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ASSISTENTE SOCIAL
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200 questões comentadas
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PARA CONCURSOS
ASSISTENTESOCIAL
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© ACESSO ILIMITADO
—/ SIMULADO DE QUESTÕES
Q, DICAS DE LEITURAS
9
o ACESSE www.ssparaconcursos.com.br/curso-online
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Serviço Saciai para Concursos
SUMÁRIO
Introdução 4
Como estudar? 5
Como fazer para manter o foco? 6
Leituras básicas indicadas 7
Fundamentos Históricos e teóricos metodológicos do Serviço Social 8
Histórico e institucionalização; movimento de reconceituação; influências teóricas 8
Trabalho e Questão social 33
Trabalho como categoria central; questão social como matéria do serviço social 33
Legislação profissionale Projeto Ético-político 40
Lei de Regulamentação; Código de Ética; Resoluções do CFESS; Projeto ético-político 40
Dimensão Investigativa e Pesquisa 63
Pesquisa Social; tipos e projetos de pesquisa 63
Instrumentalidade 78
Dimensões da profissão; entrevista e visita domiciliar; estudo social, laudo e parecer social ... 78
Assessoria e Consultoria 91
Planejamento em Serviço Social 98
Planejamentoe suas dimensões; planejamento social; plano, programa e projeto 98
Crise do Capital e Redimensionamento da profissão 113
Crise do capitalismo; reestruturação produtiva; neoliberalismo e serviço social 113
Trabalho em equipe inter e multidisdplinar 123
Política Social e Seguridade Social 131
Fundamentos e história, contexto atual; neoliberalismo e desresponsabilização do Estado 131
Política de Saúde 155
Apolítica de saúde: históriae atualidade; legislação aplicada à saúde; impactosdo neoliberalismo
na política de saúde; atuação do Assistente Social na saúde; saúde do trabalhador 155
Política de Assistência Sodal 187
A política de assistência social; marco legal; Benefício de Prestação Continuada 187
Política da Previdência Social 215
Políticas Sociais Setoriais e para Segmentos Sociais 230
Criança e Adolescente 230
Família 254
Direitos da Pessoa Idosa 265
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INTRODUÇÃO
Olá pessoal. É com muita alegria que trazemos o nosso primeiro material com
conteúdos e questões comentadas às/aos concurseiras/os de serviço social do país. Este
material é fruto de um árduo trabalho e pesquisa e se trata de um material direcionado
para estudos voltados para concurso na área.
Esta apostila vai te servir para qualquer concurso, principalmente T3 e federais,
tendo em vista as bancas utilizadas: CESPE, FCC, CONSULPLAN, VUNESP, IBFC, IDECAN
e outras.
Lembramos que este material está protegido pela lei de direitos autorais. Sendo
proibida a reprodução do mesmo sem a prévia autorização das autoras.
No mais, estaremos com você nesta jornada, que será proveitosa. Cada dia é
importante, e é um prazer fazer parte da sua rotina de estudos.
Atenciosamente,
Nadja Arruda
Isto vai depender do seu tempo disponível e das suas metas. O mais
importante é você saber onde quer chegar, isto vai definir o seu caminho.
Se o edital já saiu, importante você iniciar pelos assuntos que possui mais
fragilidade, para "fechar o edital".
E na hora da leitura? Importante fazer os fichamentos (transcrição) dos
textos com as partes mais importantes do mesmo para você, se você fizer à
mão, vai te ajudar muito mais na fixação do conteúdo.
Responder questões é fundamental, além disso recomendo você ter um
"bloquinho de erros", em que você vai anotar seus erros nas questões e buscar
melhorar seu rendimento.
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PÕ1R
* Não se sabote! Você sabe que precisa estudar, então não pense
muito, sente e estude.
* Comece pelos assuntos que têm mais afinidade.
* Organize seu material de estudo no dia anterior. Exemplo: vai
acordar amanhã cedo e fazer uma hora de estudos antes do
trabalho? Separe seu material hoje, assim seu cérebro já
programa tal atividade e a sai um ponto à frente da
procrastinação.
* Elabore resumos com suas palavras, assim você entenderá com
mais facilidade os assuntos.
* Está sem paciência para ler? Resolva questões. É a maneira
mais dinâmica de estudar. Não tenha medo de errar, é
treinando que se chega à excelência.
* Pense em como será bom sentir aquela sensação de dever
cumprido, e chegar ao final do dia com a certeza que fez o seu
melhor, afinal, lembre-se: NINGUÉM VAI FAZER POR VOCÊ.
Então se quer mudar a sua vida, comece mudando seus hábitos.
* Se imagine no dia da sua nomeação, a felicidade das pessoas
que você ama, o seu choro de felicidade. Se imagine
comemorando essa vitória.
* Assuma o controle da sua vida, torne-se a pessoa que você
promete todos os anos se tornar.
* Nada é tão difícil que possa ser impossível!
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FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL
História, teoria, metodologia e aspectos da profissão; institucionalização; movimento de
reconceituação; influências teóricas.
Introdução
Um tema bastante cobrado em concurso público é o que está em torno da área de
Fundamentos do Serviço Social, e nesse aspecto não só a história da profissão, mas também
seus aspectos teóricos e metodológicos. Assim, é bom compreender que sempre essas três
dimensões (história, teoria e metodologia) estarão articulados nessa temática, assim é
inclusive nomeada as disciplinas na formação profissional do/a Assistente Social.
Quando falamos de concurso público, obviamente os editais deixam bem amplos sobre
a área, cabendo ao candidato e aos professores, ao conhecer a banca, buscarem os temas
mais recorrentes para serem estudados, visto, geralmente, o pouco tempo à disposição.
O Serviço Social é uma profissão praticamente consolidada. Se trata de uma profissão
recente, que teve seu surgimento no Brasil com o processo de industrialização da década de
1930, e assim, de agudização das expressões da "questão social" no capitalismo
monopolista, como forma de intervenção da Igreja Católica, do Estado e do Mercado nos
"problemas sociais"
A primeira escola de Serviço Social foi fundada em 1936, na hoje PUC-SP, com o
incentivo do CEAS (Centro de Estudos sobre Ação Social). Porém, é válido lembrar que o
Brasil não inaugurou este processo, primeiramente na América Latina foi o Chile. A segunda
escola surgiu no Rio de Janeiro, na que hoje é a UFRJ em 1937, e a terceira em Pernambuco,
em 1940.
Assim, podemos afirmar que nos anos 1960 e 1970 há um movimento de renovação na
profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional,
quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa
a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade.
Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos "de
esquerda", sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.
O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa, administração,
planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além das atividades de
execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E se intensifica
o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como
instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.
Com o findar da ditadura militar, já no final da década de 1970 e início da década de 1980,
a sociedade brasileira passa por um processo de ascensão dos movimentos sociais, esta
conjuntura proporciona ao Serviço Social aspirações mais democráticas e voltadas à justiça
social. É na década de 1980 que diversas conquistas à sociedade civil se instauram, entre
elas a promulgação da Constituição Federal de 1988.
O processo da década de 1980 configura uma relativa consolidação a categoria
profissional, principalmente pelos avanços nos campos dos direitos sociais e políticas sociais.
E é na década de 1990, precisamente no ano de 1993, que entra em vigor o atual código de
ética e a lei de regulamentação da profissão (8.662/93). E em 1996, as diretrizes curriculares
da Abepss.
Para além dessas iniciais elucidações que fizemos, podemos fazer uma divisão didática,
sobre os conteúdos de fundamentos para concursos públicos cobra os seguintes aspectos:
- O surgimento da profissão: a particularidade da questão social
- O processo de institucionalização da profissão até o período do movimento
de reconceituação
Esses são os quatro principais eixos, e como podemos ver, articulam "passado, presente
e futuro" da profissão na ordem do capital. Logo, acredito ser esse o ponto de partida para
a nossa jornada de estudos.
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desempenhando um papel crucial na elaboração, planejamento, execução e avaliação das
políticas públicas do nosso país.
Desde seu surgimento, na década de 1930, o Serviço Social passou por diversas
correntes teóricas e foi influenciado tanto pelo conservadorismo como pelo pensamento
crítico. Compreender que a história do Serviço Social está totalmente Smbricada com a
sociedade brasileira é um passo fundamental dos nossos estudos, afinai, como eu já disse,
ele é o ponto de partida.
Qual o cenário pois em que surge o Serviço Social no Brasil? É no contexto da
industrialização/urbanização que eclode no país entre a década de 1920/1930, que
por sua vez eclode desigualdades sociais e sujeitos que necessitam de
"intervenção" estatal e do mercado sobre essa problemática.
Assim, a ligação concreta entre serviço social, classes e o capitalismo monopolista.
Essas desigualdades são conceituadas como
QUESTÃO SOCIAL, o objeto de trabalho do/a oconservadorismo católico que
Assistente Social. . .....
caracterizou os anos miaais do serviço
Vale destacar com precisão de data o social brasileiro, a partir dos anos 1940,
surgimento da primeira escola de serviço social começa a sertecniàzado, ao entrar em
no Brasil, surgiu em 1936 em São Paulo, contato com oserviço social
financiada pelo CEAS na que hoje é a PUC-SP. norteamericanoesuaspropostas de
Os assistentes sociais atuam nas múltiplas trabalhopermeadas pelo caráter
e mais contundentes expressões da "questão conservador da teoria social
social" (IAMAMOTO, 2009, p. 19), que surge num positivista.
momento bastante específico da sociedade
burguesa (NETTO, 2006, p. 18), em um cenário
de expansão e desenvolvimento industrial e urbano nas três primeiras décadas do século XX.
Sua atuação é necessariamente polarizada pelos interesses de classes da sociedade
capitalista, onde demanda-se um novo tipo de enfrentamento da questão social, essa última
que se trata das
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/^N
/^^
Assim, no inicio da profissão, a influência^ que tivemos foi a do pensamento
NEOTOMISTA, que denominamos também INFLUÊNCIA FRANCO-BELGA. Essa primeira
influência se dá pela aproximação com a Igreja, e tem um caráter doutrinário e conservador,
com base no humanismo. A abordagem que se tem da questão social a partir disso é que
esta deve ser tratada como problema moral e religioso, com o objetivo de "integrar o
indivíduo ao meio".
Essa perspectiva perde força a partir da década de 1940, onde inicia-se de fato o
processo de institucionalização e tecnificação, e também devido à expansão de grandes
instituições socioassistenciais estatais na década de 1940, assim como paraestatais e
autárquicas (IAMAMOTO, 2011). Como exemplo, temos a LBA - Legião Brasileira de
Assistência.
Referências básicas:
IAMAMOTO, M. V. & CARVALHO, Raul. Relações sociais e serviço social no Brasil. São Paulo:
Cortez/Celats, 2008.
A primeira perspectiva teórica da qual o Serviço Social busca suporte para o exercício
profissional é o de matriz POSITIVISTA. O positivismo é uma das perspectivas teóricas
mais influentes do pensamento moderno, tem referências na técnica, na apreensão
Esse aporte influenciou o serviço social a partir dos 1940, mas vale ressaltar que essa
influência não ocorreu de forma "pura", mas sim sincrética (NETTO, 2009). O que isso quer
dizer? Que ocorreu uma junção entre positivismo e neotomismo.
Na década de 1940, vivíamos uma conjuntura internacional da II Guerra Mundial, nesse
período, ocorreu uma aproximação do nosso país com os Estados Unidos, nesse processo,
nos aproximamos da abordagem o serviço social norte-americano, conhecido como
SERVIÇO SOCIAL DE CASO, GRUPO E COMUNIDADE.
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social. Há a implementação de uma política de modernização, e a comunidade é vista como
um meio para disseminá-la. Assim, uma lógica bastante "funcionalista".
Esse processo continua na década de 1960, e é interrompido com o golpe militar em
1964. De todo modo, aqui já se inicia o processo que denominamos de EROSÃO DO
SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL, e que com mudanças significativas na realidade
brasileira, o serviço social começa a pensar o próprio papel do serviço social no Brasil, um
país subdesenvolvimento e de economia dependente. São esses questionamentos que dão
os primeiros saltos teóricos que ocorrem no chamado movimento de reconceituação.
O serviço social, como já ressaltamos, tem uma ligação intrínseca com a história do
Brasil, sendo que a cada conjuntura do país (e claramente também do capital) coloca
demandas profissionais diversas para à profissão, que busca responde-las. Foi através das
mudanças do país e de toda a América Latina, que se iniciou a erosão do chamado "Serviço
Social Tradicional" e iniciou-se o processo de renovação do Serviço Social brasileiro e latino-
americano, através do chamado Movimento de Reconceituação.
O serviço Social, como iniciamos a discussão no tópico acima foi influenciado por
diversas perspectivas teóricas e metodológica, e por isso também práticas. O
questionamento ao positivismo tem início nas mudanças econômicas, políticas e sociais que
passa no Brasil e na América Latina nos anos 1960. Ao ser uma profissão que está inserida
nesta conjuntura, e sente necessidade de responder aos novos movimentos e insatisfações
sociais, direciona seu questionamento ao "Serviço Social tradicional", através de um amplo
movimento de caráter teórico, metodológico, operativo e político.
"Este movimento de renovação que surge no Serviço Social na sociedade latino-
americana impõe aos assistentes sociais a necessidade de construção de um novo
projeto comprometido com as demandas das classes
subalternas, particularmente expressas em suas mobilizações. É no bojo deste
movimento, de questionamentos à profissão, não homogêneos e em conformidade
com as realidades de cada país, que a interlocução com o marxismo vai configurar
para o Serviço Social latinoamericano a apropriação de outra matriz teórica: a teoria
social de Marx." (Yazbek, 2009).
Conforme Netto, é em 1965 que sinaliza (e não inicia) a erosão do serviço social
tradicional, a partir do chamado Movimento de Reconceituação. Este que por sua vez é
reflexo das mudanças sociais, que colocam para o serviço social novas demandas e a
necessidades de novas opções, principalmente políticas, como por exemplo o
questionamento da funcionalidade da profissão para a superação do subdesenvolvimento.
O movimento de reconceituação, um tema muito importante e bastante cobrado em
concursos públicos, teve uma margem de tempo de uma década (1965-1975) e foi de suma
importância para o enriquecimento teórico-metodológico (principalmente) da profissão.
Netto, que é um autor indispensável para estudar essa temática, afirma que dois traços
foram marcantes desse movimento:
Ainda para Netto, com a erosão do Serviço Social tradicional, a "reflexão profissional se
desenvolveu diferencialmente - quer cronológica, quer teoricamente - em três direções
principais", que já sabemos bem, não é?
O movimento de reconceituação é caracterizado como um processo de
desconstrução de um paradigma dominante na formulação teórica e prática do serviço
social, em favor da construção de um paradigma alternativo. Durante o período de
Reconceituação coexistiram diferentes influências teóricas e José Paulo Netto é um dos
principais autores que trata desta temática, e este movimento para ele tem três perspectivas
principais:
1. Perspectiva Modernizadora
2. Reatualização do Conservadorismo
3. Intenção de ruptura
1. Perspectiva Modernizadora
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Esta é Segundo Netto um esforço "no sentido de adequar o Serviço Social, enquanto
instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser operacionalizado no
marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos
sócio-políticos emergentes no pós-64."
Os principais momentos desta perspectiva foram os chamados seminários de
teorização, principalmente o de Araxá e Teresopolis. No de Araxá, consideramos como a
afirmação da perspectiva modernizadora, no de Teresopolis, a cristalização desta. Já nos
Seminários de Sumaré e do Alto da Boa Vista, inicia-se o processo de deslocamento desta
perspectiva.
Esta perspectiva é emergente desde o Encontro de Porto Alegre, em 1965. A marca
principal desta vertente é a ADEQUAÇÃO ideológica do Serviço Social ao
desenvolvimentismo, e por isso marcada pelas perspectivas FUNCIONALISTAS,
SISTÊMICAS e também de matriz POSITIVISTA.
Assim, o objetivo é a busca da:
na modernização tecnológica e em processos e relacionamentos interpessoais. Estas
opções configuram um projeto renovador tecnocrático fundado na busca da eficiência e
da eficácia que devem nortear a produção do conhecimento e a intervenção profissional.
2. Reatualização do Conservadorismo
É ainda nos seminários de Sumaré e do Alto da Boa Vista que aparecem as primeiras
formulações desta segunda vertente. Esta recupera elementos da herança histórica e
conservadora do Serviço Social, mas com uma roupagem que se declara nova, mas que
repudia ao mesmo tempo a matriz positivista e a tradição marxista. Conforme Netto, essa
vertente confere à profissão o traço miscroscópico de sua intervenção, e a subordinam a
uma visão de mundo derivada do pensamento católico". Vale salientar que tudo isto é feito
com um "verniz de modernidade", o que torna esse conservadorismo mais sofisticado.
A inspiração desta perspectiva é a fenomenologia. Utiliza-se da metodologia dialógica,
f* que envolve a pessoa humana e a comunidade, assim esta vai priorizar as concepções de
f^ pessoa, diálogo e transformação social (dos sujeitos).
P Conforme Hermany,
^ Afenomenologia descreve os fatos, não explica e nem analisa. Seu principal objeto é
o mundo vivido, ou seja, os sujeitos de forma isolada. Considera a imersão no
cotidiano e a familiaridade com as coisas tangíveis.
0£\
como por pouco desenvolvimento metodológico para o exercício profissional, ou seja, teve
um caráter simplório e ao mesmo tempo reducionista.
3. Intenção de Ruptura
*m
José Paulo Netto diz o seguinte:
O Movimento de Reconceituação possui 3 claras perspectivas:
1)Perspectiva Modernizadora (tendência funcionalista),
2) Reatualização do Conservadorismo (tendência fenomenológica),
3) Intenção de Ruptura (Influenciada pelo Marxismo).
Referências:
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IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no Serviço Social. São Paulo:
Cortez, 1992.
NETTO, J. P. Ditadura e Serviço social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64.
^Sifi&k
aos direitos das classes subalternas. Sobre a direção do PEP trataremos desse aspecto no
ponto específico deste tema.
No Brasil, particularmente o cenário é bem controverso aos direitos sociais. Cada dia mais
de avança CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E DAS CONQUISTAS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, exemplos disto são a PEC 241, agora PEC 55 que congela
por vinte anos os investimentos em saúde, educação e demais políticas públicas, congela o
aumento real do salário mínimo, deixando o Estado cada vez mais mínimo para as políticas
sociais, e máximo para a dívida pública e os bancos.
Isso impacta diretamente o serviço social brasileiro, que lida com os usuários que serão
ou não atendidos. Algumas mudanças importantes para o serviço social: mudança do BPC
para o suas, tentativa de tirar o salário mínimo e sua vinculaçao da LOAS, bem como
colocando e preferência do critério econômico para benefícios. Conforme Yazbek:
Nesses anos, assim como na última década do século XX, tornaram-se evidentes as
inspirações neoliberais da política social brasileira, face às necessidades sociais da
população. Uma retomada analítica dessas políticas sociais revela sua direção
compensatória e seletiva, centrada em situações limites em termos de sobrevivência e
seu direcionamento aos mais pobres dos pobres, incapazes de competir no mercado.
Referências:
QUESTÕES
5. O serviço social foi reconhecido nos estatutos legais e éticos como profissão liberal, no
entanto, o assistente social, na condição de trabalhador assalariado, não dispõe de total
autonomia na efetivação do seu exercício profissional.
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C) A definição do "que é" ou do "que faz" o serviço social.
D) O caráter rotineiro da intervenção, viabilizando aos agentes especializados uma certa
margem de manobra e de liberdade no exercício de suas funções institucionais.
IV. Tem, em sua base, as modalidades por meio das quais as instituições
socioassistenciais filantrópicas enfrentam os problemas pessoais dos indivíduos.
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19. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) A consolidação do mercado nacional de trabalho
dos assistentes sociais através do Estado e das empresas ocorre no período histórico
brasileiro designado:
a) República Nova. b) Estado Novo.
c) Autocracia burguesa via ditadura militar. d) Transição democrática.
e) República Velha.
GABARITO:
9\ * p 2. C 3. C 4. C 5. C
^ 6. E 7. C 8. E 9. C 10. E
0ÜS
NÚMERO DE ACERTOS: Í^^ÚMERO DE ERROS:
O
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0&1
QUESTÕES COMENTADAS
(CESPE/INSS/2016) Acerca do serviço social como profissão, julgue os itens seguintes. «>
1. No Brasil, a institucionalização do serviço social como profissão foi provocada pela ^
progressiva intervenção de entidades religiosas no processo de regulação social, quando as ^
manifestações da questão social foram alçadas a objeto de políticas sociais.
/SSjSj
Errado. Essa perspectiva coloca o Serviço Social como "evolução" da ajuda, e não como
fruto da divisão social e técnica do trabalho que recebe demandas do capital, do estado e ^
da própria classe trabalhadora. Segundo Raichelis, a institucionalização da profissão ^
"relaciona-se assim à progressiva intervenção do Estado no processo de regulação social".
Assim, sempre quando falamos em institucionalização, falamos da demanda profissional ^
e legitima, mobilizados pelo Estado, pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica. ^
[...] a profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à ^evolução da ^
ajuda", à "racionalização da filantropia", nem à "organização da caridade"; vincula-se à ^
dinâmica da ordem monopófica [...]. (Netto, 2007, p. 69-70). ^
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/^s
4. Na década de 30 do século passado, o Estado brasileiro assumiu a questão social como
problema de administração, desenvolvendo políticas e agências de poder estatal em diversos
setores.
Correto. A questão social era tida como um problema, do qual precisava ser
resolvido/administrado. Esse período era de muitas tensões, principalmente pelo agudo
processo de industrialização e de formação da classe trabalhadora que conclamava seus
direitos trabalhistas. O governo populista varguista respondia de forma controladora,
paternalista e assistencial.
Ao reconhecer a legitimidade da questão social no âmbito das relações entre capital e
trabalho, o governo Vargas buscou enquadrá-la juridicamente, visando à desmobilização da
classe operária e a regulação das tensões entre as classes sociais. Como mostra Ianni
(1990), o Estado brasileiro transformou a questão social em problema de administração,
desenvolvendo políticas e agências de poder estatal nos mais diversos setores da vida
nacional. (IAMAMOTO, 2009)
5. O serviço social foi reconhecido nos estatutos legais e éticos como profissão liberal, no
entanto, o assistente social, na condição de trabalhador assalariado, não dispõe de total
autonomia na efetivação do seu exercício profissional.
Está correto. O marco legal não significa necessariamente a transferência direta para a
prática, visto que esta é mediatizada pelos conflitos de classes, pela correlação de forças
e pela própria forma como o Serviço Social se porta no espaço sócio-ocupacional. Assim
sendo, o profissional não tem total controle do exercício de suas atividades e nem tão
pouco das condições materiais, organizacionais e técnicas. Isso não significa, todavia, que
não há uma RELATIVA AUTONOMIA.
No entanto, isso não significa que a profissão não disponha de relativa autonomia e de
algumas características que estão presentes nas profissões liberais como a singularidade que
pode estabelecer na relação com seus usuários, a presença de um Código de Ética,
orientando suas ações, o caráter não rotineiro de seu trabalho, a possibilidade de apresentar
propostas de intervenção a partir de seus conhecimentos técnicos e, finalmente, a
Regulamentação legal da profissão [...]. (IAMAMOTO, 2009).
/^\
8. No Brasil, à época da ditadura militar, marcada pelo desenvolvimento capitalista, o caráter
modernizador da perspectiva modernizadora esteve relacionado a uma postura de ^
contestação à ordem sociopolítica então vigente. ^
Errado. Pelo contrário, a perspectiva modernizadora se adequa a chamada modernização ^
conservadora da autocracia burguesa, buscando na a contestação, mas a
adequação/integração profissional à ela. Aque contesta e critica a ordem vigente é a vertente ^
da wintenção de ruptura". ^
9. A intenção de ruptura foi forjada com a pretensão de romper com a herança teórico- ^
metodológica conservadora e seus paradigmas de intervenção social. ^
Correto. O eixo central da vertente da intenção de ruptura é a crítica e a busca do /*
rompimento com o chamado serviço social tradicional. Ao contrário das vertentes
anteriores, esta busca uma crítica sistemática ao desempenho "tradicional" e aos seus ^
suportes ideológicos, teóricos e metodológicos. ^
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13. (CONSUPLAN/PREF. DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES/2016) O serviço social no
Brasil, embora regulamentado como uma profissão liberal, não tem uma tradição de prática
peculiar às profissões liberais na acepção corrente do termo. No entanto, se esta é uma
característica básica do serviço social no Brasil, ela não exclui, integralmente, certos traços
que marcam uma profissão "liberal", dentre os quais lamamoto (1982) destaca, EXCETO:
A) A reivindicação de uma deontologia.
Deotolongia significa teoria do dever não tendo relação com a profissão liberal.
B) A existência de uma relação singular com os usuários.
A relação não é singular.
C) A definição do "que é" ou do "que faz" o serviço social.
Isto através do código de ética profissional e bem como da lei que regulamenta a profissão,
com a definição de suas atribuições privativas e de suas competências profissionais.
D) O caráter rotineiro da intervenção, viabilizando aos agentes especializados uma certa
margem de manobra e de liberdade no exercício de suas funções institucionais.
O caráter NÃO ROTINEIRO, com a possibilidade de apresentar propostas de intervenção a
partir de seus conhecimentos técnicos.
IV. Tem, em sua base, as modalidades por meio das quais as instituições socioassistenciais
filantrópicas enfrentam os problemas pessoais dos indivíduos.
Apesar disso ter colaborado, a análise do serviço social evolução da ajuda e da caridade
já foi superada. Na análise crítica, entendemos a profissão a partir de sua inserção na
sociedade de c/asses/burguesa/industrial/monopólica.
Estão corretas apenas as afirmativas
A)IeIII. B) He III.
C) II e IV. D) III e IV.
16. (FCC/TRT-11/2017) O Serviço Social, enquanto profissão inscrita na divisão sócio técnica
do trabalho, sofreu modificações ao longo de sua história. Ao adotar a perspectiva crítica
apoia-se
(A) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista, no entanto, reconhece que a
pluralidade sem hegemonia é o melhor caminho para o estabelecimento de um método de
compreensão do campo profissional.
Até a parte que fala da inspiração marxista está CORRETO. Porém, reconhe-se a
PLURARIDADE com a HEGEMONIA do marxismo, ou seja, de forma hegemônica o marxismo
da direcionamento teórico.
(B) na perspectiva compreensiva que constrói um tipo ideal para análise e leitura da realidade
com base numa vertente weberiana e supera totalmente os fundamentos judaico-cristãos.
Aquestão pede PERSPECTIVA CRÍTICA, e o pensamento weberiano não se coloca enquanto
tal, e tão pouco influencia sobremaneira o Serviço Social brasileiro.
(C) no método fenomenológico, que permite ao serviço social compreender a totalidade da
luta social a partir da reconstrução das partes e, com isso, reestabelecer um campo de
intervenção a partir dos sujeitos concretos.
A fenomenologia não busca compreender a totalidade, que o busca é o marxismo. A
fenomenologia está no âmbito da dialógica, do mundo vivido.
(D) na construção do método único, editado pelo Serviço Social norte-americano, que
reconhecia a necessidade das lutas sociais como principal campo de intervenção da profissão.
O serviço social norte-americano não reconhece as lutas sociais como principal campo de
intervenção da profissão, e não se trata de uma perspectiva crítica, mas sim tecnicista.
(E) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista e define seu
compromisso com as demandas das classes subalternas, expressas em suas
mobilizações.
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Este é o nosso gabarito! Fala claramente da inspiração marxista, do compromisso desse
arsenal teórico com a classe trabalhadora / subalterna. Ou seja, uma teoria que busca ir à
essência das contradições sociais, na busca do fim da exploração.
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e
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9
C) o assistente social se integra na organização do conjunto de trabalhadores
afins, por meio de suas entidades representativas, e com a coletividade da classe
trabalhadora na condição de profissional autônomo.
P
D) a efetivação da relativa autonomia que dispõe o assistente social depende da correlação
das forças econômica, política e cultural em nível societário e se expressa, de forma
particular, nos distintos espaços ocupacionais, que envolvem relações com sujeitos
determinados.
9
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Serviço Social para Concursos
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Este ponto não é tão comum, só as bancas mais conceituadas e os concursos mais ^
relevantes cobram, afinal é um tema mais "teórico", mas muito importante para nós. ^
Vejamos um pouco sobre ele.
O serviço social, ancorado na tradição marxista, compreende que o trabalho é uma ^
categoria central de análise. Isto porque é o trabalho que FUNDA O SER SOCIAL. O que
isso quer dizer? Que é o trabalho que humaniza o homem. ^
Veja, existe a natureza, é uma condição dada, e somos seres biológicos partícipes da ^
natureza. Mas somos diferentes, temos uma particularidade, que é a razão. A razão nos ^
permite diferenciar dos outros animais, porque a partir dela conseguimos idealizar ^
previamente aquilo que queremos realizar para suprir nossas necessidades.
A partir desta razão, conseguimos realizar o trabalho. Que é uma atividade que só os
homens realizam, e a partirdela o homem transforma a natureza e a si mesmo. É nesse ^
processo que o trabalho funda o ser social, e por conseguinte toda a O
sociedade/sociabilidade. ^
Assim, segundo essa linha de pensamento, é o trabalho que cria valor, que produz, que *%
supre as necessidades humanas, que dá humanidade ao homem e os diferencia de outros
seres biológicos. Segundo Netto e Braz: ^
"/"••.7 a sociedade através de seus membros, transforma matérias naturais em
produtos que atendem às suas necessidades. Essa transformação é realizada ***>
através da atividade que denominamos trabalho." m^
Agora, pense que o trabalho passa por transformações durante toda sua história.
Tivemos a comunidade primitiva, a escravidão, o feudalismo... Apartir do momento em que ^
ele produz riqueza para alguém, o fruto é apropriado, ele á alienado. Portanto, a alienação ^
surge antes do capitalismo, mas ocorre principalmente neste, em que ele é explorado, ^
alienado e assalariado pela classe que possui os meios de produção.
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E mesmo no capitalismo, ele passa por transformações. Do capitalismo concorrencial,
passamos para o monopolista, que adotou o fordismo/taylorista até a crise da década de "^
1970, e depois passou para a hegemonia do Toyotismo/acumulação flexível. Sobre isso, ^
conferir o tópico sobre Crise e Reestruturação produtiva do nosso material. ^
•* PEGADINHA EM PROVAS: Comumente as provas cobram a temática se o Serviço ^
Social é ou não trabalho. Bem, obviamente ela não vai te fazer escolher uma resposta
ou outra, mas é importante saber diferenciar. ^
Existem os que defendem que serviço social é trabalho (IAMAMOTO), pois está
inserido na divisão social e técnica da reprodução social, mas não está inserido na ^
produção de riqueza, e sim como um "trabalho improdutivo". ^
Existe também os que defendem que não é trabalho, pois não atua na transformação ^
da natureza (LESSA), nestesentido, o Serviço Social seria assim uma Práxis, mas uma ^
práxis diferente das dos operários, uma práxis que atua na regulação das realações
sociais.
Página 33 de 307
^ Com a apropriação da força de trabalho (e por isso da riqueza) pela classe que possui
p. os meios de produção, ocorre uma desigualdade intrínseca ao capitalismo, essa desigualdade
^ surge a partir do pauperismo de um determinado grupo.
^to Categorizamos essa desigualdade social, econômica e política como QUESTÃO SOCIAL.
' E é esse o objeto de trabalho do/a Assistente Social, e por isso a centralidade na
^ categoria trabalho.
Quem iniciou essa discussão no Serviço Social foi Marilda lamamoto no livro Relações
^ Sociais e Serviço social no Brasil, uma obra clássica. Colocamos até uma parte sobre isso no
f* ponto de Fundamentos e Serviço Social.
f* Conforme Cerqueira Filho (1982, p. 21):
v Por'questão social', no sentido universal do termo, queremos significar o conjunto
f* de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária
ff* impôs no mundo no curso da constituição da sociedade capitalista. Assim, a
"questão social' está fundamentalmente vinculada ao conflito entre capital e o
^ trabalho.
f* O que é preciso destacar é que você precisa relacionar sempre a questão social à
f* sociedade capitalista, certo? Não existe um sem o outro. E ela existe na mesma proporção
4* em que existe riqueza, sendo essa riqueza apropriada por uma minoria, enquanto a maioria
é explorada e alienada do fruto de seu trabalho.
PEGADINHA EM PROVAS:
/5%$\
QUESTÕES
Página 35 de 307
(D) a pobreza e as manifestações da questão social são problemas que se expressam em
comportamentos (malgasto de recursos, tendência ao ócio, alcoolismo, vadiagem, etc) e
a solução passa por alterar tais comportamentos por meio de um processo educativo.
(E) a pobreza é concebida como um problema individual-pessoal e, portanto, para o
enfrentamento da questão social, cabe à filantropia (individual ou organizacional) a
responsabilidade pela intervenção social: surge o debate do terceiro setor, da filantropia
empresarial (ou responsabilidade social), do voluntariado. A autoajuda, a solidariedade
local, o benefício, a filantropia substituem o direito constitucional do cidadão de resposta
estatal.
GABARITO:
1. B 2. C 3. B 4. B
Página 37 de 307
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f^k
Página 39 de 307
/^s
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p> Este é um dos pontos que considero mais importante, principalmente porque é CERTO ter
á^s algo sobre isso, seja da lei que regulamenta profissão, seja das resoluções do CFESS,
principalmente a resolução 293 que institui o nosso atual código de ética.
4* Como falamos basicamente de "lei seca" neste ponto, o nosso papel é facilitar para você
o estudo delas, principalmente com o essencial de cada uma. A dimensão ético-política aqui
^ tratada, dá suporte ao nosso Projeto Ético-político da profissão, e por isso colocamos estes
f^ no mesmo tópico do seu estudo. Mas, antes de discutirmos a legislação atual, iremos refletir
f^ com você sobre ética de forma filosófica, bem como um breve marco histórico dos códigos
p, de ética.
ç* O atual código de ética da profissão é datado de 1993, assim como a Lei de
^ regulamentação 8.662/93. Ambos são importantes instrumentos de atuação profissional,
assim como são bastante cobrados em prova. É importante ter o domínio de ambos.
^ Sobre o projeto ético-político, tem três pilares fundamentais: o código de ética de 1993,
a lei que regulamenta a profissão e as diretrizes curriculares da ABEPSS.
ÉTICA
0S
P Concorda comigo que antes de discutir código de ética^ precisamos falar sobre ética?
#sn Então, ética é uma construção histórica da humanidade, ela tem relação direta com a VIDA
m HUMANA, ou seja, com o respeito desta. Ou seja, trata da capacidade humana de discernir
sobre seus atos e valores, assim, quando falamos de ética, falamos de uma ação universal,
* que envolve não só o indivíduo, mas todo o coletivo.
v Assim, ética não pode ser confundido com uma prescrição de comportamentos, mas
P* uma reflexão e direcionamento sobre os mesmos. Para a ética interessa saber, "quais os
P melhores princípios, o melhor objetivo a seguir". (BESSON; GUAY, 2000, p. 49). Conforme
m Barroco (2009, p. 20) WA ética - entedida como modo de ser socialmente determinado - têm
_ sua gênese no processo de autoconstrução do ser social", e por isso, está repleta de história
e razão, e por isso, contextualizada na construção social humana.
n CÓDIGOS DE ÉTICAS
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Porque temos um código de ética? Bem, as profissões liberais (médicos, advogados etc)
possuem códigos porque lidam com a vida e têm motivos humanísticos, isto é, extrapolam ^
o corporativismo, pois sua função social lida com a vida humana, e não com máquinas, ^
carros, parafusos etc. Assim, a necessidade de um código de conduta coletivo, para -^
normatizar o exercício da profissão, indo além de "vontades individuais" e buscando a ^
unidade de um "sujeito coletivo", no caso, a profissão.
OCE se organiza em torno de um conjunto deprincípios, deveres, direitos e proibições ^
que orientam o comportamento ético profissional, oferecem parâmetros para a ação
cotidiana e definem suas finalidades ético-políticas, circunscrevendo a ética profissional
no interior do projeto ético-político e em sua relação com a sociedade a história. ^
(CFESS, 2012, p. 53). <*)
O nosso atual código é o de 1993, mas ele não é o primeiro a romper com o
conservadorismo. O código de ética de 1986 foi um marco nesse sentido, inovando em vários
aspectos, principalmente porque esta negou a "ética da neutralidade". Com a Constituição
Federal de 1988 e os avanços ocorridos no marco legal da seguridade social, foi necessário
uma atualização e maior explicitação da instrumentalização na prática do assistente social,
disso resultou o de CE de 1993.
O nosso CE ATUAL está instituído pela resolução 273 de 1993 do Conselho Federal de
Serviço Social, e sua base teórica está ancorada na nas bases do pensamento social de Marx,
e por isso possui um caráter ontológico, isto é, com visão do ser social, este fundado pelo
trabalho e que busca a emancipação humana.
PRINCÍPIOS
Página 41 de 307
O código possui onze princípios .ih fundamentais, entre eles, é
central o valor ético da liberdade/democracia. [^J
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos
sociais;
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes
trabalhadoras;
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da
participação política e da riqueza socialmente produzida;
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais,
bem como sua gestão democrática;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão
das diferenças; Código de Ética Princípios Fundamentais
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante
aprimoramento intelectual;
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma
nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem
dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação
sexual, identidade de gênero, idade e condição física
O CONJUNTO CFESS/CRESS
JVI O código de ética traz entre outras normativas, três campos fundamentais:
DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES/VEDAÇÕES, sejam estes em relação
cfessÍ a Prática e responsabilidade em geral da profissão, seja em relação a outros
de^rÍÍçS^Ií: profissionais, às instituições, aos usuários etc.
9
Serviço Social para Concursos
#
<^iv
Exemplos disto:
Direitos: sigilo, livre exercício, desagravo público etc
Deveres: denunciar as irregularidades, executar o exercício profissional com /^
eficiência/efetividade, pagamento da anuidade etc
Vedações: condutas antiéticas, exercício ilegal da profissão etc. ^
Da relação com os usuários (Artigo 5o e 6o), traz por exemplo que o AS deve garantir ^
a plena informação, garantir para a viabilização da participação efetivas destes, criar ^
mecanismos para desburocratizar a relação com estes etc. E traz que é vedado exercer ^
autoridade sobre estes com vista a limitar ou cercear o direito dos/as usuários/as entre
outros. 5
SI
CUIDADO COM A PEGADINHA
profissional, a meu ver, é um dos pontos de destaque do código e também mais polêmico.
Este é um DIREITO do AS de mantê-lo. Assim, é vedado revelar sigilo profissional,
mesmo para membros da equipe de trabalho multidisciplinar, e a troca de informações deve f$\
Página 43 de 307
Porém, há exceção. O artigo 18, traz que é admissível a quebra de sigilo quando em
casos de gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses
do/a usuário/a, de terceiros/as e da coletividade, e ainda dentro do estritamente necessário.
Multa
Advertência reservada
Advertência pública
Suspensão do exercício profissional
Cassação do registro profissional
Assim, logicamente, não se pode suspender o exercício sem multa, advertência reservada
e advertência pública antes. De uma forma didática para compreender esta hierarquia, basta
decorar o macete MAASC.
TOME NOTA
s Vale lembrar o seguinte: cabe ao Conselho Regional de Ser-viçcJ ciai (CRESS)
fiscalizar e julgar em primeira instância.
S A última edição do Código é a 10a.
V A última mudança do CE/93 ocorreu em 2011, com a incorporação das novas
regras ortográficas da língua portuguesa, com o reconhecimento da linguagem
de gênero, utilizando a linguagem masculina e feminina, exemplo: usuários/as.
s Em 2011 também ocorreu a troca do termo opção sexual por orientação sexual,
visto que o entendimento sobre a questão é que esta não é uma escolha, mas
uma construção social.
No que tange aos pontos mais importantes, a LR traz dez competências profissionais
(artigo 4o) e treze atribuições privativas (artigo 5o).
O macete e a forma melhor de compreender e diferencias as competências das atribuições
é tendo claro que as competências são as funções que competem de forma geral, ou seja,
cabe também a outros profissionais. Já as atribuições privativas são competências exclusivas
ao Assistente Social, ou seja, atribuições em matéria do Serviço Social.
IV- (Vetado);
Página 45 de 307
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços
sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades.
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A CUIDADO COM A PEGADINHA
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Na LR, o artigo 5o A, inclui as modificações da lei 12.317/10 que institui a CH de 30 horas
para o/a Assistente Social.
•^ TOME NOTA:
* A multa aplicada em caso de infração pode variar de uma a cinco vezes o valor da
anuidade.
v Em 2010 foi promulgada a lei das 30 horas semanais para o/a Assistente Social sem
redução salarial e incorporado a lei de regulamentação da profissão.
RESOLUÇÕES DO CFESS
V
Além do código de ética (que é uma resolução também, vale lembrar) e a Lei que
regulamenta a profissão, cada vez mais as bancas tem cobrado as resoluções do Conselho
Federal, listamos aqui a mais importantes que você precisa conferir.
RESOLUÇÃO 493/2006, Dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício
profissional do assistente social. Traz que é condição essencial, portanto obrigatória, para a
realização e execução de qualquer atendimento ao usuário do Serviço Social a existência de
espaço físico, com, por exemplo:
a- iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno;
b- recursos que garantam a privacidade do usuário;
c- ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas
Página 47 de 307
d- espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda de material técnico
de caráter reservado.
E um dado bem importante: O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito
com portas fechadas, de forma a garantir o sigilo.
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Serviço Social para Concursos
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PROJETO ETICO-POLITICO
/^
Assim, quando falamos do projeto ético-político do serviço social, é preciso destacar que
este está vinculado a um projeto de transformação da sociedade, afinal ele tem uma ^
dimensão política. Assim um projeto profissional sempre estará vinculado a um projeto ^
societário, no caso da nossa profissão, a um projeto de sociedade livre, justa e igualitária. ^
/nos
*m
O PEP do Serviço Social, enquanto estrutura dinâmica, ^
construído coletivamente pela categoria, tem expressão ^
em uma cultura profissional caracterizada por: ^
s Uma autoimagem profissional ^
V Valores e normas ^
s Requisitos teóricos e técnico-interventivos /%
s Pela relação com os usuários, outros profissionais e
instituições públicas e privadas ^
O projeto ético-político profissional "supõe uma formação generalista, sólida, pautada pela ^
crítica social e pela competência teórico-metodológica e operativa orientada pelas Diretrizes ^
Curriculares, pela teleologia do Código de Ética Profissional e pela Lei de Regulamentação da **
Profissão" (YAZBEK; SILVA, 2005, p. 37).
Página 49 de 307
Assim, o projeto ético-político foi construído no contexto histórico desde a década de 1970,
e é fruto assim do movimento de reconceituação e tem como característica a recusa do
conservadorismo.
Conforme Teixeira e Braz (2009, p. 190 ss), os elementos constitutivos podem ser
sistematizados da seguinte forma:
a) Explicitação de princípios e valores éticos-políticos;
Ex: defesa da liberdade, de uma sociedade igualitária...
b) Matriz teórico-metodológica em que se ancora;
Ex: de forma hegemônica à teoria social de Marx
c) Crítica radical à ordem social vigente - do capital - que produz e reproduz
miséria para a maioria e riqueza para uma minoria;
Ex: por isso defende um novo projeto societário, sem desigualdade
d) Lutas e posicionamentos políticos da categoria em aliança com os setores
progressistas da sociedade brasileira.
Ex: refere-se a aliança com setores para alcançar os objetivos emanados no código.
Além disso, esses elementos têm em sua base componentes que lhe dão materialidade,
segundo os autores acima citados, são eles:
a) A produção de conhecimentos do Serviço Social, onde se expressam a pesquisa
e a reflexão sobre a profissão, que devem plasmar a busca por um novo projeto
societal, visto que não existe neutralidade na ciência
b) As instâncias político-organizativas da profissão, através de seus fóruns e
entidades, como por exemplo o conjunto CFESS/CRESS, a ABEPSS e a ENESSO, onde
os compromissos são reafirmados na defesa da democracia.
c) A dimensão jurídico-política da profissão, ou seja, o arcabouço legal e
institucional, que envolve leis, resoluções, documentos etc... Nesse componente ainda
há duas esferas: o arcabouço propriamente dito da profissão, e também as conquistas
plasmadas na Constituição Cidadã de 1988.
Os autores concluem:
Mas, é importante frisar, esses elementos e componentes não garante e não quer dizer
que o PEPSS se efetive integralmente na realidade. Afinal este é um PROJETO, ou seja, um
"norte", uma "defesa". A realidade objetiva é diferente do plano subjetivo, principalmente ^
quando se trata de um projeto que defende a liberdade, a transformação social na contramão "^
da sociedade do capital, ordem vigente. ^
Conforme Prates e Aguinsky (2012): ^
"No caso do Serviço Social, o projeto ético-político se orienta por valores ^
diametralmente opostos [ao capitalismo], por uma nova forma de sociabilidade, mais ^
justa, menos desigual, onde não haja exploração e subjugação, onde haja respeito à ^
diversidade e o conjunto dos sujeitos independentemente de etnia, sexo, faixa etária, A
orientação sexual, sejam reconhecidos, valorizados e tenham acesso aos bens materiais
e simbólicos produzidos socialmente." ^
Referências:
^\
TEIXEIRA, J. B; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS
(Org.)- Serviço social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: ^
CFESS/ABEPSS, 2009. ^
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Página 51 de 307
QUESTÕES
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(®^
(A) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões
institucionais. ^
(B) defender as prerrogativas e a qualidade técnica e ideológica do exercício profissional
competente. ^
(C) participar na elaboração e no gerenciamento de políticas sociais, e na formulação e
/SSk
implementação de programas sociais.
(D) pronunciar-se em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos
de interesse da profissão. ^
(E) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou privada, de forma
a garantir a qualidade do exercício profissional. ^
4. Ao tratar das relações do/a Assistente Social com a Justiça, o artigo 19 do Código de Ética
prevêcomodever do/ assistente social o comparecimento perante a autoridade competente, ^
quando intimado/a a prestar depoimento, para declarar que ^
(A) somente o fará diante da presença de um fiscal do CRESS. ^
(B) dispõe-se a contribuir com a justiça revelando o sigilo, sem limites. ^
(C) aceita revelar o sigilo em nome do seu dever moral.
(D) poderá testemunhar sobre situação sigilosa, ainda que não autorizado.
(E) está obrigado/a a guardar sigilo profissional
5. (VUNESP/ PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/ 2016) Dada a complexidade do mundo ^
moderno, a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas ^
competências são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação
de áreas de atuação que incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e
consultoria a órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras ^
entidades, em matéria de Serviço Social, de acordo com o artigo 5o , III, da Lei no 8.662/93, ^
constitui-se em ^
(A) dever profissional. m^
(B) uma metodologia qualificada. ^
(C) atividade compartilhada. ^
(D) opção profissional. ^
(E) atribuição privativa do Assistente Social.
Página 53 de 307
(C) O CFESS/CRESS terão legitimidade para agir somente contra os (as) assistentes sociais
que infringirem as disposições legais do regulamento profissional.
(D) O CFESS terá foro em qualquer estado brasileiro.
(E) Somente os (as) estudantes de serviço social, sob supervisão direta de assistente social
em pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar estágio de serviço social.
0$s
10. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Conforme lamamoto (2008), o Projeto Ético-Político
Profissional do Serviço Social realiza-se em diferentes dimensões do universo da profissão;
analise-as.
IV. Nas articulações com outras entidades de Serviço Social e com outras categoriais
profissionais e movimentos sociais organizados e no marco legal das políticas sociais.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I e III. B) II e III.
C) I e IV. D) II e IV.
GABARITO:
1. C 2. A 3. E 4. E 5. E
6. E 7. C 8. C 9. C 10. B
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= I QUESTÕES COMENTADAS
Essa questão fala, em suma, sobre a prática pedagógica do Assistente Social, ou seja,
sobre o papel deste na formação de uma nova cultura. Lembre-se que nosso código de
ética, há a defesa da liberdade, da democracia, e da construção de uma nova ordem
societária sem exploração/expropriação de classe, etnia e gênero. O nosso projeto ético-
político está pautado na transformação social a partir da emancipação humana. No sentido
da emancipação, deve atuar o AS, e assim deve contribuir a partir do seu processo de
trabalho as condições para tal.
Se quiser aprofundar essa discussão, fonte:
ABREU, Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos
da prática profissional. São Paulo: Cortez, 2010.
O CEnão traz nada sobre qualidade técnica e ideológica, mas fala na defesa da qualidade
dos serviços prestados.
(C) participar na elaboração e no gerenciamento de políticas sociais, e na formulação e
implementação de programas sociais.
Isto é um direito do/a AS, mas no que tange as responsabilidade gerais. (Cf. art 2o).
(D) pronunciar-se em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos
de interesse da profissão.
Isto é um direito do/a AS, mas no que tange as responsabilidade gerais. (Cf. art 2o).
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(E) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou
privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional.
(Cf. alínea a do artigo 7o)
5. (VUNESP/ PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/ 2016) Dada a complexidade do mundo
moderno, a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas
competências são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação
de áreas de atuação que incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e
consultoria a órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades, em matéria de Serviço Social, de acordo com o artigo 5o, III, da Lei no 8.662/93,
constitui-se em
Justificativa: Como a questão fala em MATÉRIA de serviço social, somente o/a Assistente
Social pode prestar esse serviço social. Logo, é uma atribuição privativa. Conferir o Artigo
5° alínea III. ^
Art. 20 "As delegacias seccionais contarão com três membros efetivos: um Delegado, um
Secretário e um Tesoureiro, e três suplentes, eleitos dentre os Assistentes Sociais daárea ^
de sua jurisdição [...]" ^
(C) O CFESS/CRESS terão legitimidade para agir somente contra os (as) assistentes sociais ^
que infringirem as disposições legais do regulamento profissional. ^
Art. 22. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão legitimidade para agir contra ^
qualquer pessoa que infringir as disposições que digam respeito às prerrogativas, à ^
dignidade e ao prestígio da profissão de Assistente Social. ^
(D) O CFESS terá foro em qualquer estado brasileiro. ^
O CFESS tem foro e sede em BRASÍLIA. *%
(E) Somente os (as) estudantes de serviço social, sob supervisão direta de ^
assistente social em pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar ^
estágio de serviço social. ^
Conferir o artigo 14. m>
Página 59 de 307
JUSTIFICATIVA: vejam que o enunciado da questão trata sobre EXTINÇÃO do SERVIÇO
SOCIAL na instituição. Logo, se não haverá mais Serviço Social na instituição, não há
sentido em LACRAR, não é? A lacração ocorre quando em um caso de demissão, não há
profissional de imediato para substituição. Assim, o material é lacrado na presença de um
representante ou fiscal do CRESS, para somente vir a ser utilizado pelo assistente social
substituto.
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jPi
Justificativa: Veja o detalhe muito importante que define o que a questão quer, a questão ^
está perguntando sobre as dimensões no UNIVERSO da profissão, ou seja, o que esta ^
intimamente ligado a profissão, neste caso, são as manifestações das entidades da categoria
(CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO), nos instrumentos legais (Lei de Regulamentação da ^
Profissão, Código de Ética e demais resoluções); bem como a partir da chamada formação «^
profissional, que atua na produção de conhecimentos e na defesa de um projeto teórico. ^s
12. O Código de Ética do(a) Assistente Social nega valores historicamente presentes
em uma sociedade capitalista, a exemplo da competitividade.
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2018
A investigação é inerente à
natureza das grandes
competências profissionais!!!
PESQUISA SOCIAL
ájPs
Toda Pesquisa exige um método, não se pode pensar pesquisa sem antes ter em
mente qual metodologia será utilizada, qual o referencial teórico será buscado, e sobretudo, ^
nenhuma pesquisa é neutra! m^
O conceito de Pesquisa Social segundo Minayo (2010) exemplifica bem todas as ^
características pertinentes à tal processo, vejamos ~
"Atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. ^
Embora seja uma prática teórica a pesquisa vincula pensamento e ação. É
uma apreensão e compreensão da realidade, que incluem as concepções ^
teóricas e o conjunto de técnicas definidos pelo pesquisador para alcançar /^
respostas ao objeto de estudo proposto. A pesquisa é um processo no qual o
pesquisador tem "uma atitude e uma prática teórica de constante busca que "^
define um processo intrinsecamente inacabado e permanente". ^
Q>
PESQUISAR significa apreender a realidade em sua ^
totalidade, ir além da imediaticidade das demandas, ^
desvendar o implícito, e tudo isso só é possível ^
mediante um método científico! ^
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2018
TIPOS DE PESQUISA
• EXPLORATÓRIA
o Exploração do objeto de estudo;
o Possui a finalidade de esclarecer, desenvolver e modificar conceitos e idéias;
o Formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores;
o Envolve levantamento, pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas não
padronizadas e estudos de caso.
• DESCRITIVA
o Realiza uma descrição de determinados fenômenos da realidade;
o Utiliza técnicas padronizáveis de coleta de dados;
o Recorre aos estudos quantitativos com grande periodicidade.
. EXPLICATIVA
o Um dos tipos de pesquisas mais complexos;
o Busca entender os "porquês";
o Conhecimento aprofundado da realidade;
o Vai além do aparente;
o Busca compreender a subjetividade das relações sociais.
• QUANTITATIVA
o Expressão quantitativa da realidade social;
o Geralmente utilizada para identificar a freqüência dos fenômenos sociais;
o Não se ocupa de desvendar a dimensão subjetiva;
o Estabelece relações entre variáveis de causa e efeito;
o Apresenta grande preocupação com o rigor científico;
o Utiliza instrumentos fechados (perguntas claras e objetivas)
o Abrange grande número de entrevistados;
o Não há relação entre o sujeito e objeto;
o A abordagem quantitativa serve de base para a pesquisa qualitativa;
o Não se opõe à pesquisa qualitativa se apresenta como complementar a esta.
• QUALITATIVA
o Trabalha com a subjetividade dos fenômenos e sujeitos;
o Se ocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado;
o Trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, valores e atitudes;
o Descreve a complexidade das relações;
o Sujeito e objeto se relacionam dialeticamente;
o Estimula os entrevistados a pensarem livremente sobre os temas;
9 o Reconhece a singularidade do sujeito;
o Parte do todo para o particular.
Como vocês podem perceber a pesquisa de tipo Qualitativa é que a melhor
representa o universo cotidiano do Assistente Social, é a que melhor se adequa às
necessidades trazidas pelos usuários, por se tratar de uma pesquisa que busca ir além do
aparente. O que não significa que os demais modos de pesquisa não sejam válidos, sim, são,
mas a pesquisa qualitativa lidera no âmbito do Serviço Social.
9
9
Serviço Social para Concursos
Para realização da pesquisa Qualitativa se faz necessário uso de alguns instrumentos e
técnicas, a saber: '
o ENTREVISTA: este é um dos instrumentos mais utilizados, pois permite uma maior '
aproximação entre pesquisador e sujeito pesquisado. Estas podem ser: ^
o Estruturadas: perguntas pré-estabelecidas. O diálogo é conduzido de maneira ^
a na qual o sujeito pesquisado opina sobre determinado assunto;
o Semiestruturada: combina perguntas abertas e fechadas. O entrevistado tem ^
mais possibilidade de discorrer sobre o tema. ^
o Aberta: o entrevistado fala sobre o que deseja. Sem estruturação prévia.
o Focalizada: o entrevistador coloca o tema para o entrevistado e não permite ^
desvio de assunto. Objetiva-se esclarecer apenas um assunto pré- ^
determinado. _
o Proietiva: Usa-se dispositivos de imagens, sons, vídeos e pinturas a fim de que
o entrevistado discorra sobre o que vê/lê. Este tipo de pesquisa é mais utilizado ^
quando se trabalha assuntos difíceis e delicados. ^
o HISTÓRIA DE VIDA: várias entrevistas quevisam a reconstituição da vida da pessoa. ^
Pode ser complementada com outro tipo de pesquisa.
Página 67 de 307
0\
f* candidatos normais dos candidatos excelentes. Orientamos também que muitas questões
p sejam resolvidas, pois é através de muito treino e técnica que você conseguirá obter sua
p aprovação.
m Bons Estudos!!!
/fp\
Referência:
MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 31.ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2012.
f^\
QUESTÕES
/^i a) o Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência e tão pouco produzir conhecimento.
b) a qualificação recente do Serviço Social enquanto trabalho, superando as conotações de
vocação, habilidade e arte, lhe define um limite no processo investigativo que se circunscreve
no campo da busca dos direitos sociais.
{0S
c) o Serviço Social, enquanto profissão, não dispõe de uma teoria própria, nem é uma ciência;
entretanto, os profissionais realizam pesquisas e investigações, produzindo conhecimentos
f* de natureza teórica, inseridos no âmbito das ciências sociais e humanas.
m d) o processo investigativo do Assistente Social tem relevância quando está associado ao campo
~ da pesquisa qualitativa e definida pelo seu campo de intervenção do pesquisador/assistente
social, pois não está no âmbito do Serviço Social produzir conhecimento para além da sua
* capacidade interventiva.
f* e) a produção de conhecimento do Serviço Social reconhecidamente nacional e
m internacionalmente tem seu elo no campo das metodologias interventivas, sobretudo aquelas
que se referem aos campos vinculados às políticas públicas governamentais.
f* 3) (FCC/TRT 5a região) A ação investigativa própria do trabalho do Assistente Social deve pautar-
lp> se por
^ a) voltar totalmente ao senso comum, pois o intelectualismo fundamentado na metodologia
científica não permite avançar no conhecimento.
(p> ServiçoSocialparaConcursos
é&\
b) usar, para o caso da pesquisa social, apenas dados da realidade atual, pois o passado pode
impedir os processos de transformação da realidade atual.
c) atrelar as responsabilidades de pesquisador e intelectual ao futuro, sobretudo às contradições
que o autor reconhece como tumultos.
d) participar ativamente da realidade social e atentar para os dilemas que atingem a
coletividade, buscando um processo permanente de renovação.
e) manter vigilante sobretudo à história das políticas sociais, pois estas permitem reconstruir
as histórias individuais dos sujeitos atendidos nos serviços sociais.
6) (FCC/TRT 23a região) A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças dos valores e atitudes. Um dos pressupostos que
fundamentam essa metodologia é
a) questionar o universo da intervenção humana.
b) recolher os dados da realidade empírica das estruturas.
c) trazer à tona o que os participantes pensam a respeito da pesquisa.
d) conhecer a visão do pesquisador em relação ao problema.
e) conhecer a experiência social do sujeito.
Página 69 de 307
P* 7) (CESPE/MPOG/2015) Em relação a fundamentos, instrumentos e técnicas de pesquisa social,
f\ julgue o item subsecutivo.
^ O reconhecimento da singularidade do sujeito constitui um dos pressupostos que
fundamentam o uso de metodologias qualitativas de pesquisa.
^ ( ) CERTO ( ) ERRADO
/ps
^ 11) (FGV/TJSC/2015) Joana, assistente social recém-formada, foi contratada por uma
f* Organização Não Governamental (ONG) para elaborar e executar um projeto social. O projeto
p* tem como público-alvo pessoas com deficiência que realizam tratamento fisioterapêutico em
^ uma instituição de reabilitação. O objetivo geral do projeto que Joana deve desenvolver é:
"promover ações que contribuam para a melhora da qualidade de vida dos pacientes
P atendidos". Joana, antes de iniciar o projeto, decide realizar uma pesquisa científica a fim de
P* conhecer melhor a realidade social dos usuários que serão atendidos. Assim, ela elabora uma
m pesquisa de cunho qualitativo e utiliza como referência textos de Maria Cecília Minayo. Joana,
GABARITO:
1. C 2. C 3. D 4. C 5. A
6. C 7. C 8. C 9. B 10. C
11. B 12. E
NUMERO DE ACERTOS:
O
IVlÚMERO DE ERROS:
= | QUESTÕES COMENTADAS O
a) o Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência e tão pouco produzir conhecimento. (ERRADA)
Página 71 de 307
P* Comentário: não é correto afirmar que o Serviço Social possua limite em suas ações
p* investigativas, tendo em vista que a dimensão investigativa é condição precípua na
mu formação profissional.
^ c) o Serviço Social, enquanto profissão, não dispõe de umateoria própria, nem é uma
ciência; entretanto, os profissionais realizam pesquisas e investigações,
produzindo conhecimentos de natureza teórica, inseridos no âmbito das ciências
P sociais e humanas. (CORRETA)
P* Comentário: Em algum momento do seu estudo você se irá se deparar com essa
^pk afirmação "o serviço social não dispõe de uma teoria nem é uma ciência" e por mais
m^ estranho que possa soar, considere como certo. Pois o Serviço Social se insere no âmbito
das ciências sociais e humanas, e não constitui uma ciência isolada.
ff\ Comentário: Lembra que falamos sobre a pesquisa nunca serneutra? Éexatamente no contexto
mu dessa questão que essa informação deve ser considerada. A criatividade do pesquisador e sua
' capacidade pessoal de análise são considerados durante o projeto de pesquisa, o que rompe
^ com a noção de neutralidade.
0G&\
M\
Página 73 de 307
201S
Comentário: a pesquisa não se limita à condição de vida dos usuários e famílias, embora viva
empiricamente algumas realidades, não deve se limitar a isso.
e) processo de reflexão-ação que sempre deve estar coadunado com as explicações do campo
teórico-metodológico, lançando mão de forma eclética das diferentes vertentes
analíticas. (ERRADA)
Comentário: é preciso cautela para não confundir pluralismo com ecletismo, enquanto o
primeiro reconhece a existência de outras teorias e métodos, o segundo relaciona
indiscriminadamente o uso de várias teorias num só processo, o que acaba por deslegitimar
o processo de pesquisa.
b) a pesquisa é uma atitude e prática teórica de busca que define um processo acabado e
eventual. (ERRADA)
Comentário: a pesquisa é um processo histórico, provisório e parcial, e não um processo
acabado e eventual como traz a alternativa.
e) o objeto da pesquisa são as pessoas, foco da análise que provoca a indagação, constituídas
como matéria inerte. (ERRADA)
Comentário: não apenas as pessoas, mas também o meio social em que elas vivem.
6) (FCC/TRT 23a região) A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças dos valores e atitudes. Um dos pressupostos que
fundamentam essa metodologia é
a) questionar o universo da intervenção humana.
b) recolher os dados da realidade empírica das estruturas.
c) trazer à tona o que os participantes pensam a respeito da pesquisa. (CERTA)
Comentário: a pesquisa qualitativa invade o universo das aspirações, dos significados, e através
disso permite que os participantes se expressem sobre o que está sendo pesquisado. É uma
pesquisa aberta, subjetiva, que ultrapassa o nível aparente das coisas.
MS
0&\
d) conhecer a visão do pesquisador em relação ao problema.
e) conhecer a experiência social do sujeito.
Comentário: Correta! A pesquisa qualitativa parte do todo para o particular, para o singular.
( X)CERTO ( )ERRADO
Comentário: Como já vimos em questões anteriores a pesquisa qualitativa ultrapassa o plano
superficial, abrangendo o universo das aspirações e significados.
Página 75 de 307
modalidade de pesquisa que "trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das
aspirações, das crenças, dos valores, das atitudes" (MINAYO, 2009, p.21).
A modalidade de pesquisa escolhida pelo assistente social é a pesquisa:
a) Quantitativa
b) bibliográfica;
c) qualitativa;
Comentário: você deve estar achando repetitiva a quantidade de questões sobre pesquisa
qualitativa, mas não é. As bancas realmente primam pelas questões que versam sobre este
tipo de pesquisa, por ser a mais usada por nós Assistentes Sociais. Isso foi dito durante a
aula, se lembra?!
d) iconográfica;
e) descritiva.
11) (FGV/TJSC/2015) Joana, assistente social recém-formada, foi contratada por uma
Organização Não Governamental (ONG) para elaborar e executar um projeto social. O projeto
tem como público-alvo pessoas com deficiência que realizam tratamento fisioterapêutico em
uma instituição de reabilitação. O objetivo geral do projeto que Joana deve desenvolver é:
"promover ações que contribuam para a melhora da qualidade de vida dos pacientes
atendidos". Joana, antes de iniciar o projeto, decide realizar uma pesquisa científica a fim de
conhecer melhor a realidade social dos usuários que serão atendidos. Assim, ela elabora uma
pesquisa de cunho qualitativo e utiliza como referência textos de Maria Cecília Minayo. Joana,
seguindo as orientações da referida autora, divide o seu processo de trabalho científico em
pesquisa qualitativa nas seguintes etapas:
#• a) observação participante, trabalho de campo e análise documental;
b) fase exploratória, trabalho de campo, análise e tratamento do material empírico e
+
documental; (CERTA)
Comentário: a alternativa embora esteja mais detalhada, traz o que nós vimos na aula referente
aos instrumentos e técnicas da pesquisa qualitativa, os quais são trabalho de campo e
e
sistematização de dados, que o examinador preferiu chamar de análise e tratamento do material
e empírico e documental. Essa questão nos faz atentar para a necessidade de leitura das obras
indicadas no decorrer da aula, pois é através do processo de estudo denso e continuado que
você irá conhecer todos os termos e aspectos referentes à Pesquisa Social.
9 c) ordenação dos dados, classificação dos dados e análise;
9 d) fase exploratória, trabalho de campo, sistematização e cruzamento de dados e publicação;
e) observação, entrevista e sistematização.
r
12) (FCC/TJSC/2015) No que se refere à pesquisa em Serviço Social, o desenvolvimento
de uma postura investigativa permanente é condição precípua:
a) daqueles que desejam obter financiamento de projetos;
b) para algumas áreas de atuação, a exemplo da Saúde;
9
c) que diz respeito à pós-graduação stricto sensu;
d) para poder supervisionar estudantes em estágio;
e) de todo o processo de formação profissional
Comentário: Para finalizar uma questão facílíma, são essas questões que você não deve
querer que apareça na sua prova, pois se está fácil para você está fácil para a maioria dos
candidatos. Dialogamos no decorrer da aula e de outras questões já comentadas que a
postura investigativa é condição precípua de todo o processo de formação profissional,
portanto não esqueça disto.
Página 77 de 307
INSTRUMENTALIDADE E SERVIÇO SOCIAL
Dimensão ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa; entrevista e visita domiciliar;
estudo social, laudo e parecer
Então, para começar vamos à algumas definições úteis sobre os temas supracitados...
Você certamente já ouviu falar sobre as três dimensões constitutivas do Serviço Social:
Dimensão ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa! Não é mesmo?! Então
vamos ao cada uma delas significa!
0^
A
Agora preste bem atenção!!! As três dimensões que conformam o
Serviço Social NÃO DEVEM SER PENSADAS
SEPARADAMENTE! As dimensões não podem ser pensadas de
maneira fixa e autônoma, pois estas estão em constante processo
de interligação. É impraticável pensaruma atuação pautada em
apenas uma direção. É o conjunto articulado das três dimensões
que confere totalidade à ação profissional.
E por fim, o que seria tão falada Instrumentalidade? Alguns de vocês devem ter se ^
deparado com a relação equivocada entre instrumentalidade e manuseio de instrumentos de ^
intervenção, ou até mesmo, de instrumentalidade nosentido restrito de instrumentos e técnicas, ^
não é mesmo? Poisbem, a Instrumentalidade nãose resume ao uso de instrumentos, tampouco "*>
se relaciona apenas ao modo como o profissional desenvolve suas intervenções, o conceito vai ^
um pouco além disso... ^
Vamos lá, aprender deuma vez por todas oque, de fato, é a Instrumentalidade no Serviço ^
Social. fõl\
Página 79 de 307
resume apenas à isso. Devemos considerar a Instrumentalidade como uma capacidade
constitutiva da profissão, que durante o desenvolvimento da profissão vem ganhando novos
moldes e novas configurações, como traz o conceito "construída e reconstruída socialmente".
É por meio da Instrumentalidade que se alcança o atendimento às demandas trazidas
pelos usuários do Serviço Social, é por isso que dizemos ser a Instrumentalidade uma condição
concreta de reconhecimento da profissão. É por meio do atendimento, da visita domiciliar, da
entrevista, da intervenção que damos visibilidade à profissão, por meio de um conjunto
articulado das três dimensões, as quais são: teórico-metodológica, ético-polítíca e técnico-
operativa! Não podemos pensar as três dimensões de maneira segmentada, mas deve ficar claro
(ps que é por meio da última dimensão, a técnico-operativa, que a profissão ganha visibilidade.
f* RESSALTANDO: daí a expressão "condição concreta de reconhecimento da profissão."
P É através da Instrumentalidade que se concretizam os objetivos intencionalizados na
^ atuação profissional. Aquilo que foi pensado no plano teórico, ético e político ganha vida à
^ medida que se concretiza por meio do uso deinstrumentos e técnicas concretos. Entendeu?
Ainda segundo Guerra é por meio da Instrumentalidade que alcançamos determinados
atributos pertinentes à profissão, como:
' > Modificamos e transformamos as condições objetivas e subjetivas e as relações
0^ interpessoais e sociais existentes em determinado nível do cotidiano.
m > Ao modificar tanto o cotidiano profissional, quanto o das classes sociais que
m demandam seus serviços, modificamos também as condições, os meios e até os
f^ instrumentos já existentes. *
P > Transforma-se as condições, meios e instrumentos para o alcance dos objetivos
f profissionais.
ZfPN
^ A Instrumentalidade ainda pode ser pensada como uma condição sócio histórica da
m profissão, em três níveis, a saber:
<m > Instrumentalidade do Serviço Social face ao projeto burguês o que consiste na
P capacidade da profissão em ser convertida em instrumento, em meio de
P manutenção da ordem, a serviço do projeto burguês.
f* > Instrumentalidade das respostas profissionais aspecto que se refere à sua
• particularidade operatória, às respostas profissionais frente às demandas das
<fp>
—
Agora que você já sabe que a Instrumentalidade não se reduz ao uso de instrumentos
e técnicas, vamos nos deter à conversar sobre estes últimos, abordarei a seguir os
instrumentos/técnicas mais utilizados no cotidiano dos Assistentes Sociais...
ENTREVISTA
VISITA DOMICILIAR
1
Arriscaria dizer que esta técnica é uma das mais importantes no trabalho dos
Assistentes Sociais, senão a mais. Pois é por meio da Visita Domiciliar que se
potencializa o conhecimento das condições do cotidiano dos sujeitos atendidos,
tanto no plano familiar como comunitário. Existe uma diferença crucial entre colher
informações trazidas pelos usuários até o ambiente de trabalho do Assistente
Social e conhecer in loco aquela realidade trazida pelo usuário em forma de
Página 81 de 307
discurso. Com isso não podemos dizer, em hipótese alguma, que a visita domiciliar
tem por objetivo a averiguação da veracidade dos fatos trazidos pelo usuário.
NUNCA CONSIDERE ISSO UMA AFIRMATIVA! Podemos avaliar social,
econômica e culturalmente a situação de determinado sujeito ou núcleo familiar
mediante visita domiciliar, mas nunca estaremos desenvolvendo esta técnica com
o objetivo de julgar, averiguar ou até mesmo impor mudanças no seu cotidiano.
É durante a Visita Domiciliar, que os Assistentes Sociais desenvolvem duas
técnicas de intervenção, as quais são: entrevista (supracitada) e a observação. A
primeira podendo ocorrer por meio de perguntas abertas e semiestruturadas, é só
relacionar com o que falamos sobre diálogo direcionado e planejado, certo? E a
segunda apreende o que está à volta, é por meio da observação que pode se
apreender o que não é dito ou posto de maneira explícita.
Vou usar como referência, a autora Eunice Fávero, referência absoluta nesse tema, em
sua obra "O Estudo Social: Fundamentos e particularidades de sua construção na área
/SN
m Judiciária" Livrinho do CFESS, que eu não preciso dizer que você precisa ler, não é mesmo? A
p, leitura na íntegra é obrigatória!
m A autora começa nos informando que o sociojurídico, foi sim, um dos primeiros espaços
p de atuação do Assistente Social. Surpresa? Eu também fiquei quando soube disso pela primeira
P* vez! O que faz a maioria de nós pensarmos que o Serviço Social nem sempre esteve ligada à
O esse âmbito profissional é, a príori, a situação de subalternidadesob a qual atua o serviço social
^ no judiciário. A relação entre o Serviço Social e os Magistrados (em sua maioria, isso não
significa que em todos os Tribunais de Justiça essa relação seja posta de maneira tão evidente)
geralmente se estabelece de maneira verticalizada e subalternizada. Isso não tem nada a ver
com a importância do Serviço Social no judiciário, pois esta já uma questão superada, tendo em
vista a excelente e presente atuação do Serviço Social nesse âmbito. A questão que embasa
PERÍCIA SOCIAL diz respeito a uma avaliação, exame ouvistoriai Está relacionada a
um parecer técnico ou cientifico de determinada área de conhecimento. É através da
perícia que o juiz forma a sua convicção para a tomada de decisão. Decore esse
trecho: tem porfinalidade subsidiar uma decisão, via de regra, judicial. A perícia pode
ser realizada porAssistente Social funcionário da instituição judiciária ou por assistente
social nomeado como Perito pelo Juiz responsável.
Página 83 de 307
e Estudo Social, o Laudo não necessita expressar o detalhamento dos conteúdos do
estudo realizado.
Referência:
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade no Serviço Social. Cortez: São Paulo.
CFESS. O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao
debate no judiciário, penitenciário e na previdência social. Cortez: São Paulo.
Página 85 de 307
d) planejamento e administração de benefícios.
e) assessoria e consultoria técnicas.
GABARITO:
1. C 2. B B 4. C 5.
6. C 7. B
NUMERO DEACERTOS:
O
IV1UMERO DE ERROS:
Sim, atenção para o termo SOBRE MATÉRIA DO SERVIÇO SOCIAL, é poreste detalhe que ^
a realização de vistorias, perícias técnicas, laudos e outros se constitui atribuição privativa ^
doAssistente Social. Ver artigo 5o, inciso IV da Lei de Regulamentação da Profissão. /^
d) obrigação do assistente social; (ERRADA) ^
Atentem para a pegadinha da banca! Não se trata do Artigo 4o mas sim do artigo 5o.
Maldade com o candidato!
Página 87 de 307
3) (FEPESE/MPE-SC/2014) Os principais instrumentos técnico-operativos utilizados pelo
Assistente Social na área sociojurídica compreendem:
a) Perícias, escuta qualificada, Código Penal. (ERRADA)
Não, o Código Penal não faz parte do nosso aparato técnico-operativo.
b) Estudo social, laudos, pareceres, entrevistas, visitas domiciliares.
( X) CERTO ( )ERRADO
Correto. Justificativa: A atuação em equipe multiprofissional é prevista pela legislação
do Assistente Social sim, porém é prerrogativa máxima a elaboração SEPARADA dos
pareceres e elementos decisórios ou indicativos.
Página 89 de 307
efetividade garantida. Esta prática tem se tornado cada vez mais comum, diante da
ineficácia das políticas públicas devido todo o processo de mercantilização da coisa
pública e de desmonte de direitos e garantias sociais.
c) publicização da esfera privada.
Esta alternativa não mantém nenhuma relação com o enunciado da questão.
d) criminalização da pobreza.
Este fenômeno existe, é real, e afeta diretamente às Políticas Sociais, mas não é
disso que se trata o enunciado da questão.
Assessoria e Consultoria é um tema cada vez mais recorrente, a depender da área que
você faça, é cobrado mais. Principalmente para concursos federais.
A bibliografia do Serviço Social brasileiro sobre assessoria/consultoria é recente e
marcada, em sua maioria, por reflexões sobre experiências de assessoria. Essas reflexões,
geralmente ricas, são marcadas por uma imprecisão sobre o tema e pela ausência de
referência teórica sobre o assunto. Percebemos, em geral, uma nebulosa compreensão de
assessoria, ora entendida como a supervisão profissional, ora como trabalho interventivo
junto a comunidades ou movimentos sociais, ora como militância política. Longe de isso ser
uma mera questão epistemológica, entendemos como importante a desvelação do que
estamos, na categoria profissional, chamando de assessoria/consultoria.
Para concursos, o mais relevante é compreender a importância da mesma para a
profissão e qual a diferença entre assessoria e consultoria.
Aimportância de uma reflexão sobre assessoria/consultoria para o Serviço Social se dá
pelo fato de que a maioria da produção teórica sobre o tema tem sido, em geral, produzida
em outra área do conhecimento - o campo da administração de empresas - com vistas a
maximização do lucro, pressuposto muito distante do atual projeto profissional do Serviço
Social, mas que tem espaço na bibliografia de alguns planos de aula e em textos de Serviço
5 Social sobre o tema. Portanto, a reflexão conceituai sobre o tema é importante com vistas
a subsidiar o debate e a produção sobre a assessoria/consultoria no âmbitodo Serviço Social
brasileiro e do seu projeto ético-político.
A discussão sobre a temática iniciou-se na década de 1970, mas ainda de forma muito
nebulosa em termos de conceito e de fato o que é isso. Expande essa área entre 1990, mas
principalmente nos anos 2000, com o crescimento das empresas bem como no avanço da
profissão no que tange ir além da execução das políticas sociais.
Assim, hoje, na categoria profissional, quando falamos de assessoria estamos nos
remetendo a qual conceito e com quais objetivos?
Se observarmos a origem da palavra (FERREIRA, 1999), podemos entender que
assessoria é aquela ação que visa auxiliar, ajudar, apontar caminhos. Não sendo o assessor
um sujeito que opera a ação e sim o propositor desta, junto a quem lhe demanda esta
assessoria. Assim, definimos assessoria/consultoria:
Assessoria: processo contínuo e com perspectiva mais ampla. Uma ação em conjunto
com quem se assessora, no sentindo da proposição e da avaliação.
Consultoria: um processo mais pontual, se trata em resumo de pedir uma opinião à
um especialista, e não há um trabalho contínuo.
Página 91 de 307
/?pN
*m
A distinção entre assessoria e consultoria é mínima.
Consultoria vem da palavra consultar, que significa pedir opinião.
Portanto, consultoria é mais pontual que assessoria que remete a
idéia de assistir. Devido à pequena diferença, entre assessoria e
consultoria, comumente os concursos trazem esses dois
processos de forma indistinta.
^ Os processos de assessoria são também solicitados tanto por uma equipe como por
indicação externa, mas neles nos deparamos com uma realidade diferente. As assessorias
^ são solicitadas ou indicadas, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
f* e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
0* expert que venha assisti-la teórica e tecnicamente (VASCONCELOS, 1998, p. 129).
/8\
Referência:
QUESTÕES n
I. O ato de assessorar é identificado como uma ação que auxilia tecniflcamente outras
pessoas ou instituições graças a conhecimentos especializados em determinado assunto. ^
II. Aassessoria é tida como ação de pedir conselho, instruções, opinião ou parecer. ^
III. A consultoria deve ser conceituada como órgão ou conjunto de pessoas que
assessoram um chefe ou uma instituição especializada na coleta de dados técnicos, ^
estatísticos ou científicos sobre uma matéria. ^
IV. O consultor é tido como um assistente, adjunto, auxiliar ou ajudante que deém ^
conhecimentos que possa auxiliar a quem assessora. m^
V. A consultoria significa também a ação de dar ou apresentar parecer sobre algum ^
assunto. ^
Estão corretas as afirmativas: ^
a) I e V, apenas "*t
b) I e II, apenas. ^
c) II e IV, apenas. ^
d) II e V, apenas.
Página 93 de 307
e) II e III, apenas.
2. (AOCP/2015/EBSERH/UFG) É a ação que pode ser solicitada tanto por uma equipe como
por indicação externa, e, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
expert que venha a assisti-la teórica e tecnicamente. O enunciado refere-se à
(A) assessoria. (B) avaliação.
(C) auditoria. (D) consultoria.
(E) supervisão técnica.
GABARITO:
1- A 2. A 3. E 4. E 5. B
= I QUESTÕES COMENTADAS
I. O ato de assessorar é identificado como uma ação que auxilia tecnificamente outras
pessoas ou instituições graças a conhecimentos especializados em determinado assunto.
II. A assessoria é tida como ação de pedir conselho, instruções, opinião ou parecer.
ERRADO! Vai muito além que isso. Estaria correto se fosse consultoria.
III. A consultoria deve ser conceituada como órgão ou conjunto de pessoas que
assessoram um chefe ou uma instituição especializada na coleta de dados técnicos,
estatísticos ou científicos sobre uma matéria.
IV. O consultor é tido como um assistente, adjunto, auxiliar ou ajudante que deém
conhecimentos que possa auxiliar a quem assessora.
Página 95 de 307
f^ ERRADO! Não existe uma hierarquia entre consultor/assessor, funções com
m finalidades diferentes.
a) I e V, apenas
b) I e II, apenas.
0S
c) II e IV, apenas.
d) II e V, apenas.
e) II e III, apenas.
ms 2. (AOCP/2015/EBSERH/UFG) É a ação que pode ser solicitada tanto por uma equipe como
por indicação externa, e, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
P* e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
^p\ expert que venha a assisti-la teórica e tecnicamente. O enunciado refere-se à
/ps (A) assessoria. (B) avaliação.
g^ (C) auditoria. (D) consultoria.
_ (E) supervisão técnica.
\*
$Ê\
I é sinônimo de supervisão
Errado. Supervisão é outra atividade.
Justificativa: Uma questão muito boa, que nos ajuda muito a aprender diferenciar esses
processos. Lembre-se sempre que a assessoria é a atividade mais ampla de todas. E que
supervisão tem geralmente uma relação hierárquica.
Página 97 de 307
PLANEJAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL
Dimensão éíico-poiítica, teórico-metodológica e técnico-operativa
Este tema é bastante cobrado em concursos. O que seria então o Planejamento? Este
é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais,
integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a
possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de
moda a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos
como o prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes.
Planejamento é uma ação processual/contínua; pensamento direcionado ao alcance de
objetivos.
RACIONAL
VALORATIVA POLÍTICA
TÉCNICO-
ADMINISTRATIVA ^
Dentre suas vantagens podemos citar que por meio dele é possível:
- Definir e ordenar objetivos a serem perseguidos; ^
- Estruturar e direcionar as ações a serem tomadas;
- Tornar claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações;
- Racionalizar a distribuição de tempo, energia, recursos;
- Evitar a duplicação de recursos e esforços;
- Facilitar o controle efetivo das ações e sua avaliação;
- Possibilitar o controle de circunstâncias e de situações a serem envolvidas na ação;
- Garantir o estabelecimento de continuidade de ações. ^
9
«
•* R(A)DAR
Página 99 de 307
9
• Reflexão
Delimitação do objeto/reconstrução do objeto; Estudo de situação; Construção de
f* referenciais teórico-práticos; Levantamento de hipóteses preliminares e Coleta de dados.
my • Decisão
Organização e análise; Identificação de prioridades de intervenção e Definição de
^ objetivos e estabelecimento de metas.
m • Ação
m Planificação; Implementação; Implantação e execução e Definição de parâmetros de
avaliação e Controle.
£ÊS
f* • Revisão
m Operação crítica; momento de avaliação e retomada da reflexão, com vistas ao
- embasamento de ações posteriores.
Agora, vamos ver sobre esses pontos que são bem importantes. Conforme podemos
visualizar na figura seguinte, PLANO, PROGRAMA E PROJETO são partes de uma totalidade,
de um mesmo processo, são assim meios pelos quais o planejamento de expressa.
Referências:
BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento em Serviço Social. São Paulo: Veras, 2016.
9
e) A existência de demandas emergenciais favorece a execução do planejamento social
pelo assistente social.
a) Programa b) Planejamento
c) Projeto d) Plano
e) Monitoramento
a) projeto. b) plano.
c) programa. d) dossiê.
e) Portfólio
p GABARITO:
6. A 7. B 8. B 9. E 10. D
= I QUESTÕES COMENTADAS
^ d) o contato com o nível da gestão dos serviços, podendo o assistente social exercer
P uma prática estratégica quando em um cargo de gestão.
ms Comentário: Não, necessariamente, é através do Planejamento que o Assistente
Social alcança o nível de gestão. A alternativa não possui relação com a temática
C Planejamento.
m e) um repensar contínuo do trabalho desenvolvido, formalizando a
^ articulação intrínseca entre as dimensões do fazer profissional
p» Comentário: Alternativa correta por trazeruma explicação completa sobre o que,
a de fato, é Planejamento.
Comentário: Para você aprender como diferenciar Plano / Programa / Projeto é importante
entender que: Plano estará sempre relacionado à expressões como ""objetivo maior",
f* "objetivo geral", ou seja o Plano é a esfera do Planejamento responsável pela maior parte,
ps os objetivos gerais. Já o Programa estará sempre relacionado à expressões como "objetivo
^ maior de determinada política pública", "objetivo de determinada área ou região", embora
também seja abrangente o Programa se limita a um setor. E por fim, o Projeto que estará
^ relacionado com expressões do tipo "maior detalhamento", "função executiva", "função
f* interventiva", Projeto está relacionado com a parte do planejamento que reúne o maior
p» número de detalhes possíveis e estão mais próximo da intervenção.
v Comentário:
/(SN
7. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) É muitas vezes confundido com o plano, programa ou
projeto, os quais são apenas os meios pelo quais se expressa o
a) Programa b) Planejamento
c) Projeto d) Plano
e) Monitoramento
m\
/^\
Comentário: Novamente uma questão no mesmo viés, primamos pela repetição pois ^
é exatamente desta forma que essa temática é cobrada com Concursos Públicos, então ^
não ache estranho. Aprenda a distinção entre Planos | Programas | Projetos, pois é isto
que será exigido em 90% dos certames.
^$\
/í?^
b) plano é a menor unidade do processo de planejamento e parte da concepção de uma
microvisão social localista, estabelecendo formas de participação aparentemente
desconectadas dos processos decisórios da sociedade global.
Comentário: Menor unidade é o PROJETO.
Com certeza todos esses temas dariam pano para manga para discutirmos, teremos
aqui que tocar nos pontos principais para você.
2 Que até então prevalecia o chamado Welfare State, estado de bem-estar social.
3Que se caracterizou pela produção em massa e consumo e massa; pela rigidez e linha de montagem.
4Características: Gestão participativa, CQCs, qualidade total, responsabilidade social da empresa, just in time,
kanban, produção do necessário, RH...
Impactos do toyotísmo:
- Divisão Internacional/geográfica do Trabalho
- Organização dos trabalhadores
- Direitos trabalhistas
- Desemprego Estrutural/deslocação da força de trabalho
f* Assim, de um lado evidencia-se que a crise traz fortes impactos no chamado "mundo
m* do trabalho", sendo os mais visíveis a precarização e o desemprego, e, ambos geram um
' clima de insegurança e instabilidade econômica e também política, acirrando as contradições
existentes entre capital e trabalho, ao mesmo tempo, que se torna invisível o caráter
^ exploratório do trabalho através de estratégias de consenso e de adesão ideológica. Por
P* exemplo, o trabalhador agora passa a ser chamado de "colaborador".
C^ O cenário é de desemprego estrutural, de desindicalização, de busca de consenso
ms entre capital e trabalho, combinado a um Estado Neoliberal que nega e desmonta
0fa
cotidiana mente direitos sociais e privilegia o mercado na oferta de serviços sociais como
mercadorias.
A política neoliberal acaba transformando as políticas sociais em ações compensatórias
e pontuais, e em ações cada vez mais limitadas, prevalecendo o trinômio articulado do
0S neoliberal para as políticas sociais: a privatização, a focaiização e a
descentralização. (BOSCHETTI; BEHRING, 2008).
>Sft
A sociedade civil passa a ser sinônimo de "terceiro setor", "nem público nem privado",
composta por um conjunto indiferenciado de organizações, que passa por cima das
f^ c/ivagens de classe e conflitos sociais, para valorizara idéia da comunidade abstrata,
p* das relações de ajuda mútua, de solidariedade social - processo denominado por
^ Yazbek (2000) "refilantropização da questão social".
Ê$S
Bem, como o Serviço Social está diretamente inserido na relação capital x trabalho, /üjjk.
sofre os impactos desta conjuntura. E em dois aspectos: tanto por ser também trabalhador,
na condição de assalariado (lAMAMOTO, 2007), tanto porque atua nas políticassociais, e por ^
isso tem impactos no exercício profissional. Conforme Yazbek (2009): ^
Assim, é notório que desde o final dos anos 1990, assim como na entrada do século ^
XXI, o principal desafio do Serviço Social encontra-se na agudização das expressões da ^
questão social, que se agudizam a partir da perspectiva neoliberal de Estado mínimo para os ^
gastos no social, isso tem um forte rebatimento nas políticas sociais, principalmente no que
tange a precarização desta. Conforme Iamamoto (2004, p. 123):
TOME NOTA: ^
Além disso, há um redimensionamento da profissão, que comumente é chamada ^
para atuar em atividades de responsabilidades sociais da empresa e atuando nos recursos ^
humanos.
4»
- A reestruturação produtiva tem como marco o Toyotismo e o
neoliberalismo, é comum as vezes as bancas atrelarem isso ao
fordismo, que é anterior ao Toyotismo.
- Mesmo com as transformações societárias, a questão social
permanece em essência nos marcos do capitalismo. Comumente as
bancas colocam que essas possuem novas configurações no sentido
de se tornarem, por exemplo, questões sociais, o que está errado.
Então, atenção para isso: permanece questão social, agora com novas
expressões. Dica de leitura sobre: 5 notas a propósito da questão
social, de José Paulo Netto.
Esse cenário coloca uma série de desafios para a profissão, principalmente com novas
exigências, a partir da flexibilização das relações de trabalho. De outro lado, exige também
mais esforços para uma atuação crítica e de defesa do nosso Projeto Ético-político.
• —
• —
• —
QUESTÕES
</ —
(E) observa-se alteração dos fundamentos da relação capital trabalho com a diminuição da
exploração capitalista.
5. (CESPE/INSS/2016) O serviço social como profissão enfrenta uma polarização, uma vez
que ele participa tanto do processo de reprodução e preservação do capital quanto das
respostas às necessidades de sobrevivência da classe que vive do trabalho.
(ps
$S\
Ms
<p!>
0?S
GABARITO:
1. B 2. E 3. C 4. 1B 5. C ^
6. D 7. C 8. D /Sk
/SSk
= 1 QUESTÕES COMENTADAS
Justificativa: "A análise das configurações do modo de laborar contemporâneo indica que ^
os efeitos da globalização e das tecnologias da informação e comunicação pressionam para
o surgimento de modos flexibilizados de organização do trabalho sustentados pelo uso da ^
força laborai, de forma polivalente, ágil, multifuncional." ^
0s
Conforme Pochmann:
Foi necessário um amplo movimento, que uniu as forças sociais, políticas, científicas e
econômicas, bem como a grande Depressão de 1920, duas Guerras Mundiais e uma
alternativa ao capitalismo liberal (Revolução Russa, em 1917) para que fosse aberta a
perspectiva de transformar a possibilidade técnica em realidade. Chegou-se então a uma
nova forma de organização do trabalho. A legislação e as convenções coletivas
estabeleceram um patamar de relações de trabalho que irrompeu o século XX sustentado
em jornadas de trabalho menores - de oito horas, por exemplo -, com ingresso no mercado
a partir dos 15 anos de idade, sendo que os adolescentes antes dessa faixa etária passaram
a ter acesso à educação universal. Os trabalhadores conquistaram também, a partir de 30-
35 anos de trabalho, os benefícios da aposentadoria.
FONTE: Mareio Pochmann, Alguns desafios do mundo do trabalho. Disponível em:
<http://www.saudeetrabalho.com.br/download/desafios-pochmann.pdf>
/%
5. (CESPE/INSS/2016) O serviço social como profissão enfrenta uma polarização, uma vez que ele
participa tanto do processo de reprodução e preservação do capital quanto das respostas às ^
necessidades de sobrevivência da classe que vive do trabalho. ^
Podemos chamar essa polarização de FIO CONTRADITÓRIO que permeia o Serviço Social. Eestá ^
totalmente correto. Já falamos disso inclusive. O serviço social nem só reproduz o capital e nem tão
pouco somente atende aos interesses das classes subalternas, mas está atuando sim na MEDIAÇÃO ^
dessas lutas e disputas sociais. ^
Conforme Yazbek (2009): Assim, podemos afirmar que o Serviço Social participa tanto do ^
processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às ^
necessidadesde sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não se trata de umadicotomia, mas '
do fato de que ele não pode eliminar essa polarização de seu trabalho, uma vez que as classes ^
sociais e seus interesses só existem em relação. Relação que, como já afirmamos, é m,
essencialmente contraditória e na qual o mesmo movimento que permite a reprodução e a
continuidade da sociedade de classes cria as possibilidades de sua transformação. "^
/$\
JUSTIFICATIVA: Veja, a questão está pedindo sobre um dado período histórico, pós crise
de 1929. Como sabemos, a reestruturação produtiva é algo comum no capitalismo, teve na
década de 1930, de 1970... Neste caso, pós 1929 chamamos de pacto keynesiano, cuja
proposta era de regulação do Estado, inclusive posteriormente na europa, além do
keynesianismo, ocorreu um pacto também com o fordismo. Mas lembre-se sempre do
keynesianismo, porque é ele que propõe a regulação estatal!
f* Este tema não é tão cobrado como os demais, mas pode cair entre uma ou duas
f* perguntas sobre. Sabemos que é uma tendência recente falar em multidisciplinaridade,
ms interdisciplinaridade e transdisiciplinaridade, que apesar de termos parecidos, possuem as
suas diferenças. Saber essas diferenças é o mais importante e o mais corriqueiro cobrado
em concursos.
Sem dúvidas essas palavras são "neologismos" para o famoso trabalho em equipe, mas
com novas configurações, em que o essencial é a troca de saberes, a questão é em que
medida se dá isso.
CONCEITOS
(~s Multidisciplinaridade
Interdisciplinaridade
MS
/RN
ms
ms
f9k
l9\
/%
A palavra interdisciplinar é formada pela união do prefixo "inter", que exprime a idéia
de "dentro", "entre", "em meio"; com a palavra "disciplinar", que tem um sentido pedagógico ^
de instruir nas regras e preceitos de alguma arte. ^
A interdiciplinaridade exige que cada especialista ultrapasse os seus próprios
limites, abrindo-se às contribuições de outras disciplinas. Vasconcelos et ai. (2010) ^
salienta que a interdisciplinaridade deve ser compreendida: [...] como estrutural, havendo «>
reciprocidade, enriquecimento mútuo, com uma tendência a horizontalização das relações
de poder entre campos implicados. Exige a identificação de uma problemática comum, com '
levantamento de uma axiomática teórica e/ ou política básica e de uma plataforma de ^
trabalho conjunto, colocando-se em comum os princípios e os conceitos m
fundamentais, esforçando-se para uma decodificação, das diferenças e
convergências desses conceitos e, assim, gerando uma fecundação e aprendizagem mútua, '
que não se efetua por simples adição ou mistura, mas por uma recombinação dos elementos ^
internos (ibidem, p. 47). ^
A interdisciplinaridade representa, portanto, a inter-relação e a cooperação de ^
diferentes campos de conhecimento, baseados na reciprocidade, na troca, no diálogo entre „»
estes, de forma a desenvolver habilidades e competências construídas coletivamente. Busca-
se a síntese e chegar na totalidade. ^
/$\
Transdisciplinaridade
E resultado do diálogo comum de várias disciplinas, criando uma nova disciplina. Ou ^
seja, reúne valores e princípios comuns das disciplinas e que podem derrubar as barreriras
disciplinares. ^
Conforme Cavalcante, Reis e Lira (2011), a transdisciplinaridade significa a
possibilidade de avançar na busca interdisciplinar, posto que, coloca como prioridade a ^
relação teórico-prático, promove a troca de informações e de conhecimentos entre disciplinas ^
ao transferir métodos de uma disciplina para outra, sem que estas possam perder sua ^
essência. A
0I\
Além do CE 1993, existe uma resolução que trata de certa forma sobre o assunto. É a
557/2009, que dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos
entre o assistente social e outros profissionais.
Nesta resolução do CFESS, afirma que existe limites neste trabalho, afinal, possuímos
as nossas atribuições privativas (artigo 5o da lei que regulamenta a profissão).
Vejamos o que traz o artigo 4o desta resolução:
Art. 4o. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantira
especificidade de sua área de atuação.
Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre
o objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe
multiprofíssional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar
o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros
componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.
Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião técnica somente
sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado
e autorizado a exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho
Regional de Serviço Social.
Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofíssional a avaliação e discussão da
situação poderá ser multiprofíssional, respeitando a conclusão manifestada por escrito
pelo assistente social, que tem seu âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.
Assim como podemos ver, há limites técnicos no trabalho em equipe, afinal não pode
ultrapassar as barreiras que são privativas da profissão. Imagina por exemplo atuarmos com
o psico, quando compete a psicologia?
Lembre-se ainda que existe a questão do SIGILO PROFISSIONAL, que mesmo no
trabalho em equipe deve ser preservado, afinal, é um dever profissional e um direito do
usuário. Conforme o Código de Ética (art. 16), em trabalho multídisciplinar só poderão ser
prestadas informações dentro dos limites do estritamente necessário.
(B) Aquebra do sigilo só é admissível quando se tratar de situações cuja gravidade possa,
envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e
da coletividade.
0$s
1- A 2. E 3. B 4. D 5. A
6. A
NÚMERO DE ACERTOS:
0IVlÚMERO DE ERROS
/9\
f9l
= I QUESTÕES COMENTADAS
/%
Mês
Página 127 de 307
e
t
9
2018
9
(A) subjetiva. (B) holística.
• (C) terapêutica. (D) informativa.
(E) totalizante.
A) O sigilo protegerá o usuário, mas no que tange neste caso o que traz o CE 1993, que é
o que advém do atendimento profissional do/a assistente social.
B) Alternativa correta. Conferir o artigo 18 e o Código de Ética de 1993.
C) É VEDADO ao assistente revelar sigilo profissional
D) Será feita dentro do estritamente necessário
9 E) Mesmo em trabalho interdisciplinar, as informações devem ser prestadas dentro do
estritamente necessário.
9
Serviço Social para Concursos
/SÜk
Justificativa: Lembra que vimos essa resolução antes? Ela é uma das mais cobradas,
porque normatiza a decisão no âmbito da equipe inter/multidisciplinar. Ela garante a
especifidade profissional, afinal, temos as nossas atribuições privativas, das quais só nós
podemos realizar.
/Ps
/^^
Política Social é um tema de extrema relevância para o Serviço Social brasileiro, tendo ^
em vista ser esse é o espaço por excelência do nosso exercício profissional. É importante ^
ressaltar que existe uma tendência de nos concursos caírem as políticas setoriais e perguntas ^
sobre ela, principalmente da assistência social e saúde, a depender do concurso e da banca.
Mas acredito que há uma tendência, pela própria conjuntura econômica e política do
Brasil às perguntas de fundamentos e análise crítica das políticas sociais, tendência essa ^
bastante recorrente em concursos a nível federal e de bancas mais qualificadas como FGV, m^
FCC, Cespe, Vunesp e outras.
Assim, antes de analisar as políticas separadamente, uma análise dos fundamentos, „
história, até chegar no neoliberalismo e as particularidades dela no Brasil é fundamental, ^
inclusive para compreender melhor as políticas setoriais. ^
Entre as diversas referências para este tema, destacamos Behring e Bochetti; Potyara ^
Pereira, José Paulo Netto, Ana Elizabete Mota entre outros. ^
Introdução
<P> Podemos afirmar que a primeira forma de intervenção estatal, mesmo que embrionária,
^ ocorreu na Inglaterra, principalmente a chamada wPoor laws". A "lei dos pobres" foi o
^ primeiro mecanismo deauxílio aos pobres deforma sistemática. Surgiu ainda na Idade Média
p* 1536, e teve sua reedição em 1834. Essa legislação existiu até 1948, quando foi substituída
m* pelo sistema moderno do Welfare State, em português, o Estado de Bem-estar social.
a Mas, a questão da política social remete mesmo ao advento da sociedade capitalista, e
de uma maior preocupação com o desenvolvimento racional (antes este era totalmente
^ divino) inicia-se na sociedade toda uma discussão sobre qual seria o papel do Estado na
f* sociedade, vários autores falaram sobre, Maquiavel, Rosseau, Hobbes, John Locke... o
m pensamento clássico tinha a preocupação de entender a sociedade que surgia e buscava
respostas para as novas determinações que com ela nascia. É a partir disso que surgem
P diversas perspectivas de atuação do Estado, o liberalismo, o keynesianismo, o neoliberalismo
m que veremos no subtópico 1.2.
m Antes de tratar disso, é importante mencionar os dois modelos que influenciaram a
construção das políticas sociais/seguridade social no mundo. Você já deve ter ouvido sobre
^ o Plano Bismark e o Plano de Beveridge. Essas foram as formas mais populares de
(pt orientação da seguridade social em todo o mundo ocidental. E disso também tiramos sua
m vinculaçâo com o trabalho, seja para quem trabalha ou para quem não trabalha. Isso é muito
^ importante, afinal essa declaração coloca uma relação intrínseca da política social com o
P* trabalho.
^ As primeiras formas de benefícios que vieram a constituir a seguridade social surgiram
ms na ALEMANHA, por volta do ano 1883, durante o governo de Otto von Bismark. O modelo
bismarkiano propõe a seguridade social a partir da LÓGICA DO SEGURO PRIVADO,
f$s
/^\
»">?.
Esse "pacto" e consenso entre Estado, sociedade civil e mercado com a teoria clássica da
economia política não duraria muito tempo. As bases materiais, que davam sustentação aos
argumentos liberais, ruíram na metade do século XIX e no início do século XX (BEHRING,
2009), mais precisamente entre os anos vinte e quarenta do século XIX, entre 1825/1830 e
1845. Em 1825, manifestou-se a primeira crise econômica do capitalismo; e. em 1848,
explodiram revoluções democráticas e populares em parte da Europa. (NETTO; BRAZ, 2008).
Os principais motivos para tal inflexão e crise se dão, primeiramente, pelo crescimento
do movimento operário, e, em segundo lugar, pelo processo de concentração e
monopolização do capital. Com isso, está dada a crise de legitimidade do capitalismo. Em
síntese, porque a terra prometida pela burguesia com liberdade, igualdade e fraternidade
não se cumpre para todos, somente para uma elite dominante.
Outro fato que merece o devido destaque e que aponta de maneira contundente os limites
do mercado deixado a mercê de seus movimentos "naturais", trata-se da crise de 1929/1932,
também conhecida como Grande Depressão. Essa foi a maior crise econômica do capitalismo
mundial até aquele presente momento, que se iniciou no sistema financeiro norte-americano
a parir de 24 de outubro de 1929, "[...] quando a história registra o primeiro dia de pânico
na Bolsa de Nova Iorque. A crise se alastrou pelo mundo, reduzindo o comércio mundial a
um terço do que era antes." (BEHRING, 2009, p. 306).
Ao menos até fins do século XIX e início do século XX, as idéias liberais irão prevalecer,
derrotando na maior parte das vezes os humanistas, democratas e reformadores. A
avalanche liberal, alimentada pelas descobertas científicas e por um crescimento
econômico pujante, relegou ao esquecimento as advertências clássicas sobre a
necessidade de um mediador civilizador. (BEHRING, 1999, p. 07)
A expressão teórica e intelectual dessa autocrítica ao fracasso liberal teve como principal
interlocutor Maynard Keynes. Para o keynesianismo, a mão invisível do mercado não
necessariamente produz a harmonia da economia com o bem-estar global. Então, a solução
proposta por Keynes é que o Estado tenha legitimidade para intervir (regular) por um meio
de medidas econômicas e sociais, para assim gerar demanda efetiva, ou seja, disponibilizar
meios de pagamento e dar garantias ao investimento, inclusive contraindo déficit público,
tendo em vista controlar as flutuações da economia. Esse modelo de intervenção estatal
prevê o "[...] incremento a uma política de rebaixamento da taxa de juros e do incremento
dos investimentos públicos". (ALMEIDA, 2011, p. 7).
Coube ao Estado viabilizar salários indiretos por meio de políticas sociais públicas,
operando uma rede se serviços sociais, que permitisse liberar parte da renda
monetária da população para o consumo de massa e conseqüente dinamização da
produção econômica. Esse acordo entre Estado, empresariado e sindicatos envolveu
uma ampliação das funções do Estado nas políticas públicas, que passaram a dispor
de ampla abrangência, permitindo que fosse liberada parte da renda familiar para o
consumo. A tais medidas, aliou-se uma rigorosa administração dos gastos
governamentais. Assim, a implantação de uma rede pública de serviços sociais é parte
da chamada regulação keynesiana da economia, uma das estratégias de reversão das
crises cíclicas do capitalismo pós-guerra. (lAMAMOTO, 2011, p. 30, grifos do autor)
^Pv
Os "Anos Dourados" do capitalismo regulado começaram a se exaurir no final da década
de 1960, o que se apresentara como possibilidade de conciliação, se mostra agora como um
limite. Cada vez mais a tese do pleno emprego é contrariada pela capacidade interventiva
do Estado e pela nova geração no mercado de trabalho, e a garantia de direitos aliada a uma
forte produção entra em colapso. A crise revela tanto a falência do Estado, enquanto
provedor político; como a incapacidade do capital em promover o crescimento econômico-
social em escala ampla e garantir a geração de emprego.
Tem-se, assim, um largo crescimento das dívidas públicas e privadas, e a conseqüente
grande recessão com a alta dos preções na área petroleira (1973/1974) (BEHRING, 2009).
O sonho e a "lua de mel" entre o Estado intervencionista e o mercado davam sinais de
colapso, e, entraria mais uma vez em uma profunda crise do modelo anti-crise. A partir de
então as elites econômicas passaram a questionar a intervenção do Estado na economia ao
responsabilizar os gastos sociais públicos pela crise econômica. Assim, no final dos anos
1970 e durante os anos de 1980, as elites reeditam e reinventam o liberalismo - o
neoliberalismo - que se conforma como uma reação ao keynesianismo e ao Estado de bem-
estar social.
178
Na passagem do século XIX para o século XX, tiveram vários sindicatos formados. Isso se
dá principalmente pela influência forte dos imigrantes que traziam os ares dos movimentos
anarquista e socialista da Europa para o país. Com isso, teve-se uma guinada na correlação
de forças, algumas garantias foram conquistadas, como a redução da jornada de trabalho
para 12 horasdiárias. Porém, ainda sem nenhuma legislação. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008)
E somente no ano de 1923 que se aprova a legislação referente à política social, que é a
lei Eloy Chaves, que institui a obrigatoriedade de Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs).
Esse fato constitui uma peça chave para a compreensão do formato da política social
brasileira. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008), que como já vimos, tem seu início nessa
perspectiva do SEGURO SOCIAL.
E a partir dos anos 1930 que se iniciam as protoformas das políticas sociais, que se dão
primeiramente pela criação das caixas de pensão, assim primeiramente pela forma de seguro
social, lógica essa que reverbera até o período atual. Inicia-se a transferência do tratamento
da "questão social" como caso de polícia para caso de política.
nDesde o reconhecimento legal dos tímidos e incipientes benefícios previdenciários com a
Lei Eloy Chaves em 1923, predominou o acesso às políticas de previdência e de saúde
apenas para os contribuintes da previdência social. A assistência social manteve-se, ao
longo da história, como uma ação pública desprovida de reconhecimento legal como
direito, mas associada institucionalmente e financeiramente à previdência sociar.
(BOSCHETTI, 2009, p. 329).
Foi somente com a Constituição Federal de 1988 que as políticas sociais da seguridade
social foram reorganizadas com novos princípios e diretrizes. Segundo Maria Lúcia Werneck
Vianna:
Porém, com o neoliberalismo, esses princípios não chegam a ser implementados em sua
integralidade, são na prática desconsiderados, pois prevalece a lógica de mercado.
/$\
6Lembre-se que a Constituição Federal que regulamenta a Seguridade Social data de 1988. /m
/SN
A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a atenção
^ à pobreza para a iniciativa privada ou individual, impulsionada por motivações solidárias
p» e benemerentes, submetidas ao arbítrio do indivíduo isolado e ao mercado e não à
responsabilidade pública do Estado, com claros chamamentos à sociedade civil. As
^ conquistas sociais acumuladas têm sido transformadas em causa de "gastos sociais
P^ excedentes" que se encontrariam na raiz da crise fiscal dos Estados. A contrapartida tem
ms sido a difusão da idéia liberal de que o "bem-estar social" pertence ao foro privado dos
indivíduos, famílias e comunidades. A intervenção do Estado no atendimento às
P* necessidades sociais é pouco recomendada, transferida ao mercado e à filantropia, como
^§n alternativas aos direitos sociais quesó têm existem na comunidade política. Como lembra
^ Yazbek (2001), o pensamento neoliberal estimula um vasto empreendimento de
^ "refilantropização do social", e opera uma profunda despolitização da "questão social" ao
<p desqualificá-la como questão pública, questão política e questão nacional. Acanda (2006),
m* em sei/ competente e provocativo estudo sobre a sociedade civil, também destaca alta
dose controvérsia no uso teórico dessa noção, que tende hoje a ser empregada mais como
P* metáfora do que como um conceito, segundo os mais diversos matizes e interesses
ms políticos de direita e de esquerda." (lAMAMOTO, 2009, p. 19-ss).
á$S
Assim, é notório que desde o final dos anos 90, assim como na entrada do século XXI, o
principal desafio do Serviço Social encontra-se na agudízação das expressões da questão
social, que se agudizam a partir da perspectiva neoliberal de Estado mínimo para os gastos
no social, isso tem um forte rebatimento nas políticas sociais, principalmente no que tange
a precarização desta, visto que sob a ótica neoliberal, as expressões da questão social devem
ser solucionadas pelo próprio indivíduo, e não pelo Estado.
Nos dias atuais, a lógica da reforma bate a nossa porta, exemplo claro disso é a Reforma
da Previdência, sobre o falso discurso de "rombo" no orçamento, bem como a Reforma das
Leis Trabalhista, que levará à uma maior insegurança aos trabalhadores. O cenário está cada
vez mais regressivo para os direitos sociais conquistados.
^ _ I REFERENCIAS:
BEHRING, Elaine Rossetti. Política Social no contexto da crise capitalista. In:
CFESS/ABEPSS (org) Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-
DF: CFESS/ABEPSS, 2009.
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história.
(Biblioteca Básica do Serviço Social). 5o Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In: Mota, A. E. eía/.(Org.). Serviço
Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.
lAMAMOTO, MariIda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital
financeira, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2011.
lAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena contemporânea. In: CFESS/ABEPSS
(org) Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-DF:
CFESS/ABEPSS, 2009.
NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2006.
QUESTÕES
2018
P* (D) refere-se sempre a relações sociais concretas e como parte das respostas que o Estado
ms oferece às expressões da questão social, situando-se no confronto de interesses de grupos
e classes sociais.
0&S
/PM
(E) exige, sob a ótica da cidadania uma abordagem que estabeleça medidas de "gestão da
pobreza" nas quais a solidariedade e o exercício da responsabilidade social devem se ^
constituir como referência para essa medição. ^
/£$\
III. medidas estatais universalizantes para as políticas sociais, pois cabe ao Estado intervir
integralmente no enfrentamento da questão social. Está correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas. (B) I, II e III.
(C) I e III, apenas. (D) III, apenas.
(E) II, apenas.
/^$s
9
2018
9
constituem o cenário do debate e de formulação da Constituição de 1988. Esta, chamada
Constituição Cidadã, expressa e responde a esses anseios democráticos. Ao lado da diretriz
de descentralização e municipalização das políticas públicas, concretizadoras de direitos, é
afiançada a participação da população no controle e na gestão dessas políticas. Para tanto,
as legislações ordinárias regulamentadoras da Constituição previram, para essa participação,
(A) assembléias extraordinárias.
(B) fóruns especiais.
(C) auditorias externas.
(D) conselhos colegiados.
(E) órgãos representativos de classes.
12. Uma das atribuições dos assistentes sociais atuantes na área da saúde é
promover a disponibilização e efetivação, nas respectivas unidades, de ambientes
físicos que possam garantir a participação popular e dos trabalhadores de saúde nas
decisões a serem tomadas.
9
9
13. A Norma Operacional Básica - NOB-SUS/1996 foi criada devido às dificuldades
de efetivação do Sistema Único de Saúde. Acerca da Lei n.° 8.212/1991, que dispõe
sobre a seguridade social, julgue os itens a seguir.
9
-
14. A previdência social e a assistência social visam assegurar aos seus beneficiários
-
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada,
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.
9
9
9
/®S
/3s
19. Os assistentes sociais que atuam na área da saúde conseguem atuar em grandes
eixos, como qualificação e formação profissional, participação e controle social, ^
independentemente de haver articulação e sintonia com os princípios do projeto de ^
reforma sanitária. ^
/^\
0Ê\ • E 2. C 3. A 4. D 5. C
0^\ ^
A 7. A 8. E 9. D 10. c
ps ±6
C 17. C 18. C 19. E
ms
0ÊS
JPV
= I QUESTÕES COMENTADAS
JB\
ms
/ffPS
C) No modelo bismarckiano os seguros sociais são condicionados a uma
contribuição direta anterior e o montante das prestações é proporcional à
contribuição efetuada.
D) No Brasil, os princípios do modelo bismarckiano predomina na previdência social e o
modelo beveridgiano predomina no sistema público e privado de saúde e na assistência
social.
Errado. No Brasil o sistema é híbrido, claro. Mas a assistência não tem influência
beveridgiana, pois não tem caráter público/universal.
A) A política social brasileira teve sua origem quando a questão social ganhou
evidência, dada a emergência do processo de industrialização, no período de
formulação da Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Essa assertiva está completamente errada. A política social, bem como o serviço social sim
surgem com a agudízação da questão social, que ocorre com o advento do capitalismo
monopolista e com o processo de industrialização, mas isso foi no início do século XX, a
constituição federal de 1988 foi bem depois desse processo. Cf. Netto (Capitalismo
Monopolista) e Behring e Boschetti (Política Social, volume 2 da biblioteca básica).
B) Ainstituição das caixas de aposentadorias e pensões delimita o início da previdência social
no Brasil.
C) O modelo de política social brasileiro no século XXI é caracterizado pelo combate à fome
e à miséria.
D) A CF/88 foi o marco legal das mudanças na política social brasileira, que se caracterizou
por oferecer cobertura aos que se encontravam fora do mercado de trabalho.
E) A questão social passou a ser um elemento impulsionador de medidas de proteção aos
trabalhadores e suas famílias, a partir de 1930.
ms ^ ~~' •*• ^
P contraditoriamente relações sociais, na medida em que o Estado não pode ser autonomizado
ps em relação à sociedade e as políticas sociais são intervenções condicionadas pelo contexto
histórico em que emergem."
ps
' (B) faz parte de um conjunto de iniciativas públicas e privadas que objetivam realizar no
^ âmbito da esfera privada a inclusão em serviços e renda.
^ Para Jaccoud (2008:3) "as políticas sociais fazem parte de um conjunto de iniciativas
p públicas, com o objetivo de realizar, fora da esfera privada, o acesso a bens, serviços e
ps renda."
ms (C) organiza-se de forma a ter como foco de intervenção a cobertura das situações de
vulnerabilidade social, ficando sob a responsabilidade do mercado a equalização de
f^ oportunidades e o conseqüente combate à pobreza com vistas à melhoria da qualidade de
ps vida.
ps Para Jaccoud (2008:3), "Seusobjetivos são amplos e complexos, podendo organizar-se não
m apenas para a cobertura deriscos sociais, mas também para a equalização deoportunidades,
^ o enfrentamento das situações dedestituição e pobreza, o combate às desigualdades sociais
f* e a melhoria das condições sociais da população".
™ (D) refere-se sempre a relações sociais concretas e como parte das respostas que
O o Estado oferece às expressões da questão social, situando-se no confronto de
^ interesses de grupos e classes sociais.
^ (E) exige, sob a ótica da cidadania uma abordagem que estabeleça medidas de "gestão da
pobreza" nas quais a solidariedade e o exercício da responsabilidade social devem se
(^ constituir como referência para essa medição.
^ Conforme a autora, "a abordagem das políticas sociais sob a ótica da cidadania deve ter
ps como referência a construção de padrões de igualdade nos quais os direitos constituem a
^ medida da política. Nesse sentido, combater a pobreza e a desigualdade fora da referência
- a direitos é abrir espaço para medidas de "gestão da pobreza". Assim, ela crítica a gestão
** da pobreza.
Bastante fácil essa né? A Constituição Federal de 1988, a chamada constituição cidadã,
traz no Conceito de Seguridade Social o chamado tripé da seguridade social, composto
pela política de saúde, previdência social e assistência social. Conforme o Artigo 194 da
CF 1988: "A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social."
ps
f* Não se busca universalizar as políticas sociais, mas sim torná-las cada vez mais seletivas e
m focalizadas, desresponsabilizando o Estado.
12. Uma das atribuições dos assistentes sociais atuantes na área da saúde é
promover a disponibilizaçao e efetivação, nas respectivas unidades, de ambientes
físicos que possam garantir a participação popular e dos trabalhadores de saúde nas
decisões a serem tomadas.
GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
Conforme os parâmetros para atuação do/a Assistente Social na Saúde, as ações
possuem os seguintes eixos: 1. Ações Assistenciais. 2. Ações em Equipe 3.
Ações Socioeducativas 4. Ações de Mobilização, Participação e Controle Social
5. Ações de Investigação, Planejamento e Gestão 6. Ações de Assessoria,
Qualificação e Formação Profissional. /%
Conforme os parâmetros:
Pensar hoje uma atuação competente e crítica do Serviço Social na área da saúde
consiste em:
♦ estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e de usuários
que lutam pela. real efetivação do SUS;
• facilitar o acesso de todo e qualquer usuário aos serviços de saúde da
Instituição, bem como de forma compromissada e criativa não submeter à
operacionalização de seu trabalho aos rearranjos propostos pelos governos
que descaracterizam a proposta original do SUS de direito, ou seja, contido no
projeto de Reforma Sanitária; ^
• tentar construir e/ou efetivar, conjuntamente com outros
trabalhadores da saúde, espaços nas unidades que garantam a
ms
ps
Ms
$ÊS
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
Conforme o artigo 16, parágrafo único: "A União é responsável pela cobertura
de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes
do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social, na
forma da Lei Orçamentária Anual."
/|PS
0h
política social de saúde
Apolítica de saúde: história e atualidade; legislação aplicada à saúde; impactos do neoliberalismo na
política de saúde; atuação do AssistenteSocial na saúde; saúde do trabalhador.
- a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do Estado brasileiro, sendo
sempre deixada na periferia do sistema tanto no que diz respeito à solução dos
grandes problemas (de saúde) que afligem a população, quanto na destinação de
recursos financeiros direcionados ao setor saúde.
7Essa privatização ocorre na contemporaneidade sob uma nova roupagem, onde ocorre a partir de novos
modelos de gestão, onde ocorre uma "terceirização" da gestão, seja via OSs, OSC3PS ou empresas públicas
de direito privado. Essas saídas são as velhas conhecidas desde o início dos anos 1990, mesmo que sob nova
roupagem: "soluções" gerenciais e administrativas para um problema social. (GRANEMAN, 2007 apud SODRÉ
et ai, 2013)
Estado Democrático de
Base Estado mínimo
Direito
Saúde: direito social e
Premissas Parcerias e privatização
dever do Estado
Crise financeira
Ampliação das
Dicotomia entre
conquistas sociais
universalização e
Democratização do
Temas focalização
acesso
Déficit público
Déficit social
Diminuição dos gastos
Rnanciamento efetivo
sociais
Descentralização com
Estratégias de Ação Refilantropização
controle social
(BRAVO, 2013)
2) Legislação da Saúde
No Brasil o direito a saúde tem como marco a Constituição Federal de 19888, que
define a saúde como direito do cidadão e dever do Estado. Trata-se de uma política
de CARÁTER UNIVERSAL, e por isso independe da contribuição para o acesso9.
A Constituição Federal de 1988 é uma das mais progressistas no que tange à
proteção social ao integrar o tripé da Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e
Previdência Social. ÀPolítica de Saúde couberam cinco artigos (do art. 196 ao art. 200),
nos quais trata a Saúde como direito e da integração dos serviços de saúde em um
sistema único, de forma regionalizada e hierárquica (BRAVO; MATOS, 2009). Porém, na
mesma redação da referida Constituição traz paradoxalmente, no art. 199, a saúde
disposta para a livre concorrência de mercado (OCKÉ-REIS, 2012).
<*%
/^N
s Lei 8.080/90 - Lei Orgânica da Saúde
s Lei 8.142/90 - Lei sobre a participação da comunidade na saúde
s Decreto 7.508 - Sobre organização, planejamento da saúde entre os entes.
s Resolução 453/2012 - Diretrizes sobre os conselhos de saúde
s Portaria 399/2006 do Ministério da Saúde, instituindo o pacto pela saúde.
Como já vimos, os artigos que tratam sobre a saúde são do 196 até o 200 da
Constituição. Traz que a Saúde é um dever do Estado e um direito de todos, e que
deve ser implementada através de uma ação de: PROTEÇÃO, PREVENÇÃO e
RECUPERAÇÃO
^ • da extinção do INAMPS
^ • da assunção de suas funções:
f* • competências, atividades e atribuições pelas instâncias federal, estadual e municipal
p gestoras do SUS.
0\
á$\
• garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
O Buscando à prevenção da doença e à recuperação da saúde: "a clientela protegida é a
^ totalidade da população, independentemente de contribuição."
O artigo 197 traz basicamente sobre o custeio desta política, que hoje tem como
redação o que trouxe a EC 29. A união por exemplo não pode aplicar o inferior a 15%
0&\
da receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro.
/fps
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
O art. 199, trata da assistência à saúde como podendo ser ofertada pela iniciativa
privada, mas a preferência é de entidades filantrópicas sem fins lucrativos.
Considerando que são ações a cargo dos integrantes do SUS aquelas constantes do
art. 200:
Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos; ~
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde ^
do trabalhador; ^
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; ^
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento ^
básico; ^
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; ^
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teornutricional, ^
bem como bebidas e águas para consumo humano; ^
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização ^
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; ^
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. ^
LEI 8.080/90
O marco legal mais importante após a CF 1988, a Lei Orgânica da Saúde é bastante
cobrada em concursos. A principal premissa desta lei é a saúde como direito de todos e ''^N
dever do Estado. Esse dever concerne tanto à formulação, quanto à execução, mas isso
não exclui o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. ^
A lei traz o conceito ampliado de saúde como biopsicossocial, (art. 3o), e por isso
diz claramente que entre os determinantes da. saúde e seus condicionantes estão: ^
alimentação, moradia, sanemanento básico, o me, o meio ambiente de trabalho, o ^
trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos ^
bens e serviços essenciais.
/^\
/A
Além disso, também estão incluídas nas ações do SUS (art. 6o):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para
a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo
humano;
ifflBl
0&S
* Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
s Do Subsistema De Atendimento e Internação Domiciliar;
s Do Subsistema De Acompanhamento Durante o Trabalho de
Parto, Parto e Pós-Parto Imediato;
Q>
s Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de Tecnologia em Saúde.
Além disso, a LOS traz outros pontos, que são importantes, e você pode conferir na
lei. Entre eles, o artigo 24 e subsequentes que tratam sobre a participação
complementar, o artigo 27 sobre os recursos humanos. Já o artigo 31 traz sobre
financiamento.
*m
TOME NOTA:
LEI 8142/90
Esta também é uma lei importante, ela trata da participação social no SUS. Em
suma, esta lei traz e normatiza as instâncias colegiadas, tanto a Conferência de Saúde
como o Conselho de Saúde. Sobre isso, importante destacar:
Página 165 de 307
s A conferência se reunirá a cada quatro (4) anos;
s O conselho tem caráter permanente e deliberativo;
s O conselho é um órgão colegiado e sempre paritário, com representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários;
s As conferências e os conselhos terão sua organização e normas definidas em
regimento próprio;
• O CONASS e o CONASSEMS terão assento no CNS - Conselho Nacional de Saúde.
Importante dizer: esta lei também trata sobre o FUNDO NACIONAL DE SAÚDE.
Importante fonte de recursos.
Os Parâmetros traz ainda que os assistentes sociais atuam em quarto grandes eixos,
a saber:
A atuação do Serviço Social na saúde, assim, vai além da questão da doença, e está
inserido principalmente no aspect social da saúde em seu conceito ampliado.
TOME NOTA:
S Habitação
S Ambiente de trabalho
S Educação
S Desemprego
4) Saúde do Trabalhador
Este é um ponto de bastante relevância para concursos e cada vez mais é cobrado,
tanto por ser um tema que cada vez mais se desenvolve na pesquisa, bem como requer
a atuação profissional.
A saúde do trabalhador constitui-se área do conhecimento, investigação e
intervenção, que condensa um conjunto de determinações que vem reconfigurando-a ao
longo das últimas décadas.
A expansão da área da saúde do trabalhador pode caracterizar-se por meio de
dupla dimensão:
a) decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho, esta assenta-se no
impacto dos novos padrões de acumulação capitalista, a partir do complexo da
reestruturação produtiva. Esta reestruturação reconfigura as relações de
trabalho, sendo cada vez mais indissociável a análise dessas mutações sem
compreender o seu impacto sobre a saúde.
b) por conta do reconhecimento político da área, representado pela sua inserção,
ainda que insuficiente, no conjunto das políticas públicas e intersetoriais,
resultante da capacidade de organização de diferentes agentes políticos.
Dias (1994, p. 28), traz uma reflexão bastante interessante para nós:
Os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a
população de um determinado tempo, lugar, e classe social, mas também, de
forma diferenciada, decorrente de sua inserção particular no processo
produtivo, sustenta a proposição de que esta especificidade deve ser
contemplada no atendimento às suas necessidades de saúde.
A lei orgânica de saúde, traz em seu artigo 6o, que a saúde do trabalhador é uma
das ações do campo de atuação do SUS. Conforme a lei:
A portaria por sua vez traz a política é voltada para trabalhadores do meio urbano
ou rural, independente de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou
informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso,
temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou
desempregado são sujeitos desta Política.
A portaria traz como princípios e diretrizes (Art. 5o)
I - universalidade;
II - integralidade;
III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social;
IV - descentralização;
V - hierarquização;
VI - equidade; e
VII - precaução.
Esta portaria é bastante extensa e é importante que você leia a mesma na íntegra,
mesmo Saúde do Trabalhador não sendo um assunto tão corbado como os demais, mas
cada vez mais em evidência. Veja que o estudo desta portaria também vai depender do
seu foco. Se você estuda para um concurso de Tribunal do Trabalho (TRT) ou para um
Empresa pública (Petrobras), esse assunto deverá receber mais atenção.
Em suma, a Portaria traz objetivos; estratégias; responsabilidades; das atribuições
dos CERESTs e equipes técnicas; avaliação e monitoramento; e financiamento.
Vale destacar que Saúde do Trabalhador não é a mesma coisa que Segurança do
Trabalho, embora de certo modo exista um diálogo. Em suma, segurança do trabalhador
atua na prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Um órgão muito
conhecido desta política é a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
formada por empregados e empregadores.
(questão social), estando assim diretamente ligado à via do trabalhador. Para atuar com
essa demanda, require-se um conjunto de competências, entre elas, destaca Mendes e
Wünsch (2011, 477):
"do conhe-cimento das políticas sociais e dos princípios que as norteiam; da
capacidade de leitura crítica da realidade, de análise socioinstitucional e de
articulação com a rede de serviços; da capacidade de desvendamento da questão
social dando visibilidade à mesma a partir da apreensão das suas expressões no
processo de saúde-doença e trabalho, na demanda institucional, na vida dos
sujeitos e nos impactos desse pro- cesso na família e no meio social; da postura
investigativa, interpretativa, crítica, ética, de escuta, reflexiva, relacionai,
propositiva, da capacidade de mobilizar pessoas, profissionais e instituições; da
capacidade de trabalhar interdisciplinarmente no planejamento, na gestão, na
execução e na implementação de políticas e na avaliação delas; da capacidade de
avaliação do impacto e da efetividade do trabalho profissional com vistas a incidir
de forma qualitativa no objeto de intervenção; da sistematização e reflexão acerca
do processo de trabalho e disseminação do conhecimento a partir dele."
Outro sub tema importante a ser discutido na aula de hoje trata-se dos conceitos
de Qualidade de Vida no Trabalho e Absenteísmo. Como citado supra, as referências ^
atreladas ao Serviço Social que discutem tais assuntos são escassas, então traremos aqui ^
conceitos de outros autores, advindos do ramo de Gestão de Pessoas e temas afins, pois ^
são exatamente estes conceitos da forma como são trabalhados por tais autores que •
você encontrará na sua prova. ^
Vamos aos conceitos... "^
O Absenteísmo vem exigindo muitos dos administradores das empresas, devido suas
causas serem ligadas a vários fatores, que vão desde questões sociais, saúde, gestão ^
pessoas, entre outros problemas, de tal forma que surge a necessidade de um m^
profissional especializado que possa atuar frente a estas demandas, desenvolvendo
práticas consensuais e participativas dentro da empresa. Sob a lógica de que as ^
í%
/9&í
pessoas não precisam ser administradas e sim reconhecidas como parceiras das
instituições, as atividades são desenvolvidas de maneira a fazer com que os objetivos
pessoais e empresariais caminhem juntos.
Esses são os aspectos que costumeira mente costumam ser exigidos nos Concursos
Públicos, principalmente os citados no início da aula. Para que você adquira um
conhecimento aprofundado sobre tais assuntos, vamos abaixo algumas referências que
vão te auxiliar nesse processo, as quais são:
> Qualidade de vida no trabalho x Autorealização humana - Instituto Catarinense de
pós-graduação. Disponível na internet.
> O Feitiço da Ajuda: as determinações do Serviço Social na Empresa - Ana Elizabete
Mota. 1985.
> Gestão de Pessoas - Adalberto Chiavenato
Não se apegue à tantos detalhes, pois como dissemos, estes assuntos são exigidos
de maneira mais superficial, porém não negligencie a leitura e resolução de questões,
pois uma questão errada na sua prova poderá fazer diferença, e temos certeza que você
não vai querer passar por isso. Bons Estudos!
(C) do direito de que a informação do estado de saúde das pessoas assistidas fique
restrita ao âmbito médico, não podendo ser socializadas aos pacientes, exceto com
autorização expressa da direção da unidade de saúde.
(D) da organização dos serviços públicos e privados, privilegiando a duplicidade de meios
para fins idênticos.
(E) da participação da comunidade, respondendo ao pressuposto do controle social.
/8\
/SN
13. (EBSERH/2015) Dentre as novas competências e habilidades profissionais
cabíveis ao Assistente Social, temos a gestão ou a direção de organizações, e para
tal, exige-se o domínio
1. C 2. C 3. D 4. A 5. c
6. E 7. A 8. C 9. D 10. c
16. C
NÚMERO DE ACERTOS:
<S>
fVl NÚMERO DE ERROS
= I QUESTÕES COMENTADAS
A lei orgânica não traz esta especificação entre saúde pública e privada, a letra da lei
como ela está é "na área de saúde".
B) I e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) II e III, apenas.
Art 7o: II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e ^
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis ^
de complexidade do Sistema. ™
(C) do direito de que a informação do estado de saúde das pessoas assistidas fique
restrita ao âmbito médico, não podendo ser socializadas aos pacientes, exceto com ^
autorização expressa da direção da unidade de saúde. ^
Art 7o: V- direito à informação, às pessoas assistidas, sobre suasaúde. ^
(D) da organização dos serviços públicos e privados, privilegiando a duplicidade de meios ^
para fins idênticos. ^
Art: 7o: XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins m$
idênticos.
(Ws
Conforme Mendes e Wünsch (2011, 461): "Esse trabalho exige uma abordagem inte-rinstitucional,
de reconhecimento das diferentes instituições e programas que estão relacionados a esse campo, ^
em particular os vinculados à Seguridade Social, contribuindo assim para aintegralidade das ações ^
e de universalidade noacesso aosserviços em todos os níveis de proteção social."
B) O trabalho profissional do assistente social na área da saúde do trabalhador tem como
especificidade a apreensão do processo desaúde-doença e trabalho na singularidade das ^
expressões fenomenicas do ser social e materializa-se atendimento individual e estudos ^
de casos. ^
Esta assertiva trouxe uma visão do serviço social tradicional, com enfoque específico, singularidade ^
e atendimento individual. Vai muito além disso. Aperspectiva deve ser crítica, de escuta, reflexiva, ^
relacionai, propositiva... ' *
C) O desvelamento e a intervenção nas manifestações da questão social que incidem no
processo saúde-doença e trabalho é uma prerrogativa exclusiva do trabalho profissional ^
do assistente social nas equipes com formação interdisciplinar que atuam na área da «^
saúde do trabalhador.
Não é uma prerrogativa EXCLUSIVA. _
D) O trabalho do assistente social na área da saúde do trabalhador restringe-se às <*
instituições e órgãos vinculados à política de saúde cujos principais espaços profissionais
são: atenção básica de saúde, centros regionais de referência em saúde do trabalhador, ^
hospitais públicos ou privados e serviços ambulatoriais referenciados. ^
Atenção para palavras como exclusivamente e restringe-se, sempre são perigosas em concursos. ^
Poisbem, entendo o trabalho comoumacategoria ampla, a atuação noprocesso de adoecimento do m\
trabalho deve muito iralém da política de saúde, deve ser uma ação intersetorial primordialmente.
(A) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete formar consórcios
administrativos intermunicipais.
Art 18: VII - Isto compete à direçãomunicipal do SUS.
/Sk
(B) à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer normas e
executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução
ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art 16: VII- Isto compete a direçãonacional do SUS.
(C) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete elaborar
normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde.
Conferir Artigo 16, Inciso XIV.
(D) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer o Sistema
Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o
Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Art. 16: XIX- Isto compete à direçãonacionaldo SUS.
(E) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete normatizar e
coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados.
Art. 16: XVI - Isto compete à direção nacional do SUS.
0R&
Serviço Social para Concursos
áfSN
14. (FCC/TRE-SP/2017) Considera-se o absenteísmo um elemento oneroso tanto na
perspectiva social, quanto na perspectiva econômica, nas organiza- ções públicas
e privadas. Uma das causas que contribuem para o absenteísmo é a presença de
a) programa de qualidade de vida e saúde.
b) equipe motivacional e laborai.
c) cantinas, cafezinhos e fumódromos
d) planos de carreira e salários.
e) estacionamento e creche.
Comentário: Lembra que devemos relacionar o conceito de absenteísmo às ausências
do trabalhador? Analisando as alternativas qual delas propicia algum tipo de ausência
ou pode gerar situações problemas que possa vir a desencadear o Absenteísmo? O
item C não é mesmo? Questão facílima!
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n. 8080 de 19 de setembro de 1990: Dispõe sobre o Sistema
Único de Saúde. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LeisyL8080.htm>
BRAVO; Maria Ines. Política de Saúde no Brasil. Disponível em:
<www.saude.mt.gov.br/arquivo/2163>.
BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In: Mota, A. E. era/.(Org.). Serviço
Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.
BRAVO, Maria Inês Souza. Serviço Social e a Reforma Sanitária: lutas sociais e práticas
profissionais. 4o Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
BRAVO, Maria Inês Souza. Saúde e Serviço Social no capitalismo: fundamentos sócio-
históricos. São Paulo: Cortez, 2013.
BRAVO, Maria Inês Souza. MATOS, Maurílio Castro de. Projeto Ético-Político do Serviço Sodal e
sua relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate. In: Mota, A. E. ei ai. (Org.).
Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.
VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e práticas democráticas. In: Mota, A. E. ei ai.(Org.).
Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.
1*%
10 Fundada em1942 (Período daII Guerra Mundial) a LBA tinha como objetivo a "boa vontade" e atuando deforma '
emergencial. Tinha um caráter bastante populista. /%
JPn t_ 01 -J
m as principais intelectuais do serviço social que discutem sobre a temática, mas com
-^ certeza há diversos outros.
Interessante você saber que a discussão da Assistência Social é avaliar até que
^ ponto esta política garante direito e até que ponto não é mais uma política com caráter
f* celetista e monetário. Essa tese é principalmente de Mota, que na obra O mito da
^ assistência social, destaca que na política de assistência social brasileira "instala-se um
período no qual a assistência social, mais do que uma prática e uma política de proteção
P social, se constitui num fetiche social" (2006, p. 8).
p» Isso porque a Assistência Social é tida como UMA SUBSTITUIÇÃO da política de
a trabalho e renda, e acaba servindo para fins de perpetuação da pobreza e dependência
dos benefícios.
^ Sposati, uma referência nacional e uma das idealizadoras do SUAS, por sua vez,
p* debate a importância histórica dessa política mesmo com todos seus limites para a
^ realidade brasileira, para a mesma o SUAS é de fundamental importância na vida dos
brasileiro, pois devido "a instauração em todo território brasileiro de um mesmo regime
^ geral de gestão e alcance da política brasileira de assistência social, com a perspectiva
p de responder à universalidade de um direito de cidadania" (SPOSATI, 2006, p. 117).
^ Então, quando pensarem nesta política e na análise que o serviço social, reflitam
que ela não é homogênea, a contradições de pensamentos, e a depender da banca uma
^ lógica é mais cobrada que outra, se atente para isso.
^ 2) Marco Legal da Política de Assistência Social
^ Quais são os principais marcos legais/institucionais desta política? Não há dúvidas
p que a Constituição Federal e a LOAS são os principais, mas além deles, há outros.
^ Vejamos os principais:
v • Constituição Federal de 1988
^ v Lei Orgânica da Assistência Social - 8.742/93
f^ s Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
m, • Decreto 6.214/2007 (BPC)
V • NOB/SUAS/RH (2012)
v* s Tipificação dos Serviços Sócio-Assistenciais
0^S
11 Esse Benefício mensal é o Benefício de Prestação Continuada, que trataremos no próximo tópico.
A LOAS, que é o nosso segundo pilar desta política, traz que a assistência social
tem, como um dos seus princípios, buscar a universalização dos direitos sociais, a fim de
tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas. Além
da LOAS, existe a Lei n. 12.101/09, tendo aquela criado o atual Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS), que fixa normas para a atuação de entidades e organizações
sem fins lucrativos na área.
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto
das provisões socioassistenciais.
*PVD
f\ ALOAS ainda traz sobre a proteção social12 (básica e especial), o Sistema Único de
^ Assistência Social, os CRAS, os CREAS, o próprio BPC, os benefícios eventuais, que são
mais especificados na PNAS e na tipificação de serviços socioassistenciais.
r Oque é o SUAS?
m O SUAS é um sistema descentralizado e participativo, que define e organiza os elementos
essenciais à execução da política de assistência social, possuindo, como eixos estruturantes, a
matricialidade sócio-familiar e territorialização.
^PV ___ _
^ Como é definida a Proteção Social naLOAS? (Art. 6o A)
m A LOAS traz que existe dois tipos de Proteção Social, a básica e a especial.
0Ê\
12 "Adefinição dos campos de proteção social (básica ou especial) que compete à assistênciae às demais políticas sociais
f^ é fundamental, não pormero preciosismo conceituai, mas poroutras razoes. Primeiro, porqueo sentido de proteção social
extrapola a possibilidade de uma única política social e requer o estabelecimento de um conjunto de políticas públicas que
P*1 garantam direitos e respondam a diversas e complexas necessidades básicas (PEREIRA, 2000) da vida social. Desse
0^
modo, à Assistência Social não se pode atribuir a tarefa de realizar exclusivamente a proteção social. Esta compete,
articuladamente, às políticas de emprego, saúde, Previdência, habaaçao, transporte e Assistência, nos termos do artigo 60
0&> da Constituição Federal." (CFESS, Parâmetros para atuação do Assistente Social na Assistência Social
0^\
Serviço Social para Concursos
0&S
O CRAS (Art. 4o) é a unidade principal de implementação do PAIFI/Proteção Social
Básica, este é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com
maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços
socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas
e projetos socioassistenciais.
Além disso, a PNAS traz a tipificação dos benefícios eventuais, que já foi trazido na
LOAS (Art. 22). Os benefícios eventuais são de responsabilidade dos municípios.
Conforme a LOAS: entendem-se por benefícios eventuais as provisões
suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do Suas e são
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações
de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.
Ex: auxílio natalidade, funeral, auxílio aluguel em caso de enchente...
P* •» ATENÇÃO
P Cai muito em prova quais os critérios para um município receber financiamento. Art.
m 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal,
m dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de:
1 - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e
^ sociedade civil;
p> II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos
0&*
Conselhos de Assistência Social;
III - Plano de Assistência Social.
*CPF
QUESTÕES
C) Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos
e benefícios, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente de ações
do órgão repassador dos recursos.
D) A utilização dos recursos federais descentralizados para os fundos de assistência social
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores
ao ente transferidor, anualmente, mediante relatório de gestão submetido à apreciação
do respectivo Conselho de Assistência Social, que comprove a execução das ações na
forma de regulamento.
(B) nome do serviço, origem dos usuários, nível de proteção básica e especial de alta e
média complexidade.
(C) diferentes tipos de demandas, objetivos, recursos humanos e instituição da diretoria
do serviço.
(D) objetivos, capacidade gerencial, qualidade técnica dos trabalhadores e voluntários,
além do acesso ao serviço.
(E) vigilância sanitária, definição do trabalho social e normativas referentes aos serviços
socioassistenciais, sobretudo de alta complexidade.
0^i
(C) Educação Municipal. (D) Segurança Pública.
(E) Vara da Infância e da Juventude.
Caso uma pessoa com deficiência que receba BPC passe a exercer atividade remunerada
na qualidade de microempreendedor individual, o órgão concedente desse benefício
deverá suspendê-lo.
14. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) 47. A Lei Orgânica da Assistência
Social (Lei Federal no 8.742/93) regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição
Federal de 1988 e marca a etapa inaugural de uma política pública de assistência social
em nível nacional. A LOAS define a assistência social como direito do cidadão e dever do
Estado, estabelecendo objetivos e diretrizes para sua implementação. Constitui-se um
dos princípios da LOAS:
(A) descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo.
(B) participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação
das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
#?\
(A) Controle Social
(B) Matricialidade Sócio-Familiar.
(C) Primazia da responsabilidade do Estado na condução dessa política.
a (D) Financiamento.
^ (E) Novas bases para a relação entre o Estado e a Sociedade Civil.
/Ps
/SOS
23. A 9.a Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada em 2013 e teve
como tema a gestão e o financiamento na efetivação do SUAS.
0$\
ARIT(3:
1. B 2. A 3. C 4. A 5. E
6. C 7. C 8. A 9. D 10. C
= I QUESTÕES COMENTADAS
C) Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos
e benefícios, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente de ações
do órgão repassador dos recursos.
Correto. Art. 30 - B.
D) Autilizaçãodos recursos federais descentralizados para os fundos de assistência social
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores
ao ente transferidor, anualmente, mediante relatório de gestão submetido à apreciação
do respectivo Conselho de Assistência Social, que comprove a execução das ações na
forma de regulamento.
Correto. Art. 30-C.
9
Serviço Social para Concursos
9
9
(D) Segurança Pública.
(E) Vara da Infância e da Juventude.
Vejam que a questão trouxe sobre a política pública que presta este serviço. Sem
dúvidas, é a Assistência Social. Aliberdade Assistida é de responsabilidade da Proteção
Social Especial, de média complexidade, e integra as Medidas sócio-educativas em
meio-aberto para crianças e adolescentes. Já as Medidas sócio-educativas
restritivas e privativas de liberdade (Semi-liberdade, Internação provisória e
sentenciada), estão sob responsabilidade da Proteção Social Especial de alta
complexidade.
Caso uma pessoa com deficiência que receba BPC passe a exercer atividade remunerada
na qualidade de microempreendedor individual, o órgão concedente desse benefício
deverá suspendê-lo.
Está Correto. Justificativa: no art 21 afirma que o BPC deve ser suspenso quando o/a
beneficiário/a com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive como
microempreendedor.
Z. U1 ü
0S
Conforme a LOAS:
á!fc\
8. (AERONÁUTICA/2016) 40) De acordo com a Política Nacional de Assistência Social -
PNAS/2004 - Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), a proteção social deve garantir
segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio
ou vivência familiar. Assinale a alternativa correta quanto a tais garantias.
a) A segurança de acolhida deve operar com a provisão de diversas
necessidades humanas, sobretudo em contextos que apresentam situações de
vulnerabilidades e riscos sociais.
Conforme a LOAS, o Paif integra a proteção social básica; não se pode falar em termos
de concentraçãodo Paif a um tipo de problema específico, mas de trabalho social, nos
Cras, com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir
o rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações,
0^\
14. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) ALei Orgânica da Assistência Social
(Lei Federal no 8.742/93) regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de
1988 e marca a etapa inaugural de uma política pública de assistência social em nível
nacional. A LOAS define a assistência social como direito do cidadão e dever do Estado,
Justificativa: Conforme a referida lei, em seu artigo 30: É condição para os repasses, aos
P* Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva
m, instituição e funcionamento de:
0s I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e
sociedade civil;
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos
^ Conselhos de Assistência Social;
^ III - Plano de Assistência Social.
Justificativa: Uma questão também que considero de nível médio, já que cobra algo
muito específico. A descentralização político-administrativa, a territorialização e o
controle social, se constituem enquanto bases organizacionais do SUAS, em conjunto
com a matricialidade sócio-fiamiliar; as novas bases para a relação entre Estado e
sociedade civil; o financiamento; o desafio da participação popular/cidadão usuário; a
política de recursos humanos; e a informação, o monitoramento e a avaliação.
0S
/ê\ 2 01S
/|PN
ps
IV. A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do
^ Benefício de Prestação Continuada, limitado a 1 (um) ano o recebimento concomitante
f* da remuneração e do benefício.
^ ERRADA! O prazo está limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da
remuneração e do benefício.
/^
19. (QUADRIX/FUND. ABC/2013) De acordo com a Lei Orgânica de Assistência Social
^ (LOAS), a assistência social rege-se por alguns princípios e diretrizes. Ciente desses
ps princípios e diretrizes, leia atentamente.
I. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistênciais, bem
^ como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
f* II. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e
ps serviços de qualidade, bem com à convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade.
0^>
0S
III. Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica.
IV. Universalização dos direitos sociais, a fim tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas.
IV. O CRAS deve realizar, sob orientação do gestor municipal de assistência social, o
mapeamento e a organização da rede socioassitencial de proteção básica e promover
a inserção das famílias nos serviços de assistência social.
V. São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que
potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos
internos e externos de solidariedade, como o programa de inclusão produtiva e
projeto de enfretamento da pobreza.
23. A 9.a Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada em 2013 e teve
m como tema a gestão e o financiamento na efetivação do SUAS.
GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO:
m Questão bem atípica ao se tratar de Cespe UnB, que geralmente evita questões tão
rasas quanto essa, mas a IX Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada,
de fato, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, Distrito Federal,
no período de 16 a 19 de dezembro de 2013 e teve como tema "A Gestão e o
Financiamento na efetivação do SUAS".
FONTE: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
0H\
0&\
$0y
POLÍTICA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Então, memorize:
r
0&\
Agora partiremos para o estudo sobre a Previdência Social, um dos pilares da
Seguridade. O artigo 201 da CF/1988 estabelece que:
"A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral (Regime Geral
da Previdência Social - RGPS), de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atendera, nos
termos da lei, a:
I - Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - Salário Família e Auxílio Reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda, e;
V - Pensão por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro
e dependentes, observado o disposto no § 2.° (benefício que substitui o rendimento do
segurado terá como valor mensal mínimo o salário mínimo nacional)."
Utilizando como referência Carlos Simões em seu livro "Curso de Direito do Serviço
Social" o autor faz um resgate histórico acerca a Previdência vejamos:
A previdência social tem seu marco inicial, no Brasil, com a Lei n° 3.397/1988,
autorizando o governo a abrir caixas de socorros para os trabalhadores das estradas de
ferro. Mas, por essa lei ter sido praticamente letra morta, considera-se que foi a Lei Eloy
Chaves, de 1923, que inaugurou a previdência social brasileira, ao instituir, nas empresas
ferroviárias, uma Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os respectivos
empregados. Esse sistema foi depois sucessivamente ampliado, pelo Decreto n°
5.109/1926, para os portuários e marítimos e empregados vinculados à infra-estrutura
dos serviços públicos. As CAPs asseguravam benefícios básicos de aposentadorias e
pensões aos empregados das empresas em que eram organizadas.
0fa
Comentamos acima que a Previdência Social possui dois tipos de Regimes: RGPS e
Regime Complementar, é importante que você saiba que os beneficiários do RGPS são
classificados como segurados e dependentes.
Elaboramos uma tabela (página seguinte) para que facilite sua visualização do
período de carência necessário para concessão de cada benefício:
Ademais, a legislação referida faz menção à vários aspectos pertinentes à
Previdência Social e seus planos de benefícios, porém se tornaria inviável reproduzi-los
aqui todos os assuntos abordados na Lei. Dessa forma expomos na aula de hoje os pontos
mais recorrentes em provas de Concursos, se o seu foco for concursos que sejam
a diretamente vinculados à Previdência Social, se faz necessário maior aprofundamento do
m tema, para as demais situações, o que é exigido como conhecimento foi exposto na aula
pó de hoje.
py Sugerimos a leitura integral da Lei 8.213/1991 para maior apreensão dos aspectos
f* pertinentes à Previdência Social. Bem como a 13.135 de 2015 que atualiza essa lei.
MS,
0S ^^^^^^^
^ c^!^5 Refer®ncia:
™ SIMÕES, C. Curso de Direito de Serviço Social. Cortez: São Paulo. 2009.
p\
0&S
/Ps»
p\
/p\
0^
/fP^
#h
iflfcs
TIPO BENEFÍCIO MOTIVO/RAZÃO CARÊNCIA VALOR
Média das
Auxílio Doença 12 meses últimas 12
contribuições
100% + 25%
12
Por invalidez se necessitar
contribuições
acompanhante
65 - HOMEM
70% + 1% por
180
Por idade 60 - MULHER ano de
contribuições
contribuição
70/75 (COMPULSÓRIA) *
Por tempo P/ ter aposentadoria 35 - Homem
de integral -> 100%
Aposentadoria 30 - Mulher
contribuição
Em casos de 180
Especial 100%
insalubridade (25 anos) contribuições
02 anos
mínimos de
50% + 10% de
Pensão por Teve uma recente relação
cada
morte mudança (cônjuge) e
dependente
não é mais
vitalícia
v 2. (CESPE/TJ-AL) Com base na Lei n.° 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de
P benefícios da previdência social, assinale a opção correta.
iSSPk
a) Para fins de dependência do segurado do regime geral de previdência social,
^ considera-se companheira ou companheiro somente a pessoa casada civilmente.
p b) A concessão de aposentadoria por invalidez pode prescindir da verificação da
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial, desde que o estado de
^ invalidez seja atestado por médico que atue no serviço público.
p* c) É devido salário-maternidade, pelo período de cento e oitenta dias, à segurada da
^ previdência social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de
criança de até um ano de idade.
P d) Uma das finalidades da previdência social é assegurar a todas as pessoas
m comprovadamente incapacitadas para o trabalho os meios indispensáveis à sua
manutenção, independentemente de contribuição.
^ e) Entende-se como regime de economia familiar a atividade desenvolvida sem a
f*> utilização de empregados permanentes, na qual o trabalho dos membros da família
m seja indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do
^ núcleo familiar.
/^?*
a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição.
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário de contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo.
c) preservação do valor real dos benefícios.
d) previdência complementar obrigatória, sem custo adicional.
a) universalidade. b) integralidade.
c) seletividade. d) uniformidade.
e) irredutibilidade.
GABARITO:
1. C 2. E 3. E 4. D 5. B
6. B 7. B 8. B 9. E 10. B
NUMERO DE ACERTOS:
®
I V l NUMERO DE ERROS:
r
^ QUESTÕES COMENTADAS
»
1. (FCC/TRT 23a região/2015) Com relação aos benefícios previdenciários,
a) o salário-maternidade das seguradas empregadas domésticas depende da carência
de 12 contribuições mensais.
Comentário: A lei prevê 10 contribuições mensais. Ver artigo 25, III.
9
Serviço Social para Concursos
c) a concessão de pensão por morte e o auxílio reclusão independem de
carência.
Comentário: Correto. Tais benefícios independem de carência. Ver artigo 26,I.
2. (CESPE/TJ-AL) Com base na Lei n.° 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de
benefícios da previdência social, assinale a opção correta,
a) Para fins de dependência do segurado do regime geral de previdência social,
considera-se companheira ou companheiro somente a pessoa casada civilmente.
Comentário: Errado, não é necessário ser casada civilmente. Ver artigo 16, §3°.
/$\
b)salário-família.
Comentário: O salário-família será devido mensalmente ao segurado empregado, na
proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. Ver artigo 65.
c) auxílio reclusão.
Comentário: o auxílio-reclusão é benefício concedido ao dependente do segurado
j* recolhido à prisão.
d) reabilitação profissional.
^ Comentário: o beneficio de reabilitação profissional embora seja concedido ao
^ segurado, não se caracteriza como benefício pecuniário. Ver artigo 89.
/RN
jSh
a) universalidade. b) integralidade.
c) seletividade. d) uniformidade.
e) irredutibilidade. ^
Comentário: a única alternativa que não se configura princípio da Previdência Social é **>
a B, integralidade. Atente-se: nasdemais políticas sociais, Assistência e Saúde, por ™)
exemplo, oprincípio integralidade se faz presente, sob o viés de integra/idade das ^
ações, mas na Previdência este princípio não se fazpresente.
/^\
A provas de concursos, então vamos lá para uma breve explicação sobre cada
um deles:
A
que tratam da proteção à criança e ao adolescente no tocante ao direito
de serem cuidados e educados SEM o uso de castigos físicos e/ou de
tratamento cruel ou degradante, e classifica também alguns dos
diferentes tipos de violência que são vedados pela Doutrina da Proteção
Integral.
• ADOÇÃO
> A modalidade de adoção é bastante recorrente nas provas de concursos dos
Tribunais de Justiça, então se você se prepara para algum T3 é importante
estudar essa modalidade com bastante atenção.
/Rn
Outro aspecto recorrentes nas questões trata das Medidas de Proteção, aplicadas
à crianças e adolescentes sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados, tais
medidas são:
Q.
/P\
O acolhimento institucional e o
acolhimento familiar são medidas
provisórias e excepcionais!!!
Advertência;
Obrigação de reparar o dano;
Prestação de serviços à comunidade;
/p\ Liberdade assistida;
Inserção em regime de semiliberdade;
Internação em estabelecimento educacional.
0$\
f^ Por fim, porém não menos importante trataremos das disposições sobre o Conselho
a ^m Tutelar, previsto no ECA como órgão permanente e autônomo, não
^^ jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
^ direitos das crianças e adolescentes.
s Em cada município haverá no mínimo 1 (um) Conselho Tutelar, composto por 5
^ (cinco^ membros, eleitos pela população local para mandato de 4 (quatro^ anos,
C permitida 1 (uma) recondução.
/PS
Serviço Social para Concursos
0t\
• Para ser Conselheiro é necessário ter idade superior a vinte e um anos,
reconhecida idoneidade moral e residir no município o qual irá atuar;
s O processo de escolha ocorrerá a cada 4 (quatro) anos;
• ATENÇÃO PARA QUESTÃO DE CONCURSO: São impedidos de servir no mesmo
Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
irmãos, cunhados, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
'.-(•
E importante ficar atento a estes três objetivos e conferi-los na integra na letra lei,
C pois, costumeiramente, são cobrados em questões de concursos, sobretudo se o seu
f^ concurso é da área sociojurídica.
(^ O SINASE será coordenado pela União e integrado pelos demais entes (Municipal,
fs Estadual e do Distrito Federal).
P O Capítulo II da referida lei trata das competências em âmbito nacional, estadual,
pt distrital e municipal, traremos aqui os aspectos mais importantes para a sua preparação:
p> • É vedado à União desenvolver e ofertar os programas próprios de
/Ws atendimento;
Logo compreende-se disso que a União não é ente EXECUTIVO, mas
r' sim o ente responsável por FORMULAR E COORDENAR a política
^ nacional de atendimento socioeducativo;
f^ • Compete aos ESTADOS criar, desenvolver e manter programas para a
m execução de medidas socioeducativas de SEMILIBERDADE e INTERNAÇÃO;
^ • Compete aos MUNICÍPIOS criar e manter programas de atendimento para
execução das medidas socioeducativas EM MEIO ABERTO;
0S
CL
f* Perceberam a diferença entre as competências Estaduais e Municipais?
f* No tocante ao estado estão destinados a criação, desenvolvimento e
m\ manutenção de programas de semiliberdade e internação, ao passo
que, é de competência municipal a criação e manutenção dos
^ programas de atendimento em meio aberto!
MÊS
/^^
/^>
<fp\
O capítulo III trata dos Planos de Atendimento Socioeducativo, os quais deverão, ^
obrigatoriamente prever ações articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência ^
social, cultura, capacitação para o trabalho e esporte aos adolescentes atendidos. De „*
acordo com artigo 7 o Plano de que trata este capítulo deverá incluir um diagnóstico da
situação do SINASE, as diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as formas de
financiamento e gestão das ações de atendimento. Outra importante informação é que ^
os planos de atendimento tanto municipais como estaduais terão 10 anos de vigência. ^
Já o capitulo IV trata dos Programas de Atendimento, os quais diferem do Plano ^
(tratado anteriormente), primeiramente pela sua dimensão executiva, ao passo que o ^
plano analisa, diagnostica, traça metas e objetivos, os Programas se detêm à parte mais
executiva do processo, sempre se atendo ao que foi determinado no Plano. Dessa forma
o SINASE elenca os dois tipos de programas de atendimento:
• Programas de meio aberto: nos quais são desenvolvidas as medidas
socioeducativas de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou de ^
LIBERDADE ASSISTIDA. ^
• Programas de Privação da Liberdade. ^
Um aspecto importante a ser tratado no que tangeaos programas de ^
Privação de Liberdade é que "é vedada a edificação de unidades
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer
outra forma integrados a estabelecimentos penais." ^
Em ambos os programas a composição da equipe técnica deverá atender ao pressuposto ^
de ser: ^
o Interdisciplinar **>
o Composta por profissionais da saúde, educação e assistência social. ^
intervalos superiores a 3 (três) anos. Outras informações são detalhadas na lei sobre o
processo de avaliação do SINASE, é importante, que você candidato, não deixe de ler ^
integralmente a legislação!!! "^
OTítulo II trata da Execução das Medidas Socioeducativas, elencando os princípios ^
que regem a execução das mesmas. Éimportante atentar para os nove princípios, pois ^
estes são bastante cobrados nos certames!!! /%
LEGAUDADE;
EXCEPCIONAUDADE;
PRIORIDADE A PRÁTICAS OU MEDIDAS QUE SEJAM RESTAURATIVAS;
PROPORCIONALIDADE;
BREVIDADE;
INDIVIDUALIZAÇÃO;
MÍNIMA INTERVENÇÃO;
NÃO DISCRIMINAÇÃO DO ADOLESCENTE;
FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMIUARES E COMUNITÁRIOS.
P Existem alguns fatores que declaram por extinta a medida socioeducativa, trazidos pelo
ps artigo 46:
P> I - Pela morte do adolescente;
f* II - Pela realização de sua finalidade;
^ III - Pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime
f* fechado ou semiaberto, em execuçãcr provisória ou definitiva;
f* IV - Pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter
ia se ao cumprimento da medida.
f* O Capítulo III trata dos DIREITOS INDIVIDUAIS, e é outro tema muito recorrente em
p» concursos! O artigo 49 elenca na íntegra todos 8 (oito) direitos, traremos todos de eles
m de forma compilada abaixo...
{* São direitos dos adolescentes submetidos ao cumprimento de
m, medidas socioeducativas:
laCTKjgiiHy
E de responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de
atendimento, com a participação efetiva do adolescente e sua família, a
elaboração do PIA!!!
/%
o Excepcionalmente o juiz poderá suspender a execução da medida
socioeducativa, ouvidos o Defensor e o Ministério Público, com vistas à
incluir o adolescente em programa de atenção integral à saúde mental;
Esses são pontos pertinentes ao que tange o atendimento integral à saúde do
adolescente em conflito com a lei.
QUESTÕES
c) Évedado ao juiz aplicar nova medida de internação, por atos infracionais praticados
anteriormente, a adolescente que já tenha cumprido medida socioeducativa dessa
natureza, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida
socioeducativa extrema.
/fít\
0&\
b) a previsão das condutas passíveis de sanção disciplinar por até quarenta e oito horas.
c) a indicação dos programas socioassistenciais em que o adolescente e a família já
estejam incluídos.
d) os objetivos declarados pelo adolescente em cumprimento de medida socioeducativa.
e) a definição das atividades internas e externas, individuais e coletivas, das quais o
adolescente poderá participar, no caso de imposição da medida de liberdade assistida.
GABARITO:
1. A 2. A 3. D 4. C 5. D
6. E 7. D 8. B 9. E 10. D
NÚMERO DE ACERTOS:
<S>
IV1 NÚMERO DE ERROS:
/>BS
0S
0tè\
0&\
e) O Plano Individual de Atendimento deverá ser elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento, sendo facultada a participação
do adolescente e de sua família.
Comentário
Comentário
A) O SINASE prevê a inclusão de ações para a promoção da saúde com vistas aos
cuidados especiais incluindo os relacionados ao uso de álcool e outras
substâncias psicoativas, mas em nenhuma relação com agentes da Polícia
Federal.
B) Em nenhuma hipótese o adolescente que apresente dependência química ou
alguma relação com o uso de drogas lícitas e ilícitas deve ser afastado dos
demais.
C) Assim como as legislações pertinentes à proteção às pessoas usuárias de
drogas lícitas e ilícitas não prevêem não executam as ações na perspectiva da
abstinência, mas sim do cuidado integral, o SINASE também não corrobora
desta perspectiva.
D) De acordo com o artigo 64 do Sinase os adolescentes que apresentem indícios
de transtornos mentais ou deficiência mental, ou associadas deverá ser
avaliado por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial, mas em nenhuma
hipótese tratado de maneira segregadora.
E) Ver artigo 60, inciso IV.
/•^
2018
f9\
Comentário:
O SINASE assim como ECA não prevê a responsabilização do adolescente com esse
viés culpabilizador, mas sim, uma responsabilização sob o viés educativo e ^
ressocializador. Sob uma abordagem educativa e pedagógica o Sinase prevê um ^
tratamento baseado no respeito e emancipação do adolescente em conflito com a lei, ^
dessa forma, sempre que você se deparar com questões que trazem em seu enunciado .a
expressões como: reparação moral, menor infrator, cu/pabilização, DESCARTE A
OPÇÃO. ^
Vocês devem ter percebido que a temática Família vem aparecendo com mais
freqüência nos editais de concursos, não é mesmo? Esse fato se deve à vários motivos
entre os quais devemos citar como mais preponderantes as mudanças sociais no conceito
e formação do que se considera FAMÍLIA, o maior chamamento do profissional de Serviço
Social no trabalho executado diretamente com famílias, nas suas diversas configurações,
e nas mais variadas instituições. Trabalho este que exige um profissional atualizado, em
constante capacitação profissional, despido de estigmas e preconceitos e principalmente
qualificado tecnicamente para atuar com as demandas particulares, complexas e
recorrentes nas mais diversas políticas públicas, campos de atuação do Assistente Social.
Os editais de concursos dos Tribunais de Justiça são os que mais evidenciam o
conhecimento acerca da família e seus aspectos, por serem estes espaços onde muitos
conflitos, litigiosos ou consensuais, se fazem presente no cotidiano de trabalho do
Assistente Social. Dessa forma se faz necessário, para além do aprendizado necessário
para obter aprovação no concurso público, construir uma base sólida de conhecimento
acerca da família, suas configurações e as diversas maneiras de intervenções existentes.
Vamos começar dialogando sobre a principal referência no Serviço Social quando o
assunto é Família, Regina Célia Mioto, a autora possui uma infinidade de artigos sobre o
tema, e algumas obras escritas. Então para uma maior apreensão do conteúdo indicamos
a leitura das produções de autoria de Mioto.
O conceito de Família expresso hoje na Constituição vigente, artigo 226, abrange
diversos arranjos, como: união formada por casamento, união estável entre homem e
mulher e a comunidade formada por qualquer um dos genitores. Outro importante marco
legal, a Política Nacional de Assistência Social/PNAS, traz o conceito de família como
sendo "um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos,
afetivos e ou de solidariedade." Ainda no âmbito da Assistência Social temos o
conceito trazido pela NOB/SUAS 2005 "como núcleo afetivo, vinculado por laços
consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações
recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e gênero", é
verificável que a Assistência Social enquanto política pública elege a família para a
centralidade das suas ações, reconhecendo o protagonismo de tal formação social diante
dos processos educativos, ao mesmo tempo que busca a potencialização da mesma
diante dos seus processos de sustentabilização e concretização de direitos. Diante disso
podemos verificar que, atualmente, existe um mix de conceitos acerca da Família que
vão desde a leitura normativa e legal do que se considera família, ao conceito mais amplo
e democrático, como visualizamos na PNAS.
Para Mioto, a família é "um sujeito privilegiado de intervenção desde sempren,
embora o trabalho com famílias tenha impulsionado no período de consolidação da
profissão, é possível visualizar que a atuação com famílias, mesmo sob um viés católico
e estigmatizante, vem sendo desenvolvida pelo Serviço Social desde o início da
profissão. Com foco na família operária, ações de cunho psicologizante,
corretivas e de responsabilização do indivíduo podem ser verificadas desde o
advento do que chamamos de Serviço Social Americano, ou Serviço Social de
Caso.
A
ATENÇÃO!!! As intervenções realizadas à época não correspondiam
ao atual Projeto Ético Político do Serviço Social, as características
daquela intervenção eram:
o Proposta de averiguação e controle dos modos de vida das
famílias;
o Buroeratização no acesso aos direitos;
o Ajustamento dos indivíduos;
« Correção de situações;
Diante disso devemos dialogar sobre as duas propostas que se colocam frente à
atuação com as famílias. Proposta Familista e a Proposta Protetiva. ^
Vamos aos detalhes... ^
• " FAMILISTA ^
/Ws
e
tanto qualificado, sem menosprezar a capacidade protetiva da família mas, reconhecendo
que em determinado momento, em virtude de uma dada situação conflituosa se faz
necessário uma intervenção que busque o restabelecimento do respeito, a garantia de
direitos que possivelmente tenham sido violados ou encontrem-se em situação de
ameaça.
Referência:
QUESTÕES
GABARITO:
1. 2. 3. 4.
6. 7. 8.
NUMERO DE ACERTOS:
® NUMERO DE ERROS:
0&\
EEn QUESTÕES COMENTADAS
a) desfamilização (ERRADA)
b) proteção familiar (ERRADA)
c) política familiar (ERRADA)
d) familismo (CORRETA)
Discussão que abordamos no conteúdo sobre a proposta familista Xprotetiva. Aqual
pressupõe Afirmação da tradição que existem canais naturais para a satisfação das
necessidades dos indivíduos: a família e o mercado. Somente quando esses falham é
que a interferência pública deve acontece; A falência da família... •*
<9s
Comentário: Questão ótima e de alto nível! A estrutura familiar NÃO deve ser
considerada de maneira isolada na construção do ser social, tampouco no modo
como se estabelecem as relações entre a família e o meio externo. As incidências
culturais, sociais e econômicas também prevalecem nessa determinação.
No tocante aos direitos da pessoa idosa, dois são os aparatos legais que versam
sobre tal temática, a saber:
• Estatuto do Idoso - Lei 10.741/2003
• Política Nacional do Idoso - Lei 8.842/1994
Para fins de explanação citamos os dois diplomas legais, no entanto, enfocaremos
nossa aula no primeiro, pois este é o mais exigido nas provas de Concursos Públicos. A
menos que o seu edital traga, explicitamente, o dispositivo Política Nacional do Idoso, do
contrário orientamos que a ênfase seja dada ao primeiro.
Reiteramos aqui a necessidade de leitura na íntegra dos conteúdos, neste caso,
legislativo, pois o objetivo deste material é reunir o máximo de informações possíveis
sobre cada assunto, mas se trata de um material exemplificativo, e não taxativo. Seus
estudos devem ir além disso!
ESTATUTO DO IDOSO
Família
Poder público
Obrigação
de cuidar
do idoso
Comunidade
Sociedade
Das garantias previstas acima atente-se, principalmente para dois aspectos, primeiro,
(^ deve-se sempre priorizar o atendimento do idoso por sua própria família e optar por
ps atendimento em asilos somente quando todas as demais condições forem cessadas,
m segundo, o idoso possui prioridade do recebimento do Imposto de Renda, é recorrente
• esta última garantia ser cobrada em questões de concursos, fique atenta (o).
^ No Título n que trata dos Direitos Fundamentais há uma importante informação a ser
f* retirada, a saber:
f* Mas o que isso quer dizer? Que o envelhecimento, ao contrário do que dita o senso
m comum, é um direito pessoal de toda pessoa, e deve ser tratado com proteção e cuidado,
proteção esta que também é um direito previsto à pessoa idosa. A pessoa idosa não deve
^ ser vista como um fardo, massim como sujeito de direitos.
* No tocante à Liberdade, Respeito e Dignidade, o dispositivo prevê:
^ • Faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
f^ ressalvadas as restrições legais;
Opinião e expressão;
Crença e Culto religioso;
Prática de esportes e de diversões;
Participação na vida familiar e comunitária;
Participação na vida política, na forma da lei;
Faculdade de buscar refugio, auxílio e orientação.
Outro destaque a ser feito neste Capítulo, trata do direito do idoso em optar pelo
tratamento de saúde que lhe for mais adequado
f* • Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, Io de Maio, é a data base dos aposentados e
ms pensionistas.
• Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada,
^ conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
pv na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas
_ pertinentes.
§2°. Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10%
dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
§3°. No caso das pessoas compreendidas na faixa etária
entre 60 e 65 anos, ficará a critério da legislação local
RESERVADO
dispor sobre as condições para exercício da gratuidade; PARA
IDOSOS
yf) ) 'A
II. Desconto de 50%, no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que
excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos.
Ou seja, após esgotadas as duas vagas gratuitas, o idoso que possuir renda igual
ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos poderá recorrer ao desconto de 50% na sua
passagem, entendido?
f?
KJ
O Título III também é importante, pois trata das Medidas Protetivas, e se você
0S
está se preparando para Concursos como Tribunais de Justiça, Ministério Público da
União, atenção redobrada, pois é nesse viés que costumam ser cobradas as questões
sobre Idosos...
AS MEDIDAS DE
ãSs
PROTEÇÃO AO
AÇÃO OU IDOSO SERÃO
OMISSÃO DA APLICADAS SEMPRE
/ps
SOCIEDADE OU QUE SEUS DIREITOS
DO ESTADO FORAM VIOLADOS
POR:
EM RAZÃO DE SUA
CONDUTA
0Ê\
Os órgãos responsáveis pela FISCALIZAÇÃO das entidades de atendimento
ao idoso são:
• Conselho do Idoso
• Ministério Público
• Vigilância Sanitária
• E outros previstos em lei.
r*.
PRINCÍPIOS QUE DEVERÃO SER ADOTADOS PELAS
ENTIDADES DE LONGA PERMANÊNCIA
Preservação dos vínculos familiares
Atendimento personalizado e em pequenos grupos
Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso
- de força maior
Participação do idoso nas atividades comunitárias;
Observância dos direitosdos idosos;
Preservação da identidade do idoso e oferecimento de
ambiente de respeito e dignidade.
kJ
OTÍTULO V versa sobre o Acesso à Justiça pelo Idoso, o destaque a ser feito refere-se
ao artigo 71, também bastante recorrente em questões de concursos, vamos lá:
/S\
Enfim, concluímos a nossa aula de hoje. Oconteúdo exposto acima segue a proposta de
estudo direcionado, abordando os principais aspectos constantes nas provas de
Concursos Públicos, mas não esqueça de ler na íntegra toda a legislação aplicada, e
aprofundar ainda mais seus estudos.
Até breve.
• —
• —
QUESTÕES
• —
• —
( ) CERTO ( )ERRADO
( ) CERTO ( )ERRADO
JPS
C ( ) CERTO ( ) ERRADO
b) Aos idosos, a partir de sessenta anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de
um salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOA.
c) É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.
GABARITO:
1. C 2. C 3. C 4. E 5. C
= 1 QUESTÕES COMENTADAS
(X ) CERTO ( ) ERRADO
0&\
Comentário: Obenefíciode que trata o artigo estende-se em favordo cônjuge sim, desde
que maior de sessenta anos.
b) Aos idosos, a partir de sessenta anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de
um salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOA.
Comentário: Atenção para a IDADE, o correto é 65 anos!
c) É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da idade.
Comentário: Exatamente. Os planos de saúde não podem cobrar valores diferenciados
aos idosos em virtude da sua idade.
LEI 7.853/1989 a qual Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua
integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras
providências.
Estes são os dois diplomas legais que utilizaremos nesta aula para tratar dos
direitos e garantias inerentes às Pessoas com Deficiência. Logo, são os mais cobrados
em Concursos Públicos.
A priori, consideramos importante desconstruir o pressuposto da deficiência vista
como doença, ou algo incapacitante. Atualmente tratamos da deficiência ultrapassando
a perspectiva de anomalia, e reconhecendo que deve ser vista como um fenômeno que
ocorre na relação do indivíduo com o meio física, social e político. E nessa
perspectiva pensar que as limitações não são exclusivas da pessoa e sim que se
expressam ao entrar em contato com as diversas barreiras que os meios supracitados
0H apresentam. A deficiência deve ser vista a partir de uma concepção mais ampla,
ultrapassando a esfera individual.
Os estudos e dispositivos legais vigentes no Brasil organizam-se a partir do
^ princípio da Inclusão Social, o qual diz respeito a necessidade de construção de
f\ ambientes em contextos inclusivos. Ratificando a idéia necessária de transpor a
_ deficiência do plano individual para o coletivo.
O primeiro dispositivo legal apresentado, a Lei 7.853/1989 traz em seu artigo Io
^ o seguinte texto:
my "Ficamestabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos
direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua
^* efetiva integração social, nos termos desta Lei."
Conseguem visualizar a relação da pessoa com deficiência em total interação com o meio
f* ambiente físico, social e político? Dessa maneira àquelas garantias e direitos
ps fundamentais também são garantidos às pessoas com deficiência, a saber:
py > Igualdade de tratamento;
' > Oportunidade da Justiça Social;
^ > Respeito à dignidade da pessoa humana;
p* > Bem estar;
^ > Educação;
v > Saúde;
P > Trabalho;
ps > Lazer;
> Previdência Social;
^ > Amparo à infância e maternidade.
0^.
Se você observar os direitos e garantias fundamentais são semelhantes em todas as
legislações destinadas aos segmentos (infância e adolescência, idoso, mulher), todos
versam sobre os direitos básicos inerentes à todos os seres humanos, mas em cada caso
dada a devida ênfase necessária.
A Lei 7.853 versa sobre algumas medidas que devem ser aplicadas em cada
política social, abrangendo Educação, Saúde, Formação profissional, trabalho e Recursos
humanos e Edificações. A lei propõe a viabilização, sem prejuízos de outras normas:
Não há muito o que dialogar sobre as proposições de tais legislações uma vez que, o
importante para a sua prova é o conhecimento literal da Lei, pois é este queserá exigido,
dessa forma, passemos adiante para os demais artigos.
j-
competentes para requerer a
aplicação de medidas judiciais em
prol dos direitos das pessoas
portadoras de deficiência.
P" A lei traz vários parágrafos sobre tais medidas, para sua preparação consideramos
a mister elencar apenas os órgãos e entes competentes para requerimento das medidas,
mas orientamos que você leia os parágrafos da Lei para que não passe nada
^ despercebido.
^ Outra informação relevante consiste no que versa o artigo 5o "OMinistério Público
p intervira obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se
^ discutam interesses relacionados às pessoas com deficiência."
^ Outro ponto que devemos dedicar atenção diz respeito aos crimes previstos na Lei,
• pois costumeiramente esse conhecimento costuma ser cobrado nas provas de Concursos
f^ Públicos. Vamos a eles...
f* • Artigo 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
m I. recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
^ curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
p II. obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer
m cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
III. negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua
P* deficiência;
m, IV. recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência
médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;
^ V. deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial
p\ expedida na ação civil a que alude esta Lei;
m VI. recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da
^ ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados.
0&\
0&\
f0^
Pena: RECLUSÃO de2a5 anos e
MULTA!
Se o crime for
praticado em
atendimento de
Esses são os principais pontos a serem abordados no
urgência e
tocante à Lei 7.853/1989, vamos agora às
emergência, a pena é
considerações relativas à Política Nacional para a
agravada em 1/3.
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Embora o termo Pessoa portadora de deficiência
esteja em desuso, estamos fazendo uso deste devido à Política Nacional ainda utilizá-lo,
a fim de não dificultar seu processo de aprendizagem, utilizaremos o mesmo termo. Mas
lembre-se: o termo vigente é Pessoa com Deficiência.
A Política Nacional não se trata de uma legislação diferente da que tratamos
anteriormente, mas sim um aparato complementar e reoulamentador da Lei 7.853. O
diferencial de tal normativa é a definição de alguns conceitos, inclusive de grande
importância, vamos ver:
> Deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho
de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
> Deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um
período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de
que se altere, apesar de novos tratamentos; e
/fl^
9
São
9
consideradas
9 Pessoas com
9 Deficiência
9
DEFICIÊNCIA VISUAL
9 DEFICIÊNCIA AUDITIVA
9
9 DEFICIÊNCIA MENTAL
9
9 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
9
A Política Nacional também elenca alguns PRINCÍPIOS norteadores das ações, a
9 saber:
9
Serviço Social para Concursos
> Adotar estratégias de articulação com órgãos e entidades públicos e
privados, bem assim com organismos internacionais e estrangeiros para a
implantação desta Política;
> Integração das ações dos órgãos e das entidades públicos e privados nas
áreas de saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social,
edificação pública, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer,
visando à prevenção das deficiências, à eliminação de suas múltiplas causas
e à inclusão social;
f^ts
QUESTÕES
0$\
4) (FCC/MPE-SE) A Lei n° 7.853/89 disciplinou dentre outras, a atuação do Ministério
Público no sentido de
a) recusar, retardar ou dificultar a internação em abrigo especializado de pessoa com
deficiência para salvaguardar o seu direito à convivência familiar e comunitária.
b) punir com reclusão de quatro anos a pessoa que obstar o acesso de alguém a
qualquer cargo público, por motivos derivados da sua deficiência.
c) intervir obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se
discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.
d) fiscalizar o cumprimento da Lei de Cotas, orientando e instaurando inquéritos.
e)emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais
órgãos, no âmbito da Política Nacional para a integração da pessoa com deficiência.
/i$s
toi-
GABARITO:
1. B 2. E 3. A 4. C 5. D
6. E
NÚMERO DE ACERTOS:
O
fVI NÚMERO DE ERROS
= I QUESTÕES COMENTADAS
• Comentário: Essa questão, a meu ver poderia ser anulada, uma vez que no
^ enunciado pede a competência sobre os Conselhos dos Direitos da PCD, no
p, entanto a justificativa para tal assertiva encontra-se no decreto 3.298/1999 o
qual dispõe sobre a Política Nacional de Integração para PCD, precisamente no
^ artigo 11, assunto estudado na nossa aula, porém a Política não faz menção à
p> Conselhos de diferentes entes, mas sim, ao CONADE (Conselho Nacional dos
' Direitos da PCD) e a este estabelece a competência de zelar pela implementação
^ da política. Para facilitar seu entendimento, memorize um aspecto: Conselhos de
p Direitos nunca serão responsáveis por executar as políticas, isso cabe ao Poder
0^ Executivo, também não definirá proposta orçamentária, no máximo auxilia na
elaboração desta. Em relação à elaboração de estudos e pesquisas obre a
f^ qualidade de vida e desenvolvimento de campanhas isto também não é
p\ competência dos Conselhos. Sempre que você precisar relacionar Conselhos e
competências pense em nos termos auxiliar, fiscalizar, zelar, etc.
Comentário: O artigo 29 versa sobre isso. Vejamos: Art. 29. As escolas e instituições
de educação profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para
atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como:
I. adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento e currículo;
II. capacitação dos recursos humanos: professores, instrutores e profissionais
especializados; e
III. adequação dos recursos físicos: eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais e
de comunicação.
( ) Integração das ações dos órgãos e das entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social, edificação pública,
a) V/ V/ V/ V
b) F/ F/ V/ V
c) F/V/F/V
d) V/ F/ V/ F
e) F/ F/ F/ V
r
a) Para fins de concessão de benefícios e serviços, a deficiência ou incapacidade deve ser ^
diagnosticada e caracterizada única e exclusivamente por médicos. (ERRADA)
Comentário: A centralidade no profissional de medicina é um fator que não se vê mais
presente nas prerrogativas legais atuais, a tendência atual é o enfoque nas equipes multi ^
e interdisciplinares. m^
b) Um dos princípios dessa política é o respeito à condição do portador de deficiência, por ^
meio de privilégios de oportunidades na sociedade, devido ao reconhecimento dos direitos /^^
que lhe são assegurados. (ERRADA)
Comentário: A legislação prevê a garantia de direitos, não de privilégios.
c) É considerada pessoa portadora de deficiência mental aquela com funcionamento
intelectual inferior à média, com manifestação em qualquer idade e independentemente
de outras limitações.
Comentário: O inciso IV do artigo 4o do Decreto 3.298/1999 estabelece que o
desenvolvimento intelectual inferior seja manifestado até os 18 (dezoito) anos de idade.
d) É considerada pessoa portadora de deficiência física apenas a que possui
alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano que
produza dificuldade para o desempenho de funções.
Comentário: Ver Artigo 4o, Inciso I.
F) Essa política exclui o atendimento domiciliar de saúde ao portador de deficiência grave,
em razão de contenção de recursos.
Comentário: A alternativa vai na contramão do que prevê a Lei em seu artigo 16, inciso
V.
Essa política nacional estabelece, entre os seus princípios, o direito de ter privilégios /9s
de oportunidades para assegurar a plena integração e o bem-estar pessoal, social e
econômico das pessoas com deficiência. ^
( ) certo (X ) errado ^
Comentário: Mais uma questão que traz o termo "privilégio" atente-se para isto, as ^
vezes fazemos uma rápida leitura e não observamos a existência de tal. A legislação ^
prevê atendimento e garantia aos direitos das PCD, porém não faz menção à privilégios. ^
rfr$S
Ou seja, a maioria das questões de Concursos que versem sobre direitos da mulher
estarão relacionados à Lei Maria da Penha! Nesta aula discorreremos sobre os pontos da
lei mais recorrentes em provas de Concursos, e como sempre, alertamos para a
importância da leitura integral da legislação!
/fps
Dispõe sobre a
criação dos
Juizados;
/PN
Estabelece medidas de
assistência e proteção
às mulheres em
situação de violência.
Esse é o tripé básico que compõe a Lei Maria da Penha, e o pontapé inicial para que
você possa entendê-la. De início a lei traz as mesmas garantias e direitos fundamentais
que você já conhece, direito à vida, à segurança, à saúde, entre outros, e em seguida
estabelece a responsabilidade sobre tais garantias, a saber:
#K
0£\
-
Art. 3. §2°. Cabe à família, à sociedade e ao poder público criaras condições necessárias
para o efetivo exercício dos direitos enunciados;
"Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial;"
GÊNERO
Essas são as palavras chaves que você deve memorizar com relação ao conceito
de violência doméstica e familiar, a letra da Lei versa sobre cada uma delas de maneira
detalhada. Vale a pena recorrer à legislação!
r ^
Art. 17. ÉVEDADA a aplicação, em casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
< básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a >
substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa.
Então, SEMPRE que a questão considerar penas de cesta básica, pagamento de multa
ou qualquer forma de pagamento em dinheiro, considere ERRADA!
Sobre as MEDIDAS PROTETIVAS o que você precisa saber é que:
• Poderão ser concedidas pelo juiz, pelo Ministério Público ou a pedido
da ofendida;
• Poderão ser concedidas de imediato, independente de audiência das partes;
• Serão aplicadas isoladas ou cumulativamente, e poderão ser substituídas à
qualquer tempo por outras de maior eficácia.
E sobre as Medidas Protetivas de Urgência, a lei versa sobre duas condições, a primeira
aplicadas ao Agressor, a segunda à ofendida, vamos ver em detalhes quais são tais medidas:
Em 2018 tivemos um acréscimo importante à essa lei, a partir da lei 13.641, que verde
sobre o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência. No artigo 24-
A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta
Lei:
Sobre a atuação do Ministério Público cabe o destaque para suas competências, assunto ^)
recorrente, sobretudo, se sua prova for de Tribunais, Ministérios Públicos do Estado ou ^
União, e até Defensoria Pública, preste atenção: *)
/9k
ni$
_ I QUESTÕES
4) (CESPE/TRT 8a/2016) Maria, com setenta e cinco anos de idade, viúva, com
diversos problemas de saúde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de
idade, e com o filho José, de cinqüenta e dois anos de idade. Freqüentemente,
Maria e Ana são vítimas de situações de violência praticadas por José,
dependente de álcool há mais de vinte anos. Mãe e filha, cansadas de serem
agredidas física e verbalmente, foram à polícia e fizeram uma denúncia contra
José.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei
Maria da Penha — Lei n.° 11.340/2006 — e no Estatuto do Idoso — Lei n.°
10.741/2003.
GABARITO:
1- A 2. D 3. B 4. D 5. E 6. E /«%
/^%
NÚMERO DE ACERTOS:
0i^\ NÚMERO DE ERROS:
= | QUESTÕES COMENTADAS n
Comentário: Não existe a ressalva, dano patrimonial configura-se como uma das
expressões da violência doméstica.
g^ b) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano
<P patrimonial. (ERRADA)
Comentário: Não existe a ressalva, dano patrimonial configura-se como uma das
^ expressões da violência doméstica.
m c) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
^ físico ou sexual, não incluindo o dano moral ou patrimonial. (ERRADA)
^ Comentário: Inclui-se dano moral e patrimonial, compreendidos como violência
f^ moral e violência patrimonial, respectivamente.
P1 d) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
IP* sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
p Comentário: Corretíssima! Ver artigo 5o.
Comentário: A lei não específica o lapso temporal, dessa forma o erro da questão ^
está em afirmar ser em 48h. ^
b) Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvindo a ^
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar. m^
Comentário: Correta. Ver Artigo 22, V. _
4) (CESPE/TRT 8a/2016) Maria, com setenta e cinco anos de idade, viúva, com ^
diversos problemas de saúde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de ^
idade, e com o filho José, de cinqüenta e dois anos de idade. Freqüentemente,
Maria e Ana são vítimas de situações de violência praticadas por José, dependente ^
de álcool há mais de vinte anos. Mãe e filha, cansadas de serem agredidas física m
e verbalmente, foram à polícia e fizeram uma denúncia contra José.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei Maria
da Penha —Lei n.° 11.340/2006 —e no Estatuto do Idoso —Lei n.o 10.741/2003. ^
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0\
e) A prisão preventiva de José somente poderá ser decretada pelo juiz quando o
inquérito policial estiver concluído. (ERRADA)
Comentário: Nenhuma das medidas serão aplicadas somente ao final do
inquérito, a qualquer momento do processo o Juiz poderá adotar algumas medidas
que se fizerem necessárias.
/fpN
0f\
POLÍTICA SETORIAL DE HABITAÇÃO E EDUCAÇÃO ^
Ou seja, educação não pode ser reconhecida apenas como práticas escolares ^
educativas, o conceito nos mostra que educar vai bem além de rotinas escolares, abrange
todo o desenvolvimento humano e social do sujeito. De tal que se faz necessário a ^
desmistificação de que é apenas a educação formal institucional responsável pelos m^
processos formativos dos sujeitos.
A LDB também elenca objetivos, a saber:
> "Disciplinar a educação escolar que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias/' ' '
Imagine que não existisse regras para as instituições desenvolverem suas práticas
educativas, em cada instituição seria um modelo diferente, em algumas em horário ^
integral, em outros horários apenas noturnos, outras optariam pela modalidade à ^
distância, complicado não é mesmo? Então é fundamental definir premissas básicas para ^
que a educação escolar seja ofertada, tanto em âmbito privado como público, de maneira
regular. ^
O §2° do Io artigo preconiza que "a educação escolar deverá vincular-se ao mundo ^
do trabalho e à prática social. "r o que corrobora com a prerrogativa de integralidade das m
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/ps
ações, a fim de evitar o desenvolvimento isolado de cada política pública. Nesse sentido,
educação + trabalho + vida social devem andar juntas.
A educação é responsabilidade da FAMÍLIA e do ESTADO, ou seja,
responsabilidade bipartite.
0&\
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
^ na escola;
p II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
-, cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
f* IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
p V - coexistência de instituições públicas e privadas de
m ensin°;
v VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
f* oficiais;
m VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
^ desta Lei e da legislação dos sistemas deensino;
p IX- garantia de padrão de qualidade;
** X - valorização da experiência extra escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
^ práticas sociais.
O XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
(9*
Outro aspecto legal importante à ser tratado é o que diz respeito às MODALIDADES DE ^
EDUCAÇÃO ''
• A educação escolar compõe-se de:
o Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental ^
e ensino médio.
o Educação superior.
2018
• O ensino fundamental:
o Obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito em escola pública, iniciando-
se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão.
o Será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação
da aprendizagem ou em situações emergenciais.
áSS
O Ensino médio:
o Etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos;
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/ps
A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio
incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física,
arte, sociologia e filosofia.
Educação Superior:
o Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
o Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento;
o Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica;
o Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade;
o Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional;
o Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular
os nacionais e regionais;
o Promover a extensão, aberta à participação da população;
o Atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica,
mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de
pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que
aproximem os dois níveis escolares;
Educação Especial
o Modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
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alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
o A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
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Bem, estes são os principais destaques sobre a LDB que achamos mister trazer ^
para o seu material, como dissemos a priori, se o seu Concurso for voltado para a área a
da educação, requer de você um conhecimento mais aprofundando, porém em linhas
gerais, o que trouxemos na aula de hoje é o que, majoritariamente, é cobrado nos ^
Concursos Públicos. m^
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0f\ E por
por fim, temos como OBJETIVOS:
/^ > Universalizar o acesso à moradia digna em um prazo a ser definido no Plano
/$^ Nacional de Habitação;
> Promover a urbanização, regularização e inserção dos assentamentos
0$\
precários à cidade;
/!P\ > Fortalecer o papel do Estado na gestão da Política e na regulação dos
agentes privados;
(fft
> Tornar a questão habitacional uma prioridade nacional, integrando,
/ffN articulando e mobilizando os diferentes níveis de governo e fontes,
0\
objetivando potencializar a capacidade de investimentos com vistas a
viabilizar recursos para sustentabilidade da PNH;
ZpN
> Democratizar o acesso à terra urbanizada e ao mercado secundário de
/P\ imóveis;
> Ampliar a produtividade e melhorar a qualidade na produção habitacional;
/PS
e
> Incentivar a geração de empregos e renda dinamizando a economia,
apoiando-se na capacidade que a indústria da construção apresenta em
mobilizar mão-de-obra, utilizar insumos nacionais sem a necessidade de
importação de materiais e equipamentos e contribuir com parcela
significativa do Produto Interno Bruto (PIB).
/K)
Chegamos ao fim da aula de hoje, esperamos que com base no que dialogamos ^
aqui você possa aprofundar seus conhecimentos em cada Política, e ter em mãos um ^
material direcionado e objetivo sobre cada assunto. Bons Estudos!
rf$S
• —
• —
QUESTÕES
/^\
• —
• —
a) A LDB define o sistema de educação brasileiro e foi estabelecida pela primeira vez na ^
Constituição de 1988. _
c) A LDB preconiza que o sistema de ensino será definido pela União e se estenderá a ^
todo o país. ^
d) A LDB define, sobre o ensino técnico, os cursos industrial, agrícola e comercial como
os eixos da educação profissional.
GABARITO:
1. E 2, A 3. C 4. B 5.
= 1 QUESTÕES COMENTADAS
a) A LDB define o sistema de educação brasileiro e foi estabelecida pela primeira vez
na Constituição de 1988.
Comentário: Errada, a LDB data de 1996.
b) A LDB define que a educação nacional fundamenta-se nos princípios da liberdade e
da solidariedade humana.
9
Serviço Social para Concursos
9
9
Comentário: O erro, esdrúxulo da questão consiste na ausência da palavra ^
"ideais" e não apenas nos princípios da solidariedade humana. Na letra da lei a ^
expressão presente é: n(...) fundamenta-se nos princípios da liberdade e nos ideais
da solidariedade humana". ^
c) A LDB preconiza que o sistema de ensino será definido pela União e se estenderá a ^
todo o país. m^
Comentário: Caberá à União a coordenação do ensino. Ver artigo 8o, § Io «^
d) A LDB define, sobre o ensino técnico, os cursos industrial, agrícola e comercial como ^
os eixos da educação profissional.
Comentário: Elei não faz menção à determinados cursos técnicos. Alei prevê ^
na modalidade ensino médio, a oferta de cursos técnicos profissionalizantes, porém
não faz menção aos supramencionados. ^
e) A LDB, promulgada em 1996, contemplou a maior parte das reivindicações O
dos segmentos interessados. ^
Comentário: Correta. ,/^\
/IP**
/PS
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SERVIÇO SOCIAL
PARA CONCURSOS
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j_l Site: www.ssparaconcursos.com.br
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Facebook.com/ssparaconcursos 9
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@ssparaconcursos
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