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103/15 e
seus impactos no dia-a-dia das transportadoras e dos motoristas de veículos de
cargas e de passageiros
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Advogada. Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Mestre e Doutoranda em Direito do Trabalho e da Seguridade
Social pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Leciona na Escola
Superior de Advocacia (ESA OAB-SP). Palestrante e autora de diversos artigos
publicados em sites, jornais e revistas especializadas e do livro “As novas faces da
subordinação e os impactos no Direito do Trabalho”. Sócia de Ferraz Andrade
Advogados. E-mail: tatiana@arlaw.com.br. Site: www.falaw.com.br
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http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13103.htm
O pacote de mudanças inclui inúmeras concessões à classe como o
congelamento do preço do diesel por seis meses, o perdão das multas por excesso de
peso dos últimos dois anos, a suspensão do pagamento do financiamento e a isenção de
pedágios sobre os eixos suspensos dos veículos que circularem vazios, dentre outras.
Todos os tópicos acima destacados já são objeto de discussão pelas partes
envolvidas, em especial quanto à isenção do pedágio, já que tal custo certamente será
repassado aos demais usuários das rodovias.
Sob o enfoque trabalhista, a lei 13.103 trouxe diversas alterações, buscando
abarcar, em especial, todas as situações que se relacionem com a jornada de trabalho
dos motoristas profissionais empregados (de transporte rodoviário coletivo de
passageiros e de transporte rodoviário de cargas).
Em decorrência, foram alterados diversos artigos da CLT e do Código de
Trânsito Brasileiro, sendo os principais pontos:
É vedado ao motorista dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas, sendo
necessários 30 (trinta) minutos de descanso dentro de cada 6 (seis) horas para o
transporte de carga e 30 (trinta) minutos de descanso a cada 4 (quatro) horas na
condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo facultado o fracionamento e o
tempo de direção, desde que observado o limite máximo de condução (art. 67-C do
CBT).
Salvo previsão contratual, a jornada de trabalho do motorista não tem horário fixo de
início, final ou de intervalos (art. 235-C, § 13, da CLT).
O motorista apenas poderá iniciar nova viagem se observado o intervalo supra (art. 67-
C, § 6º do CBT).
Caso o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por qualquer meio e
considerando que o veículo disponha de leito ou a embarcação, este tempo será
considerado como tempo de descanso (art. 235-D, § 7º).
Quando o veículo ficar parado, após o cumprimento da jornada normas ou das horas
extraordinárias, o motorista ficará dispensado do serviço, mas, se exigida sua
permanência, este tempo será considerado de espera.
Mesma hipótese, ou seja, será considerado tempo de espera se o motorista tiver que
acompanhar o veículo embarcado por qualquer meio e o veículo disponha de leito ou a
embarcação de alojamento.
Por fim, poderão ser aplicadas regras especiais ao transporte de cargas vivas, perecíveis
e especiais em longa distância, de modo a assegurar as condições de viagem e entrega
ao destino final.
Outra novidade da lei se refere à espera a 2 horas ininterruptas e quando for exigida a
permanência do motorista empregado junto ao veículo, caso o local ofereça condições
adequadas, pois neste caso o tempo será considerado como de repouso para fins de intervalo.
Conclusões: