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COMTE E DURKHEIM: TEORIAS E MÉTODOS NA SOCIOLOGIA DO

SÉCULO XIX

INTRODUÇÃO

Com a Revolução Francesa, no final do século XVIII, pregando, teoricamente, a


igualdade, fraternidade e liberdade; desencadeou, posteriormente, meios para o surgimento
sociológico, pois as condições sociais e econômicas desse cenário, necessitou de resoluções
que perdurou por tempos, sendo isso só o início do que viria acontecer. Foi no século XIX,
particularmente, após a revolução supracitada, que a ascensão tecnológica, científica e social,
chegou em seu apogeu nas relações sociais (já acontecida antes com a Revolução Científica)
momento que é marcado até nos dias de hoje, uma vez que eventos como a Segunda
Revolução Industrial, deixou, também, notório as várias barbáries sobre a condição social dos
operários e alterações na fabricação e utilização dos utensílios, emergindo, logo depois,
autores que viesse criticar tal performance, afetando, entretanto, não só eles, os trabalhadores,
mas a capacidade da nova forma de pensar e agir socialmente “O primeiro acontecimento é
de ordem econômica. O século XIX presenciou uma das mais intensas, rápidas e profundas
transformações sociais que a história já presenciou: a revolução industrial” (SELL, 2001,
p.8). Nesse contexto, dispara tanto a produção científica contextualizada a responder tais
questões quanto surge intelectuais com o intuito de explicar o comportamento do corpo social
da época, entre eles, destacaram-se: o “pai” da sociologia, Auguste Comte, e o primeiro
atuante a lecionar a matéria em universidade tal como a conhecemos hoje, Émile Durkheim.

Da teoria ao método científico e social

Comte, pensador desse mesmo período, o XIX, trouxe para o campo da ciência uma
nova perspectiva de analisar tudo em sua volta, baseado numa questão histórica, identificou
passos seguidos do pensamento humano nos primórdios da história até a presente criação
convicta do seu conceito, o positivismo. Esta corrente, de cunho filosófico, parte de uma
questão empírica a qual está diretamente conectada com as ações da epistemologia. Neste
caso, ela, por exemplo, está dividida entre a razão e o empirismo, pois resultam no papel da
ciência mediante o cientista a optar por um ou outro, ressalto que essas duas são discrepantes
conceitualmente. O primeiro termo é conhecido como racionalismo ou “ciência da filosofia”
vertente de grandes pensadores como Descartes, Spinoza etc., usa ideias inatistas, isto é, o
objeto do conhecimento é o ser humano, pois ele já nasce com tamanha compreensão e
“experiência” das coisas em sua volta. O segundo, entretanto, vai de Aristóteles e se mantém
presente, no máximo, no mesmo tempo da revolução, tem como base os 5 sentidos: audição,
tato, olfato, paladar e visão.
Os dois representam a forma escolhida do método científico, como vemos, o
procedimento comtiano é empírico, voltado à observação e análise do objeto de estudo.
Posteriormente, outros pensadores irão adotar esse método com outros princípios,
especialmente, o próprio Durkheim, Max Weber e Herbert Spencer, este último, por sua vez,
foi base para Auguste, viveram no mesmo tempo e relacionou as ideias de Darwin a
coletividade, afirmando ser uma só, em outras palavras, o funcionalismo: o indivíduo como
parte da sociedade e cumprindo sua função nela. Não sendo só Spencer, o Saint-Simon, tutor
do pai do positivismo, trouxe o sistema industrial (a sociedade iluminada pelos ideais
cientistas) e, com isso, validando o pensamento concreto do positivista, encontrou novos
trajetos que serviria para o que entendemos hoje.
Esse cientista não utilizou apenas o ramo filosófico, mas as ciências naturais (física,
astronomia, matemática, química e biologia), uma vez que buscou solucionar e incorporar
tais meios “exatos”. Esses meios são a eficiência e a certeza absoluta da solução ou afirmação
do problema, que apenas as ciências da natureza possui, por conseguinte, a física social,
nome dado a comparação com as demais ciências a fim de obter, também, os mesmos
resultados de pesquisas, mas voltado ao conjunto de indivíduos. Logo depois, recebeu outra
percepção, mais singularizada e objetiva, se diferenciando de qualquer outra matéria, voltado
tal qual conhecemos: sociologia, a ciência da sociedade.
Essa matéria nasceu voltada ao estudo da coletividade, porém com a presença
positivista, o criador desta concepção disse, em suma, que há passagens as quais os
indivíduos e as matérias exatas passam a fim de romper com o pensamento de outrora e
adaptar as ideias vigentes com a presença da ciência. Pontua o autor Carlos Eduardo
“Segundo esta teoria, a evolução da humanidade está condicionada pelo progresso do
conhecimento, que acontece em três fases fundamentais: estado teológico, estado metafísico
(filosófico) e estado positivo (científico).” (EDUARDO, 2009a, p.12)
O primeiro rompe com os fundamentos religiosos, porque traz o cenário do mundo e
das relações sociais explicado pelo papel divino. O segundo, no entanto, atua com a
explicação do ser, mas é com o terceiro que encontra o real sentido: a explicação pela ciência.
Émile Durkheim, posterior a Comte e a Spencer, teve papel fundamental ao elevar a
matéria da sociologia como a ciência da coletividade a fim de explicar o comportamento do
indivíduo, uma vez que este é moldado no decorrer da mudança social “Em outros termos,
Durkheim afirmava que a explicação da vida social tem seu fundamento na sociedade, e não
no indivíduo”. (SELL, 2001, p.29) Assim, com a passagem do império para república, esse
contexto histórico foi de tamanha influência que trouxe a base para a nova mudança, pois
essa matéria ainda não estava vinculado com a ciência, nela, o próprio Durkheim disse que
deveria ter um método que enxergaria isso como coisa, não como algo qualquer, mas um
coisa da realidade, nisso, está presente a diferença entre o positivismo dele, de Spencer e
Comte, particularmente, afirmando que eles são precursores da ciência da sociedade, mas
afirmava a ausência de um método claro e que abordasse uma visão de voltada para os fatos,
assinala a doutoranda em filosofia Raquel Weins.

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