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Notícias 3
perturbação, nas linhas de transmissão de
energia ou de dados, e a maneira de fazer a
melhor proteção.
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Inversores vetoriais:
Problemas e soluções 7 explorando os fundamentos
Saiba o que acontece com o motor elé-
Controle inteligente:
trico no ambiente do controlador e também
o significado dos eixos Q e D aplicados no
processo de controle vetorial.
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será o fim dos cartões de entrada e saída?
Entenda como a distribuição do controle Imprecisão nas medidas
inteligente dá mais autonomia aos disposi-
tivos de campo e muda a configuração bá- 9 Entenda os conceitos de tomada de me-
sica dos processos de automação. dição, grandeza e precisão da medida, mos-
tra como é feita a classificação dos “erros”
e apresenta os principais tipos de desvio.
37
Mercado de robôs
caminha para o "gargalo"
Este artigo mostra algumas tendências
do mercado de robôs no Brasil.
10 Comunicação serial
na indústria usando o protocolo RS-232
O protocolo RS-232 é uma das formas
mais usadas para enviar dados de uma
máquina a um computador, e vice-versa.
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Analisadores industriais
Aqui são apresentados os elementos que
englobam a análise industrial e também os
principais conceitos da instrumentação ana- 13 Manutenção preditiva e pró-ativa
O que as vantagens das manutenções
lítica
preditiva e pró-ativa trazem para os proces-
sos produtivos.
44
Válvulas direcionais
Conheça os elementos aplicados no con-
trole do sentido de movimento, força e velo-
cidade dos atuadores pneumáticos.
15 Distúrbios no fornecimento de energia
46
Veja os principais tipos e como preveni-los.
Mesa XY
A mesa XY é uma associação de vários Tolerância geométrica - 2ª parte
componentes elétricos e mecânicos de alta Conheça os modos de representação do
responsabilidade, precisão e confiabilidade.
Esse artigo trata destes componentes. 20 quadro de tolerância, elementos de referên-
cia e principalmente o conceito de campo 52
de tolerância.
Sensores de posição
com tecnologia da magneto-restrição Vistas ortogonais e foto-realismo
A tecnologia de sensor linear: a da magneto- Crie vistas ortogonais com base em de-
restrição permite a construção de um sensor senhos tridimensionais e utilize os recur-
totalmente sem contato entre o cursor e ele-
mento sensor, entre inúmeras outras vantagens.
26 sos de renderização, aplicação de materi-
ais e iluminação no AutoCAD.
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AUTOMAÇÃO
NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
MECATRÔNICA
NOTÍCIAS
Foundation Fieldbus vira guia de bolso
Simpósio em Bauru
O Campus da Unesp em Bauru (343 km a noroeste de São Paulo) realizará,
de 14 a 17 de setembro deste ano, o VI Simpósio Brasileiro de Automação Inteli-
gente (SBAI). Promovido pelo Departamento de Engenharia Elétrica, da Faculda-
de de Engenharia, e pela rede Manufacturing Automation Network, o SBAI é
promovido a cada dois anos e reúne pesquisadores da área de automação que
utilizam técnicas de inteligência artificial e áreas correlatas. Nos três dias de
evento haverá workshop, minicursos e competição de robôs móveis autônomos.
Mais informações: (14) 221-6116 c/ Marcelo Franchin ou e-mail :
FR302, solução para interface fieldbus.
visbai@feb.unesp.br
or mais que os dispositivos de acionamento continu- Então, veremos algumas dicas que poderão salvar
P em evoluindo sempre, em muitos casos, equipamen-
tos consagrados por sua robustez e desempenho nunca
a situação e melhorar muito o desempenho dos equi-
pamentos, que são excelentes para manobrar motores
“caem de moda”. É o velho clichê: “em time que está e cargas altamente indutivas, e até puramente resistivas.
ganhando....”, assim, para manobrar cargas em vários Basicamente, um contator é uma chave magnéti-
ciclos, o contator (figura 1) ainda é o melhor produto. ca composta de:
- conjunto bobina
- conjunto de contatos
- carcaça de suporte.
Assim, poderemos agrupar os principais defeitos
de modo a abranger as principais partes do contator.
DEFEITOS NA BOBINA
m boa parte das centenas é empregada em indústrias de ma- aconteceu e nunca vai parar, ou
Mercado de robôs
caminha para o
“gargalo” Sérgio Vieira
onsiderado como ferra- O Brasil possui hoje 7 mil robôs instalados.
C menta-símbolo quando se
fala em automação indus-
trial, o robô vive um dra-
ma para a disseminação de seu uso
e operação no Brasil. Há um enor-
Há dez anos não passavam de 500.
Talvez a resposta esteja dentro da dizado segue o know-how pré-exis- Na Kuka Roboter, que tem apenas
indústria automobilística que, como tente e tem um forte componente o robô industrial como produto, o par-
foi citado acima, concentra a maio- prático e imediatista”. Com essa que instalado já chega a 900 unida-
ria dessas máquinas. forma de aprendizado, as mon- des. Seu principal cliente é a
Empresas como Ford, GM e tadoras têm conseguido suprir as Volkswagen (VW) que tem apenas
Volkswagen possuem em média 200 necessidades do mercado au- robôs dessa marca em todas as suas
robôs instalados em diversos seto- tomotivo que são volume de pro- plantas industriais. Parte das suas
res da fábrica (soldagem, pintura e dução e similaridade de operações vendas começa a caminhar para a
estamparia). Só a Ford instalou realizadas, mesmo que em mode- indústria alimentícia, produtos de hi-
mais de 240 robôs na sua unidade los de veículos diferentes. giene, autopeças, polimentos de me-
de Camaçari (BA), inaugurada em O desinteresse em programação tais, etc.
outubro de 2001. Por se tratar de de robôs pode ser sentido em cur- Para os pesquisadores, a base ins-
empresas estrangeiras, a decisão sos realizados por empresas como talada e que deve ser operada no dia-
de quais, quantos e como esses a Yaskawa, uma das quinze fabri- a-dia é mais importante que o núme-
robôs serão utilizados, vem das cantes que atuam no país. “Houve ro de unidades vendidas. Mas, mes-
matrizes. vários cursos que realizamos que mo nesse ponto, parece que há um
“Nesse cenário, as aplicações não apareceu ninguém”, argumen- déficit na mão-de-obra qualificada.
de cada robô estão intimamente ta José Luiz Rubinato, gerente ge- “Boa parte dos cursos oferecidos são
associadas a sua função dentro da ral da Yaskawa Elétrica do Brasil. teóricos, as partes de aplicação, in-
cadeia produtiva”, comenta Vitor Na sua avaliação, o mercado brasi- serção no chão-de-fábrica, flexibilida-
Romano. As montadoras promo- leiro consome hoje em torno de 100 de e reaproveitamento de tarefas não
vem o treinamento dos técnicos robôs/ano. Aumentos significativos são sequer citadas”, argumenta José
que irão operar os robôs, segundo nesse número só acontecem quan- Reinaldo, lembrando que os profissio-
as características operacionais que do há a implantação de fábricas nais se formam engenheiros mecâni-
eles devem enfrentar no dia-a-dia. multinacionais, como foi o caso da cos, mecatrônicos, elétricos e alguns
Essas operações podem ser en- Ford. Vale lembrar que fatos como em Ciência da Computação. Nenhum
contradas em qualquer outra plan- esse não acontecem todo dia no deles vai trabalhar para uma firma que
ta industrial já em funcionamento, Brasil. Na Yaskawa, o faturamento precisa de um bom técnico programa-
seja na Europa, EUA, Argentina ou com robôs representa 10% da re- dor offline. A grande maioria dos téc-
Turquia. “Isto significa que o apren- ceita. nicos que operam os robôs têm cur-
*fonte: empresas
Kuka 900
ramentas adequadas, “lay-out” do
Fanuc 300
chão-de-fábrica, logística (suprimen-
to de componentes e matéria-prima, outras empresas 4000
sincronia de operações, movimenta-
Robôs industriais instalados no Brasil.
ção de peças, embalagem, vendas
e serviços pós-venda), testes para
ajuste dos parâmetros, manutenção A construção de robôs industriais ver esse problema, a Rede Manet
preventiva e corretiva, etc. requer um elevado investimento finan- tem um projeto de fazer retroffiting
Vanguarda – Apesar das dificul- ceiro até chegar ao desempenho apre- desses robôs substituindo o con-
dades, o Brasil é considerado como sentado pelos fabricantes. Diversas trole original. O trabalho, que é de-
um dos países de elevado conheci- empresas de tecnologia nacional se- senvolvido junto com laboratórios
mento no campo da Robótica. Quan- riam capazes de desenvolver esses de Portugal, possibilita ter uma má-
do a oportunidade aparece, há o de- equipamentos, porém o grande núme- quina velha, mas em bom estado.
senvolvimento de projetos bem su- ro de concorrentes internacionais no O controle é feito diretamente do
cedidos que vão da área industrial mercado, que já está saturado, vem PC e pode impulsionar a base tec-
ao campo do entretenimento. Só causando uma substancial redução nológica na pequena e média em-
para citar alguns: A UFRJ desenvol- do custo para a aquisição dessas presa, principalmente, naquelas
veu um robô para atuar em exten- máquinas. Esse fato vem inibindo as que visam o mercado internacional.
sas lâminas de água; já a Universi- iniciativas de se produzir robôs no Com o robô é possível atingir pa-
dade Federal de Minas Gerais país. Em aplicações não industriais, drões de qualidade e produção num
(UFMG) trabalha num robô que atua as indústrias e instituições de pes- curto espaço de tempo e, conse-
em inspeção da rede elétrica; na Uni- quisa nacionais podem facilmente qüentemente, aumentar a carteira
versidade Estadual Paulista (Unesp) concorrer no mercado. de clientes.
o trabalho foi em cima de um robô Cerca de 40% do preço de um O robô de solda é o mais consu-
para inspeção da rede de água; a robô industrial hoje vem dos impos- mido por esses novos clientes que
Universidade de Campinas tos. O preço dessas máquinas cai estão aparecendo no mercado. Indús-
(Unicamp) desenvolveu um robô pela metade depois de um ano de trias de autopeças e de eletrodomés-
para auxiliar deficientes; o próprio uso. A ligação maior entre fabrican- ticos (principalmente a linha branca:
professor Vitor Romano foi quem te e seus clientes está no controle geladeira, fogão, frezzer, etc.) pas-
desenvolveu o robô acoplado de uma da máquina. Depois de dez anos saram a ter uma maior redução de
câmera e que atua no Sambódromo de uso, um robô manipulador, por custos de mão-de-obra, redução com
do Rio de Janeiro durante os dias exemplo, está em bom estado, mas custos de materiais e elevado índi-
de carnaval. com controle obsoleto. Para resol- ce de segurança.
Analisadores Instrumentação
analítica de
processo
INSTRUMENTACÃO ANALÍTICA
instrumentação analítica de proces-
so, que será o objetivo desta série
de publicações. Os analisadores de
processo podem (ou não) ter a ne-
cessidade de utilizar um sistema de
vo deste trabalho é apresentar os amostragem específico. Usualmen-
princípios de medição das variáveis Conceitos gerais te, existem tipos de analisadores
mais utilizadas na indústria, bem que não necessitam de tratamento
como, apresentar e comentar os pro- - Análise qualitativa - É a deter- de amostra e têm o sensor em con-
blemas mais comuns nestes tipos minação dos componentes de uma tato direto com o processo, por
de processos e suas soluções. mistura sólida, líquida ou gasosa. exemplo, o pH e condutividade para
Estamos iniciando este trabalho - Análise quantitativa - É a deter- análise de líquidos e óxido de
com uma introdução ao assunto com minação da quantidade de cada com- zircônia para análise de gás (Oxi-
alguns comentários pertinentes. ponente de uma amostra. Ela é ex- gênio). Em outros a instalação de
Os sistemas de análise industri- pressa em concentração numa das um sistema específico para o con-
ais englobam, geralmente, os seguin- seguintes unidades: % Vol , g/m3 , dicionamento de amostra é impres-
tes elementos: ppm Vol , ppb Vol. cindível pois, do contrár io, os
- Instrumento de análise ou analisadores sofreriam danos
analisador - Equipamento sofistica- Classificação irreversíveis tornando a operação
do, de operação automática e inde- cara e ineficiente, por exemplo, a
pendente, que tem a finalidade de A instrumentação analítica se análise de gases em geral (NOx,
medir uma ou mais características classifica em instrumentação analí- SO 2, etc.).
PRINCIPAIS PARTES
DO ANALISADOR
Figura 2 – Esquema básico de configuração de um sistema analítico
Dentre outros componentes do
analisador propriamente dito podemos
destacar basicamente o detector, que
é o “coração” do equipamento e que é
capaz de converter a variável física
ou a reação química em sinal elétri-
co, sinal este que será enviado então
para ser tratado eletronicamente e
convertido para fornecer ao usuário
um sinal elétrico/eletrônico padrão
para poder ser utilizado pelo sistema
de controle da planta onde o equipa-
mento estiver instalado (figura 3).
Figura 3 – Principais partes do analisador.
DESEMPENHO DO
SISTEMA ANALÍTICO
FUNCÕES DO SISTEMA - Manter a segurança de homens
DE AMOSTRAGEM e equipamentos, permitindo ao usu- Precisão dos resultados e conti-
ário a intervenção ou a monitoração nuidade de funcionamento - Esta é
No entanto, não podemos esque- das condições do processo / ambi- a principal preocupação do usuário
cer que o sistema de condicionamen- ente visando a manutenção das con- quanto a um sistema de análise e para
to de amostra deve ser capaz de dições mínimas para a manutenção que possa ser obtida, o usuário deve
compatibilizar as características dela da segurança pessoal e patrimonial. obrigatoriamente atentar para os pon-
às condições necessárias a perfeita Por exemplo a monitoração da quan- tos, a seguir, antes e após a implanta-
operação do analisador, porém a tidade de CO (Monóxido de Carbo- ção de um equipamento de análise:
amostra nunca pode perder a sua no) emitido durante um processo de - Projeto
representatividade nas condições do queima. - Aplicação adequada
processo para a variável sob análi- - Otimizar a eficiência de equi- - Manutenção preventiva e corre-
se. pamentos, visando um melhor apro- tiva
O sistema de amostragem é veitamento da matéria-prima e, por - Sobressalentes - disponibilidade
constituído por um conjunto de equi- conseguinte, a redução dos custos pelo fabricante.
pamentos que possibilitam: operacionais da planta. Por exemplo
- A captação da amostra; a medição do teor de O2 (Oxigênio) De nada adiantará a aquisição de
- O transporte da amostra; em uma caldeira para manutenção um excelente equipamento se o usu-
- O condicionamento da amostra; da melhor relação ar/combustível ário não atender estas orientações bá-
- O descar te / reprocesso da para que a queima seja adequada. sicas, pois corre-se o risco de termos
amostra; - Melhorar/manter a qualidade aplicado uma grande quantidade de
- A admissão de padrões. de produtos fabricados, através da dinheiro em um produto que não aten-
manutenção da variável monitorada derá a expectativa.
FUNCÕES DO ANALISADOR dentro dos padrões exigidos por nor- Em nossas próximas edições es-
mas ou regulamentos. Por exemplo taremos apresentando uma visão
O analisador de processo tem a medir o pH de produtos alimentícios mais detalhadas dos tipos de medi-
função de fornecer dados para que, ou remédios para que o produto ção, bem como, das soluções para
através da intervenção do homem ou atenda a legislação. os problemas mais comuns apresen-
de controle automático, seja possí- - Controlar a emissão de tados por aplicações que utilizam a-
vel: efluentes industriais, visando o aten- nalisadores industriais. Até lá.
Mesa
XY Samir Kassouf
As mesas XY podem receber vá- em 3 m/s, e um cuidado especial espaço considerável no projeto. Cha-
rias denominações técnicas como deve ser dado às aplicações onde a mamos a atenção do leitor que já vis-
mesas car tesianas, mesas posi- mesa seja instalada na vertical, pois lumbrou uma aplicação deste tipo de
cionadoras, coordenados ou pick & a vida do fuso nesse caso deve ser mesa, que ela é contra-indicada na-
place. Esta variedade de nomes ex- bem avaliada. Pela característica de quelas aplicações onde a mesa fi-
plica em parte a variada gama de trabalho de um só flanco da rosca que na posição vertical, pois o rom-
aplicações que podemos destinar a do fuso, sua versatilidade referente pimento da correia acarreta a queda
esse produto nos diversos setores ao controle das folgas (e conseqüen- do material deslocado. Um ponto po-
da indústria. temente de sua precisão) é maior e, sitivo para este tipo de mesa é a
A mesa XY, na verdade, é a as- portanto, indicado para as aplicações manutenção baixa, e característica
sociação harmoniosa de vários com- de alta precisão como pick & places, da troca rápida da correia, que não
ponentes elétricos e mecânicos de mesas de usinagem, cabeçotes de deixa o dispositivo parado, sem pro-
alta responsabilidade e precisão, e leitura, etc. duzir, por longo tempo.
de alta confiabilidade (figura 1). Há uma característica interes-
Basicamente, temos dois tipos de sante a se observar nesse tipo de COMPOSIÇÃO DA MESA XY
mesa XYcomerciais, visto que o cus- mesa, onde a miniaturização das
to dos motores lineares são ainda guias, fusos e rolamentos possibili- Guias Lineares
muito mais altos para essas aplica- tam a construção de mesas de pe-
ções padrão. Como características quenas dimensões (mesa miniatura). As guias, carros ou buchas linea-
determinantes de cada podemos ci- Já as mesas fabricadas com cor- res são dispositivos de movimenta-
tar que a mesa acionada por fusos reias sincronizadas são mais velo- ção linear de baixo coeficiente de
de esferas recirculares (o fuso de zes (podendo chegar a 5 m/s), po- atrito (0,001), onde várias carreiras
esferas recirculares é o mais indica- rém menos precisas, e são mesas de esferas trabalham em um circuito
do para esse tipo de aplicação devi- nas quais conseguimos altas acele- fechado, e são responsáveis pelo
do ao seu alto rendimento, próximo rações e desacelerações, ideais pra suporte e translado de uma carga,
de 95%, e um baixo desgaste, além aplicações em sistemas de monta- normalmente presa à guia, que por
das características que discultiremos gens. Sua miniaturização é mais di- sua vez corre em um trilho de alta
no decorrer desse ar tigo) Suas fícil e restrita pelas dimensões das dureza.
velocidades máximas são limitadas polias sincronizadas que ocupam um Basicamente, os projetos de me-
sas XY mais modernos aceitam dois
tipos de guias: a circular e a
prismática.
No caso das guias circulares
quando mencionamos que esta é do
tamanho 40 ou tamanho 25, estamos
nos referindo ao diâmetro externo do
eixo de trabalho (em mm, a regra já
não vale para polegada). Já nas
prismáticas (todas padronizadas em
milímetros) os tamanhos 15, 25, 35,
etc. representam, em muitos casos
(não sendo regra) a largura do trilho
de trabalho em mm. Veja na figura
Figura 1 - Mesa XY.
2, um projeto especial e dedicado,
ticas de uma capacidade de carga xando-o em condições similares às Observe que em nenhum dos
maior e a alta rigidez . de um fuso novo. Porém, a mais co- exemplos dados, um erro de posiciona-
Tomemos como exemplo o fabri- mum em nosso país é a recupera- mento pequeno poderia prejudicar o
cante ABBA que apresenta os mo- ção da pista, limpeza e troca das processo. Já na indústria de usinagem,
delos BR15, 20, 25, 30, 35, 45 e 55. esferas (que devem estar dentro da ou nos processos de fabricação de
Estas guias apresentam variados mesma tolerância de diâmetro). As fibras ópticas, uma folga na castanha
modelos, capacidades de carga, jo- esferas encontradas comercialmen- pode comprometer o processo. Nas
gos radiais, tolerâncias, etc. No con- te não se enquadram na tolerância e mesas destinadas a essas aplicações
ceito desse fabricante, também não dureza exigidas nas aplicações com a solução encontrada foi a de se com-
há a necessidade do plano de lubrifi- fusos de esferas. A utilização des- por duas castanhas e tensioná-las uma
cação, pois a guia já vem com o lu- sas fará com que sempre algumas contra a outra, fazendo com que a
brificante para a vida. esferas (as maiores) se sobrecarre- folga seja retirada do sistema (chama-
guem, e tenham sua vida encurtada, mos de pré-carga), e nessas aplica-
FUSOS DE ESFERAS além de que ao se desintegrarem, ções usamos fusos retificados. Exis-
elas estarão prejudicando as outras te também a castanha simples pré-
Os fusos de esferas (figura 4) são esferas, visto que seus fragmentos carregada, onde diferentes ângulos de
os responsáveis pelo transporte fí- se prenderão à pista do fuso, geran- hélice na castanha do fuso geram um
sico da carga nas mesas XY. Sua do mais danos aos equipamentos. tensionamento interno a mesma.
concepção, utilizando esferas Segundo a Kalatec Automação, que As folgas referentes ao fuso de
recirculantes, possibilita um transla- faz este serviço há mais de oito anos, esferas são estabelecidas como pa-
do suave, uniforme, de baixo atrito 20% dos fusos que chegam para re- drão em um comprimento de 1 pé
da carga e até livre de folga em cer- paro, não têm condições de recupe- (304,8 mm). Por exemplo, a norma
tas aplicações. Oferecidos nas mais ração devido a pistas muito danifi- ISO estabelece como grau 5, que o
diversas versões como: castanha cadas ou tubos de retorno (interno ou desvio máximo em 304,8 mm do fuso
simples, castanha dupla com pré- externos) gastos e sem similares deverá ser 0,001 pol ou 0,0254 mm.
carga ajustável, castanha simples entre as marcas mais populares. A especificação técnica do fuso co-
com pré-carga fixa ou castanha sim- Basicamente temos dois tipos de meça atrelada à velocidade de deslo-
ples com pré-carga ajustável. fusos no mercado, o chamado "rola- camento da mesa. As mesas mais
Hoje em dia, no Brasil, devido a do" onde o processo de compressão velozes deverão ter passos maiores,
grande variedade de fabricantes e de um tarugo entre duas ferramentas por exemplo, 16 a 25 mm, já as de
modelos encontrados no mercado, de conformação concede uma pista velocidades menores podem e devem
há por vezes a necessidade de re- de rolagem em hélice, e o “retificado”, usar fusos com passos menores
cuperação do fuso, pois existem fa- que sofre ainda um processo de retifi- como 9 ou 12 mm, visto que com isso
bricantes que utilizam valores de pas- cação gerando superfícies mais uni- não sobrecarregam o acionamento.
sos completamente diferentes dos formes e com isso uma maior preci- Nas empresas especializadas,
normalmente encontrados no merca- são. A diferença de custo entre os dois normalmente a especificação técni-
do (ou castanhas com dimensões é sensível, sendo que os fusos rola- ca dos fusos fica a cargo de três
especiais). Como a fábrica não tem dos são utilizados em movimentos de ábacos que analisam a velocidade
acesso ao software de comando para transporte, como exemplo, em uma crítica, a compressibilidade e a vida
implementar uma compensação des- mesa de deslocamento de um leitor do fuso.
se avanço, o que resta é a recupera- de umidade (usado em uma máquina
ção do conjunto. de papel, impressoras, etc.), que deve CELA
Esta recuperação pode se enqua- "varrer" constantemente, em movi-
drar em quatro modalidades que vão mentos repetitivos, a largura da bobi- O que chamamos de "cela" nada
desde a simples limpeza do fuso até na e coletar dados de umidade, para mais é do que a plataforma de con-
a retificação completa de sua pista uma possível correção nos processos tato da mesa, onde será fixado nos-
(com um novo tratamento térmico por anteriores de secagem. Ou ainda, num so equipamento (ou em aplicações
têmpera e a troca de esferas), dei- sistema de corte e solda de chapas, mais raras o ponto que ficará fixo,
onde a primeira mesa é responsável com o deslocamento de toda massa
pela "puxada" do material, ou seja, a inercial da mesa passando por ele).
mesa quantifica o material a ser tra- Observe que as dimensões da
balhado, uma segunda mesa executa "cela" deverão ser baseadas no equi-
a aproximação do sistema de solda e pamento a ser instalado nela, evi-
uma terceira aproxima e desloca um tando-se ao máximo superdimen-
disco de corte à operação final (pode- sioná-la, lembrando que a mesma
ríamos até num estágio próximo ter deverá ser transportada também pelo
uma mesa encarregada do acionamento (podendo até ser
Figura 4 - Fuso de esferas.
empilhamento das chapas). fabricada em alumínio com alívio de
materiais para diminuição de peso e cações, isto não é necessário. do por tanto ser especialmente
inércia e, conseqüentemente, dimi- Uma das vantagens dos fabrican- projetados e construídos para isso
nuição de seu acionamento). tes atuais, como a AMP (Applied Mo- (figura 7).
No caso de um ambiente conta- tion Industries - USA), é a utilização Como todos os redutores, eles
minado onde haja a necessidade de de um "HUB" que consegue contro- são responsáveis pelo aumento de
uma proteção sanfonada, a mesma lar, de maneira simples e uniforme, torque do motor ou a redução da inér-
deverá ter uma de suas extremida- até oito motores de passo ou servos. cia da carga a ser transportada. Ba-
des fixa na cela. Normalmente a Outra vantagem é a programação sicamente existem dois tipos de re-
"cela" alojará em sua base a casta- simples que dispensa manual ou co- dutores de precisão no mercado. O
nha do fuso e no mínimo as quatro nhecimentos prévios de programa- primeiro são os redutores planetári-
guias (ou mais), o que já lhe outor- ção, além da capacidade de teste on- os que apresentam características
gará um tamanho mínimo. line. de trabalho definidas como rendimen-
Os drivers já vêm com caracte- tos de 85 a 95%, folgas ao redor de
MANCAIS DE APOIO rísticas de um PLC, isto é, eles apre- 10’ e instalação em linha, ocupando
sentam a capacidade de receber pro- um pequeno espaço na aplicação
Nas extremidades dos fusos e gramas, apresentam oito entradas e ( design extremamente compacto).
guias temos os rolamentos e seus 3 saídas digitais programáveis e Esses modelos são limitados por
mancais, normalmente esses são configuráveis via software e, como aplicações onde se necessite de alto
especificados levando-se em consi- já foi dito, este software pode con- torque.
deração as forças que lhes são im- trolar desde um eixo solitário até a Há também um modelo de redu-
postas pelo fuso, pela carga ou até integração de oito eixos (salientan- tor de coroa-sem-fim com baixíssimo
forças externas, assim como as con- do novamente que o software é de backlash (menor que os redutores
dições do ambiente de trabalho, que fácil compreensão dispensando co- planetários e trabalhando com torque
poderão até exigir retentores nas nhecimentos prévios de programa- maiores, e um dos fabricantes, a
extremidades das mesas. ção, o que dá acesso até ao "chão- girard transmissions, da França, tra-
de-fábrica" de programá-lo). Veja na balha com esses redutores, onde se
ACIONAMENTOS figura 6. pode definir três tipos básicos de
Existem também os drivers que folgas:
Uma mesa XY pode ser aciona- recebem apenas um sinal de pulso BASIC - folga < 10´
da por motores AC, DC, AC síncrono, padrão TTL e um sinal de direção, de MEDIUM - folga < 5´
motor de passo, servomotor, etc. um PLC, por exemplo. EXPERT - folga < 1´
Levando-se em consideração o grau Com esses dois sinais, o driver é Sendo que, no modelo Expert
de precisão e confiabilidade exigido, totalmente dirigível e programável, pode-se ainda ajustar a folga, na
os dois últimos acionamentos são os agora via PLC ou outro indexer com tentativa de minimizá-la com o des-
mais utilizados. essas saídas. gaste do uso, ou adequá-la a apli-
Os perfis de operação dos servos cação. Esses conjuntos já vêm
e dos steppers são muito similares, REDUTORES com o acoplamento sem folga ade-
sendo que o servo é mais utilizado quado, caixas leves fabricadas em
nas operações onde há uma dinâmi- Os redutores aplicáveis às mesas liga alumínio-magnésio, não têm
ca maior de movimentos e onde ve- XY, devem manter as características chavetas de conexão (o que
locidades de trabalho superior a 1200 de alta precisão do sistema, deven- inviabilizaria uma aplicação com
RPM devam ser alcançadas. Obser-
vamos que o motor de passo é a al-
ternativa mais barata para acionar
estas mesas, por apresentar a ca-
racterística de trabalhar em "looping
aberto", isto é, sem nenhum dispo-
sitivo como encoders e resolvers (fi-
gura 5) que fiquem constantemente
checando e corrigindo seu posiciona-
mento; sendo que a ausência dos
mesmos propicia drivers de controle
mais simples (sem PID) e, porque
não dizer, menos custosos.
Em um motor de passo pode ser
incluído um encoder, deixando-o com
as características de um servo, mas Figura 5 - Encoders e resolvers.
podemos dizer que em 95% das apli-
PROTEÇÕES MONTAGEM
ao lado usado de referência na letra gundo eixo deve se alinhar, e ser pa-
"b", e aperte em definitivo seus pa- rafusado em definitivo.
rafusos de fixação. e - Como última etapa, um reló-
Com isso, garantimos que os gio comparador pode se apoiar na
mancais estão propriamente alinha- "cela" e checar seu desvio em todo
dos. Agora vamos alinhar os eixos o curso da mesa.
que não podem exceder 0,025 mm
de paralelismo em todo o seu com- CONCLUSÃO
primento. Isto pode ser conseguido
com o seguinte procedimento: As mesas XY são, hoje em dia,
a - Monte um dos eixos (total- os meios de transporte e posiciona-
Figura 8 - Exemplo de redutor. mente suportados ou só nas extre- mento de precisão mais econômicos
midades) com baixo aperto nos pa- do mercado. Na atualidade existe
a - A placa ou cela deverá ter um rafusos de fixação. uma constante perseguição da Pneu-
lado de referência ou fresado, onde b - Usando um dispositivo de ali- mática e Hidráulica para posiciona-
os mancais das guias serão presos. nhamento como laser, alinhe um dos mentos precisos e repetitivos, mas
b - Monte firmemente dois eixos, referenciando-o em relação à esses objetivos ou ainda não foram
mancais referenciando-os por um base de fixação do equipamento. alcançados (deixando as por tas
lado de referência, garantindo com c - Depois da fixação deste pri- abertas para a proliferação dos mais
isso seu perpendicularismo. meiro eixo, o segundo eixo deverá variados projetos de mesas nas fá-
c - Monte o segundo par de ser montado com uma leve pressão bricas de todo mundo) ou necessi-
mancais no lado oposto, dando uma nos parafusos de aperto. tam de vários periféricos para conse-
leve pressão nos parafusos. d - Agora, com toda a "cela" co- guir a precisão necessária, encare-
d - Insira o eixo pelos mancais e locada sobre eixos, e em movimen- cendo e inviabilizando muito o
cheque as distâncias, com relação tos repetitivos de ida e volta, o se- projeto. ¨
Sensores de posição
com a tecnologia
magneto-restrição
Gilberto Abrão Jana Filho
MODELOS
DISPONÍVEIS
Protetores
de
linha Newton C. Braga
AS PROTEÇÕES
Para as tensões normais do circui-
A idéia básica de um sistema de to, que correspondem aos sinais ou à
proteção é desviar para a terra o pico energia que está sendo transmitida,
de alta tensão que se propaga atra- eles apresentam uma resistência
vés da linha de transmissão de ener- muito alta, não afetando o circuito.
gia ou de dados, antes que ele che- No entanto, para tensões acima
gue ao equipamento sensível. de um determinado valor (que é a ten-
Esse sistema é denominado são nominal do dispositivo), eles co-
"shunt", sendo o mais comum. mutam, apresentando uma resistên-
Dessa forma, para a proteção da cia muito baixa.
Figura 6 – Curva característica de um
linha de alimentação, ligamos o dis- Conforme ilustra a figura 7, onde varistor de óxido de zinco.
positivo em paralelo com ela, na en- temos a estrutura granulada de um
trada do equipamento, observe a fi- dispositivo desse tipo, uma cente- Na figura 8 temos um exemplo
gura 4. lha ocorre através do dispositivo des- dessas tomadas.
Para uma linha de transmissão de viando a energia do pulso de Evidentemente, para máquinas
dados como, por exemplo uma linha transiente. Nesse desvio da energia industriais e outros equipamentos
telefônica, ligamos o dispositivo em temos dois fatores importantes a sensíveis, o varistor pode ser agre-
paralelo antes da entrada no equipa- considerar. gado internamente à entrada de ener-
mento. Atente para a figura 5. O primeiro, é que o dispositivo gia do circuito.
A ligação à terra é muito impor- deve ser capaz de absorver a ener-
tante, se bem que em alguns casos gia da centelha, o que, nos casos Centelhadores
seja aproveitado, o retorno da pró- mais graves como, por exemplo, na
pria linha ligado à terra. queda de um raio próximo ao próprio Os centelhadores são dispositi-
O dispositivo utilizado é normal- cabo, pode superar sua capacidade vos de proteção que se baseiam
mente algum tipo de componente que causando sua destruição. na rigidez dielétrica do ar ambien-
apresente uma resistência elétrica O segundo, é que os efeitos do te. O ar é um isolante até determi-
muito baixa para o transiente, mas centelhamento através do dispositi- nado ponto. Se a tensão superar um
que seja visto como um circuito aber- vo são cumulativos, ou seja, a cada determinado valor, o ar perde suas
to para o sinal ou energia que deve pulso absorvido a centelha "gasta" propriedades isolantes, ioniza-se e
chegar ao equipamento. um pouco o dispositivo, queimando passa a conduzir intensamente a
Diversos são os dispositivos em- granulos de sua estrutura e, com o corrente elétrica. É o que sucede
pregados para essa finalidade. tempo, ele pode deixar de funcionar. com a própria descarga atmosféri-
Os varistores são muito usados ca, quando a umidade da chuva,
Varistores nas tomadas protegidas de compu- no momento em que ela se forma,
tadores, mas que servem para qual- reduz a rigidez dielétrica do ar a
Os varistores de óxido de zinco quer tipo de equipamento de uso do- ponto de permitir o aparecimento
(SIOVs, MOVs, etc.) são componen- méstico ou mesmo industrial que te- das descargas entre as nuvens e
tes que têm uma curva característica nha sensibilidade a surtos que se entre as nuvens e o solo na forma
semelhante à mostrada na figura 6. propaguem pela rede de energia. de raio.
Inversores vetoriais:
Explorando
os fundamentos
Alaor Mousa Saccomano
s inversores de freqüência a questão: como funciona o controle cessitam, além do valor de sua in-
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AUTOMAÇÃO
entre o sentido da corrente elétrica Tensão induzida por movimen- que é responsável pelo fluxo, e no-
induzida em um circuito e o campo to relativo: Quando determinado con- venta graus defasado deste, isto é,
magnético variável que a induziu. Ele dutor atravessa ou se movimenta em quadratura, o eixo de quadratura
observou que, ao induzirmos uma (certamente com velocidade) sobre que responde pelo torque.
corrente em um condutor ou grupo um campo magnético, surge no mes- Assumiremos, a partir daqui, a
destes, ela criará um campo que se mo certa f.e.m. (força eletromotriz) figura 3 como nosso ponto de apoio.
oporá à variação do campo que a induzida devido ao movimento, que Temos nesta uma MI, especificamen-
produziu. Assim, em uma bobina, pode ser dada por: te, um motor “gaiola de esquilo” isto
quando sujeita à ação de uma cor- é, no estator estão os enrolamentos
rente induzida, sempre aparecerá um onde: trifásicos defasados 120 o entre si e
campo que se oporá a qualquer varia- B: densidade do fluxo no rotor apenas barras cur to-
ção de campo magnético sobre si. q: cargas elétricas do condutor circuitadas. Lembrando que utilizare-
Guardando as devidas proporções, v: velocidade do movimento. mos como aproximação à conven-
podemos dizer que há uma certa ção do desacoplamento da MCC
inércia na bobina quando da forma- O CONTROLE VETORIAL (máquina de corrente contínua), ou
ção de campo magnético. melhor dizendo, a idéia é demons-
Tensão induzida ou indução Para entendermos o controle trar de um modo simples como po-
eletromagnética: Quando um ímã se vetorial de campo, devemos lembrar demos “modelar” um motor polifásico
move sobre um condutor ou próximo que a idéia é controlar a velocidade (no caso trifásico) em um sistema
(melhor, no interior) de uma bobina e o torque de modo independente, de dois eixos, sendo um deles o de
haverá a indução de um campo mag- como em uma MCC (máquina de campo de excitação e o outro de
nético (tensão induzida) sobre a mes- corrente contínua), só que aplicando quadratura ou enrolamento de com-
ma. Cessado o movimento, também o conceito em uma MI (máquina de pensação. Consideraremos, com
cessa o efeito. indução, preferencialmente do tipo muita aproximação, que o número de
Campo magnético: Quando um motor assíncrono trifásico). Na MCC, espiras do enrolamento do estator é
condutor é percorrido por uma cor- temos sempre um eixo do campo, o mesmo do rotor. Isto se faz neces-
rente elétrica, surge em torno deste sário para simplificar os cálculos.
um campo magnético proporcional à Se a corrente iqs for repentinamen-
corrente. O sentido das linhas do cam- te injetada no enrolamento sQ, tere-
po magnético estabelecido pode ser mos, pela lei de Lenz, que a corren-
obtido pela famosa “ regra da mão te que irá fluir no rotor o fará causan-
direita”: segure o condutor com a sua do um fluxo que se oporá ao incre-
mão direita de maneira que o dedo mento da corrente no enrolamento
polegar aponte o sentido da corrente sQ. As direções das correntes estão
(figura 2). Os seus dedos apontarão marcadas na figura 3. O sentido de
no sentido das linhas de campo. Já i’r é oposto ao de iqs.
quanto a uma espira (bobina), o cam- O efeito da injeção de corrente no
po magnético gerado dependerá do estator pode ser mais bem explica-
raio da espira e da intensidade da do através de um diagrama espacial
corrente elétrica. Quanto maior a cor- vetorial (figura 4). As adições das
rente, maior o valor do campo. Quan- Figura 2 - Regra da mão direita. correntes ids e iqs geram a corrente
to maior o raio da espira, menor o estatórica, de modo que logo após a
valor do campo. injeção da corrente, teremos:
Intensidade de campo magné-
tico (H): É a força magnética dada Então, facilmente percebe-se que
por unidade de pólo magnético, co- a corrente que gera os pólos magné-
nhecida também como força ticos no enrolamento estatórico, dita
magnetizante. corrente magnetizante, é a corrente
Fluxo magnético (Φ): É o núme- do eixo D.
ro total de linhas de força, que for- Desse modo, temos que o rotor
mam um campo magnético. irá se movimentar. Mas suponhamos
Densidade do fluxo magnético que o rotor seja mantido travado e,
(B): É o número de linhas de força não havendo movimente no rotor, não
que atravessam perpendicularmente há o aparecimento de f.e.m. de mo-
certa área. vimento, levando a corrente a se des-
Força magnetomotriz (f.m.m ou Figura 3 - Diagrama conceitual de uma MI vanecer, por causa da constante de
): É a força pontual ao longo do ca- com o enrolamento estatórico em tempo L/R do circuito do rotor. Isto é
minho do fluxo. quadratura..
notado pelo decréscimo do vetor i’r.
Nesta situação, o vetor corrente Denominaremos, como na maioria dos A corrente de magnetização é
magnetizante e fluxo não coincidem artigos acadêmicos, de ρ este ângu- calculada a partir de:
com o eixo D. lo. Ele não pode ser medido diretamen-
Para que o eixo d permaneça ali- te, mas sim estimado. Um modo se-
nhado com o vetor corrente de ria verificar a taxa de variação desse
magnetização, há a necessidade de ângulo com o passar do tempo em Todas as variáveis das duas ex-
que o estator se movimente de um função da corrente e velocidade de pressões anteriores podem ser cal-
certo incremente (figura 5), que cha- evolução do rotor. Assim, temos: culadas a partir da velocidade an-
maremos de δµ m, em direção a i s. gular do motor e da corrente do
Porém como é sabido que o estator estator, tendo já as informações de
é fixo, quem se movimenta, em sen- indutância de magnetização, cons-
tido oposto, é o rotor. Havendo, en- sendo: tante rotórica, resistências de
tão, movimento relativo do rotor em ω: a velocidade angular do eixo rotor estator e rotor e indutância de rotor
relação ao estator, melhor dizendo, isq: corrente estatórica referenciada ao e estator, potência e velocidade no-
ao fluxo magnético do estator, ocor- eixo q minal. Em sistemas com realimen-
re que as barras do rotor cortam o imr: corrente de magnetização tação via encoder, terá a medição
fluxo, tendo conseqüentemente ten- tr: constante rotórica direta da velocidade angular do rotor.
são induzida nas barras. Observe Quanto aos sistemas em que a
que se tem tensão induzida de mo- mesma é estimada, tem-se a forma-
vimento relativo. ção sensorless.
Na figura 6, temos que ir conti- O processador do sistema deve-
nuará ortogonal (isto é, 90o defasa- rá decompor a corrente resultante do
dos) do fluxo magnetizante. estator, que na realidade é compos-
Mantendo-se o fluxo constante, ta pelas correntes das fases R-S-T,
isto é, a parcela da corrente estatórica defasadas 120o elétricos e equilibra-
que se responsabiliza pela das em um sistema de dois eixos
magnetização da MI, isto é, a corren- ortogonais como nas MCC, mas ali-
te id deve ser mantida constante, o nhadas com o enrolamento do
torque se controlará pela parcela da estator. Essa “transformação de co-
Figura 4 - Vetores espaciais da MI em
corrente excedente exigida para gerá- quadratura, momentos após a injeção ordenadas” é matematicamente pro-
lo. A corrente iq, que se pode dizer de corrente. cessada utilizando-se um sistema
que é controlada independentemente matricial de transformação:
no sistema, gerará torque elétrico (TE)
proporcional ao seu valor:
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AUTOMAÇÃO
CONCLUSÃO
Imprecisão
nas
medidas
Douglas Ribeiro dos Santos
incerteza na medição para metidos durante a tomada de uma (m1,m2,m3,...,mn), tomadas da mes-
Figura 1 – Paquímetro.
didas como sendo o quociente entre para apresentar a medida na forma vidosos, porém o terceiro algarismo
o desvio absoluto (d m) e o valor mais escrita, isso porque o desvio médio o é. Para saber o número de algaris-
provável (m) encontrado através da relativo (dmr), é um índice que indica mos significativos, contamos a par-
média aritmética. a precisão da medida, quanto menor tir da esquerda para a direita todos
dmr = d m / m o desvio médio relativo, maior a pre- os algarismos (inclusive o duvidoso).
cisão do resultado. Neste caso temos 3 algarismos sig-
APRESENTANDO O Quando os valores medidos esti- nificativos.
RESULTADO DE UMA verem relativamente próximos, tere- Outros exemplos:
SÉRIE DE MEDIDAS mos uma boa precisão, mas não se a) 17 - dois algarismos significativos
deve confundir precisão com exati- (1 é certo e 7 é duvidoso) ;
A esta altura, o leitor estará per- dão. b) 21,0 – três algarismos significa-
guntando, qual a importância de to- Teremos uma boa exatidão da tivos (2 e 1 são certos e 0 é duvido-
das estas fórmulas, ou como elas medida quando o valor medido esti- so) ;
poderão ser úteis para melhorar a ver próximo do valor real. c) 63.070 - cinco algarismos signifi-
confiabilidade de uma medida? Sua precisão está relacionada cativos (6,3,0 e 7 são certos e 0 é
Se assumirmos que para a toma- aos erros acidentais, quanto maior duvidoso).
da de uma determinada medida m o número de amostras de uma de-
foram realizadas várias n medidas terminada medida, melhor será a pre- Fizemos uma breve abordagem
m 1 + m 2 + ...+ m n, através da mé- cisão do resultado, pois quando se do tema “imprecisão nas medidas”,
dia aritmética, obteve-se o valor mais calcula a média, o valor final calcu- também conhecido como teoria dos
provável (m), um desvio médio ab- lado estará mais próximo do valor erros ou ainda incerteza na medição,
soluto (d m ) e um desvio médio rela- real. Apresentamos os conceitos básicos,
tivo (dmr). A exatidão de uma medida depen- mencionamos os tipos de erros, sem
O verdadeiro valor da medida m, de de erros acidentais e sobretudo abordar os considerados grosseiros,
não é possível de se obter, porém de erros sistemáticos. os quais são causados por falta de
podemos chegar a um valor com atenção ou imperícia do operador do
uma confiança considerável, saben- ALGARISMOS instrumento, que são os erros de cál-
do que o valor da medida está den- SIGNIFICATIVOS culo, leitura, cópia ou mesmo de
tro do seguinte intervalo m - d m e m paralaxe.
+ d m, ou seja : Algarismos significativos são to- A importância desta teoria se re-
m - d m < m < m + d m , costuma- dos aqueles onde temos certeza e vela quando da necessidade de
se expressar a dimensão da seguin- mais um algarismo onde existe dúvi- apresentar um relatório, fazer uma
te forma: da, por exemplo: experiência, ou mesmo realizar um
m = m ± d m, um exemplo para a Após uma seqüência de medidas, teste na concorrência de vaga por
expressão da tomada de uma medi- chegou-se a quatro valores, qual o emprego. Assim, certamente o as-
da de diâmetro: valor da medição ? Sendo os valores sunto não pára por aqui, mas já é
Ø = (10,50 ± 0,04 ) mm. os seguintes: um bom início para começar a es-
8,24 m? 8,25 m? Ou 8,26 m? tudar ou mesmo aplicar em algum
O leitor pode perceber que não Das três leituras, podemos notar trabalho que você esteja desenvol-
usamos o desvio médio relativo (dmr) que os algarismos 8 e 2 não são du- vendo.
Comunicação serial na
Indústria usando o
protocolo
Newton C. Braga
RS-232
gados em um sistema básico de co-
Os equipamentos usados na Indústria e em Robótica estão municação usando o protocolo RS-
232 (definido pela norma EIA232).
cada vez mais “inteligentes”, utilizando recursos da informática
tanto para controle quanto para informar uma central sobre o OS TIPOS DE SINAIS
andamento da produção. Uma das formas mais empregadas para
Os sinais enviados estão na for-
enviar dados de uma máquina a um computador, e vice-versa, é
ma serial conforme já explicamos,
através de uma linha de comunicação serial sendo a mais conhe- o que significa que os bits são envia-
cida a RS-232. Veja, nesse artigo, como funcionam as comunica- dos seqüencialmente, um a um, atra-
vés de uma linha única de comuni-
ções RS-232 e o que elas podem fazer por seus equipamentos.
cações.
Eles são representados por ní-
veis de tensão e a comunicação é
s modos de comunica- máquinas (sensores e efetores) e os bilateral, ou seja, “full-duplex”, que
protocolo exigir uma transmissão um) em um “pacote” de tamanho de- para 0) há o reconhecimento do
síncrona. finido no formato ASCII. aviso de início de transmissão de
É interessante observar que em A quantidade de bits de cada pa- mensagem.
muitos casos, como a norma é usa- cote pode variar de 5 a 8, os quais No final do pacote de bits de da-
da para interligação direta, as carac- são enviados depois de um sinal dos é enviado também um bit de
terísticas de equipamentos de fabri- de start que é reconhecido quando paridade que serve para verificar se
cantes diferentes podem não casar, a linha, que está normalmente no a informação chegou correta, e de-
e isso pode acarretar problemas de nível 1 (negativa), passa para o pois um bit de stop.
funcionamento. nível 0 (positiva). No flanco des- Se este foi o último pacote, o ní-
cendente do sinal (passagem de 1 vel da linha se mantém alto (1); mas
A TRANSMISSÃO se um novo pacote deve ser envia-
do, temos nova transição do nível 1
Na figura 7 mostramos a forma para o zero, que é reconhecida como
como um caractere típico ASCII é start, e o processo se repete.
transmitido. Observe que o sincronismo des-
O modo mais comum de trans- te modo de transmissão é feito com
missão de sinais é o assíncrono (em base no bit de start de cada pacote.
que não há necessidade do trans- No entanto, este processo de
missor estar sincronizado com o re- transmissão traz alguns problemas
ceptor, pois ele é informado quando quando se pretende uma velocidade
cada “pacote de dados” começa e muito alta.
termina) dispondo de bits de start e Para altas velocidades, o forma-
stop . to usado é aquele que apresentamos
Assim, o sinal é formado por bits na figura 6 onde temos um ou dois
individuais que são enviados (um a Figura 5 – Conector modular. bytes de sincronismo.
PROTOCOLOS
T
rência fica cada vez mais emos certeza que não há
confusão sobre a diferença quando uma falha poderá ocorrer.
acirrada, práticas antes con-
entre a manutenção correti- As análises de vibrações, tempe-
sideradas irrelevantes torna- va (e a preventiva). Aliás, ratura, química, e estrutural são as
ram-se, hoje, vitais para a esta última ganhou grande destaque mais comuns nessa técnica de ma-
sobrevivência de uma em- no final da década de 80, aqui no Bra- nutenção.
presa no mercado. Um sil, com os famosos programas de A grande diferença entre a
QT (Qualidade Total). Uma das “fer- preditiva e a preventiva é sua
exemplo clássico disso é a
ramentas” célebres, e que até hoje assertividade. Enquanto a manuten-
manutenção. Neste artigo, ainda é muito utilizada, é a TPM (si- ção preventiva troca uma peça pura
faremos uma breve expla- gla inglesa para Manutenção Total e simplesmente pelo seu tempo de
nação sobre as vantagens Preventiva). uso, a preditiva analisa sua condição
que a manutenção preditiva Entretanto, não é raro confundir- real. A troca, então, só será realiza-
se manutenção preditiva com preven- da se o estado da peça em questão
e pró-ativa podem trazer estiver fora dos padrões normais,
tiva; e preditiva com pró-ativa.
para os processos produti- A manutenção preventiva é aque- não importando seu tempo de uso.
vos. la que ocorre antes da quebra da má- Fica óbvia sua vantagem sobre a
quina. Sua função é evitar que haja preventiva, pois, além de trocar so-
mente o que se faz necessário, isto
acontece em tempo hábil antes da
quebra.
Ora, qual leitor que nunca trocou
uma peça de seu carro preventiva-
mente, e essa, mesmo sendo mais
nova e original, falhou antes de uma
semelhante instalada na ocasião da
montagem de seu veículo?!
De forma alguma estamos des-
prezando a manutenção preventi-
va. Claro que ela tem uma impor-
tância fundamental, porém, ainda
utilizando o carro como exemplo,
seria muito mais econômico um sis-
tema que indicasse, por exemplo,
quantos quilômetros você ainda
poderia rodar com segurança sem
trocar a “correia denteada”, ao in-
vés de simplesmente trocá-la após
completar 50 mil quilômetros.
Ambas as filosofias de manuten-
ção (preventiva e preditiva) ocorrem
na máquina, ou equipamento. A pró-
ativa, por outro lado, surge no meio peça específica de uma máquina. Já a análise estrutural (dilatações,
em que ele está instalado. - Eliminar gastos com mão-de- vibrações, etc.) pode ser monitorada
Sua função é determinar as cau- obra para desmontagens desneces- eletronicamente.
sas das falhas, geralmente ligadas sárias para inspeção.
a fatores externos ao equipamento - Aumentar o tempo contínuo de MANUTENÇÃO PRÓ-ATIVA
propriamente dito. operação (disponibilidade).
“Qual a razão de instalarmos sis- - Reduzir paradas não programa- Falar sobre quais parâmetros de-
temas de climatização de ar (ar con- das (trabalhos de emergência). vemos considerar na manutenção pró-
dicionado) em um escritório, ou qual- - Impedir o aumento de danos. ativa é impossível. “Cada caso é um
quer outro ambiente informatizado?” - Aproveitar ao máximo a vida útil caso”.
De imediato podemos citar duas: dos componentes de um equipamen- Apenas para exemplificar melhor,
aumentar o conforto dos funcionários, to. a própria consulta ao fabricante da
e evitar sobre-aquecimento dos PCs. - Aumentar a confiabilidade da máquina sobre qual o melhor modelo
“Qual delas podemos considerar máquina e do produto final. para seu produto, pode, ao meu ver,
uma manutenção pró-ativa?”. ser considerada uma prática de ma-
Ambas, visto que tanto uma quan- Execução da manutenção nutenção pró-ativa.
to outra resultará na diminuição do ín- preditiva “Mas isso não é tarefa do setor de
dice de falhas e, conseqüentemente, projeto e desenvolvimento?”.
em um aumento de produtividade e Há duas formas de realizar a ma- Sim, mas quem disse que ele não
confiabilidade, seja pela redução do nutenção preditiva: através de instru- depende da manutenção, e vice-ver-
erro humano ou da máquina. mentos e com pessoal qualificado, sa?!
Resumindo, a manutenção pró- ou automaticamente pela própria má- Ora, imaginemos um torno CNC
ativa atua nas variáveis ligadas as quina. cujo eixo-árvore é equipado com um
condições de uso, e na determina- Os fenômenos mais comuns sob motor de 10 HP. Dependendo da geo-
ção e eliminação das causas poten- análise preditiva são de origem me- metria da peça, tempo de usinagem
ciais de falhas cânica (vibrações, pressão, tempe- estimado, dureza do metal, etc., tal-
Um programa de treinamento dos ratura, aceleração, etc.), porém, fe- vez, sua vida útil já esteja compro-
funcionários a respeito do correto nômenos elétricos também têm sido metida no ato da compra.
manuseio e operação de uma máqui- alvo de estudos recentemente. A O relacionamento franco entre for-
na é um exemplo de manutenção pró- qualidade da energia elétrica é um necedor e cliente, bem como empre-
ativa. Colocá-la em um ambiente con- deles. sa e funcionário, são fundamentais
trolado (temperatura, umidade, etc.) De qualquer modo, todos eles para o processo de uma manutenção
é outro. podem ser monitorados e controla- pró-ativa.
dos através da intervenção huma- “Quer uma sugestão para come-
REDUÇÃO DE CUSTOS na. Neste caso, planilhas, instru- çar seu programa?”.
mentos, e pessoal qualificado são Então faça uma pesquisa sobre o
Segundo o Comitê Panamericano empregados para a execução do que o pessoal no “chão-de-fábrica”
de Engenharia de Manutenção – processo. pensa a respeito do que pode contri-
Copiman, as empresas que utilizam Com o avanço tecnológico, en- buir para a redução das paradas não
metodologia pró-ativa, e preditiva tretanto, muitas máquinas já vêm programadas. Analise tudo; pegue um
possuem entre 48% a 78% a mais equipadas com sensores (de vibra- caso que lhe pareça mais coerente;
de eficiência operacional. ção, temperatura, defor mação, ponha em prática tais idéias; compa-
Além disso, há uma significativa etc.) e softwares preditivos, que re os resultados.
maximização do ciclo de vida e do são capazes de informar o estado Falo por mim, mas, toda vez que
retorno sobre seus ativos. das suas par tes críticas. A IHM faço isso, fico pasmo com minha “ino-
(Interface homem-máquina) em cência”.
MANUTENÇÃO PREDITIVA conjunto com PLCs, atualmente,
são muito utilizadas para esta fun- CONCLUSÃO
Agora que já definimos cada uma ção. Através de mensagens na tela,
delas, vamos a uma rápida análise o próprio operador pode programar De um modo geral, pode-se afir-
dos principais parâmetros de manu- a parada da máquina para sua ma- mar que a aplicação de programas de
tenção preditiva. nutenção. manutenção preditiva e pró-ativa nas
Infelizmente, nem tudo pode ser indústrias resulta, a médio e a longo
Objetivos de manutenção monitorado automaticamente. A aná- prazo, em reduções da ordem de 2/3
preditiva lise química (óleos lubrificantes e re- nos prejuízos com interrupções ines-
frigerantes, por exemplo) ainda é fei- peradas de produção, além de 1/3 nos
- Determinar, com antecipação, a ta sob intervenção humana, pelo me- gastos com a “manutenção” desne-
necessidade de manutenção em uma nos na maioria dos casos. cessária ou incorreta.
Distúrbios no
fornecimento
de energia
Osmar Brune
Equipamentos eletro-eletrônicos podem ser perturbados por Por outro lado, sobretensões e
“swells” são causados quase que
um fornecimento de energia de má qualidade. Além disso, eles unicamente pelas concessionárias
podem piorar a qualidade do fornecimento de energia. Do ponto de energia, resultando de variações
de vista do equipamento, no primeiro caso trata-se de um proble- bruscas de carga, ou de correções
do fator de potência. Estes distúrbi-
ma de imunidade, e no segundo trata-se de um problema de emis- os raramente causam problemas em
sões. Estes dois conceitos, e outros, foram abordados no primei- equipamentos eletrônicos que incor-
ro artigo desta série (EMC e EMI: Compatibilidade e Interferência porem fontes de alimentação regu-
ladas.
Eletromagnética). Interrupções de energia podem
Nesta edição, analisaremos diversos tipos de distúrbios no sis- durar de poucos segundos até vári-
tema de fornecimento de energia, suas causas típicas, como eles as horas, e normalmente são cau-
sadas por tempestades, falhas em
podem afetar equipamentos e como, em contrapartida, equipa-
transformadores, acidentes ou des-
mentos podem gerar distúrbios no sistema de fornecimento de ligamento de disjuntores.
energia. Serão analisadas, também, técnicas para prevenir estes
problemas. Variações de freqüência
O cados em 5 áreas:
- variações de tensão;
- variações de freqüência;
- distorções na forma de onda;
- transientes;
- interrupções de energia é o ter-
mo utilizado para perda total de ener-
gia por mais do que alguns poucos
segundos.
a freqüência tipicamente é mantida
muito próxima de 60 Hz. Além dis-
so, as variações são compensadas
num período de 24 hs, para que re-
lógios e outros dispositivos basea-
- ruídos contínuos. Por outro lado, variações de ten- dos nesta freqüência não percam
são muito rápidas, menores do que precisão. Variações de freqüência
A figura 1 ilustra os principais meio ciclo de onda (8,33 ms em 60 ocorrem em geralmente em peque-
tipos, em cada uma destas áreas. Hz), são classificados em outra área nos sistemas de energia indepen-
(transientes). dentes alimentados por pequenos
Variações de tensão Concessionárias de energia podem geradores.
causar “sags” e subtensões. Existem Grande parte dos equipamentos
Há três tipos, dependendo da sua casos em que a tensão é reduzida eletrônicos não são afetados por pe-
duração: deliberadamente em picos de deman- quenas variações de freqüências.
- Distúrbios de pequena duração, da. Usuários também podem causá- Muitos são fabricados para funcio-
variando desde meio ciclo até pou- los, por exemplo, ao energizar cargas nar na faixa de 47 Hz a 63 Hz, aten-
cos segundos, são chamados de de alta potência. Subtensões e “sags” dendo tanto aos mercados de 50 Hz
“ swells ” (aumentos de tensão) e profundos podem causar problemas como de 60 Hz. Motores e transfor-
“sags” (diminuições de tensão). Não em equipamentos eletrônicos, fazen- madores ferro-ressonantes, no en-
encontramos termos equivalentes do com que suas fontes de alimenta- tanto, podem ser afetados por varia-
em português; ção tenham déficit de energia. ções de freqüência.
Tolerância
geométrica
2ª parte Adriano Ruiz Secco
INDICAÇÃO NO ELEMENTO Se a mesma característica de to- lerância para cada elemento. Em vez
TOLERADO lerância geométrica e o mesmo va- disso, as indicações de tolerância
lor de tolerância forem especificados podem ser feitas como mostram as
ma forma de indicar a to- para vários elementos distintos, não figuras 5 e 6.
de planeza, de no
máximo 0,1mm,
aplica-se igualmen-
te aos três elemen-
tos indicados nos
desenhos.
INDICAÇÃO NO
ELEMENTO
DE REFERÊNCIA
Em alguns dos
exemplos analisa-
dos anteriormente, Figura 4 - Indicação no eixo ou plano médio.
os quadros de tole-
rância apresenta-
vam uma ou mais
letras maiúsculas
representando os
elementos de refe-
rência para verifica-
ção do elemento to-
lerado.
Nos desenhos
técnicos, essas
mesmas letras
maiúsculas devem
ser inscritas num
quadro e ligadas Figura 5 - Indicação a elementos comuns. Figura 6 - Indicação a elementos comuns.
ao elemento de
referência por uma
linha auxiliar (li-
nha contínua es-
treita), que termi-
na num triângulo
cheio ou vazio,
apoiado sobre o
elemento de refe-
rência (figura 7).
A base do triân-
gulo pode apoiar-se
Figura 7 - Indicação da referência Figura 8 - Indicação no elemento de referência
diretamente no
contorno do ele-
mento de referência ou no seu pro-
longamento. Só não é permitido apoi-
ar a base do triângulo diretamente
sobre uma linha de cota.
Quando o elemento de referência
for um plano médio de uma parte co-
tada, ou um eixo, a base do triângulo
pode ser apoiada numa extensão da
linha de cota (figura 8).
Na figura 9, à direita, onde o ele-
mento de referência é o plano mé-
dio do rasgo retangular, uma das se-
tas foi suprimida por falta de espa-
ço, o que é aceitável segundo a nor-
Figura 9 - Indicação no plano médio ou eixo.
ma técnica.
A base do triângulo pode ser zonas de tolerância. Essas zonas CAMPO DE TOLERÂNCIA
apoiada diretamente sobre o eixo correspondem ao que a norma NBR
ou plano médio do elemento de re- 6409:1997 chama de campo de to- A tolerância geométrica para um
ferência, quando se tratar do eixo lerância, conceito extremamente im- elemento, define uma região dentro
ou plano médio de um elemento úni- portante para o entendimento da apli- da qual o elemento tolerado deve es-
co ou do eixo ou plano médio co- cação e verificação das tolerâncias tar contido. Portanto, campo de to-
mum a dois elementos (figura 10). geométricas. Este conceito será ex- lerância é o espaço onde devem
Se for possível ligar diretamente plicado, em linhas gerais, no próximo estar localizados os desvios de for-
o quadro de tolerância ao elemento tópico. Depois, será retomado quan- ma, de posição e de orientação do
de referência, por uma linha auxiliar, do se tratar de cada um dos tipos de elemento tolerado, em relação à sua
pode-se dispensar a representação tolerância geométrica, em detalhes. forma geométrica ideal.
das letras (figura 11).
Para indicar que a tolerância res-
tringe-se a uma parte limitada de um
comprimento ou superfície, deve-se
usar uma linha traço e ponto larga para
delimitar a região tolerada (figura 12).
Do mesmo modo, se apenas par-
te do elemento de referência for to-
mada como base para verificação da
característica tolerada, esta parte
deve ser delimitada no desenho pela
linha traço e ponto larga (figura 13).
Se houver restrições quanto à for-
ma em alguma parte definida do ele- Figura 10 - Indicação no plano médio comum.
mento tolerado, a região correspon-
dente também deve ser delimitada
pela linha traço e ponto larga e uma
nota deve ser escrita próxima ao qua-
dro de tolerância especificando o tipo
de restrição aplicável (figura 14).
REPRESENTAÇÃO DAS
COTAS BÁSICAS
Figura 13 - Indicação de referência na parte delimitada. Figura 14 - Indicação de referência com restrições de forma.
Dependendo da caracte-
rística tolerada e da maneira
como a tolerância é indicada
no desenho técnico, o cam-
po de tolerância é caracteri-
zado por:
Espaço dentro de um
cilindro.
Figura 18 - Área entre duas retas paralelas. Figura 19 - Espaço dentro de um cilindro.
AutoCAD 3D - 5a Parte
Vistas or togonais
ortogonais
e foto-r ealismo
foto-realismo
Sérgio Eduardo Macedo Rezende
A comandos relacionados às
superfícies e aos sólidos,
este é o último artigo da
série de AutoCAD 3D. Precisamos
lembrar que não basta saber o que
foi aqui abordado, uma vez que a
prática é fundamental, pois com
ela saberemos manipular as figu-
ras tridimensionais, e os coman-
dos serão lembrados com facilida-
de. Nesta parte final, vamos utili-
zar o fillet e o chamfer 3D e apren-
deremos a criar vistas ortogonais
com base em desenhos
tridimensionais. Para encerrar, apli-
caremos os conceitos mais impor-
tantes sobre renderização, aplica-
ção de materiais fazendo o dese-
nho parecer bastante real (recurso
fotorrealístico) e comandos bási-
cos de iluminação.
FILLET E CHAMFER
Select first object or [Polyline/ 1 edge(s) selected for fillet. Specify other surface chamfer
Radius/Trim]: (Clique na quina do blo- distance <10.0000>: 8
co ou do cilindro) Se nestas figuras utilizarmos um Select an edge or [Loop]: (Clique
Enter fillet radius <10.0000>: 2 raio de, por exemplo 10, não será novamente na quina)
Select an edge or [Chain/Radius]: possível aplicar o comando, uma vez Select an edge or [Loop]: (Dê
(Dê Enter) que o raio terá dimensão superior ao Enter)
das figuras.
O acionamento do comando PAPERSPACE E PROJEÇÕES
chamfer pode ser feito pelo menu su- ORTOGONAIS
perior, ou como mostrado abaixo, para
obtermos o resultado da figura 3: Ao fazermos um desenho em
Command: chamfer três dimensões, poderá ser neces-
(TRIM mode) Current chamfer sário criar suas projeções
Dist1 = 10.0000, Dist2 = 10.0000 ortogonais em duas dimensões para
Select first line or [Polyline/ que elas sejam cotadas e impres-
Distance/Angle/Trim/Method]: (Clique sas. Normalmente, trabalhamos no
na quina desejada) ambiente Modelspace em que cons-
Base surface selection... truímos os desenhos habituais.
Enter surface selection option Para criar uma folha de desenho,
[Next/OK (current)] <OK>: (Dê Enter) precisamos converter o ambiente
Specify base surface chamfer para a opção Paperspace . Primei-
Figura 3 – Resultado do chamfer. distance <10.0000>: 4 ramente, construa o desenho da
figura 4 para usarmos como mo-
delo, e em seguida vamos digitar o
comando solview chegando na tela
da figura 5.
Command: solview
Regenerating layout.
Enter an option [Ucs/Ortho/
Auxiliary/Section]: u (Utilizaremos o
ucs como base)
Enter an option [Named/World/?/
Current] <Current>: (Dê enter)
Enter view scale <1>: 10 (Para o
desenho ficar maior)
Specify view center: (Clique no
meio da tela)
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SOFTW ARE
SOFTWARE
ralela ao UCS, correspondendo à Specify view center <specify senho com outras vistas como a fron-
vista superior do desenho (figura viewport>: (Dê Enter) tal e isométrica, bastando para isso
6). Specify first corner of viewport: aplicar o vpoint conforme desejado.
(Clique em um ponto inicial para en- Agora vamos diferenciar as linhas
quadrar o desenho com uma borda, ocultas das visíveis, siga estes co-
figura 6) mandos:
Specify opposite corner of Command: soldraw
viewport: (Clique em um ponto dis- Select viewports to draw..
tante do inicial para encerrar o Select objects: (Clique na borda
enquadramento) em torno da peça, figura 8, ela fica-
Enter view name: Superior (Nome rá pontilhada)
da vista, para diferenciar de outras One solid selected.
que podem ser criadas) Select objects: (Dê Enter)
Figura 7 – Layers criados automaticamente.
UCSVIEW = 1 UCS will be saved Command: pspace (Para traba-
with view lharmos com as vistas como em um
Enter an option papel)
[Ucs/Ortho/
Auxiliary/Section]: Aparentemente, não houve mu-
(Dê Enter) danças, no entanto, o AutoCAD co-
locou as linhas ocultas no layer “Su-
Perceba que o perior-HID” e as linhas visíveis no
AutoCAD criou au- layer “Superior-VIS”. No layer “Supe-
tomaticamente vá- rior-Dim” podem ser colocadas as
rios layers (figura cotas do desenho.
7). Em cada um Para observarmos os efeitos dos
deles iremos apli- comandos vamos mudar algumas
car um recurso di- características destes layers afetan-
ferente. Ainda
estamos na opção
Modelspace que
permite que po-
Figura 8 – Selecionando a borda. sicionemos o de-
MECATRÔNICA ATUAL Nº 9
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SOFTW ARE
SOFTWARE
Command: vpoint Specify diameter for base of xa de diálogo Lights (figura 22) es-
Current view direction: cylinder: 20 colha a opção Point Light e clique
VIEWDIR=0.000 0,0.0000,1.0000 Specify height of cylinder or no botão New. Dessa forma cria-
Specify a view point or [Rotate] [Center of other end]: 40 remos um novo ponto de luz na
<display compass and tripod>: -1,- caixa de diálogo New Point Light
1,1 Agora, configuraremos a ilumina- (figura 23). Digite um nome no es-
Regenerating model. ção acionando o comando de luz paço Light Name e clique no bo-
Command: box digitando light no menu de coman- tão Modify para digitarmos a po-
Specify corner of box or [CEnter] dos ou pelo ícone correspondente sição da luz, em seguida, digite
<0,0,0>: 0,0,0 (figura 21) na toolbar render. Na cai- 0,200,100 no menu de comandos,
Specify corner or [Cube/Length]:
l
Specify length: 200
Specify width: 200
Specify height: 5
Command: cylinder
Current wire frame density:
ISOLINES=4
Specify center point for base of
cylinder or [Elliptical] <0,0,0>:
100,100,5
Specify radius for base of cylinder
or [Diameter]: d
MECATRÔNICA ATUAL Nº 9
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SOFTW ARE
SOFTWARE
a intensidade cai até zero, digite 60. Real para chegar nos resultados da
Dessa forma entre 30 graus e 60 figura 27.
graus haverá uma região de penum- Bem, vimos as principais carac-
bra, acima de 60 graus não haverá terísticas das luzes mais importan-
spotlight, observe a figura 26. tes, há diversos recursos comple-
Digite 80 na intensidade. Clique em mentares que podem ser assimila-
Modify para digitarmos as coorde- dos à medida em que haja neces-
nadas do sentido da spotlight. Para sidade. Com certeza, para fazer um
este exemplo digite 100,100,10 bom desenho representativo, os
para o alvo e 50,100,100 para a recursos ensinados são mais que
Figura 24 – Aplicação de luz pontual. origem. Aplique render não esque- suficientes.
cendo de colocar na opção Photo Chegamos ao final da série de
artigos sobre o AutoCAD 3D. Foram
ensinados os principais conceitos e,
para ganhar prática, é preciso dese-
nhar peças cada vez mais comple-
xas. Isso demanda tempo, mas os
resultados serão visíveis. Quando se
utiliza um recurso pela primeira vez,
poderá demorar para chegar nos re-
sultados, mas depois ficará mais fá-
cil. Então, façam bom uso do
AutoCAD, e até mais!