados e domingos.
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis)
às 20 (vinte) horas.
Assim, o ato que teve início dentro do horário previsto na lei, mas não
pôde ser concluído dentro do limite do horário, pode se estender, sempre que a
interrupção ou o adiamento puder causar prejuízos. Também citação, intimação
e penhora poderão ser realizadas durante as férias forenses, em dias não úteis,
ou fora do horário normal, independentemente de autorização judicial.
Férias Forenses
Mas pode haver férias forenses nos tribunais superiores, período em que
não serão praticados atos processuais (CPC, art. 214):
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos
processuais, excetuando-se:
I – os atos previstos no art. 212, § 2º;
II – a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não
se suspendem pela superveniência delas:
I – os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à
conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo
adiamento;
II – a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de
tutor e curador;
III – os processos que a lei determinar.
Há determinados atos que podem ser praticados durante as férias, assim
como há alguns processos que correm normalmente, nesse período.
• Os atos que podem ser praticados nas férias, seja qual for o tipo de processo,
são mencionados no art. 212, § 2º, que já vimos (citações, intimações e
penhoras), além das tutelas de urgência.
A lei prevê prazos para que os atos processuais sejam praticados, a fim
de evitar que os processos se tornem eternos. Entende-se por prazo processual a
medida de tempo entre dois atos.
No entanto, existem atos das partes e dos advogados que não se sujeitam
à preclusão.
Não existindo qualquer convenção das partes, o juiz só terá poderes para
dilatar prazos processuais, a fim de adequá-los às necessidades do processo e
dar efetividade à prestação jurisdicional.
Veja:
• até 6 meses: prazo para suspensão do processo por convenção das partes;
Os prazos são fixados por lei ou pelo juiz, no caso de silêncio da lei. Na
ausência de prazo legal e de determinação judicial, considera-se o prazo de
cinco dias, nos termos do art. 218, § 3º, do CPC.
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em
lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em
consideração à complexidade do ato
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
Pode, ainda, haver fixação de prazo pelas partes, por convenção, de
acordo como os arts. 190 e 191 do CPC, que já vimos.
• embargos de declaração.
Benefícios de prazo
O art. 183 prevê prazo em dobro para a Fazenda Pública (abrange todas
as pessoas jurídicas de direito público: União, Estados, Municípios, Distrito
Federal, autarquias e fundações públicas).
O dobro do prazo não se aplica aos processos eletrônicos (art. 229, § 2º).
Atenção: Súmula n. 641 do STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer,
quando só um dos litisconsortes haja sucumbido.
Trata-se da perda de uma faculdade processual por não ter sido exercida
dentro do prazo devido (preclusão temporal), devido à incompatibilidade com
um ato anteriormente praticado (preclusão lógica), ou pelo fato de que tal
faculdade já foi exercida anteriormente (preclusão consumativa).
Preclusão temporal
Preclusão consumativa
Ocorre quando não é mais possível “refazer” um ato que já foi praticado.
Imagine que o réu já tenha apresentado sua contestação, antes do fim do prazo
para tal, e queira apresentar novos argumentos, antes do 15º dia. Não será
possível, pois ocorreu a preclusão consumativa. Poderá oferecer novo recurso
ou novos argumentos ao primeiro.
Nulidades
Pois bem, para que a compreensão seja simples, basta ter sempre em
mente que o processo civil é um instrumento destinado a tornar efetivos os
direitos materiais. O processo se materializa por meio de um procedimento, que
pode ter uma existência bem longa.
• meras irregularidades;
• ineficácia.
Vamos, então, analisar cada uma dessas categorias.
Nulidades processuais
Mas, se, no curso do processo, o juiz se deparar com uma nulidade, ele
deverá determinar que o ato processual seja corrigido e que os atos a ele
relacionados sejam refeitos.
Então, se o ato for nulo, ele irá produzir seus efeitos e consequências
processuais até o momento em que o juiz declarar a nulidade.
Atenção! Apenas os atos do juiz e dos seus auxiliares podem ser qualificados
como nulos. Atos das partes não são propriamente nulos. O que acontece é que,
se eles não preencherem os requisitos legais, não irão produzir os devidos
efeitos. Veja: se o réu apresenta uma contestação, sem observância dos
requisitos legais, o juiz não vai declarar nula essa contestação. Vai considerar
que ela não foi apresentada e, por isso, não serão produzidos os efeitos
esperados. Teremos um ato ineficaz. Embora a lei não traga um rol das
hipóteses de nulidade, o Código de Processo Civil diz, genericamente, que são
nulos os atos que não respeitam determinado requisito legal.
Hipóteses de nulidades:
Por essa razão, a nulidade absoluta poderá ser decretada de ofício pelo
juiz, ao passo que a relativa precisa ser arguida pelo interessado. Além disso, a
nulidade absoluta não se sujeita à preclusão e pode ser arguida a qualquer
tempo do processo, exceto nos recursos especial ou extraordinário (exigem
prequestionamento), ou após o processo, mediante ação rescisória.
Embora a regra seja que a nulidade absoluta possa ser arguida por
qualquer dos sujeitos do processo, mesmo por quem não tenha sofrido nenhum
prejuízo, podendo ainda ser conhecida de ofício, há casos excepcionais em que
só poderá ser alegada por quem sofreu prejuízo. É o que ocorre com a falta de
intervenção do Ministério Público, quando atua como auxiliar da parte, ou falta
de intervenção do curador especial, quando atua em favor de um dos litigantes.
Nesses casos, somente poderá ser alegada a nulidade absoluta se a parte em
favor da qual o MP ou o curador especial deveria intervir for vencida na ação.
Se não tiver sofrido prejuízo, não há que se falar em nulidade.
Alminha, a distinção entre nulidade absoluta e relativa não é muito fácil de
detectar, pelo fato de serem a jurisprudência e a doutrina que tratam desse
tema.