1º Maio 2011

M
anifestações pela redução da
jornada de trabalho para 8
horas diárias é a base do que
trata o 1º Maio como data de luta dos
trabalhadores.
Retrocedendo na história, os sindicatos
livres no EUA chamam uma grande
manifestação para reivindicar a redução da
jornada de trabalho, pois não havia
nenhuma regularização sobre o assunto,
sendo que cada patrão impunha jornadas de
trabalho de 12h ou mais, para mulheres,
crianças e idosos, porque também não há
nenhum tipo de amparo ou proteção para
eles. A exploração e opressão de nossa classe
obriga-a a vender a única coisa que possui,
sua mão-de-obra e de forma barata porque
nossa classe é formada por milhões e
milhões de pessoas o que leva ter sua mão de obra um valor baixo para o patronato, que mantém a relação de roubo dessa
mão-de-obra, já que ele próprio não produz nada. As famílias de trabalhadores nessa situação precária, submetem seus
filhos e idosos na labuta diária visando aumentar os rendimentos familiar e sobreviver nessa relação de exploração.
A data para esse grande ato foi o dia 1º de Maio, formando uma grande multidão de trabalhadores na Praça
Haymarket em Chicago. Com vários comícios, vários trabalhadores expuseram os problemas que afligiam todos os
trabalhadores e suas famílias.
Certas práticas se mantém até hoje, como a criminalização de reivindicações legitimas e dos movimentos sociais, o
Estado foi acionado, através do patronato para intervir nesse ato. Assim, um grande contingente de policiais foi deslocado
para o local, visando a dispersão e repressão do ato. Em dado momento, um provocador a paisana da policia explode uma
bomba no meio da multidão, levando a um confronto campal, levando um saldo de inúmeros feridos e com a morte de um
policial. Isso desencadeou uma perseguição e prisão de 8 trabalhadores, acusados falsamente de terem fomentado todo o
ocorrido. Esses companheiros são considerados Mártires de Chicago.
O processo contra eles foi feito de forma fraudulenta, com testemunhas compradas e provas falsas, o que levou a
sentenças máximas e execuções rápidas. Foi feita a revisão do caso e mostrada a inocência dos companheiros acusados, mas
veio tarde porque boa parte dos acusados estavam mortos.
A essência do 1º Maio marca e deixa claro para quem conhece a história que somente pela própria ação de nossa classe
é que conseguiremos nossa emancipação.
Compare os fatos do passado com atual e teremos uma situação muito parecida:
-Ampliação das jornadas de trabalho através da flexibilização e banco de horas do trabalhador;
-Demissão de trabalhadores estáveis e contratação de serviços “terceirizados”;
-Arrocho salarial = não aumento de salários;
-Sindicalismo legal/oficial parceiro do patronato, do empresariado e do Estado e agente de controle dos trabalhadores;
-Perseguição dos trabalhadores mais conscientes, até serem demitidos;
-Rhs fazendo lavagem cerebral nos trabalhadores para “pensarem como patrão”, agirem como capitalistas, ou seja, de
forma egoísta e competitiva visando lucro, o roubo;
-Contratação sem garantias e de forma temporária;
-Má fé nas politicas sindicais e trabalhistas a serviço dos interesses patronais e empresariais , realizada pelos
sindicatos oficiais/legais;
-Coerção dos trabalhadores através da criminalização dos movimentos sociais e sua repressão;
Companheirxs, é urgente que assumamos o compromisso de união para fortalecer nossa luta, porque se deixarmos,
teremos mais séculos de exploração e opressão sobre nossa gente, sobre nossos filhos e netos. Devemos assegurar as
gerações futuras bem estar e liberdade, que é fruto de nossa própria ação e não de partidos, Estados, religiões ou qualquer
um que queira nos controlar. Nossa emancipação é nossa obra e de ninguém mais.
Todos os dias são dias de lutas, são 1º Maio, são dias de luto por tantos que foram assassinados, vitimizados pelo
sistema de exploração. A luta continua até a emancipação de todxs, avancemos nessa construção libertária.

BOICOTE A LOTTO
E A FINTA! PELA
READMISSÃO DE
ÍCARO.
PRÓ SINDIVÁRIOS
PIRACICABA/SP- relata o ocorrido
com o Sindivários Araxá/MG.
“SINDIVÁRIOS ARAXÁ – FOM – MG,
(SP, Plenária Nacional da COB/AIT
9/04/2011)
“A FF Mercantil, empresa de
Araxá-MG responsável por produtos
da marca brasileira Finta e da italiana
Lotto, mantém seus empregados sob
um regime de trabalho extremamente
precário e adota diversas medidas para
impedir que eles se organizem para
resistir à sua exploração: os
trabalhadores não recebem
insalubridade, são expostos a calor
excessivo, ganham menos que um
salário mínimo e muitos são vítimas de
humilhações, perseguições e POLETTO!
chantagens. A última manobra de
perseguição por parte da patronal
ocorreu no dia 22 de março, com a
demissão de Ícaro Poletto, membro do
Sindivários Araxá, associado à PERMANENTE
Federação Operária Mineira, que se
esforçava junto aos seus companheiros
para lutar por seus direitos. Os
funcionários que não se renderam ao
assédio patronal seguem sofrendo
represálias.”
“A FF Mercantil ETA ligada à
Filon Confecções na cidade de São
Paulo. Não sabemos quais são as
condições em que os trabalhadores da
Filon se encontram, mas dificilmente
elas são diferentes das encontradas em
Araxá, já que ambas trabalham sob a
mesma lógica, a lógica do Capital, a
qual sempre se sobrepõe aos direitos
do indivíduo e ao bem-estar do
trabalhador, constantemente
sacrificado para a maximização do
lucro.“
“Exigimos que nosso companheiro
seja readmitido, que a política de
represálias contra a livre organização
dos trabalhadores tenha um fim e que
sejam atendidas as reivindicações dos
trabalhadores de Araxá, descritas a
seguir:
- Redução da Jornada de trabalho
para 8 horas;
- Adoção da semana de trabalho
inglesa (de segunda a sexta);
- Pagamento dos adicionais por
insalubridade;
- Acordos sobre participação nos
lucros;
- Instalação de aparelhos para
diminuição do calor no interior da
fábrica;
- Respeito à liberdade de
organização dos trabalhadores.
BOICOTE A LOTTO E A FINTA!
NÃO COMPRE PRODUTOS
FEITOS SOBRE TRABALHO SEMI-
ESCRAVO!
PELA READMISSÃO DE ÍCARO
PELA LIBERDADE SINDICAL!
O COMPANHEIRO FOI
DEMITIDO, MAS DEVEMOS
MANTER NOSSO BOICOTE
EM APOIO A Em decorrência do seu isolamento
READMISSÃO DO MESMO E DOS
QUE LÁ TRABALHAM.
O BOICOTE ECONÔMICO É A
NOSSA MAIOR ARMA DE PRESSÃO.
É PRECISO CERCAR A sobre os conflitos históricos internos e
EMPRESA E SEUS DIRETORES
OBRIGANDO-OS A RESPEITAR OS
DIREITOS DOS TRABALHADORES.
SEM LUTA CONTINUADA NÃO
EXISTEM DIREITOS SOCIAIS!
APELAMOS A imperialista. De qualquer modo, não
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL!
COB-AIT
"OS DIREITOS SOCIAIS NÃO
SÃO BENESSES DA PATRONAL
SÃO CONQUISTAS SOCIAIS DOS
TRABALHADORES"
MANIFESTO
CONTRA A
INTERVENÇÃO
IMPERIALISTA NA
LÍBIA
E
stamos assistindo, mais
uma vez, a repetição do
filme ‘Invasão do Iraque I -
1990’, ‘Invasão do Iraque II - 2003’,
‘Invasão do Afeganistão 2001’. Com a
desculpa de defesa da democracia ou
supostas razões humanitárias os U$A e
seus asseclas, a grande burguesia de
tradição colonialista/imperialista
européia estão promovendo uma nova
Guerra contra a Líbia. Supostamente
para impedir que o ditador líbio
continue massacvrando seu próprio
povo, dentro do processo de revoltas do
mundo árabe. Mas ao mesmo tempo
que retaliam a Líbia se omitem
completamente sobre os massacres de
cidadãos na Siria, no Bahrein e no
Yemem com o apoio de tropas da
Arabia Saudita – aliada dos U$A.
Há 41 anos a Líbia vive uma
situação complexa, sob o regime
totalitário de Muammar Al Qathafi.
Seu governo instalou um modelo
próprio de socialismo, descrito no
“Livro Verde”, o qual se contrapõe
explicitamente aos regimes
democráticos do Ocidente (Estados
Unidos, França, Reino Unido, entre
outros). Na prática, a Líbia possui certo
nível de organização de massas,
derivada dos Conselhos Populares,
ainda que submetidos, em último grau
à ditadura comunista autoritária.
Estes Conselhos acabaram colaborando
de certo modo com o surgimento do
movimento de oposição à Qathafi,
revelando a existência de grandes
contradições inte rnas na configuração
política daquele país.
cultural, o mundo Ocidental quase não
tem acesso à realidade política e social,
principalmente pelas diferenças
linguísticas. Assim, a compreensão
externos da Líbia fica
majoritariamente restrita à
comunidade árabe, tornando possível
toda sorte de manipulação de
informações pelos dirigentes da cúpula
interessa aos grupos capitalistas
internacionais analisar os prós e
contras do governo de Qathafi,
reduzindo a questão somente aos
interesses econômicos, sendo a
exploração do petróleo o principal deles.
 Portanto, a coalisão das forças
militares internacionais, lideradas
pelos Estados Unidos, é uma grande
farsa, supostamente formada sob o
imperativo humanitário. Não obstante,
é uma grande contradição iniciar um
conflito armado alegando a defesa da
população. Caso houvesse algum
interesse em garantir os direitos dos
líbios, a ONU deveria apoiar a revolta
popular, garantiriam a total
autonomia do movimento rebelde.
A situação atual do conflito
demonstra que os grupos imperialistas
assumirão o controle sob a política
líbia, impondo um regime
"democrático", acarretando
derrota ao movimento popular. Nesse
uma
Greve: motor revolucionário

A
sentido, a propaganda midiática do
mundo democrático Ocidental tem importância desse recurso é a educação dada aos trabalhadores,
nutrido o ódio irracional contra pois mostra que sua força coletiva é indispensável para a luta
Qathafi, a fim de promover um emancipatória, é claro que quando feita as devidas ações de
consenso universal a favor dos ataques conscietização dos trabalhadores, onde a greve é agente tanto de motivação como
contra a Líbia. resultado desse processo educacional. A greve mais as assembléias geram
A partir disso, nós, da compromisso e mostra aos trabalhadores que não estão sozinhos, que cada
FOSP/COB-ACAT/AIT, como companheiro está com os mesmos problemas e que a situação deles é feita de
defensores incondicionais da liberdade forma coletiva.
humana adotamos uma posição clara, A greve tem um aspecto prático muito importante: de unir os trabalhadores
expressa nas seguintes premissas: e educa-los para a luta contra o capital.
1) Contra as intervenções É uma educação que não se restringe ao período reivindicativo, mas de um
militares em todo e qualquer país! preparo diário para que cada trabalho tenha base para a compreensão da
2) PELA LIBERDADE DE exploração a que é submetido e a opressão para que não lute pelo que tem direito
ORGANIZAÇÃO OPERÁRIA E que é simplesmente tudo. O empresariado, a patronal e seu servo leal, o Estado
POPULAR EM TODOS OS PAÍSES! metodicamente desenvolveram uma política de repressão dos trabalhadores, que
3) PELO RESPEITO A VIDA E tem origem nas repressões fascistas, totalitárias de Vargas e que foram
AO MEIO AMBIENTE! aperfeiçoadas a cada geração, degradando e levando a total submissão dos
4) POR LIBERDADE E trabalhadores as leis do capital.
AUTOGESTÃO! A greve é a interrupção desse processo e por isso é muito temida e atacada
5) PELO SOCIALISMO sempre pelo empresariado, pela patronal e pelo governo, através de uma
LIBERTÁRIO! pretensa justiça que atua na manutenção do direito burguês de exploração
através da propriedade, da herança e do Estado
FOSP/COB-ACAT/AIT A patronal, empresários e governo sabem disso e atuam para individualizar
cada trabalhador, isola-lo dos demais e dessa forma conter a força coletiva dos
trabalhadores. Um dos maiores colaboradores dessa forma de agir da patronal e
empresários são os setores e departamentos de recursos humanos (Rhs), que
atuam no que consideramos lavagem cerebral dos trabalhadores, removem a
rebeldia e energia de luta por docilidade, uma domesticação a serviço dos
interesses e conveniência da patronal, empresários.
Cabe mostrar essa tática de desmobilização, preparar os trabalhadores
para entender a importância da greve e realiza-la de fato por bem estar e
liberdade.
 Greve de
Funcionários
Públicos 2011
M
ais uma vez, os
trabalhadores se
submetem as regras de
um jogo viciado, que é a campanha
salarial, deciduo coletivo que um
recurso da patronal de controle dos
trabalhadores e aceito pelo
sindicalismo profissional, sindicalismo
esse que joga usando os trabalhadores
como massa de manobra.
Fundamentalmente entendemos
que a greve deve ser composta a
qualquer momento, dentro do processo
de formação continuo dos
trabalhadores, com a presença de
companheiros sindicalizados que
prestam a organizar em cada local de
trabalho, núcleos de formação e defesa
do trabalhador, que passam a
esquematizar como se faz as ações no
local de trabalho, e nesse caso cada
local tem suas caracteristicas
especificas que levam a tornar a greve
mais eficiente.
No caso concreto, por exemplo,
trabalhadores da saúde que lidam
diretamente com a população tem que
garantir de forma mais ampla possível
que a população tenha acesso ao que
ocorre e que as suas ansiedades e
necessidades sejam também
conhecidas e defendidas pelos
trabalhadores. Deve-se ir mais longe,
deve faze-los aliados, parceiros da luta
reivindicativa, envolve-los na luta,
porque são afetados diretamente, não
só no período de greve, mas durante o
ano inteiro, pelas práticas omissas da
administração.
Em setores que não estão
envolvidos diretamente com a Anarcossindicalismo
população, o embate é mais direto e
simples, pois o cruizamento de braços
não afeta diretamente nossa gente e
coloca a administração em xeque, o
que é favorável.
No mais, o processo deve ser
continuo e não apenas motivado nos
períodos conveniados pelo estado
patronal.
As demandas dos trabalhadores
são irreconciliaveis com os desejos de
lucro, ganância dos empresários,
patronais.
Disso deve ser voltada a luta e a
educação pela greve dos trabalhadores.
A essência anarquista
A
possibilidade de se afirmar e adotar uma rotulação que diga seja um
elemento vinculado a um determinado grupo “x” ou “y” existe, mas
não depende somente desta autoafirmação para que se concretize tal
personificação. Há de ter também um elemento externo, próprio do grupo,
segmente ou do contexto que esteja vinculado. E isso significa que de forma clara,
não basta dizer que é um “anarquista”, andar com uma camiseta com um A na
bola, ou tatuar elementos e ícones que associem ao anarquismo, existe algo que
vai além dessa caracterização, que são os aspectos psicológicos que criam o ser
anarquista e o que fará distingui-lo onde quer que esteja, caracterizado ou não.
O que chamamos atenção é o compromisso com a proposta revolucionária, o
que significa de fato assumir ações coerentes com a liberdade plena e a luta
contra a opressão constante e dominante que impedem o livre desenvolvimento de
cada ser. E no caso não podemos misturar ou confundir com um pretensa
disciplina revolucionária.
Entendemos disciplina como controle totalitário e metódico para um
determinado fim, que leva a uma hierarquização e um desprezo aos elementos
livres e soltos da luta. Na luta de emancipação, com fundamentos anarquistas,
não podemos destruir um poder pela disciplina, pela organização disciplinada e
ordenada, mas sim pelo compromisso caótico de nossa gente em fazer o bem estar
e liberdade uma realidade agora, rompendo com tudo que impeça isso, sejam leis,
sejam regras, sejam processos que levem a estagnação da luta. Esse compromisso
abre espaço para criatividade e ação direta de tod@s.
Tendo compromisso com anarquia, tudo o mais se faz. O compromisso leva a
que cada um assuma as tarefas necessárias, sem a necessita de impor ou ter que
dar “presta atenção”. È natural ao anarquista assumir as ações, fazer
diretamente e responder por tudo o que faz. Estranho seria e é que pretensos
anarquistas que ficam acomodados, apáticos e submetidos as lógica do capital e
confundir liberalismo como se fosse uma prática anarquista, que não é. O
liberalismo é a ditadura do indivíduo egoísta que não entende que as relações
sociais são constituídas de forma coletiva e que seu eu é devido aos indivíduos que
o rodeia.
O anarcossindicalismo é uma importante ferramenta para a construção do
comunismo libertário, para o anarquismo porque oferece as condições materiais
para autogestão social e a formação de federações industriais-agrícolas solidárias.
Ferramenta porque oferece uma proposta de lutas econômicas e políticas
que asseguram o controle assembleiario e coletivo de todxs xs trabalhadorxs, sem
instâncias parlamentares ou estatais.
Os sindicatos revolucionários são a base não só da luta direta por melhores
condições de trabalho,mas a estrutura que apoiará a ruptura com o capital e
estabelecer o abastecimento na revolução de produção básica e vital para a vida
de nossa gente, o suporte para o aprofundamento revolucionário, ou seja, os
sindicatos não são órgãos reformistas ou corporativistas, não são isolados e
controlados por diretorias profissionalizadas e especializadas como no modelo
fascista sindical que reina no Brasil desde que o ditador Getúlio Vargas o
decretou. Não há harmonia com o capital e nem com o patronato, nem com o
capital. Os interesses de nossa classe são antagônicos e irreconciliáveis com o
capital.
O anarco-sindicalismo, atualmente é a proposta que contempla o projeto
revolucionário de emancipação dos trabalhadores por sua própria força, a
essência da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT).
Pela ação direta, em prol de nossa libertação, lutamos!