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Conceito de Licitação

Para conceituar-se a licitação, de forma objetiva, não se pode deixar de considerar


dois elementos, que, inclusive, serão estudados separadamente. O primeiro é a
natureza jurídica do instituto, ou seja, como este se insere dentro do quadro jurídico.
O segundo consiste no objetivo a que se preordena, o que, aliás, constitui a própria
ratio essendi desse instrumento.

Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública


seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da
promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se
através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a: Administração e
para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua
como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. Tem como
pressuposto a competição.

Com poucas divergências, a doutrina é acorde na acentuação desses traços


essenciais e de duas tradicionais finalidades da licitação - obtenção do contrato mais
vantajoso e resguardo dos direitos de possíveis contratados. É preocupação que
vem desde a Idade Média,97 e leva os Estados Modernos a aprimorarem cada vez
mais o procedimento licitatório, hoje sujeito a determinados princípios, cujo
descumprimento descaracteriza o instituto e invalida seu resultado seletivo.

Princípios da Licitação
Segundo o art. 32 da Lei de Licitação, os princípios que regem a licitação, qualquer
que seja a sua modalidade, resumem-se nos seguintes preceitos: procedimento
formal; publicidade de seus atos; igualdade entre os licitantes; sigilo na
apresentação das propostas; vinculação ao edital ou convite; julgamento objetivo;
adjudicação compulsória ao vencedor e probidade administrativa; 105 e, no tocante
às compras, seu art. 15, 1, refere-se ao princípio da padronização. 106 A lei destaca
aqueles princípios mais específicos da licitação; mas, obviamente, como o próprio
art. 32 revela, os demais princípios constitucionais também são aplicáveis no estudo
desse instituto. O princípio da legalidade é talvez o princípio basilar de toda a
atividade administrativa. Significa que o administrador não pode fazer prevalecer sua
vontade pessoal; sua atuação tem que se cingir ao que a lei impõe. Essa limitação
do administrador é que, em última instância, garante os indivíduos contra abusos de
conduta e desvios de objetivos.

No campo das licitações, o princípio da legalidade impõe, principalmente, que o


administrador observe as regras que a lei traçou para o procedimento. É a aplicação
do devido processo legal, segundo o qual se exige que a Administração escolha a
modalidade certa; que seja bem clara quanto aos critérios seletivos; que só deixe de
realizar a licitação nos casos permitidos na lei; que verifique, com cuidado, os
requisitos de habilitação dos candidatos, e, enfim, que se disponha a alcançar os
objetivos colimados, seguindo os passos dos mandamentos legais.

Princípio da Igualdade
O princípio da igualdade, ou isonomia, tem sua origem no art. 5º da CF, como direito
fundamental, e indica que a Administração deve dispensar idêntico tratamento a
todos os administrados que se encontrem na mesma situação jurídica. Ao tratar da
obrigatoriedade da licitação, a Constituição, de forma expressa, assegurou no art.
37, XXI, que o procedimento deve assegurar “igualdade de condições a todos os
concorrentes”. Portanto, as linhas marcantes do princípio são de índole
constitucional. A igualdade na licitação significa que todos os interessados em
contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições, sem
que a nenhum se ofereça vantagem não extensiva a outro. O princípio, sem dúvida
alguma, está intimamente ligado ao da impessoalidade: de fato, oferecendo igual
oportunidade a todos os interessados, a Administração lhes estará oferecendo
também tratamento impessoal.

Modalidades
Há cinco modalidades de Licitação. Porém, apenas três delas os fins a que se
destinam, e isso porque, as três primeiras modalidades – a concorrência, a tomada
de preços e o convite – têm o mesmo objetivo: a contratação de obras, serviços e
fornecimento, enquanto o concurso e o leilão têm objetivos próprios e diferenciados.
Tais modalidades estão escritas expressamente na lei. Nenhuma outra, além delas,
pode ser criada pela Administração. Nem também podem sofrer combinações entre
si. Nesse sentido, dispõe o art. 22, § 8º, do Estatuto. Ressalve-se apenas – como já
foi visto – a modalidade de pregão, regulada por lei especial (Lei nº 10.520, de
17.7.2002).

Concorrência
É a modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, hein que se
admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que
satisfaçam as condições do edital, convocados com a antecedência mínima prevista
na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular. A
concorrência é obrigatória nas contratações de obras, serviços e compras, dentro
dos limites de valor fixados pelo ato competente, que são diversos para obras e
serviços de Engenharia e para outros serviços e compras. É obrigatória a
concorrência nas contratações de obras, serviços e compras, dentro dos limites de
valor fixados pelo ato competente, que são diversos para obras e serviços de
Engenharia e para outros serviços e compras. Tem dois tipos de concorrência: a
nacional e a internacional. A primeira é a realizada para as empresas nacionais
dentro do território do país. A internacional é aquela da qual podem participar
empresas estrangeiras. Pela peculiaridade da concorrência internacional, admite a
lei que o edital se amolde às diretrizes da política monetária e do comércio exterior,
atendendo às exigências dos órgãos administrativos (art. 42). Esse tipo de licitação
serve, principalmente, para contratações vultosas, ou de produtos específicos, para
os quais seja insuficiente o mercado interno.

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