Você está na página 1de 309

APOSTILA PARA CONCURSOS

ASSISTENTE SOCIAL

Conteúdos +
200 questões comentadas

BANCAS:

• CESPE • VUNESP
</ FCC S OUTRAS
S CONSULPLAN

SERVIÇO SOCIAL PARA CONCURSOS


ssparacx)ncursos.com.br
i

VIDEOAULAS
t

9
PARA CONCURSOS
ASSISTENTESOCIAL


© ACESSO ILIMITADO

r^l MATERIAIS EM PDF


t

|| ESPAÇO PARA DÚVIDAS EQUESTÕES

—/ SIMULADO DE QUESTÕES

Q, DICAS DE LEITURAS

9
o ACESSE www.ssparaconcursos.com.br/curso-online


Serviço Saciai para Concursos

SUMÁRIO
Introdução 4
Como estudar? 5
Como fazer para manter o foco? 6
Leituras básicas indicadas 7
Fundamentos Históricos e teóricos metodológicos do Serviço Social 8
Histórico e institucionalização; movimento de reconceituação; influências teóricas 8
Trabalho e Questão social 33
Trabalho como categoria central; questão social como matéria do serviço social 33
Legislação profissionale Projeto Ético-político 40
Lei de Regulamentação; Código de Ética; Resoluções do CFESS; Projeto ético-político 40
Dimensão Investigativa e Pesquisa 63
Pesquisa Social; tipos e projetos de pesquisa 63
Instrumentalidade 78
Dimensões da profissão; entrevista e visita domiciliar; estudo social, laudo e parecer social ... 78
Assessoria e Consultoria 91
Planejamento em Serviço Social 98
Planejamentoe suas dimensões; planejamento social; plano, programa e projeto 98
Crise do Capital e Redimensionamento da profissão 113
Crise do capitalismo; reestruturação produtiva; neoliberalismo e serviço social 113
Trabalho em equipe inter e multidisdplinar 123
Política Social e Seguridade Social 131
Fundamentos e história, contexto atual; neoliberalismo e desresponsabilização do Estado 131
Política de Saúde 155
Apolítica de saúde: históriae atualidade; legislação aplicada à saúde; impactosdo neoliberalismo
na política de saúde; atuação do Assistente Social na saúde; saúde do trabalhador 155
Política de Assistência Sodal 187
A política de assistência social; marco legal; Benefício de Prestação Continuada 187
Política da Previdência Social 215
Políticas Sociais Setoriais e para Segmentos Sociais 230
Criança e Adolescente 230
Família 254
Direitos da Pessoa Idosa 265

Direitos da Pessoa com deficiência 276


Lei Maria da Penha 288
Educação 299
Habitação 299

Página 3 de 307
INTRODUÇÃO

Olá pessoal. É com muita alegria que trazemos o nosso primeiro material com
conteúdos e questões comentadas às/aos concurseiras/os de serviço social do país. Este
material é fruto de um árduo trabalho e pesquisa e se trata de um material direcionado
para estudos voltados para concurso na área.
Esta apostila vai te servir para qualquer concurso, principalmente T3 e federais,
tendo em vista as bancas utilizadas: CESPE, FCC, CONSULPLAN, VUNESP, IBFC, IDECAN
e outras.

Selecionamos aqui o que há de melhor em termos de conteúdos e questões, com


o que há de mais atualizado na literatura e na legislação, ele te ajudará bastante, bem
como com as referências que utilizamos e indicamos. Junto com ele, acompanhe nossos
canais de comunicação (youtube, facebook, instagram) e poderá diversificar ainda mais
seu cronograma de estudo.

Lembramos que este material está protegido pela lei de direitos autorais. Sendo
proibida a reprodução do mesmo sem a prévia autorização das autoras.
No mais, estaremos com você nesta jornada, que será proveitosa. Cada dia é
importante, e é um prazer fazer parte da sua rotina de estudos.

Atenciosamente,

Serviço Social para Concursos

Shellen Batista Galdino

Assistente Social e Mestra em Serviço Social pela UFPB


@shellenbs

Nadja Arruda

AssistenteSocial e Especialista em Políticas Públicas e Intervenção Social


@assistentesorialnaluta

Serviço Social para Concursos


=-|| COMO ESTUDAR?

Isto vai depender do seu tempo disponível e das suas metas. O mais
importante é você saber onde quer chegar, isto vai definir o seu caminho.
Se o edital já saiu, importante você iniciar pelos assuntos que possui mais
fragilidade, para "fechar o edital".
E na hora da leitura? Importante fazer os fichamentos (transcrição) dos
textos com as partes mais importantes do mesmo para você, se você fizer à
mão, vai te ajudar muito mais na fixação do conteúdo.
Responder questões é fundamental, além disso recomendo você ter um
"bloquinho de erros", em que você vai anotar seus erros nas questões e buscar
melhorar seu rendimento.

Na leitura da lei, recomendo que além de grafar as partes mais importantes,


grafe as partes que você acha "estranho" ou que não entendeu muito bem, para
criar uma aproximação por completo.
A revisão é um importante aliado. Faça a cada 48h e a cada 15 dias, ou
conforme necessário. Assim, seus três melhores amigos são:

ESTUDAR > > QUESTÕES )> REVISÃO


/ / / / /
/ / / / /

Página 5 de 307
PÕ1R

COMO FAZER PARA MANTER O FOCO?

* Não se sabote! Você sabe que precisa estudar, então não pense
muito, sente e estude.
* Comece pelos assuntos que têm mais afinidade.
* Organize seu material de estudo no dia anterior. Exemplo: vai
acordar amanhã cedo e fazer uma hora de estudos antes do
trabalho? Separe seu material hoje, assim seu cérebro já
programa tal atividade e a sai um ponto à frente da
procrastinação.
* Elabore resumos com suas palavras, assim você entenderá com
mais facilidade os assuntos.
* Está sem paciência para ler? Resolva questões. É a maneira
mais dinâmica de estudar. Não tenha medo de errar, é
treinando que se chega à excelência.
* Pense em como será bom sentir aquela sensação de dever
cumprido, e chegar ao final do dia com a certeza que fez o seu
melhor, afinal, lembre-se: NINGUÉM VAI FAZER POR VOCÊ.
Então se quer mudar a sua vida, comece mudando seus hábitos.
* Se imagine no dia da sua nomeação, a felicidade das pessoas
que você ama, o seu choro de felicidade. Se imagine
comemorando essa vitória.
* Assuma o controle da sua vida, torne-se a pessoa que você
promete todos os anos se tornar.
* Nada é tão difícil que possa ser impossível!

Serviço Social para Concursos


DICAS DE LEITURA

Uma lista de livro que todo/a concurseiro/a precisa ler!

1. SERVIÇO SOCIAL: direitos sociais 6. Política Social: fundamentos e


e competências profissionais história
(Coletânea CFESS)
O queridinho de todos, este livro da
Essa coletânea é maravilhosa! Super Behring e da Boschetti é super didático.
completa e cheia de artigos Faz parte do volume 2 da biblioteca
maravilhosos. A versão impressa está básica.
esgotada. Mas existe a versão em PDF
disponível a internet
7. Curso de Direito do Serviço Social
De Carlos Simões, este livro traz um
2. Serviço Social na
aparato geral das legislações. Sempre
contemporaneidade.
bom após ele, ver também a "lei seca",
Um livro clássico da Marilda Iamamoto. ler a legislação atualizada. É o volume 3
Este livro é fundamental para a da biblioteca básica.
discussão de fundamentos.

8.0 estudo social em perícias,


3. Serviço Social em Tempo de laudos e pareceres técnicos
Capital Fetiche
Esse livro traz uma interessante
Este livro é super recomendado. A obra contribuição para refletirmos sobre os
madura da Marilda Iamamoto pode ser nossos instrumentos técnicos-
contemplada neste brilhante livro, em operativos. Organizado pelo CFESS.
que há também uma análise de
conjuntura essencial.
9. Código de Ética 1993 e Lei de
Regulamentação da profissão
4. Ditadura e Serviço Social 8.662/93
Este clássico de José Paulo Netto traz Esses são fundamentais, deve ser nosso
uma leitura densa, mas necessária. livrinho de bolso. Além deles,
Principalmente no que tange o recomendo a leitura do Código de Ética
Movimento de Reconceituação da Comentado, disponível pela editora
profissão. Cortez.

5. Instrumentalidade do Serviço 10. Parâmetros para atuação do


Social Assistente Social

De Yolanda Guerra, uma discussão Existem todos disponíveis no site do


importante sobre a interlocução CFESS, tem da área de saúde, educação,
teórica/prática na profissão. assistência social e sócio-jurídico.

Página 7 de 307
FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL
História, teoria, metodologia e aspectos da profissão; institucionalização; movimento de
reconceituação; influências teóricas.

Introdução
Um tema bastante cobrado em concurso público é o que está em torno da área de
Fundamentos do Serviço Social, e nesse aspecto não só a história da profissão, mas também
seus aspectos teóricos e metodológicos. Assim, é bom compreender que sempre essas três
dimensões (história, teoria e metodologia) estarão articulados nessa temática, assim é
inclusive nomeada as disciplinas na formação profissional do/a Assistente Social.
Quando falamos de concurso público, obviamente os editais deixam bem amplos sobre
a área, cabendo ao candidato e aos professores, ao conhecer a banca, buscarem os temas
mais recorrentes para serem estudados, visto, geralmente, o pouco tempo à disposição.
O Serviço Social é uma profissão praticamente consolidada. Se trata de uma profissão
recente, que teve seu surgimento no Brasil com o processo de industrialização da década de
1930, e assim, de agudização das expressões da "questão social" no capitalismo
monopolista, como forma de intervenção da Igreja Católica, do Estado e do Mercado nos
"problemas sociais"
A primeira escola de Serviço Social foi fundada em 1936, na hoje PUC-SP, com o
incentivo do CEAS (Centro de Estudos sobre Ação Social). Porém, é válido lembrar que o
Brasil não inaugurou este processo, primeiramente na América Latina foi o Chile. A segunda
escola surgiu no Rio de Janeiro, na que hoje é a UFRJ em 1937, e a terceira em Pernambuco,
em 1940.

De 1936 até 1945, a vertente de influência no Serviço Social foi a de matriz


franco-belga, com o caráter humanista cristão e neotomísta. Esta perspectiva no Brasil se
expressa principalmente a partir do ideário do desenvolvimentismo.
Com o final da II Guerra Mundial (1945), e assim, da vitória dos Estados Unidos, passou
a se tornar hegemônica a influência norte-americana, principalmente a partir de 1950, com
a sociologia conservadora, com destaque para as teorizações de Mary Richmond... esta
guinada ao tecnicismo, se deu também por uma necessidade de maior profissionalização e
tecnicificação.
Em 1964 ocorre o golpe de Estado e instaura-se da ditadura militar. A conjuntura é de
conflito entre as forças sociais, mas o golpe ceifa algumas possibilidades de avanço da
perspectiva crítica na categoria. Contudo, em 1965 inicia o conhecido Movimento de
Reconceituação, que tem duas principais vertentes:
• Modernização conservadora: seja tanto pela via do funcionalismo, como da
fenomenologia.
• Marxismo: aqui, a partir de várias interpretações, principalmente de um marxismo sem
Marx.

Esse contexto também corrobora para momentos marcantes na categoria, como os


seminários de Araxá (1967), Teresopolis (1970) e Sumaré (1978). Assim como o
Método BH (1972/5) e a criação das primeiras pós-graduações em 1978. Todo esse

Serviço Social para Concursos


processo confluiu para a reconceituação do Serviço Social em toda a América Latina, e no
Brasil principalmente, onde a guinada crítica e a intenção de ruptura desaguaram no
Congresso da Virada em 1979, onde o Serviço Social assume uma perspectiva mais crítica e
progressista.

Assim, podemos afirmar que nos anos 1960 e 1970 há um movimento de renovação na
profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional,
quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa
a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade.
Estabelece interlocução com as Ciências Sociais e se aproxima dos movimentos "de
esquerda", sobretudo do sindicalismo combativo e classista que se revigora nesse contexto.
O profissional amplia sua atuação para as áreas de pesquisa, administração,
planejamento, acompanhamento e avaliação de programas sociais, além das atividades de
execução e desenvolvimento de ações de assessoria aos setores populares. E se intensifica
o questionamento da perspectiva técnico-burocrática, por ser esta considerada como
instrumento de dominação de classe, a serviço dos interesses capitalistas.
Com o findar da ditadura militar, já no final da década de 1970 e início da década de 1980,
a sociedade brasileira passa por um processo de ascensão dos movimentos sociais, esta
conjuntura proporciona ao Serviço Social aspirações mais democráticas e voltadas à justiça
social. É na década de 1980 que diversas conquistas à sociedade civil se instauram, entre
elas a promulgação da Constituição Federal de 1988.
O processo da década de 1980 configura uma relativa consolidação a categoria
profissional, principalmente pelos avanços nos campos dos direitos sociais e políticas sociais.
E é na década de 1990, precisamente no ano de 1993, que entra em vigor o atual código de
ética e a lei de regulamentação da profissão (8.662/93). E em 1996, as diretrizes curriculares
da Abepss.
Para além dessas iniciais elucidações que fizemos, podemos fazer uma divisão didática,
sobre os conteúdos de fundamentos para concursos públicos cobra os seguintes aspectos:
- O surgimento da profissão: a particularidade da questão social
- O processo de institucionalização da profissão até o período do movimento
de reconceituação

- Movimento de reconceituação: análise crítica das influências teórico-


metodológicas e as formas de intervenção
- A profissão inscrita na divisão social e técnica e os rebatimentos das
transformações societárias

Esses são os quatro principais eixos, e como podemos ver, articulam "passado, presente
e futuro" da profissão na ordem do capital. Logo, acredito ser esse o ponto de partida para
a nossa jornada de estudos.

- O surgimento da profissão na divisão social e técnica do trabalho: a


particularidade da questão social

O serviço Social no ano de 2017 comemora 81 anos da profissão no Brasil, um marco


significativo. Hoje a profissão se encontra consolidada, com firme aporte teórico e
metodológico e é uma profissão socialmente reconhecida no cenário brasileiro,

Página 9 de 307
desempenhando um papel crucial na elaboração, planejamento, execução e avaliação das
políticas públicas do nosso país.
Desde seu surgimento, na década de 1930, o Serviço Social passou por diversas
correntes teóricas e foi influenciado tanto pelo conservadorismo como pelo pensamento
crítico. Compreender que a história do Serviço Social está totalmente Smbricada com a
sociedade brasileira é um passo fundamental dos nossos estudos, afinai, como eu já disse,
ele é o ponto de partida.
Qual o cenário pois em que surge o Serviço Social no Brasil? É no contexto da
industrialização/urbanização que eclode no país entre a década de 1920/1930, que
por sua vez eclode desigualdades sociais e sujeitos que necessitam de
"intervenção" estatal e do mercado sobre essa problemática.
Assim, a ligação concreta entre serviço social, classes e o capitalismo monopolista.
Essas desigualdades são conceituadas como
QUESTÃO SOCIAL, o objeto de trabalho do/a oconservadorismo católico que
Assistente Social. . .....
caracterizou os anos miaais do serviço
Vale destacar com precisão de data o social brasileiro, a partir dos anos 1940,
surgimento da primeira escola de serviço social começa a sertecniàzado, ao entrar em
no Brasil, surgiu em 1936 em São Paulo, contato com oserviço social
financiada pelo CEAS na que hoje é a PUC-SP. norteamericanoesuaspropostas de
Os assistentes sociais atuam nas múltiplas trabalhopermeadas pelo caráter
e mais contundentes expressões da "questão conservador da teoria social
social" (IAMAMOTO, 2009, p. 19), que surge num positivista.
momento bastante específico da sociedade
burguesa (NETTO, 2006, p. 18), em um cenário
de expansão e desenvolvimento industrial e urbano nas três primeiras décadas do século XX.
Sua atuação é necessariamente polarizada pelos interesses de classes da sociedade
capitalista, onde demanda-se um novo tipo de enfrentamento da questão social, essa última
que se trata das

[...] expressões do processo de formação e desenvolvimento da ciasse operária e de


seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como
classe porparte do empresariado e do Estado. Éa manifestação, no cotidiano da vida
social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros
tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão. O Estado passa a intervir
diretamente nas relações entre o empresariado e a classe trabalhadora, estabelecendo
não só uma regulamentação jurídica do mercado de trabalho, através de legislação
social e trabalhista específica, mas gerindo a organização e prestação de serviços
sociais, como um novo tipo de enfrentamento da questão social. (IAMAMOTO;
CARVALHO, 2008, p. 77)

Nos termos de Yazbek:

[...] os fundamentos das profissões é a realidade social. Assim, parte do pressuposto


de que a profissão só pode ser entendida no movimento histórico da sociedade.
Sociedade que é produto das relações sociais, de ações recíprocas entre homens, no
complexo processo de reprodução social da vida. É dessa forma que entendemos o
surgimento do Serviço Social como profissão na sociedade brasileira, seu
assalariamento e a ocupação de um espaço na divisão social e técnica do trabalho,

Serviço Social para Concursos


bem como a estruturação de um mercado de trabalho particular, resultante de
relações históricas, sociais, políticas e econômicas que moldaram sua necessidade ^
social e definiram os seus usuários. (Yazbek, 2008, p. 17). m^

Assim, é a chamada "questão social" que dá materialidade à profissão, e por sua ^


vinculaçao direta com o capitalismo monopolista, também coloca o Serviço Social nesse ^
contexto econômico e político, diretamente. Oconceito mais popular de questão social é o ^
de Iamamoto e Carvalho:

nA questão social não é senão as expressões do processo de formação e ^


desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, /*
exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É
a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a **>
burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção maisalém da caridade e ^
repressão". (CARVALHO e IAMAMOTO, 1983, p. 77)

Ou seja, a questão social está enraizada na contradição capital x trabalho, e é H


a partir desta que surge a"necessidade" de uma profissão, no caso o Serviço Social, ^
que surge na divisão social e técnica do trabalho para responder à questão social.
Sendo assim, a profissionalização e materialidade do Serviço Social implica a expansão
da produção e das relações sociais capitalistas, principalmente quando estimuladas pela ^
industrialização e urbanização, que trazem, no seu verso, a questão social. (IAMAMOTO, ^
2011b) ^
No Brasil, as particularidades da nossa formação econômica, social, política e cultural ^
trazem as algumas peculiaridades próprias da nossa formação social, principalmente ^
referente as desigualdades. Somos um país com uma forte herança colonialista e
patrimonialista, com parcos períodos de democracia e de fortes desigualdades. ^
Em meio a essa conjuntura e necessária atuação nas expressões da "questão social" é
que surge a profissionalização do Serviço Social, primeiramente na Europa e nos Estados ^
Unidos, e é somente na década de 1930 que o Serviço Social chega ao Brasil. **
Em seu surgimento no Brasil, o Serviço Social está ligado como uma das estratégias do ^
empresariado e do Estado, com o suporte da Igreja Católica (YAZBEK, 2009, p. 129), com ^
objetivo de regulação da vida social face à questão social. A consolidação e a legitimação
emergem-se principalmente pela ação social, assistencial e filantrópica desempenhada pelo ^
Estado com suporte da Igreja. Assim, mais uma vez destacamos a ligação do surgimento do ^
serviço social com os movimentos do mercado, do Estado e da igreja católica: ^

(...) Igreja e o Estado, unidos pela preocupação comum em resguardar e consolidar a ^


ordem e a disciplina social, se mobilizarão para, a partir de distintos projetos ^
corporativos, estabelecer mecanismos de influência e controle a partir das posições da ^
sociedade civil (IAMAMOTO e CARVALHO, 2003, p. 156). ~

Essa materialidade vai se efetivar em duasdireções conservadoras: de um lado, a base ^


de sustentação apoiada na Doutrina Social da Igreja, de recorte neotomista; e, do outro, ^
a base de sustentação fundada na relação patronato-Estado, de forte cunho positivista. *»
Embora ideologicamente antagônicas - a Doutrina da Igreja e o Positivismo - essas
direções se imbricam e se completam em face da defesa da manutenção da ordem societal ^
vigente. (ALMEIDA, 2011, p. 8) ^

Página 11 de 307
/^N

/^^
Assim, no inicio da profissão, a influência^ que tivemos foi a do pensamento
NEOTOMISTA, que denominamos também INFLUÊNCIA FRANCO-BELGA. Essa primeira
influência se dá pela aproximação com a Igreja, e tem um caráter doutrinário e conservador,
com base no humanismo. A abordagem que se tem da questão social a partir disso é que
esta deve ser tratada como problema moral e religioso, com o objetivo de "integrar o
indivíduo ao meio".

Essa perspectiva perde força a partir da década de 1940, onde inicia-se de fato o
processo de institucionalização e tecnificação, e também devido à expansão de grandes
instituições socioassistenciais estatais na década de 1940, assim como paraestatais e
autárquicas (IAMAMOTO, 2011). Como exemplo, temos a LBA - Legião Brasileira de
Assistência.

Referências básicas:

IAMAMOTO, M. V. & CARVALHO, Raul. Relações sociais e serviço social no Brasil. São Paulo:
Cortez/Celats, 2008.

IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1992.


NETTO, J. P. Capitalismo monopolista e serviço social. São Paulo: Cortez, 2001.

- O processo de institucionalização da profissão até o período do movimento de


reconceituação

Com as novas configurações do desenvolvimento capitalista em curso, exige a


necessidade de tecnificação do Serviço Social, e isto ocorre com a aproximação junto ao
Serviço Social norte-americano e suas propostas de trabalho com a teoria positivista
(YAZBEK, 2009). É importante destacar, que o POSITIVISMO É O PRIMEIRO APORTE
TEÓRICO da profissão (YAZBEK, 2009), já que o neotomismo não é considerado uma teoria,
pois não está no âmbito da ciência, e até mesmo a nega. A doutrina social da igreja se coloca
contrária tanto ao liberalismo quanto às idéias socialistas, e por isso mesmo é tratado como
conservadora. Conforme Yazbek:

Os referenciais orientadores do pensamento e da ação do emergente Serviço Social


brasileiro têm sua fonte na Doutrina Social da Igreja, no ideário franco-belga de ação
social e no pensamento de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo e o
neotomismo (retomada em fins do século XIX do pensamento tomista por Jacques
Maritain na França e pelo Cardeal Mercier na Bélgica tendo em vista "aplicá-lo" às
necessidades de nosso tempo). É, pois, na relação com a Igreja Católica, que o Serviço
Social brasileiro vai fundamentar a formulação de seus primeiros objetivos político-
sociais, orientando-se por posicionamentos de cunho humanista conservador
contrário aos ideários liberal e marxista na busca de recuperação da hegemonia do
pensamento social da Igreja em face da nquestão social".

A primeira perspectiva teórica da qual o Serviço Social busca suporte para o exercício
profissional é o de matriz POSITIVISTA. O positivismo é uma das perspectivas teóricas
mais influentes do pensamento moderno, tem referências na técnica, na apreensão

p» Serviço Social para Concursos


instrumental e na regularidade, por isso tem como lema "ordem e progresso". A perspectiva
crítica coloca o positivo como uma matriz que apreende de forma manipulatória e imediata
o ser social. O fundador dessa linha de pensamento é Augusto Comte, baseada nos dados
da experiência como a única verdadeira, negando outra realidade que não seja a dos fatos
que podem ser observados.

O positivismo analisa os fatos, o objetivo e o empírico pura e simplesmente, não


proporcionando uma análise cultural das relações sociais, pois as consideram "metafísicas".
Para Yolanda Guerra e outros autores, o positivismo, bem como o neopositivismo, pode ser
considerado uma perspectiva teórica que está dentro do pensamento formal-abstrato
burguês, pois busca uma adequação à ordem.
Como o Serviço Social é marcado pelo SINCRETISMO1, o positivismo não participou
sozinho do processo de profissionalização da profissão, mas sim foi captado a partir de uma
junção com o pensamento humanista conservador, o que lamamoto denomina de "arranjo
teórico doutrinário".

Para Yazbek (2009), o positivismo, em resumo aborda:


[...] as relações sociais dos indivíduos no plano de suas vivências imediatas, como
fatos, como dados, que se apresentam em sua objetividade e imediaticidade. O
método positivista, trabalha com as relações aparentes dos fatos, evolui dentro do já
contido e busca a regularidade, as abstrações e as relações invariáveis.
é a perspectiva positivista que restringe a visão de teoria ao âmbito do verificável, da
experimentação e da fragmentação. Não aponta para mudanças, senão dentro da
ordem estabelecida, voltando-se antes para ajustes e conservação. Particularmente
em sua orientação funcionalista, esta perspectiva é absorvida pelo Serviço Social,
configurando para a profissão propostas de trabalho ajustadoras e um perfil
manipulatório, voltado para o aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas para a
intervenção, com as metodologias de ação, com a "busca de padrões de eficiência,
sofisticação de modelos de análise, diagnóstico e planejamento; enfim, uma
tecnificação da ação profissional que é acompanhada de uma crescente burocratização
das atividades institucionais." (Yazbek, 1984,71)

Esse aporte influenciou o serviço social a partir dos 1940, mas vale ressaltar que essa
influência não ocorreu de forma "pura", mas sim sincrética (NETTO, 2009). O que isso quer
dizer? Que ocorreu uma junção entre positivismo e neotomismo.
Na década de 1940, vivíamos uma conjuntura internacional da II Guerra Mundial, nesse
período, ocorreu uma aproximação do nosso país com os Estados Unidos, nesse processo,
nos aproximamos da abordagem o serviço social norte-americano, conhecido como
SERVIÇO SOCIAL DE CASO, GRUPO E COMUNIDADE.

Nessa metodologia, permanece a perspectiva conservadora de adaptar o indivíduo ao


meio e com preferência de instrumentais em detrimento do processo reflexivo.

Na década de 1950, inicia-se o período de DESENVOLVIMEN71SMO no país, isso


influência a profissão a partir do DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE. O que precisamos
saber disso, é que é um misto conformismo e crítica, que tem como proposta integração

1Junção de duas ou mais perspectivas teóricas.

Página 13 de 307
social. Há a implementação de uma política de modernização, e a comunidade é vista como
um meio para disseminá-la. Assim, uma lógica bastante "funcionalista".
Esse processo continua na década de 1960, e é interrompido com o golpe militar em
1964. De todo modo, aqui já se inicia o processo que denominamos de EROSÃO DO
SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL, e que com mudanças significativas na realidade
brasileira, o serviço social começa a pensar o próprio papel do serviço social no Brasil, um
país subdesenvolvimento e de economia dependente. São esses questionamentos que dão
os primeiros saltos teóricos que ocorrem no chamado movimento de reconceituação.

- Movimento de Reconceituação: análise crítica das influências teórico-


metodológicas e as formas de intervenção

O serviço social, como já ressaltamos, tem uma ligação intrínseca com a história do
Brasil, sendo que a cada conjuntura do país (e claramente também do capital) coloca
demandas profissionais diversas para à profissão, que busca responde-las. Foi através das
mudanças do país e de toda a América Latina, que se iniciou a erosão do chamado "Serviço
Social Tradicional" e iniciou-se o processo de renovação do Serviço Social brasileiro e latino-
americano, através do chamado Movimento de Reconceituação.
O serviço Social, como iniciamos a discussão no tópico acima foi influenciado por
diversas perspectivas teóricas e metodológica, e por isso também práticas. O
questionamento ao positivismo tem início nas mudanças econômicas, políticas e sociais que
passa no Brasil e na América Latina nos anos 1960. Ao ser uma profissão que está inserida
nesta conjuntura, e sente necessidade de responder aos novos movimentos e insatisfações
sociais, direciona seu questionamento ao "Serviço Social tradicional", através de um amplo
movimento de caráter teórico, metodológico, operativo e político.
"Este movimento de renovação que surge no Serviço Social na sociedade latino-
americana impõe aos assistentes sociais a necessidade de construção de um novo
projeto comprometido com as demandas das classes
subalternas, particularmente expressas em suas mobilizações. É no bojo deste
movimento, de questionamentos à profissão, não homogêneos e em conformidade
com as realidades de cada país, que a interlocução com o marxismo vai configurar
para o Serviço Social latinoamericano a apropriação de outra matriz teórica: a teoria
social de Marx." (Yazbek, 2009).

O chamado Movimento de Reconceituação foi um dos principais momentos da


história do Serviço Social brasileiro, ele permitiu a reflexão em todas as dimensões da
profissão, um movimento que permitiu refletir o serviço social a partir de si mesmo e para
si mesmo na realidade de subdesenvolvimento dos países em questão e quais as respostas
da profissão para tal. Podemos demarcar esse movimento em termos cronológicos em uma
década, entre os anos de 1965/85.
Este processo para Netto, proporcionou um giro teórico e ideológico na profissão, que
até a primeira metade da década de 1960, não se pensava na profissão tão profundamente,
visto que a profissão não apresentava até esse período polêmicas relevantes, mas sim
apresentava uma certa homogeneidade, unidade nas propostas interventivas, sinalizava uma
forma assepsia de participação político-partidária, bem como "carecia de uma elaboração

Serviço Social para Concursos


teórica significativa e plasmava-se [...] uma consensual direção interventiva e cívica. A
ruptura com este cenário tem suas bases na laicização do serviço social [...] (NETTO, 2009,
p. 128).

É importante ressaltar que o processo de renovação do serviço social brasileiro, e do


questionamento de suas bases, não é processo homogêneo, em que ocorre como uma
simples conta em que sai o conservadorismo e adentra o pensamento crítico, é um processo
complexo, onde existe rupturas e continuidades, permanência e transformação. E vale
lembrar, o movimento de reconceituação foi hegemonicamente conservador se
analisarmos em sua totalidade.

Conforme Netto, é em 1965 que sinaliza (e não inicia) a erosão do serviço social
tradicional, a partir do chamado Movimento de Reconceituação. Este que por sua vez é
reflexo das mudanças sociais, que colocam para o serviço social novas demandas e a
necessidades de novas opções, principalmente políticas, como por exemplo o
questionamento da funcionalidade da profissão para a superação do subdesenvolvimento.
O movimento de reconceituação, um tema muito importante e bastante cobrado em
concursos públicos, teve uma margem de tempo de uma década (1965-1975) e foi de suma
importância para o enriquecimento teórico-metodológico (principalmente) da profissão.
Netto, que é um autor indispensável para estudar essa temática, afirma que dois traços
foram marcantes desse movimento:

a) É no marco da reconceituação que pela primeira vez de forma aberta (e não a


primeira vez de fato) que a elaboração da profissão recorre à tradição marxista. Isso não
exime essa aproximação de problemas e limites, e até mesmo, destaca Netto, de
ecletismo. A aproximação ocorreu à priori por fontes secundárias e de leituras (inclusive
até distorcidas) do marxista francês Althusser, considerado hoje um "marxista
estruturalista".
b) Em segundo, uma nova relação profissional a nível continental, mais articulada,
crítica e com autonomia.

Ainda para Netto, com a erosão do Serviço Social tradicional, a "reflexão profissional se
desenvolveu diferencialmente - quer cronológica, quer teoricamente - em três direções
principais", que já sabemos bem, não é?
O movimento de reconceituação é caracterizado como um processo de
desconstrução de um paradigma dominante na formulação teórica e prática do serviço
social, em favor da construção de um paradigma alternativo. Durante o período de
Reconceituação coexistiram diferentes influências teóricas e José Paulo Netto é um dos
principais autores que trata desta temática, e este movimento para ele tem três perspectivas
principais:

1. Perspectiva Modernizadora
2. Reatualização do Conservadorismo
3. Intenção de ruptura

1. Perspectiva Modernizadora

Página 15 de 307
Esta é Segundo Netto um esforço "no sentido de adequar o Serviço Social, enquanto
instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser operacionalizado no
marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos
sócio-políticos emergentes no pós-64."
Os principais momentos desta perspectiva foram os chamados seminários de
teorização, principalmente o de Araxá e Teresopolis. No de Araxá, consideramos como a
afirmação da perspectiva modernizadora, no de Teresopolis, a cristalização desta. Já nos
Seminários de Sumaré e do Alto da Boa Vista, inicia-se o processo de deslocamento desta
perspectiva.
Esta perspectiva é emergente desde o Encontro de Porto Alegre, em 1965. A marca
principal desta vertente é a ADEQUAÇÃO ideológica do Serviço Social ao
desenvolvimentismo, e por isso marcada pelas perspectivas FUNCIONALISTAS,
SISTÊMICAS e também de matriz POSITIVISTA.
Assim, o objetivo é a busca da:
na modernização tecnológica e em processos e relacionamentos interpessoais. Estas
opções configuram um projeto renovador tecnocrático fundado na busca da eficiência e
da eficácia que devem nortear a produção do conhecimento e a intervenção profissional.

O que seria essa perspectiva modernizadora na visão de Netto? Em suma, a forma de


adequação profissional as demandas da Autocracia burguesa (regime militar ditatorial-
capitalista) sem nenhum questionamento, sendo assim uma adesão para executar as
demandas do Estado.

2. Reatualização do Conservadorismo
É ainda nos seminários de Sumaré e do Alto da Boa Vista que aparecem as primeiras
formulações desta segunda vertente. Esta recupera elementos da herança histórica e
conservadora do Serviço Social, mas com uma roupagem que se declara nova, mas que
repudia ao mesmo tempo a matriz positivista e a tradição marxista. Conforme Netto, essa
vertente confere à profissão o traço miscroscópico de sua intervenção, e a subordinam a
uma visão de mundo derivada do pensamento católico". Vale salientar que tudo isto é feito
com um "verniz de modernidade", o que torna esse conservadorismo mais sofisticado.
A inspiração desta perspectiva é a fenomenologia. Utiliza-se da metodologia dialógica,
f* que envolve a pessoa humana e a comunidade, assim esta vai priorizar as concepções de
f^ pessoa, diálogo e transformação social (dos sujeitos).
P Conforme Hermany,
^ Afenomenologia descreve os fatos, não explica e nem analisa. Seu principal objeto é
o mundo vivido, ou seja, os sujeitos de forma isolada. Considera a imersão no
cotidiano e a familiaridade com as coisas tangíveis.

Em resumo, esta vertente concede um destaque às questões da dimensão subjetiva e


psicossocial, e por isso faz uma crítica ao POSITIVISMO. Ressalta-se também que a
aproximação à fenomenologia foi bem problemática, por deficiência de acumulo teórico bem

ffc» Serviço Social para Concursos

0£\
como por pouco desenvolvimento metodológico para o exercício profissional, ou seja, teve
um caráter simplório e ao mesmo tempo reducionista.

3. Intenção de Ruptura

A terceira vertente do movimento de Reconceituação é a Intenção de Ruptura,


que tem como central a crítica ao tradicionalismo da profissão, assim tem pretensão de
romper com o conservadorismo na profissão. Podemos destacar dois elementos principais
dessa perspectiva: o método de BH e a reflexão de lamamoto. De acordo com Netto (2009,
p. 159) nNa primeira metade dos anos oitenta, é esta perspectiva que dá o tom da polêmica
profissional e fixa as características da retórica politizada [...j".
E explicável esta tendência tanto a partir das falências das perspectivas modernizadora
e da reatualização do conservadorismo, mas também a partir da conjuntura política e
econômica que vive a classe trabalhadora no Brasil e da aproximação do serviço social com
esta. Outro elemento impulsionador é o maior contato da profissão com o circuito
universitário, o incentivo à pesquisa e à pós-graduação.
E a partir dessa perspectiva que surge os primeiros contatos com o pensamento de
Marx, sem que uma apropriação "sem marx", ou seja, iniciou-se uma forma problemática e
com alguns reducionismos, influenciado principalmente pelo estruturalismo francês e pelo
pensamento de Althusser. Conforme Yazbek:

No entanto, é com este referencial, precário em um primeiro momento, do ponto de


vista teórico, mas posicionado do ponto de vista sócio-político, que a profissão

*m
José Paulo Netto diz o seguinte:
O Movimento de Reconceituação possui 3 claras perspectivas:
1)Perspectiva Modernizadora (tendência funcionalista),
2) Reatualização do Conservadorismo (tendência fenomenológica),
3) Intenção de Ruptura (Influenciada pelo Marxismo).

questiona sua prática institucional e seus objetivos de adaptação social ao mesmo


tempo em que se aproxima dos movimentos sociais. Inicia-se aqui a vertente
comprometida com a ruptura (Netto,1994:247 e ss) com o Serviço Social tradicional.
Estas tendências, que configuram para a profissão linhas diferenciadas de
fundamentação teóríco-metodológica tenderão a acompanhar a trajetória do
pensamento e da ação profissional nos anos subsequentes ao movimento de
Reconceituação e se conservarão presentes até os anos recentes, apesar de seus
movimentos, redefinições e da emergência de novos referenciais nesta transição de
milênio.

Referências:

Página 17 de 307
IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no Serviço Social. São Paulo:
Cortez, 1992.

NETTO, J. P. Ditadura e Serviço social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64.

Serviço Social para Concursos


- A profissão inscrita na divisão social e técnica e os rebatimentos das
transformações societárias

A profissão está inserida na conjuntura da sociedade capitalista, logo, conforme esta


muda, são colocadas novas exigências e demandas para a profissão. Conforme lamamoto
(1998), o serviço social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho, e por
isso tem um forte vínculo com a conjuntura social da contradição entre capital e trabalho.
Conforme lamamoto, o Serviço Social precisa ser avaliado dentro desta realidade, pois ela ^
determina os seus processos de trabalho. Apartir da realidade, os processos de trabalho são ^
definidos, mas estes não dependem somente dos profissionais (condições subjetivas),
dependem também da instituição/realidade em que está inserido (condições objetivas). ^
Sendo ainda o/a Assistente Social um trabalhador assalariado, seu processo de trabalho ^
possui limites e possibilidades, que seria em outros termos o que definiria a nossa relativa ^
autonomia.

Estando a profissão circunscrita na sociedade, esta está em constante movimento. A ^


conjuntura passa por uma forte clivagem com a crise do capital na década de 1970, inicia-
se a reestruturação produtiva que traz fortes impactos no mundo do trabalho. Obviamente ^
trataremos melhor das transformações societária no tópico sobre políticassociais, mas aqui ^
podemos apontar os principais impactos para o redimensionamento da profissão. Raichelis ^
traz elementos importantes:
Na atual conjuntura de precarização e subalternização do trabalho à ordem do mercado e ^
de mudanças nas bases da ação social do Estado, as manifestações "questão social",
matéria-prima da intervenção profissional dos assistentes sociais, assumem novas "^
configurações e expressões, entre as quais destacamos a insegurança e vulnerabilidade **
do trabalho e a penalização dos trabalhadores, o desemprego, o achatamento salarial, o ~
aumento da exploração do trabalho feminino, a desregulamentação geral dos mercados e
outras tantas questões com as quais os assistentes sociais convivem cotidianamente: são ^
questõesde saúde pública, de violência, da droga, do trabalho da criança e do adolescente, ^
da moradia na rua ou da casa precária e insalubre, da alimentação insuficiente, da ^
ignorância, da fadiga, do envelhecimento sem recursos, etc. Situações que representam
para as pessoas que as vivem, experiências de desqualificação e de exclusão social, e que ^
expressam também o quanto a sociedade pode "tolerar" e banalizar a pobreza sem fazer /^
nada para minimizá-la ou erradicá-la.

Nesses tempos de agudização da questão social, lamamoto (2007) destaca períodos de ^


exarcebação da banalização da vida humana. Assim, com mais desigualdades sociais, se ^
torna cada vez mais penoso a defesa dos direitos sociais e de investimentos sociais, afinal a
onda ideológica é de proteção da economia e dos mercados. ^
Essa conjuntura interfere sobremaneira nas políticas sociais, principal mercado de trabalho
do Assistente Social, essas por sua vez são cada vez mais minimalistas e operam uma ^
tendência a TECNCIFICAÇÃO em detrimento da direção social e ética. /*)
Essa conjuntura também coloca desafios para além da implementação dos direitos sociais, ^
pois com uma realidade tão controversa aos direitos e à justiça social, fica cada vez mais ^
difícil garantir o projeto ético-político profissional visto que este está totalmente na direção
oposta da sociedade do capital e do lucro. Assim, vários autores colocam em debate sobre a
crise de hegemonia e da direção estratégica do PEP, visto que, uma onda ideológica e ^
conservadora está cada vez mais em voga no mundo. Um discurso que se coloca contrário ^
Página 19 de 307

^Sifi&k
aos direitos das classes subalternas. Sobre a direção do PEP trataremos desse aspecto no
ponto específico deste tema.
No Brasil, particularmente o cenário é bem controverso aos direitos sociais. Cada dia mais
de avança CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E DAS CONQUISTAS DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, exemplos disto são a PEC 241, agora PEC 55 que congela
por vinte anos os investimentos em saúde, educação e demais políticas públicas, congela o
aumento real do salário mínimo, deixando o Estado cada vez mais mínimo para as políticas
sociais, e máximo para a dívida pública e os bancos.
Isso impacta diretamente o serviço social brasileiro, que lida com os usuários que serão
ou não atendidos. Algumas mudanças importantes para o serviço social: mudança do BPC
para o suas, tentativa de tirar o salário mínimo e sua vinculaçao da LOAS, bem como
colocando e preferência do critério econômico para benefícios. Conforme Yazbek:
Nesses anos, assim como na última década do século XX, tornaram-se evidentes as
inspirações neoliberais da política social brasileira, face às necessidades sociais da
população. Uma retomada analítica dessas políticas sociais revela sua direção
compensatória e seletiva, centrada em situações limites em termos de sobrevivência e
seu direcionamento aos mais pobres dos pobres, incapazes de competir no mercado.

Referências:

IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de Capital Fetiche. Cortez: São


Paulo, 2007.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social na Contemporaneidade: Cortez: São Paulo,
1998.

QUESTÕES

(CESPE/INSS/2016) Acerca do serviço social como profissão, julgue os itens seguintes.


CERTO (c) OU ERRADO (e)
1. No Brasil, a institucionalização do serviço social como profissão foi provocada pela
progressiva intervenção de entidades religiosas no processo de regulação social, quando as
manifestações da questão social foram alçadas a objeto de políticas sociais.
2. O trabalho do assistente social como profissional, inscrito na divisão sociotécnica do
trabalho, insere-se no processo de mercantilização e valorização do capital.
3. Para a compreensão do significado do serviço social como profissão, é necessário
considerá-lo no processo de reprodução das relações sociais, a partir de sua inserção na
sociedade, ultra passando-se a análise de profissão em si mesma.

Serviço Social para Concursos


(CESPE/INSS/2016) No que se refere aos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos
do serviço social, julgue os itens subsequentes.
4. Na década de 30 do século passado, o Estado brasileiro assumiu a questão social como
problema de administração, desenvolvendo políticas e agências de poderestatal em diversos
setores.

5. O serviço social foi reconhecido nos estatutos legais e éticos como profissão liberal, no
entanto, o assistente social, na condição de trabalhador assalariado, não dispõe de total
autonomia na efetivação do seu exercício profissional.

(CESPE/INSS/2016) A respeito do movimento de reconceituação do serviço social e da


renovação profissional, julgue os próximos itens.
6. Na reconceituação do serviço social no Brasil, o núcleo central da perspectiva da
reatualização do conservadorismo consistiu na integração e dinamização do processo de
desenvolvimento capitalista.
7. Sob a perspectiva da vertente modernizadora, um dos objetivos do processo de renovação
do serviço social no Brasil foi adequar a profissão às exigências da autocracia burguesa,
tendo sido os seminários de Araxá e Teresopolis marcos dessa perspectiva na profissão.
8. No Brasil, à época da ditadura militar, marcada pelo desenvolvimento capitalista, o caráter
modernizador da perspectiva modernizadora esteve relacionado a uma postura de
contestação à ordem sociopolítica então vigente.
9. A intenção de ruptura foi forjada com a pretensão de romper com a herança teórico-
metodológica conservadora e seus paradigmas de intervenção social.
10. O ponto de arranque da perspectiva da intenção de ruptura foi a criação do Centro
Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, instituição extra universitária
que contribuiu para a refuncionalização do sistema universitário e a reconceituação do
serviço social no Brasil.

11. A intenção de ruptura repercutiu internacionalmente no marco da crise do serviço social,


dito então tradicional, e chegou a ser identificada como ponto de partida do movimento de
reconceituação.

12. A fenomenologia fundamentou teórico-metodologicamente a perspectiva da


reatualização do conservadorismo, que centrava sua análise e intervenção na ajuda
psicossocial e em valores humanistas.

13. (CONSUPLAN/PREF. DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES/2016) O serviço social no


Brasil, embora regulamentado como uma profissão liberal, não tem uma tradição de prática
peculiar às profissões liberais na acepção corrente do termo. No entanto, se esta é uma
característica básica do serviço social no Brasil, ela não exclui, integralmente, certos traços
que marcam uma profissão "liberal", dentre os quais lamamoto (1982) destaca, EXCETO:
A) A reivindicação de uma deontologia.
B) A existência de uma relação singular com os usuários.

Página 21 de 307
C) A definição do "que é" ou do "que faz" o serviço social.
D) O caráter rotineiro da intervenção, viabilizando aos agentes especializados uma certa
margem de manobra e de liberdade no exercício de suas funções institucionais.

14. (CONSUPLAN/PREF. DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES/2016) Em meados da década


de 1960 inicia-se o processo de renovação do serviço social brasileiro. Sobre este processo,
fundamentando-se nas análises sócio-históricas construídas por Netto (1996), marque V
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

() Ocorre a crescente diferenciação das concepções, profissionais (natureza, funções, objeto,


objetivos e práticas do serviço social).
( ) Tem-se a constituição de segmentos de vanguarda, sobretudo, mas não exclusivamente
inseridos na vida acadêmica, voltados para a investigação e a pesquisa.
( ) Com o processo de renovação do serviço social brasileiro ocorre a instauração do
pluralismo teórico, ideológico e político no marco profissional, deslocando uma sólida tradição
de monolitismo ideal.

( ) Ocorre a sintonia da polêmica teórico-metodológica profissional com as discussões em


curso no conjunto das ciências sociais, inserindo o serviço social na interlocuçao acadêmica
e cultural contemporânea.
A seqüência está correta em
A) V, V, V, V. B) F, V, F, V.
C) V, V, F, V. D) F, V, V, F.

15. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Segundo Netto (2001), a profissionalização do serviço


social:

I. Vincula-se à dinâmica da ordem monopólica.


II. Vincula-se à continuidade evolutiva de suas protoformas.
III. Concretiza-se com a instauração de um espaço determinado na divisão social do
trabalho.

IV. Tem, em sua base, as modalidades por meio das quais as instituições
socioassistenciais filantrópicas enfrentam os problemas pessoais dos indivíduos.

Estão corretas apenas as afirmativas


A) I e III. B) II e III.
C) II e IV. D) III e IV.

Serviço Social para Concursos


16. (FCC/TRT-11/2017) O Serviço Social, enquanto profissão inscrita na divisão sócio técnica
do trabalho, sofreu modificações ao longo de sua história. Ao adotar a perspectiva crítica
apoia-se

(A) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista, no entanto, reconhece que a


pluralidade sem hegemonia é o melhor caminho para o estabelecimento de um método de
compreensão do campo profissional.
(B) na perspectiva compreensiva que constrói um tipo ideal para análise e leitura da realidade
com base numa vertente weberiana e supera totalmente os fundamentos judaico-cristãos.
(C) no método fenomenológico, que permite ao serviço social compreender a totalidade da
luta sodal a partir da reconstrução das partes e, com isso, reestabelecer um campo de
intervenção a partir dos sujeitos concretos.
(D) na construção do método único, editado pelo Serviço Social norte-americano, que
reconhecia a necessidade das lutas sociais como principal campo de intervenção da profissão.
(E) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista e define seu compromisso com
as demandas das classes subalternas, expressas em suas mobilizações.

17. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) 26a QUESTÃO No contexto sócio-histórico do


movimento de reconceituação do Serviço Social no Brasil, aponte as duas direções que
marcaram o processo do conservadorismo:

a) Modernização conservadora e Reatualização do conservadorismo.


b) Teleologia do serviço social avançado e Modernização conservadora.
c) Modernização neutralizadora e Intenção de ruptura.
d) Instrumentalidade do serviço social e Funcionalismo.
e) Teoria social crítica e a abordagem Fenomenológica.

18. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) São inúmeros os desafios profissionais e


acadêmicos que se apresentam ao serviço social na cena contemporânea, EXCETO:
a) O cultivo de uma atitude crítica e ofensiva na defesa das condições de trabalho e da
qualidade dos atendimentos, potenciando a autonomia profissional.
b) A exigência e rigorosa formação teórico-metodológica, ético-política e técnico-
operativa.

c) Decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar


e efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano.
d) Articulação com entidades, forças políticas e movimentos dos trabalhadores no campo
e na cidade em defesa do trabalho e dos direitos civis, políticos e sociais.
e) Acompanhamento exclusivo da formação acadêmica no âmbito do ensino superior
privado no país.

Página 23 de 307
19. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) A consolidação do mercado nacional de trabalho
dos assistentes sociais através do Estado e das empresas ocorre no período histórico
brasileiro designado:
a) República Nova. b) Estado Novo.
c) Autocracia burguesa via ditadura militar. d) Transição democrática.
e) República Velha.

20. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Conforme lamamoto (2008), sobre o significado social


do trabalho profissional do assistente social, é INCORRETO afirmar que
A) depende das relações que estabelece com os sujeitos sociais que o contratam, os quais
personificam funções diferenciadas na sociedade.
B) a possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício profissional do assistente
social - moldando o seu conteúdo e o modo de operá-lo - decorre da relativa autonomia
de que ele dispõe.
C) o assistente social se integra na organização do conjunto de trabalhadores afins, por
meio de suas entidades representativas, e com a coletividade da classe trabalhadora na
condição de profissional autônomo.
D) a efetivação da relativa autonomia que dispõe o assistente social depende da correlação
das forças econômica, política e cultural em nível societário e se expressa, de forma
particular, nos distintos espaços ocupacionais, que envolvem relações com sujeitos
determinados.

GABARITO:

9\ * p 2. C 3. C 4. C 5. C

^ 6. E 7. C 8. E 9. C 10. E

11. E 12. C 13. C 14. A 15.

16. E 17. A 18. C 19. C 20.

0ÜS
NÚMERO DE ACERTOS: Í^^ÚMERO DE ERROS:
O

^^>

Serviço Social para Concursos

0&1
QUESTÕES COMENTADAS

(CESPE/INSS/2016) Acerca do serviço social como profissão, julgue os itens seguintes. «>
1. No Brasil, a institucionalização do serviço social como profissão foi provocada pela ^
progressiva intervenção de entidades religiosas no processo de regulação social, quando as ^
manifestações da questão social foram alçadas a objeto de políticas sociais.
/SSjSj
Errado. Essa perspectiva coloca o Serviço Social como "evolução" da ajuda, e não como
fruto da divisão social e técnica do trabalho que recebe demandas do capital, do estado e ^
da própria classe trabalhadora. Segundo Raichelis, a institucionalização da profissão ^
"relaciona-se assim à progressiva intervenção do Estado no processo de regulação social".
Assim, sempre quando falamos em institucionalização, falamos da demanda profissional ^
e legitima, mobilizados pelo Estado, pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica. ^
[...] a profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à ^evolução da ^
ajuda", à "racionalização da filantropia", nem à "organização da caridade"; vincula-se à ^
dinâmica da ordem monopófica [...]. (Netto, 2007, p. 69-70). ^

2. O trabalho do assistente social como profissional, inscrito na divisão sociotécnica do


trabalho, insere-se no processo de mercantilização e valorização do capital. ^
Correto. Essa inclusive é a discussão de lamamoto quando ela trata da (re)produção social. ^
Apesar de o Assistente Social não estar inserido diretamente no processo produtivo, a ^
profissão participa e atente às necessidades sociais a partir de suportes intelectuais e
materiais para sua realização. Mas vale ressaltar que o Serviço Social não atua SOMENTE no ^
processo de valorização do capital, mas também de acesso a direitos sociais para a classe ^
trabalhadora. Assim, ao mesmo tempo que o assistente social atua no processo de ^
reprodução do capital, é ele TRABALHADOR ASSALARIADO. lamamoto é contundente neste
aspecto: ^
Em decorrência, o caráter social desse trabalho assume uma dupla dimensão: a) ^
enquanto trabalho útil atende a necessidades sociais (que justificam a reprodução da ^
própria profissão) e efetiva-se através de relações com outros homens, incorporando _
o legado material e intelectual de gerações passadas, ao tempo em que se beneficia ^
das conquistas atuais das ciências sociais e humanas; b) mas só pode atender às ^
necessidades sociais se seu trabalho puder ser igualado a qualquer outro enquanto ^
trabalho abstrato - mero coágulo de tempo do trabalho social médio -, possibilitando
que esse trabalho privado adquira um caráter social. (2007, p. 421) ^

3. Para a compreensão do significado do serviço social como profissão, é necessário *3


considerá-lo no processo de reprodução das relações sociais, a partir de sua inserção na /^
sociedade, ultrapassando-se a análise de profissão em si mesma. _
Correto. E essa a tese e o diálogo de Marilda lamamoto em suas obras: apontar o serviço
social na reprodução das relações sociais, sua relação direta com a sociedade do capital x •
trabalho. Ou seja, o Serviço Social faz parte dessa engrenagem, é influenciado por seus ^)
processos e movimentos, e busca também responder as demandas que lhe são colocadas ^
historicamente.

No que se refere aos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social,


julgue os itens subsequentes. ^

Página 25 de 307
/^s
4. Na década de 30 do século passado, o Estado brasileiro assumiu a questão social como
problema de administração, desenvolvendo políticas e agências de poder estatal em diversos
setores.

Correto. A questão social era tida como um problema, do qual precisava ser
resolvido/administrado. Esse período era de muitas tensões, principalmente pelo agudo
processo de industrialização e de formação da classe trabalhadora que conclamava seus
direitos trabalhistas. O governo populista varguista respondia de forma controladora,
paternalista e assistencial.
Ao reconhecer a legitimidade da questão social no âmbito das relações entre capital e
trabalho, o governo Vargas buscou enquadrá-la juridicamente, visando à desmobilização da
classe operária e a regulação das tensões entre as classes sociais. Como mostra Ianni
(1990), o Estado brasileiro transformou a questão social em problema de administração,
desenvolvendo políticas e agências de poder estatal nos mais diversos setores da vida
nacional. (IAMAMOTO, 2009)

5. O serviço social foi reconhecido nos estatutos legais e éticos como profissão liberal, no
entanto, o assistente social, na condição de trabalhador assalariado, não dispõe de total
autonomia na efetivação do seu exercício profissional.
Está correto. O marco legal não significa necessariamente a transferência direta para a
prática, visto que esta é mediatizada pelos conflitos de classes, pela correlação de forças
e pela própria forma como o Serviço Social se porta no espaço sócio-ocupacional. Assim
sendo, o profissional não tem total controle do exercício de suas atividades e nem tão
pouco das condições materiais, organizacionais e técnicas. Isso não significa, todavia, que
não há uma RELATIVA AUTONOMIA.
No entanto, isso não significa que a profissão não disponha de relativa autonomia e de
algumas características que estão presentes nas profissões liberais como a singularidade que
pode estabelecer na relação com seus usuários, a presença de um Código de Ética,
orientando suas ações, o caráter não rotineiro de seu trabalho, a possibilidade de apresentar
propostas de intervenção a partir de seus conhecimentos técnicos e, finalmente, a
Regulamentação legal da profissão [...]. (IAMAMOTO, 2009).

(CESPE/INSS/2016) A respeito do movimento de reconceituação do serviço social e da


renovação profissional, julgue os próximos itens.
6. Na reconceituação do serviço social no Brasil, o núcleo central da perspectiva da
reatualização do conservadorismo consistiu na integração e dinamização do processo de
desenvolvimento capitalista.
Está errado. A perspectiva que visa a integração e adequação à ordem capitalista é
principalmente a perspectiva MODERNIZADORA, que fruto do debate desenvolvimentista
e funcionalista, visa a adequação da profissão ao discurso de gestão do Estado. A
reatualização do conservadorismo visa a questão micro e subjetiva a partir da
fenomenologia.

7. Sob a perspectiva da vertente modernizadora, um dos objetivos do processo de renovação


do serviço social no Brasil foi adequar a profissão às exigências da autocracia burguesa,
tendo sido os seminários de Araxá e Teresopolis marcos dessa perspectiva na profissão.
Correto. O autor que afirma isto é José Paulo Netto na sua obra "Ditadura e Serviço Social".
Araxá apresenta a firmação desta perspectiva e Teresopolis a sua cristalização.

(» Serviço Social para Concursos


[...]o núcleo central desta perspectiva é a tematização do Serviço Social como interveniente,
dinamlzador e integrador, pro processo de desenvolvimento. [...] Este é o caráter
modernizador desta perspectiva: ela aceita como dado inquestionável a ordem sócio-política
derivada de abril e procura dotar a profissão de referência e instrumentos capazes de
responder às demandas que se apresentam nos seus limites. (NETTO, 2009)

/^\
8. No Brasil, à época da ditadura militar, marcada pelo desenvolvimento capitalista, o caráter
modernizador da perspectiva modernizadora esteve relacionado a uma postura de ^
contestação à ordem sociopolítica então vigente. ^
Errado. Pelo contrário, a perspectiva modernizadora se adequa a chamada modernização ^
conservadora da autocracia burguesa, buscando na a contestação, mas a
adequação/integração profissional à ela. Aque contesta e critica a ordem vigente é a vertente ^
da wintenção de ruptura". ^
9. A intenção de ruptura foi forjada com a pretensão de romper com a herança teórico- ^
metodológica conservadora e seus paradigmas de intervenção social. ^
Correto. O eixo central da vertente da intenção de ruptura é a crítica e a busca do /*
rompimento com o chamado serviço social tradicional. Ao contrário das vertentes
anteriores, esta busca uma crítica sistemática ao desempenho "tradicional" e aos seus ^
suportes ideológicos, teóricos e metodológicos. ^

10. O ponto de arranque da perspectiva da intenção de ruptura foi a criação do Centro ^


Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, instituição extrauniversitária que ^
contribuiu para a refuncionalização do sistema universitário e a reconceituação do serviço
social no Brasil. ^
Errado. A perspectiva da intenção de ruptura tem vários pontos de arranque que podemos "^
destacar, como a aproximação do Serviço Social ao debate universitário, a própria ^
conjuntura sócio-política da classe trabalhadora na época... Mas é simbólico desta vertente
o chamado "Método de Belo Horizonte", o método de BH. ^

11. Aintenção de ruptura repercutiu internacionalmente no marco da crise doserviço social, ^


dito então tradicional, e chegou a ser identificada como ponto de partida do movimento de ^
reconceituação. A
Errado. Aintenção de ruptura não é o ponto de partida do movimento de reconceituação. ^
O ponto de partida do movimento de reconceituação é o questionamento das bases
tradicionais da profissão, só que inicialmente a partir da vertente modernizadora, que visa ^
à adequação à ordem burguesa moderna que emerge a partir da ideologia /^
desenvolvimentista/ditatorial.

12. A fenomenologia fundamentou teórico-metodologicamente a perspectiva da _


reatualização do conservadorismo, que centrava sua análise e intervenção na ajuda ^
psicossocial e em valores humanistas. ^
Correto. Esta vertente surge criticando o positivismo e o funcionalismo, surgindo como ^
uma crítica renovada, mas que se fundamenta em elementos conservadores. Igualmente ^
prioriza o diálogo, a pessoa humana e o microscópico. A ajuda psicossocial é marca da
fenomenologia, que a priori teve muitos problemas no serviço social, porque emergiu de ^
forma eclética com outras escolas do pensamento e sem a base do próprio pensamento ^
fenomenológico.

Página 27 de 307
13. (CONSUPLAN/PREF. DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES/2016) O serviço social no
Brasil, embora regulamentado como uma profissão liberal, não tem uma tradição de prática
peculiar às profissões liberais na acepção corrente do termo. No entanto, se esta é uma
característica básica do serviço social no Brasil, ela não exclui, integralmente, certos traços
que marcam uma profissão "liberal", dentre os quais lamamoto (1982) destaca, EXCETO:
A) A reivindicação de uma deontologia.
Deotolongia significa teoria do dever não tendo relação com a profissão liberal.
B) A existência de uma relação singular com os usuários.
A relação não é singular.
C) A definição do "que é" ou do "que faz" o serviço social.
Isto através do código de ética profissional e bem como da lei que regulamenta a profissão,
com a definição de suas atribuições privativas e de suas competências profissionais.
D) O caráter rotineiro da intervenção, viabilizando aos agentes especializados uma certa
margem de manobra e de liberdade no exercício de suas funções institucionais.
O caráter NÃO ROTINEIRO, com a possibilidade de apresentar propostas de intervenção a
partir de seus conhecimentos técnicos.

14. (CONSUPLAN/PREF. DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE/ES/2016) Em meados da década


de 1960 inicia-se o processo de renovação do serviço social brasileiro. Sobre este processo,
fundamentando-se nas análises sócio-históricas construídas por Netto (1996), marque V
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
() Ocorre a crescente diferenciação das concepções, profissionais (natureza, funções, objeto,
objetivos e práticas do serviço social).
Sim, afinal há um intenso debate nos seminários de teorização (Araxá, Teresopolis,
Sumaré e Alto da boa vista).
( ) Tem-se a constituição de segmentos de vanguarda, sobretudo, mas não exclusivamente
inseridos na vida acadêmica, voltados para a investigação e a pesquisa.
Principalmente na intenção de ruptura.
( ) Com o processo de renovação do serviço social brasileiro ocorre a instauração do
pluralismo teórico, ideológico e político no marco profissional, deslocando uma sólida tradição
de monolitismo ideal.
O pluralismo profissional é fruto justamente do processo de renovação profissional.
( ) Ocorre a sintonia da polêmica teórico-metodológica profissional com as discussões em
curso no conjunto das ciências sociais, inserindo o serviço social na interlocuçao acadêmica
e cultural contemporânea.
Principalmente a partir da criação das pós-graduações e do incentivo à pesquisa.
A seqüência está correta em
A) V, V, V, V. B) F, V, F, V.
C) V, V, F, V. D) F, V, V, F.

15. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Segundo Netto (2001), a profissionalização do serviço


social:

I. Vincula-se à dinâmica da ordem monopólica.

Serviço Social para Concursos


Está Correto. O Serviço Social surge enquanto profissão a partir das condições societais
que surge com o capitalismo monopolista, a saber, a questão social, conflito entre capital
e trabalho de forma agudizada.
II. Vincula-se à continuidade evolutiva de suas protoformas.
Serviço Social como está inscrito na história, em nenhuma hipótese pode ser tratado como
"evolução".
III. Concretiza-se com a instauração de um espaço determinado na divisão social do trabalho.
Está correto. Com a nova realidade, é preciso uma profissão que atenda as essas
demandas, desta forma, surge o Serviço Social, inscrito na divisão social e técnica do
trabalho.

IV. Tem, em sua base, as modalidades por meio das quais as instituições socioassistenciais
filantrópicas enfrentam os problemas pessoais dos indivíduos.
Apesar disso ter colaborado, a análise do serviço social evolução da ajuda e da caridade
já foi superada. Na análise crítica, entendemos a profissão a partir de sua inserção na
sociedade de c/asses/burguesa/industrial/monopólica.
Estão corretas apenas as afirmativas
A)IeIII. B) He III.
C) II e IV. D) III e IV.

16. (FCC/TRT-11/2017) O Serviço Social, enquanto profissão inscrita na divisão sócio técnica
do trabalho, sofreu modificações ao longo de sua história. Ao adotar a perspectiva crítica
apoia-se
(A) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista, no entanto, reconhece que a
pluralidade sem hegemonia é o melhor caminho para o estabelecimento de um método de
compreensão do campo profissional.
Até a parte que fala da inspiração marxista está CORRETO. Porém, reconhe-se a
PLURARIDADE com a HEGEMONIA do marxismo, ou seja, de forma hegemônica o marxismo
da direcionamento teórico.

(B) na perspectiva compreensiva que constrói um tipo ideal para análise e leitura da realidade
com base numa vertente weberiana e supera totalmente os fundamentos judaico-cristãos.
Aquestão pede PERSPECTIVA CRÍTICA, e o pensamento weberiano não se coloca enquanto
tal, e tão pouco influencia sobremaneira o Serviço Social brasileiro.
(C) no método fenomenológico, que permite ao serviço social compreender a totalidade da
luta social a partir da reconstrução das partes e, com isso, reestabelecer um campo de
intervenção a partir dos sujeitos concretos.
A fenomenologia não busca compreender a totalidade, que o busca é o marxismo. A
fenomenologia está no âmbito da dialógica, do mundo vivido.
(D) na construção do método único, editado pelo Serviço Social norte-americano, que
reconhecia a necessidade das lutas sociais como principal campo de intervenção da profissão.
O serviço social norte-americano não reconhece as lutas sociais como principal campo de
intervenção da profissão, e não se trata de uma perspectiva crítica, mas sim tecnicista.
(E) na vertente teórico-metodológica com inspiração marxista e define seu
compromisso com as demandas das classes subalternas, expressas em suas
mobilizações.

Página 29 de 307
Este é o nosso gabarito! Fala claramente da inspiração marxista, do compromisso desse
arsenal teórico com a classe trabalhadora / subalterna. Ou seja, uma teoria que busca ir à
essência das contradições sociais, na busca do fim da exploração.

17. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) No contexto sócio-histórico do movimento de


reconceituação do Serviço Social no Brasil, aponte as duas direções que marcaram o
processo do conservadorismo:
a) Modernização conservadora e Reatualização do conservadorismo.
Essas foram as duras vertentes no arco do conservadorismo. Fora essas duas teve a
intenção de ruptura, que é crítica. Modernização conservadora utilizou-se do
funcionalismo/positivismo e a reatualização do conservadorismo a fenomenologia.
b) Teleologia do serviço social avançado e Modernização conservadora.
Teleologia do SS não foi uma vertente do movimento de reconceituação.
c) Modernização neutralizadora e Intenção de ruptura.
Não existiu modernização neutralizadora, e a intenção de ruptura estava no marco da
teoria critica.

d) Instrumentalidade do serviço social e Funcionalismo.


A instrumentalidade é um debate pós-movimento de reconceituação.
e) Teoria social crítica e a abordagem Fenomenológica.
Se é teoria social crítica não está nos marcos do conservadorismo.

18. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) São inúmeros os desafios profissionais e


acadêmicos que se apresentam ao serviço social na cena contemporânea, EXCETO:
a) O cultivo de uma atitude crítica e ofensiva na defesa das condições de trabalho e da
qualidade dos atendimentos, potenciando a autonomia profissional.
b) A exigência e rigorosa formação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.
c) Decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e
efetivar direitos, a partir das demandas emergentes no cotidiano.
d) Articulação com entidades, forças políticas e movimentos dos trabalhadores no campo e
na cidade em defesa do trabalho e dos direitos civis, políticos e sociais.
e) Acompanhamento exclusivo da formação acadêmica no âmbito do ensino
superior privado no país.
O acompanhamento da formação profissional é um desafio, e não SOMENTE no setor
privado, mas também público.
Segundo lamamoto (2014) São muitos os desafios ao Serviço Social, dentre os quais:
1. Dar continuidade aos estudos sobre as incidências da política de educação superior - em
suas tendências de crescente e privatização e mercantilizaçao - no trabalho docente, no nível
da formação acadêmica, na submissão do conhecimento às demandas do mercado e na
alienação das atividades do pesquisador.
2. Zelar pelo aperfeiçoamento da qualificação teórico-metodológica e ético-política dos
assistentes sociais, denunciando o aligeiramento da formação profissional decorrente da
subordinação da educação superior à lógica da lucratividade.

Serviço Social para Concursos


3. Aprofundar a pesquisa sobre as vertentes teórico-metodológicas que têm marcado
presença no debate profissional a partir do período 1980-90.
4. Apoiar o diálogo acadêmico respeitoso e plural entre as diferentes perspectivas de leitura
e análise da profissão no cenário mundial, afirmando sua dimensão educativa e seu
compromisso com os direitos humanos e a justiça social.
5. Estimular pesquisas sobre as metamorfoses do mercado de trabalho é dos espaços
ocupacionais do assistente socialnos âmbitos do Estado bem como das empresas capitalistas
e organizações civis não lucrativas.
6. Cultivar uma atitude crítica e ofensiva na defesa das condições de trabalho do assistente
sociale da qualidade dos atendimentos, potenciando a nossaautonomia profissional segundo
os preceitos éticos que regem o exercício profissional.
7. Impulsionar estudos históricos sobre a formação sócio-histórica do Brasil e a América
Latina, favorecendo estudos comparados.
8. Analisar as mudanças observadas no perfil do sujeito profissional a partirdos anos 1990:
quem é o assistente social hoje?
9. Enriquecer a pesquisa sobre os sujeitos sociais que são o alvo privilegiado das ações
profissionais -os segmentos da classe trabalhadora em seus recortes de gênero, etnia,
geração, território -, enfrentando as abordagens focalizadas e individuais que obscurecem a
sua dimensão coletiva.

19. (UEPB/PREF. DE SOLEDADE-PB/2016) A consolidação do mercado nacional de trabalho


dos assistentes sociais através do Estado e das empresas ocorre no período histórico
brasileiro designado:
a) República Nova.
Éposterior a consolidação da profissão. ANova República é um período da História do
Brasil que tem início com o final da Ditadura Militar (1985) até os dias de hoje.
b) Estado Novo.
No Estado Novo considerado o início da profissionalização.
c) Autocracia burguesa via ditadura militar.
Justificativa: Nesta conjuntura ocorreu o chamado nmilagre econômico" e ampliação
de várias empresas, o que tornou fértil a consolidação do mercado nacional.
d) Transição democrática.
Na transição democrática a profissão já estava relativamente consolidada.
e) República Velha.
Não havia surgido ainda a profissão no Brasil.

20. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Conforme lamamoto (2008), sobre o significado social


do trabalho profissional do assistente social, é INCORRETO afirmar que
A) depende das relações que estabelece com os sujeitos sociais que o contratam, os quais
personificam funções diferenciadas na sociedade.
B) a possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício profissional do assistente
social - moldando o seu conteúdo e o modo de operá-lo - decorre da relativa autonomia
de que ele dispõe.

Página 31 de 307
e
9
9
9
9
C) o assistente social se integra na organização do conjunto de trabalhadores
afins, por meio de suas entidades representativas, e com a coletividade da classe
trabalhadora na condição de profissional autônomo.
P
D) a efetivação da relativa autonomia que dispõe o assistente social depende da correlação
das forças econômica, política e cultural em nível societário e se expressa, de forma
particular, nos distintos espaços ocupacionais, que envolvem relações com sujeitos
determinados.

JUSTIFICATIVA: note que a assertiva C (incorreta e gabarito da questão) traz uma


afirmação bem mal construída, inclusive com o termo autônomo no final. Sabemos que a
discussão de lamamoto não é nesse sentido, mas sim de que o Serviço Social é uma profissão
que está inscrita na divisão social e técnica do trabalho e que tem na sua condição o
assalariamento.
W
9

9
*

9
9
9
9

9
9
~

9
9
9
9
Serviço Social para Concursos
/Sk

it^h

^%

TRABALHO E QUESTÃO SOCIAL "*


Trabalho como categoria central; questão social como objeto de trabalho. m>

Este ponto não é tão comum, só as bancas mais conceituadas e os concursos mais ^
relevantes cobram, afinal é um tema mais "teórico", mas muito importante para nós. ^
Vejamos um pouco sobre ele.
O serviço social, ancorado na tradição marxista, compreende que o trabalho é uma ^
categoria central de análise. Isto porque é o trabalho que FUNDA O SER SOCIAL. O que
isso quer dizer? Que é o trabalho que humaniza o homem. ^
Veja, existe a natureza, é uma condição dada, e somos seres biológicos partícipes da ^
natureza. Mas somos diferentes, temos uma particularidade, que é a razão. A razão nos ^
permite diferenciar dos outros animais, porque a partir dela conseguimos idealizar ^
previamente aquilo que queremos realizar para suprir nossas necessidades.
A partir desta razão, conseguimos realizar o trabalho. Que é uma atividade que só os
homens realizam, e a partirdela o homem transforma a natureza e a si mesmo. É nesse ^
processo que o trabalho funda o ser social, e por conseguinte toda a O
sociedade/sociabilidade. ^
Assim, segundo essa linha de pensamento, é o trabalho que cria valor, que produz, que *%
supre as necessidades humanas, que dá humanidade ao homem e os diferencia de outros
seres biológicos. Segundo Netto e Braz: ^
"/"••.7 a sociedade através de seus membros, transforma matérias naturais em
produtos que atendem às suas necessidades. Essa transformação é realizada ***>
através da atividade que denominamos trabalho." m^
Agora, pense que o trabalho passa por transformações durante toda sua história.
Tivemos a comunidade primitiva, a escravidão, o feudalismo... Apartir do momento em que ^
ele produz riqueza para alguém, o fruto é apropriado, ele á alienado. Portanto, a alienação ^
surge antes do capitalismo, mas ocorre principalmente neste, em que ele é explorado, ^
alienado e assalariado pela classe que possui os meios de produção.
>*$h
E mesmo no capitalismo, ele passa por transformações. Do capitalismo concorrencial,
passamos para o monopolista, que adotou o fordismo/taylorista até a crise da década de "^
1970, e depois passou para a hegemonia do Toyotismo/acumulação flexível. Sobre isso, ^
conferir o tópico sobre Crise e Reestruturação produtiva do nosso material. ^
•* PEGADINHA EM PROVAS: Comumente as provas cobram a temática se o Serviço ^
Social é ou não trabalho. Bem, obviamente ela não vai te fazer escolher uma resposta
ou outra, mas é importante saber diferenciar. ^
Existem os que defendem que serviço social é trabalho (IAMAMOTO), pois está
inserido na divisão social e técnica da reprodução social, mas não está inserido na ^
produção de riqueza, e sim como um "trabalho improdutivo". ^
Existe também os que defendem que não é trabalho, pois não atua na transformação ^
da natureza (LESSA), nestesentido, o Serviço Social seria assim uma Práxis, mas uma ^
práxis diferente das dos operários, uma práxis que atua na regulação das realações
sociais.

Bem, e porque o Trabalho é importante para nós do Serviço Social?

Página 33 de 307
^ Com a apropriação da força de trabalho (e por isso da riqueza) pela classe que possui
p. os meios de produção, ocorre uma desigualdade intrínseca ao capitalismo, essa desigualdade
^ surge a partir do pauperismo de um determinado grupo.
^to Categorizamos essa desigualdade social, econômica e política como QUESTÃO SOCIAL.
' E é esse o objeto de trabalho do/a Assistente Social, e por isso a centralidade na
^ categoria trabalho.
Quem iniciou essa discussão no Serviço Social foi Marilda lamamoto no livro Relações
^ Sociais e Serviço social no Brasil, uma obra clássica. Colocamos até uma parte sobre isso no
f* ponto de Fundamentos e Serviço Social.
f* Conforme Cerqueira Filho (1982, p. 21):
v Por'questão social', no sentido universal do termo, queremos significar o conjunto
f* de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária
ff* impôs no mundo no curso da constituição da sociedade capitalista. Assim, a
"questão social' está fundamentalmente vinculada ao conflito entre capital e o
^ trabalho.

O novo fenômeno então presente na sociedade é diferente dos simples problemas


sociais até então existentes. De certo, ao longo da histórica, teve pobreza, mas essa pobreza
se dava mais precisamente pela escassez. Porém, a pobreza dessa conjuntura se dá em meio
a abundância, se produz riqueza na mesma proporção e porque se produz uma ampla
pobreza. A "questão social" se tratava de um fenômeno novo, sem precedentes na história
anterior conhecida, pobres e ricos que "sempre" existiram, mas era radicalmente nova a
dinâmica da pobreza que então se generalizava, se trata assim do pauperismo.
p* Pela primeira vez na história até então registrada, a pobreza se dava na mesma
^ proporção da produção de riqueza. Antigamente a pobreza se dava pelo quadro geral da
* escassez e pelo baixo desenvolvimento das forças produtivas, agora ela se mostrava
f^ generalizada em meio ao avanço da capacidade produtiva de riqueza, na mesma proporção
m que se gerava riqueza, se tinha de um outro lado, apoiada pela pobreza da maioria. (NETTO,
2006)

a Disto isto, insere-se o debate de que a questão social é a indissiocrasia da atuação


profissional e emergência do Serviço Social, que "aparece como profissão, pela
x institucionalização da assistência. É este componente que o caracteriza e o destinge na
(** divisão social e técnica do trabalho." (BRAVO, 2013, p. 23)
f^ A "questão social" tem como principal mediação a política social, viabilizada
p* principalmente através do Estado, sob a forma de conquista/concessão das classes sociais e
<» °Estad0-
p> Outra discussão sobre questão social está na obra Capitalismo Monopolista e Serviço
' Social de José Paulo Netto (bem como no anexo desta obra, as 5 notas a propósito da questão
^ social) e na obra Questão Social, de Josiane Santos, volume 5 da biblioteca básica do Serviço
^ Social.

f* O que é preciso destacar é que você precisa relacionar sempre a questão social à
f* sociedade capitalista, certo? Não existe um sem o outro. E ela existe na mesma proporção
4* em que existe riqueza, sendo essa riqueza apropriada por uma minoria, enquanto a maioria
é explorada e alienada do fruto de seu trabalho.

Serviço Social para Concursos


Mas atenção para isso aqui: o fato se ocorrer essa desigualdade no acesso à riqueza,
não é suficiente para determinar a questão social, é também preciso que politicamente se ^
"reclame" essa riqueza. Com isso, vem a outra dimensão da questão social, que é a dimensão ^
política, quando a classe trabalhadora, a partir da luta de classe, se afirma politicamente. m*
Lembre-se sempre, questão social e sua ligação com a CONTRADIÇÃO CAPITAL XTRABALHO,
contradição econômica, mas também política. ^
lamamoto afirma:
r^\

nA 'questão social'sendo desigualdade é, também, rebeldia, pois os sujeitos sociais,


ao vivenciarem as desigualdes, a elas também resistem e expressam seu
inconformismo. É nesta tensão entre produção de desigualdade, de rebeldia e da ^
resistência que trabalham osassistentes sociais, situados nesse terreno movido por ^
interesses sociais distintos, os quais não é possível abstrair - oudelesfugir - porque ^
recém a trama da vida em sociedade". >

PEGADINHA EM PROVAS:

Você precisa saber que há um debate recente (e está ligado ao


processo de reestruturação produtiva) que diz que existe uma "nova"
questão social. Teoricamente, o marxismo e o pensamento hegemônico
do serviço social discorda disso. Porque o seguinte: afirmar que há uma
"nova questão social" significa afirmar que o capitalismo e a exploração
do tabalho foi superada. Entendemos assim, que existe NOVAS
expressões da QUESTÃO SOCIAL. De fato, ocorreram mudanças no seio
do capitalismo, mas a essência de exploração e alienação do trabalho
permanece.

/5%$\

QUESTÕES

1. (UFPA/UFPA/2017) Considerando o histórico do enfrentamento da questão


social, encontram-se diferentes concepções de pobreza. De acordo com o pensamento
hegemônico de pobreza e da "questão social" no capitalismo monopolista do Estado de Bem-
Estar,
(A) a questão social e a pobreza são fenômenos autônomos e de responsabilidade
individual ou coletiva dos setores por elas atingidos.
(B) a questão social passa da concepção de caso de polícia para a esfera da política,
recebendo um tratamento segmentado, mas sistemático, mediante as políticas sociais
estatais. Sendo a pobreza e a miséria expressões da questão social, são vistas, a partir
das formulações keynesianas, como um problema de distribuição do mercado, como um
descompasso na relação oferta/demanda de bens e serviços.
(C) neste período, a pobreza e as condições de vida do pobre são tidas como produto e
responsabilidade dos limites culturais de cada indivíduo.

Página 35 de 307
(D) a pobreza e as manifestações da questão social são problemas que se expressam em
comportamentos (malgasto de recursos, tendência ao ócio, alcoolismo, vadiagem, etc) e
a solução passa por alterar tais comportamentos por meio de um processo educativo.
(E) a pobreza é concebida como um problema individual-pessoal e, portanto, para o
enfrentamento da questão social, cabe à filantropia (individual ou organizacional) a
responsabilidade pela intervenção social: surge o debate do terceiro setor, da filantropia
empresarial (ou responsabilidade social), do voluntariado. A autoajuda, a solidariedade
local, o benefício, a filantropia substituem o direito constitucional do cidadão de resposta
estatal.

2. (AERONÁUTICA/2016) Apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da


sociedade capitalista madura, nos termos de lamamoto (2008), é nela que o Serviço Social
tem a base de sua fundação como especialização do trabalho. Trata-se da
a) profissionalização. b) economia social.
c) questão social. d) desvinculação.

3. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Sobre os fundamentos dos valores éticos que alicerçam


o trabalho profissional do assistente social sobre a atualidade, é INCORRETO afirmar que:
A) Por ser consciente, o homem age teleologicamente; transforma suas necessidades e
formas de satisfação em novas perguntas.
B) Os valores possuem caráter eminentemente subjetivos; são produtos da consciência
humana que têm primazia sobre a realidade.
C) O homem, por ser capaz de agir racionalmente, pode conhecer a realidade, de modo a
apreender a sua própria existência como produto de sua práxis.
D) O trabalho é o fundamento ontológico-social do ser social; é ele que permite o
desenvolvimento de mediações que instituem a diferencialidade do ser social em face de
outros seres da natureza.

4. (VUNESP/SÃO J. DO RIO PRETO-SP/2016) No capitalismo, trabalho e acumulação são


duas dimensões do mesmo processo. De uma parte, têm-se a emergência do trabalhador
livre, que depende da venda de sua força de trabalho para a satisfação de suas necessidades
vitais e de outra parte têm-se a apropriação privada dos frutos do trabalho, pago e não pago,
da mesma população trabalhadora. Nesse processo dá-se a gênese da questão social,
indissociável da sociedade de classes e de seus antagonismos. Importante condição e
resultado desse processo, como destaca lamamoto "...é a ampliação da superpopulação
relativa - ou população 'sobrante' para as necessidades médias de valorização do capital -,
fazendo crescer o desemprego e a precarizaçao das relações de trabalho." Nessa linha de
raciocínio, o processo de acumulação, ao realizar-se,
(A) amplia e fortalece a economia de um país estagnado.
(B) aumenta o fosso das desigualdades entre as classes sociais.
(C) diminui o excedente da produção, apoiando o capitalismo.
(D) garante a qualidade de vida da classe trabalhadora.

Serviço Social para Concursos


(E) mantêm o equilíbrio social indispensável para a segurança da nação.

GABARITO:

1. B 2. C 3. B 4. B

AA NÚMERO DE ACERTOS: ^^ ÚMERO DE ERROS:

E=| QUESTÕES COMENTADAS

1. (UFPA/UFPA/2017) Considerando o histórico do enfrentamento da questão social,


encontram-se diferentes concepções de pobreza. De acordo com o pensamento hegemônico
de pobreza e da "questão social" no capitalismo monopolista do Estado de Bem-Estar,
(A) a questão social e a pobreza são fenômenos autônomos e de responsabilidade
individual ou coletiva dos setores por elas atingidos.
(B) a questão social passa da concepção de caso de polícia para a esfera da
política, recebendo um tratamento segmentado, mas sistemático, mediante as
políticas sociais estatais. Sendo a pobreza e a miséria expressões da questão
social, são vistas, a partir das formulações keynesianas, como um problema de
distribuição do mercado, como um descompasso na relação oferta/demanda de
bens e serviços.
(C) neste período, a pobreza e as condições de vida do pobre são tidas como produto e
responsabilidade dos limites culturais de cada indivíduo.
(D) a pobreza e as manifestações da questão social são problemas que se expressam em
comportamentos (malgasto de recursos, tendência ao ócio, alcoolismo, vadiagem, etc) e
a solução passa por alterar tais comportamentos por meio de um processo educativo.
(E) a pobreza é concebida como um problema individual-pessoal e, portanto, para o
enfrentamento da questão social, cabe à filantropia (individual ou organizacional) a
responsabilidade pela intervenção social: surge o debate do terceiro setor, da filantropia
empresarial (ou responsabilidade social), do voluntariado. A auto-ajuda, a solidariedade
local, o benefício, a filantropia substituem o direito constitucional do cidadão de resposta
estatal.

JUSTIFICATIVA: Importante perceber o que o enunciado da questão traz, neste caso,


dos fundamentos da questão social e do Estado de bem-estar social. Nunca foque em qual
assertiva está certa apenas, mas na que está certa em relação ao enunciado. As outras
assertivas trazem uma perspectiva moral, psicologizante, que de fato, é imperativa na
ideologia dominante.

Página 37 de 307
?Q1&

2. (AERONAUTICA/2016) Apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da


sociedade capitalista madura, nos termos de lamamoto (2008), é nela que o Serviço Social
tem a base de sua fundação como especialização do trabalho. Trata-se da
a) profissionalização. b) economia social.
c) questão social. d) desvinculação.

0\

JUSTIFICATIVA: Trata-se da "questão social". Segundo a autora, a partir dela é possível


apreender a tensão que se estabelece entre o trabalho coletivo e a apropriação privada
dos frutos do trabalho, assim como wmúltiplas formas de pressão social, de invenção e de
re-invenção da vida construídas no cotidiano".

3. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Sobre os fundamentos dos valores éticos que alicerçam


o trabalho profissional do assistente social sobre a atualidade, é INCORRETO afirmar que:
A) Por ser consciente, o homem age teleologicamente; transforma suas necessidades e
formas de satisfação em novas perguntas.
B) Os valores possuem caráter eminentemente subjetivos; são produtos da
consciência humana que têm primazia sobre a realidade.
Errado. Os valores e a consciência são frutos da realidade. "A realidade funda o
pensamento".
C) O homem, por ser capaz de agir racionalmente, pode conhecer a realidade, de modo a
apreender a sua própria existência como produto de sua práxis.
D) O trabalho é o fundamento ontológico-social do ser social; é ele que permite o
desenvolvimento de mediações que instituem a diferencialidade do ser social em face de
outros seres da natureza.

4. (VUNESP/SÃO J. DO RIO PRETO-SP/2016) No capitalismo, trabalho e acumulação são


duas dimensões do mesmo processo. De uma parte, têm-se a emergência do trabalhador
livre, que depende da venda de sua força de trabalho para a satisfação de suas necessidades
vitais e de outra parte têm-se a apropriação privada dos frutos do trabalho, pago e não pago,
da mesma população trabalhadora. Nesse processo dá-se a gênese da questão social,
indissociável da sociedade de classes e de seus antagonismos. Importante condição e
resultado desse processo, como destaca lamamoto "...é a ampliação da superpopulação
relativa - ou população 'sobrante' para as necessidades médias de valorização do capital -,
fazendo crescer o desemprego e a precarizaçao das relações de trabalho." Nessa linha de
raciocínio, o processo de acumulação, ao realizar-se,
(A) amplia e fortalece a economia de um país estagnado.
/fP?\
Errada. Fortalece para quem?
(B) aumenta o fosso das desigualdades entre as classes sociais.
(C) diminui o excedente da produção, apoiando o capitalismo.
Errada. Aumenta o excedente de produção.

Serviço Social para Concursos


(D) garante a qualidade de vida da classe trabalhadora.
Errada. Pelo contrário, esta está cada vez mais em adoecimento e sendo explorada.
(E) mantêm o equilíbrio social indispensável para a segurança da nação.
Errada. Pelo contrário, favorece a desigualdade social.

/9\

^3\

f^k

Página 39 de 307

/^s
/Pi

é@S -• •' • ••'

LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL E PROJETO ÉTICO-POLÍTICO


Lei de Regulamentação da profissão (8.662/93), Código de Ética Profissional, Resoluções do CFESS e
Projeto Ético-político profissional

p> Este é um dos pontos que considero mais importante, principalmente porque é CERTO ter
á^s algo sobre isso, seja da lei que regulamenta profissão, seja das resoluções do CFESS,
principalmente a resolução 293 que institui o nosso atual código de ética.
4* Como falamos basicamente de "lei seca" neste ponto, o nosso papel é facilitar para você
o estudo delas, principalmente com o essencial de cada uma. A dimensão ético-política aqui
^ tratada, dá suporte ao nosso Projeto Ético-político da profissão, e por isso colocamos estes
f^ no mesmo tópico do seu estudo. Mas, antes de discutirmos a legislação atual, iremos refletir
f^ com você sobre ética de forma filosófica, bem como um breve marco histórico dos códigos
p, de ética.
ç* O atual código de ética da profissão é datado de 1993, assim como a Lei de
^ regulamentação 8.662/93. Ambos são importantes instrumentos de atuação profissional,
assim como são bastante cobrados em prova. É importante ter o domínio de ambos.
^ Sobre o projeto ético-político, tem três pilares fundamentais: o código de ética de 1993,
a lei que regulamenta a profissão e as diretrizes curriculares da ABEPSS.

ÉTICA
0S

P Concorda comigo que antes de discutir código de ética^ precisamos falar sobre ética?
#sn Então, ética é uma construção histórica da humanidade, ela tem relação direta com a VIDA
m HUMANA, ou seja, com o respeito desta. Ou seja, trata da capacidade humana de discernir
sobre seus atos e valores, assim, quando falamos de ética, falamos de uma ação universal,
* que envolve não só o indivíduo, mas todo o coletivo.
v Assim, ética não pode ser confundido com uma prescrição de comportamentos, mas
P* uma reflexão e direcionamento sobre os mesmos. Para a ética interessa saber, "quais os
P melhores princípios, o melhor objetivo a seguir". (BESSON; GUAY, 2000, p. 49). Conforme
m Barroco (2009, p. 20) WA ética - entedida como modo de ser socialmente determinado - têm
_ sua gênese no processo de autoconstrução do ser social", e por isso, está repleta de história
e razão, e por isso, contextualizada na construção social humana.

n CÓDIGOS DE ÉTICAS

(^ Um código de ética é um conjunto de normas e valores, que também está embasado


<» teoricamente.

/53P*

Serviço Social para Concursos

0S\
(9\

/%

Porque temos um código de ética? Bem, as profissões liberais (médicos, advogados etc)
possuem códigos porque lidam com a vida e têm motivos humanísticos, isto é, extrapolam ^
o corporativismo, pois sua função social lida com a vida humana, e não com máquinas, ^
carros, parafusos etc. Assim, a necessidade de um código de conduta coletivo, para -^
normatizar o exercício da profissão, indo além de "vontades individuais" e buscando a ^
unidade de um "sujeito coletivo", no caso, a profissão.
OCE se organiza em torno de um conjunto deprincípios, deveres, direitos e proibições ^
que orientam o comportamento ético profissional, oferecem parâmetros para a ação
cotidiana e definem suas finalidades ético-políticas, circunscrevendo a ética profissional
no interior do projeto ético-político e em sua relação com a sociedade a história. ^
(CFESS, 2012, p. 53). <*)

Como abarcamos no tópico sobre os fundamentos históricos e teóricos-metodológicos da ^


profissão, na década de 1970/80, o serviço social brasileiro passa por inúmeras mudanças "^
nas suas bases, principalmente noque tange o rompimento com o conservadorismo e adesão m^
ao pensamento crítico. Esse processo também reflete no nosso marco legal. ^
Ao longo desses 81 anos de profissão, contando com o atual, já tivemos cinco códigos ^
de ética:

• 1947, baseado na perspectiva ainda doutrinária e conservadora; a


• 1965, mesmo conservador, busca uma modernização;
• 1975, acontece quando já se inicia a luta pela democracia, e está nos marcos da
reatualização do conservadorismo. ^
• 1986, o primeiro código a romper com a neutralidade e o conservadorismo, um **)
grande avanço no que tange a ética profissional e a defesa dos direitos sociais. <^
• 1993, uma atualização do de 1986, conforme veremos no próximo tópico. ^

CÓDIGO DE ÉTICA DE 1993

O nosso atual código é o de 1993, mas ele não é o primeiro a romper com o
conservadorismo. O código de ética de 1986 foi um marco nesse sentido, inovando em vários
aspectos, principalmente porque esta negou a "ética da neutralidade". Com a Constituição
Federal de 1988 e os avanços ocorridos no marco legal da seguridade social, foi necessário
uma atualização e maior explicitação da instrumentalização na prática do assistente social,
disso resultou o de CE de 1993.

O nosso CE ATUAL está instituído pela resolução 273 de 1993 do Conselho Federal de
Serviço Social, e sua base teórica está ancorada na nas bases do pensamento social de Marx,
e por isso possui um caráter ontológico, isto é, com visão do ser social, este fundado pelo
trabalho e que busca a emancipação humana.

PRINCÍPIOS

Página 41 de 307
O código possui onze princípios .ih fundamentais, entre eles, é
central o valor ético da liberdade/democracia. [^J
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos
sociais;
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes
trabalhadoras;
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da
participação política e da riqueza socialmente produzida;
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais,
bem como sua gestão democrática;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão
das diferenças; Código de Ética Princípios Fundamentais
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante
aprimoramento intelectual;
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma
nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem
dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação
sexual, identidade de gênero, idade e condição física

O CONJUNTO CFESS/CRESS

O CE traz sobre as responsabilidades e competências dos nossos conselhos da profissão,


principalmente o CFESS (Conselho federal), a este compete, entre outras, zelar pelos
princípios do código e funcionar como Tribunal Superior de Ética, visto que o CRESS
(Conselho Regional) julgará em primeira instância.
9
DIREITOS, DEVERES E VEDAÇÕES

JVI O código de ética traz entre outras normativas, três campos fundamentais:
DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES/VEDAÇÕES, sejam estes em relação
cfessÍ a Prática e responsabilidade em geral da profissão, seja em relação a outros
de^rÍÍçS^Ií: profissionais, às instituições, aos usuários etc.

9
Serviço Social para Concursos

#
<^iv

Exemplos disto:
Direitos: sigilo, livre exercício, desagravo público etc
Deveres: denunciar as irregularidades, executar o exercício profissional com /^
eficiência/efetividade, pagamento da anuidade etc
Vedações: condutas antiéticas, exercício ilegal da profissão etc. ^

Da relação com os usuários (Artigo 5o e 6o), traz por exemplo que o AS deve garantir ^
a plena informação, garantir para a viabilização da participação efetivas destes, criar ^
mecanismos para desburocratizar a relação com estes etc. E traz que é vedado exercer ^
autoridade sobre estes com vista a limitar ou cercear o direito dos/as usuários/as entre
outros. 5

Da relação com as instituições empregadoras e outras (Artigo 7o, 8o e 9°), é direito


do AS dispor de condições de trabalho condignas etc. É dever do profissional denunciar "^
regulamentos, normas e programas da instituição que firam o CE, contribuir para a alteração ^
da correlação de forças, apoiando as demandas legítimas dos usuários etc. E traz que é ^
vedado emprestar seu nome e registro a firmas, organizações ou empresas para simulação /^v
do exercício efetivo do SS, entre outros.
Da relação com Assistentes Sociais e outros/as profissionais (Artigo 10° e 11°), é /^k
dever do AS incentivar sempre que possível a prática interdisciplinar etc. É vedado ser
conivente com falhas éticas de acordo com os princípios do CE e com erros técnicos ^
praticados por AS e qualquer outro/a profissional, entre outros. ^
Da relação com Entidades da categoria e demais organizações da sociedade civil ^
(Artigo 12° e 13°), constitui direito do profissional, entre outros, participar de sociedades ^
científicas e em entidades representativas e deorganizações da categoria. Édever denunciar ^
ao CRESS as instituições públicas ou privadas, onde as condições de trabalho não sejam
dignas ou possam prejudicar os/as usuários/as ou profissionais.

SI
CUIDADO COM A PEGADINHA

Écomum as provas cobrarem de você o que é dever, direito ou vedado em 0


relação com os usuários, entidades, outros profissionais. Comumente trocam . . ^
para confundir ocandidato. sigilo ^
Ex: colocam algo queé DEVER na relação com o USUÁRIO, como se fosse um ^
DEVER COM RELAÇÃO A EMPRESAS. Assim, sempre reflita através de uma
lógica se a assertiva está conforme o Código de Ética. ^
Pqj^nto, muita leitura e atenção!

profissional, a meu ver, é um dos pontos de destaque do código e também mais polêmico.
Este é um DIREITO do AS de mantê-lo. Assim, é vedado revelar sigilo profissional,
mesmo para membros da equipe de trabalho multidisciplinar, e a troca de informações deve f$\

ocorrer dentro do estritamente necessário. O objetivo do sigilo é manter a relação ética e de


confiança entre profissão e usuário, a fim, claro, da proteção do mesmo.

Página 43 de 307
Porém, há exceção. O artigo 18, traz que é admissível a quebra de sigilo quando em
casos de gravidade possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses
do/a usuário/a, de terceiros/as e da coletividade, e ainda dentro do estritamente necessário.

DA RELAÇÃO COM A JUSTIÇA


Este ponto tem relação com o sigilo, os artigos 19 e 20 trazem, entre outros, que se
chamado a comparecer, deve dizer a autoridade que está obrigado a guardar sigilo, e é
vedado depor como testemunha, mesmo quando autorizado.
Mas atenção, ele pode atuar como PERITO. Perito neste caso tem um conhecimento
especializado, técnico... e não está envolvido no atendimento da situação.

DAS PENALIDADES e\i


Entre outras resoluções, uma das mais cobradas são as penalidades em caso de infração.
Estas penalidades obedecem à seguinte ordem hierárquica:

Multa

Advertência reservada

Advertência pública
Suspensão do exercício profissional
Cassação do registro profissional

Assim, logicamente, não se pode suspender o exercício sem multa, advertência reservada
e advertência pública antes. De uma forma didática para compreender esta hierarquia, basta
decorar o macete MAASC.

TOME NOTA
s Vale lembrar o seguinte: cabe ao Conselho Regional de Ser-viçcJ ciai (CRESS)
fiscalizar e julgar em primeira instância.
S A última edição do Código é a 10a.
V A última mudança do CE/93 ocorreu em 2011, com a incorporação das novas
regras ortográficas da língua portuguesa, com o reconhecimento da linguagem
de gênero, utilizando a linguagem masculina e feminina, exemplo: usuários/as.
s Em 2011 também ocorreu a troca do termo opção sexual por orientação sexual,
visto que o entendimento sobre a questão é que esta não é uma escolha, mas
uma construção social.

Serviço Social para Concursos


LEI DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO - 8.662/93
f

A lei de regulamentação (8.662, de junho de 1993) é também um documento bastante


importante e necessário, entre outros, os elementos mais necessários são as competências
profissionais e as atribuições privativas.
A legislação traz quem pode exercer de fato e direito a profissão, que são aqueles que
cursaram serviço social em uma instituição de nível superior reconhecida pelo MEC (ou
revalidaram o diploma por exemplo), e bem como devem possuir registro no Conselho
Regional de sua jurisdição de atuação, exemplo: se você tem seu registro na Paraíba mas
atua em Minas Gerais, isso é considerado exercício irregular, você precisa de uma segunda
inscrição ou a transferência de fato.

No que tange aos pontos mais importantes, a LR traz dez competências profissionais
(artigo 4o) e treze atribuições privativas (artigo 5o).
O macete e a forma melhor de compreender e diferencias as competências das atribuições
é tendo claro que as competências são as funções que competem de forma geral, ou seja,
cabe também a outros profissionais. Já as atribuições privativas são competências exclusivas
ao Assistente Social, ou seja, atribuições em matéria do Serviço Social.

Art. 4o Constituem competências do Assistente Social:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da


administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do
âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à
população;

IV- (Vetado);

V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar


recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da
realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta,
empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II
deste artigo;

IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas


sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de
Serviço Social;

Página 45 de 307
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços
sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades.

Art. 5o Constituem atribuições privativas do Assistente Social:


I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos,
programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas
privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-
graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso
de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e
pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço
Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de
concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos
conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos
de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e
entidades representativas da categoria profissional.

(f!\

M\
A CUIDADO COM A PEGADINHA

Existe uma competência que é bem parecida com uma atribuição e


^ comumente as bancas utilizam desta similaridade para confundir o
P candidato. A diferença é que competências, Serviços Sociais está no
f^ plural.
P Competência: X - planejamento, organização e administração de
p Serviço S Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social.
/•> A*r!l»iii«a<»i TT _ nlanaiar Awiannar o o/lmin!pfrai< r\»

0^H
Na LR, o artigo 5o A, inclui as modificações da lei 12.317/10 que institui a CH de 30 horas
para o/a Assistente Social.

A LR também modificou os nomes dos nossos Conselhos de fiscalização, de Conselho


Federal e Regional de Assistentes Sociais (CFAS/CRAS), passou a ser chamado de Conselho
Federal e Regional de Serviço Social. (CRESS/CFESS)
No tocante às funções do conjunto CFESS/CRESS, algumas informações relevantes:
O CFESS funcionará como Tribunal Superior de Ética profissional, trata-se uma autarquia
federal e tem sede e foro em Brasília.

Os CRESS possuem independência financeira (mas prestam contas ao Tribunal de Contas),


e é responsável por fiscalizar o exercício profissional, e por isso julga em Io instância o
processo administrativo, sendo assim, também é o responsável por aplicar sanções.

•^ TOME NOTA:
* A multa aplicada em caso de infração pode variar de uma a cinco vezes o valor da
anuidade.

v Em 2010 foi promulgada a lei das 30 horas semanais para o/a Assistente Social sem
redução salarial e incorporado a lei de regulamentação da profissão.

RESOLUÇÕES DO CFESS
V
Além do código de ética (que é uma resolução também, vale lembrar) e a Lei que
regulamenta a profissão, cada vez mais as bancas tem cobrado as resoluções do Conselho
Federal, listamos aqui a mais importantes que você precisa conferir.
RESOLUÇÃO 493/2006, Dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício
profissional do assistente social. Traz que é condição essencial, portanto obrigatória, para a
realização e execução de qualquer atendimento ao usuário do Serviço Social a existência de
espaço físico, com, por exemplo:
a- iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno;
b- recursos que garantam a privacidade do usuário;
c- ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas

Página 47 de 307
d- espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda de material técnico
de caráter reservado.

E um dado bem importante: O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito
com portas fechadas, de forma a garantir o sigilo.

RESOLUÇÃO 512/2007, reformula e estabelece as normas gerais para o exercício da


FISCALIZAÇÃO Profissional. Estabelece os integrantes da COFI - Comissão de Orientação e
Fiscalização, que é formada por no mínimo três membros: um conselheiros, agentes fiscais
e assistentes sociais inscritos no CRESS, em pleno gozo de seus direitos, a convite da direção
do CRESS. Além da COFI, traz os eixos, objetivos e diretrizes da política nacional de
fiscalização.

RESOLUÇÃO 533/2008, que regulamenta a SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO no Serviço


Social. Traz, entre outros, que a definição do número de estagiários a serem supervisionados
deve levar em conta a carga horária do supervisor de campo, as peculiaridades do campo de
estágio e a complexidade das atividades profissionais, sendo que o limite máximo não deverá
exceder 1 (um) estagiário para cada 10 (dez) horas semanais de trabalho.

RESOLUÇÃO 556/2009, regulamenta os procedimentos para efeito da Lacração do Material


Técnico e Material Técnico-Sigiloso do Serviço Social. Entre outros, traz que em caso de
demissão ou exoneração, o assistente social deverá repassar todo o material técnico, sigiloso
ou não, ao AS que vier a substituí-lo. Na impossibilidade de fazê-lo, o material deverá ser
lacrado na presença de um representante ou fiscal do CRESS, para somente vir a ser utilizado
pelo assistente social substituto, quando será rompido o lacre, também na presença de um
representante do CRESS.

RESOLUÇÃO 557/2009, dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas


conjuntos entre o assistente social e outros profissionais. Traz que o profissional deve sempre
que possível integral equipe multiprofissionais, mas deverá garantir a especificidade de sua
área de atuação. Assim, deverá emitir sua opinião técnica somente sobre o que é de sua
área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado e autorizado a exercer.

RESOLUÇÃO 559/2009, dispõe sobre a atuação do Assistente Social, inclusive na


qualidade de perito judicial ou assistente técnico, quando convocado a prestar depoimento
como testemunha, pela autoridade competente.
Mas, ressaltamos que essa resolução está suspensa por ordem judicial, mas mesmo assim
algumas bancas cobram.
9
Confira as legislações e resoluções deste ponto no site do Conselho Federal
de Serviço Social - CFESS. <www.cfess.org.br>

9
Serviço Social para Concursos

9
9
9
0!^
(9\

/9\

f^h

S$h

PROJETO ETICO-POLITICO

/^

O projeto Ético-político trata-se de uma temática bastante relevante em provas de ^


concurso. Este projeto não se trata de um livro, ou algo físico, mas trata-se nos termos de
José Paulo Netto da auto-imagem da profissão. Conforme o autor: ^
"Os projetos profissionais apresentam a auto-imagem de uma profissão, elegem os ^
valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, ^%
formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, ^
prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases
das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as ^
organizações e instituições sociais privadas e públicas (inclusive o Estado, a que cabe **
o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais)." (NETTO, 1999)

Assim, quando falamos do projeto ético-político do serviço social, é preciso destacar que
este está vinculado a um projeto de transformação da sociedade, afinal ele tem uma ^
dimensão política. Assim um projeto profissional sempre estará vinculado a um projeto ^
societário, no caso da nossa profissão, a um projeto de sociedade livre, justa e igualitária. ^

/nos

*m
O PEP do Serviço Social, enquanto estrutura dinâmica, ^
construído coletivamente pela categoria, tem expressão ^
em uma cultura profissional caracterizada por: ^
s Uma autoimagem profissional ^
V Valores e normas ^
s Requisitos teóricos e técnico-interventivos /%
s Pela relação com os usuários, outros profissionais e
instituições públicas e privadas ^

O projeto ético-político profissional "supõe uma formação generalista, sólida, pautada pela ^
crítica social e pela competência teórico-metodológica e operativa orientada pelas Diretrizes ^
Curriculares, pela teleologia do Código de Ética Profissional e pela Lei de Regulamentação da **
Profissão" (YAZBEK; SILVA, 2005, p. 37).

Podemos dizer que os três pilares fundamentais do PEPSS são: ^


1. Código de Ética de 1993 ^
2. Lei de Regulamentação da Profissão de 1993 ^
3. Diretrizes Curriculares da ABPESS de 1996. ^

Página 49 de 307
Assim, o projeto ético-político foi construído no contexto histórico desde a década de 1970,
e é fruto assim do movimento de reconceituação e tem como característica a recusa do
conservadorismo.

O projeto ético-político profissional, assim, integra valores, escolhas teóricas e


interventivas, ideológicas, políticas, éticas, normatizações acerca de direitos e deveres,
recursos político-organizativos, processos de debate, investigações e sobretudo interlocuçao
crítica com o movimento da sociedade na qual a profissão é parte e expressão.
A direção social que orienta este projeto de profissão tem como referência a relação
orgânica com o projeto das classes subalternas e tem como valor central o reconhecimento
da liberdade.

Conforme Teixeira e Braz (2009, p. 190 ss), os elementos constitutivos podem ser
sistematizados da seguinte forma:
a) Explicitação de princípios e valores éticos-políticos;
Ex: defesa da liberdade, de uma sociedade igualitária...
b) Matriz teórico-metodológica em que se ancora;
Ex: de forma hegemônica à teoria social de Marx
c) Crítica radical à ordem social vigente - do capital - que produz e reproduz
miséria para a maioria e riqueza para uma minoria;
Ex: por isso defende um novo projeto societário, sem desigualdade
d) Lutas e posicionamentos políticos da categoria em aliança com os setores
progressistas da sociedade brasileira.
Ex: refere-se a aliança com setores para alcançar os objetivos emanados no código.

Além disso, esses elementos têm em sua base componentes que lhe dão materialidade,
segundo os autores acima citados, são eles:
a) A produção de conhecimentos do Serviço Social, onde se expressam a pesquisa
e a reflexão sobre a profissão, que devem plasmar a busca por um novo projeto
societal, visto que não existe neutralidade na ciência
b) As instâncias político-organizativas da profissão, através de seus fóruns e
entidades, como por exemplo o conjunto CFESS/CRESS, a ABEPSS e a ENESSO, onde
os compromissos são reafirmados na defesa da democracia.
c) A dimensão jurídico-política da profissão, ou seja, o arcabouço legal e
institucional, que envolve leis, resoluções, documentos etc... Nesse componente ainda
há duas esferas: o arcabouço propriamente dito da profissão, e também as conquistas
plasmadas na Constituição Cidadã de 1988.

Os autores concluem:

"É a partir e por meio desses componentes que se materializam os elementos


constitutivos do PEPSS. Isso nos possibilita afirmar que são esses componentes que
permitem - junto a tantos outros fatores que incidem sobre o universo profissional - a
efetivação histórico-concreta dos quatro elementos supracitados, uma vez que são eles
os instrumentos que viabilizam o PEPSS na realidade objetiva, supondo-a para além
das ações profissionais isoladas, ainda que possam envolvê-las também, e tomando o

Serviço Sodal para Concursos


projeto ético-político como, mais uma vez, uma projeção coletiva dos assistentes
sociais.". (TEIXEIRA; BRAZ, 2009, p. 192)

Mas, é importante frisar, esses elementos e componentes não garante e não quer dizer
que o PEPSS se efetive integralmente na realidade. Afinal este é um PROJETO, ou seja, um
"norte", uma "defesa". A realidade objetiva é diferente do plano subjetivo, principalmente ^
quando se trata de um projeto que defende a liberdade, a transformação social na contramão "^
da sociedade do capital, ordem vigente. ^
Conforme Prates e Aguinsky (2012): ^
"No caso do Serviço Social, o projeto ético-político se orienta por valores ^
diametralmente opostos [ao capitalismo], por uma nova forma de sociabilidade, mais ^
justa, menos desigual, onde não haja exploração e subjugação, onde haja respeito à ^
diversidade e o conjunto dos sujeitos independentemente de etnia, sexo, faixa etária, A
orientação sexual, sejam reconhecidos, valorizados e tenham acesso aos bens materiais
e simbólicos produzidos socialmente." ^

Referências:

NETTO, José Paulo. A construção do Projeto Ético-político do Serviço Social. Disponível ^


em: < http://www.cpihts.com/PDF03/jose%20paulo%20netto.pdf> _

PRATES, J. C; AGUINSKY, B. G. A materialização do projeto ético-político do Serviço Social ^


em tempos de capitalismo financeiro. In: Textos &Contextos (Porto Alegre), v. 11, n. 1, ^
p. 01 - 07, jan./jul. 2012

^\
TEIXEIRA, J. B; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. In: CFESS/ABEPSS
(Org.)- Serviço social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: ^
CFESS/ABEPSS, 2009. ^
/%!&

YAZBEK, Maria Carmelita ; SILVA, Maria Ozanira da S. e. Das origens à atualidade da


profissão: a construção da pós-graduação em Serviço Social no Brasil. In: CARVALHO, Denise
B. B. de; SILVA, Maria Ozanira da Silva e (Org.). Serviço Social, pós-graduação e
produção de conhecimentos no Brasil. Sâo Paulo: Cortez, 2005.

Página 51 de 307
QUESTÕES

1. (CESPE/INSS/2016) As alterações realizadas no atual Código de Ética do Assistente Social


reafirmam princípios e valores do projeto ético-político ao reconhecer a linguagem de gênero
e adotar em todo o texto, simultaneamente, as formas masculina e feminina, além de
substituir o termo opção sexual por orientação sexual.

2. (FCC/TRT-11/2017) Conforme Gramsci (1978), "uma massa humana não se distingue e


não se torna independente por si, sem organizar-se [...]'. A partir dessa citação e
considerando que o Assistente Social em seu ambiente de trabalho mantém vínculo com
outros trabalhadores, seu posicionamento profissional, pautado no atual Código de Ética,
deverá ser direcionado para
(A) a produção e socialização de conhecimentos, a fim de contribuir para o fortalecimento
de sujeitos coletivos capazes de criar mecanismos de luta e participação na construção da
9
hegemonia da classe trabalhadora.

(B) o investimento de projetos que visem a organização dos trabalhadores para o


desenvolvimento de novos comportamentos, o que corresponde a um "aculturamento",
disseminando, assim, os valores adequados às exigências da instituição e da conjuntura
atual do país.
(C) a elaboração de estratégias de organização dos trabalhadores, objetivando assegurar
o engajamento integral destes no cumprimento das metas estabelecidas pela instituição,
evitando possíveis questionamentos e conseqüente diminuição e supressão de possíveis
conflitos no local de trabalho.

(D) o desenvolvimento de propostas de organização dos trabalhadores, no espaço de


trabalho, com objetivo de fortalecer a relação de subordinação e subalternidade existente,
e promovendo, para além do ambiente de trabalho, ações que alcancem e interfiram
9 positivamente na vida particular em relação à família e comunidade, para que os possíveis
problemas pessoais não interfiram no processo de trabalho.

(E) a intensificação de aplicação de metodologias e o uso de instrumentos profissionais


que contribuam com a organização dos trabalhadores de modo a exercer o controle e a
disciplina sobre os mesmos e a conseqüente satisfação na relação instituição/trabalho.

3. (VUNESP/UNIFESP/2014) O Código de Ética do Assistente Social se organiza em torno de


um conjunto de princípios, deveres, direitos e proibições que orientam o comportamento
ético profissional, oferecem parâmetros para a ação cotidiana e definem suas finalidades
+
ético-políticas, circunscrevendo a ética profissional no interior do projeto ético-político e em
* sua relação com a sociedade e a história. Em se tratando das relações com as instituições
empregadoras e outras, constitui direito do Assistente Social, dentre aqueles definidos pelo
artigo 7.° do referido Código:
9
9
9
Serviço Social para Concursos

9
r
t
(®^

(A) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões
institucionais. ^
(B) defender as prerrogativas e a qualidade técnica e ideológica do exercício profissional
competente. ^
(C) participar na elaboração e no gerenciamento de políticas sociais, e na formulação e
/SSk
implementação de programas sociais.
(D) pronunciar-se em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos
de interesse da profissão. ^
(E) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou privada, de forma
a garantir a qualidade do exercício profissional. ^

4. Ao tratar das relações do/a Assistente Social com a Justiça, o artigo 19 do Código de Ética
prevêcomodever do/ assistente social o comparecimento perante a autoridade competente, ^
quando intimado/a a prestar depoimento, para declarar que ^
(A) somente o fará diante da presença de um fiscal do CRESS. ^
(B) dispõe-se a contribuir com a justiça revelando o sigilo, sem limites. ^
(C) aceita revelar o sigilo em nome do seu dever moral.
(D) poderá testemunhar sobre situação sigilosa, ainda que não autorizado.
(E) está obrigado/a a guardar sigilo profissional

5. (VUNESP/ PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/ 2016) Dada a complexidade do mundo ^
moderno, a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas ^
competências são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação
de áreas de atuação que incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e
consultoria a órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras ^
entidades, em matéria de Serviço Social, de acordo com o artigo 5o , III, da Lei no 8.662/93, ^
constitui-se em ^
(A) dever profissional. m^
(B) uma metodologia qualificada. ^
(C) atividade compartilhada. ^
(D) opção profissional. ^
(E) atribuição privativa do Assistente Social.

6. De acordo com a Lei no8.662/1993, assinale a alternativa correta. ^


(A) O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) será mantido por contribuições ^)
arrecadadas pelos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), mas nunca por doações ^
e legados.
(B) As delegacias seccionais contarão com dois membros efetivos: um delegado e um
tesoureiro.

Página 53 de 307
(C) O CFESS/CRESS terão legitimidade para agir somente contra os (as) assistentes sociais
que infringirem as disposições legais do regulamento profissional.
(D) O CFESS terá foro em qualquer estado brasileiro.
(E) Somente os (as) estudantes de serviço social, sob supervisão direta de assistente social
em pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar estágio de serviço social.

7. (QUADRIX/CRESS-PR/2015) A Resolução n° 556/2009 do Conselho Federal de Serviço


Social apresenta o material técnico sigiloso como toda documentação produzida, que pela
natureza de seu conteúdo, deva ser de conhecimento restrito e, portanto, requeira medidas
especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação. De acordo com essa Resolução, em
caso de extinção do Serviço Social da instituição, o material técnico-sigiloso poderá:
(A) ser lacrado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que também
procederá à entrega do material ao CRESS.
(B) ser lacrado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que também
procederá à entrega do material à instituição.
(C) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que
também procederá à imediata comunicação, por escrito, ao CRESS.
(D) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que
também procederá à imediata comunicação, por escrito, à instituição.
(E) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, sem
obrigatoriedade de realizar imediata comunicação à instituição e/ou ao CRESS.

8. (TRF-2/CONSULPLAN/2017) Na transição das décadas de 1970 e 1980, a categoria


profissional, por meio de suas organizações, inicia o processo de construção do projeto ético-
político profissional hegemônico na contemporaneidade. Constituem elementos do projeto
ético-político do Serviço Social, EXCETO:
A) Os princípios e valores ético-políticos contidos no Código de Ética de 1993.
B) A crítica radical à ordem vigente que produz e reproduz as desigualdades sociais.
C) As matrizes teórico-metodológicas fundamentadas na perspectiva histórico-crítica e na
perspectiva pós-modema.
D) As lutas e os posicionamentos políticos acumulados pela categoria através de suas
formas coletivas de organização política em aliança com os setores mais progressistas da
sociedade brasileira.

9. (CESPE/INSS/2016) A precarizaçao das condições de trabalho e da formação profissional,


a ausência de preparo técnico e teórico e a fragilização de uma consciência crítica e política
são elementos que propiciam o incremento das idéias conservadoras, impondo desafios ao
projeto ético-político da profissão.

Serviço Social para Concursos

0$s
10. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Conforme lamamoto (2008), o Projeto Ético-Político
Profissional do Serviço Social realiza-se em diferentes dimensões do universo da profissão;
analise-as.

I. Em seus instrumentos legais e nas requisições institucionais.


II. Nas expressões e manifestações coletivas da categoria e nos seus instrumentos legais.
III. No trabalho profissional desenvolvido nos diferentes espaços ocupacionais e no ensino
universitário.

IV. Nas articulações com outras entidades de Serviço Social e com outras categoriais
profissionais e movimentos sociais organizados e no marco legal das políticas sociais.
Estão corretas apenas as afirmativas
A) I e III. B) II e III.
C) I e IV. D) II e IV.

(CESPE/STM/2018) Com base no projeto ético-político do serviço social, na Lei de


Regulamentação da Profissão (Lei n.° 8.662/1993) e no Código de Ética do(a)
Assistente Social (1993), julgue os itens a seguir.
11. A igualdade, princípio que prevê a uniformização, é um condicionante da
realização de princípios como a liberdade, justiça e solidariedade.
12. OCódigo de Ética do(a) Assistente Social nega valores historicamente presentes
em uma sociedade capitalista, a exemplo da competitividade.
13. O alcance na atualidade, em sua totalidade, dos princípios e valores que
alicerçam o projeto ético-político do serviço social representa uma conquista da
categoria profissional.
14. O processo de construção do projeto ético-político do serviço social é contínuo e
edificado sobre os pilares de realidades contraditórias.

GABARITO:

1. C 2. A 3. E 4. E 5. E

6. E 7. C 8. C 9. C 10. B

11. E 12. C 13. E 14. C

t f NÚMERO DE ACERTOS: í fCfc ÚMERO DE ERROS:

Página 55 de 307
= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/INSS/2016) As alterações realizadas no atual Código de Ética do Assistente Social


reafirmam princípios e valores do projeto ético-político ao reconhecer a linguagem de gênero
e adotar em todo o texto, simultaneamente, as formas masculina e feminina, além de
substituir o termo opção sexual por orientação sexual.
RESPOSTA: Correto. Justificativa: essas alterações ocorreram no ano de 2011, através
da Resolução 594 do CFESS. Tiveram modificações do ponto de vista formal e de conteúdo,
com a incorporação das novas regras da língua portuguesa, a utilização da linguagem de
gênero (masculino e feminino) e também a modificação da nomenclatura opção sexual
por orientação. Essas mudanças foram realizadas a partir dos resultados de discussões no
conjunto CFESS/CRESS, e você pode também conferi-las na introdução do código de ética
da edição 10.

2. (FCC/TRT-11/2017) Conforme Gramsci (1978), "uma massa humana não se distingue e


não se torna independente por si, sem organizar-se [...]'. A partir dessa citação e
considerando que o Assistente Social em seu ambiente de trabalho mantém vínculo com
outros trabalhadores, seu posicionamento profissional, pautado no atual Código de Ética,
deverá ser direcionado para
(A) a produção e socialização de conhecimentos, a fim de contribuir para o
fortalecimento de sujeitos coletivos capazes de criar mecanismos de luta e
participação na construção da hegemonia da classe trabalhadora.
(B) o investimento de projetos que visem a organização dos trabalhadores para o
desenvolvimento de novos comportamentos, o que corresponde a um "aculturamento",
disseminando, assim, os valores adequados às exigências da instituição e da conjuntura atual
do país.
Os termos comportamento e aculturamento são bastante conservadores, e ainda mais
justificam com uma adequação a ordem atual, do capital. Assim a assertiva está
completamente errada, visto que o CE vista a construção de uma nova cultura pautada
em um novo projeto societário.
áSS

(C) a elaboração de estratégias de organização dos trabalhadores, objetivando assegurar o


engajamento integral destes no cumprimento das metas estabelecidas pela instituição,
evitando possíveis questionamentos e conseqüente diminuição e supressão de possíveis
conflitos no local de trabalho.

Essa perspectiva de adequação do usuário à instituição e ao cumprimento de metas trata-


se de uma visão funcionalista, a qual o nosso atual CE recusa. Os conflitos são
inelimináveis na ordem do capital, ocupando o AS um papel na correlação de força, este
opta por um lado, faz uma escolha, e esta escolha é pela defesa de direitos dos usuários.
(D) o desenvolvimento de propostas de organização dos trabalhadores, no espaço de
trabalho, com objetivo de fortalecer a relação de subordinação e subalternídade existente, e

Serviço Social para Concursos


promovendo, para além do ambiente de trabalho, ações que alcancem e interfiram
positivamente na vida particular em relação à família e comunidade, para que os possíveis
problemas pessoais não interfiram no processo de trabalho.
O objetivo do CE não é nenhuma hipótese fortalecer a subordinação e a subalternídade.
(E) a intensificação de aplicação de metodologias e o uso de instrumentos profissionais que
contribuam com a organização dos trabalhadores de modo a exercer o controle e a disciplina
sobre os mesmos e a conseqüente satisfação na relação instituição/trabalho.
Se o CE tem como valor ético central a liberdade, não podemos exercer controle e
disciplina.

Essa questão fala, em suma, sobre a prática pedagógica do Assistente Social, ou seja,
sobre o papel deste na formação de uma nova cultura. Lembre-se que nosso código de
ética, há a defesa da liberdade, da democracia, e da construção de uma nova ordem
societária sem exploração/expropriação de classe, etnia e gênero. O nosso projeto ético-
político está pautado na transformação social a partir da emancipação humana. No sentido
da emancipação, deve atuar o AS, e assim deve contribuir a partir do seu processo de
trabalho as condições para tal.
Se quiser aprofundar essa discussão, fonte:
ABREU, Marina Maciel. Serviço Social e a organização da cultura: perfis pedagógicos
da prática profissional. São Paulo: Cortez, 2010.

3. (VUNESP/UNIFESP/2014) O Código de Ética do Assistente Social se organiza em torno de


um conjunto de princípios, deveres, direitos e proibições que orientam o comportamento
ético profissional, oferecem parâmetros para a ação cotidiana e definem suas finalidades
ético-políticas, circunscrevendo a ética profissional no interior do projeto ético-político e em
sua relação com a sociedade e a história. Em se tratando das relações com as instituições
empregadoras e outras, constitui direito do Assistente Social, dentre aqueles definidos pelo
artigo 7.° do referido Código:
(A) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões
institucionais.

Isto é um DEVER do/a AS na relação com os usuários (Cf. art 5o)


(B) defender as prerrogativas e a qualidade técnica e ideológica do exercício profissional
competente.

O CEnão traz nada sobre qualidade técnica e ideológica, mas fala na defesa da qualidade
dos serviços prestados.
(C) participar na elaboração e no gerenciamento de políticas sociais, e na formulação e
implementação de programas sociais.
Isto é um direito do/a AS, mas no que tange as responsabilidade gerais. (Cf. art 2o).
(D) pronunciar-se em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos
de interesse da profissão.
Isto é um direito do/a AS, mas no que tange as responsabilidade gerais. (Cf. art 2o).

Página 57 de 307
(E) dispor de condições de trabalho condignas, seja em entidade pública ou
privada, de forma a garantir a qualidade do exercício profissional.
(Cf. alínea a do artigo 7o)

4. (VUNESP/UNIFESP/2014) Ao tratar das relações do/a Assistente Social com a Justiça, o


artigo 19 do Código de Ética prevê como dever do/ assistente social o comparecimento
perante a autoridade competente, quando intimado/a a prestar depoimento, para declarar
que

(A) somente o fará diante da presença de um fiscal do CRESS.


Deve comparecer, e dizer que está obrigado a guardar sigilo.
(B) dispõe-se a contribuir com a justiça revelando o sigilo, sem limites.
O sigilo só poderá ser revelado dentro do estritamente necessário, e se o caso for grave
e puder prejudicar o/a usuário/a, terceiros e à coletividade. Sendo ou não fato delituoso.
(Cf. art. 17el8)
(C) aceita revelar o sigilo em nome do seu dever moral.
Art. 17° - é vedado ao assistente social revelar sigilo profissional.
(D) poderá testemunhar sobre situação sigilosa, ainda que não autorizado.
Mesmo que autorizado, não pode testemunhar. (Cf. Art. 20)
(E) está obrigado/a a guardar sigilo profissional
Art. 19° - São deveres do assistente social:

b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a prestar depoimento,


para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional nos termos deste Código e
da Legislação em vigor.

5. (VUNESP/ PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/ 2016) Dada a complexidade do mundo
moderno, a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas
competências são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação
de áreas de atuação que incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e
consultoria a órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades, em matéria de Serviço Social, de acordo com o artigo 5o, III, da Lei no 8.662/93,
constitui-se em

(A) dever profissional.


(B) uma metodologia qualificada.
(C) atividade compartilhada.
(D) opção profissional.
(E) atribuição privativa do Assistente Social.

Serviço Social para Concursos


f$k[

Justificativa: Como a questão fala em MATÉRIA de serviço social, somente o/a Assistente
Social pode prestar esse serviço social. Logo, é uma atribuição privativa. Conferir o Artigo
5° alínea III. ^

6. De acordo com a Lei no 8.662/1993, assinale a alternativa correta.


(A) O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) será mantido por contribuições
arrecadadas pelos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), mas nunca por doações
e legados. ^
Será também por doações e legados.
^
(B) As delegacias seccionais contarão com dois membros efetivos: um delegado e um
tesoureiro. ^

Art. 20 "As delegacias seccionais contarão com três membros efetivos: um Delegado, um
Secretário e um Tesoureiro, e três suplentes, eleitos dentre os Assistentes Sociais daárea ^
de sua jurisdição [...]" ^
(C) O CFESS/CRESS terão legitimidade para agir somente contra os (as) assistentes sociais ^
que infringirem as disposições legais do regulamento profissional. ^
Art. 22. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão legitimidade para agir contra ^
qualquer pessoa que infringir as disposições que digam respeito às prerrogativas, à ^
dignidade e ao prestígio da profissão de Assistente Social. ^
(D) O CFESS terá foro em qualquer estado brasileiro. ^
O CFESS tem foro e sede em BRASÍLIA. *%
(E) Somente os (as) estudantes de serviço social, sob supervisão direta de ^
assistente social em pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar ^
estágio de serviço social. ^
Conferir o artigo 14. m>

7. (QUADRIX/CRESS-PR/2015) A Resolução n° 556/2009 do Conselho Federal de Serviço ^


Social apresenta o material técnico sigiloso como toda documentação produzida, que pela ^
natureza de seu conteúdo, deva ser de conhecimento restrito e, portanto, requeira medidas m
especiais de salvaguarda parasua custódia e divulgação. De acordo com essa Resolução, em ^
caso de extinção do Serviço Social da instituição, o material técnico-sigiloso poderá:
(A) ser lacrado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que também
procederá à entrega do material ao CRESS. ^
(B) ser lacrado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que também ^
procederá à entrega do material à instituição. ^
(C) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, ^
que também procederá à imediata comunicação, por escrito, ao CRESS. ^
(D) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que ^
também procederá à imediata comunicação, por escrito, à instituição. m
(E) ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, sem m^
obrigatoriedade de realizar imediata comunicação à instituição e/ou ao CRESS. ^

Página 59 de 307
JUSTIFICATIVA: vejam que o enunciado da questão trata sobre EXTINÇÃO do SERVIÇO
SOCIAL na instituição. Logo, se não haverá mais Serviço Social na instituição, não há
sentido em LACRAR, não é? A lacração ocorre quando em um caso de demissão, não há
profissional de imediato para substituição. Assim, o material é lacrado na presença de um
representante ou fiscal do CRESS, para somente vir a ser utilizado pelo assistente social
substituto.

Em caso de EXTINÇÃO, deve ser INCINERADO e comunicado ao CRESS.


Art. 6o - Em caso de extinção do Serviço Social da instituição, o material técnico-sigiloso
poderá ser incinerado pelo profissional responsável por este serviço, até aquela data, que
também procederá a imediata comunicação, por escrito, ao CRESS.

8. (TRF-2/CONSULPLAN/2017) Na transição das décadas de 1970 e 1980, a categoria


profissional, por meio de suas organizações, inicia o processo de construção do projeto ético-
político profissional hegemônico na contemporaneidade. Constituem elementos do projeto
ético-político do Serviço Social, EXCETO:
A) Os princípios e valores ético-políticos contidos no Código de Ética de 1993.
B) A crítica radical à ordem vigente que produz e reproduz as desigualdades sociais.
C) As matrizes teórico-metodológicas fundamentadas na perspectiva histórico-
crítica e na perspectiva pós-moderna.
D) As lutas e os posicionamentos políticos acumulados pela categoria através de suas formas
coletivas de organização política em aliança com os setores mais progressistas da sociedade
brasileira.

0&\

Justificativa: Lembrem-se que falamos no texto sobre o PEPSS, colocamos os elementos


que o constituem. Sem dúvidas, a matriz fundamentada na perspectiva histórico-crítica (a
marxista) que traz a assertiva C é um desses elementos, que foi corretamente colocado na
letra B também. O que anula a assertiva é colocar a perspectiva pós-moderna junto da
marxista. São campos teóricos totalmente opostos, pois a pós-modernidade faz uma crítica
ao pensamento marxista. Logo, o nosso PEP não tem a pós-modernidade como sua matriz
teórica.

^ 9. (CESPE/INSS/2016) A precarizaçao das condições de trabalho e da formação profissional,


p\ a ausência de preparo técnico e teórico e a fragilização de uma consciência crítica e política
^ são elementos que propiciam o incremento das idéias conservadoras, impondo desafios ao
projeto ético-político da profissão.

jPi

GABARITO: Correto. Justificativa: lembrem-se que falamos no texto que o projeto é um


norte, uma busca... acontece inúmeras dificuldades para implementá-lo pelas próprias
condições objetivas do sistema capitalista, pois o PEPSS vai na contramão da ordem vigente.
Com condições precárias de trabalho, mais um processo de precarizaçao da formação
fP^S

Serviço Social para Concursos


profissional entre outros, colocam desafios para a efetivação deste. Conforme Prates e
Aguinsky:
"São muitos os desafios postos à profissão para materializá-la no tempo presente. Se por
um lado sofre-se o desmonte das políticas, a precarizaçao do mercado de trabalho e o
desemprego estrutural, tem-se a exigência de profissionais que façam frente a esses "^
processos que acirram as desigualdades, trabalhando no seu contraponto os processos ^
emancipatórios." ^

10. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Conforme lamamoto (2008), o Projeto Ético-Político


Profissional do Serviço Social realiza-se em diferentes dimensões do universo da profissão;
analise-as.
/^\

I. Em seus instrumentos legais e nas requisições institucionais.


II. Nas expressões e manifestações coletivas da categoria e nos seus instrumentos legais.
III. No trabalho profissional desenvolvido nos diferentes espaços ocupacionais e no ensino
universitário. *1
IV. Nas articulações com outras entidades de Serviço Social e com outras categoriais ^
profissionais e movimentos sociais organizados e no marco legal das políticas sociais. ^
Estão corretas apenas as afirmativas o
A) I e III. B) II e III. ^
C) I e IV. D) II e IV. ^

Justificativa: Veja o detalhe muito importante que define o que a questão quer, a questão ^
está perguntando sobre as dimensões no UNIVERSO da profissão, ou seja, o que esta ^
intimamente ligado a profissão, neste caso, são as manifestações das entidades da categoria
(CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO), nos instrumentos legais (Lei de Regulamentação da ^
Profissão, Código de Ética e demais resoluções); bem como a partir da chamada formação «^
profissional, que atua na produção de conhecimentos e na defesa de um projeto teórico. ^s

(CESPE/STM/2018) Com base no projeto ético-político do serviço social, na Lei de


Regulamentação da Profissão (Lei n.° 8.662/1993) e no Código de Ética do(a)
Assistente Social (1993), julgue os itens a seguir.
11. A igualdade, princípio que prevê a uniformização, é um condicionante da
realização de princípios como a liberdade, justiça e solidariedade.
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
A igualdade não é um dos 11 princípios presentes no nosso Código de Ética. A
liberdade sim é um valor ético, inclusive central. No mais, o código fala também de
um *Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas
sociais, bem como sua gestão democrática".

12. O Código de Ética do(a) Assistente Social nega valores historicamente presentes
em uma sociedade capitalista, a exemplo da competitividade.

Página 61 de 307
0\

0i£\ •£ f.' 1 •'-

f GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:


^ O Código de ética profissional nega a neutralidade e o tradicionalismo conservador,
P preza pela igualdade e pela democracia, esta que deve ser aprofundada e
p compreendida enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente
m produzida. Portanto, com fortes valores sociais e antimercadológicos, próprios da
cultura individualista da sociedade capitalista. Conforme a introdução do CE 1993 DE
2011, este instrumento busca fortalecer e respaldar "ações profissionais na direção
^ de um projeto em defesa dos interesses da classe trabalhadora e que se articula com
f^ outros sujeitos sociais na construção de uma sociedade anticapitalista."

^ 13. O alcance na atualidade, em sua totalidade, dos princípios e valores que


f* alicerçam o projeto ético-político do serviço social representa uma conquista da
f* categoria profissional.
f* GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
^ Não alcançamos na atualidade os princípios e valores que são base do nosso PEP,
P> isso porque a realidade capitalista vai na contramão desses princípios. Com o triunfo
pt do neoliberalismo, da cultura pós-moderna e neoconservadora, cada vez mais esses
^ princípios são colocados em xeque, como se eles fossem utópicos e não a realidade
totalmente adversa à classe trabalhadora.

4* 14. O processo de construção do projeto ético-político do serviço social é contínuo e


_ edificado sobre os pilares de realidades contraditórias.
^ GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
p Segundo José Paulo Netto, esse projeto é construído no trânsito das décadas de
m 1980 aos 1990, tem uma estrutura básica, mas pode incorporar novos elementos
e desafios. Porque trata-se de Mum projeto que também é um processo, em
^ contínuo desdobramento/7. Ou seja, ele tem um caráter aberto e inclusivo, mas
P* claro dentro dos parâmetros básicos como respeito a liberdade, a emancipação,
f* aos direitos humanos, a construção de uma nova ordem societária....

f* FONTE: NETTO, J. P. A construção do projeto ético político. In: Serviço Social e


f* saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.

0$\

Serviço Social para Concursos


DIMENSÃO INVESTIGATIVA E PESQUISA
/%

Pesquisa social; projetos de pesquisa; tipo de pesquisa.

Alguns conceitos e categorias de análises

Para discutir esse assunto tão recorrente em provas de Concursos Públicos,


utilizaremos como referência principal a professora Yolanda Guerra, para isso indicamos a
leitura da sua obra intitulada WA dimensão Investigativa no exercício profissional". A autora
supracitada é referência nas temáticas Instrumentalidade, dimensão técnico-operativa e
investigativa, então sempre que você precisar recorrer à algum desses assuntos priorize pela
leitura desta autora, pois as chances das suas obras aparecerem em questões de concursos
é bastante significativa.

Mas o que seria dimensão investigativa?


Desde meados de 1990 a atuação profissional ganha uma direção estratégica,
embasada em princípios e diretrizes que transformaram a atuação profissional dispersa em
um campo de ações teleologicamente pensadas, com base em um projeto profissional que
prima pela capacidade técnica, pela crítica teórica e por compromissos ético-políticos.
O tipo de profissional delineado neste lapso temporal determina a necessidade de um
sólido referencial teórico, um rigoroso tratamento crítico-analítico e a capacidade de
desvendar as expressões da questão social para além do que se vê.
Isso é o que chamamos de dimensão investigativa, a capacidade profissional em
atuar frente às expressões da Questão Social,
desvendando a forma como o Estado intervém
nestas expressões, o significado das ações
-_ FIQUE ATENTO!»
profissionais de maneira que estas permitam Para o fato de que foi na década
não apenas o entendimento das demandas de;1990 que a profissãaçonquista
mas a sua reconstrução crítica. seus aparatos legais vigentes até ,
Você deve estar se perguntando: mas hojehCódigo de Éticá^de 1993 ea.
como realizamos essa dimensão investigativa? 5 Lei de Regulamentação da
Quais os meios para viabilizar esse processo? Profesãortambém dáfcfija de^SB^
É aqui onde inserimos o conceito de enj^íTcónsidère estalSeeacIa conídL =2-
PESQUISA, o qual assume papel decisivo na ^enjjo de transformação para o%y~~,
intervenção profissional, nas palavras de ^S?Sv' Serviço So^ffiliv ~\ /
Guerra

A pesquisa assume, assim, um papel decisivo na conquista de um estatuto


acadêmico que possibilita aliar formação com capacitação, condições
indispensáveis tanto a uma intervenção profissional qualificada, quanto à
ampliação do patrimônio intelectual e bibliográfico da profissão, que vem
sendo produzido especialmente, mas não exclusivamente, no âmbito da pós-
graduação stricto senso.

Atente-se para o fato de que embora a Pesquisa seja desenvolvida


especialmente em âmbito acadêmico não significa que exclusividade. Nota-se uma

Página 63 de 307
2018

significativa expansão da pesquisa nos últimos anos em todas os campos profissionais.


Então, se em alguma questão você se deparar com "exclusividade da Pesquisa em âmbito
acadêmico", já sabe o que marcar não é?l Fique atento!!!
Outra importante contribuição de Guerra se traduz no fato de que é através da
Pesquisa que a profissão adquire o ESTATUTO DE MAIORIDADE INTELECTUAL
"(...) além de possibilitar aos seus protagonistas uma contribuição efetiva às
diversas áreas de conhecimento, permite-nos conectarmos (através de
múltiplas mediações) às demandas da classe trabalhadora - precondição para
a construção de novas legitimidades profissionais."

Ou seja, é mediante o desenvolvimento da Pesquisa que nós, Assistentes Sociais,


atuamos efetivamente frente às demandas da classe trabalhadora. Deve-se considerar a
Dimensão Investigativa e a Pesquisa como parte constitutiva do exercício
profissional.

A investigação é inerente à
natureza das grandes
competências profissionais!!!

PESQUISA SOCIAL

De acordo com Guerra a Pesquisa resulta sempre em um conhecimento


PROVISÓRIO - PARCIAL - HISTÓRICO
Isso significa que a Pesquisa está sempre relacionada a um tempo histórico e um
espaço socíocultural determinado. A mesma autora ainda afirma que existem níveis e graus
de conhecimento distintos, porém, interligados. Não devemos pensar a Pesquisa como
um processo fragmentado, mas sim um processo no qual todas as fases possuem uma
ligação implícita e necessária.
Tais níveis são descritos em:

o Intuição: é o início de todo o processo


o Entendimento: é a realidade que nos aparece de maneira imediata, a aparência das
coisas,
o Razão crítico-dialética: podemos chamar de ápice do conhecimento, onde este se
^Ss
organiza em categorias analíticas. Vai além da aparência, da imediaticidade.
Analisando os fenômenos em sua totalidade.

A Pesquisa Social não é exclusiva do Serviço Social, passou a fazer parte do


cotidiano profissional no contexto do Movimento de Reconceituação, sobretudo na fase de
Intenção de Ruptura. Podemos pensar a Pesquisa como um procedimento racional e
sistemático, o qual objetiva proporcionar respostas às demandas propostas no âmbito
profissional, e ratificando: não apenas o âmbito acadêmico, mas sim em todos os espaços
sociocupacionais nos quais estão inseridos Assistentes Sociais.

Serviço Social para Concursos

ájPs
Toda Pesquisa exige um método, não se pode pensar pesquisa sem antes ter em
mente qual metodologia será utilizada, qual o referencial teórico será buscado, e sobretudo, ^
nenhuma pesquisa é neutra! m^
O conceito de Pesquisa Social segundo Minayo (2010) exemplifica bem todas as ^
características pertinentes à tal processo, vejamos ~
"Atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. ^
Embora seja uma prática teórica a pesquisa vincula pensamento e ação. É
uma apreensão e compreensão da realidade, que incluem as concepções ^
teóricas e o conjunto de técnicas definidos pelo pesquisador para alcançar /^
respostas ao objeto de estudo proposto. A pesquisa é um processo no qual o
pesquisador tem "uma atitude e uma prática teórica de constante busca que "^
define um processo intrinsecamente inacabado e permanente". ^

Ou seja, a pesquisa surge de um conhecimento superficial da realidade, mas nem toda ^


investigação pode ser considerada pesquisa. Não devemos identificar uma pesquisa como ^
mera sistematização de dados, embora este seja um passo preliminar, a pesquisa em si não
se encerra tampouco se traduz na sistematização de dados. ^

Q>
PESQUISAR significa apreender a realidade em sua ^
totalidade, ir além da imediaticidade das demandas, ^
desvendar o implícito, e tudo isso só é possível ^
mediante um método científico! ^

PROJETO DE PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL ^

Projeto de Pesquisa é a fase inicial de todo o processo. E aí onde são registrados os


objetivos, metas, decisões, metodologias. Éa fase de preparação da Pesquisa. Éimpraticável ^
pensar Pesquisa sem antes pensar em Projeto de Pesquisa. É simples: como poderemos ^
desenvolverum processocontínuo, racional e cientifico como a Pesquisasem antes sabermos ~
por onde começar, quais os meios utilizar, e sobretudo, o quê pesquisar. '
Segundo Minayo (2010) o projeto de pesquisa apresenta três dimensões, a saber: ^
o DIMENSÃO TÉCNICA: regras reconhecidas como científicas para a construção de ^
um projeto, isto é, como definir um objeto, como abordá-lo e como escolher os ^
instrumentos mais adequados para a investigação. ^

« DIMENSÃO IDEOLÓGICA: escolhas do pesquisados (negação da neutralidade) /^


o DIMENSÃO CIENTÍFICA: união das dimensões técnica e ideológica. ^

Página 65 de 307

/%®\
2018

TIPOS DE PESQUISA

• EXPLORATÓRIA
o Exploração do objeto de estudo;
o Possui a finalidade de esclarecer, desenvolver e modificar conceitos e idéias;
o Formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores;
o Envolve levantamento, pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas não
padronizadas e estudos de caso.

• DESCRITIVA
o Realiza uma descrição de determinados fenômenos da realidade;
o Utiliza técnicas padronizáveis de coleta de dados;
o Recorre aos estudos quantitativos com grande periodicidade.

. EXPLICATIVA
o Um dos tipos de pesquisas mais complexos;
o Busca entender os "porquês";
o Conhecimento aprofundado da realidade;
o Vai além do aparente;
o Busca compreender a subjetividade das relações sociais.

• QUANTITATIVA
o Expressão quantitativa da realidade social;
o Geralmente utilizada para identificar a freqüência dos fenômenos sociais;
o Não se ocupa de desvendar a dimensão subjetiva;
o Estabelece relações entre variáveis de causa e efeito;
o Apresenta grande preocupação com o rigor científico;
o Utiliza instrumentos fechados (perguntas claras e objetivas)
o Abrange grande número de entrevistados;
o Não há relação entre o sujeito e objeto;
o A abordagem quantitativa serve de base para a pesquisa qualitativa;
o Não se opõe à pesquisa qualitativa se apresenta como complementar a esta.

• QUALITATIVA
o Trabalha com a subjetividade dos fenômenos e sujeitos;
o Se ocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado;
o Trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, valores e atitudes;
o Descreve a complexidade das relações;
o Sujeito e objeto se relacionam dialeticamente;
o Estimula os entrevistados a pensarem livremente sobre os temas;
9 o Reconhece a singularidade do sujeito;
o Parte do todo para o particular.
Como vocês podem perceber a pesquisa de tipo Qualitativa é que a melhor
representa o universo cotidiano do Assistente Social, é a que melhor se adequa às
necessidades trazidas pelos usuários, por se tratar de uma pesquisa que busca ir além do
aparente. O que não significa que os demais modos de pesquisa não sejam válidos, sim, são,
mas a pesquisa qualitativa lidera no âmbito do Serviço Social.

9
9
Serviço Social para Concursos
Para realização da pesquisa Qualitativa se faz necessário uso de alguns instrumentos e
técnicas, a saber: '

o TRABALHO DE CAMPO: é uma das fases mais importantes da pesquisa. O momento -


no qual ocorre a aproximação entre o pesquisador e os pesquisados. Aqui é o momento ^
onde se realizarão as entrevistas, observação, coleta de dados em geral, etc. Vale ^
ressaltar que a pesquisa não deve se dar de maneira verticalizada, mas sim, levar em
consideração as necessidades dos sujeitos pesquisados e procurar aceitar as ^
sugestões oriundas dos grupos pesquisados. ^

o SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS: Consiste na análise e tratamento do material ^


colhido. Interpretação dos dados e articulação com a teoria. É aqui onde define-se ^
categorias, verifica-se a freqüência da constância em que cada categoria se apresenta. ^

Além de instrumentos existem também os tipos de Pesquisa Qualitativa, os quais


são: ^
o QUESTIONÁRIO: instrumento no qual perguntas objetivas ou abertas são ^
elaboradas. rm

o ENTREVISTA: este é um dos instrumentos mais utilizados, pois permite uma maior '
aproximação entre pesquisador e sujeito pesquisado. Estas podem ser: ^
o Estruturadas: perguntas pré-estabelecidas. O diálogo é conduzido de maneira ^
a na qual o sujeito pesquisado opina sobre determinado assunto;
o Semiestruturada: combina perguntas abertas e fechadas. O entrevistado tem ^
mais possibilidade de discorrer sobre o tema. ^
o Aberta: o entrevistado fala sobre o que deseja. Sem estruturação prévia.
o Focalizada: o entrevistador coloca o tema para o entrevistado e não permite ^
desvio de assunto. Objetiva-se esclarecer apenas um assunto pré- ^
determinado. _
o Proietiva: Usa-se dispositivos de imagens, sons, vídeos e pinturas a fim de que
o entrevistado discorra sobre o que vê/lê. Este tipo de pesquisa é mais utilizado ^
quando se trabalha assuntos difíceis e delicados. ^
o HISTÓRIA DE VIDA: várias entrevistas quevisam a reconstituição da vida da pessoa. ^
Pode ser complementada com outro tipo de pesquisa.

o GRUPOS FOCAIS: é a atividade na qual as falas de uns são confrontadas com as


falas de outros, em um pequeno número de pessoas, e que necessariamente possui
um interlocutor.

o ANÁLISES DE DOCUMENTOS: volta-se para trabalhos que demandam informações


presentes em leis, relatórios, ofícios, etc.

Finalmente, estes são os principais assuntos relacionados à dimensão investigativa e


pesquisa social cobrados nas provas de Concursos Públicos, estatisticamente falando, 90%
das questões versam sobre os tipos de Pesquisa, os instrumentais utilizados, os tipos de
entrevista, enfim, mas como sempre orientamos, se faz necessário, para um maior
entendimento, a leitura das autoras mencionadas no decorrer do conteúdo. O assunto é
bastante denso e complexo, e embora este material aborde de maneira dinâmica e sucinta
os principais pontos relacionados à estas temáticas, se faz necessário a leitura das
referências citadas. Não permita que seu conhecimento se limite ao plano superficial do
saber, tenha sede de conhecimento, sempre busque mais. Pois é isso que diferencia os

Página 67 de 307
0\

f* candidatos normais dos candidatos excelentes. Orientamos também que muitas questões
p sejam resolvidas, pois é através de muito treino e técnica que você conseguirá obter sua
p aprovação.
m Bons Estudos!!!
/fp\

Referência:

MINAYO, M. C. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 31.ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
2012.

f^\

QUESTÕES

^ 1) (FCC/AL-MS/2016) O cotidiano profissional do Assistente Social deve estar composto tanto


P* de sua dimensão interventiva, como a investigativa. Por dimensão investigativa entende-se
á*y que:

/^i a) o Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência e tão pouco produzir conhecimento.
b) a qualificação recente do Serviço Social enquanto trabalho, superando as conotações de
vocação, habilidade e arte, lhe define um limite no processo investigativo que se circunscreve
no campo da busca dos direitos sociais.
{0S
c) o Serviço Social, enquanto profissão, não dispõe de uma teoria própria, nem é uma ciência;
entretanto, os profissionais realizam pesquisas e investigações, produzindo conhecimentos
f* de natureza teórica, inseridos no âmbito das ciências sociais e humanas.
m d) o processo investigativo do Assistente Social tem relevância quando está associado ao campo
~ da pesquisa qualitativa e definida pelo seu campo de intervenção do pesquisador/assistente
social, pois não está no âmbito do Serviço Social produzir conhecimento para além da sua
* capacidade interventiva.
f* e) a produção de conhecimento do Serviço Social reconhecidamente nacional e
m internacionalmente tem seu elo no campo das metodologias interventivas, sobretudo aquelas
que se referem aos campos vinculados às políticas públicas governamentais.

f* 2) (CESPE/STD/2015) No que diz respeito a fundamentos, instrumentos e técnicas de pesquisa


f* social, julgue o item subsequente.
-^ Na investigação social, a criatividade do pesquisador corresponde a sua capacidade pessoal
de análise e de síntese teórica, bem como a seu nível de comprometimento com o objeto

0&\ ( ) CERTO ( )ERRADO

f* 3) (FCC/TRT 5a região) A ação investigativa própria do trabalho do Assistente Social deve pautar-
lp> se por
^ a) voltar totalmente ao senso comum, pois o intelectualismo fundamentado na metodologia
científica não permite avançar no conhecimento.

(p> ServiçoSocialparaConcursos

é&\
b) usar, para o caso da pesquisa social, apenas dados da realidade atual, pois o passado pode
impedir os processos de transformação da realidade atual.
c) atrelar as responsabilidades de pesquisador e intelectual ao futuro, sobretudo às contradições
que o autor reconhece como tumultos.
d) participar ativamente da realidade social e atentar para os dilemas que atingem a
coletividade, buscando um processo permanente de renovação.
e) manter vigilante sobretudo à história das políticas sociais, pois estas permitem reconstruir
as histórias individuais dos sujeitos atendidos nos serviços sociais.

4) (FCC/MPE-AL) A dimensão interventiva do trabalho profissional do assistente social deve adotar


a pesquisa como
a) necessidade de conhecer a realidade, mais voltada para sua dimensão quantitativa, uma vez
que esta pode permitir fazer generalizações e é essa a necessidade premente do profissional
no exercício da prática cotidiana.
b) ndispensável, e priorizar a pesquisa qualitativa, pois as aproximações numéricas não coadunam
com a realidade social própria do cotidiano profissional.
c) expressão da intrínseca relação entre teoria e prática, colocando-se de forma central na
formação e no cotidiano profissional.
d) um instrumento adequado ao momento do planejamento, pois em outras atividades
profissionais a pesquisa limita-se a leitura da realidade da condição de vida dos usuários e suas
famílias.
e) processo de reflexão-ação que sempre deve estar coadunado com as explicações do campo
teórico-metodológico, lançando mão de forma eclética das diferentes vertentes analíticas.

5) (FCC/TJPE/2012) O Assistente Social, ao desenvolver uma pesquisa, deve partir da


compreensão de que
a) a metodologia inclui concepções teóricas, que se traduz no conjunto de técnicas e no potencial
criativo do pesquisador.
b) a pesquisa é uma atitude e prática teórica de busca que define um processo acabado e eventual.
c) a pesquisa remete ao processo de produção do conhecimento, em que o sujeito busca confirmar
uma realidade.
d) a pesquisa envolve uma abordagem teórica que capta e apreende a complexidade e as
articulações da realidade de maneira total e completa.
e) o objeto da pesquisa são as pessoas, foco da análise que provoca a indagação, constituídas
como matéria inerte.

6) (FCC/TRT 23a região) A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças dos valores e atitudes. Um dos pressupostos que
fundamentam essa metodologia é
a) questionar o universo da intervenção humana.
b) recolher os dados da realidade empírica das estruturas.
c) trazer à tona o que os participantes pensam a respeito da pesquisa.
d) conhecer a visão do pesquisador em relação ao problema.
e) conhecer a experiência social do sujeito.

Página 69 de 307
P* 7) (CESPE/MPOG/2015) Em relação a fundamentos, instrumentos e técnicas de pesquisa social,
f\ julgue o item subsecutivo.
^ O reconhecimento da singularidade do sujeito constitui um dos pressupostos que
fundamentam o uso de metodologias qualitativas de pesquisa.
^ ( ) CERTO ( ) ERRADO
/ps

v 8) (CESPE/PF/2014) De acordo com os pressupostos da pesquisa de natureza qualitativa, segundo


P* a qual é necessário conhecer a experiência social do sujeito, e não somente suas circunstâncias
f& de vida, a realidade vivida pelo sujeito é conhecida a partir dos significados por ele atribuídos.
f* ( ) CERTO ( ) ERRADO

9) (FGV/DPE-MT/2015) Um elemento fundamental a todo projeto é a sua fundamentação teórica.


#N
Dessa forma, quando o pressuposto teórico é alimentado por uma visão de mundo dialético-
f^ crítica, ele se baseia na compreensão das refrações da "questão social" como
p\ a) produto da vontade divina.
m b) intrínseco ao modo de produção capitalista.
c) conseqüência de um comportamento individual.
P d) resultantes das ações intencionais da classe dominante
p* e) falta de capacitação ou sorte de indivíduos ou grupos que enfrentam dificuldades para
ms sobreviver.

P 10) Uma unidade de atendimento socioeducativo de semiliberdade tem a seguinte composição em


p* seu quadro técnico: 01 assistente social, 01 psicólogo e 01 pedagogo. O assistente social,
a visando elaborar o seu projeto de intervenção profissional, decide fazer uma pesquisa com os
adolescentes da referida unidade como forma de aprofundar o seu conhecimento a respeito
^ dos usuários dos serviços da instituição. Em seu projeto o assistente social opta pela
P* modalidade de pesquisa que "trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das
m aspirações, das crenças, dos valores, das atitudes" (MINAYO, 2009, p.21). A modalidade de
_ pesquisa escolhida pelo assistente social é a pesquisa:
m A) quantitativa; B) bibliográfica;
p* C) qualitativa; D) iconográfico;
p* E) descritiva.

^ 11) (FGV/TJSC/2015) Joana, assistente social recém-formada, foi contratada por uma
f* Organização Não Governamental (ONG) para elaborar e executar um projeto social. O projeto
p* tem como público-alvo pessoas com deficiência que realizam tratamento fisioterapêutico em
^ uma instituição de reabilitação. O objetivo geral do projeto que Joana deve desenvolver é:
"promover ações que contribuam para a melhora da qualidade de vida dos pacientes
P atendidos". Joana, antes de iniciar o projeto, decide realizar uma pesquisa científica a fim de
P* conhecer melhor a realidade social dos usuários que serão atendidos. Assim, ela elabora uma
m pesquisa de cunho qualitativo e utiliza como referência textos de Maria Cecília Minayo. Joana,

Serviço Social para Concursos


seguindo as orientações da referida autora, divide o seu processo de trabalho científico em
pesquisa qualitativa nas seguintes etapas: /

a) observação participante, trabalho de campo e análise documental;


b) fase exploratória, trabalho de campo, análise e tratamento do material empírico e documental;
c) ordenação dos dados, classificação dos dados e análise;
d) fase exploratória, trabalho de campo, sistematização e cruzamento de dados e publicação;
e) observação, entrevista e sistematização.

12) (FCC/TJSC/2015) No que se refere à pesquisa em Serviço Social, o desenvolvimento


de uma postura investigativa permanente é condição precípua:
a) daqueles que desejam obter financiamento de projetos;
b) para algumas áreas de atuação, a exemplo da Saúde;
c) que diz respeito à pós-graduação stricto sensu; ^
d) para poder supervisionar estudantes em estágio; ^
e) de todo o processo de formação profissional —

GABARITO:

1. C 2. C 3. D 4. C 5. A

6. C 7. C 8. C 9. B 10. C

11. B 12. E

NUMERO DE ACERTOS:
O
IVlÚMERO DE ERROS:

= | QUESTÕES COMENTADAS O

1) (FCC/AL-MS/2016) O cotidiano profissional do Assistente Social deve estar composto tanto


de sua dimensão interventiva, como a investigativa. Por dimensão investigativa entende-se
que:

a) o Serviço Social tem limites em suas ações investigativas pelo fato de não ser considerado
uma ciência e tão pouco produzir conhecimento. (ERRADA)

Página 71 de 307
P* Comentário: não é correto afirmar que o Serviço Social possua limite em suas ações
p* investigativas, tendo em vista que a dimensão investigativa é condição precípua na
mu formação profissional.

b) a qualificação recente do Serviço Social enquanto trabalho, superando as conotações de


r vocação, habilidade e arte, lhe define um limite no processo investigativo que se
f* circunscreve no campo da busca dos direitos sociais. (ERRADA)
p* Comentário: a dimensão investigativa vai além do campo pela busca de direitos sociais.

^ c) o Serviço Social, enquanto profissão, não dispõe de umateoria própria, nem é uma
ciência; entretanto, os profissionais realizam pesquisas e investigações,
produzindo conhecimentos de natureza teórica, inseridos no âmbito das ciências
P sociais e humanas. (CORRETA)
P* Comentário: Em algum momento do seu estudo você se irá se deparar com essa
^pk afirmação "o serviço social não dispõe de uma teoria nem é uma ciência" e por mais
m^ estranho que possa soar, considere como certo. Pois o Serviço Social se insere no âmbito
das ciências sociais e humanas, e não constitui uma ciência isolada.

^ d) o processo investigativo do Assistente Social tem relevância quando está associado ao


P campo da pesquisa qualitativa e definida pelo seu campo de intervenção do
(ps pesquisador/assistente social, pois não está no âmbito do Serviço Social produzir
m* conhecimento para além da sua capacidade interventiva. (ERRADA)

Comentário: o erro da alternativa está em limitar a relevância do processo investigativo


^ apenas ao campo da pesquisa qualitativa, embora esta seja o método de pesquisa mais
P* utilizado, não existe essa relação de maiorou menor relevância.

e) a produção de conhecimento do Serviço Social reconhecidamente nacional e


internacionalmente tem seu elo no campo das metodologias interventivas, sobretudo
aquelas que se referem aos campos vinculados às políticas públicas governamentais.
0h
(ERRADA)
MS

p* 2) (CESPE/STJ/2015) No que diz respeito a fundamentos, instrumentos e técnicas de pesquisa


m social, julgue o item subsequente.

Na investigação social, a criatividade do pesquisador corresponde a sua capacidade pessoal


" de análise e de síntese teórica, bem como a seu nível de comprometimento com o objeto
( X) CERTO ( ) ERRADO

ff\ Comentário: Lembra que falamos sobre a pesquisa nunca serneutra? Éexatamente no contexto
mu dessa questão que essa informação deve ser considerada. A criatividade do pesquisador e sua
' capacidade pessoal de análise são considerados durante o projeto de pesquisa, o que rompe
^ com a noção de neutralidade.

0G&\

M\

<f^ Serviço Social para Concursos


3) (FCC/TRT 5a região) A ação investigativa própria do trabalho do Assistente Social deve
pautar-se por
a) voltar totalmente ao senso comum, pois o intelectualismo fundamentado na metodologia
científica não permite avançar no conhecimento. (ERRADA)
Comentário: a ação investigativa deve se contrapor ao senso comum.
b) usar, para o caso da pesquisa social, apenas dados da realidade atual, pois o passado
pode impedir os processos de transformação da realidade atual. (ERRADA)
Comentário: A pesquisa deve ser considerada como um processo histórico e não considerar
apenas dados atuais.

c) atrelar as responsabilidades de pesquisador e intelectual ao futuro, sobretudo às


contradições que o autor reconhece como tumultos. (ERRADA)
Comentário: Alternativa completamente sem nexo.

d) participar ativamente da realidade social e atentar para os dilemas que atingem a


coletividade, buscando um processo permanente de renovação.
Comentário: Alternativa correta! A execução da dimensão investigativa requer um
processo permanente de qualificação e renovação, assim como deve-se buscar
reconhecer empiricamente as demandas sociais postas ao trabalhoprofissional.
e) manter vigilante sobretudo à história das políticas sociais, pois estas permitem reconstruir
as histórias individuais dos sujeitos atendidos nos serviços sociais. (ERRADA)
Comentário: a história dos sujeitos não se limitam à história das políticas sociais, se assim o
fosse, estaríamos negando a singularidade dos sujeitos sociais.

4) (FCC/MPE-AL) A dimensão interventiva do trabalho profissional do assistente social deve


adotar a pesquisa como
a) necessidade de conhecer a realidade, mais voltada para sua dimensão quantitativa, uma vez
que esta pode permitirfazer generalizações e é essa a necessidade premente do profissional
no exercício da prática cotidiana. (ERRADA)
Comentário: O tipo de pesquisa que permite fazergeneralizações é a pesquisa Qualitativa.
Cuidado com a semelhança das palavras!
b) Indispensável, e priorizar a pesquisa qualitativa, pois as aproximações numéricas não
coadunam com a realidade social própria do cotidiano profissional. (ERRADA)
Comentário: é umenro afirmar que as aproximações numéricas ou pesquisas quantitativas não
coadunam com a realidade social própria do cotidiano profissional, em muitos casos cabe o
uso da pesquisa quanti.

c) expressão da intrínseca relação entre teoria e prática, colocando-se de forma central na


formação e no cotidiano profissional. (CERTA)
Comentário: a pesquisa é exatamente isso ajunção da teoria e prática, como falamosna aula
não existe pesquisa sem método, da mesma forma que não é possível pensar uma pesquisa
sem ação.

d) um instrumento adequado ao momento do planejamento, pois em outras atividades


profissionais a pesquisa limita-se a leitura da realidade da condição de vida dos usuários e
suas famílias. (ERRADA)

Página 73 de 307
201S

Comentário: a pesquisa não se limita à condição de vida dos usuários e famílias, embora viva
empiricamente algumas realidades, não deve se limitar a isso.

e) processo de reflexão-ação que sempre deve estar coadunado com as explicações do campo
teórico-metodológico, lançando mão de forma eclética das diferentes vertentes
analíticas. (ERRADA)
Comentário: é preciso cautela para não confundir pluralismo com ecletismo, enquanto o
primeiro reconhece a existência de outras teorias e métodos, o segundo relaciona
indiscriminadamente o uso de várias teorias num só processo, o que acaba por deslegitimar
o processo de pesquisa.

5) (FCC/TJPE/2012) O Assistente Social, ao desenvolver uma pesquisa, deve partir da


compreensão de que
a) a metodologia inclui concepções teóricas, que se traduz no conjunto de técnicas e no
potencial criativo do pesquisador. (CERTA)
Comentário: a metodologia deve sim levar em consideração o papel criativo do pesquisador,
sua análise sobre o objeto pesquisado, sua vivência no cotidiano de trabalho.

b) a pesquisa é uma atitude e prática teórica de busca que define um processo acabado e
eventual. (ERRADA)
Comentário: a pesquisa é um processo histórico, provisório e parcial, e não um processo
acabado e eventual como traz a alternativa.

c) a pesquisa remete ao processo de produção do conhecimento, em que o sujeito busca


confirmar uma realidade. (ERRADA)
Comentário: a alternativa não está incorreta, mas sim incompleta pois a pesquisa não busca
apenas confirmaruma realidade, mas intervirnesta dada realidade.

d) a pesquisa envolve uma abordagem teórica que capta e apreende a complexidade e as


articulações da realidade de maneira total e completa. (ERRADA)
Comentário: embora a teoria social crítico-dialética exerça papel fundamental na leitura
totalizante da realidade, é impraticável pensar um projeto de pesquisa que abranja uma
realidade de maneira total e completa.

e) o objeto da pesquisa são as pessoas, foco da análise que provoca a indagação, constituídas
como matéria inerte. (ERRADA)
Comentário: não apenas as pessoas, mas também o meio social em que elas vivem.

6) (FCC/TRT 23a região) A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças dos valores e atitudes. Um dos pressupostos que
fundamentam essa metodologia é
a) questionar o universo da intervenção humana.
b) recolher os dados da realidade empírica das estruturas.
c) trazer à tona o que os participantes pensam a respeito da pesquisa. (CERTA)
Comentário: a pesquisa qualitativa invade o universo das aspirações, dos significados, e através
disso permite que os participantes se expressem sobre o que está sendo pesquisado. É uma
pesquisa aberta, subjetiva, que ultrapassa o nível aparente das coisas.
MS

P* Serviço Sodal para Concursos


0^

0&\
d) conhecer a visão do pesquisador em relação ao problema.
e) conhecer a experiência social do sujeito.

7) (CESPE/MPOG/2015) Em relação a fundamentos, instrumentos e técnicas de pesquisa social,


julgue o item subsecutivo.
O reconhecimento da singularidade do sujeito constitui um dos pressupostos que
fundamentam o uso de metodologias qualitativas de pesquisa.
(X) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: Correta! A pesquisa qualitativa parte do todo para o particular, para o singular.

8) (CESPE/PF/2014) De acordo com os pressupostos da pesquisa de natureza qualitativa,


segundo a qual é necessário conhecer a experiência social do sujeito, e não somente suas
circunstâncias de vida, a realidade vivida pelo sujeito é conhecida a partir dos significados por
ele atribuídos.

( X)CERTO ( )ERRADO
Comentário: Como já vimos em questões anteriores a pesquisa qualitativa ultrapassa o plano
superficial, abrangendo o universo das aspirações e significados.

9) (FGV/DPE-MT/2015) Um elemento fundamental a todo projeto é a sua fundamentação


teórica. Dessa forma, quando o pressuposto teórico é alimentado por uma visão de mundo
dialético-crítica, ele se baseia na compreensão das retrações da "questão sociaf como

a) produto da vontade divina. (ERRADA) ^


b) intrínseco ao modo de produção capitalista. ^
Comentário: sempre que formos pensar a Questão Social é necessário estabelecer a relação ^
intrínseca ao MPC, todas asdemais alternativas recaem sobre o sujeito, como se este fosse o ^
responsávelpela condição de vulnerabilidade que vive, enósjá sabemos que aquestão social ^
é resultante doprocesso de acumulação capitalista.

c) conseqüência de um comportamento individual. (ERRADA) ^


d) resultantes das ações intencionais da classedominante (ERRADA) ^
e) falta de capacitação ou sorte de indivíduos ou grupos que enfrentam dificuldades para ^
sobreviver. (ERRADA)

10) Uma unidade de atendimento socioeducativo de semiliberdade tem a seguinte composição


em seu quadro técnico: 01 assistente social, 01 psicólogo e 01 pedagogo. O assistente social,
visando elaborar o seu projeto de intervenção profissional, decide fazer uma pesquisa com os
adolescentes da referida unidade como forma de aprofundar o seu conhecimento a respeito
dos usuários dos serviços da instituição. Em seu projeto o assistente social opta pela

Página 75 de 307
modalidade de pesquisa que "trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das
aspirações, das crenças, dos valores, das atitudes" (MINAYO, 2009, p.21).
A modalidade de pesquisa escolhida pelo assistente social é a pesquisa:
a) Quantitativa
b) bibliográfica;
c) qualitativa;
Comentário: você deve estar achando repetitiva a quantidade de questões sobre pesquisa
qualitativa, mas não é. As bancas realmente primam pelas questões que versam sobre este
tipo de pesquisa, por ser a mais usada por nós Assistentes Sociais. Isso foi dito durante a
aula, se lembra?!

d) iconográfica;
e) descritiva.

11) (FGV/TJSC/2015) Joana, assistente social recém-formada, foi contratada por uma
Organização Não Governamental (ONG) para elaborar e executar um projeto social. O projeto
tem como público-alvo pessoas com deficiência que realizam tratamento fisioterapêutico em
uma instituição de reabilitação. O objetivo geral do projeto que Joana deve desenvolver é:
"promover ações que contribuam para a melhora da qualidade de vida dos pacientes
atendidos". Joana, antes de iniciar o projeto, decide realizar uma pesquisa científica a fim de
conhecer melhor a realidade social dos usuários que serão atendidos. Assim, ela elabora uma
pesquisa de cunho qualitativo e utiliza como referência textos de Maria Cecília Minayo. Joana,
seguindo as orientações da referida autora, divide o seu processo de trabalho científico em
pesquisa qualitativa nas seguintes etapas:
#• a) observação participante, trabalho de campo e análise documental;
b) fase exploratória, trabalho de campo, análise e tratamento do material empírico e
+
documental; (CERTA)
Comentário: a alternativa embora esteja mais detalhada, traz o que nós vimos na aula referente
aos instrumentos e técnicas da pesquisa qualitativa, os quais são trabalho de campo e
e
sistematização de dados, que o examinador preferiu chamar de análise e tratamento do material
e empírico e documental. Essa questão nos faz atentar para a necessidade de leitura das obras
indicadas no decorrer da aula, pois é através do processo de estudo denso e continuado que
você irá conhecer todos os termos e aspectos referentes à Pesquisa Social.
9 c) ordenação dos dados, classificação dos dados e análise;
9 d) fase exploratória, trabalho de campo, sistematização e cruzamento de dados e publicação;
e) observação, entrevista e sistematização.

r
12) (FCC/TJSC/2015) No que se refere à pesquisa em Serviço Social, o desenvolvimento
de uma postura investigativa permanente é condição precípua:
a) daqueles que desejam obter financiamento de projetos;
b) para algumas áreas de atuação, a exemplo da Saúde;

Serviço Social para Concursos

9
c) que diz respeito à pós-graduação stricto sensu;
d) para poder supervisionar estudantes em estágio;
e) de todo o processo de formação profissional

Comentário: Para finalizar uma questão facílíma, são essas questões que você não deve
querer que apareça na sua prova, pois se está fácil para você está fácil para a maioria dos
candidatos. Dialogamos no decorrer da aula e de outras questões já comentadas que a
postura investigativa é condição precípua de todo o processo de formação profissional,
portanto não esqueça disto.

Página 77 de 307
INSTRUMENTALIDADE E SERVIÇO SOCIAL
Dimensão ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa; entrevista e visita domiciliar;
estudo social, laudo e parecer

O que entender sobre Dimensão técnico-operativa do Serviço Social? O que são


instrumentos de intervenção? E Instrumentalidade, de que se trata? Esses são questionamentos
comuns à quem está iniciando seu processo de estudo, seja na graduação ou no mundo dos
concursos, por mais que sejam expressões rotineiras, nem sempre nos damos conta do que
realmente elas querem nos indicar.

Então, para começar vamos à algumas definições úteis sobre os temas supracitados...
Você certamente já ouviu falar sobre as três dimensões constitutivas do Serviço Social:
Dimensão ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa! Não é mesmo?! Então
vamos ao cada uma delas significa!

• A dimensão ético-política está intrinsecamente ligada ao compromisso com a direção


social do Serviço Social no Brasil. A dimensão em tela deve ser orientada pelos
preceitos do Projeto Ético Político da profissão, bem como consubstanciada no Código
de Ética vigente (o de 1993, certo?) a Lei de Regulamentação da Profissão/8.662 e
ainda nas Diretrizes Curriculares norteadoras da formação acadêmica. Você deve ter
percebido que esta dimensão se relaciona com os nossos aparatos normativos, não é
mesmo? Pois é exatamente isso. A dimensão ético-política propõe uma direção ao
trabalho desenvolvido pelo Assistente Social, direção esta que deve ser pautada pelos
princípios e prerrogativas da profissão.

• A dimensão teórico-metodológica, como o próprio nome diz está relacionada a uma


teoria e um método, redundantenão é? Mas decore isso!!! É pormeio desta dimensão
que o profissional, embasando a prática cotidiana numa teoria que dá suporte às
intervenções. Mas que teoria é essa? Você também já deve ter ouvido falar que o
Serviço Social não possui uma teoria e ciência própria, não é? E isso é verdade! O
Serviço Social ao longo do seu desenvolvimento histórico apropriou-se de diferentes
teorias (aprofundaremos esse assunto na aula sobre Fundamentos do Serviço Social,
relaxe!) Atualmente a teoria que prevalece na profissão é a teoria do MÉTODO DE
MARX! Então no que diz respeito ao método, a dialética, concebida conforme Marx,
traduz-se numa abordagem capaz de desvendar as relações múltiplas e diversificadas
dos fenômenos. É por meio desta teoria que consegue-se sair do plano da
superficialidade e analisar as retrações da questão social (objeto de estudo e trabalho
do Assistente Social) em uma totalidade. Rompendo com a pseudoconcreticidade, a
dialética reproduzi a articulação entre categorias opostas. É uma maneira dinâmica de
interpretar o mundo, os fatos históricos e econômicos. Vale salientar que a Teoria

0^

Serviço Social para Concursos


/9\

Social de Marx não é a única, tendo em vista a pluralidade presente na profissão. No


entanto, se coloca de maneira hegemônica perante a categoria profissional.

A dimensão técnico-operativa do Serviço Social consiste em instrumentos e


técnicas que usa-se nas intervenções. Estas abrangem: observação, visita domiciliar,
aplicação de questionário, realização de entrevistas, abordagem social, entre outros,
ou seja, são os meios concretos pelos quais desenvolve-se o trabalho do Assistente
Social. Segundo, Mioto, podemos considerar também a dimensão técnico-operativa
como "o espaço de trânsito entreo projeto profissionale as formulações de respostas
inovadoras às demandas que se impõem no cotidiano dos Assistentes Sociais."

A
Agora preste bem atenção!!! As três dimensões que conformam o
Serviço Social NÃO DEVEM SER PENSADAS
SEPARADAMENTE! As dimensões não podem ser pensadas de
maneira fixa e autônoma, pois estas estão em constante processo
de interligação. É impraticável pensaruma atuação pautada em
apenas uma direção. É o conjunto articulado das três dimensões
que confere totalidade à ação profissional.

E por fim, o que seria tão falada Instrumentalidade? Alguns de vocês devem ter se ^
deparado com a relação equivocada entre instrumentalidade e manuseio de instrumentos de ^
intervenção, ou até mesmo, de instrumentalidade nosentido restrito de instrumentos e técnicas, ^
não é mesmo? Poisbem, a Instrumentalidade nãose resume ao uso de instrumentos, tampouco "*>
se relaciona apenas ao modo como o profissional desenvolve suas intervenções, o conceito vai ^
um pouco além disso... ^

Vamos lá, aprender deuma vez por todas oque, de fato, é a Instrumentalidade no Serviço ^
Social. fõl\

Yolanda Guerra, a melhor referência para se estudar o tema, define Instrumentalidade


como sendo "não o conjunto de instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica),
mas a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e
reconstruída no processo sócio histórico." Perceberam a diferença entre Instrumentalidade e
Instrumentos? Não que a primeira se exima do uso de instrumentos e técnicas, mas não se

Página 79 de 307
resume apenas à isso. Devemos considerar a Instrumentalidade como uma capacidade
constitutiva da profissão, que durante o desenvolvimento da profissão vem ganhando novos
moldes e novas configurações, como traz o conceito "construída e reconstruída socialmente".
É por meio da Instrumentalidade que se alcança o atendimento às demandas trazidas
pelos usuários do Serviço Social, é por isso que dizemos ser a Instrumentalidade uma condição
concreta de reconhecimento da profissão. É por meio do atendimento, da visita domiciliar, da
entrevista, da intervenção que damos visibilidade à profissão, por meio de um conjunto
articulado das três dimensões, as quais são: teórico-metodológica, ético-polítíca e técnico-
operativa! Não podemos pensar as três dimensões de maneira segmentada, mas deve ficar claro
(ps que é por meio da última dimensão, a técnico-operativa, que a profissão ganha visibilidade.
f* RESSALTANDO: daí a expressão "condição concreta de reconhecimento da profissão."
P É através da Instrumentalidade que se concretizam os objetivos intencionalizados na
^ atuação profissional. Aquilo que foi pensado no plano teórico, ético e político ganha vida à
^ medida que se concretiza por meio do uso deinstrumentos e técnicas concretos. Entendeu?
Ainda segundo Guerra é por meio da Instrumentalidade que alcançamos determinados
atributos pertinentes à profissão, como:
' > Modificamos e transformamos as condições objetivas e subjetivas e as relações
0^ interpessoais e sociais existentes em determinado nível do cotidiano.
m > Ao modificar tanto o cotidiano profissional, quanto o das classes sociais que
m demandam seus serviços, modificamos também as condições, os meios e até os
f^ instrumentos já existentes. *
P > Transforma-se as condições, meios e instrumentos para o alcance dos objetivos
f profissionais.

^ Consegue entender a relação entre Instrumentalidade e capacidade decriar e recriar?


Pode ser que esteja sendo repetitiva, mas é necessário fazer você entender que a
Instrumentalidade está diretamente ligada a uma capacidade constitutiva da profissão!

ZfPN

^ A Instrumentalidade ainda pode ser pensada como uma condição sócio histórica da
m profissão, em três níveis, a saber:
<m > Instrumentalidade do Serviço Social face ao projeto burguês o que consiste na
P capacidade da profissão em ser convertida em instrumento, em meio de
P manutenção da ordem, a serviço do projeto burguês.
f* > Instrumentalidade das respostas profissionais aspecto que se refere à sua
• particularidade operatória, às respostas profissionais frente às demandas das

0* Serviço Social para Concursos

<fp>

classes. E nesse momento que o reconhecimento social da profissão entra em


cena, de forma que é por meio da intervenção direta e concreta que o Serviço Social

A pode responder às demandas trazidas pelos usuários.


> Instrumentalidade como mediação, ou seja, a instrumentalidade vista
_

como passagem das ações do plano teórico/subjetivo ao exercício profissional


critico e competente. É transformar a intencionalidade em ação propriamente dita.
Ou seja, mediar.

Agora que você já sabe que a Instrumentalidade não se reduz ao uso de instrumentos
e técnicas, vamos nos deter à conversar sobre estes últimos, abordarei a seguir os
instrumentos/técnicas mais utilizados no cotidiano dos Assistentes Sociais...

Aos instrumentos de intervenção relacionam-se todo o material técnico produzido no


desenrolar das atividades profissionais. Os mais conhecidos são: Relatório Social, Parecer,
Laudo, Perícia Social, Estudo Social. Não se preocupe, discorreremos sobre todos estes ainda
nesse conteúdo. Ainda temos como componentes do arsenal técnico do Assistente Social, a
Entrevista, Visita Domiciliar... e alguns outros! Como a intenção deste material não é esgotar
todo o conteúdo, mas sim expor de maneira direcionada e objetiva o que é mais recorrente nos
Concursos Públicos, nos ateremos à conversar sobre os instrumentais mais recorrentes nas
questões. Vamos lá...

ENTREVISTA

Esse instrumental perpassa quase todos os instrumentos da atuação profissional.


É inviável pensar uma visita domiciliar, por exemplo, sem estabelecimento de um
diálogo fundamentado e direcionado. É essa ação de dialogar, questionar e buscar
informações de maneira direcionada e planejada que damos o nome de Entrevista.
Énecessário um conhecimento prévio acerca da realidade que irá intervir, para que
a entrevista não perca de vista o direcionamento adequado àquela situação.

VISITA DOMICILIAR
1
Arriscaria dizer que esta técnica é uma das mais importantes no trabalho dos
Assistentes Sociais, senão a mais. Pois é por meio da Visita Domiciliar que se
potencializa o conhecimento das condições do cotidiano dos sujeitos atendidos,
tanto no plano familiar como comunitário. Existe uma diferença crucial entre colher
informações trazidas pelos usuários até o ambiente de trabalho do Assistente
Social e conhecer in loco aquela realidade trazida pelo usuário em forma de

Página 81 de 307
discurso. Com isso não podemos dizer, em hipótese alguma, que a visita domiciliar
tem por objetivo a averiguação da veracidade dos fatos trazidos pelo usuário.
NUNCA CONSIDERE ISSO UMA AFIRMATIVA! Podemos avaliar social,
econômica e culturalmente a situação de determinado sujeito ou núcleo familiar
mediante visita domiciliar, mas nunca estaremos desenvolvendo esta técnica com
o objetivo de julgar, averiguar ou até mesmo impor mudanças no seu cotidiano.
É durante a Visita Domiciliar, que os Assistentes Sociais desenvolvem duas
técnicas de intervenção, as quais são: entrevista (supracitada) e a observação. A
primeira podendo ocorrer por meio de perguntas abertas e semiestruturadas, é só
relacionar com o que falamos sobre diálogo direcionado e planejado, certo? E a
segunda apreende o que está à volta, é por meio da observação que pode se
apreender o que não é dito ou posto de maneira explícita.

Aqui iniciamos a nossa discussão sobre:


LAUDO, PARECER E ESTUDO SOCIAL

Agora, atenção! Se o seu objetivo é obter aprovação em um Concurso Público no âmbito


do sociojurídico, especialmente Tribunais de Justiça, preste bastante atenção no que iremos
estudar a partir de agora, pois embora TODOS os instrumentais sejam de grande relevância, o
f* Laudo, a Perícia e o Parecer Social não caem, despencam nas questões de concursos desse
f* segmento. O motivo? É exatamente com isso que você irá trabalhar todos os dias quando obter
f^ aprovação no seutão sonhado Concurso Público!!! Então vamos estudar comcarinho toda essa
^ parte do material!

Vou usar como referência, a autora Eunice Fávero, referência absoluta nesse tema, em
sua obra "O Estudo Social: Fundamentos e particularidades de sua construção na área
/SN

m Judiciária" Livrinho do CFESS, que eu não preciso dizer que você precisa ler, não é mesmo? A
p, leitura na íntegra é obrigatória!
m A autora começa nos informando que o sociojurídico, foi sim, um dos primeiros espaços
p de atuação do Assistente Social. Surpresa? Eu também fiquei quando soube disso pela primeira
P* vez! O que faz a maioria de nós pensarmos que o Serviço Social nem sempre esteve ligada à
O esse âmbito profissional é, a príori, a situação de subalternidadesob a qual atua o serviço social
^ no judiciário. A relação entre o Serviço Social e os Magistrados (em sua maioria, isso não
significa que em todos os Tribunais de Justiça essa relação seja posta de maneira tão evidente)
geralmente se estabelece de maneira verticalizada e subalternizada. Isso não tem nada a ver
com a importância do Serviço Social no judiciário, pois esta já uma questão superada, tendo em
vista a excelente e presente atuação do Serviço Social nesse âmbito. A questão que embasa

^ Serviço Sodal para Concursos


essa relação verticalizada talvez se dê pelo fato de serem eles, os Magistrados, protagonistas
do sistema judiciário brasileiro, e dessa forma as relações acabam se desenvolvendo nesse viés
centralizador e burocrático. Mas isso não é de tamanha importância para sua prova. É preciso
apenas que você entenda que o Serviço Social se faz presente no judiciário nos idos dos
anos 1940, especialmente em São Paulo.
Deixaremos a discussão acerca do Serviço Social no sociojurídico para mais adiante, e
agora focaremos nos instrumentos de intervenção presentes neste âmbito!
São eles:

ESfUDO SOCIAL oqual se apresenta atualmente como fundamental para a aplicação


e medidas judiciais dispostas no ECA e ne legislação referente à família. Como o
próprio nome sugere, para o desenvolvimento deste instrumental o Assistente Social
estuda a situação, realiza uma avaliação e aponta, dentro do Estudo Social, medidas
sociais e legais que poderão ser tomadas. É fundamental iralémdo que é dito, do que
é visto. A produção do Estudo Social deve considerar as relações implícitas, aquilo
quenãoé dito. É possível falar em uma posição de poder daquele que produz o Estudo
Social, pois é mediante este, que se estabelece uma análise completa de
determinadas situações. Éa construção de um saber convertido em poder de verdade,
pois é com base naquilo que está posto, que decisões judiciais poderão ser tomadas
objetivando a resolução de litígios.

PERÍCIA SOCIAL diz respeito a uma avaliação, exame ouvistoriai Está relacionada a
um parecer técnico ou cientifico de determinada área de conhecimento. É através da
perícia que o juiz forma a sua convicção para a tomada de decisão. Decore esse
trecho: tem porfinalidade subsidiar uma decisão, via de regra, judicial. A perícia pode
ser realizada porAssistente Social funcionário da instituição judiciária ou por assistente
social nomeado como Perito pelo Juiz responsável.

RELATÓRIO SOCIAL é documento específico elaborado pelo Assistente Social. Você


deve ter em mente que o relatório social sempre estará relacionado a apresentação
descritiva e interpretativa de uma situação! A finalidade do relatório social é informar,
esclarecer, subsidiar, documentar um auto processual relacionado a alguma medida
protetiva ou socioeducativa. Não se deve confundir com Estudo Social! O Estudo
Social traz em si um caráter mais minucioso, enquanto que o Relatório se atem a
apresentar o objeto de estudo, os sujeitos envolvidos, e em alguns casos, descrever o
trabalho que vem sendo feito com determinados sujeitos.

LAUDO SOCIAL a primeira e mais importante informação: é utilizado no meio


judiciário como elemento de prova! Tem a finalidade de dar suporte à decisão judicial.
Contribui para a formação de um juízo por parte do magistrado. O laudo oferece
elementos de base social para a formação de um juízo e tomada de decisão que
envolve direitos fundamentais e sociais. O Laudo deve ser considerado como
documento resultante do processo de perícia social. Diferentemente do Relatório

Página 83 de 307
e Estudo Social, o Laudo não necessita expressar o detalhamento dos conteúdos do
estudo realizado.

• PARECER SOCIAL a príori é manifestação sucinta, enfocando-se objetivamente a


questão! Possui caráter conclusivo ou indicativo. Pode ser emitido enquanto parte final
ou conclusão de um Laudo.

Bom gente, esses são, certamente, os aspectos mais recorrentes em questões de


Concursos Públicos quando o assunto é Instrumentalidade, Dimensões ético-política, teórico-
metodológica e técnico-operativa, e Instrumentais Técnicos Operativos. Muito ainda há o que ser
discutido sobre esses temas, o estudo desses assuntos NÃO SE ESGOTAM nesse material.
Mas como já dissemos anteriormente, a proposta é propor um material direcionado e objetivo. E
feito dessa forma expusemos na aula de hoje as principais questões relacionadas aos temas
supracitados, os principais bízús para que você possa identificar uma alternativa correta com
mais facilidade. Trouxemos observações pertinentes e objetivas! Esperamos ter contribuído com
mais um processo de aprendizagem, e que você esteja a cada dia mais perto de alcançar seu
objetivo. Conte com a gente!

Referência:
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade no Serviço Social. Cortez: São Paulo.
CFESS. O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao
debate no judiciário, penitenciário e na previdência social. Cortez: São Paulo.

Serviço Social para Concursos


QUESTÕES

1) (FGV/DPE-RO/2015) A realização de vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,


informações, pareceres ou qualquer manifestação técnica sobre matéria de Serviço Social
constitui-se em:

a) competência do assistente social;


b) dever do assistente social;
c) atribuição privativa do assistente social;
d) obrigação do assistente social;
e) direito do assistente social.

2) (EXATUS/BANPARÁ/2015) Em seu cotidiano profissional, o assistente social realiza


vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de
Serviço Social. Essa atribuição do assistente social está prevista:
a) No Código de Ética Profissional do assistente social (resolução CFESS n. 273 de 13 de
março de 1993).
b) Na Lei que regulamenta a profissão do assistente social (Lei n. 8.662 de 07 de junho
1993), especificamente no artigo 5o referente às atribuições privativas do Assistente Social.
c) No projeto ético político do Serviço Social.
d) Na Lei que regulamenta a profissão do assistente social (Lei n. 8.662 de 07 de junho
1993), especificamente no artigo 4o referente competências do Assistente Social.
e) Nas diretrizes curriculares dos cursos de Serviço Social

3) (FEPESE/MPE-SC/2014) Os principais instrumentos técnico-operativos utilizados pelo


Assistente Social na área sociojurídica compreendem:
a) Perícias, escuta qualificada, Código Penal.
b) Estudo social, laudos, pareceres, entrevistas, visitas domiciliares.
c) Visitas domiciliares e institucionais, Código Civil.
d) Pareceres, perícias, entrevistas, pesquisa, audiência.
e) Inspeções, relatório, Constituição Federal, estudo de caso.

4)(FGV/TJAM/2013)No âmbito do poder judiciário, a atuação do Assistente Social se d


á de forma a auxiliar os processos de decisão. Nesse espaço
ocupacional têm prevalecido as atribuições relacionadas à:
a) realização e avaliação de estudos e pesquisas.
b) coordenação de planos, programas e projetos.
c) realização de perícias, laudos e pareceres sociais.

Página 85 de 307
d) planejamento e administração de benefícios.
e) assessoria e consultoria técnicas.

5) (CESPE/TJAC/2012) Em referência a estudo social, perícia social e emissão de laudos e


pareceres, julgue o próximo item.
No campo sociojurídico, pareceres e laudos fundamentados em estudos sociais têm valor
probatório em processos judiciais.
( ) CERTO ( )ERRADO

6) Em caso de emissão de pareceres, laudos e perícias e de manifestações de assistentes


sociais, deve-se garantir a delimitação, em separado, da opinião técnica desse
profissional quando a atuação for realizada em equipes multiprofissionais, ainda que o
objeto de intervenção seja comum a outras categorias.
( ) CERTO ( )ERRADO

7) (BIORIO/IFRJ/2015) A elaboração de pareceres, laudos e perícias não constitui uma


requisição peculiar ao trabalho do assistente social na política de educação, contudo a
extensão desses instrumentais e procedimentos para esta e outras políticas sociais
setoriais tem revelado como que elas têm se subordinado às rotinas processuais do campo
sociojurídico. Evidencia deste modo, do ponto de vista da organização do trabalho a
tendência de:
a) mercantilização das políticas sociais.
b) judicialização da vida social.
c) publicização da esfera privada.
d) criminalização da pobreza.
e) tecnificação da assistência social.

GABARITO:

1. C 2. B B 4. C 5.

6. C 7. B

NUMERO DEACERTOS:
O
IV1UMERO DE ERROS:

Serviço Social para Concursos


= I QUESTÕES COMENTADAS

1) (FGV/DPE-RO/2015) A realização de vistorias, perícias técnicas, laudos periciais,


informações, pareceres ou qualquer manifestação técnica sobre matéria de Serviço Social
constitui-se em:

a) competência do assistente social; (ERRADA)


Sim, também é competência do Assistente Social, porém não apenas competência.
b) dever do assistente social; (ERRADA) ^
c) atribuição privativa do assistente social; O

Sim, atenção para o termo SOBRE MATÉRIA DO SERVIÇO SOCIAL, é poreste detalhe que ^
a realização de vistorias, perícias técnicas, laudos e outros se constitui atribuição privativa ^
doAssistente Social. Ver artigo 5o, inciso IV da Lei de Regulamentação da Profissão. /^
d) obrigação do assistente social; (ERRADA) ^

e) direito do assistente social. (ERRADA) ^

2) (EXATUS/BANPARÁ/2015) Em seu cotidiano profissional, o assistente social realiza


vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de
Serviço Social. Essa atribuição do assistente social está prevista:

a) No Código de Ética Profissional do assistente social (resolução CFESS n. 273 de 13 de


março de 1993). (ERRADA)

b) Na Lei que regulamenta a profissão do assistente social (Lei n. 8.662 de 07 de


junho 1993), especificamente no artigo 5o referente às atribuições privativas do
Assistente Social.

Exatamente, é na Lei de Regulamentação da profissão que encontramos o respaldo


legal para definir tais atividades como atribuição privativa do AS.

c) No projeto ético político do Serviço Social. (ERRADA)


d) Na Lei que regulamenta a profissão do assistente social (Lei n. 8.662 de 07 de junho
1993), especificamente no artigo 4o referente as competências do Assistente Social.
(ERRADA)

Atentem para a pegadinha da banca! Não se trata do Artigo 4o mas sim do artigo 5o.
Maldade com o candidato!

e) Nas diretrizes curriculares dos cursos de Serviço Social. (ERRADA)

Página 87 de 307
3) (FEPESE/MPE-SC/2014) Os principais instrumentos técnico-operativos utilizados pelo
Assistente Social na área sociojurídica compreendem:
a) Perícias, escuta qualificada, Código Penal. (ERRADA)
Não, o Código Penal não faz parte do nosso aparato técnico-operativo.
b) Estudo social, laudos, pareceres, entrevistas, visitas domiciliares.

CORRETA! Trouxemos a definição de cada um desses instrumentos na nossa aula.


Volte ao conteúdo se ainda resta alguma dúvida.

c) Visitas domiciliares e institucionais, Código Civil. (ERRADA)


Não, o Código Civil não faz parte do nosso aparato técnico-operativo
d) Pareceres, perícias, entrevistas, pesquisa, audiência. (ERRADA)
Embora os Assistentes Sociais participem de algumas audiências na condição de
técnico da justiça, não significa que as audiências estejam entre os principais instrumentos
técnico-operativos do AS.

e) Inspeções, relatório, Constituição Federal, estudo de caso. (ERRADA)


Assistente Social NÃO realiza inspeção!

4)(FGV/TJAM/2013)No âmbito do poder judiciário, a atuação do Assistente


Social se dá de forma a auxiliar os processos de decisão. Nesse espaço
ocupacional têm prevalecido as atribuições relacionadas à:
a) realização e avaliação de estudos e pesquisas.-(ERRADA>

Sim, os Assistentes Sociais desenvolvem tais atividades no âmbito do judiciário,


mas não são exatamente estes instrumentais que embasam diretamente os
processos de decisão.

b) coordenação de planos, programas e projetos. (ERRADA)

Embora essa seja uma competência do Assistente Social, não se desenvolve em


âmbito judiciário. Vale um destaque para essa discussão: o poderjudiciário não
deve ser considerado como órgão executor de políticas sociais! Então sempre
que você se deparar com a associação entre poder judiciário e execução de
políticas públicas, atente-se.

c) realização de perícias, laudos e pareceres sociais.

Sim, certíssima! A definição que trabalhamos no conteúdo traz os


conceitos de cada instrumental e para o que eles se destinam. Qualquer
dúvida, volte ao material. As perícias, laudos e pareceres são instrumentos
diretos de auxílio nas decisões judiciais.

Serviço Social para Concursos


d) planejamento e administração de benefícios. (ERRADA)
Também embora sejam competências dos Assistentes Sociais não são
desempenhadas no âmbito sociojurídico.

e) assessoria e consultoria técnicas. (ERRADA)


Idem, justitificativa anterior.

5) (CESPE/T3AC/2012) Em referência a estudo social, perícia social e emissão de laudos e


pareceres, julgue o próximo item.

No campo sociojurídico, pareceres e laudos fundamentados em estudos sociais têm valor


probatório em processos judiciais.
( X ) CERTO ( ) ERRADO
ATENÇÃO! Embora possa soar estranho este termo "valor probatório" é preciso que você
saiba que os laudos e pareceres elaborados pelos Assistentes Sociais são considerados
elementos de provas nos processos judiciais.

6) Em caso de emissão de pareceres, laudos e perícias e de manifestações de assistentes


sociais, deve-se garantir a delimitação, em separado, da opinião técnica desse
profissional quando a atuação for realizada em equipes multiprofissionais, ainda que o
objeto de intervenção seja comum a outras categorias.

( X) CERTO ( )ERRADO
Correto. Justificativa: A atuação em equipe multiprofissional é prevista pela legislação
do Assistente Social sim, porém é prerrogativa máxima a elaboração SEPARADA dos
pareceres e elementos decisórios ou indicativos.

7) (BIORIO/IFRJ/2015) A elaboração de pareceres, laudos e perícias não constitui uma


requisição peculiar ao trabalho do assistente social na política de educação, contudo a
extensão desses instrumentais e procedimentos para esta e outras políticas sociais
setoriais tem revelado como que elas têm se subordinado às rotinas processuais do campo
sociojurídico. Evidencia deste modo, do ponto de vista da organização do trabalho a
tendência de:

a) mercantilização das políticas sociais.


Este fenômeno existe, é real, e afeta diretamente às Políticas Sociais, mas não é disso
que se trata o enunciado da questão.

b) judicialização da vida social.

Isso! E o que chama-se de judicialização da questão social. Quando os direitos


destinados aos segmentos sociais adentram o âmbito jurídico para que tenham sua

Página 89 de 307
efetividade garantida. Esta prática tem se tornado cada vez mais comum, diante da
ineficácia das políticas públicas devido todo o processo de mercantilização da coisa
pública e de desmonte de direitos e garantias sociais.
c) publicização da esfera privada.
Esta alternativa não mantém nenhuma relação com o enunciado da questão.

d) criminalização da pobreza.
Este fenômeno existe, é real, e afeta diretamente às Políticas Sociais, mas não é
disso que se trata o enunciado da questão.

e) tecnificação da assistência social.


Este fenômeno existe, é real, e afeta diretamente às Políticas Sociais, mas não é
disso que se trata o enunciado da questão.

Serviço Social para Concursos


ASSESSORIA E CONSULTORIA EM SERVIÇO SOCIAL

Assessoria e Consultoria é um tema cada vez mais recorrente, a depender da área que
você faça, é cobrado mais. Principalmente para concursos federais.
A bibliografia do Serviço Social brasileiro sobre assessoria/consultoria é recente e
marcada, em sua maioria, por reflexões sobre experiências de assessoria. Essas reflexões,
geralmente ricas, são marcadas por uma imprecisão sobre o tema e pela ausência de
referência teórica sobre o assunto. Percebemos, em geral, uma nebulosa compreensão de
assessoria, ora entendida como a supervisão profissional, ora como trabalho interventivo
junto a comunidades ou movimentos sociais, ora como militância política. Longe de isso ser
uma mera questão epistemológica, entendemos como importante a desvelação do que
estamos, na categoria profissional, chamando de assessoria/consultoria.
Para concursos, o mais relevante é compreender a importância da mesma para a
profissão e qual a diferença entre assessoria e consultoria.
Aimportância de uma reflexão sobre assessoria/consultoria para o Serviço Social se dá
pelo fato de que a maioria da produção teórica sobre o tema tem sido, em geral, produzida
em outra área do conhecimento - o campo da administração de empresas - com vistas a
maximização do lucro, pressuposto muito distante do atual projeto profissional do Serviço
Social, mas que tem espaço na bibliografia de alguns planos de aula e em textos de Serviço
5 Social sobre o tema. Portanto, a reflexão conceituai sobre o tema é importante com vistas
a subsidiar o debate e a produção sobre a assessoria/consultoria no âmbitodo Serviço Social
brasileiro e do seu projeto ético-político.
A discussão sobre a temática iniciou-se na década de 1970, mas ainda de forma muito
nebulosa em termos de conceito e de fato o que é isso. Expande essa área entre 1990, mas
principalmente nos anos 2000, com o crescimento das empresas bem como no avanço da
profissão no que tange ir além da execução das políticas sociais.
Assim, hoje, na categoria profissional, quando falamos de assessoria estamos nos
remetendo a qual conceito e com quais objetivos?
Se observarmos a origem da palavra (FERREIRA, 1999), podemos entender que
assessoria é aquela ação que visa auxiliar, ajudar, apontar caminhos. Não sendo o assessor
um sujeito que opera a ação e sim o propositor desta, junto a quem lhe demanda esta
assessoria. Assim, definimos assessoria/consultoria:

Assessoria: processo contínuo e com perspectiva mais ampla. Uma ação em conjunto
com quem se assessora, no sentindo da proposição e da avaliação.
Consultoria: um processo mais pontual, se trata em resumo de pedir uma opinião à
um especialista, e não há um trabalho contínuo.

Página 91 de 307
/?pN

*m
A distinção entre assessoria e consultoria é mínima.
Consultoria vem da palavra consultar, que significa pedir opinião.
Portanto, consultoria é mais pontual que assessoria que remete a
idéia de assistir. Devido à pequena diferença, entre assessoria e
consultoria, comumente os concursos trazem esses dois
processos de forma indistinta.

ps Vale trazer aqui a definição de Vasconcelos (1998):

ms Freqüentemente para que uma equipe ou assistente social solicite um processo de


m consultoria, é necessário que já tenha passado, ainda que precariamente, pela
elaboração de um projeto de prática, objetivando, com a consultoria, respostas para
f* algumas questões pontuais que dificultam o encaminhamento do mesmo
f* (VASCONCELOS, 1998, p. 128).
0\

^ Os processos de assessoria são também solicitados tanto por uma equipe como por
indicação externa, mas neles nos deparamos com uma realidade diferente. As assessorias
^ são solicitadas ou indicadas, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
f* e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
0* expert que venha assisti-la teórica e tecnicamente (VASCONCELOS, 1998, p. 129).

( A lei que regulamenta a profissão, a 8.662/1993 traz a assessoria e consultoria


P tanto no âmbito da competência profissional como atribuição privativa. No artigo 4o, traz
m que é competência profissional:
p* VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e
m indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas
_ no inciso II deste artigo;

a IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às


m políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da
coletividade;

~ Já no Art. 5o, constitui atribuição privativa do Assistente Social:


a III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta,
'
ps
empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social.
ms

f* Serviço Social para Concursos


TOME NOTA

A assessoria é diferente de supervisão; ^

A assessoria envolve idéias criativas; r\

Assessoria não é um processo neutro; ^


Assessoria não é militância política; ^
Assessoria não é extensão.
/!%

/8\

Referência:

SOUZA, M. I. MATOS, Maurílio Castro de (orgs.). Assessoria, Consultoria &Serviço Social. ^


2.ed. São Paulo: Cortez, 2010. ^

QUESTÕES n

1. (IBFC/EBSERH-UFPR/2015) Atualmente temos visto que a quantidade de profissionais ^


Assistentes Sociais que atuam com Assessoria e Consultoria tem se ampliado. Buscando ^
oferecer uma conceituação sobre esse tipo de intervenção, Matos (2010) faz diferenciações ^
entre o que pode ser entendido como Consultoria. Respaldado nas colocações desse autor,
analise as afirmativas: ^

I. O ato de assessorar é identificado como uma ação que auxilia tecniflcamente outras
pessoas ou instituições graças a conhecimentos especializados em determinado assunto. ^
II. Aassessoria é tida como ação de pedir conselho, instruções, opinião ou parecer. ^
III. A consultoria deve ser conceituada como órgão ou conjunto de pessoas que
assessoram um chefe ou uma instituição especializada na coleta de dados técnicos, ^
estatísticos ou científicos sobre uma matéria. ^
IV. O consultor é tido como um assistente, adjunto, auxiliar ou ajudante que deém ^
conhecimentos que possa auxiliar a quem assessora. m^
V. A consultoria significa também a ação de dar ou apresentar parecer sobre algum ^
assunto. ^
Estão corretas as afirmativas: ^

a) I e V, apenas "*t
b) I e II, apenas. ^
c) II e IV, apenas. ^
d) II e V, apenas.

Página 93 de 307
e) II e III, apenas.

2. (AOCP/2015/EBSERH/UFG) É a ação que pode ser solicitada tanto por uma equipe como
por indicação externa, e, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
expert que venha a assisti-la teórica e tecnicamente. O enunciado refere-se à
(A) assessoria. (B) avaliação.
(C) auditoria. (D) consultoria.
(E) supervisão técnica.

3. (VUNESP/SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2016) Dada a complexidade do mundo moderno,


a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas competências
são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação das áreas de
atuação que incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e consultoria a
órgãos da Administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em
matéria de serviço social, de acordo com o artigo 5o, III, da Lei 8.662/93, constitui-se em:
a) dever profissional b) uma metodologia qualificada
b) atividade compartilhada d) opção profissional
e) atribuição privativa do Assistente Social

4. (UFPA/UFPA/2017) Ainda que exista distinção mínima entre assessoria e consultoria em


serviço social, é unânime a consideração de sua importância em articular e preparar uma
equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um especialista que venha
a assisti-la teórica e tecnicamente. Sobre o que é assessoria e consultoria no serviço social,
observe os itens a seguir:
I é sinônimo de supervisão
II é abandono do trabalho assistencial
III não é sinônimo de toda e qualquer ação extensionista
IV assessoria não é mera militância política
m\

Estão CORRETOS os itens


(A) I, II e III. (B) I, II e IV.
(C) I e II, somente. (D) II e III, somente.
0\
(E) III e IV.

5. (FCC/TER-SP/SP) 58. Considerando-se o debate do Serviço Social frente às


^ conceituações/definições sobre assessoria e consultoria, considere:
O 1. assessoria; 2. consultoria; e 3. supervisão profissional.
O O trabalho de I é mais pontual que o de II, em que a equipe ou o profissional que
gk recebe a III já tem, supostamente, algum acúmulo no assunto a ser tratado, enquanto
a IV é um processo que necessita de maior tempo devido à complexidade de assuntos
f* e ações a serem desenvolvidas. A diferença entre a V e a assessoria se dá pelo grau de
j* autonomia que a esta última pressupõe.

Serviço Social para Concursos


As lacunas I, II, III, IV e V são preenchidas, correta e respectivamente, por
(A) 1-1-2-2-3 (B) 2-1-2-1-3
(C) 3-1-3-1-2 (D) 1-2-1-2-2
(E) 2 - 2 - 1 - 1 - 2

GABARITO:

1- A 2. A 3. E 4. E 5. B

tt# NÚMERO DE ACERTOS: ^^ ÚMERO DE ERROS:

= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (IBFC/EBSERH-UFPR/2015) Atualmente temos visto que a quantidade de profissionais


Assistentes Sociais que atuam com Assessoria e Consultoria tem se ampliado. Buscando
oferecer uma conceituação sobre esse tipo de intervençãp, Matos (2010) faz diferenciações
entre o que pode ser entendido como Consultoria. Respaldado nas colocações desse autor,
analise as afirmativas:

I. O ato de assessorar é identificado como uma ação que auxilia tecnificamente outras
pessoas ou instituições graças a conhecimentos especializados em determinado assunto.
II. A assessoria é tida como ação de pedir conselho, instruções, opinião ou parecer.
ERRADO! Vai muito além que isso. Estaria correto se fosse consultoria.
III. A consultoria deve ser conceituada como órgão ou conjunto de pessoas que
assessoram um chefe ou uma instituição especializada na coleta de dados técnicos,
estatísticos ou científicos sobre uma matéria.

ERRADO! Não se limita a isso.

IV. O consultor é tido como um assistente, adjunto, auxiliar ou ajudante que deém
conhecimentos que possa auxiliar a quem assessora.

Página 95 de 307
f^ ERRADO! Não existe uma hierarquia entre consultor/assessor, funções com
m finalidades diferentes.

f^ V. A consultoria significa também a ação de dar ou apresentar parecer sobre algum


/SN assunto.

Estão corretas as afirmativas:

a) I e V, apenas
b) I e II, apenas.
0S
c) II e IV, apenas.
d) II e V, apenas.
e) II e III, apenas.

ms 2. (AOCP/2015/EBSERH/UFG) É a ação que pode ser solicitada tanto por uma equipe como
por indicação externa, e, na maioria das vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação
P* e preparação de uma equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um
^p\ expert que venha a assisti-la teórica e tecnicamente. O enunciado refere-se à
/ps (A) assessoria. (B) avaliação.
g^ (C) auditoria. (D) consultoria.
_ (E) supervisão técnica.
\*

Justificativa: Como vimos acima, isso é um conceito de Vasconcelos. A assessoria


^ comumente é relacionanda á um dado projeto. Pense numa equipe especializada que dará o
p suporte necessário à equipe da instituição.

ms 3. (VUNESP/SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2016) Dada a complexidade do mundo moderno,


a nova face da questão social e o avanço do liberalismo nos dias atuais, novas competências
^ são exigidas dos assistentes sociais, o que, por conseqüência, gera ampliação das áreas de
m\ atuaçãonque incorporam esses profissionais em seu cotidiano. Assessoria e consultoria a
órgãos da Administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em
^ matéria de serviço social, de acordo com o artigo 5o, III, da Lei 8.662/93, constitui-se em:
^ a) dever profissional b) uma metodologia qualificada
f^ b) atividade compartilhada d) opção profissional
f^ e) atribuição privativa do Assistente Social

m Justificativa: Conforme vismos na parte teoria, assessoria/consultoria está tanto como


competência como atribuição privativa do/a Assistente Social. Como vimos no enunciado
v da questão, trouxe o termo "em matéria de serviço social", e sempre que vier com este
p* termo será uma atribuição privativa profissional.

m 4. (UFPA/UFPA/2017) Ainda que exista distinção mínima entre assessoria e consultoria em


serviço social, é unânime a consideração de sua importância em articular e preparar uma
^ equipe para a construção do seu projeto de prática por meio de um especialista que venha
p> a assisti-la teórica e tecnicamente. Sobre o que é assessoria e consultoria no serviço social,
~ observe os itens a seguir:

$Ê\
I é sinônimo de supervisão
Errado. Supervisão é outra atividade.

f* Serviço Social para Concursos


II é abandono do trabalho assistencial
Errado. Não, não há impedimento.
III não é sinônimo de toda e qualquer ação extensionista
IV assessoria não é mera militância política

Estão CORRETOS os itens


(A) I, II e III. (B) I, II e IV.
(C) I e II, somente. (D) II e III, somente.
(E) III e IV.

5. (FCC/TER-SP/SP) Considerando-se o debate do Serviço Social frente às


conceituações/definições sobre assessoria e consultoria, considere:
1. assessoria; 2. consultoria; e 3. supervisão profissional.
O trabalho de I é mais pontual que o de II, em que a equipe ou o profissional que
recebe a III já tem, supostamente, algum acúmulo no assunto a ser tratado, enquanto
a IV é um processo que necessita de maior tempo devido à complexidade de assuntos
e ações a serem desenvolvidas. Adiferença entre a V e a assessoria se dá pelo grau de
autonomia que a esta última pressupõe.
As lacunas I, II, III, IV e V são preenchidas, correta e respectivamente, por
(A) 1-1-2-2-3 (B) 2 - 1 - 2 - 1 - 3
(C) 3-1-3-1-2 (D) 1-2-1-2-2
(E) 2 - 2 - 1 - 1 - 2

Justificativa: Uma questão muito boa, que nos ajuda muito a aprender diferenciar esses
processos. Lembre-se sempre que a assessoria é a atividade mais ampla de todas. E que
supervisão tem geralmente uma relação hierárquica.

Página 97 de 307
PLANEJAMENTO EM SERVIÇO SOCIAL
Dimensão éíico-poiítica, teórico-metodológica e técnico-operativa

Este tema é bastante cobrado em concursos. O que seria então o Planejamento? Este
é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais,
integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a
possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de
moda a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos
como o prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes.
Planejamento é uma ação processual/contínua; pensamento direcionado ao alcance de
objetivos.

Há dois tipos de PLANEJAMENTO:


1) Concepção baseada no CONHECIMENTO CIENTÍFICO:
(planejamento da ação profissional) Aqui, as respostas serão sempre MEDIATAS, ou
seja, são obtidas dentro de um determinado tempo.
2) Concepção baseada no SENSO COMUM: Aqui, as respostas são
sempre IMEDIATAS.

O planejamento é um importante aliado ao exercício do trabalho profissional, pois


permite antecipar possíveis e certas mudanças do ambiente externo em que a sociedade
está inserida continuamente. O planejamento deve ser tratado como um processo primordial
ao trabalho profissional, pois é um método aplicado para a intervenção profissional, ou seja,
o profissional deve investigar e analisar a realidade para assim propor uma intervenção
eficaz.

O planejamento sempre esteve



presente no Serviço Social, desde
sua primeira sistematização em
1917 por Mary E. Richmond,
(BARBOSA, 1980)

Serviço Social para Concursos


DIMENSÕES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

RACIONAL

VALORATIVA POLÍTICA

TÉCNICO-
ADMINISTRATIVA ^

Dentre suas vantagens podemos citar que por meio dele é possível:
- Definir e ordenar objetivos a serem perseguidos; ^
- Estruturar e direcionar as ações a serem tomadas;
- Tornar claras e precisas as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das ações;
- Racionalizar a distribuição de tempo, energia, recursos;
- Evitar a duplicação de recursos e esforços;
- Facilitar o controle efetivo das ações e sua avaliação;
- Possibilitar o controle de circunstâncias e de situações a serem envolvidas na ação;
- Garantir o estabelecimento de continuidade de ações. ^

O PLANEJAMENTO SOCIAL busca utilizar de forma harmônica o planejamento


estratégico, ampliando a participação dos vários níveis profissionais existentes dentro da
sociedade. Nesse sentido, a tomadade decisão se torna elemento fundamental, pois
corresponde com as diferentes escolhas dentro do processo. Um elemento importante no
planejamento social é a operacionalização, onde relaciona as atividades necessárias para
efetuar as decisões tomadas. Nessa fase o planejador social (o Assistente Social) deve
acompanhar a implantação, o controle e a avaliação do planejamento do projeto social que
o mesmo for implantar em determinada instituição pública ou privada. O planejamento é um
processo contínuo e dinâmico, tendo o planejamento como uma decisão de planejar o
movimento de reflexão-decisão-ação que o caracteriza vai se realizando de acordo com as
seguintes aproximações. São elas:

Reflexão Decisão Ação Revisão

9
«

•* R(A)DAR

Página 99 de 307

9
• Reflexão
Delimitação do objeto/reconstrução do objeto; Estudo de situação; Construção de
f* referenciais teórico-práticos; Levantamento de hipóteses preliminares e Coleta de dados.

my • Decisão
Organização e análise; Identificação de prioridades de intervenção e Definição de
^ objetivos e estabelecimento de metas.
m • Ação
m Planificação; Implementação; Implantação e execução e Definição de parâmetros de
avaliação e Controle.
£ÊS

f* • Revisão
m Operação crítica; momento de avaliação e retomada da reflexão, com vistas ao
- embasamento de ações posteriores.

p Para o profissional de SERVIÇO SOCIAL o planejamento deixa de ser um método de


m estudo e passa a ser um procedimento importante para a profissão, torna-se instrumento
essencial para compreender a profissão que trabalha com e na realidade, profissão esta que
* precisa repensar suas práticas para atender as mais diversas realidades e expressões da
** questão social que surgem no cotidiano profissional.
^ Justamente pelo Assistente Social desenvolver sua intervenção de forma planejada
f^ conjuntamente com o usuário, o planejamento se apresenta para o Serviço Social como um
p novo campo de debates e as discussões giram em torno da participação direta ou não do
g^ usuário nesse processo.
m O assistente social deve estar sempre atento a questão social e suas múltiplas formas
_ de expressão, para poder compor/elaborar um planejamento que possa compreender o real,
^ para além do real, que sirva como guia, direção e caminho, devendo estar aberto para o
^ surgimento de novas demandas, podendo assim, ser repensado, adequado, corrigido, ou
** seja, permanentemente avaliado e passível de mudança.

PLANO, PROGRAMA E PROJETO

Agora, vamos ver sobre esses pontos que são bem importantes. Conforme podemos
visualizar na figura seguinte, PLANO, PROGRAMA E PROJETO são partes de uma totalidade,
de um mesmo processo, são assim meios pelos quais o planejamento de expressa.

Serviço Social para Concursos


• PLANO - este delineia as decisões de caráter geral do sistema, suas grandes linhas
políticas, suas estratégias, suas diretrizes e precisa responsabilidades. O plano tem o
sentido específico de sistematizar e compatibilizar objetivos e metas, procurando otimizar
o uso dos recursos do sistema. Deve, ainda, fornecer referencial que permita continuar
os estudos setoriais e/ou regionais, com vistas a elaborar programas e projetos
específicos, dentro de uma perspectiva de coerência interna do sistema e externa, em
relação ao contexto no qual o sistema se insere.

PROGRAMA - é um aprofundamento do plano: os objetivos setoriais do plano irão


constituir os objetivos gerais do programa. É assim um maior detalhamento do plano. É
o documento que detalha por setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais.
E a setorização do plano".

PROJETO - este é o documento que sistematiza e estabelece o traçado prévio da


operação de uma unidade de ação. É a unidade elementar do processo sistemático de
racionalização de decisões. É, portanto, a unidade elementar do processo sistemático da
racionalização de decisões. Constitui-se da proposição de produção de algum bem ou
serviço, com emprego de técnicas determinadas e com o objetivo de obter resultados
definidos.

Referências:

BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento em Serviço Social. São Paulo: Veras, 2016.

Página 101 de 307


• —
QUESTÕES

1. (CESPE/DPU) Para o assistente social, na sua intervenção profissional, o planejamento


proporcionará a
a) identificação das ações, recursos e objetivos, conforme os interesses institucionais
evitando a necessidade de avaliações.
b) divulgação da previsibilidade das ações, dimensiona recursos e quantifica os objetivos.
r
c) desmistificação das demandas dos usuários e da instituição.
-
d) capacidade de avaliar os interesses do assistente social no seu cotidiano profissional.
e) ampliação da previsibilidade das ações, dimensiona recursos, quantifica os objetivos, a
partir do entendimento dos processos sociais que perpassam o espaço sócio-
ocupacional.

2. (FUNCAB/SESACRE) O planejamento com sua importância na prática do Serviço Social


possibilita:
a) um conhecimento sobre: o trabalho multiprofissional, a rotina institucional, o
e
reconhecimento das correlações de força e as demandas dos usuários.
b) o conhecimento total do funcionamento institucional a partir de dados estatístico e
levantamento do histórico institucional.
c) compreender a rede socioassistencial e o conjunto de recursos do entorno da
comunidade para socializar as informações necessárias para os usuários.
d) o contato com o nível da gestão dos serviços, podendo o assistente social exercer uma
• prática estratégica quando em um cargo de gestão.
e) um repensar contínuo do trabalho desenvolvido, formalizando a articulação intrínseca
entre as dimensões do fazer profissional

3. (FUNIVERSA/IFB) O serviço social, como disciplina de intervenção na realidade,


pretende transformações sociais, envolvendo, pois, um componente intencional de
ação. Sua prática é sempre planejada, compreendendo procedimentos inerentes ao
planejamento social ou ao planejamento em si, ou ainda apenas a aspectos
-
particulares deste processo. O planejamento está associado à mudança como
processo que ocorre no tempo, ligado por sua própria contingência a momentos
identificados como sensibilização e motivação para a conscientização e participação.
Mário da Costa Barbosa. Planejamento e serviço social. 4.a edição. São Paulo:
Cortez, 1991, p.139 (com adaptações).
Assinale a alternativa correta acerca da relação entre planejamento e serviço social.

a) O planejamento social deve ser elaborado exclusivamente pelo assistente social.


b) O mais importante do planejamento é o alcance do seu objetivo.
c) O planejamento transmite à prática profissional confiabilidade na sua ação e no seu
controle por meio das atividades de previsão e de controle das ações.
d) As más condições de trabalho do assistente social não prejudicam o planejamento.

Serviço Social para Concursos

9
e) A existência de demandas emergenciais favorece a execução do planejamento social
pelo assistente social.

4. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) Preencha as lacunas e assinale a alternativa com a


seqüência correta.
Os documentos decorrentes da planificação se caracterizam não apenas em razão do
nível decisório a que se relacionam, mas também de seu âmbito, grau de agregação
de variáveis e detalhamento.

wEm geral, quando o documento se refere a propostas relacionadas à estrutura


organizacional por inteiro, consubstancia um ; quando se dedica a
um setor, a uma área ou a uma região, caracteriza-se como um ;e
quando se detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção, é
propriamente um ."
a) plano / projeto / programa
b) plano / programa / projeto
c) programa / plano / projeto
d) projeto / plano / programa
e) projeto / programa / plano

5. (EXATUS/IFRJ) É o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados


permitem alcançar o objetivo maior de uma política pública. O enunciado acima se
refere a um meio pelo qual o planejamento se expressa, sendo denominado de:
a) Plano b) Projeto
c) Programa d) Serviços

6. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) No processo de planificação, as decisões são explicitadas,


sistematizadas, interpretadas e detalhadas em documentos que representam graus
decrescentes de níveis de decisões. São eles:

a) planos, programas e projetos


b) projetos, planos e relatórios.
c) planos, projetos e planilhas.
d) programas, projetos e relatórios.
e) programas, planilhas e relatórios.
7. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) É muitas vezes confundido com o plano, programa ou
projeto, os quais são apenas os meios pelo quais se expressa o

a) Programa b) Planejamento
c) Projeto d) Plano
e) Monitoramento

Página 103 de 307


8. (FUNIVERSA/IF-AP) No planejamento, o documento de caráter geral e abrangente,
que traça grandes linhas políticas, diretrizes e estratégias a serem utilizadas, é
denominado

a) projeto. b) plano.
c) programa. d) dossiê.
e) Portfólio

9. (IADES/UFBA) Em um processo de planejamento social, o programa é

a) composto pelo referencial teórico e político, ou seja, as grandes estratégias de uma


política.
b) um empreendimento planejado, formado por um conjunto de atividades inter-
relacionadas.
c) a unidade de um processo de planejamento com características mais operativas da
ação.
d) composto por um plano e um único projeto.
e) o detalhamento por setor das políticas e diretrizes do plano, composto por um conjunto
de projetos.

10. (FCC/MANAUSPREV) O planejamento se expressa por meio de programa, projeto e


plano. É correto afirmar que

a) programa é a estratégia mais importante do processo de planejamento por se referir


às instâncias macrosocietárias, e a participação da população é concebida como adesão,
isto é, a obtenção da participação nos projetos prontos.
b) plano é a menor unidade do processo de planejamento e parte da concepção de uma
microvisão social localista, estabelecendo formas de participação aparentemente
desconectadas dos processos decisórios da sociedade global.
c) programa é a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um instrumento
técnico-administrativo de execução de empreendimentos específicos, direcionados para
as mais variadas atividades interventivas e de pesquisa no espaço público e no espaço
privado.
d) plano é o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises
situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem atacados,
dos programas e projetos necessários, dos objetivos, estratégias e metas.
e) programa é o instrumento que tem maior detalhamento das operações a serem
executadas que o plano e este, mais do que o projeto a ser implementado.

p GABARITO:

0* Serviço Social para Concursos


1. E 2. E 3. C 4. B 5. c

6. A 7. B 8. B 9. E 10. D

% NÚMERO DE ACERTOS: Í^^ÚMERO DE ERROS:


1

= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/DPU) Para o assistente social, na sua intervenção profissional, o


planejamento proporcionará a

a) identificação das ações, recursos e objetivos, conforme os interesses institucionais


evitando a necessidade de avaliações.
Comentário: OPlanejamento não deve ser pensado para atender os institucionais.
Os objetivos da instituição na qual o Assistente Social está inserido deve ser
analisado, mas Planejamento não deve se limitar a isso.

b) divulgação da previsibilidade das ações, dimensiona recursos e quantifica os


objetivos.
Comentário: O Planejamento é instrumento capaz de visualizar a curto, médio e
longo prazo as metas e objetivos, porém divulgação da previsibilidade das metas
ultrapassa o papel do Planejamento.

c) desmistificação das demandas dos usuários e da instituição.


Comentário: Oplanejamento nãopossui nenhuma relação com desmitificação das
demandas, é a partirdo Planejamento e intervenção profissional que o Assistente
Social alcança a totalidade das relações, mas não com objetivo de desmistificar.

d) capacidade de avaliar os interesses do assistente social no seu cotidiano


profissional.
Comentário: Assim como o Planejamento não é pensado para atender os
interesses institucionais, a mesma prerrogativa vale para os interesses
profissionais.

e) ampliação da previsibilidade das ações, dimensiona recursos, quantifica


os objetivos, a partir do entendimento dos processos sociais que
perpassam o espaço sócio-ocupacional.
Comentário: Correta, o Planejamento permite uma visão ampla dos processos e
objetivos que são pensados pelo sujeito que planeja, e para isso é fundamental
compreender os processos e relações sociais que perpassam o espaço profissional.

Página 105 de 307


2G.Í8

2. (FUNCAB/SESACRE) O planejamento com sua importância na prática do Serviço


Social possibilita:
a) um conhecimento sobre: o trabalho multiprofissional, a rotina institucional, o
reconhecimento das correlações de força e as demandas dos usuários.
Comentário: a alternativa não está errada, porém incompleta. Delimitar o
Planejamento aos aspectos apenas técnicos, é trabalhar com a incompletude do
Planejamento. Lembre-se que a prática de Planejar é também um processo
reflexivo.

b) o conhecimento total do funcionamento institucional a partir de dados estatístico e


levantamento do histórico institucional.
Comentário: O planejamento não consegue conhecer totalmente a realidade
p> institucional.
0&S
c) compreender a rede socioassistencial e o conjunto de recursos do entorno da
O comunidade para socializar as informações necessárias para os usuários.
m\ Comentário: Aqui também cabe a mesma justifica da alternativa A. O item não
está incorreto, mas sim incompleto. Tampouco o Planejamento destina-se a
^ compreender toda a rede socioassistencial, não necessariamente esse será um dos
4* objetivos.

^ d) o contato com o nível da gestão dos serviços, podendo o assistente social exercer
P uma prática estratégica quando em um cargo de gestão.
ms Comentário: Não, necessariamente, é através do Planejamento que o Assistente
Social alcança o nível de gestão. A alternativa não possui relação com a temática
C Planejamento.
m e) um repensar contínuo do trabalho desenvolvido, formalizando a
^ articulação intrínseca entre as dimensões do fazer profissional
p» Comentário: Alternativa correta por trazeruma explicação completa sobre o que,
a de fato, é Planejamento.

^ 3. (FUNIVERSA/IFB) O serviço social, como disciplina de intervenção na realidade,


P1 pretende transformações sociais, envolvendo, pois, um componente intencional de
l»s ação. Sua prática é sempre planejada, compreendendo procedimentos inerentes ao
m planejamento social ou ao planejamento em si, ou ainda apenas a aspectos
particulares deste processo. O planejamento está associado à mudança como
* processo que ocorre no tempo, ligado por sua própria contingência a momentos
P identificados como sensibilização e motivação para a conscientização e
f* participação.
ms Mário da Costa Barbosa. Planejamento e serviço social. 4.a edição. São Paulo:
jft
Cortez, 1991, p.139 (com adaptações).
Assinale a alternativa correta acerca da relação entre planejamento e serviço
^ social.

«* a) O planejamento social deve ser elaborado exclusivamente pelo assistente social.

Serviço Social para Concursos


Comentário: Errado, a atividade de planejamento não é exclusividade do Assistente
Social.

b) O mais importante do planejamento é o alcance do seu objetivo.


Comentário: Errado, a análise institucional, reconhecimento de demandas e todas as
demais fases do planejamento são tão importantes quanto o alcance do objetivo.

c) O planejamento transmite à prática profissional confiabilidade na sua ação


e no seu controle por meio das atividades de previsão e de controle das
ações.
Comentário: Correto, é por meio da atividade de planejar que o Assistente Social
prevê e analisa os processos e ações, transmitindo assim confiabilidade na atuação
profissional. Pois evita visões generalistas e intervenções ineficazes.

d) As más condições de trabalho do assistente social não prejudicam o planejamento.


Comentário: Errado, condições precárias de trabalho interferirão em todas as
atividades desenvolvidas.

e) Aexistência de demandas emergenciais favorece a execução do planejamento social


pelo assistente social.
Comentário: Em ambientes de atuação nos quais as demandas emergenciais são
freqüentes, como hospitais de média e alta complexidade por exemplo, a execução de
planejamentos se dá de forma mais complexa, devido a imprevisibilldade das
demandas profissionais.

4. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) Preencha as lacunas e assinale a alternativa com a


seqüência correta.
Os documentos decorrentes da planificação se caracterizam não apenas em razão do nível
decisorio a que se relacionam, mas também de seu âmbito, grau de agregação de
variáveis e detalhamento.
"Em geral, quando o documento se refere a propostas relacionadas à estrutura
organizacional por inteiro, consubstancia um ; quando se dedica a um
setor, a uma área ou a uma região, caracteriza-se como um ; e quando se
detém no detalhamento de alternativas singulares de intervenção, é propriamente um

a) plano / projeto / programa

b) plano / programa / projeto


c) programa / plano / projeto

d) projeto / plano / programa


e) projeto / programa / plano

Comentário: Para você aprender como diferenciar Plano / Programa / Projeto é importante
entender que: Plano estará sempre relacionado à expressões como ""objetivo maior",

Página 107 de 307


0Bs

f* "objetivo geral", ou seja o Plano é a esfera do Planejamento responsável pela maior parte,
ps os objetivos gerais. Já o Programa estará sempre relacionado à expressões como "objetivo
^ maior de determinada política pública", "objetivo de determinada área ou região", embora
também seja abrangente o Programa se limita a um setor. E por fim, o Projeto que estará
^ relacionado com expressões do tipo "maior detalhamento", "função executiva", "função
f* interventiva", Projeto está relacionado com a parte do planejamento que reúne o maior
p» número de detalhes possíveis e estão mais próximo da intervenção.

5. (EXATUS/IFRJ) É o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados


permitem alcançar o objetivo maior de uma política pública. O enunciado acima se
refere a um meio pelo qual o planejamento se expressa, sendo denominado de:
a) Plano b) Projeto
c) Programa d) Serviços

v Comentário:

Lembre-se: Programa = objetivo maior de uma política pública.


m Projeto = maior número de detalhamentos
f* Plano = grande amplitude.

6. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) No processo de planificação, as decisões são


explicitadas, sistematizadas, interpretadas e detalhadas em documentos que
representam graus decrescentes de níveis de decisões. São eles:
0S
a) planos, programas e projetos
^ b) projetos, planos e relatórios.
f* c) planos, projetos e planilhas.
ms d) programas, projetos e relatórios.
m e) programas, planilhas e relatórios.

Comentário: Alternativa correta letra A. Isso mesmo o Planejamento reúne


documentos que representam graus decrescentes (do maior para o menor) de níveis
ms de decisões.

/(SN
7. (INSTITUTO AOCP/EBSERH) É muitas vezes confundido com o plano, programa ou
projeto, os quais são apenas os meios pelo quais se expressa o

a) Programa b) Planejamento
c) Projeto d) Plano
e) Monitoramento

f*s Serviço Social para Concursos

m\
/^\

Comentário: O me/o pe/o gua/ se expressam os Planos, Programas e Projetos é o


Planejamento. Não podemos pensar os graus decrescentes de decisões soltos, sem um •
planejamento prévio. ^

8. (FUNIVERSA/IF-AP) No planejamento, o documento de caráter geral e abrangente, ^


que traça grandes linhas políticas, diretrizes e estratégias a serem utilizadas, é ^
denominado m,
a) projeto. b) plano.
c) programa. d) dossiê.
e) Portfólio ^

Comentário: Novamente uma questão no mesmo viés, primamos pela repetição pois ^
é exatamente desta forma que essa temática é cobrada com Concursos Públicos, então ^
não ache estranho. Aprenda a distinção entre Planos | Programas | Projetos, pois é isto
que será exigido em 90% dos certames.

Plano = caráter geral, abrangente, grandes linhas políticas. ™)

9. (IADES/UFBA) Em um processo de planejamento social, o programa é

a) composto pelo referencial teórico e político, ou seja, as grandes estratégias de uma ^


política. <m
b) um empreendimento planejado, formado por um conjunto de atividades inter- ^
relacionadas.
c) a unidade de um processo de planejamento com características mais operativas da
ação. ^
d) composto por um plano e um único projeto. ^
e) o detalhamento por setor das políticas e diretrizes do plano, composto por **
um conjunto de projetos.

Comentário: Programa está relacionado à quê? Um determinado setor, segmento ou m^


política pública. Basta fazer o paralelo da seguinte maneira: Política Social = Assistência m
Social / Programa: Programa Bolsa Família, a política atende à diversos segmentos já o
programa destina-se a pessoas em situação de vulnerabilidade e que preencham alguns ^
requisitos, compreenderam? ^

^$\

10. (FCC/MANAUSPREV) O planejamento se expressa por meio de programa, projeto e


plano. É correto afirmar que

a) programa é a estratégia mais importante do processo de planejamento por se referir


às instâncias macrosocietárias, e a participação da população é concebida como adesão,
isto é, a obtenção da participação nos projetos prontos.
Comentário: Não existe sobreposição de etapas, todos os processos possuem sua
importância. Então descarte alternativas que versam sobre maior importância à
processo A ou B.

Página 109 de 307

/í?^
b) plano é a menor unidade do processo de planejamento e parte da concepção de uma
microvisão social localista, estabelecendo formas de participação aparentemente
desconectadas dos processos decisórios da sociedade global.
Comentário: Menor unidade é o PROJETO.

c) programa é a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um instrumento


técnico-administrativo de execução de empreendimentos específicos, direcionados para
as mais variadas atividades interventivas e de pesquisa no espaço público e no espaço
privado.
Comentário: Menor unidade é o PROJETO.

d) plano é o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, análises


situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem
atacados, dos programas e projetos necessários, dos objetivos, estratégias e
metas.
Comentário: Corretíssima. Tudo que nós já discutimos sobre Plano está muito bem
sintetizada nesta alternativa.

e) programa é o instrumento que tem maior detalhamento das operações a serem


executadas que o plano e este, mais do que o projeto a ser implementado.
Comentário: maior detalhamento = PROJETO.

Serviço Social para Concursos


CRISE DO CAPITAL E REDIMENSIONAMENTO DA PROFISSÃO
Crise do capitalismo: reestruturação produtiva, neoliberalismo, acumulação flexível e
redimensionamento da profissão

A cena contemporânea é um tema bastante cobrado. Análise de conjuntura sobre a


crise, a reestruturação produtiva, as metamorfoses do mundo do trabalho, a pós-
modernidade, o neoliberalismo...

Com certeza todos esses temas dariam pano para manga para discutirmos, teremos
aqui que tocar nos pontos principais para você.

Porque esse tema é importante para nós?

Porque as recentes transformações societárias modificaram o papel do Estado no que


tange as políticas sociais. O capitalismo passa por transformações o tempo inteiro, e isso é
essencial para a sua sobrevivência. Mesmo sendo um modo de produção que tem na essência
a extração de mais-valia e da exploração do trabalho, esse sistema se modifica, se
transforma com o tempo, adotando "novas metodologias" para aumentar a sua lucratividade.
Tudo isso fica mais evidente após a crise do capitalismo em 19702, com esta crise, a
elite econômica responsabilizou o "tamanho do Estado" e por isso sugeriu uma privatização
dos serviços sociais. Essa perspectiva política e ideológica que propõe a redução e
desresponsabilização do Estado denominamos Neoliberalismo.
Mas, além do neoliberalismo, temos a mudança nos marcos da produção e das relações
de trabalho. O modelo fordista/taylorista3 entra em crise e inicia-se o chamado processo de
reestruturação produtiva do capital, com isso o modelo hegemônico passa a ser o
Toyotismo4, que tem como marca a inovação tecnológica, a polivalência, a flexibilização da
produção, entre outros elementos.
Então, sempre pense essas mudanças tanto nos marcos das mudanças no trato do
Estado, quanto mudanças nos marcos da produção do capital. O neoliberalismo junto com a
reestruturação produtiva, a acumulação flexível e a financeirização da economia em escala
mundial fortalecem a hegemonia do capital, impulsionando ttnovas" formas de
dominação/opressão e reprodução social, que modificam o mundo do trabalho e vão contra
o trato público da questão social, desresponsabilizando o Estado de seu papel de provedor.
Esses rearranjos do capital fazem com que ocorra um aumento da concentração e
centralização de renda, e consequentemente da desigualdade social.
Conforme José Paulo IMetto:
No que toca às exigências imediatas do grande capital, o projeto neoliberal
restaurador viu-se resumido no tríplice mote da "flexibilização" (da produção, das

2 Que até então prevalecia o chamado Welfare State, estado de bem-estar social.
3Que se caracterizou pela produção em massa e consumo e massa; pela rigidez e linha de montagem.
4Características: Gestão participativa, CQCs, qualidade total, responsabilidade social da empresa, just in time,
kanban, produção do necessário, RH...

Página 111 de 307


relações de trabalho), da "desregulamentação" (das relações comerciais e dos
circuitos financeiros) e da "privatização" (do patrimônio estatal). (NETTO, 2012,
p. 417).

Impactos do toyotísmo:
- Divisão Internacional/geográfica do Trabalho
- Organização dos trabalhadores
- Direitos trabalhistas
- Desemprego Estrutural/deslocação da força de trabalho

f* Assim, de um lado evidencia-se que a crise traz fortes impactos no chamado "mundo
m* do trabalho", sendo os mais visíveis a precarização e o desemprego, e, ambos geram um
' clima de insegurança e instabilidade econômica e também política, acirrando as contradições
existentes entre capital e trabalho, ao mesmo tempo, que se torna invisível o caráter
^ exploratório do trabalho através de estratégias de consenso e de adesão ideológica. Por
P* exemplo, o trabalhador agora passa a ser chamado de "colaborador".
C^ O cenário é de desemprego estrutural, de desindicalização, de busca de consenso
ms entre capital e trabalho, combinado a um Estado Neoliberal que nega e desmonta
0fa
cotidiana mente direitos sociais e privilegia o mercado na oferta de serviços sociais como
mercadorias.
A política neoliberal acaba transformando as políticas sociais em ações compensatórias
e pontuais, e em ações cada vez mais limitadas, prevalecendo o trinômio articulado do
0S neoliberal para as políticas sociais: a privatização, a focaiização e a
descentralização. (BOSCHETTI; BEHRING, 2008).

p Nesta perspectiva, a maioria dos princípios da seguridade social são colocados em


segundo plano, em um favorecimento do superávit primário, principalmente a partir do
^ (des)financiamento e no fortalecimento de um Estado mínimo para osgastossociais, porém
p* máximo para garantir a lucratividade do capital. As políticas são em resumo, minimalistas
^ em detrimento da universalidade.
^ Conforme ampla literatura do Serviço Social, e principalmente Yazbek, ocorre na
P atualidade uma refilantropização da questão social. Em termos gerais, a autora afirma
ps que é uma precipitada "volta ao passado", mas sem se esgotar as políticas públicas na forma
constitucional. E um reforço e fortalecimento dos esquemas tradicionais de poder, como
^ práticas de clientelismo, nepotismo e favor. Hoje, o sistema capitalista "apela" ao "terceiro
{* setor" ou á "sociedade civil", ou seja, um retrocesso histórico. O chamado "terceiro setor"
m nesse sentido, acaba não complementando, mas sendo uma "alternativa eficaz", poupando
' os gastos do Estado, para ser injetado mais capital na Economia, e levando em consideração
P* também que muitos "terceiro setor" servem como lavagem de dinheiro ou para status, um
ms primeiro-damismo. Conforme Raichelis (2006):

>Sft
A sociedade civil passa a ser sinônimo de "terceiro setor", "nem público nem privado",
composta por um conjunto indiferenciado de organizações, que passa por cima das
f^ c/ivagens de classe e conflitos sociais, para valorizara idéia da comunidade abstrata,
p* das relações de ajuda mútua, de solidariedade social - processo denominado por
^ Yazbek (2000) "refilantropização da questão social".
Ê$S

f^ ServiçoSocial para Concursos


fSj

Como esta conjuntura reflete no Serviço Social?

Bem, como o Serviço Social está diretamente inserido na relação capital x trabalho, /üjjk.
sofre os impactos desta conjuntura. E em dois aspectos: tanto por ser também trabalhador,
na condição de assalariado (lAMAMOTO, 2007), tanto porque atua nas políticassociais, e por ^
isso tem impactos no exercício profissional. Conforme Yazbek (2009): ^

No início do milênio o Serviço Social brasileiro enfrenta a difícil herança do final do


século anterior, com seus processos de globalização em andamento, com sua ^
valorização do capital financeiro, suas grandes corporações transnacionais, seus ^
mercados, suas mídias, suas estruturas mundiais de poder e as graves conseqüências ~
desta conjuntura para o tecido social em geral, configurando um novo perfil para a
questão social; no qual destacamos a precarização, a insegurança e a vulnerabilidade ^
do trabalho e das condições de vida dos trabalhadores que perdem suas proteções e _ms
enfrentam problemas como o desemprego, o crescimento do trabalho informal (hoje
mais da metade da força de trabalho do país) e das formas de trabalho precarizado e ^
sem proteção social. Trata-se de um contexto que interpela a profissão sob vários ^
aspectos: das novas manifestações e expressões da questão social, aos processos de
redefinição dos sistemas de proteção social e da política social em geral, que emergem
nesse contexto. ^

Assim, é notório que desde o final dos anos 1990, assim como na entrada do século ^
XXI, o principal desafio do Serviço Social encontra-se na agudização das expressões da ^
questão social, que se agudizam a partir da perspectiva neoliberal de Estado mínimo para os ^
gastos no social, isso tem um forte rebatimento nas políticas sociais, principalmente no que
tange a precarização desta. Conforme Iamamoto (2004, p. 123):

Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos deletérios da ^


Reforma do Estado no campo do emprego e da precarização das relações de trabalho, m^
tais como a redução dos concursos públicos, demissão dos funcionários não estáveis, ^
contenção salarial, corrida à aposentadoria, falta de incentivo à carreira, terceirização
acompanhada de contratação precária, temporária, com perda de direitos etc. ^

Assim, a reestruturação produtiva afeta diretamente a profissão, tanto na precarização ^


do trabalho, como no mercado de trabalho, principalmente a partir da terceirização e ^
subcontratação, que tende a aprofundar agora na conjuntura de recessão que vive o Brasil, «»
com aprovação de contrarreformas, como a trabalhista e previdenciária. /^\

TOME NOTA: ^
Além disso, há um redimensionamento da profissão, que comumente é chamada ^
para atuar em atividades de responsabilidades sociais da empresa e atuando nos recursos ^
humanos.

Página 113 de 307


20 ÍS


- A reestruturação produtiva tem como marco o Toyotismo e o
neoliberalismo, é comum as vezes as bancas atrelarem isso ao
fordismo, que é anterior ao Toyotismo.
- Mesmo com as transformações societárias, a questão social
permanece em essência nos marcos do capitalismo. Comumente as
bancas colocam que essas possuem novas configurações no sentido
de se tornarem, por exemplo, questões sociais, o que está errado.
Então, atenção para isso: permanece questão social, agora com novas
expressões. Dica de leitura sobre: 5 notas a propósito da questão
social, de José Paulo Netto.

Esse cenário coloca uma série de desafios para a profissão, principalmente com novas
exigências, a partir da flexibilização das relações de trabalho. De outro lado, exige também
mais esforços para uma atuação crítica e de defesa do nosso Projeto Ético-político.

• —
• —
• —
QUESTÕES
</ —

1. (FCC/TRT-1/2017) A fase da "acumulação flexível", que ocorreu na década de 1990 para


^ os anos 2000, afetando as condições de acumulação capitalista, tem como traço principal
* (A) a regulamentação dos mercados com o estabelecimento de subsídio público como forma
p* de incentivar o uso da tecnologia eletromecânica nas empresas pela massa de
^ trabalhadores.
já (B) a redefinição do processo de produção de mercadorias que altera a organização da
• produção e do trabalho com o desenvolvimento da polivalência e multifuncionalidade e
f* maior produtividade do trabalho.
P (C) o crescimento dos direitos sociais aliado ao incentivo no processo de negociação coletiva
m por intermédio dos sindicatos organizados por locais de trabalho.
m (D) a nacionalização da produção e conseqüente aumento dos postos de trabalho.
f* (E) a reafirmação das tecnologias tradicionais no processo de produção, sobretudo nos
m aspectos técnicos e operativos de intervenção.

- 2. (FCC/TRT-1/2017) Segundo Pochmann, as relações de trabalho sofrem alterações no


^ começo do século XX sustentadas em:
K (A) diminuição das atividades do setor terciário, sobretudo porque o setor de serviços
f*1 utiliza-se de mecanismos que dispensam o trabalho presencial.

(^ Serviço Social para Concursos


(B) forte vínculo da mão de obra com o setor agrícola que, pela mecanização, ampliou o
leque de profissões.
(C) regularização do direito de trabalho diferenciado para as mulheres, impondo salários
iguais entre homens e mulheres que desenvolvem as mesmas funções.
(D) adoção de novas tecnologias, porém isso não abriu a perspectiva da intensificação do
trabalho e da garantia de enormes ganhos de produtividade.
(E) jornadas de trabalho de até oito horas diárias; regulação do trabalho do adolescente;
conquista do benefício da aposentadoria a partir de 30-35 anos de trabalho.
/§3§fc

3. (FCC/TRT-1/2017) No mundo do trabalho, a partir da reestruturação produtiva,


(A) o trabalhador deixa de ser considerado como polivalente.
(B) o novo modelo de organização produtiva retoma o Taylorismo, adotando a diminuição
da carga horária de trabalho. ^
(C) acentuam-se a flexibilização, precarização, fragmentação e terceirização das forças ^
produtivas. .m^
(D) ocorre maior valorização do trabalho intelectual do que o material, dividindo quem ^
pensa de quem executa. i^Sjk

(E) observa-se alteração dos fundamentos da relação capital trabalho com a diminuição da
exploração capitalista.

4. (CONSULPLAN/TRF-2/2017) O processo de reestruturação produtiva impacta as políticas


de recursos humanos nas empresas, no Brasil, principalmente a partir dos anos de 1990, em
alguns aspectos. Acerca desses aspectos, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Adoção de práticas de avaliação e monitoramento do ambiente interno.
B) Diminuição dos investimentos empresariais com a qualificação da força de trabalho.
C) Combinação do sistema de benefícios e serviços sociais com as políticas de incentivo à
produtividade do trabalho.
D) Introdução de técnicas e métodos de gerenciamento participativo, com forte apelo ao
envolvimento dos trabalhadores com as metas empresariais.

5. (CESPE/INSS/2016) O serviço social como profissão enfrenta uma polarização, uma vez
que ele participa tanto do processo de reprodução e preservação do capital quanto das
respostas às necessidades de sobrevivência da classe que vive do trabalho.

6. (IDECAN/BOMBEIROS/2017) A hegemonia do capital financeiro provoca mudanças


significativas na relação entre processo produtivo e trabalho, e legitima o mercado como
regulador das relações sociais. Sobre o impacto dessas mudanças no campo das políticas
sociais públicas, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A privatização dos serviços essenciais.
( ) A seletividade e a distributividade na prestação de serviços.
( ) O ajuste fiscal para a ampliação da oferta de políticas e serviços sociais na esfera estatal.
( ) A ampliação dos espaços e estratégias de controle social na perspectiva da
democratização das relações sociais.
A seqüência está correta em

Página 115 de 307


A) V, F, V, F. B) V, V, F, V.
C) F, F, V, V. D) V, V, F, F.

7. (IDECAN/BOMBEIROS/2017) A reestruturação produtiva provoca transformações no


mundo do trabalho. Ao analisar este processo, Antunes (1999) aponta alguns aspectos
socioeconômicos; analise-os.
I. A diminuição significativa do trabalho feminino.
II. O incremento dos assalariados médios e de serviços.
III. A precarização e a terceirização dos postos de trabalho.
IV. A inclusão de jovens e pessoas de meia idade no mercado de trabalho.
Estão corretas apenas as alternativas
A) I e II. B) I e IV.
C) II e III. D) III e IV.

m 8. (FCC/TER-SP/2017) A reestruturação capitalista, que a partir dos anos 1940, estabeleceu


uma outra forma de organização sociopolítica, foi resultante de um pacto entre Estado,
^ mercado e setores organizados da classe trabalhadora para enfrentar a crise que se estendia
f^ desde 1929. Esse pacto foi denominado de
P» (A) fordismo. (B) toyotismo.
P (C) liberalismo. (D) keynesianismo.
f* (E) neoliberalismo.

(ps

$S\

Ms

<p!>

Serviço Social para Concursos

0?S
GABARITO:

1. B 2. E 3. C 4. 1B 5. C ^

6. D 7. C 8. D /Sk

t f NÚMERO DE ACERTOS: I1^^ÚMERO DE ERROS:

/SSk

= 1 QUESTÕES COMENTADAS

1. (FCC/TRT-1/2017) 54. A fase da "acumulação flexível", que ocorreu na década de 1990 ^


para os anos 2000, afetando as condições de acumulação capitalista, tem como traço ^
principal
(A) a regulamentação dos mercados com oestabelecimento de subsídio público como forma ^
de incentivar o uso da tecnologia eletromecânica nas empresas pela massa de trabalhadores. •
Sem subsídio público, impera o mercado e a "mão invisível"; mercados cada vez mais
desregulados e anárquicos. ^
(B) a redefinição do processo de produção de mercadorias que altera a organização ^
da produção e do trabalho com o desenvolvimento da polivalência e m
multifuncionalidade e maior produtividade do trabalho.
(C) o crescimento dos direitos sociais aliado ao incentivo no processo de negociação coletiva
por intermédio dos sindicatos organizados por locais de trabalho. ^
Diminuição de direitos sociais e individualização das negociações. Sindicatos são ^
desprestigiados. ^
(D) a nacionalização da produção e conseqüente aumento dos postos de trabalho. ^
Diminuição dos postos de trabalho devido à inovação tecnológica. ^
(E) a reafirmação das tecnologias tradicionais no processo de produção, sobretudo nos ^
aspectos técnicos e operativos de intervenção. ^
Inovação das tecnologias, e não nas tradicionais. ^

Justificativa: "A análise das configurações do modo de laborar contemporâneo indica que ^
os efeitos da globalização e das tecnologias da informação e comunicação pressionam para
o surgimento de modos flexibilizados de organização do trabalho sustentados pelo uso da ^
força laborai, de forma polivalente, ágil, multifuncional." ^

Página 117 de 307


/íi$\
ms

0s

Fonte: TITTONI, J.; ANDREAZZA, J. P.; SPOH, F. da S. O trabalho no contexto da acumulação


flexível e a produção de subjetividade. 2009. Disponível em: <
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682009000200011>

2. (FCC/TRT-1/2017) Segundo Pochmann, as relações de trabalho sofrem alterações no


começo do século XX sustentadas em:
(A) diminuição das atividades do setor terciário, sobretudo porque o setor de serviços
utiliza-se de mecanismos que dispensam o trabalho presencial.
Aumento das atividades no setor terciário.
(B) forte vínculo da mão de obra com o setor agrícola que, pela mecanização, ampliou o
leque de profissões.
Não forte vínculo da mão de obra com o setor agrícola, mas sim terciário.
(C) regularização do direito de trabalho diferenciado para as mulheres, impondo salários
iguais entre homens e mulheres que desenvolvem as mesmas funções.
Ainda há uma diferença entre salários de homens e mulheres.
(D) adoção de novas tecnologias, porém isso não abriu a perspectiva da intensificação do
trabalho e da garantia de enormes ganhos de produtividade.
Abriu a perspectiva de intensificação do trabalho.
(E) jornadas de trabalho de até oito horas diárias; regulação do trabalho do
adolescente; conquista do benefício da aposentadoria a partir de 30-35 anos de
trabalho.

Conforme Pochmann:

Foi necessário um amplo movimento, que uniu as forças sociais, políticas, científicas e
econômicas, bem como a grande Depressão de 1920, duas Guerras Mundiais e uma
alternativa ao capitalismo liberal (Revolução Russa, em 1917) para que fosse aberta a
perspectiva de transformar a possibilidade técnica em realidade. Chegou-se então a uma
nova forma de organização do trabalho. A legislação e as convenções coletivas
estabeleceram um patamar de relações de trabalho que irrompeu o século XX sustentado
em jornadas de trabalho menores - de oito horas, por exemplo -, com ingresso no mercado
a partir dos 15 anos de idade, sendo que os adolescentes antes dessa faixa etária passaram
a ter acesso à educação universal. Os trabalhadores conquistaram também, a partir de 30-
35 anos de trabalho, os benefícios da aposentadoria.
FONTE: Mareio Pochmann, Alguns desafios do mundo do trabalho. Disponível em:
<http://www.saudeetrabalho.com.br/download/desafios-pochmann.pdf>

3. (FCC/TRT-1/2017) No mundo do trabalho, a partir da reestruturação produtiva,


(A) o trabalhador deixa de ser considerado como polivalente.
Pelo contrário, a polivalência/multitarefas é uma característica da reestruturação produtiva
(B) o novo modelo de organização produtiva retoma o Taylorismo, adotando a diminuição da
carga horária de trabalho.

Serviço Social para Concursos


/Sk

/%

Não retoma o tay/orismo pois fica em voga o Toyotismo.


(C) acentuam-se a flexibilização, precarização, fragmentação e terceirização das _
forças produtivas. 7
(D) ocorre maior valorização do trabalho intelectual do que omaterial, dividindo quem pensa ^
de quem executa. ^
Éuma característica ajunção dessas duas esferas, até certo ponto. ^
(E) observa-se alteração dos fundamentos da relação capital trabalho com a diminuição da ^
exploração capitalista. ^
Aumenta-se a exploração da força de trabalho. ^

De acordo com Antunes (2010, p. 43) "as privatizações e as desregulamentações de todo ^


tipo, da economia às relações trabalhistas, do mundo financeiro às leis fiscais".

4. (CONSULPLAN/TRF-2/2017) Oprocesso de reestruturação produtiva impacta as políticas ^


de recursos humanos nas empresas, no Brasil, principalmente a partirdos anos de 1990, em
alguns aspectos. Acerca desses aspectos, assinale a alternativa INCORRETA. ^
A) Adoção de práticas de avaliação e monitoramento do ambiente interno. ^
B) Diminuição dos investimentos empresariais com a qualificação da força de O
trabalho.
f^h
C) Combinação do sistema de benefícios e serviços sociais com as políticas de incentivo à
produtividade do trabalho. '
D) Introdução de técnicas e métodos de gerenciamento participativo, com forte apelo ao "^
envolvimento dos trabalhadores com as metas empresariais. ^

Comentário; Ocorre um AUMENTO de investimentos com a qualificação. Pois como o ^


trabalhador é cada vez mais multifuncional, o conhecimento é primordial, e neste caso,
lucrativo para as empresas. ^

5. (CESPE/INSS/2016) O serviço social como profissão enfrenta uma polarização, uma vez que ele
participa tanto do processo de reprodução e preservação do capital quanto das respostas às ^
necessidades de sobrevivência da classe que vive do trabalho. ^
Podemos chamar essa polarização de FIO CONTRADITÓRIO que permeia o Serviço Social. Eestá ^
totalmente correto. Já falamos disso inclusive. O serviço social nem só reproduz o capital e nem tão
pouco somente atende aos interesses das classes subalternas, mas está atuando sim na MEDIAÇÃO ^
dessas lutas e disputas sociais. ^
Conforme Yazbek (2009): Assim, podemos afirmar que o Serviço Social participa tanto do ^
processo de reprodução dos interesses de preservação do capital, quanto das respostas às ^
necessidadesde sobrevivência dos que vivem do trabalho. Não se trata de umadicotomia, mas '
do fato de que ele não pode eliminar essa polarização de seu trabalho, uma vez que as classes ^
sociais e seus interesses só existem em relação. Relação que, como já afirmamos, é m,
essencialmente contraditória e na qual o mesmo movimento que permite a reprodução e a
continuidade da sociedade de classes cria as possibilidades de sua transformação. "^

Página 119 de 307


ms

6. (IADES/BOMBEIROS/2017) A hegemonia do capital financeiro provoca mudanças


significativas na relação entre processo produtivo e trabalho, e legitima o mercado como
regulador das relações sociais. Sobre o impacto dessas mudanças no campo das políticas
sociais públicas, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A privatização dos serviços essenciais.
( ) A seletividade e a distributividade na prestação de serviços.
( ) O ajuste fiscal para a ampliação da oferta de políticas e serviços sociais na esfera estatal.
ERRADA! Comentário: o Ajuste, como o próprio nome diz, não amplia, mas sim REDUZ a
oferta de políticas sociais.
( ) A ampliação dos espaços e estratégias de controle social na perspectiva da
democratização das relações sociais.
ERRADA! Não ocorre uma ampliação do controle social e tão pouco democratização, a
lógica é sempre de restrição e anti-popular.
A seqüência está correta em
A) V, F, V, F. B) V, V, F, V.
C) F, F, V, V. D) V, V, F, F.

7. (IADES/BOMBEIROS/2017) A reestruturação produtiva provoca transformações no mundo


do trabalho. Ao analisar este processo, Antunes (1999) aponta alguns aspectos
socioeconômicos; analise-os.
I. A diminuição significativa do trabalho feminino.
II. O incremento dos assalariados médios e de serviços.
III. A precarização e a terceirização dos postos de trabalho.
IV. A inclusão de jovens e pessoas de meia idade no mercado de trabalho.
Estão corretas apenas as alternativas
A) I e II. B) I e IV.
C) II e III. D) III e IV.

JUSTIFICATIVA: questão bastante interessante sobre o trabalho de Ricardo Antunes, que


discute a centralidade do trabalho. Importante você saber que o processo de
reestruturação produtiva está ligada ao chamado processo de acumulação flexível,
então considere a relação entre essas duas categorias.
Para Antunes, as características deste processo são:
1. Desconcentração do espaço produtivo (diminuição fabril/produtiva);
2. Desaparição de algumas profissões;
3. Incremento dos assalariados médios e de serviços;
4. Exclusão de jovens e adultos;
5. Trabalho infantil;
6. Aumento do trabalho feminino;
7. Terceirização;
8. Avanço da flexibilização;
9. Internacionalização do capital.

Serviço Sodal para Concursos


/9s

/$\

8. (FCC/TER-SP/2017) Areestruturação capitalista, que a partirdos anos 1940, estabeleceu ^


uma outra forma de organização sociopolítica, foi resultante de um pacto entre Estado, m
mercado e setores organizados da classe trabalhadora para enfrentar a crise que se estendia ^
desde 1929. Esse pacto foi denominado de ^
(A) fordismo. (B) toyotismo. ^
(C) liberalismo. (D) keynesianismo. ^
(E) neoliberalismo. ^)

JUSTIFICATIVA: Veja, a questão está pedindo sobre um dado período histórico, pós crise
de 1929. Como sabemos, a reestruturação produtiva é algo comum no capitalismo, teve na
década de 1930, de 1970... Neste caso, pós 1929 chamamos de pacto keynesiano, cuja
proposta era de regulação do Estado, inclusive posteriormente na europa, além do
keynesianismo, ocorreu um pacto também com o fordismo. Mas lembre-se sempre do
keynesianismo, porque é ele que propõe a regulação estatal!

Página 121 de 307


/fff\

TRABALHO EM EQUIPE INTER E MULTIDISCIPLINAR


0&

f* Este tema não é tão cobrado como os demais, mas pode cair entre uma ou duas
f* perguntas sobre. Sabemos que é uma tendência recente falar em multidisciplinaridade,
ms interdisciplinaridade e transdisiciplinaridade, que apesar de termos parecidos, possuem as
suas diferenças. Saber essas diferenças é o mais importante e o mais corriqueiro cobrado
em concursos.

Sem dúvidas essas palavras são "neologismos" para o famoso trabalho em equipe, mas
com novas configurações, em que o essencial é a troca de saberes, a questão é em que
medida se dá isso.

CONCEITOS

(~s Multidisciplinaridade

^ Este foi o primeiro conceito de todos, e é o mais comumente utilizado.


f* Multidisciplinaridade, em resumo seria o trabalho em equipe que não dialoga os saberes e
m* nem busca articulação, trata-se de uma JUSTAPOSIÇÃO (lado a lado), assim, de uma
reunião de saberes, não necessariamente uma interlocução.
ifPN

~ Não tentativa de síntese.

Interdisciplinaridade
MS

Esta vertente sim, visa a INTEGRAÇÃO/INTERAÇÃO de conceitos e disciplinas. Aqui


há uma proposta de relação de diálogo e interlocução. O trabalho interdisdplinar requer dos
profissionais a capacidade de expor com clareza as visões particulares de análise e as
propostas de ações, diante dos objetos comuns a diferentes profissões.
Interdisdplinar é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas
ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre as disciplinas. A
interdisciplinaridade é uma relação de reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma
atitude diferente a ser assumida frente ao problema do conhecimento, isto é, substitui a
concepção fragmentária pela unitária do saber (SAMPAIO et ai., 2010, p. 82).
Ms

/RN

ms

Serviço Social para Concursos

ms
f9k

l9\

/%

A palavra interdisciplinar é formada pela união do prefixo "inter", que exprime a idéia
de "dentro", "entre", "em meio"; com a palavra "disciplinar", que tem um sentido pedagógico ^
de instruir nas regras e preceitos de alguma arte. ^
A interdiciplinaridade exige que cada especialista ultrapasse os seus próprios
limites, abrindo-se às contribuições de outras disciplinas. Vasconcelos et ai. (2010) ^
salienta que a interdisciplinaridade deve ser compreendida: [...] como estrutural, havendo «>
reciprocidade, enriquecimento mútuo, com uma tendência a horizontalização das relações
de poder entre campos implicados. Exige a identificação de uma problemática comum, com '
levantamento de uma axiomática teórica e/ ou política básica e de uma plataforma de ^
trabalho conjunto, colocando-se em comum os princípios e os conceitos m
fundamentais, esforçando-se para uma decodificação, das diferenças e
convergências desses conceitos e, assim, gerando uma fecundação e aprendizagem mútua, '
que não se efetua por simples adição ou mistura, mas por uma recombinação dos elementos ^
internos (ibidem, p. 47). ^
A interdisciplinaridade representa, portanto, a inter-relação e a cooperação de ^
diferentes campos de conhecimento, baseados na reciprocidade, na troca, no diálogo entre „»
estes, de forma a desenvolver habilidades e competências construídas coletivamente. Busca-
se a síntese e chegar na totalidade. ^
/$\

Transdisciplinaridade
E resultado do diálogo comum de várias disciplinas, criando uma nova disciplina. Ou ^
seja, reúne valores e princípios comuns das disciplinas e que podem derrubar as barreriras
disciplinares. ^
Conforme Cavalcante, Reis e Lira (2011), a transdisciplinaridade significa a
possibilidade de avançar na busca interdisciplinar, posto que, coloca como prioridade a ^
relação teórico-prático, promove a troca de informações e de conhecimentos entre disciplinas ^
ao transferir métodos de uma disciplina para outra, sem que estas possam perder sua ^
essência. A

0I\

O trabalho do Assistente Social e a interdisciplinaridade


/^k

O profissional assistente social vem trabalhando em equipe multi/inter/trans disciplinar,


onde desenvolve sua atuação, conjuntamente com outros profissionais, buscando ^
compreender o indivíduo na sua dimensão de totalidade e, assim, contribuindo para o ^
enfrentamento dasdiferentes expressões da questão social, abrangendo os direitos humanos ^
em sua integralidade, não só a partir da ótica meramente orgânica, mas a partir de todas as
necessidades que estão relacionadas à sua qualidade de vida.
A interdisciplinaridade visa assim um redirecionamento dos processos de trabalho
fragmentados e os conhecimentos que não dialogam.
O código de ética profissional de 1993 traz o seguinte no capítulo III, das Relações
com Assistentes Sociais e outros Profissionais, no Art. 10, entre os deveres do assistente
social:

Página 123 de 307


2018

b) incentivar, sempre que possível, a prática profissional interdisciplinar.

Além do CE 1993, existe uma resolução que trata de certa forma sobre o assunto. É a
557/2009, que dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos
entre o assistente social e outros profissionais.
Nesta resolução do CFESS, afirma que existe limites neste trabalho, afinal, possuímos
as nossas atribuições privativas (artigo 5o da lei que regulamenta a profissão).
Vejamos o que traz o artigo 4o desta resolução:
Art. 4o. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantira
especificidade de sua área de atuação.
Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre
o objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe
multiprofíssional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar
o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros
componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.
Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião técnica somente
sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado
e autorizado a exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho
Regional de Serviço Social.
Parágrafo terceiro - No atendimento multiprofíssional a avaliação e discussão da
situação poderá ser multiprofíssional, respeitando a conclusão manifestada por escrito
pelo assistente social, que tem seu âmbito de intervenção nas suas atribuições privativas.

Assim como podemos ver, há limites técnicos no trabalho em equipe, afinal não pode
ultrapassar as barreiras que são privativas da profissão. Imagina por exemplo atuarmos com
o psico, quando compete a psicologia?
Lembre-se ainda que existe a questão do SIGILO PROFISSIONAL, que mesmo no
trabalho em equipe deve ser preservado, afinal, é um dever profissional e um direito do
usuário. Conforme o Código de Ética (art. 16), em trabalho multídisciplinar só poderão ser
prestadas informações dentro dos limites do estritamente necessário.

Serviço Sodal para Concursos


QUESTÕES

1. (AERONAUTICA/2016) Considerando o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social


- Lei n° 8.662/1993 de regulamentação de profissão, quanto aos direitos do/a assistente
social, prevê-se a participação em comissões de ética nos locais de trabalho, tanto no que
se refere à avaliação da conduta profissional, como em relação às decisões quanto às
políticas institucionais. Tais comissões caracterizam-se pela
a) interdisciplinaridade. b) burocratização.
c) continuidade. d) objetividade.

2. (FUNRIO/SESAU-RO/2017) O trabalho multidisciplinar do assistente social na política de


Assistência Social deve ser orientado por uma perspectiva:
(A) subjetiva. (B) holística.
(C) terapêutica. (D) informativa.
(E) totalizante.

3. (AOCP/EBSERH-UFCG/2017) Em um hospital psiquiátrico com equipe multídisciplinar,


uma usuária relatou sofrer abuso sexual por parte de seu companheiro, durante o
atendimento da assistente social, porém solicitou sigilo por ter medo da reação de seu
companheiro, pois este a ameaça constantemente. Conforme o exposto, assinale a
alternativa correta de acordo com o disposto no Código de Ética Profissional.
(A) O sigilo protegerá o usuário após avalição multidisciplinar em tudo aquilo de que o
assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade
profissional.

(B) Aquebra do sigilo só é admissível quando se tratar de situações cuja gravidade possa,
envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros e
da coletividade.

(C) E autorizado ao assistente social revelar o sigilo profissional.


(D) Arevelação será feita de forma abrangente quando se tratar de fato delituoso, podendo
o próprio profissional fazer a denúncia aos órgãos competentes.
(E) Em trabalho multidisciplinar, as informações serão trocadas sempre que houver
necessidade e de forma abrangente.

4. (VUNESP/UNIFESP/2014) O homem é uma unidade que só pode ser apreendida em uma


abordagem sintetizadora e nunca mediante uma acumulação de visões parciais. De nada
adianta proceder por decomposição, análise e recomposição de aspectos: esta soma não
dará a totalidade humana. No âmbito dos esforços com vistas ao conhecimento da realidade
humana, é preciso praticar, intencional e sistematicamente, uma dialética entre as partes e
o todo, o conhecimento das partes fornecendo elementos para a construção de um sentido

Página 125 de 307


total, enquanto o conhecimento da totalidade elucidará o próprio sentido que as partes,
autonomamente, poderiam ter. Esse enunciado expressa uma visão do homem e a tendência
(A) fenomenológica. (B) positivista.
(C) alienada. (D) interdisciplinar.
(E) epistemológica

5. (VUNESP/PREF. DE ALUMINIO/2017) A crescente inserção do Assistente Social em


espaços sócio-ocupacionais, que exige a atuação com profissionais de outras áreas, ao
mesmo tempo em que requer uma intervenção multidisciplinar com competência técnica,
teórico-metodológica e ético-política, demanda a especificação do alcance e dos limites de
cada área profissional no desenvolvimento dos trabalhos técnicos conjuntos. Conforme
prescreve a Resolução no 557/2009 do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, em se
tratando da atuação do Assistente Social nesse tipo de atendimento, a avaliação e discussão
da situação poderá ser multiprofíssional, desde que
(A) respeite a conclusão manifestada por escrito pelo assistente social.
(B) eleja uma das áreas para a definição de diretrizes para essa atuação.
(C) unifique as atribuições privativas das áreas envolvidas.
(D) alcance necessariamente o consenso pleno dos técnicos.
(E) aponte a incompatibilidade das normas técnicas e éticas comuns.

6. (IBFC/EBSERH/2017) A interdisciplinaridade influencia a prática profissional do


Assistente Social contemporâneo. Para o exercício interdisciplinar consciente precisamos
primeiro delimitar o que podemos entender por interdiscíplíharidade. Nesse sentido, são
extremamente relevantes as contribuições de Sampaio (2010) sobre o que é
interdisciplinaridade. Ancorado no pensamento dessa autora, analise as afirmativas
abaixo:

I. A interdisciplinaridade exige que cada especialista ultrapasse os seus próprios


limites.
II. A interdisciplinaridade demanda que cada especialista se abra às contribuições de
outras disciplinas.
III. A interdisciplinaridade refere-se a justaposição de conteúdos.
IV. A interdisciplinaridade é uma relação de reciprocidade, de mutualidade.
V. A interdisciplinaridade pressupõe a integração de conteúdos numa disciplina.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e IV b) I, II e III
c) II, III e IV d) I, IV e V
e) III, IV e V

0$s

Serviço Social para Concursos


GABARITO:

1- A 2. E 3. B 4. D 5. A

6. A

NÚMERO DE ACERTOS:
0IVlÚMERO DE ERROS
/9\

f9l

= I QUESTÕES COMENTADAS

/%

1. (AERONAUTICA/2016) Considerando o Código de Ética Profissional do/a Assistente Social


- Lei n° 8.662/1993 de regulamentação de profissão, quanto aos direitos do/a assistente ^
social, prevê-se a participação em comissões de ética nos locais de trabalho, tanto no que ^
se refere à avaliação da conduta profissional, como em relação às decisões quanto às ^
políticas institucionais. Tais comissões caracterizam-se pela ^
a) interdisciplinaridade. ^
b) burocratização. ^
c) continuidade. ^
d) objetividade. ^

JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA A) ^


Segundo oreferido documento: Capítulo II - Das Relações com as Instituições Empregadoras ^
e outras >

Art. 7° Constituem direitos do/a assistente social:


[...] d- integrar comissões interdisciplinares de ética nos locais de trabalho do/a profissional, /^\
tanto no que se refere à avaliação da conduta profissional, como em relação às decisões
quanto às políticas institucionais. ^

2. (FUNRIO/SESAU-RO/2017) O trabalho multidisciplinar do assistente social na política de -


Assistência Social deve ser orientado por uma perspectiva:

Mês
Página 127 de 307
e
t

9
2018
9
(A) subjetiva. (B) holística.
• (C) terapêutica. (D) informativa.
(E) totalizante.

Justificativa da alternativa correta: (LETRA E)


Totalizante no sentido se compreender o todo, a essência do processo.

3. (AOCP/EBSERH-UFCG/2017) Em um hospital psiquiátrico com equipe multidisciplinar,


uma usuária relatou sofrer abuso sexual por parte de seu companheiro, durante o
atendimento da assistente social, porém solicitou sigilo por ter medo da reação de seu
companheiro, pois este a ameaça constantemente. Conforme o exposto, assinale a
alternativa correta de acordo com o disposto no Código de Ética Profissional.
(A) O sigilo protegerá o usuário após avalição multidisciplinar em tudo aquilo de que o
assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade
profissional.
(B) A quebra do sigilo só é admissível quando se tratar de situações cuja gravidade
possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário,
m de terceiros e da coletividade.

(C) É autorizado ao assistente social revelar o sigilo profissional.


(D) A revelação será feita de forma abrangente quando se tratar de fato delituoso, podendo
o próprio profissional fazer a denúncia aos órgãos competentes.
(E) Em trabalho multidisciplinar, as informações serão trocadas sempre que houver
necessidade e de forma abrangente.

JUSTIFICATIVA DA ALTERNATIVA CORRETA: (LETRA B)

A) O sigilo protegerá o usuário, mas no que tange neste caso o que traz o CE 1993, que é
o que advém do atendimento profissional do/a assistente social.
B) Alternativa correta. Conferir o artigo 18 e o Código de Ética de 1993.
C) É VEDADO ao assistente revelar sigilo profissional
D) Será feita dentro do estritamente necessário
9 E) Mesmo em trabalho interdisciplinar, as informações devem ser prestadas dentro do
estritamente necessário.

4. (VUNESP/UNIFESP/2014) O homem é uma unidade que só pode ser apreendida em uma


9 abordagem sintetizadora e nunca mediante uma acumulação de visões parciais. De nada
adianta proceder por decomposição, análise e recomposição de aspectos: esta soma não
dará a totalidade humana. No âmbito dos esforços com vistas ao conhecimento da realidade
humana, é preciso praticar, intencional e sistematicamente, uma dialética entre as partes e
o todo, o conhecimento das partes fornecendo elementos para a construção de um sentido

9
Serviço Social para Concursos
/SÜk

total, enquanto o conhecimento da totalidade elucidará o próprio sentido que as partes,


autonomamente, poderiam ter. Esse enunciado expressa uma visão do homem e a tendência
(A) fenomenológica. (B) positivista.
(C) alienada. (D) interdisciplinar.
(E) epistemológica
/Ws

Justificativa da alternativa correta: (LETRA D)


Perceba que as outras asserivas trouxeram apenas perspectivas que fragmentam e isolam o
sujeito, indo na contramão da perspectiva do diálogo sintetizadora da interdisciplinaridade.
Veja que o enunciado traz sobre totalidade também.

5. (VUNESP/PREF. DE ALUMINIO/2017) A crescente inserção do Assistente Social em


espaços sócio-ocupacionais, que exige a atuação com profissionais de outras áreas, ao
mesmo tempo em que requer uma intervenção multidisciplinar com competência técnica,
teórico-metodológica e ético-política, demanda a especificação do alcance e dos limites de
cada área profissional no desenvolvimento dos trabalhos técnicos conjuntos. Conforme
prescreve a Resolução no 557/2009 do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, em se
tratando da atuação do Assistente Social nesse tipo de atendimento, a avaliação e discussão
da situação poderá ser multiprofíssional, desde que
(A) respeite a conclusão manifestada por escrito pelo assistente social.
(B) eleja uma das áreas para a definição de diretrizes para essa atuação.
(C) unifique as atribuições privativas das áreas envolvidas.
(D) alcance necessariamente o consenso pleno dos técnicos.
(E) aponte a incompatibilidade das normas técnicas e éticas comuns.

Justificativa: Lembra que vimos essa resolução antes? Ela é uma das mais cobradas,
porque normatiza a decisão no âmbito da equipe inter/multidisciplinar. Ela garante a
especifidade profissional, afinal, temos as nossas atribuições privativas, das quais só nós
podemos realizar.

6. (IBFC/EBSERH/2017) A interdisciplinaridade influencia a prática profissional do


Assistente Social contemporâneo. Para o exercício interdisciplinar consciente precisamos
primeiro delimitar o que podemos entender por interdisciplinaridade. Nesse sentido, são
extremamente relevantes as contribuições de Sampaio (2010) sobre o que é
interdisciplinaridade. Ancorado no pensamento dessa autora, analise as afirmativas
abaixo:

I. A interdisciplinaridade exige que cada especialista ultrapasse os seus próprios


limites.

Página 129 de 307


(fp\

II. A interdisciplinaridade demanda que cada especialista se abra às contribuições de


outras disciplinas.
III. A interdisciplinaridade refere-se a justaposição de conteúdos.
ERRADO. Neste caso, seria a multidisciplinaridade.

IV. A interdisciplinaridade é uma relação de reciprocidade, de mutualidade.


V. A interdisciplinaridade pressupõe a integração de conteúdos numa disciplina.
ERRADO. Isto se trata da transdisciplinaridade.

Estão corretas as afirmativas:


a) I, II e IV b) I, II e III
c) II, III e IV d) I, IV e V
e) III, IV e V

/Ps

Serviço Social para Concursos


ms
política social e seguridade social n
Fundamentos e história da política social; contexto atual, neoliberalismo e desresponsabilização do ^
Estado

/^^

Política Social é um tema de extrema relevância para o Serviço Social brasileiro, tendo ^
em vista ser esse é o espaço por excelência do nosso exercício profissional. É importante ^
ressaltar que existe uma tendência de nos concursos caírem as políticas setoriais e perguntas ^
sobre ela, principalmente da assistência social e saúde, a depender do concurso e da banca.
Mas acredito que há uma tendência, pela própria conjuntura econômica e política do
Brasil às perguntas de fundamentos e análise crítica das políticas sociais, tendência essa ^
bastante recorrente em concursos a nível federal e de bancas mais qualificadas como FGV, m^
FCC, Cespe, Vunesp e outras.
Assim, antes de analisar as políticas separadamente, uma análise dos fundamentos, „
história, até chegar no neoliberalismo e as particularidades dela no Brasil é fundamental, ^
inclusive para compreender melhor as políticas setoriais. ^
Entre as diversas referências para este tema, destacamos Behring e Bochetti; Potyara ^
Pereira, José Paulo Netto, Ana Elizabete Mota entre outros. ^

Introdução

As Políticas Sociais5 são fruto do processo de conquista da classe trabalhadora e concessão


do Estado como meio de mediação do conflito e desigualdades sociais existente entre classes
sociais. As Políticas Sociais devem ser consideradas, então, a partir da mediação e relação
contraditória existente entre Estado e sociedade, expressa por interesses antagônicos das
classes sociais. Estas devem ser analisadas a partir de seus determinantes históricos,
econômicos, políticos, culturais e sociais.

As políticas sociais são concessões/conquistas mais ou menos elásticas, a depender


da correlação de forças na luta política entre os interesses das classes sociais e seus
segmentos envolvidos na questão. Noperíodode expansão, a margem de negociação
se amplia, na recessão, ela se restringe. Portanto, os ciclos econômicos, que não se
definem por qualquer movimento natural da economia, mas pela interação de um
conjunto de decisões ético-políticas e econômicas de homens de carne e osso, balizam
as possibilidades e limites da política social. (BEHRING, 2009, p. 315-16)

As políticas sociais são entendidas, então, como processo e resultado de relações


contraditórias e complexas *[...] que se estabelecem entre estado e sociedade civil no âmbito
do conflito e luta de classes, que envolvem o processo de produção e reprodução do
capitalismo." (BEHRING, 2009, p. 304). Essas políticas se encontram em conexão com a

5 Conforme a tradição marxista.

Página 131 de 307


totalidade e dinamicidade da realidade, desse modo é de fundamental importância o
reconhecimento destas na consolidação do Estado Democrático de Direito. Nesse
entendimento, as políticas sociais devem ser apreendidas como um conjunto que deve
universalizar direitos, indo além de técnicas e instrumentais. (BOSCHETT1, 2009).
Vale salientar que a análise do Serviço Social sobre as políticas a partir desse
pressuposto ocorre a partir da década de 1970, quando inicia-se a interlocução da categoria
com o pensamento social crítico marxista e bem como a partir do próprio desenvolvimento
da sociedade brasileira, com a ampliação das políticas sociais.
Na conjuntura histórica de efervescência política que perpassa a sociedade brasileira
que se inicia nos anos de 1970 e acentua-se nos anos de 1980, ocorrem profundas
transformações, sobretudo políticas, na vida em sociedade e no serviço social inicia-se um
amplo debate sobre vários temas pertinentes à profissão, dentre estes, evidencia-se o papel
das políticas públicas como direito do cidadão e dever do Estado.
Trata-se de um debate que se situa no processo de mobilização e organização dos
movimentos sociais que ganha centralidade durante a Assembléia Constituinte,
materializando-se em 1988, com a promulgação da Constituição Federal. Nessa Carta
Magna, dá-se o alargamento das políticas sociais, na qual se tornam um campo amplo de
debate, proposição, produção e análise tanto na esfera política como na geração de
conhecimentos, especialmente, nas áreas das Ciências Sociais e Humanas.
A partir de 1990 e décadas seguintes, com a hegemonia da lógica mercadológica de
cunho neoliberal, o debate sobre as políticas sociais se torna ainda mais imperativo,
principalmente no que tange à relação complexa entre Estado, sociedade e mercado, assim
como seus papéis nas políticas sociais.

p 1 Determinantes sócio-históricos das políticas sociais


Ms

<P> Podemos afirmar que a primeira forma de intervenção estatal, mesmo que embrionária,
^ ocorreu na Inglaterra, principalmente a chamada wPoor laws". A "lei dos pobres" foi o
^ primeiro mecanismo deauxílio aos pobres deforma sistemática. Surgiu ainda na Idade Média
p* 1536, e teve sua reedição em 1834. Essa legislação existiu até 1948, quando foi substituída
m* pelo sistema moderno do Welfare State, em português, o Estado de Bem-estar social.
a Mas, a questão da política social remete mesmo ao advento da sociedade capitalista, e
de uma maior preocupação com o desenvolvimento racional (antes este era totalmente
^ divino) inicia-se na sociedade toda uma discussão sobre qual seria o papel do Estado na
f* sociedade, vários autores falaram sobre, Maquiavel, Rosseau, Hobbes, John Locke... o
m pensamento clássico tinha a preocupação de entender a sociedade que surgia e buscava
respostas para as novas determinações que com ela nascia. É a partir disso que surgem
P diversas perspectivas de atuação do Estado, o liberalismo, o keynesianismo, o neoliberalismo
m que veremos no subtópico 1.2.
m Antes de tratar disso, é importante mencionar os dois modelos que influenciaram a
construção das políticas sociais/seguridade social no mundo. Você já deve ter ouvido sobre
^ o Plano Bismark e o Plano de Beveridge. Essas foram as formas mais populares de
(pt orientação da seguridade social em todo o mundo ocidental. E disso também tiramos sua
m vinculaçâo com o trabalho, seja para quem trabalha ou para quem não trabalha. Isso é muito
^ importante, afinal essa declaração coloca uma relação intrínseca da política social com o
P* trabalho.
^ As primeiras formas de benefícios que vieram a constituir a seguridade social surgiram
ms na ALEMANHA, por volta do ano 1883, durante o governo de Otto von Bismark. O modelo
bismarkiano propõe a seguridade social a partir da LÓGICA DO SEGURO PRIVADO,

Serviço Sodal para Concursos


assim, para acessar um benefício este não é um direito, mas uma forma de retorno após a
contribuição do trabalhador. Esse modelo influenciou as caixas de pensões (que iniciam as
primeiras atuações no Brasil) e até hoje influenciam a organização da política de previdência
social.

Em outra conjuntura, temos a formulação do Plano Beveridge, que na INGLATERRA


é formulado por volta do ano 1942 (durante a Segunda Guerra Mundial). Este modelo faz
uma crítica ao modelo de Bismark, e este que propõe a instituição do Estado de bem-
estar social. Nesse sistema, os direitos tem caráter UNIVERSAL (e não securitário, como o
bismakiano). Conforme Boschetti (2009, 325), todos têm direito incondicional e a garantia
de *[...] mínimos sociais a todos em condições de necessidade. O financiamento é
proveniente dos impostos fiscais, e a gestão é pública, estatal. Os princípios fundamentais
são a unificação institucional e a uniformização dos benefícios."
Esses sistemas influenciaram a constituição de políticas sociais em diferentes países, mas
dificilmente ocorreu de forma npura", em sua maioria, inclusive aqui no Brasil, ocorre uma
junção dos dois modelos. Por exemplo: a previdência para quem contribuir, a saúde universal
e a assistência para quem dela necessitar.
"A/o Brasil, os princípios do modelo bismakiano predominam na previdência social, e os do
modelo beveridgiano orientam o atual sistema público de saúde (com exceção do auxílio
doença, tido como seguro saúde e regido pelas leis da previdência) e de assistência social,
o que faz com que a seguridade social brasileira se situe entre o seguro e a assistência."
(BOSCHETTI, 2009, p. 325).

1.2 Concepções sobre a Política Social e seu papel na sociedade


A interpretação e os moldes da política social não são unânimes, ou seja, não há consenso
sobre a mesma. Há perspectivas políticas-teóricas, por exemplo, que afirmam que ela
proporciona o comodismo, outras que afirmam que ela é direito diante as desigualdades do
sistema políticas. As correntes ideológicas do capitalismo, por sua vez, possuem leituras e
propostas diferenciadas para a política social. Assim, ao introduzir os determinantes sócio-
históricos das políticas sociaiscabe também uma breve análise sobre as principais tendências
econômicas-teóricas sobre:
•o liberalismo origina-se no séc. XVII, consolida-se em meados do séc. XIX após as
décadas de 1830-1840 e estende-se até a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929;
• o keynesianismo-fordismo deriva do pós II Grande Mundial e conservar-se até a „L
crise do capital em 1979; ^
• o neoliberalismo, embora advenha dos anos de 1970, solidifica-se entre as décadas
de 1980 a 1990. (BEHRING, 2009). ^
• No Brasil, com sua peculiaridade, apresenta-se segundo autores como Castelo (2013) ^
na cena contemporânea em um período neodesenvolvimentista, que teve início já m^
no governo FHC, e continuou durante os governos Lula e o governo Dilma, que seria,
em resumo a aliança entre capital nacional e Estado para o desenvolvimento social. ^
Ambas as perspectivas se negam e ao mesmo tempo se afirmam, mas mantendo a "^
necessária acumulação capitalista, sendo que em cada uma guardadas as suas devidas ^
proporções. Aperspectiva liberal (economia política clássica), a vida social é conduzida pela ^
mão invisível do mercado, sendo assim, o Estado deve ser mínimo e apenas fornecer a base
para o mercado e para a livre concorrência regular a sociedade. Segundo Behring (1999, p. ^
06): "O liberalismo, nesse sentido, combina-se a um forte darwinismo social, em que a ^
inserção social dos indivíduos se define por mecanismos de seleção natural."

Página 133 de 307

f$s

/^\
»">?.

Esse "pacto" e consenso entre Estado, sociedade civil e mercado com a teoria clássica da
economia política não duraria muito tempo. As bases materiais, que davam sustentação aos
argumentos liberais, ruíram na metade do século XIX e no início do século XX (BEHRING,
2009), mais precisamente entre os anos vinte e quarenta do século XIX, entre 1825/1830 e
1845. Em 1825, manifestou-se a primeira crise econômica do capitalismo; e. em 1848,
explodiram revoluções democráticas e populares em parte da Europa. (NETTO; BRAZ, 2008).
Os principais motivos para tal inflexão e crise se dão, primeiramente, pelo crescimento
do movimento operário, e, em segundo lugar, pelo processo de concentração e
monopolização do capital. Com isso, está dada a crise de legitimidade do capitalismo. Em
síntese, porque a terra prometida pela burguesia com liberdade, igualdade e fraternidade
não se cumpre para todos, somente para uma elite dominante.
Outro fato que merece o devido destaque e que aponta de maneira contundente os limites
do mercado deixado a mercê de seus movimentos "naturais", trata-se da crise de 1929/1932,
também conhecida como Grande Depressão. Essa foi a maior crise econômica do capitalismo
mundial até aquele presente momento, que se iniciou no sistema financeiro norte-americano
a parir de 24 de outubro de 1929, "[...] quando a história registra o primeiro dia de pânico
na Bolsa de Nova Iorque. A crise se alastrou pelo mundo, reduzindo o comércio mundial a
um terço do que era antes." (BEHRING, 2009, p. 306).
Ao menos até fins do século XIX e início do século XX, as idéias liberais irão prevalecer,
derrotando na maior parte das vezes os humanistas, democratas e reformadores. A
avalanche liberal, alimentada pelas descobertas científicas e por um crescimento
econômico pujante, relegou ao esquecimento as advertências clássicas sobre a
necessidade de um mediador civilizador. (BEHRING, 1999, p. 07)

A expressão teórica e intelectual dessa autocrítica ao fracasso liberal teve como principal
interlocutor Maynard Keynes. Para o keynesianismo, a mão invisível do mercado não
necessariamente produz a harmonia da economia com o bem-estar global. Então, a solução
proposta por Keynes é que o Estado tenha legitimidade para intervir (regular) por um meio
de medidas econômicas e sociais, para assim gerar demanda efetiva, ou seja, disponibilizar
meios de pagamento e dar garantias ao investimento, inclusive contraindo déficit público,
tendo em vista controlar as flutuações da economia. Esse modelo de intervenção estatal
prevê o "[...] incremento a uma política de rebaixamento da taxa de juros e do incremento
dos investimentos públicos". (ALMEIDA, 2011, p. 7).

Coube ao Estado viabilizar salários indiretos por meio de políticas sociais públicas,
operando uma rede se serviços sociais, que permitisse liberar parte da renda
monetária da população para o consumo de massa e conseqüente dinamização da
produção econômica. Esse acordo entre Estado, empresariado e sindicatos envolveu
uma ampliação das funções do Estado nas políticas públicas, que passaram a dispor
de ampla abrangência, permitindo que fosse liberada parte da renda familiar para o
consumo. A tais medidas, aliou-se uma rigorosa administração dos gastos
governamentais. Assim, a implantação de uma rede pública de serviços sociais é parte
da chamada regulação keynesiana da economia, uma das estratégias de reversão das
crises cíclicas do capitalismo pós-guerra. (lAMAMOTO, 2011, p. 30, grifos do autor)

A materialidade do Estado de bem-estar social europeu instaurava-se - welfare state


- oferecendo assim as supostas condições para o "fim da história", em que através da
socialdemocracia se alcançaria (ou poderia) subsumir as desigualdades de classes através
da consolidação dos direitos e da cidadania. Tal premissa não se confirmou em sua plenitude,
se esgotando trinta anos depois. (BEHRING, 2009).

Serviço Social para Concursos

^Pv
Os "Anos Dourados" do capitalismo regulado começaram a se exaurir no final da década
de 1960, o que se apresentara como possibilidade de conciliação, se mostra agora como um
limite. Cada vez mais a tese do pleno emprego é contrariada pela capacidade interventiva
do Estado e pela nova geração no mercado de trabalho, e a garantia de direitos aliada a uma
forte produção entra em colapso. A crise revela tanto a falência do Estado, enquanto
provedor político; como a incapacidade do capital em promover o crescimento econômico-
social em escala ampla e garantir a geração de emprego.
Tem-se, assim, um largo crescimento das dívidas públicas e privadas, e a conseqüente
grande recessão com a alta dos preções na área petroleira (1973/1974) (BEHRING, 2009).
O sonho e a "lua de mel" entre o Estado intervencionista e o mercado davam sinais de
colapso, e, entraria mais uma vez em uma profunda crise do modelo anti-crise. A partir de
então as elites econômicas passaram a questionar a intervenção do Estado na economia ao
responsabilizar os gastos sociais públicos pela crise econômica. Assim, no final dos anos
1970 e durante os anos de 1980, as elites reeditam e reinventam o liberalismo - o
neoliberalismo - que se conforma como uma reação ao keynesianismo e ao Estado de bem-
estar social.

O historiador Perry Anderson (1995) levanta elementos essenciais para se compreender


a origem do neoliberalismo assim como o papel do Estado neoliberal. Para esse autor, o
neoliberalismo surge após a 2o Guerra Mundial em regiões como a Europa e a América do
Norte, se contrapondo claramente ao Estado interventor e ao Estado de bem-estar social e
com a missão de aprofundar o domínio do capital.
O neoliberalismo também atribui a crise ao poder excessivo dos sindicatos, que
pressionavam fortemente por maiores salários e mais gastos sociais do Estado, o que
impedia assim o alavanco das taxas de lucros das empresas. A essência do arsenal neoliberal
se dá, nas afirmações de Netto, em duas principais premissas: "[...] uma argumentação
teórica que restaura o mercado como instância mediadora societal elementar e insuperável;
e uma proposição política que repõe o Estado mínimo como única alternativa e forma para a
democracia." (NETTO, 2007, p. 77)
Para sair da crise, o receituário neoliberal coloca algumas proposições fundamentais:
• Um Estado forte conta o poder dos sindicatos e para controlar a moeda;
• Estado mínimo para gastos com o social;
• Restauração da naturalização do desemprego, e assim, recomposição mais severa
do exército industrial de reserva;
• Desmonte dos direitos sociais, e assim, desmonte das políticas sociais.

O receituário neoliberal alia-se com a expansão do capital financeiro. Trata-se, pois, da


formação do capital financeiro em dimensão global, a financeirização da economia, que junto
ao neoliberalismo se apoia na flexibilização produtiva, do trabalho e do social (ALMEIDA,
2011).
Essa nova ordem acarreta o agudizamento das expressões da "questão social", cujas
expressões dominantes são o desemprego, a precarização do trabalho e a desproteção social,
e, instaura novas formas de intervenção sobre as expressões da "questão social" ao se
deslocar do âmbito do público-estatal para o privado e o público-porém-privado. Conformam-
se novas transformações que põem em xeque o padrão de racionalidade do Estado em sua
intervenção no campo da produção e da reprodução da vida em sociedade. (ALMEIDA, 2011,
p.9).
O conjunto do ideário neoliberal legitima o processo do capital monopolista, e, para não
restringir sua liberdade e movimento, o Estado foi demonizado, devendo ser reformado.
Ocorrem, portanto, as contrarreformas, destinadas a supressão e desmonte dos direitos

Página 135 de 307


á^s

178

P sociais e das políticas sociais públicas. E, o neoliberalismo para manter-se na hegemonia


ms econômica, política e social, em uma realidade cujo objetivo não é o de atender as
necessidades sociais da maioria das pessoas, mas para a rentabilidade do capital, se utiliza
^ de estratégias ideológicas e culturais que construam uma consciência a partir da difusão de
{* uma visão de mundo conservadora da ordem existente. (BEHRING, 2008).
{* Vale salientar que essa diminuição do Estado é para fins convenientes a acumulação do
_ capital e para o aumento das taxas de lucro. Sendo assim, a "diminuição" é para fins sociais.
' Em síntese, um Estado mínimo para o trabalho, e máximo para o Capital. "A partir
P* dessa nova perspectiva, de cunho neoliberal, o Estado afasta-se das funções de provedor
ms social, do bem comum enquanto princípio de racionalidade universalista e responsabiliza a
sociedade - mercado e organizações sociais - a exercer tais funções". (ALMEIDA, 2011, p.

f* Em termos sintéticos, a ofensiva neoliberal se constituiu tanto com base na crise do


(p\ Estado de bem-estar social, como também se fortalece pela crise do chamado socialismo
real. (NETTO, 2007). A ofensiva neoliberal coloca na atualidade um esvaziamento do discurso
^ político da "questão social" e dos direitos sociais, e a tendência tem sido a quebra da
P* universalização destes na defesa da restrição, redução e até supressão dos direitos.
O A política neoliberal acaba transformando as políticas sociais em ações compensatórias
a e pontuais, e em ações cada vez mais limitadas, prevalecendo o trinômio articulado do
neoliberal para as políticas sociais: a privatização, a focalização e a descentralização.
f* (BOSCHETTI; BEHRING, 2008).
^ Nessa conjuntura de ofensiva neoliberal há uma tendência de privatização das Políticas
f* Sociais, transformando o direito em serviço, e o sujeito de direito em consumidor. E mesmo
as poucas Políticas Sociais que permanecem com caráter público são tidas como favor ou
^ privilégio e não como direito.
^ Apolítica neoliberal mistifica as relações contraditórias e complexas existentes entre a
^ sociedade civil e o Estado e também os conflitos entre classes sociais e processos que
a envolvem produção e reprodução do modo de produção capitalista. Nessa perspectiva se dá
um rearranjo na arquitetura institucional na área social ao ignorar a constitucionalidade da
f^ Seguridade Social e ainda afeta as relações de trabalho. O neoliberalismo ao respaldar a
{* atuação das ONGs afirma o serviço voluntário, desprofissionalizando a intervenção,
_ remetendo esta a uma perspectiva solidária e de realização do bem comum pelos indivíduos
^ através do trabalho voluntário, ou seja, do trabalho não remunerado. (BEHRING;
p> BOSCHETTI, 2008).
P» 2 Peculiaridades da Política Social no Brasil: da não implementação ao desmonte
P No Brasil, esse arranjo das políticas sociais ao longo da história se dá, guardadas as
ms proporções, em ritmo um pouco diferencial, principalmente pela formação histórica e
econômica do sistema capitalista no país. Sem dúvidas, o seu surgimento está relacionado,
^ como sempre lemos na literatura, à criação das caixas de pensões (CAPs) e as IAPS. Porém
m é válido lembrar que isso é uma conseqüência, afinal, conforme Netto (2009) a política social
surge no Brasil com o desenvolvimento do capitalismo monopolista, ou seja, com a
^ agudização das expressões da"questão social".
^ As políticas sociais na realidade brasileira têm muitas particularidades, principalmente
O por seu viés assistencialista e previdenciario no início, assim como por não mexer
j^ essencialmente nas desigualdades sociais da sociedade, e além do mais, estas possuem uma
natureza ambígua,"[...] que ao invés de serem destinadas a todos como direito, é excludente
P* e sequer conseguem contribuir para a elevação dos níveis de vida da população usuária de
m* seus programas, projetos, serviços e ações". (ALMEIDA, 2008, p. 6)
I» O Brasil não teve uma clássica revolução industrial, mas uma história de surgimento
_ como colônia e de base escravista. Tudo isso reflete na herança política e econômica do país,

^p* Serviço Social paraConcursos


que ainda hoje vive em meio a enormes desigualdades, e ainda com forte concentração de
renda e poder por parte de uma pequena elite dominante.
Nos termos de Octávio Ianni, o Brasil se configura como "[...] uma formação social na
qual sobressaem ritmos irregulares e espasmódicos, desencontrados e contraditórios", como
um caleidoscópio de várias épocas. Assim, na modernidade, o país apresenta-se com um
"[...] presente que se acha impregnado de vários passados". (IANNI, 1992, p. 60-63). Nesse
sentido, trata-se de uma marca fundante da história da formação social e econômica
brasileira o desenvolvimento desigual e combinado, semelhando a "[...] um caleidoscópio de
muitas épocas, formas de vida e trabalho, modos de ser e pensar [...] E tudo isso está
atravessado por um desenvolvimento desigual e combinado caleidoscópio, no qual a
geografia e a história se mostram enlouquecidas." (IANNI, 2004, p. 85).

Tais desigualdades revelam o descompasso entre temporalidades históricas distintas,


mas coetaneamente articuladas, atribuindo particularidades à formação social do País.
Afetam a economia, a política e a cultura, redimensionando, simultaneamente, nossa
herança histórica e o presente. Imprimem um ritmo particular ao processo de
mudanças em que tanto o novo quanto o velho alteram-se em direções contrapostas:
a modernidade das forças produtivas do trabalho social convive com padrões
retrógrados nas relações de trabalho, radicalizando a questão social. (lAMAMOTO,
2011b, p. 128-129, grifos da autora)

Na passagem do século XIX para o século XX, tiveram vários sindicatos formados. Isso se
dá principalmente pela influência forte dos imigrantes que traziam os ares dos movimentos
anarquista e socialista da Europa para o país. Com isso, teve-se uma guinada na correlação
de forças, algumas garantias foram conquistadas, como a redução da jornada de trabalho
para 12 horasdiárias. Porém, ainda sem nenhuma legislação. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008)
E somente no ano de 1923 que se aprova a legislação referente à política social, que é a
lei Eloy Chaves, que institui a obrigatoriedade de Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs).
Esse fato constitui uma peça chave para a compreensão do formato da política social
brasileira. (BEHRING; BOSCHETTI, 2008), que como já vimos, tem seu início nessa
perspectiva do SEGURO SOCIAL.
E a partir dos anos 1930 que se iniciam as protoformas das políticas sociais, que se dão
primeiramente pela criação das caixas de pensão, assim primeiramente pela forma de seguro
social, lógica essa que reverbera até o período atual. Inicia-se a transferência do tratamento
da "questão social" como caso de polícia para caso de política.
nDesde o reconhecimento legal dos tímidos e incipientes benefícios previdenciários com a
Lei Eloy Chaves em 1923, predominou o acesso às políticas de previdência e de saúde
apenas para os contribuintes da previdência social. A assistência social manteve-se, ao
longo da história, como uma ação pública desprovida de reconhecimento legal como
direito, mas associada institucionalmente e financeiramente à previdência sociar.
(BOSCHETTI, 2009, p. 329).

Foi somente com a Constituição Federal de 1988 que as políticas sociais da seguridade
social foram reorganizadas com novos princípios e diretrizes. Segundo Maria Lúcia Werneck
Vianna:

nAo adotá-la [a concepção de seguridade social], a Carta consignou o entendimento da


política social como conjunto integrado de ações, como dever do Estado e como direito do
cidadão. Incorporou, assim, ainda que tardia e nominalmente, uma das grandes marcas
do século XX. [...] No Brasil, a intenção constituinte integrou as áreas de Previdência,
Saúde e Assistência Social sob a rubrica da seguridade/' (VIANNA, 2012, p. 176)

Página 137 de 307


0£\

P* Mas, como já citamos anteriormente, essa organização mistura no tripé da seguridade


ms social (previdência, saúde e assistência) diferentes concepções. A previdência, é um direito
contributivo, somente mediante pagamento mensal você pode acessá-lo; já a Saúde, trata
is se de um direito UNIVERSAL, independe de qualquer contribuição; e a Assistência se
pv configura como um direito seletivo, apenas àqueles que necessitam (e ainda com bastante
rigor) irá acessar esta política.
m De todo modo, a Seguridade Social brasileira a partir da Carta Magna passa a ser regida
• pelos seguintes princípios:
f 1) Universalidade de cobertura e atendimento
P* Trata-se do princípio fundamental, que rege os demais.
ms 2) Uniformidade e equivalência dos benefícios/prestações
Isto significa que os benefícios devem ser idênticos para toda a população, garantindo a
^ igualdade, salvo em casos de diferenciação entre urbano e rural.
O 3) Seletividade e distributividade
Este trata-se de um dos mais complexos, porque em termos refere-se ao necessário
^ tratamento desigual aos desiguais. Aseletividade visa garantir os mínimos.
P 4) Irredutibilidade do valor dos benefícios
^ Ovalor pecuniário não pode ser diminuído.
5) Equidade de participação no custeio
P* Todos custeiam, porém de forma proporcional a renda.
p 6) Diversidade de base do financiamento
Isto significa que trabalhadores, empresas ou pessoas físicas, assim como União,
^ estados e municípios financiam.
O 7) Participação da comunidade na gestão administrativa
/ps
Trata-se de um dos mais importantes, pelo aspecto e conteúdo político. Destaca assim o
caráter democrático, a participação popular, os conselhos e as conferências.
-» EUU SEI, E DICA DEDEP

Porém, com o neoliberalismo, esses princípios não chegam a ser implementados em sua
integralidade, são na prática desconsiderados, pois prevalece a lógica de mercado.

Todos esses princípios estão sendo gradualmente diluídos em sucessivas contrarreformas


ou medidas tidas como de natureza técnica, mas que, na verdade, têm um nítido sentido
político de desestruturação da seguridade social. Os princípios da seletividade é o único
que não está sendo derruído, ao contrário, está sendo colocado na prática com bastante
rigor. (BOSCHETTI, 2009 p. 332)

Tendo isso em vista, é importante ressaltar o caráter contraditório da seguridade social


brasileira, o que leva muitos autores a dizer que a seguridade social no Brasil nunca sequer
chegou a ser implementada, principalmente com a ideologia neoliberal, que propõe uma
privatização das políticas sociais.

3 Neoliberalismo, crise e o desmonte das políticas sociais

Serviço Sodal para Concursos


r9í

/$\

As bancas cobram muito sobre neoliberalismo e políticas sociais na cena contemporânea.


Para fixar, vale destacar: na atual conjuntura neoliberal, de desresponsabilização do Estado, ^
de descenso das lutas sociais e de reestruturação produtiva, ou seja, em tempos de ^
agudizamento das expressões da "questão social", precarização das relações de trabalho, _
intenso processo de individualização e refluxo da luta de classes, minimização do Estado para ^
o social e desmonte dos direitos sociais. (GALDINO, 2014) ^
O neoliberalismo junto com a reestruturação produtiva, a acumulação flexível e a ^
financeirização da economia em escala mundial fortalecem a hegemonia do capital, ^
impulsionando "novas" formas de dominação/opressão e reprodução social, que modificam
o mundo do trabalho e vão contra o trato público da questão social, desresponsabilizando o ^
Estado de seu papel de provedor. Esses rearranjos do capital fazem com que ocorra um ^
aumento da concentração e centralização de renda, e consequentemente da desigualdade
social. (GALDINO, 2012). "*>
No Brasil, com a ascensão do neoliberalismo na década de 1990, as políticas sociais que
até então não tinham sido efetivadas na perspectiva da garantia de direitos6, entram em ^
franco processo de retração que atinge sobremaneira a política de saúde. Com o processo ^
de desresponsabilização do Estado na implementação e garantia de direitos, a Saúde é
capturada pela ofensiva do mercado, inserindo-se plenamente na lógica mercantilista. Nessa ^
lógica privatista, a tarefa do Estado "[...] consiste em garantir um mínimo aos que podem ^
pagar, ficando para o setor privado o atendimento dos que têm acesso ao mercado [...]".
(BRAVO, 2011 p. 15). A principal inovação é acriação de uma esfera pública não estatal que, ^
embora exercendo funções públicas, obedecem as leis de mercado. ^
Têm-se um Estado mínimo no que tange aos gastos com o social e o máximo de gastos ^
para investimento na economia, principalmente nos dias atuais para a saída da crise. Com a ^
crise, é notório que a implementação e a garantia de direitos sofrem impactos mais
perversos. Ocorre, assim, a negação da conquista histórica da sociedade civil ao direito à ^
saúde. ^
O projeto privatista se fortalece com a atual crise do capital, que minimiza ainda mais o ^
papel do Estado com gastos sociais em prol dos investimentos para salvar os bancos e a
economia. Segundo István Mészáros (apud AMORIM, 2010) a partir dos anos de 1970 o ^
capitalismo vive uma atormentada crise estrutural. Na crise estrutural do capital, o Estado ^
passa a assumir um papel intervencionista na vida social de maneira mais direta, A
principalmente no que tange a desregulação de direitos e mais investimentos no consumo e
na economia. A ofensiva neoliberal produz uma reengenharia na produção e reprodução ^
social, assim como reconfigura o papel do Estado e da sociedade civil frente às expressões ^
da questão social.
Depois da crise de 1970, sobretudo a partir dos 90, as pressões na reconfiguração
neoliberal do Estado aumentaram com o processo de reestruturação produtiva, acumulação ^
flexível, financeirização e globalização da economia. ^
No Brasil, a partir de 1990, tem-se a mercantilização dos direitos sociais que altera e ^
cria um novo padrão de relação entre o Estado e a sociedade civil, reordenando o trato da ^
questão social, mesmo com as conquistas constitucionais de 1988. •
Apesar do ascenso de lutas democráticas e dos movimentos sociais, que apontavam
condições políticas e uma base de legitimidade forte para a realização de reformas ^
efetivas, muitas contratendências se interpuseram a essa possibilidade, os anos 1990 ^
até os dias de hoje têm sido de contrareforma do Estado e de obstaculização e/ou
redirecionamento das conquistas de 1988, num contexto que foram derruídas até ^
mesmo aquelas condições políticas por meio da expansão do desemprego e violência. ^
(BEHRING; BOSCHETTI, 2008, p. 147) ^
^ /^\

6Lembre-se que a Constituição Federal que regulamenta a Seguridade Social data de 1988. /m

Página 139 de 307


P* Com a política neoliberal de minimização do Estado na área social, acaba ocorrendo o
ms sucateamento da coisa pública e assim uma valorização dos serviços ofertados pela iniciativa
privada. Em face desse quadro, depara-se com a tendência de focalização, seletividade,
^ terceirização e privatização de direitos, chamada de "novas formas de gestão" que
p* refilantropiza a questão social, com a despolitização da mesma.
p* Nessa atual conjuntura de rebatimentos do neoliberalismo nas políticas públicas com o
_ desmonte e retração dos direitos sociais, prevalecem a focalização e a precarização,
• bem como a privatização dos direitos.
Boschetti (2009), traz que três caminhos principais sobre o desmonte da seguridade social
P* no Brasil, são eles:
P* 1) Desconfiguração dos direitos previstos constitucionalmente
ms 2) Fragilização dos espaços de participação e controle democrático previstos na
Constituição, como Conselhos e Conferências
^ 3) O orçamento da seguridade social não implementa-se a partir de fonte diversificada,
p> mas a partir da arrecadação da folha de salários, sobrecarregando assim os
^ trabalhadores com financiamento das políticas sociais.

^ Compreender o serviço social, bem como a política social na contemporaneidade é fazer


assim uma análise crítica do capitalismo em sua fase de "acumulação flexível" e
P* reestruturação produtiva, isto é, de predomínio da esfera financeira para obtenção de lucro;
ps da política neoliberal de mercado, que minimiza a importância das políticas sociais
para o desenvolvimento social, este cada vez mais esquecido em tempos de crise do capital;
^ e não suficiente, inseri-lo nas particularidades brasileiras, de democracia restrita e de uma
p* tardia inserção da seguridade social na vida pública do país.
p* Assim, como o Serviço Social está inserido diretamente na contradição capital x trabalho
j^ através da questão social, a mudança da cena contemporânea também condiciona o exercício
• profissional do assistente social. Essa investida é acentuada pela "assistencialização" da
P" pobreza contra o direito ao trabalho, transversal às pofítrcas e programas sociais focalizados,
ms dirigidos aos segmentos mais pauperizados dos trabalhadores, com marcantes incidências
na capacidade de mobilização e organização em defesa dos direitos.

/SN
A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a atenção
^ à pobreza para a iniciativa privada ou individual, impulsionada por motivações solidárias
p» e benemerentes, submetidas ao arbítrio do indivíduo isolado e ao mercado e não à
responsabilidade pública do Estado, com claros chamamentos à sociedade civil. As
^ conquistas sociais acumuladas têm sido transformadas em causa de "gastos sociais
P^ excedentes" que se encontrariam na raiz da crise fiscal dos Estados. A contrapartida tem
ms sido a difusão da idéia liberal de que o "bem-estar social" pertence ao foro privado dos
indivíduos, famílias e comunidades. A intervenção do Estado no atendimento às
P* necessidades sociais é pouco recomendada, transferida ao mercado e à filantropia, como
^§n alternativas aos direitos sociais quesó têm existem na comunidade política. Como lembra
^ Yazbek (2001), o pensamento neoliberal estimula um vasto empreendimento de
^ "refilantropização do social", e opera uma profunda despolitização da "questão social" ao
<p desqualificá-la como questão pública, questão política e questão nacional. Acanda (2006),
m* em sei/ competente e provocativo estudo sobre a sociedade civil, também destaca alta
dose controvérsia no uso teórico dessa noção, que tende hoje a ser empregada mais como
P* metáfora do que como um conceito, segundo os mais diversos matizes e interesses
ms políticos de direita e de esquerda." (lAMAMOTO, 2009, p. 19-ss).

<!P* Serviço Social para Concursos

á$S
Assim, é notório que desde o final dos anos 90, assim como na entrada do século XXI, o
principal desafio do Serviço Social encontra-se na agudízação das expressões da questão
social, que se agudizam a partir da perspectiva neoliberal de Estado mínimo para os gastos
no social, isso tem um forte rebatimento nas políticas sociais, principalmente no que tange
a precarização desta, visto que sob a ótica neoliberal, as expressões da questão social devem
ser solucionadas pelo próprio indivíduo, e não pelo Estado.
Nos dias atuais, a lógica da reforma bate a nossa porta, exemplo claro disso é a Reforma
da Previdência, sobre o falso discurso de "rombo" no orçamento, bem como a Reforma das
Leis Trabalhista, que levará à uma maior insegurança aos trabalhadores. O cenário está cada
vez mais regressivo para os direitos sociais conquistados.

^ _ I REFERENCIAS:
BEHRING, Elaine Rossetti. Política Social no contexto da crise capitalista. In:
CFESS/ABEPSS (org) Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-
DF: CFESS/ABEPSS, 2009.
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história.
(Biblioteca Básica do Serviço Social). 5o Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In: Mota, A. E. eía/.(Org.). Serviço
Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.
lAMAMOTO, MariIda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital
financeira, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2011.
lAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena contemporânea. In: CFESS/ABEPSS
(org) Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília-DF:
CFESS/ABEPSS, 2009.
NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2006.

QUESTÕES

1. (CESPE/INSS/2016) Política pública pode ser considerada sinônimo de política estatal,


pois é do governo a responsabilidade de identificar os problemas sociais prioritários.

2. (CONSUPLAN/TRF-2/2017) Aseguridade social nos países capitalistas da Europa Ocidental


e da América Latina estrutura-se tendo como referência a organização social do trabalho.

Página 141 de 307


0^>

2018

Em decorrência do grau de desenvolvimento do capitalismo e da organização da classe


trabalhadora, dentre outros aspectos, a seguridade social constitui-se de forma diferenciada
em cada país. Acerca das diferentes formas como a Seguridade Social se estrutura, assinale
a afirmativa correta.

A) O financiamento da seguridade social, segundo o modelo beveridgiano é proveniente da


contribuição de empregados e empregadores.
B) Em relação ao financiamento, no modelo bismarckiano, os recursos são provenientes
m\
exclusivamente da contribuição dos empregados, baseados na folha de salários.
C) No modelo bismarckiano os seguros sociais são condicionados a uma contribuição direta
anterior e o montante das prestações é proporcional à contribuição efetuada.
D) No Brasil, os princípios do modelo bismarckiano predomina na previdência social e o
modelo beveridgiano predomina no sistema público e privado de saúde e na assistência
social.

ps 3. (FUNTEF-PR/PREF. DE CAMBARÁ-PR/2016) Sobre as políticas sociais públicas no Brasil,


^ assinale a alternativa INCORRETA.
A) A política social brasileira teve sua origem quando a questão social ganhou evidência,
^ dada a emergência do processo de industrialização, no período de formulação da Constituição
P> Federal de 1988 (CF/88).
P* B) A instituição das caixas de aposentadorias e pensões delimita o início da previdência social
ms no Brasil.
ms C) O modelo de política social brasileiro no século XXI é caracterizado pelo combate à fome
e à miséria.
D) A CF/88 foi o marco legal das mudanças na política social brasileira, que se caracterizou
^ por oferecer cobertura aos que se encontravam fora do mercado de trabalho.
^ E) A questão social passou a ser um elemento impulsionador de medidas de proteção aos
p> trabalhadores e suas famílias, a partir de 1930.

#^ 4. (FCC/TRT-11/2017) Yazbek (2008) afirma que a política social brasileira encontra na


a Constituição Federal de 1988 uma nova arquitetura institucional e ético-política. Nessa linha,
compreende-se que o desenvolvimento da política social
(A) parte de interesses que são neutros, na medida em que o Estado mantém total autonomia
f^ em relação à sociedade.
f^ (B) faz parte de um conjunto de iniciativas públicas e privadas que objetivam realizar no
ms âmbito da esfera privada a inclusão em serviços e renda.
ps (C) organiza-se de forma a ter como foco de intervenção a cobertura das situações de
vulnerabilidade social, ficando sob a responsabilidade do mercado a equalização de
^ oportunidades e o conseqüente combate à pobreza com vistas à melhoria da qualidade de
ps yjda.

P* (D) refere-se sempre a relações sociais concretas e como parte das respostas que o Estado
ms oferece às expressões da questão social, situando-se no confronto de interesses de grupos
e classes sociais.
0&S

/PM

p* Serviço Sodal paraConcursos


/•ítfÜH

(E) exige, sob a ótica da cidadania uma abordagem que estabeleça medidas de "gestão da
pobreza" nas quais a solidariedade e o exercício da responsabilidade social devem se ^
constituir como referência para essa medição. ^

5. (CESPE/INSS/2016) A crise do Estado de bem-estar social manifesta-se pela articulação ^


dos seguintes fatores: o universalismo protetor, as formas crescentes de particularismo ,»
social e a mercantilização da política social.

/£$\

6. (VUNESP/PREF. DE POÁ-SP/2013) No Brasil, o conceito de seguridade social, como política


social e como um direito social, data da Constituição de 1988. O texto constitucional define ^
a Seguridade como "conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da ^
sociedade, destinadas a assegurar o direito relativo _
(A) à saúde, à previdência e à assistência social". '
(B) à renda, à cidadania e aos esportes". ^
(C) à assistência privada, ao assistencialismo e à vida pública". ^
(D) à educação, ao saneamento básico e à iniciativa privada". ^
(E) àassistência médica, à previdência privada e à participação social". ^

7. (COTEC/UNIMONTES/Pref. Novorizonte-MG/2016) São consideradas como características **


e/ou particularidades das políticas sociais sob a égide neoliberal e do capital financeiro,
EXCETO ^

A)Viabilizam a mediação de interesses difusos, a partir do momento em que demarca a ^


equidade, a igualdade, a democracia e a cidadania como seus princípios basilares. ^
B) Terceirização de serviços públicos para a iniciativa privada. ^
C) Primam pela seletividade, ao impor critérios cada vez mais restritivos nas possibilidades ^
de acesso populacional aos direitos sociais. ^
D) São foca listas, quando destacam segmentos e grupos específicos como público-alvo, ^
demandatários de maior atenção política.

8. (FCC/TRT-11/2017) A política social no neoliberalismo tem como marcas:


/^i
I. as relações de classe e conflito social, englobando uma teoria econômica, uma sociológica,
um método filosófico e uma visão revolucionária da mudança social. ^
II. liberação e flexibilização do mercado; redistribuição da renda em favor do lucro; ^
desoneração dos governos com a proteção social e adoção de políticas monetárias como ^
reguladoras do equilíbrio. /•flãk\

III. medidas estatais universalizantes para as políticas sociais, pois cabe ao Estado intervir
integralmente no enfrentamento da questão social. Está correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas. (B) I, II e III.
(C) I e III, apenas. (D) III, apenas.
(E) II, apenas.

9. (VUNESP/TJ-SP/2012) No Brasil, a conjuntura de crise econômica dos anos 80 e a ebulição


dos movimentos sociais que aprofundam a luta pela democracia e por direitos de cidadania

Página 143 de 307

/^$s
9
2018
9
constituem o cenário do debate e de formulação da Constituição de 1988. Esta, chamada
Constituição Cidadã, expressa e responde a esses anseios democráticos. Ao lado da diretriz
de descentralização e municipalização das políticas públicas, concretizadoras de direitos, é
afiançada a participação da população no controle e na gestão dessas políticas. Para tanto,
as legislações ordinárias regulamentadoras da Constituição previram, para essa participação,
(A) assembléias extraordinárias.
(B) fóruns especiais.
(C) auditorias externas.
(D) conselhos colegiados.
(E) órgãos representativos de classes.

(CESPE/STM/2018) No que tange ao arcabouço legal da política de saúde e de


assistência social, julgue os itens que se seguem.
10. O projeto privatista e o projeto da reforma sanitária foram projetos políticos que
estabeleceram disputa na área da saúde, nos anos 90 do século passado,
«* apresentando diferentes exigências para o serviço social.

11. O Sistema Único da Assistência Social, configurado como o novo reordenamento


da Política de Assistência Social na perspectiva de promover maior efetividade de
suas ações, é um sistema descentralizado, com caráter contributivo e participativo.

12. Uma das atribuições dos assistentes sociais atuantes na área da saúde é
promover a disponibilização e efetivação, nas respectivas unidades, de ambientes
físicos que possam garantir a participação popular e dos trabalhadores de saúde nas
decisões a serem tomadas.
9
9
13. A Norma Operacional Básica - NOB-SUS/1996 foi criada devido às dificuldades
de efetivação do Sistema Único de Saúde. Acerca da Lei n.° 8.212/1991, que dispõe
sobre a seguridade social, julgue os itens a seguir.
9
-
14. A previdência social e a assistência social visam assegurar aos seus beneficiários
-
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada,
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.

15. Os estados, o Distrito Federal e os municípios tornam-se responsáveis pela


cobertura de eventuais insuficiências financeiras da seguridade social, quando
decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da previdência
social.

Serviço Social para Concursos

9
9
9
/®S

/3s

16. Aseguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes ^


públicos e da sociedade, destinado a assegurar o acesso aos serviços relativos à
saúde, à previdência e à assistência social. ^
rw$\

17. Constitui princípio e diretriz da seguridade social o caráter democrático e ^


descentralizado da gestão administrativa, com a participação de membros da
comunidade, entre os quais, os empresários. ^
,/^s

18. Os princípios e diretrizes da seguridade social incluem a participação da iniciativa -


privada na assistência à área da saúde, desde que obedecidos os preceitos
constitucionais. ^

19. Os assistentes sociais que atuam na área da saúde conseguem atuar em grandes
eixos, como qualificação e formação profissional, participação e controle social, ^
independentemente de haver articulação e sintonia com os princípios do projeto de ^
reforma sanitária. ^

/^\

Página 145 de 307


P GABARITO:

0Ê\ • E 2. C 3. A 4. D 5. C

0^\ ^
A 7. A 8. E 9. D 10. c

ps 11. E 12. C 13. C 14. E 15. E

ps ±6
C 17. C 18. C 19. E
ms

0ÊS

P tft NÚMERO DE ACERTOS: KNúmero de erros

JPV

= I QUESTÕES COMENTADAS

^ 1. (CESPE/INSS/2016) Política pública pode ser considerada sinônimo de política estatal,


^ pois é do governo a responsabilidade de identificar os problemas sociais prioritários.
ERRADO. Justificativa: Política pública não é sinônimo de política estatal. O significado de
P* público mais muito além, a palavra pública vem do latim, expressa como res publica, isto é,
ps coisa de todos , e, por isso, constitui algo que compromete tanto o Estado quanto a
sociedade. Estado e governo também não diferentes, o governo é uma gestão eleita, o
** Estado o ente, estrutura moderna que vai além de governos. Cf. Potyara.
0&S

^ 2. (CONSUPLAN/TRF-2/2017) Aseguridade social nos países capitalistas da Europa Ocidental


(^ e da América Latina estrutura-se tendo como referência a organização social do trabalho.
^ Em decorrência do grau de desenvolvimento do capitalismo e da organização da classe
trabalhadora, dentre outros aspectos, a seguridade social constitui-se de forma diferenciada
P em cada país. Acerca das diferentes formas como a Seguridade Social se estrutura, assinale
ps a afirmativa correta.
ps A) O financiamento da seguridade social, segundo o modelo beveridgiano é proveniente da
_ contribuição de empregados e empregadores.
O plano beveridgiano crítica a lógica de seguro e defende o financiamento público.
B) Em relação ao financiamento, no modelo bismarckiano, os recursos são provenientes
^ exclusivamente da contribuição dos empregados, baseados na folha de salários.
Existe contribuição direta também dos empregadores. Conferir Behring, 2008, p. 66)

JB\

ms

P* Serviço Sodal para Concursos

/ffPS
C) No modelo bismarckiano os seguros sociais são condicionados a uma
contribuição direta anterior e o montante das prestações é proporcional à
contribuição efetuada.
D) No Brasil, os princípios do modelo bismarckiano predomina na previdência social e o
modelo beveridgiano predomina no sistema público e privado de saúde e na assistência
social.

Errado. No Brasil o sistema é híbrido, claro. Mas a assistência não tem influência
beveridgiana, pois não tem caráter público/universal.

Segundo BEHRING e BOSCHETTI (2008, p. 66), "O modelo


bismarckiano é identificado como sistema de seguros sociais, pois suas
características assemelham-se à de seguros sociais privados. Em
relação aos direitos, os benefícios cobrem principalmente (e às vezes
exclusivamente) os trabalhadores contribuintes e suas famílias; o
acesso é condicionado a uma contribuição direta anterior e o montante
das prestações é proporcional à contribuição efetuada."

3. (FUNTEF-PR/PREF. DE CAMBARÁ-PR/2016) Sobre as políticas sociais públicas no Brasil,


assinale a alternativa INCORRETA.

A) A política social brasileira teve sua origem quando a questão social ganhou
evidência, dada a emergência do processo de industrialização, no período de
formulação da Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Essa assertiva está completamente errada. A política social, bem como o serviço social sim
surgem com a agudízação da questão social, que ocorre com o advento do capitalismo
monopolista e com o processo de industrialização, mas isso foi no início do século XX, a
constituição federal de 1988 foi bem depois desse processo. Cf. Netto (Capitalismo
Monopolista) e Behring e Boschetti (Política Social, volume 2 da biblioteca básica).
B) Ainstituição das caixas de aposentadorias e pensões delimita o início da previdência social
no Brasil.

C) O modelo de política social brasileiro no século XXI é caracterizado pelo combate à fome
e à miséria.

D) A CF/88 foi o marco legal das mudanças na política social brasileira, que se caracterizou
por oferecer cobertura aos que se encontravam fora do mercado de trabalho.
E) A questão social passou a ser um elemento impulsionador de medidas de proteção aos
trabalhadores e suas famílias, a partir de 1930.

4. (FCC/TRT-11/2017) Yazbek (2008) afirma que a política social brasileira encontra na


Constituição Federal de 1988 uma nova arquitetura institucional e ético-política. Nessa linha,
compreende-se que o desenvolvimento da política social
(A) parte de interesses que são neutros, na medida em que o Estado mantém total autonomia
em relação à sociedade.
Nesse processo não há neutralidade nem tão pouco autonomia. Estado e sociedade estão
em relação, principalmente contraditória. Conforme a autora: "A Política Social expressa
relações, conflitos e contradições que resultam da desigualdade estrutural do capitalismo.
Interesses aue não são neutros ou igualitários e que reproduzem desigual e

Página 147 de 307


(PN

ms ^ ~~' •*• ^

P contraditoriamente relações sociais, na medida em que o Estado não pode ser autonomizado
ps em relação à sociedade e as políticas sociais são intervenções condicionadas pelo contexto
histórico em que emergem."
ps
' (B) faz parte de um conjunto de iniciativas públicas e privadas que objetivam realizar no
^ âmbito da esfera privada a inclusão em serviços e renda.
^ Para Jaccoud (2008:3) "as políticas sociais fazem parte de um conjunto de iniciativas
p públicas, com o objetivo de realizar, fora da esfera privada, o acesso a bens, serviços e
ps renda."
ms (C) organiza-se de forma a ter como foco de intervenção a cobertura das situações de
vulnerabilidade social, ficando sob a responsabilidade do mercado a equalização de
f^ oportunidades e o conseqüente combate à pobreza com vistas à melhoria da qualidade de
ps vida.
ps Para Jaccoud (2008:3), "Seusobjetivos são amplos e complexos, podendo organizar-se não
m apenas para a cobertura deriscos sociais, mas também para a equalização deoportunidades,
^ o enfrentamento das situações dedestituição e pobreza, o combate às desigualdades sociais
f* e a melhoria das condições sociais da população".
™ (D) refere-se sempre a relações sociais concretas e como parte das respostas que
O o Estado oferece às expressões da questão social, situando-se no confronto de
^ interesses de grupos e classes sociais.
^ (E) exige, sob a ótica da cidadania uma abordagem que estabeleça medidas de "gestão da
pobreza" nas quais a solidariedade e o exercício da responsabilidade social devem se
(^ constituir como referência para essa medição.
^ Conforme a autora, "a abordagem das políticas sociais sob a ótica da cidadania deve ter
ps como referência a construção de padrões de igualdade nos quais os direitos constituem a
^ medida da política. Nesse sentido, combater a pobreza e a desigualdade fora da referência
- a direitos é abrir espaço para medidas de "gestão da pobreza". Assim, ela crítica a gestão
** da pobreza.

Conforme Yazbek: A forma de organização desse Estado e suas características terão


^ pois, um papel determinante na emergência e expansão da provisão estatal face aos
F* interesses dos membros de uma sociedade. Desse modo, as políticas sociais públicas só
ps podem ser pensadas politicamente, sempre referidas a relações sociais concretas e como
parte das respostas que o Estado oferece.

P 5. (CESPE/INSS/2016) A crise do Estado de bem-estar social manifesta-se pela articulação


ps dos seguintes fatores: o universalismo protetor, as formas crescentes de particularismo
social e a mercantilização da política social.
Correto. Justificativa: Essa análise é de Potyara Pereira.
0^S

m* Segundo os objetivos universalizantes do We/fare State passaram a entrar em choque com


o capitalismo desregulado, em franca ascensão nos anos 1980, o que terminou, já a partir
** da segunda metade dos anos 1990, numa "articulação ambivalente e desigual entre o
p universalismo protetor, formas crescentes de particularismo social e crescente
^ mercantilização da política social" (PEREIRA, 2008, p. 192).
áms

p Serviço Sodal para Concursos


6. (VUNESP/PREF. DE POÁ-SP/2013) No Brasil, o conceito de seguridadesocial, como política
social e como um direito social, data da Constituição de 1988. O texto constitucional define
a Seguridade como "conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar o direito relativo
(A) à saúde, à previdência e à assistência social".
(B) à renda, à cidadania e aos esportes".
(C) à assistência privada, ao assistencialismo e à vida pública".
(D) à educação, ao saneamento básico e à iniciativa privada".
(E) à assistência médica, à previdência privada e à participação social".

Bastante fácil essa né? A Constituição Federal de 1988, a chamada constituição cidadã,
traz no Conceito de Seguridade Social o chamado tripé da seguridade social, composto
pela política de saúde, previdência social e assistência social. Conforme o Artigo 194 da
CF 1988: "A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social."

7. (COTEC/UNIMONTES/Pref. Novorizonte-MG/2016) São consideradas como características


e/ou particularidades das políticas sociais sob a égide neoliberal e do capital financeiro,
EXCETO

A)Viabilizam a mediação de interesses difusos, a partir do momento em que


demarca a equidade, a igualdade, a democracia e a cidadania como seus princípios
basilares.

Pelo contrário, todos os interesses e direitos são mercantilizados. A equidade, a igualdade,


a democracia e a cidadania são substituídas pelo individualismo e pela banalização do
humano e da vida.

B) Terceirização de serviços públicos para a iniciativa privada.


C) Primam pela seletividade, ao impor critérios cada vez mais restritivos nas possibilidades
de acesso populacional aos direitos sociais.
D) São focalistas, quando destacam segmentos e grupos específicos como público-alvo,
demandatários de maior atenção política.

8. (FCC/TRT-11/2017) A política social no neoliberalismo tem como marcas:


I. as relações de classe e conflito social, englobando uma teoria econômica, uma sociológica,
um método filosófico e uma visão revolucionária da mudança social.
O neoliberalismo busca neutralizar o conflito social e não tem uma visão revolucionária de
mudança social, mas sim de meritocracia.
II. liberação e flexibilização do mercado; redistribuição da renda em favor do lucro;
desoneração dos governos com a proteção social e adoção de políticas monetárias
como reguladoras do equilíbrio.
III. medidas estatais universalizantes para as políticas sociais, pois cabe ao Estado intervir
integralmente no enfrentamento da questão social. Está correto o que se afirma em

Página 149 de 307


/p\

ps

f* Não se busca universalizar as políticas sociais, mas sim torná-las cada vez mais seletivas e
m focalizadas, desresponsabilizando o Estado.

ps (A) I e II, apenas. (B) I, II e III.


ps (C) I e III, apenas. (D) III, apenas.
p (E) II, apenas.
@$s

f* 9. (VUNESP/TJ-SP/2012) No Brasil, a conjuntura de crise econômica dos anos 80 e a ebulição


^ dos movimentos sociais que aprofundam a luta pela democracia e por direitos de cidadania
constituem o cenário do debate e de formulação da Constituição de 1988. Esta, chamada
f^ Constituição Cidadã, expressa e responde a esses anseios democráticos. Ao lado da diretriz
ms de descentralização e municipalização das políticas públicas, concretizadoras de direitos, é
afiançada a participação da população no controle e na gestão dessas políticas. Para tanto,
v as legislações ordinárias regulamentadoras da Constituição previram, para essa participação,
^ (A) assembléias extraordinárias.
^ (B) fóruns especiais.
^ (C) auditorias externas.
^ (D) conselhos colegiados.
v (E) órgãos representativos de classes.
ps
0s
Os conselhos são os espaços institucionais de participação popular, são permamentes,
P* paritarios e deliberativos. A composição é feita por representantes dos segmentos dos
ps usuários, que congregam setores organizados, na sociedade civil e nos demais segmentos
(gestores públicos, filantrópicos e privados e trabalhadores da saúde), e que objetivam o
^ 'controle social'.
ps

• (CESPE/STM/2018) No que tange ao arcabouço legal da política de saúde e de


^ assistência social, julgue os itens que se seguem.
^ 10. O projeto privatista e o projeto da reforma sanitária foram projetos políticos que
P* estabeleceram disputa na área da saúde, nos anos 90 do século passado,
p apresentando diferentes exigências para o serviço social.
f GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
f* Os anos 1990 foram palco de um complexo processo de regressões no âmbito do
p estado e da universalização dos direitos, desencadeando novos elementos que se
p contrapõem ao processo de democratização política, econômica e social em nosso
ps país, no contexto de crise e reorganização do capitalismo em escala internacional.
^ Esse quadro desencadeia profundas transformações societárias, determinadas
pelas mudanças na esfera do trabalho, pela reforma emergencial do Estado (ou
^ contrarreforma nos termos de Elaine Behring, 2003), pelos processos de
^ redefinição dos sistemas de proteção social e da política social que emergem
^ nessa conjuntura, e pelas novas formas de enfrentamento da questão social, com
Ms

{^ Serviço Social para Concursos


grandes mudanças e rebatimentos nas relações público/privado. (RAICHELIS, ^
2009, p. 381-382)
A partir de então, têm-se dois projetos políticos antagônicos em disputa na
Saúde: o Projeto Sanitarista (1980) x o Projeto Privatista (1990). Asíntese das ^
principais concepções desses projetos em disputa indica os rumos dados à saúde, ^
projetos esses que interferem tanto no processo de trabalho, como no de ^
formação profissional na saúde. ^
/9s
11. O Sistema Único da Assistência Social, configurado como o novo reordenamento
da Política de Assistência Social na perspectiva de promover maior efetividade de
suas ações, é um sistema descentralizado, com caráter contributivo e participativo.
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
0 SUAS é um sistema descentralizado e participativo, porém NÃO CONTRIBUTIVO.
Conforme a lei 12.435 de 2011, "Art. 6o A gestão das ações na área de
assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e
participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os
seguintes objetivos:
1 - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica
entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não
contributiva;"

12. Uma das atribuições dos assistentes sociais atuantes na área da saúde é
promover a disponibilizaçao e efetivação, nas respectivas unidades, de ambientes
físicos que possam garantir a participação popular e dos trabalhadores de saúde nas
decisões a serem tomadas.
GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
Conforme os parâmetros para atuação do/a Assistente Social na Saúde, as ações
possuem os seguintes eixos: 1. Ações Assistenciais. 2. Ações em Equipe 3.
Ações Socioeducativas 4. Ações de Mobilização, Participação e Controle Social
5. Ações de Investigação, Planejamento e Gestão 6. Ações de Assessoria,
Qualificação e Formação Profissional. /%
Conforme os parâmetros:
Pensar hoje uma atuação competente e crítica do Serviço Social na área da saúde
consiste em:
♦ estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e de usuários
que lutam pela. real efetivação do SUS;
• facilitar o acesso de todo e qualquer usuário aos serviços de saúde da
Instituição, bem como de forma compromissada e criativa não submeter à
operacionalização de seu trabalho aos rearranjos propostos pelos governos
que descaracterizam a proposta original do SUS de direito, ou seja, contido no
projeto de Reforma Sanitária; ^
• tentar construir e/ou efetivar, conjuntamente com outros
trabalhadores da saúde, espaços nas unidades que garantam a

Página 151 de 307


~ VIS

participação popular e dos trabalhadores de saúde nas decisões


a serem tomadas;
elaborar e participar de projetos de educação permanente, buscar
assessoria técnica e sistematizar o trabalho desenvolvido, bem como
estar atento sobre a possibilidade de investigações sobre temáticas
relacionadas à saúde;
efetivar assessoria aos movimentos sociais e/ou aos conselhos a fim de
potencializar a participação dos sujeitos sociais contribuindo no processo
de democratização das políticas sociais, ampliando os canais de
participação da população na formulação, fiscalização e gestão das
políticas de saúde, visando o aprofundamento dos direitos conquistados.

13. A Norma Operacional Básica - NOB-SUS/1996 foi criada devido às dificuldades


de efetivação do Sistema Único de Saúde.
GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
A NOB/SUS 01/96 promoveu um avanço no processo de descentralização, criando
novas condições de gestão para os municípios e Estados, caracterizando as
responsabilidades sanitárias do município pela saúde de seus cidadãos e
redefinindo competências de Estados e municípios

(CESPE/STM/2018) Acerca da Lei n.° 8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade


social, julgue os itens a seguir.
14. A previdência social e a assistência social visam assegurar aos seus beneficiários
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada,
tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente.
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
Apesar da Previdência Social e da Assistência Social fazerem parte do tripé da
Seguridade Social brasileira, possuem naturezas diferentes. A previdência é uma
política para os que contribuem previamente e/ou sua família... Já a Assistência
Social é para quem dela necessitar, sendo de outra natureza, portanto não é
securitária. Conforme o artigo 3o da lei acima referida, "A Previdência Social
tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de
manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço,
desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de
quem dependiam economicamente."

p 15. Os estados, o Distrito Federal e os municípios tornam-se responsáveis pela


ps cobertura de eventuais insuficiências financeiras da seguridade social, quando
Ms
decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da previdência
social.
ms

ms

Serviço Social para Concursos

ps

Ms

$ÊS
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:

Conforme o artigo 16, parágrafo único: "A União é responsável pela cobertura
de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes
do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social, na
forma da Lei Orçamentária Anual."

16. A seguridade social é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes


públicos e da sociedade, destinado a assegurar o acesso aos serviços relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
Art. Io A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
relativo à saúde, à previdência e à assistência social.

17. Constitui princípio e diretriz da seguridade social o caráter democrático e


descentralizado da gestão administrativa, com a participação de membros da
comunidade, entre os quais, os empresários.
GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:
Parágrafo único. A seguridade Social obedecerá aos seguintes princípios
e diretrizes:

[...] g) caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa


com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores,
empresários e aposentados.

18. Os princípios e diretrizes da seguridade social incluem a participação da


iniciativa privada na assistência à área da saúde, desde que obedecidos os preceitos
constitucionais.

GABARITO CORRETO. COMENTÁRIO:


Art. 2o A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua
organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
a) acesso universal e igualitário;
b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e
hierarquizada, integrados em sistema único;
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas;

Página 153 de 307


e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das
ações e serviços de saúde;
f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos
os preceitos constitucionais.

19. Os assistentes sociais que atuam na área da saúde conseguem atuar em


grandes eixos, como qualificação e formação profissional, participação e controle
social, independentemente de haver articulação e sintonia com os princípios do
projeto de reforma sanitária.
GABARITO ERRADO. COMENTÁRIO:
Conforme os parâmetros, os Assistentes Sociais na saúde atuam em quatro
grandes eixos: atendimento direto aos usuários; mobilização,
participação e controle social; investigação, planejamento e gestão;
assessoria, qualificação e formação profissional. Mas, esses eixos devem
estar ARTICULADOS ao projeto da reforma sanitária, que tem uma vinculaçao
com o nosso projeto ético-político. "Destaca-se, a partir do exposto, que há
uma relação entre o projeto ético-político e o de reforma sanitária,
principalmente, nos seus grandes eixos: principais aportes e referências
teóricas, formação profissional e princípios. Os dois projetos são construídos
no processo de redemocratização da sociedade brasileira e se consolidam na
década de 1980. As demandas democráticas e populares, a mobilização e
organização dos trabalhadores urbanos e rurais colocam na agenda política
brasileira a exigência de transformações políticas e sociais e a necessidade de
articulação dos projetos profissionais aos projetos societários que são
propostos para o conjunto da sociedade."

/|PS

Serviço Social para Concursos

0h
política social de saúde
Apolítica de saúde: história e atualidade; legislação aplicada à saúde; impactos do neoliberalismo na
política de saúde; atuação do AssistenteSocial na saúde; saúde do trabalhador.

Apolítica de saúde é um tema extremamente relevante para concursos públicos,


afinal ela junto com a política de assistência social e da previdência, foram o tripé
da Seguridade Social. E por isso, se configura como um dos espaços ocupacionais mais
requisitados para o exercício profissional do/a Assistente Social.
Segundo Bravo (2011), a saúde é "[...] um dos setores mais significativos na
atuação do Serviço Social, tendo concentrado historicamente um grande quantitativo de
profissionais, situação que permanece até os dias correntes".
Por isso, neste tópico é importante que saibamos o que é abordado sobre, e por
isso podemos dividir em quatro itens:
1) Histórico, desenvolvimento e análise crítica da política;
2) Legislação respectiva sobre o tema
3) A atuação do/a Assistente Social na saúde
4) Saúde do Trabalhador

1) Histórico, desenvolvimento e análise sobre a política de saúde

Acategoria saúde como tratamos hoje trata-se de um direito do cidadão e um dever


do Estado, garantida como direito universal. Mas, nem sempre foi assim, ela passou por
inúmeros processos até ter a conformação tal qual conhecemos hoje.
As protoformas da política social de saúde surgiram a partir do século XVIII, como
parte das estratégias para manutenção e legitimação da burguesia, assim como de seu
processo de acumulação de riqueza. Éna segunda metade do século XIX que a saúde foi
valorizada como questão de política governamental. (BRAVO, 2013).
Segundo Polignano (2008), para analisara história das políticas de saúde no Brasil
há necessidade de suscitar premissas importantes, como:
- a evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a evolução
político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo possível dissociá-las;
- a lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço do capitalismo
na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação do capitalismo em nível
internacional;

- a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do Estado brasileiro, sendo
sempre deixada na periferia do sistema tanto no que diz respeito à solução dos
grandes problemas (de saúde) que afligem a população, quanto na destinação de
recursos financeiros direcionados ao setor saúde.

Página 155 de 307


No Brasil, foi somente em 24 de janeiro de 1923 que foi aprovada, pelo Congresso
Nacional, a Lei Eloy Chaves, como marco inicial da Previdência Social, à qual a Saúde
estava diretamente atrelada. Na verdade, a referida lei é o Decreto n° 4.682 de 1923
que determinou a criação de uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados
para setores estratégicos da economia brasileira, principalmente do setor marítimo e
ferroviário. Esse marco é considerado o ponto de partida da Previdência Social
propriamente dita no Brasil. Então, pensem que durante um longo período, a saúde não
foi vista como direito, e sim estava atrelada a lógica de SEGURO.

E por que começaram a emergir políticas sociais na época?


As questões sociais em geral, e as de saúde em particular já colocadas na década
de 1920, precisavam ser enfrentadas de forma mais sofisticada. Necessitavam
transformar-se em questão de política com a intervenção estatal e a criação de novo
aparelhos que contemplassem de algum modo, os assalariados urbanos, que se
caracterizavam como atores importantes no cenário político nacional. Este processo, sob
O o domínio do capital industrial, teve como características principais a aceleração da
^ urbanização e a ampliação da massa trabalhadora, em precárias condições de higiene,
^ saúde e habitação. (BRAVO, 2013, p. 127)
m A década de 1930 é considerada como um período de eclosão das políticas sociais
e da política de saúde em nível nacional. Bravo (2013) ao tomar como referência Braga
e Paula (1986), assevera que as principais alternativas adotadas para a saúde pública no
^ período de 1930 e 1940, foram, entre outras, a criação do Ministério da Saúde e Educação
P* e as Caminhadas Sanitárias.
^ Em torno dessas premissas, analisa-se que historicamente, no Brasil, a Política
4* Social da Saúde foi marginalizada e colocada em uma perspectiva filantrópica,
p, assistencialista, privatista, previdenciária, campanhista e inserida na lógica de seguro.
p> Na conjuntura de ascensão dos movimentos sociais, principalmente a partir da
m, década de 1980, o direito à saúde ganha visibilidade em pleno processo de (re)
democratização do país. Esse processo de politização e debate amplo em saúde
concretiza-se no Movimento da Reforma Sanitária a partir da defesa da Saúde como
^ política pública, direito do cidadão e dever do Estado, e, assim, toma-se pauta de luta
p» de parcela significativa da sociedade civil (BRAVO, 2011).
f* Sobre a proposta sanitarista, destacam-se como fundamentos a
p> democratização do acesso; a universalização das ações; a melhoria da
mu qualidade dos serviços, com a adoção de um novo modelo assistência! pautado
na integralidade e equidade das ações; a democratização das informações e
transparência no uso de recursos e ações do governo; a descentralização com
P* controle social democrático; a interdisciplinaridade nas ações. Tem como
p premissa básica a defesa da "saúde como direito de todos e dever do Estado'1.
pv (BRAVO, 1999; BRAVO; MATOS, 2001).

^ É com esse movimento em defesa da saúde, o sanitário, que amplia-se o conceito


m de saúde, esta agora é compreendida em seu aspecto biopsicossocial, ou seja, saúde

Serviço Social para Concursos


não é somente a ausência da doença e nem tão pouco pode ser resumida ao aspecto
biológico, está relacionada com o contexto social e psíquico.
As principais propostas debatidas pelo Movimento da Reforma Sanitária e a
sociedade, foram a universalização do acesso; a concepção de saúde como direito
social e dever do Estado; a reestruturação do setor através da estratégia do Sistema
Unificado de Saúde visando um profundo reordenamento setorial com um novo olhar
sobre a saúde individual e coletiva; a descentralização do processo decisório para as
esferas estadual e municipal, o financiamento efetivo e a democratização do poder local
através de novos mecanismos de gestão - os Conselhos de Saúde. (BRAVO, 2006, p. 9)
Como marco da mudança de concepção da política de Saúde, temos a VIII
Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, em 1986, que significou um marco
na formulação das propostas de mudança do setor Saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o mais importante reflexo desse processo
político, preconizado na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu
artigo 196, em que a saúde torna-se direito do cidadão e dever do Estado.
Bem, até aqui vimos que historicamente a saúde passa da lógica de seguro e é
somente com a luta social que esta tem sua concepção na lógica de direitos. Como já
sabemos, entre 1988 e 1990 vivemos um período conturbado no nosso país:
impeachment, crise, desvalorização, inflação... Isso, de certo modo, impactou as
delongas sobre a normatização específica da saúde, que se consagrou ainda em 1990,
com a Lei Orgânica da Saúde, que veremos abaixo.
Mas, o que aconteceu com a implementação da saúde com direito?
Pois bem, ocorre que na década seguinte, 1990, foi uma década bastante
controversa para os direitos sociais, tanto pela crise que vivia o país pós-ditadura, bem
como pela adesão à lógica política neoliberal que adota o Estado brasileiro. Com essa
lógicaneoliberal, se desresponsabiliza o Estado na garantia de direitos, e coloca na ordem
do dia a privatização dos mesmos.
A partir de então, têm-se a desconstrução e o desmonte desses direitos ao se
privatizar acentuadamente o acesso à assistência à saúde, vinculando-o cada vez mais
ao mercado e ao lucro, e, incentivando a desresponsabilização do Estado e a
responsabilização da sociedade civil via a atuação do mercado e das organizações sociais
(ONGs).

Exemplo disso, é a própria precarização da política de saúde através de um


financiamento insuficiente, bem como os incentivos fiscais dados à quem oferece e oferta
os planos de saúde/saúde privada.
Nesta conjuntura de ofensiva neoliberal, que dura até os nossos dias7, ocorre uma
intensa privatização da Saúde e do esgotamento da Saúde Pública. Depara-se com a

7Essa privatização ocorre na contemporaneidade sob uma nova roupagem, onde ocorre a partir de novos
modelos de gestão, onde ocorre uma "terceirização" da gestão, seja via OSs, OSC3PS ou empresas públicas
de direito privado. Essas saídas são as velhas conhecidas desde o início dos anos 1990, mesmo que sob nova
roupagem: "soluções" gerenciais e administrativas para um problema social. (GRANEMAN, 2007 apud SODRÉ
et ai, 2013)

Página 157 de 307 ^


gestão plena do SUS arduamente sucateada, cuja capacidade gestora, programática e
técnica se encontram em processo de exaustão.
Apesar dos avanços tidos na Política de Saúde com a implantação do SUS,
reconhece-se que o antigo modelo médico-assistencial privatista da década de 1960
deixou suas mazelas, entre elas, o entendimento reducionista de Saúde atrelado ao
atendimento ao doente, de trabalhar com demanda espontânea, de redes contratadas,
com a participação de organizações sociais, etc. Trata-se de um modelo de gestão
privatista e restrita em franco processo de expansão. Esse modelo difere do modelo
sanitarista, concebido à luz da promoção, prevenção e educação em saúde, da ação de
caráter coletivo.

Na saúde, o principal paradoxo é que o Sistema Único de Saúde, fundado nos


princípios de universalidade, equidade, integralidade das ações, regionalização,
hierarquização, descentralização, participação dos cidadãos e complementaridade do
setor privado, vem sendo minado pela péssima qualidade dos serviços, pela falta de
recursos, pela ampliação dos esquemas privados que sugam os recursos públicos e pela
instabilidade do financiamento, dentre outros aspectos. (CONH, PIOLA, NUNES apud
BEHRING; BOSCHETTl, 2008)
Com a política de minimização do Estado, tornando-se mínimo para o social e
máximo para o capital ocorre o agudizamento das desigualdades sociais. Com a redução
•p1 do Estado, têm-se a valorização e o reconhecimento de bens e serviços oferecidos pela
C^ iniciativa privada para os que podem pagar, transformando assim os direitos arduamente
^ conquistados em mercadoria, e, o cidadão em um mero consumidor.
jp> Os anos 1990 foram palco de um complexo processo de regressões no âmbito do
p^ estado e da universalização dos direitos, desencadeando novos elementos que se
contrapõem ao processo de democratização política, econômica e social em nosso país,
^ no contexto de crise e reorganização do capitalismo em escala internacional. Esse quadro
P desencadeia profundas transformações societárias, determinadas pelas mudanças na
f<» esfera do trabalho, pela reforma emergencial do Estado (ou contra rreforma nos termos
ms de Elaine Behring, 2003), pelos processos de redefinição dos sistemas de proteção social
e da política social que emergem nessa conjuntura, e pelas novas formas de
- enfrentamento da questão social, com grandes mudanças e rebatimentos nas relações
^ público/privado. (RAICHELIS, 2009, p. 381-382)
^ A partir de então, têm-se dois projetos políticos antagônicos em disputa na Saúde:
f^ o Projeto Sanitarista (1980) x o Projeto Privatista (1990). A síntese das principais
f^ concepções desses projetos em disputa indica os rumos dados à saúde, projetos esses
ms que interferem tanto no processo de trabalho, como no de formação profissional na
_ saúde, conforme se vislumbra no Quadro abaixo:

Serviço Social para Concursos


/SN
Quadro 1 - Síntese dos projetos políticos em disputa na saúde.

Itens Reforma Sanitária Reforma Privatista

Estado Democrático de
Base Estado mínimo
Direito
Saúde: direito social e
Premissas Parcerias e privatização
dever do Estado
Crise financeira
Ampliação das
Dicotomia entre
conquistas sociais
universalização e
Democratização do
Temas focalização
acesso
Déficit público
Déficit social
Diminuição dos gastos
Rnanciamento efetivo
sociais
Descentralização com
Estratégias de Ação Refilantropização
controle social
(BRAVO, 2013)

A partir destes projetos, compreendemos porque o Serviço Social se coloca na


defesa do Projeto Sanitarista, pois ele tem uma vinculaçao com os pressupostos trazidos
no Código de Ética e na própria Constituição Federal.

2) Legislação da Saúde

No Brasil o direito a saúde tem como marco a Constituição Federal de 19888, que
define a saúde como direito do cidadão e dever do Estado. Trata-se de uma política
de CARÁTER UNIVERSAL, e por isso independe da contribuição para o acesso9.
A Constituição Federal de 1988 é uma das mais progressistas no que tange à
proteção social ao integrar o tripé da Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e
Previdência Social. ÀPolítica de Saúde couberam cinco artigos (do art. 196 ao art. 200),
nos quais trata a Saúde como direito e da integração dos serviços de saúde em um
sistema único, de forma regionalizada e hierárquica (BRAVO; MATOS, 2009). Porém, na
mesma redação da referida Constituição traz paradoxalmente, no art. 199, a saúde
disposta para a livre concorrência de mercado (OCKÉ-REIS, 2012).
<*%

Além da Constituição Federal de 1988, os marcos legais da saúdesão os seguintes:

8 Essa Constituição também é chamada de Constituição Cidadã. /9\


9Mas, vale lembrar que a saúde não é unicamente pública, a mesma também possui de forma
suplementar a atuação do setor privado.

Página 159 de 307


/8fy

/^N
s Lei 8.080/90 - Lei Orgânica da Saúde
s Lei 8.142/90 - Lei sobre a participação da comunidade na saúde
s Decreto 7.508 - Sobre organização, planejamento da saúde entre os entes.
s Resolução 453/2012 - Diretrizes sobre os conselhos de saúde
s Portaria 399/2006 do Ministério da Saúde, instituindo o pacto pela saúde.

Destacamos a 8.080 e a 8.142 por serem as mais cobradas e exigidas para


^PN
concursos na nossa área. Bem, antes delas, vamos ver do que trata em modo geral a
CF 1988:

Como já vimos, os artigos que tratam sobre a saúde são do 196 até o 200 da
Constituição. Traz que a Saúde é um dever do Estado e um direito de todos, e que
deve ser implementada através de uma ação de: PROTEÇÃO, PREVENÇÃO e
RECUPERAÇÃO

Os arts. 196 a 200, da CF/88, e as Leis n. 8.080/90, 8.142/90 e 8.689/93, que


tratam respectivamente do:

• Sistema Único de Saúde (SUS);


é$S
* da participação da comunidade na gestão deste;

^ • da extinção do INAMPS
^ • da assunção de suas funções:
f* • competências, atividades e atribuições pelas instâncias federal, estadual e municipal
p gestoras do SUS.
0\

m Art. 196, da CF/88, as políticas sociais e econômicas atinentes à saúde têm


«n como objetivos:

• reduzir o risco da doença e outros agravos;

á$\
• garantir acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
O Buscando à prevenção da doença e à recuperação da saúde: "a clientela protegida é a
^ totalidade da população, independentemente de contribuição."

O artigo 197 traz basicamente sobre o custeio desta política, que hoje tem como
redação o que trouxe a EC 29. A união por exemplo não pode aplicar o inferior a 15%
0&\
da receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro.

Já o artigo 198, traz as diretrizes, e por isso é um ponto importante. Em suma:

Serviço Social para Concursos

/fps
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

O art. 199, trata da assistência à saúde como podendo ser ofertada pela iniciativa
privada, mas a preferência é de entidades filantrópicas sem fins lucrativos.
Considerando que são ações a cargo dos integrantes do SUS aquelas constantes do
art. 200:

Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos; ~
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde ^
do trabalhador; ^
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; ^
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento ^
básico; ^
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; ^
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teornutricional, ^
bem como bebidas e águas para consumo humano; ^
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização ^
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; ^
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. ^

LEI 8.080/90

O marco legal mais importante após a CF 1988, a Lei Orgânica da Saúde é bastante
cobrada em concursos. A principal premissa desta lei é a saúde como direito de todos e ''^N
dever do Estado. Esse dever concerne tanto à formulação, quanto à execução, mas isso
não exclui o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. ^
A lei traz o conceito ampliado de saúde como biopsicossocial, (art. 3o), e por isso
diz claramente que entre os determinantes da. saúde e seus condicionantes estão: ^
alimentação, moradia, sanemanento básico, o me, o meio ambiente de trabalho, o ^
trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos ^
bens e serviços essenciais.

/^\

/A

Página 161 de 307 ^


A lei também traz sobre a amplitude do SUS, que é principalmente implementado
pelo Estado, mas também tem abertura em caráter suplementar para a iniciativa privada.
(Art. 40).
Entre os objetivos do SUS, temos: (Art. 5°)
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da
saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico
e social, a observância do disposto no § Io do art. 2o desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas.

Além disso, também estão incluídas nas ações do SUS (art. 6o):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para
a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo
humano;

IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e


utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e
tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
§ Io Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar,
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse
da saúde, abrangendo:

Serviço Social para Concursos


I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com
a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
com a saúde.

§ 2o Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que


proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 3o Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de
atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância
sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença
profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em


estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde
existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da
normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração,
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de
máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas
sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como
os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão,
periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de
trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIU - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a
interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando
houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

Outro artigo de extrema relevância é o 7o, que traz sobre os princípios.


I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

Página 163 de 307


20J 8

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e


moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua
utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação
de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera
de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento
básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.

XIV - organização de atendimento público específico e especializado para mulheres


e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com
a Lei nfl 12.845, de Ia de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei n° 13.427, de
2017)
/ -^

Vejam que este XIV é bem recente, ainda deste ano de


2017, por isso atenção nele.
v k J
O artigo 8o fala sobre a organização direção e da gestão do SUS, este possuindo
^ direção única, sendo exercida em cada esfera de governo. Assim, as atividades
^ realizadas, seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa
f*> privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de
(«\ complexidade crescente.
^ Os artigos, 15 e 16 por sua vez trazem o que compete à União, aos Estados, ao
p> Distrito Federal e aos Municípios, bem como o que compete à direção nacional, estadual
m e municipal do SUS.
pt OSUS trabalha também com subsistemas, no total são quatro (art. 19):

ifflBl

Serviço Social para Concursos

0&S
* Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
s Do Subsistema De Atendimento e Internação Domiciliar;
s Do Subsistema De Acompanhamento Durante o Trabalho de
Parto, Parto e Pós-Parto Imediato;
Q>
s Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de Tecnologia em Saúde.

No Art. 20 traz sobre as iniciativas privadas, afinal como já vimos na parte


constitucional, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Também é permitida a
participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro
na assistência à saúde nos seguintes casos (art. 23):
I - Doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
II - Pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica
geral e clínica especializada; e
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para
atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a
seguridade social; e
IV - Demais casos previstos em legislação específica.

Além disso, a LOS traz outros pontos, que são importantes, e você pode conferir na
lei. Entre eles, o artigo 24 e subsequentes que tratam sobre a participação
complementar, o artigo 27 sobre os recursos humanos. Já o artigo 31 traz sobre
financiamento.

*m
TOME NOTA:

O SUS possui princípios doutrinários e organizativos

Princípios Doutrinários Princípios Organizativos


Universalização: Regionalização e Hierarquização
Equidade Descentralização e Comando Único
Integralidade. Participação Popular.

LEI 8142/90

Esta também é uma lei importante, ela trata da participação social no SUS. Em
suma, esta lei traz e normatiza as instâncias colegiadas, tanto a Conferência de Saúde
como o Conselho de Saúde. Sobre isso, importante destacar:
Página 165 de 307
s A conferência se reunirá a cada quatro (4) anos;
s O conselho tem caráter permanente e deliberativo;
s O conselho é um órgão colegiado e sempre paritário, com representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários;
s As conferências e os conselhos terão sua organização e normas definidas em
regimento próprio;
• O CONASS e o CONASSEMS terão assento no CNS - Conselho Nacional de Saúde.

Importante dizer: esta lei também trata sobre o FUNDO NACIONAL DE SAÚDE.
Importante fonte de recursos.

3) A atuação do/a Assistente Social na Saúde

A política de saúde é o maior espaço sócio-ocupacional do Serviço Social, mesmo


com o avanço que tivemos na Assistência Social nos últimos anos. A saúde envolve nesse
aspecto da atenção básica, da média/especializada, até a Ita, abarcando hospitais,
maternidades, NASF, CAPS, clínicas e afins.
Os principais documentos que devemos ter como base sobre essa temática são,
além de textos teóricos, os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política
de Saúde, publicação do CFESS e disponível no site do mesmo, e também a resolução
383/1999, resolução do CFESS que caracteriza o/a Assistente Social como profissional
de Saúde.

Conforme os Parâmetros referido acima:

"Alguns conceitos são fundamentais para a ação dos assistentes sociais na


saúde como a concepção de saúde, a integralidade, a intersetoria/idade, a
participação social e a interdisciplinaridade. (CFESS, 2013, p. 37)

Os Parâmetros traz ainda que os assistentes sociais atuam em quarto grandes eixos,
a saber:

1. Atendimento direto aos usuários;


a) Ações socioassistenciais
b) Ações de Articulação com a Equipe de Saúde
c) Ações socioeducativas
2. Mobilização, participação e controle social;
3. Investigação, Planejamento e gestão;

Serviço Social para Concursos


4. Assessoria, qualificação e formação profissional.

A atuação do Serviço Social na saúde, assim, vai além da questão da doença, e está
inserido principalmente no aspect social da saúde em seu conceito ampliado.

TOME NOTA:

Entre os determinantes sociais da saúde, estão:

S Habitação
S Ambiente de trabalho
S Educação
S Desemprego

4) Saúde do Trabalhador

Este é um ponto de bastante relevância para concursos e cada vez mais é cobrado,
tanto por ser um tema que cada vez mais se desenvolve na pesquisa, bem como requer
a atuação profissional.
A saúde do trabalhador constitui-se área do conhecimento, investigação e
intervenção, que condensa um conjunto de determinações que vem reconfigurando-a ao
longo das últimas décadas.
A expansão da área da saúde do trabalhador pode caracterizar-se por meio de
dupla dimensão:
a) decorrente da nova ordem do capital sobre o trabalho, esta assenta-se no
impacto dos novos padrões de acumulação capitalista, a partir do complexo da
reestruturação produtiva. Esta reestruturação reconfigura as relações de
trabalho, sendo cada vez mais indissociável a análise dessas mutações sem
compreender o seu impacto sobre a saúde.
b) por conta do reconhecimento político da área, representado pela sua inserção,
ainda que insuficiente, no conjunto das políticas públicas e intersetoriais,
resultante da capacidade de organização de diferentes agentes políticos.

Dias (1994, p. 28), traz uma reflexão bastante interessante para nós:
Os trabalhadores vivem, adoecem e morrem de forma compartilhada com a
população de um determinado tempo, lugar, e classe social, mas também, de
forma diferenciada, decorrente de sua inserção particular no processo
produtivo, sustenta a proposição de que esta especificidade deve ser
contemplada no atendimento às suas necessidades de saúde.

Página 167 de 307


ZU1'Ó

Para o Serviço Social em particular, a área se constitui numa exigência ética e


política frente aos impactos das transformações sociais e de forma mais precisa no que
se refere às grandes proporções que ocorrem na esfera do trabalho e seus
desdobramentos sobre a sóciabilidade humana na atualidade.

Observa-se que a área da saúde do trabalhador, historicamente, vem representando


uma dispersa demanda para a profissão, em que vários fatores contribuíram para o
mascaramento dessa demanda. Entre eles pode-se se apontar questões endógenas à
profissão norteada pela perspectiva conservadora e outros condicionantes que limitaram
a compreensão sobre o tema saúde e trabalho, bem como o pensamento hegemônico da
concepção da saúde do trabalhador presente na área.
Esses aspectos foram confrontados com o contexto social e político ao longo da
década de 1990, e nos anos 2000 passam a se constituir em um emergente campo de
atuação profissional. Tal fato significa que o assistente social é convocado e ao mesmo
tempo se convoca a acolher e dar respostas às refraçoes do trabalho sobre a saúde do
trabalhador.

A lei orgânica de saúde, traz em seu artigo 6o, que a saúde do trabalhador é uma
das ações do campo de atuação do SUS. Conforme a lei:

"Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de


atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância
sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
advindos das condições de trabalho, abrangendo:
• assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença
profissional e do trabalho;
• participação, no âmbito de competência do SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes* no processo de trabalho;
• informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre
os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão,
periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
• participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do
trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; Entre outros".

O decreto que institui a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho -


PNSST é o 7.602/2011. A portaria que regulamenta a Política Nacional de Saúde do/a
Trabalhador/a, é a Portaria 1.823, de 2012.

O decreto traz como DIRETRIZES

a) inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e


proteção da saúde;
b) harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção,
prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador;

Serviço Social para Concursos


c) adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco;
d) estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador;
e) promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e
saúde nos locais de trabalho;
f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho
e o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores; e
g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no
trabalho.

A portaria por sua vez traz a política é voltada para trabalhadores do meio urbano
ou rural, independente de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou
informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso,
temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou
desempregado são sujeitos desta Política.
A portaria traz como princípios e diretrizes (Art. 5o)
I - universalidade;
II - integralidade;
III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social;
IV - descentralização;
V - hierarquização;
VI - equidade; e
VII - precaução.

Esta portaria é bastante extensa e é importante que você leia a mesma na íntegra,
mesmo Saúde do Trabalhador não sendo um assunto tão corbado como os demais, mas
cada vez mais em evidência. Veja que o estudo desta portaria também vai depender do
seu foco. Se você estuda para um concurso de Tribunal do Trabalho (TRT) ou para um
Empresa pública (Petrobras), esse assunto deverá receber mais atenção.
Em suma, a Portaria traz objetivos; estratégias; responsabilidades; das atribuições
dos CERESTs e equipes técnicas; avaliação e monitoramento; e financiamento.
Vale destacar que Saúde do Trabalhador não é a mesma coisa que Segurança do
Trabalho, embora de certo modo exista um diálogo. Em suma, segurança do trabalhador
atua na prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. Um órgão muito
conhecido desta política é a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -
formada por empregados e empregadores.

E o Serviço Social e a Saúde do Trabalhador?


Cada vez mais esse campo se mostrar como um campo em expansão para a
profissão, principalmente por sua atrelação ao processo de produção e reprodução social

Página 169 de 307


"}• .!

(questão social), estando assim diretamente ligado à via do trabalhador. Para atuar com
essa demanda, require-se um conjunto de competências, entre elas, destaca Mendes e
Wünsch (2011, 477):
"do conhe-cimento das políticas sociais e dos princípios que as norteiam; da
capacidade de leitura crítica da realidade, de análise socioinstitucional e de
articulação com a rede de serviços; da capacidade de desvendamento da questão
social dando visibilidade à mesma a partir da apreensão das suas expressões no
processo de saúde-doença e trabalho, na demanda institucional, na vida dos
sujeitos e nos impactos desse pro- cesso na família e no meio social; da postura
investigativa, interpretativa, crítica, ética, de escuta, reflexiva, relacionai,
propositiva, da capacidade de mobilizar pessoas, profissionais e instituições; da
capacidade de trabalhar interdisciplinarmente no planejamento, na gestão, na
execução e na implementação de políticas e na avaliação delas; da capacidade de
avaliação do impacto e da efetividade do trabalho profissional com vistas a incidir
de forma qualitativa no objeto de intervenção; da sistematização e reflexão acerca
do processo de trabalho e disseminação do conhecimento a partir dele."

Embora o espaço profissional do Assistente Social seja, majoritariamente, o


serviço público, hoje já é comum nos depararmos com Assistentes Sociais inseridos nos
espaços privados e empresariais. Sumariamente desenvolvendo atividades de Recursos
Humanos, Lideranças, Assessoria/Consultoria entre outras.
Você deve estar se perguntando qual o fundamento técnico para que o Assistente
Social atue em empresas, não é mesmo? Então, basta pensar da seguinte maneira: em
todos os ambientes, obrigatoriamente, se estabelecem relações sociais, o Assistente
Social é um profissional qualificado teórica e tecnicamente para intervir em relações
sociais, dessa forma muitas empresas vêem neste profissional a capacitação ideal para
promoção de posturas produtivas atreladas ao desenvolvimento de práticas que
colaborem com o aumento produtivo da empresa ao passo que garantam a harmonia
social no interior empresarial.
I$P\ "Para atender tais demandas, Gil (1994) evidencia um perfil
particular requerido para o profissional de Recursos Humanos: visão
generalista; interdisciplinaridade; ação estratégica; busca constante
em atualização e capacitação; atenção preferencial para a
-• qualificação e motivação do pessoal; capacidade integradora e
grande habilidade para negociar"

Os desdobramentos da Reestruturação Produtiva, que você já deve ter estudado


P* com Antunes em suas várias obras sobre Trabalho, afetaram diretamente todos os
p espaços laborais, e marcaram os anos 1990 devido às exigências de um trabalhador
_ capacitado para a polivalência, multifuncionalidade, e comprometimento com a
r organização. Tais desdobramentos também incidiram sobre o Serviço Social Empresarial.
• As reformas institucionais vieram à tona, e a partir disso a urge a necessidade de
desenvolvimento de práticas que colaborassem com a adesão dos trabalhadores aos
objetivos das instituições sob forma de consentimento às mudanças requeridas.
Contraditório, não é mesmo? Imaginar o Serviço Social atuando nessa perspectiva, mas
não esqueçam: somos profissionais inseridos na dinâmica do capital, e embora atuemos
em consonância com os princípios do nosso Projeto Ético Político, os ambientes de
trabalho nos quais estamos inseridos apresentam-nos no cotidiano profissional
/ps

Serviço Social para Concursos


demandas típicas do contexto capitalista. Esse aspecto daria outra aula, mas não vamos
perder o foco do estudo de hoje.
O que você precisa saber para fins de Concursos Públicos é que os problemas
sociais do trabalhador inserido na empresa, a necessidade de manutenção de relações
trabalhistas pautadas na produtividade e qualidade de vida do trabalhador é o que
legitima a atuação do Serviço Social nas empresas. Vamos fechar esse parêntese com m^
uma citação da autora Ana Elizabete Mota, para que não reste dúvidas quanto à atuação
do Assistente Social na empresa ^
"ressalta que a requisição do assistente social pela empresa, antes ^
de qualquer coisa, confirma que a expansão do capital implica o ^
surgimento de novas necessidades sociais, passando a empresa a ^
solicitá-lo para desenvolver um trabalho de cunho assistencial e
educativo junto ao empregado e à sua família." ^

Tal demanda comporta a tensão/contradição social inerente que citamos supra, ^


pois é fundamentalmente pelo conflito capital X trabalho que a classe trabalhadora ^
enfrenta os desdobramentos de tais conflitos, e tais demandas chegam ao Serviço Social
também no âmbito empresarial. ^

Pode-se falar propriamente de Serviço Social nas ^


empresas a partir do desenvolvimento industrial,
principalmente nos anos do 'milagre', determinado ^
não só pelo crescimento industrial, mas também ^
pelo pano de fundo sociopolítico em que ele ocorre e ^
que instaura necessidades peculiares de vigilância e
controle da força de trabalho no territórioda ^
produção (Netto, 2001) /^

Outro sub tema importante a ser discutido na aula de hoje trata-se dos conceitos
de Qualidade de Vida no Trabalho e Absenteísmo. Como citado supra, as referências ^
atreladas ao Serviço Social que discutem tais assuntos são escassas, então traremos aqui ^
conceitos de outros autores, advindos do ramo de Gestão de Pessoas e temas afins, pois ^
são exatamente estes conceitos da forma como são trabalhados por tais autores que •
você encontrará na sua prova. ^
Vamos aos conceitos... "^

> ABSENTEÍSMO: O índice de absenteísmo refere-se ao controle das ausências nos ^


momentos em que os trabalhadores encontram-se em seu tempo programado de ^
jornada de trabalho. O conceito pode ainda ser melhor compreendido pelo
somatório dos períodos em que os empregados de determinada organização "^
ausentam-se do trabalho, incluindo atrasos, dentro de sua jornada normal de ^
trabalho. _

O Absenteísmo vem exigindo muitos dos administradores das empresas, devido suas
causas serem ligadas a vários fatores, que vão desde questões sociais, saúde, gestão ^
pessoas, entre outros problemas, de tal forma que surge a necessidade de um m^
profissional especializado que possa atuar frente a estas demandas, desenvolvendo
práticas consensuais e participativas dentro da empresa. Sob a lógica de que as ^

Página 171 de 307 ^

í%

/9&í
pessoas não precisam ser administradas e sim reconhecidas como parceiras das
instituições, as atividades são desenvolvidas de maneira a fazer com que os objetivos
pessoais e empresariais caminhem juntos.

> QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: a QVT se preocupa principalmente com


dois aspectos importantes: bem-estar do trabalhador e com eficácia
organizacional. Um programa adequado de QVT burca uma organização mais
humanizada e proporciona condições de desenvolvimento pessoal ao indivíduo.
A Qualidade de Vida no Trabalho não deve ser confundida com cessão de benefícios,
eventos festivos ou dinâmicas laborais, instaurar um processo de QVT nos âmbitos
empresariais ultrapassa a tendência paternalista de presentes, metas alcançadas e
conseqüentes premiaçoes. Você se deparará com várias questões relacionando QVT aos
demais eventos citados acima, atente-se para não cair nessa pegadinha.

*(...) é perfeitamente pertinente e muito relevante o


desenvolvimento de aspectos que favoreçam o
atendimento e o desenvolvimento do ser humano
como ser mulrjdisciplinar, reconhecendo suas mais
variadas e amplas necessidades." (Moretti)

Ambos os conceitos trabalhados estão intrinsecamente relacionados ao processo


de saúde do trabalhador, enquanto o Absenteísmo se relaciona com as ausências do
trabalhador durante sua jornada de trabalho, os fatores intrínsecos e extnnsecos que
colaboram para tais ausências, questões relacionadas ao alcoolismo, problemas
familiares e demais complexidades que incidem diretamente nas relações trabalhistas, a
Qualidade de Vida do Trabalho prima por uma abordagem humanizada das relações
trabalhistas, compreende que qualidade de vida no trabalho ultrapassa bons subsídios.
É nessa perspectiva que insere-se o profissional de Serviço Social, chamado a intervir
diretamente nestas demandas.

Esses são os aspectos que costumeira mente costumam ser exigidos nos Concursos
Públicos, principalmente os citados no início da aula. Para que você adquira um
conhecimento aprofundado sobre tais assuntos, vamos abaixo algumas referências que
vão te auxiliar nesse processo, as quais são:
> Qualidade de vida no trabalho x Autorealização humana - Instituto Catarinense de
pós-graduação. Disponível na internet.
> O Feitiço da Ajuda: as determinações do Serviço Social na Empresa - Ana Elizabete
Mota. 1985.
> Gestão de Pessoas - Adalberto Chiavenato

Não se apegue à tantos detalhes, pois como dissemos, estes assuntos são exigidos
de maneira mais superficial, porém não negligencie a leitura e resolução de questões,
pois uma questão errada na sua prova poderá fazer diferença, e temos certeza que você
não vai querer passar por isso. Bons Estudos!

Serviço Social para Concursos


QUESTÕES

1. (CESPE/INSS/2016) Os princípios que orientam as ações e os serviços públicos de


saúde e serviços privados contratados ou conveniados que integram o SUS incluem a
universalidade de acesso, a integralidade de assistência e a descentralização político-
administrativa.

2- (CESPE/INSS/2016) A humanização como política pública transversal às diferentes


ações e instâncias gestoras do SUS sugere trocas solidárias e comprometidas com a
dupla tarefa de produção de saúde e produção de sujeitos.

3. (VUNESP/HCFMUSP/2015) O projeto de Reforma Sanitária, que tem no Sistema Único


de Saúde - SUS uma estratégia, baseia-se no estado democrático de direito responsável
pelas políticas sociais e, consequentemente, pela saúde. Assinale a alternativa que
apresenta alguns fundamentos desse projeto.
(A) Democratização dos planos de saúde, melhoria da qualidade dos recursos privados
sem integralidade e transparência.
(B) Democratização do acesso, transparência nas ações e recursos do governo,
centralização com controle social não democrático e ações de controle da medicina
suplementar.
(C) Democratização do acesso em medicina suplementar, melhoria da qualidade dos
serviços dos convênios pautada na integralidade e equidade das ações.
(D) Democratização do acesso, universalização das ações, melhoria da qualidade dos
serviços, com adoção de modelo assistencial pautado na integralidade e equidade das
ações, transparência no uso de recursos e ações do governo.
(E) Democratização do acesso, centralização do controle social, interdisciplinaridade das
ações, sem equidade e transparência dos recursos públicos.

4. (VUNESP/HCFMUSP/2015) Vasconcelos (2004) apresenta estratégias que possam


fomentar a atuação do Serviço Social na saúde em equipes multiprofissionais. Dentre
elas, é correto afirmar:
(A) Planejar as ações como um instrumento de luta, negociação e registro da prática. Por
meio do planejamento é possível identificar um profissional propositivo e não passivo.
(B) Realizar estudo socioeconômico somente daqueles que solicitam ou acessam os
recursos disponibilizados pelas políticas sociais.
(C) Realizar a atenção aos direitos e o acesso ao serviço social a partir da oferta das
instituições, tendo como referência a prioridade das necessidades e dos interesses
pautados nas políticas sociais.

Página 173 de 307


(D) Priorizar as requisições institucionais para além das necessidades de saúde e
demanda dos usuários.

(E) Conscientizar os pacientes de demanda espontânea ao agendamento de


atendimentos para melhor funcionamento do serviço social.

5. (CONSULPLAN/TRF 2/2017) A Lei n<> 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre


as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde e a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes. Entre os objetivos e atribuições do Sistema
Único de Saúde encontram-se:
I. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
II. Igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
III. A ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde pública e da saúde
privada.
IV. A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção.
Estão corretas as afirmativas

A) I, II, III, e IV.


B) I e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) II e III, apenas.

6. (FCC/TRT-11/2017) A Lei Orgânica da Saúde estabelece que a saúde é um direito


fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu exercício. Tanto as ações e serviços públicos como os privados contratados ou
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo
com o princípio
(A) da parcialidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência,
quando a oferta se dá em municípios de pequeno porte.
(B) da fracionalidade de assistência, com foco na execução do conjunto das ações e
serviços organizados por níveis de complexidade, quer sejam preventivos, curativos,
individuais e ou coletivos.

(C) do direito de que a informação do estado de saúde das pessoas assistidas fique
restrita ao âmbito médico, não podendo ser socializadas aos pacientes, exceto com
autorização expressa da direção da unidade de saúde.
(D) da organização dos serviços públicos e privados, privilegiando a duplicidade de meios
para fins idênticos.
(E) da participação da comunidade, respondendo ao pressuposto do controle social.

Serviço Social para Concursos


7. (CONSULPLAN/ TRF 2/2017) Acerca das particularidades do trabalho profissional do
assistente social na área da saúde do trabalhador, segundo a direção estratégica do
projeto ético-político profissional, é correto afirmar que:
A) O trabalho profissional do assistente social se materializa na capacidade de trabalhar
em equipes com formação interdisciplinar, buscando a intersetorialidade e a interface da
saúde do trabalhador com as demais políticas sociais.
B) O trabalho profissional do assistente social na área da saúde do trabalhador tem como
especificidade a apreensão do processo de saúde-doença e trabalho na singularidade das
expressões fenomênicas do ser social e materializa-se atendimento individual e estudos
de casos.

C) O desvelamento e a intervenção nas manifestações da questão social que incidem no


processo saúde-doença e trabalho é uma prerrogativa exclusiva do trabalho profissional
do assistente social nas equipes com formação interdisciplinar que atuam na área da
saúde do trabalhador.

D) O trabalho do assistente social na área da saúde do trabalhador restringe-se às


instituições e órgãos vinculados à política de saúde cujos principais espaços profissionais
são: atenção básica de saúde, centros regionais de referência em saúde do trabalhador,
hospitais públicos ou privados e serviços ambulatoriais referenciados.
^^

8. (CONSULPLAN/ TRF 2/2017) A saúde do trabalhador, incluída como campo de atuação ^


do Sistema Único de Saúde - SUS deve ser entendida como m^
(A) um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de ^
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e ^
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o
trabalhador. ^

(B) um conjunto de ações que proporciona ao trabalhador o conhecimento e a detecção "^


ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde ^
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção m
e controle das doenças ou agravos.
(C) um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, ^
assim como visa a recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos ^
aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. ^
(D) ações desenvolvidas no âmbito da previdência social, executadas pelo Instituto ^
Nacional de Seguro Social -INSS destinadas a garantir o processo de habilitação e ^
recuperação das seqüelas advindas de acidente de trabalho. Tais ações também podem
ser desenvolvidas em parceria com a rede pública de saúde. ^
(E) ações de saúde especializadas em medicina laborai para a manutenção do bem-estar ^
dos trabalhadores, que desenvolvem protocolo previsto na Lei no 8.080/1990 e dá ^
providências sobre os direitos da sociedade como um todo, e dos trabalhadores em ^
específico no que tange ao acesso à saúde.

9. (IBFC/EBSERH-UNIRIO/2017) De acordo com Bravo; Matos (2006,p. 32-33) no ano


de 1986 tivemos no Brasil o"[...jmarco histórico mais importante na trajetória da política ^
pública de saúde nesse pais". Selecione, dentre as afrmativas abaixo, a que cita, ^

Página 175de 307 ^


corretamente, qual foi o marco histórico mais importante ocorrido na área da saúde no
ano de 1986.

a) Movimento de Reforma Psiquiátrica


ms b) Movimento Diretas Já
m c) Movimento de Reforma Sanitária
f\ d) 8a Conferência Nacional de Saúde
p e) Promulgação da Constituição de 1988

C 10. (AOCP/EBSERH-HUJB/2017) De acordo com a Lei 8080/90, no que se refere à


^s competência do Sistema Único de saúde, é correto afirmar que
^ (A) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete formar consórcios
m administrativos intermunicipais.
^ (B) à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer normas e
executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução
^ ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
^ (C) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete elaborar normas para
f*> regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
gss contratados de assistência à saúde.
ms (D) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer o Sistema
Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o
^ Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
K (E) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete normatizar e
f* coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados.

^ 11. (IBFC/MGS/2015) A Lei n°. 8.142 de 28 de dezembro de 1990 destaca que o


P Sistema Único de Saúde (SUS) contará com instâncias colegiadas, de acordo com o
p artigo Io. Seriam elas:
f^ a) Conselho de Saúde e Conselho Gestor.
a* b) Conselho dos Trabalhadores e Conselho de Saúde.
^ c) Conselho de Saúde e Conferência de Saúde.
d) Conferência de Saúde e Sindicato de Saúde.

/8\

p* 12. (CESPE/INMETRO) No atual cenário, a legitimação social do profissional de


serviço social nas empresas
^ a) está relacionada à visibilidade do seu projeto ético-político que alcança a confiança
pv da classe trabalhadora.
^ b) está hipotecada à qualificação teórica e intelectual dos assistentes sociais.
^ c) consiste na habilidade de reduzir os controles existentes sobre a força de trabalho.
O d) depende da sua capacidade de prestar assessoria às gerências e instâncias
/PN administrativas.
e) ainda está na sua capacidade de intervir na administração das necessidades
humanas.

Serviço Sodal para Concursos

/SN
13. (EBSERH/2015) Dentre as novas competências e habilidades profissionais
cabíveis ao Assistente Social, temos a gestão ou a direção de organizações, e para
tal, exige-se o domínio

a) do arsenal teórico da gestão empresarial e do Serviço Social.


b) da gestão empresarial.
c) da contabilidade social da empresa.
d) das ferramentas gerenciais e de RH
e) crítico das teorias organizacionais, das ferramentas gerenciais e o domínio teórico-
metodológico ético-político e técnico-operativo do Serviço Social.

14. (FCC/TRE-SP/2017) Considera-se o absenteísmo um elemento oneroso tanto na


perspectiva social, quanto na perspectiva econômica, nas organiza- ções públicas
e privadas. Uma das causas que contribuem para o absenteísmo é a presença de
a) programa de qualidade de vida e saúde.
b) equipe motivacional e laborai.
c) cantinas, cafezinhos e fumódromos
d) planos de carreira e salários.
e) estacionamento e creche.

15. (FGV/MPE-MS) Os procedimentos de investigação sobre as causas de


absenteísmo no trabalho devem ser conduzidos de forma a compreender as
determinantes sociais que incidem sobre as condições de vida e de trabalho da
população.
Assinale a alternativa que apresenta a principal razão do absenteísmo no trabalho.
a) As situações problemas encontradas na dinâmica familiar.
b) Os processos de precarização das condições e relações de trabalho.
c) As situações pregressas vivenciadas
pelos trabalhadores nos outros locais de trabalho.
d) As informações dos empregadores sobre a magnitude do problema naquele local de
trabalho.
e) Os fatores desmotivadores presentes no ambiente de trabalho.

16. (CESPE/TRE-BA) As principais causas do absenteísmo incluem as situações


relacionadas às dificuldades e aos problemas financeiros, os problemas de
transporte, a baixa motivação para trabalhar, a supervisão precária da chefia e o
desenvolvimento de políticas inadequadas pela organização.
( ) CERTO ( )ERRADO

Página 177 de 307


GABARITO:

1. C 2. C 3. D 4. A 5. c

6. E 7. A 8. C 9. D 10. c

11. C 12. E 13. E 14. C 15. B

16. C

NÚMERO DE ACERTOS:
<S>
fVl NÚMERO DE ERROS

= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/INSS/2016) Os princípios que orientam as ações e os serviços públicos de


saúde e serviços privados contratados ou conveniados que integram o SUS incluem a
universalidade de acesso, a integralidade de assistência e a descentralização político-
administrativa.

CORRETO! Justificativa: Os princípios são aquilo que norteiam toda a legislação e


estão em consonância com o trazido na Constituição Federal de 1988. Conforme a Lei
Orgânica de Saúde (8.080/90/art 7o), há diversos princípios, entre eles I -
universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II -
integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações
e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema; e IX - descentralização político-
administrativa, com direção única em cada esfera de governo.

2. (CESPE/INSS/2016) A humanização como política pública transversal às diferentes


ações e instâncias gestoras do SUS sugere trocas solidárias e comprometidas com a
dupla tarefa de produção de saúde e produção de sujeitos.
Correto. Justificativa: Isto está na Política de Humanização do SUS, em que "Os
processos de produção de saúde dizem respeito, necessariamente, a um trabalho
coletivo e cooperativo entre sujeitos e se fazem numa rede de relações que exigem
interação e diálogo permanentes", (p. 78) E por isso, a necessária articulação entre a
saúde e os sujeitos.

Serviço Social para Concursos


3. (VUNESP/HCFMUSP/2015) O projeto de Reforma Sanitária, que tem no Sistema Único ^
de Saúde - SUS uma estratégia, baseia-se no Estado democrático de direito responsável ^
pelas políticas sociais e, consequentemente, pela saúde. Assinale a alternativa que
apresenta alguns fundamentos desse projeto. ^
(A) Democratização dos planos de saúde, melhoria da qualidade dos recursos privados ^
sem integralidade e transparência. ^
Não democratização dos planos, mas sim da saúde pública, gratuita e de qualidade. Os ^
planos e a saúde privada DEVE ser suplementar ^
(B) Democratização do acesso, transparência nas ações e recursos do governo, ^
centralização com controle social não democrático e ações de controle da medicina m
suplementar. ^
O controle social deve ser democrático e a medicina deve ser preventiva.
(C) Democratização do acesso em medicina suplementar, melhoria da qualidade dos
serviços dos convênios pautada na integralidade e equidade das ações.
Como^ tratamos da REFORMA SANITÁRIA, não há defesa de melhoramentos de
convênios, mas sim defesa da saúde pública, como direito.
(D) Democratização do acesso, universalização das ações, melhoria da ^
qualidade dos serviços, com adoção de modelo assistencial pautado na O
integralidade e equidade das ações, transparência no uso de recursos e ações ^
do governo. '
(E) Democratização do acesso, centralização do controle social, interdisciplinaridade das
ações, sem equidade e transparência dos recursos públicos. ^
Deve haver descentralização do controle social e equidade. ^

4. (VUNESP/HCFMUSP/2015) Vasconcelos (2004) apresenta estratégias que possam ^


fomentar a atuação do Serviço Social na saúde em equipes multiprofissionais. Dentre ^
elas, é correto afirmar: ^
(A) Planejar as ações como um instrumento de luta, negociação e registro da ^
prática. Por meio do planejamento é possível identificar um profissional a
propositivo e não passivo.
(B) Realizar estudo socioeconômico somente daqueles que solicitam ou acessam os ^
recursos disponibilizados pelas políticas sociais. ^
Não SOMENTE daqueles que solicitam, mas de todos.
(C) Realizar a atenção aos direitos e o acesso ao serviço social a partir da oferta das
instituições, tendo como referência a prioridade das necessidades e dos interesses ^
pautados nas políticas sociais. o
Não só a partir da oferta das instituições, mas o que rege a legislação sobre, professional ^
e da política. ^
(D) Priorizar as requisições institucionais para além das necessidades de saúde e ^
demanda dos usuários.

As necessidades de saúde e as demandas dos usuários DEVEM ser priorizados. ^


(E) Conscientizar os pacientes de demanda espontânea ao agendamento de ^
atendimentos para melhor funcionamento do serviço social.

Página 179de 307 ^


Nem sempre é possível o agendamento, e a questão não é melhorar o serviço para o
funcionamento do serviço social, a intenção é attender os usuários que buscamo serviço.

5. (CONSULPLAN/TRF 2/2017) A Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre


as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde e a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes. Entre os objetivos e atribuições do Sistema
Único de Saúde encontram-se:
I. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde.
Correto. Ver o Artigo 6o Inciso IV

II. Igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer


espécie.
Isto é um PRINCÍPIO e não um objetivo. Ver o Art. 7o.
III. A ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde pública e da saúde
privada.

A lei orgânica não traz esta especificação entre saúde pública e privada, a letra da lei
como ela está é "na área de saúde".

IV. A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos


e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção.
Correto. Ver o Artigo 6o Inciso VI

Estão corretas as afirmativas

A) I, II, III, e IV.

B) I e III, apenas.

C) I e IV, apenas.

D) II e III, apenas.

6. (FCC/TRT-11/2017) A Lei Orgânica da Saúde estabelece que a saúde é um direito


fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu exercício. Tanto as ações e serviços públicos como os privados contratados ou
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo
com o princípio
(A) da parcialidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência,
quando a oferta se dá em municípios de pequeno porte.
Art 7o: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
(B) da fracionalidade de assistência, com foco na execução do conjunto das ações e
serviços organizados por níveis de complexidade, quer sejam preventivos, curativos,
individuais e ou coletivos.

Serviço Social para Concursos


/3h

Art 7o: II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e ^
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis ^
de complexidade do Sistema. ™
(C) do direito de que a informação do estado de saúde das pessoas assistidas fique
restrita ao âmbito médico, não podendo ser socializadas aos pacientes, exceto com ^
autorização expressa da direção da unidade de saúde. ^
Art 7o: V- direito à informação, às pessoas assistidas, sobre suasaúde. ^
(D) da organização dos serviços públicos e privados, privilegiando a duplicidade de meios ^
para fins idênticos. ^
Art: 7o: XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins m$
idênticos.

(E) da participação da comunidade, respondendo ao pressuposto do controle ^


social. ^

(Ws

7. (CONSULPLAN/ TRF 2/2017) Acerca das particularidades do trabalho profissional do


assistente social na área da saúde do trabalhador, segundo a direção estratégica do ^
projeto ético-político profissional, é correto afirmar que: ^)
A) O trabalho profissional do assistente social se materializa na capacidade de ^
trabalhar em equipes com formação interdisciplinar, buscando a ^
intersetorialidade e a interface da saúde dotrabalhador com as demais políticas ^
sociais. '

Conforme Mendes e Wünsch (2011, 461): "Esse trabalho exige uma abordagem inte-rinstitucional,
de reconhecimento das diferentes instituições e programas que estão relacionados a esse campo, ^
em particular os vinculados à Seguridade Social, contribuindo assim para aintegralidade das ações ^
e de universalidade noacesso aosserviços em todos os níveis de proteção social."
B) O trabalho profissional do assistente social na área da saúde do trabalhador tem como
especificidade a apreensão do processo desaúde-doença e trabalho na singularidade das ^
expressões fenomenicas do ser social e materializa-se atendimento individual e estudos ^
de casos. ^
Esta assertiva trouxe uma visão do serviço social tradicional, com enfoque específico, singularidade ^
e atendimento individual. Vai muito além disso. Aperspectiva deve ser crítica, de escuta, reflexiva, ^
relacionai, propositiva... ' *
C) O desvelamento e a intervenção nas manifestações da questão social que incidem no
processo saúde-doença e trabalho é uma prerrogativa exclusiva do trabalho profissional ^
do assistente social nas equipes com formação interdisciplinar que atuam na área da «^
saúde do trabalhador.
Não é uma prerrogativa EXCLUSIVA. _
D) O trabalho do assistente social na área da saúde do trabalhador restringe-se às <*
instituições e órgãos vinculados à política de saúde cujos principais espaços profissionais
são: atenção básica de saúde, centros regionais de referência em saúde do trabalhador, ^
hospitais públicos ou privados e serviços ambulatoriais referenciados. ^
Atenção para palavras como exclusivamente e restringe-se, sempre são perigosas em concursos. ^
Poisbem, entendo o trabalho comoumacategoria ampla, a atuação noprocesso de adoecimento do m\
trabalho deve muito iralém da política de saúde, deve ser uma ação intersetorial primordialmente.

Página 181 de307 ^


#SN

p* 8. (CONSULPLAN/ TRF 2/2017) Asaúde do trabalhador, incluída como campo de atuação


/W\
do Sistema Único de Saúde - SUS deve ser entendida como

(A) um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de


v intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e
^ circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o
p trabalhador.
f^> Conceito correto de vigilância sanitária, exceto a parte sublinhada. (Conferir LeiOrgânica da Saúde)
f* (B) um conjunto de ações que proporciona ao trabalhador o conhecimento e a detecção
a ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
v e controle das doenças ou agravos.
^ Conceito de vigilância epidemiológica. (Conferir Lei Orgânica da Saúde)
(C) um conjunto de atividades que se destina, por meio das ações de vigilância
f^ epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
p\ trabalhadores, assim como visa a recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho.
/fp?S
Conferir artigo 6o da Lei Orgânica de Saúde.
(D) ações desenvolvidas no âmbito da previdência social, executadas pelo Instituto
^ Nacional de Seguro Social - INSS destinadas a garantir o processo de habilitação e
f* recuperação das seqüelas advindas de acidente de trabalho. Tais ações também podem
0^ ser desenvolvidas em parceria com a rede pública de saúde.
mis (E) ações de saúde especializadas em medicina laborai para a manutenção do bem-estar
dos trabalhadores, que desenvolvem protocolo previsto na Lei no 8.080/1990 e dá
^ providências sobre os direitos da sociedade como um todo, e dos trabalhadores em
(^ específico no que tange ao acesso à saúde.

P 9. (IBFC/EBSERH-UNIRIO/2017) De acordo com Bravo; Matos (2006,p. 32-33) no ano


p de 1986 tivemos no Brasil o "[...] marco histórico mais importante na trajetória da
_ política pública de saúde nesse pais". Selecione, dentre as afirmativas abaixo, a que cita,
corretamente, qual foi o marco histórico mais importante ocorrido na área da saúde no
P ano de 1986.
f^ a) Movimento de Reforma Psiquiátrica
^ b) Movimento Diretas Já
^ c) Movimento de Reforma Sanitária
d) 8a Conferência Nacional de Saúde
e) Promulgação da Constituição de 1988

Justificativa: O que ocorreu em 1986 foi a Conferência Nacional de Saúde. Os demais


eventos trazidos na questão não foram no ano específico ou foram na década de 1980.
Conforme Bravo e Matos (2006, p. 32):
"O fato marcante e fundamental para a discussão da questão Saúde no Brasil, ocorreu
na preparação e realização da 8a Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de
1986, em Brasília - Distrito Federal. O temário central versou sobre: IA Saúde como

Serviço Social para Concursos


direito inerente a personalidade e à cidadania; II Reformulação do Sistema Nacional de
Saúde, III Financiamento setorial"

10. (AOCP/EBSERH-HUJB/2017) De acordo com a Lei 8080/90, no que se refere à


competência do Sistema Único de saúde, é correto afirmar que /S!k

(A) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete formar consórcios
administrativos intermunicipais.
Art 18: VII - Isto compete à direçãomunicipal do SUS.
/Sk

(B) à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer normas e
executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução
ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art 16: VII- Isto compete a direçãonacional do SUS.
(C) à direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compete elaborar
normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde.
Conferir Artigo 16, Inciso XIV.
(D) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete estabelecer o Sistema
Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o
Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
Art. 16: XIX- Isto compete à direçãonacionaldo SUS.
(E) à direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete normatizar e
coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados.
Art. 16: XVI - Isto compete à direção nacional do SUS.

11. (IBFC/MGS/2015) A Lei n°. 8.142 de 28 de dezembro de 1990 destaca que o


Sistema Único de Saúde (SUS) contará com instâncias colegiadas, de acordo com o
artigo Io. Seriam elas:
a) Conselho de Saúde e Conselho Gestor.
b) Conselho dos Trabalhadores e Conselho de Saúde.
c) Conselho de Saúde e Conferência de Saúde.
d) Conferência de Saúde e Sindicato de Saúde.

Justificativa: Bastante fácil essa né? Está no Artigo Io da Lei 8.142/90


0 SUS conta em cada esfera de governo sem prejuízo das funções do Poder Legislativo,
com as seguintes instâncias colegiadas:
1 - A Conferência de Saúde; e
II - O Conselho de Saúde.

- Conferência de saúde reuni-se-à a cada 4 anos para avaliar a situação de saúde e


propor diretrizes para a formulação das políticas
- Conselho de saúde tem caráter deliberativo e permanente, composto de forma
paritária:50% de usuários,25% de trabalhadores de saúde e 25% de representantes do
governo e atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de
saúde.

Página 183 de 307


12. (CESPE/INMETRO) No atual cenário, a legitimação social do profissional de
serviço social nas empresas
a) está relacionada à visibilidade do seu projeto ético-político que alcança a confiança da
classe trabalhadora.
Comentário: Não apenas à visibilidade do PEP.

b) está hipotecada à qualificação teórica e intelectual dos assistentes sociais.


Comentário: o termo hipotecada limita a legitimação do Assistente Social nas empresas
à sua qualificação teórica e intelectual, no entanto os desdobramentos da
Reestruturação produtiva e as alterações no cenário de trabalham também foram
fatores que legitimaram a necessidade do AS nos contextos empresariais.

c) consiste na habilidade de reduzir os controles existentes sobre a força de trabalho.


Comentário: o trabalho do Assistente Social nas empresas não se relaciona com controle
ou coerção do trabalhador, mas sim, desenvolvimento de práticas consensuais e
participativas.

d) depende da sua capacidade de prestar assessoria às gerências e instâncias


administrativas.
Comentário: Prestar assessoria às gerências é apenas uma das competências do Seso
nas empresas.

e)ainda está na sua capacidade de intervir na administração das necessidades


humanas.
Comentário: a alternativa E, correta, está relacionado ao que discutimos sobre o
Assistente Social possuir capacidade teórica e técnica para intervir nas relações sócias,
e consequentemente nas necessidades humanas.

13. (EBSERH/2015) Dentre as novas competências e habilidades profissionais


cabíveis ao Assistente Social, temos a gestão ou a direção de organizações, e para
tal, exige-se o domínio

a) do arsenal teórico da gestão empresarial e do Serviço Social.


Comentário: Não se exige do Assistente Social o domínio da gestão empresarial, é um
dos ramos nos quais o profissional pode especializar-se, porém tal conhecimento não
é determinante para atuação no âmbito empresarial.
b) da gestão empresarial.
Comentário: relacionado à justificativa do item A.
c) da contabilidade social da empresa.
Comentário: relacionado à justificativa do item A.
d) das ferramentas gerenciais e de RH
Comentário: também é um dos ramos que o profissional de Serviço Social pode se
especializar, mas não necessariamente exige-se tal domínio.
e)crítico das teorias organizacionais, das ferramentas gerenciais e o domínio
teórico-metodológico ético-político e técnico-operativo do Serviço Social.
Comentário: A alternativa E traz o balanço completo sobre a atuação do Assistente
Social no contexto empresarial, é importante que você saiba que o trabalho
empresarial não se distancia dos balizas teóricas, metodológicas, éticas e políticas do
Serviço Social, apenas agregam-se a estas conhecimentos gerenciais e
organizacionais.

0R&
Serviço Social para Concursos

áfSN
14. (FCC/TRE-SP/2017) Considera-se o absenteísmo um elemento oneroso tanto na
perspectiva social, quanto na perspectiva econômica, nas organiza- ções públicas
e privadas. Uma das causas que contribuem para o absenteísmo é a presença de
a) programa de qualidade de vida e saúde.
b) equipe motivacional e laborai.
c) cantinas, cafezinhos e fumódromos
d) planos de carreira e salários.
e) estacionamento e creche.
Comentário: Lembra que devemos relacionar o conceito de absenteísmo às ausências
do trabalhador? Analisando as alternativas qual delas propicia algum tipo de ausência
ou pode gerar situações problemas que possa vir a desencadear o Absenteísmo? O
item C não é mesmo? Questão facílima!

15. (FGV/MPE-MS) Os procedimentos de investigação sobre as causas de


absenteísmo no trabalho devem ser conduzidos de forma a compreender as
determinantes sociais que incidem sobre as condições de vida e de trabalho da
população.
Assinale a alternativa que apresenta a principal razão do absenteísmo no trabalho.
a) As situações problemas encontradas na dinâmica familiar.
b)Os processos de precarização das condições e relações de trabalho.
c) As situações pregressas vivenciadas
pelos trabalhadores nos outros locais de trabalho.
d) As informações dos empregadores sobre a magnitude do problema naquele local d
e trabalho.
e) Os fatores desmotivadores presentes no ambiente de trabalho.
Comentário: E sabido por você, pois já conversamos sobre isto na aula, que o
Absenteísmo está ligado à questões intrínsecas e extrínsecas ao trabalhador, todas
as alternativas elencadas estão "corretas" pois todas se relacionam com os índices
de absenteísmos, porém o enunciado pede a PRINCPAL razão, e como isto devemos
entender as condições precárias sob as quais as relações de trabalho se
desenvolvem.

16. (CESPE/TRE-BA) As principais causas do absenteísmo incluem as situações


relacionadas às dificuldades e aos problemas financeiros, os problemas de
transporte, a baixa motivação para trabalhar, a supervisão precária da chefia e o
desenvolvimento de políticas inadequadas pela organização.
GABARITO CERTO. Comentário: Esta questão ratifica a anterior, pois elenca uma
série de fatores que implicam nos altos índices de absenteísmo.

Página 185 de 307


REFERENCIAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n. 8080 de 19 de setembro de 1990: Dispõe sobre o Sistema
Único de Saúde. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LeisyL8080.htm>
BRAVO; Maria Ines. Política de Saúde no Brasil. Disponível em:
<www.saude.mt.gov.br/arquivo/2163>.

BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In: Mota, A. E. era/.(Org.). Serviço
Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.

BRAVO, Maria Inês Souza. Serviço Social e a Reforma Sanitária: lutas sociais e práticas
profissionais. 4o Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BRAVO, Maria Inês Souza. Saúde e Serviço Social no capitalismo: fundamentos sócio-
históricos. São Paulo: Cortez, 2013.

BRAVO, Maria Inês Souza. MATOS, Maurílio Castro de. Projeto Ético-Político do Serviço Sodal e
sua relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate. In: Mota, A. E. ei ai. (Org.).
Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.

CFESS. Paramteros para atuação de Assistentes Sociais na política de saúde. Disponível


em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/Parametros_para_a_Atuacao_
de_Assistentes_Sociais_na_Saude.pdf>

MENDES, Jussara M. Rosa; WÜNSCH, Dolores Sanches. Serviço Social e a saúde do


trabalhador: uma dispersa demanda. Serv. Soe. Soe, São Paulo, n. 107, p. 461-481, jul./set.
2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sssoc/nl07/05.pdf>

VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e práticas democráticas. In: Mota, A. E. ei ai.(Org.).
Serviço Social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2009.

Serviço Social para Concursos


Ms

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL


Apolítica de assistência social; marco legal; benefício de prestação continuada (BPC). ^

A política de Assistência Social é um dos temas cada vez mais requisitados em *)


concursos, principalmente porque nos últimos dez anos essa política teve uma expansão ^
no Brasil. Como já sabemos, a Assistência Social integra o tripé da Seguridade Social
juntamente com a saúde e a previdência. ^
Esta política é NÃO CONTRIBUTIVA, ou seja, para acessá-la não é necessário ^
nenhum tipo de contribuição prévia como na previdência, mas também ela não é ^
universal como a saúde, é um direito direcionado para uma dada situação de ^
vulnerabilidade social, ou seja, vai muito além da situação econômica.
Importante destacar que no Serviço Social existem diversas publicações sobre a m
temática de autores diversos, que inclusive divergem entre si. Mas, para concursos, essa
parte teórica não é tão relevante quanto o marco legal. Por isso, aqui, nosso foco será ^
nas leis, decretos, normativas e políticas. ^

1) Uma contribuição à discussão teórica da Assistência Social ^

Aassistência social adquiriu o caráter de política pública de fato e de direito na ^


Constituição Federal de 1988, antes disso otrato da Assistência estava voltado para um ^
viés bastante filantrópico e caritativo. Outro marco importantíssimo além disso é a nossa
conhecida LBA10 - Legião Brasileira de Assistência -, a primeira instituição assistencial ^
do país. ^
Essa marginalização ocorreu ao longo dos anos por causa do perfil desta política e ^
da lógica punitiva/meritocrática dasociedade. Por isso, o que hoje é atualmente o público S^k
da Assistência Social antes era tratado como caso de polícia ou a partir de instituições
de caridade e benemerência. O Estado durante séculos foi omisso a essas demandas, "?
pois ela não é "interesse público". ^
Com a CFde 1988 a Assistência Social é colocada na perspectiva de direito social e ^
dever do Estado, mas também com apoio de instituições. Mas vale salientar, não foi a /^
Constituição ou a LOAS que fundou a Política de Assistência, elas mudaram o sentido e ^
conceito da mesma. •
Nos interessa principalmente compreender a Assistência Social como se configura ^
na atualidade e sua relação com o trabalho do/a Assistente Social. ^
De todo modo, é importante você saber que o tema é bastante polêmico no Serviço ^
Social brasileiro, no sentido de que existem opiniões diversas sobre essa política e como S^\
ela vem sendo implementada. Entre as referências do debate, podemos destacar Adaílza
Sposati (PUC-SP), Ana Elizabete Mota (UFPE) e Bochetti (UNB); essas três autoras são

1*%

10 Fundada em1942 (Período daII Guerra Mundial) a LBA tinha como objetivo a "boa vontade" e atuando deforma '
emergencial. Tinha um caráter bastante populista. /%

Página 187 de307 ^


JfPN

JPn t_ 01 -J

m as principais intelectuais do serviço social que discutem sobre a temática, mas com
-^ certeza há diversos outros.
Interessante você saber que a discussão da Assistência Social é avaliar até que
^ ponto esta política garante direito e até que ponto não é mais uma política com caráter
f* celetista e monetário. Essa tese é principalmente de Mota, que na obra O mito da
^ assistência social, destaca que na política de assistência social brasileira "instala-se um
período no qual a assistência social, mais do que uma prática e uma política de proteção
P social, se constitui num fetiche social" (2006, p. 8).
p» Isso porque a Assistência Social é tida como UMA SUBSTITUIÇÃO da política de
a trabalho e renda, e acaba servindo para fins de perpetuação da pobreza e dependência
dos benefícios.
^ Sposati, uma referência nacional e uma das idealizadoras do SUAS, por sua vez,
p* debate a importância histórica dessa política mesmo com todos seus limites para a
^ realidade brasileira, para a mesma o SUAS é de fundamental importância na vida dos
brasileiro, pois devido "a instauração em todo território brasileiro de um mesmo regime
^ geral de gestão e alcance da política brasileira de assistência social, com a perspectiva
p de responder à universalidade de um direito de cidadania" (SPOSATI, 2006, p. 117).
^ Então, quando pensarem nesta política e na análise que o serviço social, reflitam
que ela não é homogênea, a contradições de pensamentos, e a depender da banca uma
^ lógica é mais cobrada que outra, se atente para isso.
^ 2) Marco Legal da Política de Assistência Social
^ Quais são os principais marcos legais/institucionais desta política? Não há dúvidas
p que a Constituição Federal e a LOAS são os principais, mas além deles, há outros.
^ Vejamos os principais:
v • Constituição Federal de 1988
^ v Lei Orgânica da Assistência Social - 8.742/93
f^ s Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
m, • Decreto 6.214/2007 (BPC)
V • NOB/SUAS/RH (2012)
v* s Tipificação dos Serviços Sócio-Assistenciais

ç* Na Constituição Federal de 1988, os artigos que versam sobre a assistência social


m são o 203 e 204.
^ Entre os objetivos (art. 203) da assistência, estão:
0^ (i) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
(ii) incluído o amparo às crianças e adolescentes carentes;
f^ (iii) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
p (iv) a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
_^ promoção à sua integração à vida comunitária;
^ (v) a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal11 à pessoa portadora de
p> deficiência e ao idoso que comprovem não terem meios de fazê-lo por si ou por
^ suas famílias.

0^S
11 Esse Benefício mensal é o Benefício de Prestação Continuada, que trataremos no próximo tópico.

Serviço Social para Concursos


Assim, a ASSISTÊNCIA SOCIAL encontra-se nos artigos 203 à 204, buscando:
SELEÇÃO, PREVENÇÃO e ELIMINAÇÃO DE RISCOS E VULNERABILIDADE
SOCIAIS.

A LOAS, que é o nosso segundo pilar desta política, traz que a assistência social
tem, como um dos seus princípios, buscar a universalização dos direitos sociais, a fim de
tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas. Além
da LOAS, existe a Lei n. 12.101/09, tendo aquela criado o atual Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS), que fixa normas para a atuação de entidades e organizações
sem fins lucrativos na área.

A LOAS traz entre outros objetivos:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção


da incidência de riscos, especialmente:

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;


b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária; e
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou
de tê-la provida por sua família;

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade


protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações
e danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto
das provisões socioassistenciais.

*PVD

Dos Princípios (Art. 4o)


I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária,
vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de
qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais,
bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
* SURID

Página 189 de 307


0h

fs Das Diretrizes (Art. 5o)


p I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;
m II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
^ formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
v III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de
P* assistência social em cada esfera de governo.
0h ^ DPP

f\ ALOAS ainda traz sobre a proteção social12 (básica e especial), o Sistema Único de
^ Assistência Social, os CRAS, os CREAS, o próprio BPC, os benefícios eventuais, que são
mais especificados na PNAS e na tipificação de serviços socioassistenciais.

r Oque é o SUAS?
m O SUAS é um sistema descentralizado e participativo, que define e organiza os elementos
essenciais à execução da política de assistência social, possuindo, como eixos estruturantes, a
matricialidade sócio-familiar e territorialização.

^PV ___ _
^ Como é definida a Proteção Social naLOAS? (Art. 6o A)

m A LOAS traz que existe dois tipos de Proteção Social, a básica e a especial.

f* Proteção Social Básica


P A básica lida com o essencial e com o primordial, e tem/deve ter ações
f** principalmente preventivas, que reforçam a convivência, socialização, acolhimento e
m, inserção, e possuem um caráter mais genérico e voltado prioritariamente para a família;
e visa desenvolver potencialidades, aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares
e comunitários (PNAS, p. 27).
0H\
_ Para tal, foi instituído o PAIFI (Art. 24 A): Serviço de Proteção e Atendimento
v Integral à Família, que integra a proteção social básica e consiste na oferta de ações e
f^ serviços socioassistenciais de prestação continuada, nos Cras, por meio do trabalho
p social com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o
m rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações, garantindo
o direito à convivência familiar e comunitária.

0Ê\

12 "Adefinição dos campos de proteção social (básica ou especial) que compete à assistênciae às demais políticas sociais
f^ é fundamental, não pormero preciosismo conceituai, mas poroutras razoes. Primeiro, porqueo sentido de proteção social
extrapola a possibilidade de uma única política social e requer o estabelecimento de um conjunto de políticas públicas que
P*1 garantam direitos e respondam a diversas e complexas necessidades básicas (PEREIRA, 2000) da vida social. Desse
0^
modo, à Assistência Social não se pode atribuir a tarefa de realizar exclusivamente a proteção social. Esta compete,
articuladamente, às políticas de emprego, saúde, Previdência, habaaçao, transporte e Assistência, nos termos do artigo 60
0&> da Constituição Federal." (CFESS, Parâmetros para atuação do Assistente Social na Assistência Social

0^\
Serviço Social para Concursos

0&S
O CRAS (Art. 4o) é a unidade principal de implementação do PAIFI/Proteção Social
Básica, este é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com
maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços
socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de serviços, programas
e projetos socioassistenciais.

Proteção Social Especial


Esta proteção refere-se a serviços mais especializados, destinados a pessoas em
situações de risco pessoal ou social, de caráter mais complexo, e se diferenciaria da
proteção social básica por Mse tratar de um atendimento dirigido às situações de violação
de direitos" (PNAS, p. 31).
Para tal, foi instituído o PAEFI (Art. 24° B), Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos, que integra a proteção social especial e
consiste no apoio, orientação e acompanhamento a famílias e indivíduos em situação de
ameaça ou violação de direitos, articulando os serviços socioassistenciais com as diversas
políticas públicas e com órgãos do sistema de garantia de direitos.
É no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) que se
implementa (principalmente) a PSE. Este é é a unidade pública de abrangência e gestão
municipal, estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias
que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou
contingência, que demandam intervenções especializadas da proteção social especial.
Vale salientar que a Proteção Social Especial ainda possui média e alta
complexidade13.
Entre os serviços da média complexidade, destacam-se a aplicação do serviço de
LA (Liberdade Assistida) para adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas
em meio aberto, Serviço de orientação e apoio sócio-familiar, serviço de habilitação e
reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência entre outros.
Já os serviços da alta complexidade, estão mais na perspectiva de "acolhimento", e
são: casa-lar, repúblicas, albergue, família substituta, medidas socioeducativas
restritivas e privativas de liberdade (semi-liberdade, internação provisória e
sentenciada), família acolhedora e outros.

Mais sobre a PNAS

A Política Nacional de Assistência Social é de extrema importância, mesmo sendo


um documento do ano de 2005.

As três funções para a Política de Assistência Social:


s Proteção Social;
* Vigilância Socioassistencial;

Para ver a especificação disso, conferir a Política Nacional de Assistência Social.

Página 191 de 307


s Defesa Social e Institucional.

As Seguranças previstas na PNAS


s Acolhida;
s Convívio;
s Sobrevivência.

Além disso, a PNAS traz a tipificação dos benefícios eventuais, que já foi trazido na
LOAS (Art. 22). Os benefícios eventuais são de responsabilidade dos municípios.
Conforme a LOAS: entendem-se por benefícios eventuais as provisões
suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do Suas e são
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações
de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.
Ex: auxílio natalidade, funeral, auxílio aluguel em caso de enchente...

3) O Benefício de Prestação Continuada (BPC)

Dedicamos um tópico exclusivo a esta temática pela relevância do mesmo. O BPC é


o benefício mais importante da Assistência Social e está garantido na Constituição
Federal.
0 BPC é um benefício voltado para pessoas com deficiência e pessoas idosas
com mais de 65 anos em estado de vulnerabilidade social, especificamente, que vivem
(SN
com renda inferior a Va do salário mínimo per capita.
(^ Esse benefício garante um salário mínimo e não dá direito a férias ou décimo
f* terceiro. O mesmo é revisado a cada dois anos.
0 decreto que rege o BPC é o 6.214 de 2007, ele foi atualizado no ano de 2016
0ÜS
pelo decreto 8.805, que coloca como obrigatório para acessar o BPC a inscrição no
CadÚnico em algumas mudanças de gestão.
^ Vale lembrar que mesmo sendo um benefício da assistência social, o mesmo é
P1 operacionalizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (Art 3o decreto
pt 6.214/2007).
0$\

P* •» ATENÇÃO
P Cai muito em prova quais os critérios para um município receber financiamento. Art.
m 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal,
m dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de:
1 - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e
^ sociedade civil;
p> II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos
0&*
Conselhos de Assistência Social;
III - Plano de Assistência Social.

*CPF

Serviço Social para Concursos


ATENÇÃO

É comum em concursos cobrarem se o BPC pode ser acumulado


com outro benefício ou vínculo.

s Este não pode ser acumulado com com outro benefício no


âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o
seguro-desemprego, ressalvados o de assistência médica e
a pensão especial de natureza indenizatória.
s A acumulação do benefício com a remuneração advinda do
contrato de aprendizagem pela pessoa com deficiência é
limitada ao prazo máximo de dois anos.

QUESTÕES

1. (CONSULPLAN/TRF-2/2017) Acerca do financiamento da assistência social, conforme


dispõe a Lei Orgânica da Assistência Social, Lei Federal n° 8.742, de 7 de dezembro de
1993, assinale a afirmativa INCORRETA.

A) Constitui receita do Fundo Nacional de Assistência Social, o produto da alienação dos


bens imóveis da extinta Fundação Legião Brasileira de Assistência.
B) O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos estabelecidos na Lei
anteriormente referida far-se-á, em sua totalidade, com do Fundo Nacional de Assistência
Social.

C) Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos
e benefícios, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente de ações
do órgão repassador dos recursos.
D) A utilização dos recursos federais descentralizados para os fundos de assistência social
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores
ao ente transferidor, anualmente, mediante relatório de gestão submetido à apreciação
do respectivo Conselho de Assistência Social, que comprove a execução das ações na
forma de regulamento.

2. (FCC/TRT-11/2017) Em conformidade com a Resolução 109/2009 do Conselho


Nacional de Assistência Social, na tipificação dos serviços socioassistenciais, no que se
refere às provisões, as ofertas do trabalho institucional devem ser organizadas em
dimensões. A saber:

Página 193 de 307


(A) ambiente físico, recursos materiais, recursos humanos e trabalho social essencial
ao serviço.

(B) nome do serviço, origem dos usuários, nível de proteção básica e especial de alta e
média complexidade.
(C) diferentes tipos de demandas, objetivos, recursos humanos e instituição da diretoria
do serviço.
(D) objetivos, capacidade gerencial, qualidade técnica dos trabalhadores e voluntários,
além do acesso ao serviço.
(E) vigilância sanitária, definição do trabalho social e normativas referentes aos serviços
socioassistenciais, sobretudo de alta complexidade.

3. (FCC/TRT-11/2017) Nos últimos anos, o Sistema Único de Assistência Social - SUAS,


incluiu um grande número de profissionais em sua rede de serviços e na gestão desse
sistema. Regulamentada pela Norma Operacional Básica - NOB- SUAS/2012, as equipes
de referência são constituídas por
(A) trabalhadores de todas as áreas de conhecimento que compreendam a função social
do Estado e se coloquem em defesa dos direitos sociais, sendo importante capitanear
os técnicos de outras políticas públicas que queiram atuar no âmbito daassistência
social.

(B) trabalhadores de diferentes níveis de formação, do fundamental ao superior, que


atuam na rede de serviços socioassistenciais em nível de proteção básica e especial.
Adota-se como importante que se preservem os vínculos formais pautados na CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas).
(C) servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços, programas,
projetos e benefícios de proteção social básica e especial, levando-se em consideração
o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições
que devem ser garantidas aos usuários.
(D) profissionais formados em serviço social, psicologia social, musicólogos e pedagogos
que atuam nos serviços de proteção básica, especialmente no âmbito do Serviço de
Atenção Integral à Família e nos Serviços de Convivência Social, destinados a idosos,
jovens e crianças.
(E) trabalhadores com vínculo profissional público organizados em equipes
multiprofissionais compostas com as equipes/profissionais das organizações da
sociedade civil - ONGs no campo socioassistencial, de modo a favorecer a integração
das redes pública e privada.

4. (FCC/TRT-11/2017) Um Assistente Social é procurado por um servidor que relata


sobre a determinação judicial atribuída a seu filho, que foi a aplicação de medida
socioeducativa em meio aberto de Liberdade Assistida — LA. A política pública
responsável pela prestação desse serviço é
(A) Assistência Social. (B) Educação Estadual.

Serviço Social para Concursos

0^i
(C) Educação Municipal. (D) Segurança Pública.
(E) Vara da Infância e da Juventude.

5. (FCC/TRT-11/2017) A Assistência Social foi instituída no campo da seguridade social


na Constituição Federal de 1988. Reconhecê-la como política pública significa
(A) considerá-la como política transversal porque possibilita acessos materiais que não
são disponibilizados pelo mercado aos comprovadamente pobres.
(B) garantir o enquadramento legal do beneficiário como carente e necessitado.
(C) reafirmar o seu caráter compensatório que se ajusta às demais políticas públicas,
sobretudo da área econômica, tendo como horizonte a adequação do homem às regras
estabelecidas no mercado de trabalho.

(D) valorizar a realização de práticas assistencialistas, marcadas pela caridade, que


passam a receber apoio da esfera pública.
(E) instituí-la no campo dos direitos, da universalização de acesso e da responsabilidade
estatal.

6. (CESPE/INSS/2016) Julgue o item abaixo à luz da Lei n.o 8.742/1993 (LOAS) e do


Decreto n.° 6.214/2007, que regulamenta o BPC da assistência social devido à pessoa
com deficiência e ao idoso.

Caso uma pessoa com deficiência que receba BPC passe a exercer atividade remunerada
na qualidade de microempreendedor individual, o órgão concedente desse benefício
deverá suspendê-lo.

7. (AERONÁUTICA/2016) Relacione a coluna da direita com a da esquerda quanto aos


tipos de entidades e organizações de assistência social nos termos da Lei n° 8.742/1993
e das deliberações pertinentes do Conselho Nacional de Assistência Social.
(1) Entidades de atendimento
(2) Entidades de assessoramento
(3) Entidades de defesa e garantia
( ) aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e
executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos
movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de
lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social.
( ) aquelas que prestam serviços e executam programas e projetos voltados para a
defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos,
promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com
órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência
social.

( ) aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam


serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social

Página 195 de 307


básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou
risco social e pessoal. A seqüência correta dessa classificação é
a) 1-2-3 b) 3-1-2
c) 2-3-1 d) 1-3-2

8. (AERONÁUTICA/2016) De acordo com a Política Nacional de Assistência Social -


PNAS/2004 - Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), a proteção social deve garantir
segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio
ou vivência familiar. Assinale a alternativa correta quanto a tais garantias.
a) A segurança de acolhida deve operar com a provisão de diversas necessidades
humanas, sobretudo em contextos que apresentam situações de vulnerabilidades e riscos
sociais.

b) A autonomia das previsões básicas requer, independente do indivíduo, interferência


constante da assistência social.

c) A necessidade do convívio ou vivência familiar deve ser superada pela autonomia


individual.

d) A segurança de rendimentos é uma compensação do valor do salário mínimo.


JPS

p 9. (AERONÁUTICA/2016) Segundo a Lei n° 8.742/1993, assinale a alternativa correta


_ sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).
a a) Oferece atendimento especial nos Centro de Referência Especializado de Assistência
_ Social a jovens vítimas de violência familiar.
0^ b) Concentra o atendimento em famílias que vivem em situação de risco porconta do
uso de entorpecentes.
c) Integra a proteção social especial, oferecida nos Centros de Referência de Assistência
Social.
/f^
d) Consiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais de prestação continuada.

10. (AERONÁUTICA/2016)55) Segundo a Política Nacional de Assistência Social -


JP\
PNAS/2004 - Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), é a modalidade de atendimento
assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
^ pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso
f^ sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas,
f> situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. O enunciado acima trata-se
p do(a)
ps a) atendimento assistencial de risco.
f^ b) serviço de atendimento integral.
f^ c) proteção social especial.

Serviço Social para Concursos


d) serviço social de risco.

11- (AERONÁUTICA/2016) 56) Segundo a Lei n° 8.742/1993, dentre as determinações


que justificam a concessão do benefício de prestação continuada, tem-se que a pessoa
considerada com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial. Nesse caso, a lei em questão prevê tal
impedimento como aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de
a) 6 meses. b) 3 meses.
c) 2 anos. d) 1 ano.

12. (AERONÁUTICA/2016) Quanto ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), pode-


se afirmar que se trata de um sistema público
a) independente. b) participativo.
c) centralizado. d) contributivo.

13. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) Acentralidade da família na política


de assistência social deve-se ao reconhecimento da importância dessa instituição na
proteção social dos indivíduos e expressa que a organização dessa política tem como
pressuposto a família como um sujeito de direitos. Em decorrência dessa matricialidade
sociofamiliar, dentre os principais objetivos da política de assistência social no âmbito do
PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família) destacam-se: a proteção à
família, aos seus direitos e a
(A) recuperação de seus valores e significados.
(B) manutenção do seu status quo.
(C) prevenção da dependência socioassistencial.
(D) promoção do fortalecimento da convivência familiar e comunitária.
(E) socialização dos riscos pessoais e sociais.

14. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) 47. A Lei Orgânica da Assistência
Social (Lei Federal no 8.742/93) regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição
Federal de 1988 e marca a etapa inaugural de uma política pública de assistência social
em nível nacional. A LOAS define a assistência social como direito do cidadão e dever do
Estado, estabelecendo objetivos e diretrizes para sua implementação. Constitui-se um
dos princípios da LOAS:
(A) descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo.
(B) participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação
das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

Página 197 de 307


0£s

(C) consolidação da gestão compartilhada, do cofinanciamento e da cooperação técnica


entre os entes federativos.

(D) primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social


em cada esfera de governo.
m (E) igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer
^ natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais.

f*. 15. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Acerca do financiamento da Política de Assistência


_ Social, a Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, afirma que wé condição para os
^ repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos a efetiva
^ instituição e funcionamento":
f^ A) Do Conselho Tutelar, do Conselho de Assistência Social e do Conselho do Idoso.
f* B) O Fundo de Assistência Social, o Plano de Assistência Social e o Conselho de
m. Assistência Social.
m C) Do Conselho de Assistência Social, do Conselho de Direitos da Criança e do
Adolescente e do Conselho do Idoso.
D) A comprovação orçamentária dos recursos próprios destinados à Assistência Social,
^ o Fundo de Assistência Social e o Conselho da Criança e do Adolescente.

16. (QUADRIX/FUNDAÇAO-ABC/2013) De acordo com a Política Nacional de


^ Assistência Social, o processo de gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
ps prevê algumas bases organizacionais. A alternativa que não apresenta uma dessas bases
* organizacionais é:

#?\
(A) Controle Social
(B) Matricialidade Sócio-Familiar.
(C) Primazia da responsabilidade do Estado na condução dessa política.
a (D) Financiamento.
^ (E) Novas bases para a relação entre o Estado e a Sociedade Civil.

/Ps

^s 17. (QUADRIX/FUNDAÇÃO-ABC/2013) A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) que,


em dezembro deste ano, completa 20 anos de existência, afirma em seu artigo Io que a
f* assistência social, direito de todo cidadão e dever do Estado, é política de seguridade
p* social não contributiva, que prove os mínimos sociais, realizada por meio de um conjunto
m integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento das
^ necessidades básicas. Sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto nas
f^ LOAS, leia atentamente as seguintes afirmações:
** I. O Benefício de Prestação Continuada deve ser revisto a cada 2(dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.
^ II. Para efeito de concessão do Benefício de Prestação Continuada, considera-se
^ pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza
-^ física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
^ podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
P condições com as demais pessoas. Considera-se impedimento de longo prazo aquele
ms que produza efeitos pelo prazo mínimoo de 2 (dois) anos.

A Serviço Social para Concursos


III. O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a ^
realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, a
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência.
IV. Acontratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão ^
do Benefício de Prestação Continuada, limitado a 1 (um) ano o recebimento ^
concomitante da remuneração e do benefício. _

Está correto o que se afirma em: ^


(A) I, II, III e IV. (B) apenas I, II e III. ^
(C) apenas II, III e IV. (D) apenas I, III e IV.
(E) apenas I e II. ^

18. (QUADRIX/FUNDAÇÃO-ABC/2013) A política Nacional de Assistência Social (PNAS) ^


desmembra a Proteção Social Especial em média e alta complexidade. Com base nesse ^
desmembramento, classifique cuidadosamente os serviços de proteção social especial
que seguem. ^
I. Medidas socioeducativas em meio aberto. ^
II. Atendimento Integral Institucional. ^
III. Família Acolhedora.
IV. Casa de passagem. ^
V. Trabalho protegido. ^

São serviços de proteção social especial de média complexidade:


(A) nenhum. (B) apenas um. **>
(C) apenas dois. (D) apenas três. ^%
(E) I, II, III, IV e V. ^

/SOS

19. (QUADRIX/FUNDAÇÃO-ABC/2013) De acordo com a Lei Orgânica de Assistência ~


Social (LOAS), a assistência social rege-se por alguns princípios e diretrizes. Ciente ^
desses princípios e diretrizes, leia atentamente. ^
I. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, **
bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua
concessão. **>
II. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios -^
e serviços de qualidade, bem com à convivência familiar e comunitária, ^
vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade.
III. Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de ^
rentabilidade econômica. f^S

IV. Universalização dos direitos sociais, a fim tornar o destinatário da ação


assistencial alcançável pelas demais políticas públicas.

São diretrizes da assistência social:


(A) I, II, III e IV. (B) apenas uma.
(C) apenas duas. (D) apenas três.
(E) nenhuma.

Página 199 de 307


^Ulb

20. (QUADRIX, FUND. EMÍLIO RIBAS/2014) Acerca dos centros de Referência de


Assistência Social (CRAS) e dos serviços ofertados nos mesmos, leia cuidadosamente
as afirmativas.
I. O CRAS é uma unidade pública estatal, localizado em áreas de vulnerabilidade
social, que abrange um total de até 500 famílias/ano.
II. O CRAS organiza e coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da política
v de assistência social.
P III. O CRAS é responsável pela oferta do Paefi.
p\ IV. O CRAS deve realizar, sob orientação do gestor municipal de assistência social, o
mapeamento e a organização da rede socioassitencial de proteção básica e
^ promover a inserção das famílias nos serviços de assistência social.
<P V. São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que
4* potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos
internos e externos de solidariedade, como o programa de inclusão produtiva e
f^ projeto de enfretamente da pobreza.
Estão corretas somente:
^ (A) I, II e III. (B) I e IV.
(P1 (C) I e V. (D) III e IV.
p (E) II, IV e V.
(PS
ms 21. (CESPE/MPOG/2015) Em relação às instâncias colegiadas do Sistema Único de
Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), julgue os itens
ç seguintes.
^ A Conferência Nacional de Saúde e a Conferência Nacional de Assistência Social
f* possuem a mesma periodicidade, ou seja, acontecem anualmente, com o objetivo de
p avaliar as políticas das respectivas áreas e propor diretrizes para o aperfeiçoamento
^ do sistema.
0$\
m 22. Entre as competências do Conselho Nacional de Assistência Social incluem-se a
^ aprovação da Política Nacional de Assistência Social; a normatização das ações e
f* regulação da prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da
(P* assistência social; e a fixação das normas para a concessão de registro e certificado
de fins filantrópicos às entidades privadas prestadoras de serviços e assessoramento
de assistência social.
0&\

23. A 9.a Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada em 2013 e teve
como tema a gestão e o financiamento na efetivação do SUAS.

24. É condição para os repasses dos recursos do financiamento da assistência social


aos municípios, aos estados e ao Distrito Federal, a efetiva instituição e
funcionamento do Conselho de Assistência Social, do Fundo de Assistência Social, do
Plano de Assistência Social, além da comprovação orçamentária dos recursos
próprios destinados à assistência social.

Serviço Social para Concursos

0$\
ARIT(3:

1. B 2. A 3. C 4. A 5. E

6. C 7. C 8. A 9. D 10. C

11. C 12. B 13. D 14. E 15. B

16. C 17. E 18. B 19. E 20. E

21. E 22. E 23. C 24. C

10 NÚMERO DE ACERTOS: * ^ NÚMERO DE ERROS:

= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (CONSULPLAN/TRF-2/2017) Acerca do financiamento da assistência social, conforme


dispõe a Lei Orgânica da Assistência Social, Lei Federal n° 8.742, de 7 de dezembro de
1993, assinale a afirmativa INCORRETA.

A) Constitui receita do Fundo Nacional de Assistência Social, o produto da alienação dos


bens imóveis da extinta Fundação Legião Brasileira de Assistência.
Correto. Art. 28-A.
B) O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos
estabelecidos na Lei anteriormente referida far-se-á, em sua totalidade, com do
Fundo Nacional de Assistência Social.
Ofinanciamento far-se-á através de recursos da União, estados, municípios e DF, das
demais contribuições sociais previstas (CF 88), além dos recursos do Fundo Nacional
de Assistência Social.

C) Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos
e benefícios, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente de ações
do órgão repassador dos recursos.
Correto. Art. 30 - B.
D) Autilizaçãodos recursos federais descentralizados para os fundos de assistência social
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores
ao ente transferidor, anualmente, mediante relatório de gestão submetido à apreciação
do respectivo Conselho de Assistência Social, que comprove a execução das ações na
forma de regulamento.
Correto. Art. 30-C.

Página 201 de 307


r

2. (FCC/TRT-11/2017) Em conformidade com a Resolução 109/2009 do Conselho


Nacional de Assistência Social, na tipificação dos serviços socioassistenciais, no que se
refere às provisões, as ofertas do trabalho institucional devem ser organizadas em
dimensões. A saber:
(A) ambiente físico, recursos materiais, recursos humanos e trabalho social
essencial ao serviço.
(B) nome do serviço, origem dos usuários, nível de proteção básica e especial de alta e
média complexidade.
(C) diferentes tipos de demandas, objetivos, recursos humanos e instituição da diretoria
+ do serviço.
(D) objetivos, capacidade gerencial, qualidade técnica dos trabalhadores e voluntários,
além do acesso ao serviço.
9 (E) vigilância sanitária, definição do trabalho social e normativas referentes aos serviços
socioassistenciais, sobretudo de alta complexidade.

Conforme o documento. Provisões: As ofertas do trabalho institucional,


organizadas em três dimensões: ambiente físico, recursos materiais, recursos
humanos. Organizados conforme cada serviço as provisões garantem determinadas
• aquisições aos cidadãos.

3. (FCC/TRT-11/2017) 38. Nos últimos anos, o Sistema Único de Assistência Social -


SUAS, incluiu um grande número de profissionais em sua rede de serviços e na gestão
desse sistema. Regulamentada pela Norma Operacional Básica - NOB- SUAS/2012, as
equipes de referência são constituídas por
*
(A) trabalhadores de todas as áreas de conhecimento que compreendam a função social
do Estado e se coloquem em defesa dos direitos sociais, sendo importante capitanear os
técnicos de outras políticas públicas que queiram atuar no âmbito da assistência social.
(B) trabalhadores de diferentes níveis de formação, do fundamental ao superior, que
atuam na rede de serviços socioassistenciais em nível de proteção básica e especial.
Adota-se como importante que se preservem os vínculos formais pautados na CLT
^ (Consolidação das Leis Trabalhistas).
(C) servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços,
programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial, levando-
se em consideração o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de
atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários.
(D) profissionais formados em serviço social, psicologia social, musicólogos e pedagogos
que atuam nos serviços de proteção básica, especialmente no âmbito do Serviço de
Atenção Integral à Família e nos Serviços de Convivência Social, destinados a idosos,
e jovens e crianças.
(E) trabalhadores com vínculo profissional público organizados em equipes
multiprofissionais compostas com as equipes/profissionais das organizações da
m
sociedade civil - ONGs no campo socioassistencial, de modo a favorecer a integração
das redes pública e privada.

4. (FCC/TRT-11/2017) 51. Um Assistente Social é procurado por um servidor que relata


sobre a determinação judicial atribuída a seu filho, que foi a aplicação de medida
socioeducativa em meio aberto de Liberdade Assistida - LA. A política pública
responsável pela prestação desse serviço é
(A) Assistência Social.
(B) Educação Estadual.
9 (C) Educação Municipal.

9
Serviço Social para Concursos
9
9
(D) Segurança Pública.
(E) Vara da Infância e da Juventude.

Vejam que a questão trouxe sobre a política pública que presta este serviço. Sem
dúvidas, é a Assistência Social. Aliberdade Assistida é de responsabilidade da Proteção
Social Especial, de média complexidade, e integra as Medidas sócio-educativas em
meio-aberto para crianças e adolescentes. Já as Medidas sócio-educativas
restritivas e privativas de liberdade (Semi-liberdade, Internação provisória e
sentenciada), estão sob responsabilidade da Proteção Social Especial de alta
complexidade.

5. (FCC/TRT-11/2017) 52. A Assistência Social foi instituída no campo da seguridade


social na Constituição Federal de 1988. Reconhecê-la como política pública significa
(A) considerá-la como política transvcrGal porque possibilita acessos materiais que não
são disponibilizados pelo mercado aos comprovadamente- pobres.
(B) garantir o enquadramento legal do beneficiário como carente e necessitado.
(C) reafirmar o seu caráter compensatório que se ajusta às demais políticas públicas,
sobretudo da área econômica, tendo como horizonte a adequação do homem as regras
estabelecidas no mercado de trabalho.
(D) valorizar a realização de proticoG aGGiGtcncialistos, marcadas pela caridade, que
passam a receber apoio da esfera pública.
(E) instituí-la no campo dos direitos, da universalização de acesso e da
responsabilidade estatal.

JUSTIFICATIVA: Como a questão pede a concepção da Assistência Social como


DIREITO, observe que todas as outras assertivas trouxeram a lógica da Assistência
Social na lógica da caridade, filantrópica e conservadora.
Com a Constituição Federal de 1988, a Assistência Social se consagra como política da
seguridade social. Artigo 1 da LOAS: A assistência social, direito do cidadão e dever do
Estado, é Política de Seguridade Socialnão contributiva, que prove os mínimossociais,
realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

6. (CESPE/INSS/2016) Julgue o item abaixo à luz da Lei n.o 8.742/1993 (LOAS) e do


Decreto n.° 6.214/2007, que regulamenta o BPC da assistência social devido à pessoa
com deficiência e ao idoso.

Caso uma pessoa com deficiência que receba BPC passe a exercer atividade remunerada
na qualidade de microempreendedor individual, o órgão concedente desse benefício
deverá suspendê-lo.
Está Correto. Justificativa: no art 21 afirma que o BPC deve ser suspenso quando o/a
beneficiário/a com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive como
microempreendedor.

Página 203 de 307


fíO>\

Z. U1 ü

f* 7. (AERONÁUTICA/2016) Relacione a coluna da direita com a da esquerda quanto aos


0^ tipos de entidades e organizações de assistência social nos termos da Lei n° 8.742/1993
e das deliberações pertinentes do Conselho Nacional de Assistência Social.
_ (1) Entidades de atendimento
a (2) Entidades de assessoramento
p» (3) Entidades de defesa e garantia
^ ( ) aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e
{* executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos
_ movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de
lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social.
( ) aquelas que prestam serviços e executam programas e projetos voltados para a
^ defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos,
f* promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com
a órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social.
p» ( ) aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam
^ serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social
básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou
<f^ risco social e pessoal. Aseqüência correta dessa classificação é
r a) 1-2-3 b) 3-1-2
c) 2-3-1 d) 1-3-2

0S

Conforme a LOAS:

f* Art. 3fi Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem


a fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e
assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam
f* na defesa e garantia de direitos.
(^ § lfl São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada,
fs permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e
concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e
^ indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta
P Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),
^ de que tratam os incisos I e II do art. 18.
^ § 2fl São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e
planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados
f5* prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de
p usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de
assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de
^ que tratam os incisos I e II do art. 18.
^ § 3a São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada,
P permanente e planejada, prestam serviços e executam programas e projetos voltados
m, prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção
de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais,
^ articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política
^v de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de
_ que tratam os incisos I e II do art. 18.

^ Serviço Social para Concursos

á!fc\
8. (AERONÁUTICA/2016) 40) De acordo com a Política Nacional de Assistência Social -
PNAS/2004 - Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), a proteção social deve garantir
segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); de acolhida; de convívio
ou vivência familiar. Assinale a alternativa correta quanto a tais garantias.
a) A segurança de acolhida deve operar com a provisão de diversas
necessidades humanas, sobretudo em contextos que apresentam situações de
vulnerabilidades e riscos sociais.

b) A autonomia das previsões básicas requer, independente do indivíduo, interferência


constante da assistência social.

c) A necessidade do convívio ou vivência familiar deve ser superada pela autonomia


individual.

d) A segurança de rendimentos é uma compensação do valor do salário mínimo.

JUSIFICATIVA: Considerando a NOB SUAS/2012, a segurança de rendimentos


relaciona-se com a provisão de necessidades básicas humanas em determinados
contextos. Direitos à alimentação, vestuário e abrigo, imprescindíveis para a vida em
sociedade, muitas vezes são comprometidos em virtude de situações de riscos sociais
e vulnerabilidades. Nesse contexto, a conquista da autonomia na provisão dessas
necessidades básicas, representa uma garantia da proteção social. Outra questão que
deve mobilizar a proteção social é a importância do convívio ou vivência familiar, uma
vez que é na relação que o ser cria sua identidade e reconhece a sua subjetividade.
Se o convívio ou vivência familiar sofrem algum tipo de abalo, cabe à proteção social
propiciar instrumentos de garantia ao convívio humano.

9. (AERONÁUTICA/2016) Segundo a Lei n<> 8.742/1993, assinale a alternativa correta


sobre o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF).
a) Oferece atendimento especial nos Centro de Referência Especializado de Assistência
Social a jovens vítimas de violência familiar.

b) Concentra o atendimento em famílias que vivem em situação de risco por conta do


uso de entorpecentes.

c) Integra a proteção social especial, oferecida nos Centros de Referência de Assistência


Social.

d) Consiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais de prestação


continuada.

Conforme a LOAS, o Paif integra a proteção social básica; não se pode falar em termos
de concentraçãodo Paif a um tipo de problema específico, mas de trabalho social, nos
Cras, com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir
o rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações,

Página 205 de 307


0S

^ garantindo o direito à convivência familiar e comunitária. De acordo com a obra de


p, referência:
pv Art. 24-A. Rca instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família
^ (Paif)/ que integra a proteção social básica e consiste na oferta de ações e serviços
socioassistenciais de prestação continuada, nos Cras, por meio do trabalho social com
^ famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o
f» rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações,
~ garantindo o direito à convivência familiar e comunitária.

10. (AERONÁUTICA/2016) Segundo a Política Nacional de Assistência Social -


PNAS/2004 - Norma Operacional Básica (NOB/SUAS), é a modalidade de atendimento
assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso
sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sodoeducativas,
situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. O enunciado acima trata-se
do(a)
a) atendimento assistencial de risco.
b) serviço de atendimento integral.
c) proteção social especial.
d) serviço social de risco.

Justificativa: De acordo com o referido documento:

^ A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial destinada a


famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por
^ ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de
{& substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua,
^ situação de trabalho infantil, entre outras. São serviços que requerem acompanhamento
individual e maior flexibilidade nas soluções protetivas. Da mesma forma, comportam
^ encaminhamentos monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na atenção
f* protetiva e efetividade na reinserção almejada. Os serviços de proteção especial têm
^ estreita interface com o sistema de garantia de direito exigindo, muitas vezes, uma
gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros
^ órgãos e ações do Executivo.
/SiN

11. (AERONÁUTICA/2016) Segundo a Lei n° 8.742/1993, dentre as determinações que


^ justificam a concessão do benefício de prestação continuada, tem-se que a pessoa
^ considerada com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza
m\ física, mental, intelectual ou sensorial. Nesse caso, a lei em questão prevê tal
impedimento como aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de
^ a) 6 meses. b) 3 meses.
m c) 2 anos. d) 1 ano.

0^\

Serviço Social para Concursos


Conforme a LOAS: Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um
salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco)
anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem
de tê-la provida por sua família. [...]
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2o deste artigo,
aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.

12. (AERONÁUTICA/2016)57) Quanto ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS),


pode-se afirmar que se trata de um sistema público
a) independente. b) participativo.
c) centralizado. d) contributivo.

Conforme a NOB SUAS/RH, sobre o Caráter do Sistema Único de Assistência Social -


SUAS:

O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem


por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção
social brasileira.

13. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) Acentralidade da família na política


de assistência social deve-se ao reconhecimento da importância dessa instituição na
proteção social dos indivíduos e expressa que a organização dessa política tem como ^
pressuposto a família como um sujeito de direitos. Em decorrência dessa matricialidade ^
sociofamiliar, dentre os principais objetivos da política de assistência social no âmbito do ^
PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família) destacam-se: a proteção à
família, aos seus direitos e a ^
(A) recuperação de seus valores e significados.
(B) manutenção do seu status quo.
(C) prevenção da dependência socioassistencial. ^
(D) promoção do fortalecimento da convivência familiar e comunitária. ^
(E) socialização dos riscos pessoais e sociais.
Comentário: A Proteção Social Básica tem como objetivos prevenirsituações de risco
por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários. Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e
projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos
em situação de vulnerabilidade social.

14. (VUNESP/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/2016) ALei Orgânica da Assistência Social
(Lei Federal no 8.742/93) regulamenta os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de
1988 e marca a etapa inaugural de uma política pública de assistência social em nível
nacional. A LOAS define a assistência social como direito do cidadão e dever do Estado,

Página 207 de 307


f* estabelecendo objetivos e diretrizes para sua implementação. Constitui-se um dos
^ princípios da LOAS:
f\ (A) descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os
^ Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo.
m Se trata este ponto de uma DIRETRIZ, cfArt. 5o
f* (B) participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação
a das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
ps Se trata este ponto de uma DIRETRIZ, cf Art. 5o
f^ (C) consolidação da gestão compartilhada, do cofinanciamento e da cooperação técnica
m entre os entes federativos.

P» Se trata este ponto de um dos objetivos no que tange a organização do SUAS, cf


ps Art. 6o
p* (D) primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social
~ em cada esfera de governo.
m Se trata este ponto de uma DIRETRIZ, cf Art. 5o
p (E) igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de
pt qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais.
p* Assertiva correta. Os princípios, vale dizer, são diferentes das diretrizes, é
l-K importante você se atentar para essas diferenças, são bastantes cobradas.

p* 15. (IDECAN/BOMBEIROS-DF/2017) Acerca do financiamento da Política de Assistência


Social, a Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993, afirma que wé condição para os
^ repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos a efetiva
f* instituição e funcionamento":
P» A) Do Conselho Tutelar, do Conselho de Assistência Social e do Conselho do Idoso.
O B) O Fundo de Assistência Social, o Plano de Assistência Social e o Conselho
p de Assistência Social.
ps C) Do Conselho de Assistência Social, do Conselho de Direitos da Criança e do
Adolescente e do Conselho do Idoso.
D) A comprovação orçamentária dos recursos próprios destinados à Assistência Social,
^ o Fundo de Assistência Social e o Conselho da Criança e do Adolescente.

Justificativa: Conforme a referida lei, em seu artigo 30: É condição para os repasses, aos
P* Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva
m, instituição e funcionamento de:
0s I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e
sociedade civil;
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos
^ Conselhos de Assistência Social;
^ III - Plano de Assistência Social.

Serviço Social para Concursos


Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência de recursos do FNAS aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a comprovação orçamentária dos recursos
próprios destinados à Assistência Social, alocados em seus respectivos Fundos de
Assistência Social, a partir do exercício de 1999

16. (QUADRIX/FUNDAÇÃO ABC/2013) De acordo com a Política Nacional de Assistência


Social, o processo de gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) prevê
algumas bases organizacionais. A alternativa que não apresenta uma dessas bases
organizacionais é:
(A) Controle Social
(B) Matricialidade Sócio-Familiar.
(C) Primazia da responsabilidade do Estado na condução dessa política.
(D) Financiamento.
(E) Novas bases para a relação entre o Estado e a Sociedade Civil.

Justificativa: Uma questão também que considero de nível médio, já que cobra algo
muito específico. A descentralização político-administrativa, a territorialização e o
controle social, se constituem enquanto bases organizacionais do SUAS, em conjunto
com a matricialidade sócio-fiamiliar; as novas bases para a relação entre Estado e
sociedade civil; o financiamento; o desafio da participação popular/cidadão usuário; a
política de recursos humanos; e a informação, o monitoramento e a avaliação.

A primazia da responsabilidade do Estado na Condução dessa política em cada


esfera de governo é uma diretriz.

17. (QUADRIX/FUNDAÇÃO ABC/2013) ALei Orgânica da Assistência Social (LOAS) que,


em dezembro deste ano, completa 20 anos de existência, afirma em seu artigo Io que a
assistência social, direito de todo cidadão e dever do Estado, é política de seguridade
social não contributiva, que prove os mínimos sociais, realizada por meio de um conjunto
integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento das
necessidades básicas. Sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto nas
LOAS, leia atentamente as seguintes afirmações:
I. O Benefício de Prestação Continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para
avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.
(Cf. artigo 21)
II. Para efeito de concessão do Benefício de Prestação Continuada, considera-se pessoa
com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
as demais pessoas. Considera-se impedimento de longo prazo aquele que produza
efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
(Cf, artigo 20)
III. O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a
realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras,
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência.
ERRADA! Essas atividades NÃO CONSTITUEM motivo desuspensão ou cessação dobenefício da
pessoa com deficiência.

Página 209 de 307


0\

0S

/ê\ 2 01S

/|PN

ps
IV. A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do
^ Benefício de Prestação Continuada, limitado a 1 (um) ano o recebimento concomitante
f* da remuneração e do benefício.
^ ERRADA! O prazo está limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da
remuneração e do benefício.

m Está correto o que se afirma em:


(A) I, II, III e IV. (B) apenas I, II e III.
^ (C) apenas II, III e IV. (D) apenas I, III e IV.
P* (E) apenas I e II.

- 18. (QUADRIX/FUNDAÇÃO ABC/2013) A política Nacional de Assistência Social (PNAS)


^ desmembra a Proteção Social Especial em média e alta complexidade. Com base nesse
f^ desmembramento, classifique cuidadosamente os serviços de proteção social especial
#n que seguem.
I. Medidas socioeducativas em meio aberto.
{** II. Atendimento Integral Institucional.
ps III. Família Acolhedora.
IV. Casa de passagem.
™ V. Trabalho protegido.
f^> São serviços de proteção social especial de média complexidade:
p, (A) nenhum. (B) apenas um.
(C) apenas dois. (D) apenas três.
^ (E) I, II, III, IV e V.
^ Justificativa: Os Itens II, III, IVeVsão da ALTA COMPLEXIDADE.
* São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem
•^ atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos
/jBS familiar e comunitário não foram rompidos. Neste sentido,*requerem maior estruturação
técnico-operacional e atenção especializada e mais individualizada, e, ou, de
f acompanhamento sistemático e monitorado. Tais como:
p* • Serviço de orientação e apoio sócio-familiar;
/IPV
• Plantão Social;
• Abordagem de Rua;
f^ • Cuidado no Domicílio;
p* • Serviço de Habilitação e Reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência;
m • Medidas sócio-educativas em meio-aberto (PSC - Prestação de Serviços à
Comunidade e LA - Liberdade Assistida).

/^
19. (QUADRIX/FUND. ABC/2013) De acordo com a Lei Orgânica de Assistência Social
^ (LOAS), a assistência social rege-se por alguns princípios e diretrizes. Ciente desses
ps princípios e diretrizes, leia atentamente.
I. Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistênciais, bem
^ como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
f* II. Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e
ps serviços de qualidade, bem com à convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade.

0^>

Serviço Social para Concursos

0S
III. Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica.
IV. Universalização dos direitos sociais, a fim tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas.

São diretrizes da assistência social:

(A) I, II, III e IV. (B) apenas uma.


(C) apenas duas. (D) apenas três.
(E) nenhuma.

Justificativa: As assertivas I, II, III e IVtrazem PRINCÍPIOS DA LOAS. Confira no texto


deste tópico as diretrizes da Assistência Social.

20. (QUADRIX/EMILIO RIBAS/2014) Acerca dos Centros de Referência de Assistência


Social (CRAS) e dos serviços ofertados nos mesmos, leia cuidadosamente as afirmativas.
I. OCRAS é uma unidade pública estatal, localizado em áreas de vulnerabilidade social,
que abrange um total de até 500 famílias/ano.
ERRADO! O CRAS é uma unidade pública MUNICIPAL, de base territorial, localizada em
áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social. (CF. Artigo 6°C, da LOAS.
II. O CRAS organiza e coordena a rede de serviços socioassistenciais locais da política
de assistência social.
III. O CRAS é responsável pela oferta do Paefi.
ERRADO! O CRAS é responsável pelo PAIF - Proteção e Atendimento Integralà Família
(Paif), que integra a proteção social básica e consiste na oferta de ações e serviços
socioassistenciais de prestação continuada.

IV. O CRAS deve realizar, sob orientação do gestor municipal de assistência social, o
mapeamento e a organização da rede socioassitencial de proteção básica e promover
a inserção das famílias nos serviços de assistência social.
V. São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que
potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos
internos e externos de solidariedade, como o programa de inclusão produtiva e
projeto de enfretamento da pobreza.

Estão corretas somente:


(A) I, II e III. (B) I e IV.
(C) I e V. (D) III e IV.
(E) II, IV e V.

21. (CESPE/MPOG/2015) Em relação às instâncias colegiadas do Sistema Único de


Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), julgue os itens
seguintes.
A Conferência Nacional de Saúde e a Conferência Nacional de Assistência Social
possuem a mesma periodicidade, ou seja, acontecem anualmente, com o objetivo

Página 211 de 307


2018

de avaliar as políticas das respectivas áreas e propor diretrizes para o


0 aperfeiçoamento do sistema.
GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO:
De acordo com o artigo 18 inciso VI da Lei Orgânica da Assistência Social é previsto
a realização da Conferência Nacional de Assistência Social a cada 4 (quatro) anos,
que terá de avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o
aperfeiçoamento do sistema. Assim como, temos na Lei 8.142/1990 - Lei que dispõe
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS em seu artigo Io §1 prevê
que "A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação
dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes
para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde".
9
22. Entre as competências do Conselho Nacional de Assistência Social incluem-se a
aprovação da Política Nacional de Assistência Social; a normatização das ações e
regulação da prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da
assistência social; e a fixação das normas para a concessão de registro e certificado
de fins filantrópicos às entidades privadas prestadoras de serviços e assessoramento
de assistência social.
GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO:
De acordo com a Lei Orgânica da Assistência Social são competências do Conselho
Nacional de Assistência Social (Art. 18):
I) Aprovar a Política Nacional de Assistência Social,
II) Normatizar as ações e regular a prestação de serviços de natureza pública
e privada no campo da assistência social,
III) acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades e
organizações de assistência social no Ministério de Desenvolvimento Social e
~- Combate à fome,
IV) apreciar o relatório anual que conterá a relação de entidades e organizações
de assistência social certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para
conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e DF,
V)Zelar pela efetivação do sistema descentralizado e participativo entre outras...
Ou seja, a questão está errada pois a última competência citada, não encontra-se
no rol estabelecido pela LOAS.

23. A 9.a Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada em 2013 e teve
m como tema a gestão e o financiamento na efetivação do SUAS.
GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO:
m Questão bem atípica ao se tratar de Cespe UnB, que geralmente evita questões tão
rasas quanto essa, mas a IX Conferência Nacional de Assistência Social foi realizada,
de fato, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães em Brasília, Distrito Federal,
no período de 16 a 19 de dezembro de 2013 e teve como tema "A Gestão e o
Financiamento na efetivação do SUAS".
FONTE: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

24. É condição para os repasses dos recursos do financiamento da assistência social


aos municípios, aos estados e ao Distrito Federal, a efetiva instituição e
funcionamento do Conselho de Assistência Social, do Fundo de Assistência Social,

••m. Serviço Social para Concursos


do Plano de Assistência Social, além da comprovação orçamentária dos recursos
próprios destinados à assistência social.
GABARITO: CERTO. COMENTÁRIO:
Outra questão que versa sobre a letra de lei, dessa vez utilizando-se do que
preconiza a Lei Orgânica da Assistência Social, vejamos:
Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito
Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de:
I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e
sociedade civil;
II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos
Conselhos de Assistência Social;
III - Plano de Assistência Social.
Parágrafo único. É, ainda, condição para transferência de recursos do FNAS
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a comprovação orçamentária dos
recursos próprios destinados à Assistência Social, alocados em seus respectivos
Fundos de Assistência Social, a partir do exercício de 1999.

Página 213 de 307


REFERENCIAS INDICADAS:

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Política Nacional de


Assistência Social, Brasília, 2005.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. NOB/RH/SUAS,
Brasília, 2007.
BRASIL. Presidência da República. Lei 8.742. Lei Orgânica da Assistência Social.
Brasília, 7 de dezembro de 1993.
CFESS. Parâmetros para Atuação de Assistência Social na Política de Assistência
Social. Brasília, 2009;
MOTA, Ana Elizabete. Introdução - o fetiche da assistência social: um debate necessário.
In: . O Mito da Assistência Social: ensaios sobre Estado, política e sociedade.
Recife: Editora Universitária UFPE, 2006.
MOTA, Ana Elizabete; MARANHÃO, Cezar Henrique; SITCOVSKY, Marcelo. O Sistema
Único de Assistência Social e a Formação Profissional. In: Serviço Social e Sociedade.
São Paulo: Cortez, n° 87, 2006.

SITCOVSKY, Marcelo. As particularidades da Expansão da Assistência Social no Brasil.


In: MOTA, Ana Elizabete (org). O Mito da Assistência Social: ensaios sobre o estado,
política e sociedade. Recife: Editora Universitária UFPE, 2006.
SPOSATI, Aldaiza. O Primeiro Ano do Sistema Único de Assistência Social. In: Serviço
Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, n° 87, 2006.

YAZBEK, Maria Carmelita. Classes Subalternas e Assistência Social. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.

0H\

0&\

Serviço Social para Concursos

$0y
POLÍTICA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Vamos iniciar nossa aula sobre Previdência dialogando um pouco sobre a


Seguridade Social, para isso vamos ao conceito inicial:

A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à
Previdência e à Assistência Sodal.

Tal definição é encontrada no artigo 194 da Constituição Federal/1988, pode-se


perceber que a Seguridade Social abrange não apenas u poder público, mas prevê a
participação da sociedade. Assim como é constituída por serviços públicos e universais,
como Saúde e Educação, serviços destinados para quem dele necessita, como a
Assistência Social, e os serviços que requerem contribuição prévia, como a Previdência
Social. Por essa configuração o Sistema de Seguridade Social Brasileiro é caracterizado
por um sistema híbrido.

Então, memorize:
r

As Seguridade Social é um conjunto integrado de


ações públicas (Estado) e privadas (sociedade)

Você deve estar se perguntando o porquê de discutir Seguridade Social a priorí já


que a Previdência é apenas uma parte do regime de Seguridade Social. Pois bem, embora
reconheçamos que a Seguridade Social seja composta para além da Previdência, pela
Assistência Social e pela Saúde, nas questões de Concursos Públicos que versam sobre
o tema Previdência Social, é comum ser exigido o conhecimentosobre os princípios da
Seguridade Social, e para tanto é preciso que os conheça. Vejamos quais são:

> UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO: de acordo


com este princípio a Seguridade deve ser universal ou seja, atender a toda e qualquer
necessidade de proteção social, e no tocante à universalidade do atendimento estabelece
como objetivo atender à todas as pessoas, pelo menos em regra.
Página 215 de 307
> UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS AS
POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS: esta prerrogativa estabelece que não deve haver
diferença dos benefícios sejam eles assegurados à trabalhadores urbanos ou rurais.

> SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS


BENEFÍCIOS: para compreender este princípio considere que a prestação de benefícios
e serviços à sociedade não deve ser infinita. O que isso quer dizer? Fornecer serviços e
benefícios em razão das condições de cada um, lançando mão da seletividade, fazendo
de certa forma uma seleção de quem será beneficiado. E a distributividade decorre da
seletividade, pois ao fazer uma seleção para os mais necessitados, consequentemente
se faz uma redistribuição de renda aos mais pobres.

> IRREDUTIBILIDADE NO VALOR NOS BENEFÍCIOS: significa dizer que o valor


dos benefícios não podem ser inferior ao salário-mínimo e deve estar equiparado ao
reajuste anual.

> EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO E CUSTEIO: a priori não devemos


confundir equidade com igualdade, em relação ao primeiro deve-se considerar que
pessoas de mesmo potencial contributivo deve contribuir de forma semelhante,
enquanto que pessoas com menores potencial contributivo deve contribuir com
valores menores.

> DIVERSIDADE NA BASE DE FINANCIAMENTO: isto significa dizer que a base de


financiamento da Seguridade deve ser a mais ampla e diversificada possível. Sua
base tem como contribuintes: empresas, empregados, contribuintes facultativos e
outras fontes de arrecadação.

> CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO: a


éPs
gestão da Seguridade Social é democrática, descentralizada e quadripartite, ou seja,
participa quem tem tem interesse, pessoas de vários setores e é gerida por quatro
classes: empregadores, trabalhadores, governo, aposentados.

Estes são os 7 (sete) princípios que regem o sistema de Seguridade Social, é


importante que você dedique certa atenção à este assunto, pois como dissemos é
recorrente a cobrança desse conteúdo nos Concursos.

Serviço Social para Concursos

0&\
Agora partiremos para o estudo sobre a Previdência Social, um dos pilares da
Seguridade. O artigo 201 da CF/1988 estabelece que:

"A Previdência Social será organizada sob a forma de regime geral (Regime Geral
da Previdência Social - RGPS), de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atendera, nos
termos da lei, a:
I - Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - Salário Família e Auxílio Reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda, e;
V - Pensão por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro
e dependentes, observado o disposto no § 2.° (benefício que substitui o rendimento do
segurado terá como valor mensal mínimo o salário mínimo nacional)."

Ao contrário da Saúde que todo cidadão pode usufruir sem prévia


contribuição, na Previdência é necessária filiação e contribuição prévia.

Utilizando como referência Carlos Simões em seu livro "Curso de Direito do Serviço
Social" o autor faz um resgate histórico acerca a Previdência vejamos:

A previdência social tem seu marco inicial, no Brasil, com a Lei n° 3.397/1988,
autorizando o governo a abrir caixas de socorros para os trabalhadores das estradas de
ferro. Mas, por essa lei ter sido praticamente letra morta, considera-se que foi a Lei Eloy
Chaves, de 1923, que inaugurou a previdência social brasileira, ao instituir, nas empresas
ferroviárias, uma Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAP) para os respectivos
empregados. Esse sistema foi depois sucessivamente ampliado, pelo Decreto n°
5.109/1926, para os portuários e marítimos e empregados vinculados à infra-estrutura
dos serviços públicos. As CAPs asseguravam benefícios básicos de aposentadorias e
pensões aos empregados das empresas em que eram organizadas.

A título de conhecimento para Concursos Públicos, esporadicamente será cobrado


tal histórico, mas em termos de conhecimento fundamental à Previdência e seu histórico
recomendamos a leitura de tal obra. Na aula que falamos sobre Política Social,
certamente você encontrara as informações necessárias ao entendimento de tal
evolução. Outra obra importante para se conhecer todos esses Institutos bem como

Página 217 de 307


histórico de evolução e criação é o Livro "Política Social: fundamentos e histórias" de
autoria de Elaine Behring e Ivanette Boschetti.

Aqui nos apegaremos a discorrer primariamente sobre os aspectos, vamos dizer,


técnicos da Previdência Social. Tal sistema é composto por dois diferentes tipos de
regime, a saber:

• Regime Geral da Previdência (RGPS): se destina aos trabalhadores públicos e


privados que atuam sob regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)
• Regime de Previdência Complementar: nesse caso os trabalhadores do setor
privado e os servidores públicos podem contratar com fundos de pensão, para mediante
contribuições mensais, ter direito de receber, após certos períodos de carência,
pagamentos complementares dos benefícios previdenciários.

A condição necessária para aquisição dos direitos previdenciários é


condicionada à atividade remunerada e contribuição com o sistema.

^ O objetivo da previdência social é:


^ a proteção do segurado em caso de doença, invalidez, morte, idade
P avançada, maternidade, desemprego, bem como de seus dependentes,
p através da pensão por morte e do auxílio reclusão, além do pagamento
m do salário-família ao segurado.

f* De acordo com a Lei 8.213/1991 a qual dispõe sobre os Planos de Benefícios da


(** Previdência Social, esta também possui seus princípios e objetivos, os quais devemos
** saber:

a o Universalidade de participação nos planos previdenciários;


m, o Uniformidade e equivalência entre as populações urbanas e rurais;
pn o Seletividade e distributividade;
ps o Cálculo dos benefícios corrigidos monetariamente;
p* o Irredutibilidade do valor dos benefícios;
f^ o Valor da renda mensal não inferior ao do salário mínimo;
P o Previdência complementar facultativa;
(* o Caráter democrático e descentralizado;

0fa

Serviço Social para Concursos


^ftk

Alguns princípios se assemelham aos da Seguridade Social, portanto fique atento


para que não confunda na hora da prova!

Comentamos acima que a Previdência Social possui dois tipos de Regimes: RGPS e
Regime Complementar, é importante que você saiba que os beneficiários do RGPS são
classificados como segurados e dependentes.

E em relação aos benefícios e serviços ofertados sob o RGPS, constam:

Quanto aos segurados, os seguintes benefícios:

> Aposentadoria por Invalidez.


> Aposentadoria por Idade.
> Aposentadoria por Tempo de Contribuição.
> Aposentadoria Especial.
> Auxílio Doença.
> Salário Família.
> Salário Maternidade.
> Auxílio Acidente.

Quanto aos dependentes, os seguintes benefícios:

> Pensão por morte


> Auxílio Reclusão.

Quanto aos segurados e aos dependentes, os seguintes serviços:


> Serviço Social
> Habilitação e Reabilitação profissional.

Sob a égide da Lei 8.213/1991 são considerados dependentes:

> O cônjuge, a companheira, o companheiro e filho não emancipado de


qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental, ou deficiência grave;
> Os pais;
> O irmão não emancipado, de qualquer condição menor de 21 anos;

022' O enteado e o menortutelado equiparam-se a filho mediante


. declaração do segurado e desde que comprovada a dependência
econômica na forma estabelecida no Regulamento

Página 219 de 307


A referida Lei também faz menção aos períodos de carência necessário para
concessão de tais benefícios, é preciso atenção pois também é recorrente essa cobrança
nos Concursos Públicos, vamos lá:
De acordo com o artigo 24, período de carência é o número mínimo de
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao
benefício.

Elaboramos uma tabela (página seguinte) para que facilite sua visualização do
período de carência necessário para concessão de cada benefício:
Ademais, a legislação referida faz menção à vários aspectos pertinentes à
Previdência Social e seus planos de benefícios, porém se tornaria inviável reproduzi-los
aqui todos os assuntos abordados na Lei. Dessa forma expomos na aula de hoje os pontos
mais recorrentes em provas de Concursos, se o seu foco for concursos que sejam
a diretamente vinculados à Previdência Social, se faz necessário maior aprofundamento do
m tema, para as demais situações, o que é exigido como conhecimento foi exposto na aula
pó de hoje.
py Sugerimos a leitura integral da Lei 8.213/1991 para maior apreensão dos aspectos
f* pertinentes à Previdência Social. Bem como a 13.135 de 2015 que atualiza essa lei.

MS,

0S ^^^^^^^

^ c^!^5 Refer®ncia:
™ SIMÕES, C. Curso de Direito de Serviço Social. Cortez: São Paulo. 2009.

p\
0&S

/Ps»

p\
/p\

0^

/fP^

#h

p\ Serviço Social para Concursos

iflfcs
TIPO BENEFÍCIO MOTIVO/RAZÃO CARÊNCIA VALOR

Média das
Auxílio Doença 12 meses últimas 12
contribuições
100% + 25%
12
Por invalidez se necessitar
contribuições
acompanhante
65 - HOMEM
70% + 1% por
180
Por idade 60 - MULHER ano de
contribuições
contribuição
70/75 (COMPULSÓRIA) *
Por tempo P/ ter aposentadoria 35 - Homem
de integral -> 100%
Aposentadoria 30 - Mulher
contribuição
Em casos de 180
Especial 100%
insalubridade (25 anos) contribuições
02 anos
mínimos de
50% + 10% de
Pensão por Teve uma recente relação
cada
morte mudança (cônjuge) e
dependente
não é mais
vitalícia

Benefício mensal para


empregado/a ou
Salário-ramília aposentado/a conforme Sem carência
número de filhos com até
14 anos

Existem duas normas


legais, tanto a de 4 meses
como a de 6 meses, esta
Salário-maternidade
última a mais empregada
10 meses 100%
a partir do pacto
empresa-cidadã. Vale
lembrar que também vale
para casos de adoção
Para os dependentes do
segurado que vier a ser
Auxílio Reclusão Sem carência
encarcerado. (Se ele fugir
é suspenso)

A ATENÇÃO! A Previdência está passando por mudanças constantes no último período.

Página 221 de 307


• —
• — QUESTÕES
• —
• —

m 1. (FCC/TRT 23a região/2015) Com relação aos benefícios previdenciários,


r^ a) o salário-maternidade das seguradas empregadas domésticas depende da carência
ps de 12 contribuições mensais.
b) a aposentadoria especial independe de carência e a aposentadoria por idade
^ depende da carência de 120 contribuições mensais.
ps c) a concessão de pensão por morte e o auxílio reclusão independem de carência
' d) o auxílio acidente depende da carência de 12 contribuições mensais.
^ e) a aposentadoria por invalidez depende da carência de 180 contribuições mensais.

v 2. (CESPE/TJ-AL) Com base na Lei n.° 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de
P benefícios da previdência social, assinale a opção correta.
iSSPk
a) Para fins de dependência do segurado do regime geral de previdência social,
^ considera-se companheira ou companheiro somente a pessoa casada civilmente.
p b) A concessão de aposentadoria por invalidez pode prescindir da verificação da
condição de incapacidade mediante exame médico-pericial, desde que o estado de
^ invalidez seja atestado por médico que atue no serviço público.
p* c) É devido salário-maternidade, pelo período de cento e oitenta dias, à segurada da
^ previdência social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de
criança de até um ano de idade.
P d) Uma das finalidades da previdência social é assegurar a todas as pessoas
m comprovadamente incapacitadas para o trabalho os meios indispensáveis à sua
manutenção, independentemente de contribuição.
^ e) Entende-se como regime de economia familiar a atividade desenvolvida sem a
f*> utilização de empregados permanentes, na qual o trabalho dos membros da família
m seja indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do
^ núcleo familiar.

3. (UFF/COSEAC) Segundo a Lei n° 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de


f* Benefícios da Previdência Social, a previdência social rege-se por alguns princípios
f* e objetivos. Dentre eles, destaca-se o(a):
a) estabelecimento de diretrizes gerais para a alocação de recursos.
^ b) elaboração de mecanismos de controle dos gastos públicos com a previdência social.
f^ c) cobertura universal dos benefícios previdenciários.
^ d) participação dos estados e municípios no custeio da previdência social.
e) redutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo.
0$S

4. (PREFEITURA DE FORTALEZA/IMPARH) A Previdência Social tem por fim assegurar


^ aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de
P> incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário,
0^ encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente. De acordo com a Lei Federal n°. 8812/1991, a organização da
P* Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes, EXCETO:
áS\

Serviço Social para Concursos

/^?*
a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição.
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário de contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo.
c) preservação do valor real dos benefícios.
d) previdência complementar obrigatória, sem custo adicional.

5. (FCC/MPE-AP) A Previdência Social, a partir da Constituição Federal de 1988,


trouxe um novo padrão de regulação social do Estado, o que pode ser verificado
com o estabelecimento de
a) inequivalência e diferenciação dos planos de previdência entre os trabalhadores
rurais e urbanos.
b) piso de um salário-mínimo para todos os benefícios previdenciários
c) redutibilidade do valor dos benefícios, conforme a situação apresentada.
d) benefícios decorrentes do sistema contributivo e responsabilização orçamentária e
financeira com os benefícios não contributivos.
e) manutenção da idade já prevista anteriormente para as aposentadorias rurais.

6. (FCC/MANAUSPREV) No âmbito da Previdência Social, segundo a Lei n° 8.213/1991,


o Serviço Social:
a) assegurará que somente as organizações sindicais e as associações registradas a
partir da Constituição Federal de 1988 sejam reconhecidas como interlocutoras.
b) terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no
fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e
entidades de classe.
c) organizará exclusivamente a associação dos usuários da previdência social que
tenham se tornado beneficiários por incapacidade temporária para que estejam
fortalecidos na requisição dos seus direitos.
d) reconhecerá legalmente apenas as organizações que tenham como seus membros
beneficiários de todas as modalidades (tempo de serviço; incapacidade e velhice).
e) realizará um trabalho desvinculado de mobilização e participação, pois no caso da
previdência social, sua atuação restringe-se à oferta de benefícios já configurados
em lei.

7. (COSVET/UFPE) O acesso aos benefícios da Previdência Social ocorre mediante


contribuição, e seus beneficiários classificam-se como segurados e dependentes.
Com base na lei 8.213/1991, constitui benefício pecuniário devido ao segurado:
pensão por morte. b) salário-família.
c) auxílio reclusão. d) reabilitação profissional.
e) benefício da prestação continuada.

8. (FUNCAB/MPE-RO) Na seguridade, o seguro que garante a renda do contribuinte e


de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice,
além de oferecer vários benefícios que juntos garantem tranqüilidade quanto ao
presente e em relação ao futuro, proporcionando-lhes um rendimento seguro, é
a:

a) Saúde b) Previdência Social,


c) Educação. d) Assistência Social.

Página 223 de 307


e) Administração Social.

9. (FGV/COMPESA) Na Previdência Social o estudo social é utilizado para


a) solucionar divergências em matéria de direito previdenciário.
b) avaliar as informações fornecidas pelo segurado.
c) autorizar serviços sociais e direitos previdenciários.
d) aferir o cálculo dos valores dos benefícios sociais.
e) conceder benefícios e subsidiar decisão médico-pericial.

10. (COSVET/UFPE) A Previdência Social compõe o tripé da seguridade social brasileira


instituída a partir da Constituição de 1988. Não se constitui princípio da
Previdência Social a:

a) universalidade. b) integralidade.
c) seletividade. d) uniformidade.
e) irredutibilidade.

GABARITO:

1. C 2. E 3. E 4. D 5. B

6. B 7. B 8. B 9. E 10. B

NUMERO DE ACERTOS:
®
I V l NUMERO DE ERROS:

r
^ QUESTÕES COMENTADAS
»
1. (FCC/TRT 23a região/2015) Com relação aos benefícios previdenciários,
a) o salário-maternidade das seguradas empregadas domésticas depende da carência
de 12 contribuições mensais.
Comentário: A lei prevê 10 contribuições mensais. Ver artigo 25, III.

b) a aposentadoria especial independe de carência e a aposentadoria por idade depende


da carência de 120 contribuições mensais.
Comentário: Ambas dependem de carência para serem concedidas. 180 contribuições
mensais é a carência prevista. Ver artigo 25, II.

9
Serviço Social para Concursos
c) a concessão de pensão por morte e o auxílio reclusão independem de
carência.
Comentário: Correto. Tais benefícios independem de carência. Ver artigo 26,I.

d) o auxílio acidente depende da carência de 12 contribuições mensais.


Comentário: Errado, independe de carência.

e) a aposentadoria por invalidez depende da carência de 180 contribuições mensais.


Comentário: A lei preconiza carência de 12 contribuições mensais. Ver artigo 21,1.

2. (CESPE/TJ-AL) Com base na Lei n.° 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de
benefícios da previdência social, assinale a opção correta,
a) Para fins de dependência do segurado do regime geral de previdência social,
considera-se companheira ou companheiro somente a pessoa casada civilmente.
Comentário: Errado, não é necessário ser casada civilmente. Ver artigo 16, §3°.

b)A concessão de aposentadoria por invalidez pode prescindir da verificação da


condição de incapacidade mediante exame médico-pericial, desde que o estado de
invalidez seja atestado por médico que atue no serviço público.
Comentário: Errado, o exame médico-pericial deve ser realizado pela Previdência
Social, e não qualquer médico que atue no serviço público. Ver artigo 42, §1° A.

c) É devido salário-maternidade, pelo período de cento e oitenta dias, à segurada da


previdência social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de
criança de até um ano de idade.
Comentário: O erro está em 180 dias, quando na lei é previsto 120 dias. Verartigo
71. A

d) Uma das finalidades da previdência social é assegurar a todas as pessoas


comprovadamente incapacitadas para o trabalho os meios indispensáveis à sua
manutenção, independentemente de contribuição.
Comentário: É condição básica para filiação à Previdência Social conceder
contribuições.
e) Entende-se como regime de economia familiar a atividade desenvolvida
sem a utilização de empregados permanentes, na qual o trabalho dos
membros da família seja indispensável à própria subsistência e ao
desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar.
Comentário: Ver Artigo 11, § Io.

3. (UFF/COSEAC) Segundo a Lei n° 8.213/1991, que dispõe sobre os Planos de


Benefícios da Previdência Social, a previdência social rege-se por alguns princípios
e objetivos. Dentre eles, destaca-se o(a):

a) estabelecimento de diretrizes gerais para a alocação de recursos.


b) elaboração de mecanismos de controle dos gastos públicos com a previdência social.

Página 225 de 307


c) cobertura universal dos benefícios previdenciários.
d) participação dos estados e municípios no custeio da previdência social.
e) redutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder
aquisitivo.

Comentário: São princípios da Previdência Social:

I - universalidade de participação nos planos previdenciários;


II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente;
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a
participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em
atividade, empregadores e aposentados.

• Atente-se para a pegadinha da banca, retirou apenas a letra "i" da palavra


Irredutibilidade, basta um pouco de desatenção para errar uma questão como
essa.

4. (PREFEITURA DE FORTALEZA/IMPARH) A Previdência Social tem por fim assegurar


aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário,
encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente. De acordo com a Lei Federal n°. 8812/1991, a organização da
Previdência Social obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes, EXCETO:
a) universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição.
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário de contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo.
c) preservação do valor real dos benefícios.
d) previdência complementar obrigatória, sem custo adicional.
Comentário: a única alternativa que não se relaciona com os princípios e diretrizes da
Previdência Social é a letra D, pois a previdência complementar é facultativa e não
obrigatória. Ver artigo Io, VII.
5. (FCC/MPE-AP) A Previdência Social, a partir da Constituição Federal de 1988,
trouxe um novo padrão de regulação social do Estado, o que pode ser verificado
com o estabelecimento de
a) inequivalência e diferenciação dos planos de previdência entre os trabalhadores
rurais e urbanos.

Serviço Social para Concursos


Comentário: Oartigo 2o, II, prevê a uniformidade e equivalênciaàs populações urbanas
e rurais.

b) piso de um salário-mínimo para todos os benefícios previdenciários


Comentário: O inciso V do artigo Io trata da irredutibilidade do valor dos benefícios, a
fim de preservar-lhe o pode aquisitivo, e é em relação com tal prerrogativa que foi
elaborado o item B. Nenhum benefício poderá ser concedido abaixo do valor de 1
(um) salário mínimo para todos os beneficiários, sem exceção.

c) redutibilidade do valor dos benefícios, conforme a situação apresentada.


Comentário: verjustificativa anterior.

d) benefícios decorrentes do sistema contributivo e responsabilização orçamentária e /^


financeira com os benefícios não contributivos. „~
Comentário: A previdência não prevê a concessão de benefícios não contributivos.

/$\

6. (FCC/MANAUSPREV) No âmbito da Previdência Social, segundo a Lei n° 8.213/1991, ^


o Serviço Social: ^
a) assegurará que somente as organizações sindicais e as associações registradas a
partir da Constituição Federal de 1988 sejam reconhecidas como interlocutoras.
Comentário: O Serviço Social no âmbito da Previdência, prestará assessoramento ^
técnico aos Estados e Municípios na elaboração e implantação dassuas propostas de ^
trabalho. ^

b) terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no


fortalecimento da política previdênciaria, em articulação comas associações ^
e entidades de classe. O
Comentário: Ipsis Litteris artigo 88, § 3o. ^

c) organizará exclusivamente a associação dos usuários da previdência social que


tenham se tornado beneficiários por incapacidade temporária para que estejam ^
fortalecidos na requisição dos seus direitos. ^
Comentário: O Serviço Social atenderá à todos os beneficiários, sem exclusão de ^
nenhuma categoria. Ede acordo com o § 1<> do artigo 88, será dada prioridade aos ^
segurados porbenefício decorrentes de incapacidade temporária, e atenção especial
aos aposentados e pensionistas. •

d) reconhecerá legalmente apenas as organizações que tenham como seus membros ^


beneficiários de todas as modalidades (tempo de serviço; incapacidade e velhice). m^
Comentário: Errado, o Serviço social articulará intervenções em todas as entidades de ^
classes, sem exclusão.

e) realizará um trabalho desvinculado de mobilização e participação, pois no caso da "^


previdência social, sua atuação restringe-se à oferta de benefícios já configurados ^
em lei. _

Página 227 de 307


Comentário: Errado, o Assistente Social no âmbito previdenciario não deixa de seguir
as balizas éticas do Projeto ético Político vigente, e mobilização e participação são
atividades que devem ser desenvolvidas pelo profissional do Serviço Social
independente do âmbito de atuação.

7. (COSVET/UFPE) O acesso aos benefícios da Previdência Social ocorre mediante


contribuição, e seus beneficiários classificam-se como segurados e dependentes.
Com base na lei 8.213/1991, constitui benefício pecuniário devido ao segurado:
a) pensão por morte.
Comentário: benefício é concedido aos dependentes e cônjuges/companheiro (a)

b)salário-família.
Comentário: O salário-família será devido mensalmente ao segurado empregado, na
proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. Ver artigo 65.
c) auxílio reclusão.
Comentário: o auxílio-reclusão é benefício concedido ao dependente do segurado
j* recolhido à prisão.

d) reabilitação profissional.
^ Comentário: o beneficio de reabilitação profissional embora seja concedido ao
^ segurado, não se caracteriza como benefício pecuniário. Ver artigo 89.

j^ e) benefício da prestação continuada.


Comentário: O benefício de prestação continuada independe de contribuição e
* elenque o rol de benefícios constantes na Previdência, para sua concessão é preciso
f*> que a pessoa se classifique como: Pessoa com deficiência de qualquer idade ou
f* idoso maior de 65 anos que possua condições* da prover suas necessidades básicas
m nem de tê-las providas por seus familiares.

r 8. (FUNCAB/MPE-RO) Na seguridade, o seguro que garante a renda do contribuinte e


f* de sua família, em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice,
jpv além de oferecer vários benefícios que juntos garantem tranqüilidade quanto ao
m presente e em relação ao futuro, proporcionando-lhes um rendimento seguro, é
a:

^ a) Saúde b) Previdência Social.


f* c) Educação. d) Assistência Social.
f^ e) Administração Social.
Comentário: Essa é muito fácil, não é mesmo? Sabemos que a Saúde é direito
f^ universal, a Educação é política social que não destina-se à concessão de
f^ benefícios, a Assistência Social é política social para quem dela necessitar, e
p\ Administração Social não apresenta nenhuma relação com o contexto do
^ enunciado, dessa forma, nos resta a alternativa B, Previdência Social.
/^>

Serviço Social para Concursos


/Sll

/RN

jSh

9. (FGV/COMPESA) Na Previdência Social o estudo social é utilizado para


rT$Èk

a) solucionar divergências em matéria de direito previdenciario. "^


Comentário: não compete ao Assistente Social intervir em conhecimentos advindos ^
de outras áreas, neste caso o Direito. ms
/Sjk

b) avaliar as informações fornecidas pelo segurado.


Comentário: O viés de avaliação e averiguação de veracidade dos dados fornecidos
pelos usuários deve ser banido da nossa prática profissional, e não condiz com
preceitos éticos do Serviço Social.

c) autorizar serviços sociais e direitos previdenciários.


/^i
Comentário: a autorização para concessão de serviços e direitos previdenciários
decorre de uma série de fatores ultrapassam a atuação do Assistente Social. ^

e) aferir o cálculo dos valores dos benefícios sociais. ^


Comentário: Não é atribuição do Assistente Social, tampouco deve-se usar as ^
informações contidas em estudos sociais para talfim. m^

e) conceder benefícios e subsidiar decisão médico-pericial. -^


Comentário: Exatamente, a premissa básica do Estudo Social é subsidiar decisões, "*)
na grande parte dos campos profissionais, na Previdência serve de suporte à ^
decisão médico-pericial. •

10. (COSVET/UFPE) APrevidência Social compõe otripé da seguridade social brasileira ^


instituída a partir da Constituição de 1988. Não se constitui princípio da
Previdência Social a: ^

a) universalidade. b) integralidade.
c) seletividade. d) uniformidade.
e) irredutibilidade. ^
Comentário: a única alternativa que não se configura princípio da Previdência Social é **>
a B, integralidade. Atente-se: nasdemais políticas sociais, Assistência e Saúde, por ™)
exemplo, oprincípio integralidade se faz presente, sob o viés de integra/idade das ^
ações, mas na Previdência este princípio não se fazpresente.

/^\

Página 229 de 307 ^


POLÍTICA SOCIAL SETORIAIS E PARA SEGMENTOS SOCIAIS
Estatuto da Criança e do Adolescente; Família; Direitos da Pessoa Idosa; Direitos da Pessoa com
Deficiência; Lei Maria da Penha; Política de Educação e Habitação

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA é assunto recorrente em todas as


provas de concursos para Assistente Social, e quando o assunto são Tribunais de Justiça,
Defensoria Pública e Prefeituras Municipais é certeza encontrar várias questões sobre a
temática.

O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma legislação datada de 1990, fruto


de grandes mobilizações da sociedade civil e alguns movimentos sociais organizados que
lutavam em prol dos direitos das crianças e dos adolescentes, que à época não eram
vistos como sujeitos de direitos, mas sim, como pessoas em situação irregular, sobretudo
p> àqueles que se encontravam em situação de vulnerabilidade, marginalidade e abandono.

$m É importante ressaltar a notável diferença que o ECA traz na maneira em como


«fe lidar com o segmento infanto juvenil, trazendo à tona a noção de Proteção Integral,
ou seja, as crianças e os adolescentes que antes eram vistos sob a perspectiva da
^ situação irregular passam a ser vistos enquanto sujeitos de direitos. O que você,
f^ candidato, precisa saber sobre isso é que a forma como Estado tratava o segmento em
p> tela muda substancialmente com o adventa da EGA^ logoy ações e políticas voltadas a
ms este seguimento devem passar a propor um atendimento pautado na concepção de
^ direitos e na Doutrina da Proteção Integral.
4* Anterior ao ECA existiu no país o Código de Menores, datado de 1927 que tratava
a realidade infanto juvenil sob a perspectiva judicial, corretiva e abusiva. Crianças e
^ Adolescentes eram tratados como objetos passíveis de aplicação de medidas judiciais e
P1 corretivas devido a situação de marginalidade e vulnerabilidade à qual estavam expostos.
f^ A questão era tratada de maneira individual e moralista, as famílias eram vistas como
/ph únicas responsáveis pelo tratamento inadequado dado às crianças e adolescentes.
f* Ainda anterior ao advento do ECA existiuo SAM, Serviçode Atendimento ao Menor,
,pt que era equivalente ao Sistema Penitenciário destinado à população"menor" até os anos
0^\
de 1945, possuindo o mesmo perfil punitivo atrelado à maus-tratos, corrupção e
promiscuidade.
0>\
Não existia, desse modo, uma perspectiva totalizante acerca da criança e do
^ adolescente como pessoas em peculiar condição de desenvolvimento e sujeitos de
f^ direitos, mas sim objetos de intervenções judiciais e corretivas. Somente com a criação
(^ da Constituição Federal de 1988, diante do contexto social e político de ascensão e lutas
a em prol dos direitos humanos e sociais é que, juntamente com os demais direitos

/ffv Serviço Social para Concursos


instituídos pela CF/88, vem à tona a uma perspectiva diferente de tratamento para com
o segmento infanto juvenil.

Inaugura-se no país uma nova fase de proteção jurídico-social à crianças e


adolescentes, e a compreensão dos mesmos enquanto sujeitos de direitos e credores de
direitos fundamentais.

Apresentado um pouco do histórico acerca da evolução dos direitos da criança e


do adolescente, vamos agora dialogar um pouco sobre o que, de fato, nos traz o ECA.
Quais definições, quais avanços e sobretudo, quais garantias para o segmento em tela.
A primeira grande mudança trazida pelo ECA diz respeito à classificação etária
dada às crianças, consideradas como tal até 12 anos incompletos, e aos adolescentes
aqueles compreendidos entre 12 anos completos e 18 anos incompletos. Uma dica
importante: o ECA pode ser aplicado excepcionalmente à pessoas com idade
compreendidas entre 18 e 21 anos.

Além desta definição o ECA elenca os responsáveis pelo tratamento e proteção à


criança e ao adolescente, em seu artigo 4o da seguinte forma
né dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poderpúblico,
assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, a dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária". (1990)

Você deve estar se perguntando o que de fato garante essa prioridade


absoluta, e como isso pode aparecer na sua prova, então vamos lá, detalhando:
A garantia de prioridade compreende:
• Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
• Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
• Preferência na formulação e execução das políticas sociais públicas;
• Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a
proteção da infância e à juventude.

ATENÇÃO candidato é importante você terem mente quais são os Direitos


Fundamentais elencados pelo ECA pois este assunto é muito presente nas

A provas de concursos, então vamos lá para uma breve explicação sobre cada
um deles:

DIREITO A VIDA E À SAÚDE


s O ECA dispõe de sobre a proteção à vida e à saúde mediante políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de igualdade.
* Também dispõe sobre o apoio e proteção à gestante através do Sistema
Único de Saúde, durante todo o acompanhamento pré e perinatal.

Página 231 de 307


* A parturiente tem o DIREITO de ser atendida preferencial pelo mesmo
médico que a acompanhou nas demais fases da gestação.
* O apoio alimentar também é previsto como dever do Poder Público à
gestante e à nutriz que dele necessitem.
s O apoio psicológico à gestante e à mãe no período pré e pós natal também
é previsto pelo ECA como dever do Poder Público.
* As condições adequadas de aleitamento materno deverão ser garantidas
pelas instituições, o poder público e os empregadores, inclusive para as
mães submetidas à regime de privação de liberdade.

Essas são algumas das principais características pertinentes aos direitos


relativos à vida e saúde, é importante, que você, candidato, leia na
Q> íntegra a legislação e elabore seu resumo da maneira como melhor
compreender.

• DO DIREITO A LIBERDADE, AO RESPEITO E A DIGNIDADE

s A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade


como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
Mas em que consiste o direito à Liberdade?
Bem, os seguintes aspectos são compreendidos como direito à liberdade:
♦ Ir e vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas
as restrições legais;
♦ Direito à opinião e expressão;
♦ Crença e culto religioso;
♦ Brincar, praticar esportes e divertir-se;
♦ Participar da vida política, na forma da lei;
♦ Buscar auxílio, refúgio e orientação.

ATENÇÃO para essa parte da legislação, pois recentemente foram


atribuídas modificações, na qual foram inseridos os artigos 18 A e 18 B

A
que tratam da proteção à criança e ao adolescente no tocante ao direito
de serem cuidados e educados SEM o uso de castigos físicos e/ou de
tratamento cruel ou degradante, e classifica também alguns dos
diferentes tipos de violência que são vedados pela Doutrina da Proteção
Integral.

o DIREITO A CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Serviço Social para Concursos


Aluno/a, este é um tema muito recorrente em provas de
concursos, então é fundamental que seja dada uma atenção
especial à esta parte da legislação, sobretudo se o seu foco
está em concursos da área Judiciária e Defensorias.

O capítulo III inicia tratando do direito supracitado preconizando que "Toda


criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua
família, e excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes".
Com isso o ECA preconiza que nenhuma criança deve ser privada do direito
à convivência com sua família natural, sendo esta entendida pelo núcleo familiar
biológico de laços sangüíneos, e em caráter excepcional a criança ou adolescente
pode desenvolver-se em ambiente de família substituta quando TODAS as
tentativas de manutenção na sua família de origem forem cessadas.
Outros aspectos pertinentes à esta sessão:
* Toda criança que estiver inserido em programa de acolhimento familiar
ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6
meses:

s A permanência de criança ou adolescente em programa de acolhimento


institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo
comprovada necessidade que atenda seu superior interesse;
s ATENÇÃO: a falta ou carência de recursos materiais não constam
motivo suficiente para perda ou suspensão do poder familiar.
s A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do
poder familiar, EXCETO na hipótese de condenação por crime doloso,
sujeito à pena de reclusão contra próprio filho ou filha.

E nos casos de colocação em Família Substituta, como se dá o processo? Por meio


de que? E quais as prerrogativas para tal?
A colocação em família substituta, conforme prevê o ECA, pode se dar de três
maneiras distintas, as quais são:
• GUARDA
• Destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros;
• Obriga a prestação de assistência material e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais;
• O deferimento da guarda não impede o exercício do direito de visitas
pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos que serão objeto de
regulação específica.
• A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente para
todos os fins, inclusive, previdenciários.

Página 233 de 307


• TUTELA
• A tutela só poderá ser deferida a pessoa de até 18 anos incompletos;
• Pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e
implica necessariamente o dever de guarda;

• ADOÇÃO
> A modalidade de adoção é bastante recorrente nas provas de concursos dos
Tribunais de Justiça, então se você se prepara para algum T3 é importante
estudar essa modalidade com bastante atenção.

• O primeiro e mais recorrente destaque: a adoção é medida EXCEPCIONAL e


IRREVOGÁVEL a qual se deve recorrer apenas quando esgotados todos
os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família
natural ou extensa

• QUESTÃO DE CONCURSO: Qual a diferença de idade mínima entre o adotante


e o adotando? O adotante há de ser pelo menos dezesseis anos mais
velho que o adotando.

• A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e


deveres, inclusive sucessórios.

• A opinião do adotando maior de doze anos será levada em consideração,


inclusive por meio de consentimento explícito;

E O ESTAGIO DE CONVIVÊNCIA, COMO SE DA?

1 • Em regra toda adoçãoserá precedida de estágio de convivência pelo prazo


^ que a autoridade judiciária fixar;
O s Geralmente este prazo não ultrapassa trinta dias e poderá ser dispensado
m se o adotando já estiver sob a tutela ou a guarda legal do adotante durante tempo
0^ suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição de
vínculo; >^x
0&\

:0 Enquanto Assistente Social do TI, além destas


informações é necessárioque fique atento às
questões relacionadas ao procedimento de Adoção
Internacional, poisos processos relativos à essa
modalidade são desenvolvidos em comissões próprias
para tal fim nos Tribunais de Justiça.

DIREITO À EDUCAÇÃO. À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

/Rn

Serviço Social para Concursos


Neste capítulo o ECA prevê direitos básicos relativos à educação,
cultura, esporte e lazer, mas o que geralmente encontramos em
provas de concursos são questionamentos referentes à educação.

S A criança e adolescente têm direito de contestar critérios avaliativos,


podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
S Acesso à escola pública e gratuita;
s Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
S Gratuidade ao ensino médio;
S Atendimento especializado aos portadores de
"\
deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino; '
..... , , , Atenção para o termo
* Atendimento em creche e pre-escola
preferencialmente, o
às crianças de zero a cinco anos de mesmo não deve ser
idade; confundido com
s Oferta de ensino noturno regular, obrigatoriamente!!!
adequado às condições do adolescente
trabalhador.
• Os pais ou responsável tem a obrigação de matricular seus filhos na
rede regular de ensino.

• DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO


Apremissa básica deste capítulo, presente em 90% das provas de concursos:
> E proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na
condição de aprendiz;

Além disso, é importante frisar:


s E vedado trabalho noturno, realizado entre as 22 horas de um dia as 5
horas do dia seguinte;
S Perigoso, insalubre ou penoso;
* Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento
físico, psíquico, moral e social;
S Realizado em horários e locais que não permitam freqüência à escola.

Vale destacar a importância de você, candidato, conferir a legislação na íntegra,


pois aqui tratamos dos principais pontos mais cobrados nas provas de concursos,
portanto é de fundamental importância um estudo completo do ECA.

Outro aspecto recorrentes nas questões trata das Medidas de Proteção, aplicadas
à crianças e adolescentes sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados, tais
medidas são:

• Encaminhamento aos pais ou responsáveis mediante termo de responsabilidade;

Página 235 de 307


ip\

Orientação, apoio, acompanhamento temporários;


Matrículas e freqüências obrigatórias em estabelecimento de ensino
fundamental;
Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio;
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico;
Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos;
Acolhimento institucional;
Inclusão em programa de acolhimento familiar;
Colocação em família substitua.

Q.
/P\
O acolhimento institucional e o
acolhimento familiar são medidas
provisórias e excepcionais!!!

As medidas de proteção citadas acima são aplicadas, como dito anteriormente,


sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados, já as medidas
socioeducativas serão aplicadas quando verificada a prática de cometimento de ato
infracional pelo adolescente.
Mas o que seria Ato Infracional? Éa conduta descrita como crime ou
contravenção penal praticada pelo adolescente, passível de aplicação das seguintes
medidas:

Advertência;
Obrigação de reparar o dano;
Prestação de serviços à comunidade;
/p\ Liberdade assistida;
Inserção em regime de semiliberdade;
Internação em estabelecimento educacional.

0$\

ps Ou seja, são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às


medidas previstas no ECA.
(SPs
Ver artigos 115 a 121 para maiores detalhes!!!

f^ Por fim, porém não menos importante trataremos das disposições sobre o Conselho
a ^m Tutelar, previsto no ECA como órgão permanente e autônomo, não
^^ jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos
^ direitos das crianças e adolescentes.
s Em cada município haverá no mínimo 1 (um) Conselho Tutelar, composto por 5
^ (cinco^ membros, eleitos pela população local para mandato de 4 (quatro^ anos,
C permitida 1 (uma) recondução.

/PS
Serviço Social para Concursos

0t\
• Para ser Conselheiro é necessário ter idade superior a vinte e um anos,
reconhecida idoneidade moral e residir no município o qual irá atuar;
s O processo de escolha ocorrerá a cada 4 (quatro) anos;
• ATENÇÃO PARA QUESTÃO DE CONCURSO: São impedidos de servir no mesmo
Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
irmãos, cunhados, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

'.-(•

Queridoaluno, não deixede ler o ECA na íntegra,


fazer seu resumo esquematizado e resolver muitos
exercidos. Aqui trouxemos os principais assuntos
abordados nas provas de concursos e presentes na
atuação do Assistente Social nas diferentes
instâncias! Bons Estudos!

SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO -


SINASE

Para complementar o estudo referente aos segmentos Infância e Adolescência é de


suma importância tratarmos do sistema de garantia de direitos das crianças e
adolescentes. Sistema este compreendido por um conjunto de instituições públicas
articuladas que atuam na aplicação de instrumentos normativos destinados a garantir os
direitos dos segmentos supracitados.
A lei 12.594/2012 ou SINASE, como é majoritariamente conhecido, está
compreendido no que chamamos de instrumentos normativos que tratam dos direitos e
garantias previstos às crianças e adolescentes, ou como trás o textoda própria lei "É um
conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução de medidas
socioeducativas (...)"
Como estudamos na unidade anterior não vamos nos deter com detalhes sobre a
temática Medidas Socioeducativas, fazendo uma breve conceituação entendemos ser
medidas socioeducativas àquelas previstas na Lei 8.069/90 (ECA) que são destinadas ao
tratamento, responsabilização, integração social e garantia dos direitos individuais e
coletivos dos adolescentes que estejam em conflito com a lei.
Você deve estar se perguntando: mas o que tem a ver o SINASE com as medidas
socioeducativas? Lembra que falamos no primeiro parágrafo que o SINASE está
compreendido dentro do que consideramos instrumentos normativos? Dessa forma, é
por meio da integração estadual, distrital e municipal que os entes responsáveis pelo

Página 237 de 307


p funcionamento das entidades de atendimento ao adolescente em conflito com a lei
p organizarão seu funcionamento. Respeitando as prerrogativas contidas nesta lei.
De acordo com o SINASE, as medidas socioeducativas têm os seguintes
objetivos:
• A responsabilização do adolescente quanto às conseqüências lesivas do ato
4* infracional;
• A integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e
1 sociais; e
P • A desaprovação da conduta infracional;

E importante ficar atento a estes três objetivos e conferi-los na integra na letra lei,
C pois, costumeiramente, são cobrados em questões de concursos, sobretudo se o seu
f^ concurso é da área sociojurídica.
(^ O SINASE será coordenado pela União e integrado pelos demais entes (Municipal,
fs Estadual e do Distrito Federal).
P O Capítulo II da referida lei trata das competências em âmbito nacional, estadual,
pt distrital e municipal, traremos aqui os aspectos mais importantes para a sua preparação:
p> • É vedado à União desenvolver e ofertar os programas próprios de
/Ws atendimento;
Logo compreende-se disso que a União não é ente EXECUTIVO, mas
r' sim o ente responsável por FORMULAR E COORDENAR a política
^ nacional de atendimento socioeducativo;
f^ • Compete aos ESTADOS criar, desenvolver e manter programas para a
m execução de medidas socioeducativas de SEMILIBERDADE e INTERNAÇÃO;
^ • Compete aos MUNICÍPIOS criar e manter programas de atendimento para
execução das medidas socioeducativas EM MEIO ABERTO;

0S
CL
f* Perceberam a diferença entre as competências Estaduais e Municipais?
f* No tocante ao estado estão destinados a criação, desenvolvimento e
m\ manutenção de programas de semiliberdade e internação, ao passo
que, é de competência municipal a criação e manutenção dos
^ programas de atendimento em meio aberto!
MÊS

^ Esse é o principal aspecto que deve ser considerado no tocante às atribuições,


f* porém a leitura integral do Capítulo II da lei que institui o SINASE se faz necessária.
^ Os Conselhos Nacional, Estadual e Municipal dos Direitos das Crianças e
f* adolescentes serão os órgãos responsáveis por deliberar, controlar e fiscalizar os
p» programas de atendimento nacional, estadual e municipal, respectivamente.

/^^

Serviço Soda! para Concursos

/^>

<fp\
O capítulo III trata dos Planos de Atendimento Socioeducativo, os quais deverão, ^
obrigatoriamente prever ações articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência ^
social, cultura, capacitação para o trabalho e esporte aos adolescentes atendidos. De „*
acordo com artigo 7 o Plano de que trata este capítulo deverá incluir um diagnóstico da
situação do SINASE, as diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as formas de
financiamento e gestão das ações de atendimento. Outra importante informação é que ^
os planos de atendimento tanto municipais como estaduais terão 10 anos de vigência. ^
Já o capitulo IV trata dos Programas de Atendimento, os quais diferem do Plano ^
(tratado anteriormente), primeiramente pela sua dimensão executiva, ao passo que o ^
plano analisa, diagnostica, traça metas e objetivos, os Programas se detêm à parte mais
executiva do processo, sempre se atendo ao que foi determinado no Plano. Dessa forma
o SINASE elenca os dois tipos de programas de atendimento:
• Programas de meio aberto: nos quais são desenvolvidas as medidas
socioeducativas de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou de ^
LIBERDADE ASSISTIDA. ^
• Programas de Privação da Liberdade. ^
Um aspecto importante a ser tratado no que tangeaos programas de ^
Privação de Liberdade é que "é vedada a edificação de unidades
socioeducacionais em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer
outra forma integrados a estabelecimentos penais." ^
Em ambos os programas a composição da equipe técnica deverá atender ao pressuposto ^
de ser: ^

o Interdisciplinar **>
o Composta por profissionais da saúde, educação e assistência social. ^

Mais adiante a lei trata do Sistema Nacional de Avaliação e Acompanhamento do ^


Atendimento Socioeducativo, e elenca quatro objetivos, que são: ™)
o Contribuir para a organização da rede de atendimento socioeducativo;
o Assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações do atendimento;
o Promover a melhora da qualidade da gestão e do atendimento;
o Disponibilizar informações sobre o atendimento;
No que diz respeito à avaliação é importante sabermos que a avaliação da execução das
medidas socioeducativas tem um objetivo fundamental, o qual seja:
o Verificar a situação do adolescente após cumprimento da medida;
o Verificar a reincidência da prática de ato infracional.
E ainda, de acordo com o artigo 18 as avaliações são periódicas e não devem ter rf9\

intervalos superiores a 3 (três) anos. Outras informações são detalhadas na lei sobre o
processo de avaliação do SINASE, é importante, que você candidato, não deixe de ler ^
integralmente a legislação!!! "^
OTítulo II trata da Execução das Medidas Socioeducativas, elencando os princípios ^
que regem a execução das mesmas. Éimportante atentar para os nove princípios, pois ^
estes são bastante cobrados nos certames!!! /%

Página 239 de 307


PRINCÍPIOS

LEGAUDADE;
EXCEPCIONAUDADE;
PRIORIDADE A PRÁTICAS OU MEDIDAS QUE SEJAM RESTAURATIVAS;
PROPORCIONALIDADE;
BREVIDADE;
INDIVIDUALIZAÇÃO;
MÍNIMA INTERVENÇÃO;
NÃO DISCRIMINAÇÃO DO ADOLESCENTE;
FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMIUARES E COMUNITÁRIOS.

i«—^ Éimportante saber que as medidas socioeducativas de liberdade, semiliberdade


e de internação deverão ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses.
i—^jj^ A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida
NÃO são fatores que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra
menos grave.

P Existem alguns fatores que declaram por extinta a medida socioeducativa, trazidos pelo
ps artigo 46:
P> I - Pela morte do adolescente;
f* II - Pela realização de sua finalidade;
^ III - Pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime
f* fechado ou semiaberto, em execuçãcr provisória ou definitiva;
f* IV - Pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter
ia se ao cumprimento da medida.

^ Esses são os pontos que consideramos mais relevantes, e consequentemente os que


P* acabam sendo mais recorrentes nas provas de concursos! No tocante à execução das
(p> medidas socioeducativas!

f* O Capítulo III trata dos DIREITOS INDIVIDUAIS, e é outro tema muito recorrente em
p» concursos! O artigo 49 elenca na íntegra todos 8 (oito) direitos, traremos todos de eles
m de forma compilada abaixo...
{* São direitos dos adolescentes submetidos ao cumprimento de
m, medidas socioeducativas:

Serviço Sodal para Concursos


Ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu
defensor;
Ser incluído em programas de meio aberto quando inexistir vaga
para o cumprimento de medida de privação da liberdade;
Ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade de
pensamento e religião;
Peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qualquer
autoridade, devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até
15 (quinze) dias;
Receber sempre que solicitar informações sobre a evolução de
seu plano individual, participando, obrigatoriamente, de sua
elaboração;
Receber assistência integral à saúde;
Ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos filhos de
0 (zero) a 5 (cinco) anos.

O Capítulo IV versa sobre o Plano Individual de Atendimento (PIA) que consiste em


um instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com
o adolescente.

laCTKjgiiHy
E de responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de
atendimento, com a participação efetiva do adolescente e sua família, a
elaboração do PIA!!!

A ATENÇÃO PARA QUESTÃO DE PROVA!»

, :í Qua' ° prazo máximo para elaboração do PIA?


o Para o cumprimento de medidas de prestação de serviços à comunidade
e de liberdade assistida o prazo será de até 15 (quinze) dias a contar da
data de ingresso do adolescente no programa;
o E para o cumprimento de medidas de privação de liberdade e
semiliberdade o prazo é um pouco maior, 45 (quarenta e cinco) dias!!!

O Capítulo V trata das condições à saúde do adolescente em cumprimento de


medida socioeducativa, para não tornar o estudo cansativo e muito extenso, uma vez
que a leitura da Lei na íntegra deverá ser feita, por você candidato, destacaremos apenas
alguns pontos relevantes no que diz respeito ao atendimento da saúde.
o São asseguradas as condições necessárias para que a adolescente
submetida à execução de medida socioeducativa de privação de liberdade
permaneça com seu filho durante o período de amamentação;
o O adolescente que apresente indícios de transtorno mental, ou associadas,
deverá ser avaliado por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial;

Página 241 de 307

/%
o Excepcionalmente o juiz poderá suspender a execução da medida
socioeducativa, ouvidos o Defensor e o Ministério Público, com vistas à
incluir o adolescente em programa de atenção integral à saúde mental;
Esses são pontos pertinentes ao que tange o atendimento integral à saúde do
adolescente em conflito com a lei.

Para finalizar o estudo do SINASE, abordaremos alguns aspectos relacionados ao


direito de visita aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de
internação, sendo direito destes:
o A visita íntima de cônjuge ou companheiro, desde que comprovada a união
estável;
o A garantia de receber visita dos filhos, independentemente da idade desses.
Consideramos ser estes os pontos mais relevantes do estudo do SINASE, com base
em análise de provas anteriores de concursos observamos serem estes os aspectos mais
cobrados, porém o estudo desse resumo não contempla a leitura integral da Lei. Cabe a
você, estudante, aprimorar ainda mais o seu estudo lendo e fazendo as anotações
necessárias acerca da lei, assim como, resolver muitos exercícios, o que ajudará na
fixação do conteúdo!!!

QUESTÕES

1. (VUNESP/2015/Prefeitura de Andradina-SP) Em seu conceito de integração com as


políticas públicas o SINASE é:
a) o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios de caráter jurídico, político,
pedagógico, financeiro e administrativo que envolve desde o processo de apuração
de ato infracional até a execução de medida socioeducativa.
b) constitui-se como uma política pública destinada à inclusão do adolescente que
comete ato infracional, trabalhando na ótica de abrigamento e internação em unidade
0\
educacional.

• c) prática de programas socioeducacionais pela concretização dos direitos básicos


^ atribuindo à família o processo de responsabilização, proteção e educação do
f* adolescente.
f* d) fonte de integração de dados e informações que favoreçam a criação de
ip* programas que articulem consenso e coerção para o atendimento

^ 2. (FCC/MPE-AL) Com relação às competências dos entes da Federação, segundo a Lei


f no 12.594/12 (SINASE),
^ a) aos Estados compete estabelecer com a União formas de colaboração para o
f* atendimento socio-educativo em meio aberto.

^ Serviço Social para Concursos


b) aos Estados compete criar e manter os programas de atendimento para a execução
das medidas socioeducativas de internação, semiliberdade e liberdade assistida.
c) aos Municípios compete editar normas complementares para a organização e
funcionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo.
d) à União compete elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em
parceria exclusiva com os Estados e o Distrito Federal.
e) à União compete o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de
atendimento para execução de medida socioeducativa de internação.

3. (FUNIVERSA/2015/ Secretaria da Criança-DF) Em relação ao que estabelece o


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), assinale a alternativa correta.
a) A equipe técnica do programa de atendimento deve ser interdisciplinar,
compreendendo, no mínimo, profissionais das áreas de saúde e de assistência social.
b) Compete à direção do programa de prestação de serviços à comunidade ou de
liberdade assistida avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento de determinada
medida e, se necessário, substitui-la.
c) E direito do adolescente submetido ao cumprimento de medida socioeducativa ser
incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de
medida de privação de liberdade, independentemente da natureza do ato infracional
cometido.

d) A estrutura física da unidade socioeducacional deverá ser compatível com as normas


de referência do Sinase, sendo que a direção da unidade deverá adotar medidas para a
proteção do interno em casos de riscoà sua integridade física, à sua vida, ou à de outrem,
comunicando tais medidas, de imediato, ao defensor e ao Ministério Público.
e) O Plano Individual de Atendimento deverá ser elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento, sendo facultada a participação
do adolescente e de sua família.

4. (FUNIVERSA/2015/ Secretaria da Criança-DF) Em relação ao que estabelece o Sistema


Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), assinale a alternativa correta.
a) O Sinase será totalmente financiado com recursos dos orçamentos tributário e da
assistência social.

b) Para o exercício da função de dirigente de programa de atendimento em regime de


semiliberdade ou de internação, além dos requisitos específicos previstos no respectivo
programa de atendimento, é necessário reputação ilibada, formação de nível superior em
administração e comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo,
seis meses.

c) Évedado ao juiz aplicar nova medida de internação, por atos infracionais praticados
anteriormente, a adolescente que já tenha cumprido medida socioeducativa dessa
natureza, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida
socioeducativa extrema.

Página 243 de 307


d) A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida são
fatores que justificam, por si, a não substituição da medida por outra menos grave.

5. (VUNESP/2015/Prefeitura de Andradina-SP) Nos termos do que estabelece a Lei no


12.594/2012 - SINASE, é correto afirmar que
a) se entende por programa de atendimento a base física necessária para a organização
e o funcionamento de programa de atendimento ao adolescente.
b) o SINASE será coordenado pelos Municípios e integrado pelos sistemas estaduais por
meio dos programas de atendimento ao adolescente infrator.
c) compete privativamente à União elaborar o Plano Nacional de Atendimento
Socioeducativo.

d) compete aos Municípios criar e manter programas de atendimento para a execução


das medidas sócio- -educativas em meio aberto.

e) ao Município e ao Estado é facultativa a edificação de unidades socioeducacionais em


espaços contí-guos ou anexos a estabelecimentos penais.

f* 6. (CESPE/DPU/2010) A respeito dos parâmetros para a atenção à saúde dos


p, adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e internação provisória,
^ segundo o SINASE, assinale a opção correta.
m a) As ações voltadas à prevenção ao consumo de substâncias psicoativas ilegais devem
ser realizadas exclusivamente por profissionais devidamente capacitados da equipe de
prevenção da polícia federal.
/ps
b) No caso de se diagnosticar dependência de substâncias psicoativas, o adolescente
^ deve ser afastados do convívio dos demais adolescentes, para impedir a divulgação de
^ informações inadequadas sobre a questão.
^ c) As ações educativas a respeito do uso de drogas direcionadas ao adolescente com
f* transtorno mental devem fazer parte somente de seu plano individual na perspectiva de
^\ abstinência.
f* d) Os adolescentes com transtornos mentais devem ser mantidos em alas ou espaços
m especiais, visando à maior proteção.
f* e) Práticas educativas que promovam a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes e
m seus parceiros em cumprimento de medida socioeducativa devem ser estimuladas.

f* 7) (FCC/MPE-AL/2012) Quando da elaboração do PIA (Plano Individual de Atendimento),


ps nos termos da Lei no 12.594/12 (SINASE), obrigatoriamente, dele deverá constar
f^ a) a relação dos antecedentes infracionais do adolescente e a informação sobre
m cumprimento ou descumprimento de medidas anteriormente impostas.

^ Serviço Social para Concursos

/fít\

0&\
b) a previsão das condutas passíveis de sanção disciplinar por até quarenta e oito horas.
c) a indicação dos programas socioassistenciais em que o adolescente e a família já
estejam incluídos.
d) os objetivos declarados pelo adolescente em cumprimento de medida socioeducativa.
e) a definição das atividades internas e externas, individuais e coletivas, das quais o
adolescente poderá participar, no caso de imposição da medida de liberdade assistida.

8) (MPE-GO/2013) Com relação à Lei n° 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que instituiu


o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo-SINASE, é incorreto afirmar:
a) referida lei regulamenta a execução das medidas destinadas a adolescente que
pratique ato infracional.

b) o SINASE será coordenado pelos Estados-membros e integrado pelos sistemas


municipais responsáveis pela implementação dos seus respectivos programas de
atendimento a adolescente ao qual seja aplicada medida socioeducativa.
c) é assegurado ao adolescente casado ou que viva, com provadamente, em união
estável o direito à visita intima.

d) as entidades que ofereçam programas de atendimento socioeducativo em meio


aberto e de semiliberdade deverão prestar orientações aos socioeducandos sobre o
acesso aos serviços e ás unidades do SUS.

9) (VUNESP/2013/FUNDAC) Conforme prescreve a Lei n.o 12.594/2012 - SINASE, em


relação aos princípios que regem a execução das medidas socioeducativas, assinale a
alternativa correta.

a) Excepcionalidade, podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que


lhe foi conferido.

b) Socialização, independente de idade, capacidade e circunstâncias pessoais do


adolescente

c) Prioridade a medidas que sejam privativas de liberdade, em respeito às condições


das vítimas

d) Máxima intervenção do poder público para a realização dos objetivos da medida.


e) Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo.

10) (FUNIVERSA/SECRETÁRIA DA CRIANÇA-DF/2015) Em relação ao que estabelece o


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), as medidas socioeducativas
têm por objetivo a.
a) responsabilização da criança e do adolescente quanto às conseqüências lesivas do
ato infracional.

Página 245 de 307


b) reparação do dano por todos os prejuízos, morais e materiais, decorrentes do ato
infracional.

c) integração social e moral da criança e do adolescente à sociedade e a garantia de


seus direitos individuais, sociais e coletivos por meio do cumprimento de seu plano
individual de atendimento.

d) desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como


parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os
limites previstos em lei.
e) efetiva punição do menor infrator a fim de se evitar a reincidência e de se garantir a
reinserçao, como membros produtivos e participativos, dos que cometerem conduta
infracional na comunidade.

GABARITO:

1. A 2. A 3. D 4. C 5. D

6. E 7. D 8. B 9. E 10. D

NÚMERO DE ACERTOS:
<S>
IV1 NÚMERO DE ERROS:

/>BS

0S

Serviço Social para Concursos


= I QUESTÕES COMENTADAS

1. (VUNESP/2015/Prefeitura de Andradina-SP) Em seu conceito de integração com as


políticas públicas o SINASE é:
a) o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios de caráter jurídico,
político, pedagógico, financeiro e administrativo que envolve desde o
processo de apuração de ato infracional até a execução de medida
socioeducativa.

b) constitui-se como uma política pública destinada à inclusão do adolescente que


comete ato infracional, trabalhando na ótica de abrigamento e internação em unidade
educacional.

c) prática de programas socioeducacionais pela concretização dos direitos básicos


atribuindo à família o processo de responsabilização, proteção e educação do
adolescente.

d) fonte de integração de dados e informações que favoreçam a criação de


programas que articulem consenso e coerção para o atendimento
Comentário:

A) Ao se deparar com a expressão "conjunto ordenado de princípios,


regras e critérios de caráter jurídico" atente-se para a possibilidade de a
alternativa está correta. Primeiro, por saber que é no SINASE que
encontraremos os princípios para a política de socioeducaçâo, segundo por
compreender o caráter jurídico da referida lei, sem abandonar os pilares de
sustentação. Assertiva correta.
B) O SINASE não prevê a medida de internação como primeira alternativa, ao
contrário, apenas em casos de ato infracional grave!
C) A família é vista como protagonista durante o processo de socioeducaçâo,
mas atrelado ao papel da família o SINASEprevê a atuação do Estado e da sociedade
como fundamentais. Exclui-se então a prerrogativa de responsabilização da família.
D) Em nenhuma hipótese devemos associar coerção ao que é previsto pelo
SINASE. Alternativa completamente errada.

2) (FCC/MPE-AL) Com relação às competências dos entes da Federação, segundo a Lei


no 12.594/12 (SINASE),
a) aos Estados compete estabelecer com a União formas de colaboração para o
atendimento socio-educativo em meio aberto.

b) aos Estados compete criar e manter os programas de atendimento para a execução


das medidas socioeducativas de internação, semiliberdade e liberdade assistida.

Página 247 de 307


c) aos Municípios compete editar normas complementares para a organização
e funcionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento
Socioeducativo.

d) à União compete elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em


parceria exclusiva com os Estados e o Distrito Federal.
e) à União compete o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de
atendimento para execução de medida socioeducativa de internação.
Comentário

A) Compete ao Estado a criação, manutenção e execução de programas de


medidas socioeducativas de semiliberdade e internação.
B) Atente-se para o fato de que a alternativa está quase correta. Aos Estados cabe
a criação, manutenção dos programas de atendimento à semiliberdade e
internação, porém, as medidas de liberdade assistida são de competência dos
Municípios.
c) Assertiva correta! Os Municípios devem obedecer os princípios e
prerrogativas da União, porém pode editar normas complementares de
acordo com a sua realidade, desde que não contrarie nenhuma previsão
contida em Lei.
D) A União compete realmente elaborar o Plano Nacional de Atendimento
Socioeducativo mas não exclusivamente em parceria com Estados e DF, os
Municípios também devem participar desta elaboração.
E) A União NUNCA será a responsável pela execução de nenhum programa de
medida socioeducativa. Formula, coordena, apoia e presta assistência técnica
e financeira, mas executar não é competência da União.

3) (FUNIVERSA/2015/ Secretaria da Criança-DF) Em refação ao que estabelece o


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), assinale a alternativa correta.
a) A equipe técnica do programa de atendimento deve ser interdisciplinar,
compreendendo, no mínimo, profissionais das áreas de saúde e de assistência social.
b) Compete à direção do programa de prestação de serviços à comunidade ou de
liberdade assistida avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento de determinada
medida e, se necessário, substitui-la.
c) É direito do adolescente submetido ao cumprimento de medida socioeducativa ser
incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de
medida de privação de liberdade, independentemente da natureza do ato infracional
cometido.

d) A estrutura física da unidade socioeducacional deverá ser compatível com


as normas de referência do Sinase, sendo que a direção da unidade deverá
adotar medidas para a proteção do interno em casos de risco à sua integridade
física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando tais medidas, de imediato, ao
defensor e ao Ministério Público.

0tè\

0£s Serviço Sodal para Concursos

0&\
e) O Plano Individual de Atendimento deverá ser elaborado sob a responsabilidade da
equipe técnica do respectivo programa de atendimento, sendo facultada a participação
do adolescente e de sua família.

Comentário

A) Sim, a equipe técnica do programa de atendimento deverá ser interdisciplinar,


mas nãosomente composta porprofissionais da área da saúde e assistência social,
como também da educação.
B) A assertiva está em partes corretas, pois compete à direção do programa de
liberdade assistida ou prestação de serviços à comunidade avaliar, com o
orientador, a evolução do cumprimento da medida, porém, não é de competência
do diretor (a) tampouco do orientador a substituição, suspensão ou extinção da
medida, isso fica a cargo da autoridade judiciária, podendo a direção propor
alguma modificação.
C) O Capítulo III que trata dos direitos individuais prevê que é um direito do
adolescente a colocação em programa de meio aberto quando inexistir vaga no
programa de medida de privação de liberdade, EXCETO, nos casos de ato
infracional cometido mediante grave ameaça ou violência. Neste caso, a
alternativa está incorreta ao afirmar que independe do ato infracional.
D) Alternativa correta. Ver seção III Dos Programas de Privação da
Liberdade, artigo 16.
E) De acordo com o artigo 53 do SINASE o PIA deverá ser elaborado sob a
responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento, com
a participação EFETIVA da família e do adolescente.

4) (FUNIVERSA/2015/ Secretaria da Criança-DF) Em relação ao que estabelece o Sistema


Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), assinale a alternativa correta.
a) O Sinase será totalmente financiado com recursos dos orçamentos tributário e da
assistência social.

b) Para o exercício da função de dirigente de programa de atendimento em regime de


semiliberdade ou de internação, além dos requisitos específicos previstos no respectivo
programa de atendimento, é necessário reputação ilibada, formação de nível superior em
administração e comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo,
seis meses.

c) E vedado ao juiz aplicar nova medida de internação, por atos infracionais


praticados anteriormente, a adolescente que já tenha cumprido medida
socioeducativa dessa natureza, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos
quais se impôs a medida socioeducativa extrema.
d) Agravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida são
fatores que justificam, por si, a não substituição da medida por outra menos grave.
Comentário

A) De acordo com o artigo 30 o SINASE será cofinanciado com recursos dos


orçamentos fiscal e da seguridade social, além de outras fontes.

Página 249 de 307


m B) A alternativa contém dois equívocos: primeiro, para o exercício da função de
m dirigente é necessário ter formação de nível superior compatível com a natureza
da função e não formação em administração, segundo, possuir comprovada
experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos e não
^ 6 (seis) meses como afirma a alternativa.
f^ C) Alternativa correta. Ver artigo 45, parágrafo 2o.
m D) Em nenhuma hipótese a gravidade do ato infracional, os antecedentes e o
m tempo de duração da medida serão fatores que justificam a não substituição
• da medida por outra menos grave. Ver artigo 42, parágrafo 2o.

m 5) (VUNESP/2015/Prefeitura de Andradina-SP) Nos termos do que estabelece a Lei no


12.594/2012 - SINASE, é correto afirmar que
_ a) se entende por programa de atendimento a base física necessária para a organização
e o funcionamento de programa de atendimento ao adolescente.
b) o SINASE será coordenado pelos Municípios e integrado pelos sistemas estaduais por
- meio dos programas de atendimento ao adolescente infrator.
c) compete privativamente à União elaborar o Plano Nacional de Atendimento
^ Socioeducativo.
d) compete aos Municípios criar e manter programas de atendimento para a
^ execução das medidas sócio- -educativas em meio aberto.
/(Si»
e) ao Município e ao Estado é facultativa a edificação de unidades socioeducacionais em
^ espaços contí-guos ou anexos a estabelecimentos penais.
1 Comentário

A) Os programas de atendimentos não se resumem à parte física necessária, e


^ sim, abrange organização e funcionamento dentro das condições necessárias
f* para o atendimento.
<m B) O SINASE será coordenado pela União, órgão responsável pela formulação e
p^ coordenação da política nacional de atendimento socioeducativo.
C) Não é privativo à União elaborar o Plano Nacional de Atendimento, é obrigatória
^ a parceria com os Estados, Distrito Federal e os Municípios.
P D) Exato! São os municípios responsáveis pela manutenção dos
O programas de atendimento em meio aberto, ao passo que aos Estados
/PS cabe a responsabilidade pelo programa de atendimento de
semiliberdade e internação.
E) É VEDADO a edificação de unidades socioeducacionais em espaços contíguos,
anexos ou de qualquer forma integrados a estabelecimentos penais.

6) (CESPE/DPU/2010) A respeito dos parâmetros para a atenção à saúde dos


^ adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e internação provisória,
f^ segundo o SINASE, assinale a opção correta.

— Serviço Sodal para Concursos


a) As ações voltadas à prevenção ao consumo de substâncias psicoativas ilegais devem
ser realizadas exclusivamente por profissionais devidamente capacitados da equipe de
prevenção da polícia federal.
b) No caso de se diagnosticar dependência de substâncias psicoativas, o adolescente
deve ser afastados do convívio dos demais adolescentes, para impedir a divulgação de
informações inadequadas sobre a questão.
c) As ações educativas a respeito do uso de drogas direcionadas ao adolescente com
transtorno mental devem fazer parte somente de seu plano individual na perspectiva de
abstinência.

d) Os adolescentes com transtornos mentais devem ser mantidos em alas ou espaços


especiais, visando à maior proteção.
e) Práticas educativas que promovam a saúde sexual e reprodutiva dos
adolescentes e seus parceiros em cumprimento de medida socioeducativa
devem ser estimuladas.

Comentário

A) O SINASE prevê a inclusão de ações para a promoção da saúde com vistas aos
cuidados especiais incluindo os relacionados ao uso de álcool e outras
substâncias psicoativas, mas em nenhuma relação com agentes da Polícia
Federal.
B) Em nenhuma hipótese o adolescente que apresente dependência química ou
alguma relação com o uso de drogas lícitas e ilícitas deve ser afastado dos
demais.
C) Assim como as legislações pertinentes à proteção às pessoas usuárias de
drogas lícitas e ilícitas não prevêem não executam as ações na perspectiva da
abstinência, mas sim do cuidado integral, o SINASE também não corrobora
desta perspectiva.
D) De acordo com o artigo 64 do Sinase os adolescentes que apresentem indícios
de transtornos mentais ou deficiência mental, ou associadas deverá ser
avaliado por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial, mas em nenhuma
hipótese tratado de maneira segregadora.
E) Ver artigo 60, inciso IV.

7) (FCC/MPE-AL/2012) Quando da elaboração do PIA (Plano Individual de Atendimento),


nos termos da Lei no 12.594/12 (SINASE), obrigatoriamente, dele deverá constar
a) a relação dos antecedentes infracionais do adolescente e a informação sobre
cumprimento ou descumprimento de medidas anteriormente impostas.
b) a previsão das condutas passíveis de sanção disciplinar por até quarenta e oito horas. /%$\

c) a indicação dos programas socioassistenciais em que o adolescente e a família já


estejam incluídos.

d) os objetivos declarados pelo adolescente em cumprimento de medida


socioeducativa.

Página 251de 307 ^

/•^
2018

e) a definição das atividades internas e externas, individuais e coletivas, das quais o


adolescente poderá participar, no caso de imposição da medida de liberdade assistida.
Comentário

A) O objetivo do PIA consiste em traçar metas e objetivos para serem alcançados


durante o processo de ressocialização, desta forma os possíveis antecedentes do
adolescente não é necessário.
B) Alternativa completamente errada. Inicialmente porque não é no PIA que se
estabelece a previsão de sanções disciplinares, e em segundo lugar, para tal se
faz necessário a instauração do devido processo legal.
C) Em nenhum dos oito objetivos do PIA existe a necessidade de indicação de tais
programas.
D) É de suma importância a participação efetiva do adolescente e sua família
no processo de elaboração do PIA, desta forma os objetivos declarados
pelo adolescente durante o processo é a premissa básica nessa
construção.
E) A definição das atividades internas e externas é parte do PIA nos programas de
todas as medidas socioeducativas e não apenas na de LA.

8) (MPE-GO/2013) Com relação à Lei n° 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que instituiu


o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo-SINASE, é incorreto afirmar:
a) referida lei regulamenta a execução das medidas destinadas a adolescente que
pratique ato infracional.

b) o SINASE será coordenado pelos Estados-membros e integrado pelos


sistemas municipais responsáveis pela implementação dos seus respectivos
programas de atendimento a adolescente ao qual seja aplicada medida
socioeducativa.

c) é assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em união


estável o direito à visita intima.

d) as entidades que ofereçam programas de atendimento socioeducativo em meio


aberto e de semiliberdade deverão prestar orientações aos socioeducandos sobre o
acesso aos serviços e ás unidades do SUS.
Comentário

A) A alternativa não está incorreta, mas sim, incompleta. O Sinase além de


regulamentar a execução de medidas socioeducativas, altera a lei 8069/90
(ECA) e algumas outras leis e decretos.
B) O Sinase será coordenado pela União.
C) Alternativa correta. Ver artigo 68.
D) Alternatica correta.

9) (VUNESP/2013/FUNDAC) Conforme prescreve a Lei n.o 12.594/2012 - SINASE, em


relação aos princípios que regem a execução das medidas socioeducativas, assinale a
alternativa correta.

Serviço Social para Concursos


/3S

f9\

a) Excepcionalidade, podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que ^


lhe foi conferido. _
fim

b) Socialização, independente de idade, capacidade e circunstâncias pessoais do a


adolescente
r^Ê\
c) Prioridade a medidas que sejam privativas de liberdade, em respeito às condições
das vítimas ^

d) Máxima intervenção do poder público para a realização dos objetivos da medida. ^


e) Fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo ^
socioeducativo. ^
Comentário: o
Os princípios previstos pelo SINASE são: Legalidade, Excepcionalidade, Prioridade a ^
práticas ou medidas restaurativas, proporcionalidade, brevidade, individualização, ^
mínima intervenção, não discriminação do adolescente e fortalecimento dos vínculos
familiares. Logo, a única alternativa que traz um dos princípios contidos na lei, é a ^
alternativa E. ^

10) (FUNIVERSA/SECRETARIA DA CRIANÇA-DF/2015) Em relação ao que estabelece o ^


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), as medidas socioeducativas ^
têm por objetivo a. •
a) responsabilização da criança e do adolescente quanto às conseqüências lesivas do
ato infracional. ^

b) reparação do dano por todos os prejuízos, morais e materiais, decorrentes do ato ^


infracional. ^
c) integração social e moral da criança e do adolescente à sociedade e a garantia de m^
seus direitos individuais, sociais e coletivos por meio do cumprimento de seu plano m
individual de atendimento. ^
d) desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença
como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, H
observados os limites previstos em lei. ^
e) efetiva punição do menor infrator a fim de se evitar a reincidência e de se garantir a a
reinserçao, como membros produtivos e participativos, dos que cometerem conduta
infracional na comunidade. ^

Comentário:

O SINASE assim como ECA não prevê a responsabilização do adolescente com esse
viés culpabilizador, mas sim, uma responsabilização sob o viés educativo e ^
ressocializador. Sob uma abordagem educativa e pedagógica o Sinase prevê um ^
tratamento baseado no respeito e emancipação do adolescente em conflito com a lei, ^
dessa forma, sempre que você se deparar com questões que trazem em seu enunciado .a
expressões como: reparação moral, menor infrator, cu/pabilização, DESCARTE A
OPÇÃO. ^

Página 253de 307 ^


FAMÍLIA

Vocês devem ter percebido que a temática Família vem aparecendo com mais
freqüência nos editais de concursos, não é mesmo? Esse fato se deve à vários motivos
entre os quais devemos citar como mais preponderantes as mudanças sociais no conceito
e formação do que se considera FAMÍLIA, o maior chamamento do profissional de Serviço
Social no trabalho executado diretamente com famílias, nas suas diversas configurações,
e nas mais variadas instituições. Trabalho este que exige um profissional atualizado, em
constante capacitação profissional, despido de estigmas e preconceitos e principalmente
qualificado tecnicamente para atuar com as demandas particulares, complexas e
recorrentes nas mais diversas políticas públicas, campos de atuação do Assistente Social.
Os editais de concursos dos Tribunais de Justiça são os que mais evidenciam o
conhecimento acerca da família e seus aspectos, por serem estes espaços onde muitos
conflitos, litigiosos ou consensuais, se fazem presente no cotidiano de trabalho do
Assistente Social. Dessa forma se faz necessário, para além do aprendizado necessário
para obter aprovação no concurso público, construir uma base sólida de conhecimento
acerca da família, suas configurações e as diversas maneiras de intervenções existentes.
Vamos começar dialogando sobre a principal referência no Serviço Social quando o
assunto é Família, Regina Célia Mioto, a autora possui uma infinidade de artigos sobre o
tema, e algumas obras escritas. Então para uma maior apreensão do conteúdo indicamos
a leitura das produções de autoria de Mioto.
O conceito de Família expresso hoje na Constituição vigente, artigo 226, abrange
diversos arranjos, como: união formada por casamento, união estável entre homem e
mulher e a comunidade formada por qualquer um dos genitores. Outro importante marco
legal, a Política Nacional de Assistência Social/PNAS, traz o conceito de família como
sendo "um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos,
afetivos e ou de solidariedade." Ainda no âmbito da Assistência Social temos o
conceito trazido pela NOB/SUAS 2005 "como núcleo afetivo, vinculado por laços
consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações
recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e gênero", é
verificável que a Assistência Social enquanto política pública elege a família para a
centralidade das suas ações, reconhecendo o protagonismo de tal formação social diante
dos processos educativos, ao mesmo tempo que busca a potencialização da mesma
diante dos seus processos de sustentabilização e concretização de direitos. Diante disso
podemos verificar que, atualmente, existe um mix de conceitos acerca da Família que
vão desde a leitura normativa e legal do que se considera família, ao conceito mais amplo
e democrático, como visualizamos na PNAS.
Para Mioto, a família é "um sujeito privilegiado de intervenção desde sempren,
embora o trabalho com famílias tenha impulsionado no período de consolidação da
profissão, é possível visualizar que a atuação com famílias, mesmo sob um viés católico
e estigmatizante, vem sendo desenvolvida pelo Serviço Social desde o início da
profissão. Com foco na família operária, ações de cunho psicologizante,
corretivas e de responsabilização do indivíduo podem ser verificadas desde o
advento do que chamamos de Serviço Social Americano, ou Serviço Social de
Caso.

O que destoa da atual proposta democrática, horizontal e garantidora de direitos


que deve pautar a atuação profissional nos diferentes espaços profissionais nos dias de
hoje. Atualmente as necessidades não são vistas mais como problemas individuais, mas
sim como expressões de necessidades humanas não satisfeitas, partindo de uma análise

Serviço Sodal para Concursos


macrossocial da atual conjuntura, verificando a continuidade de um sistema de
exploração e depreciação da pessoa humana, o qual contribui para que os mais diversos
conflitos adentrem à particularidade das famílias e passem a ser considerados problemas
sociais.

A
ATENÇÃO!!! As intervenções realizadas à época não correspondiam
ao atual Projeto Ético Político do Serviço Social, as características
daquela intervenção eram:
o Proposta de averiguação e controle dos modos de vida das
famílias;
o Buroeratização no acesso aos direitos;
o Ajustamento dos indivíduos;
« Correção de situações;

Numa nova perspectiva de atuação é necessário considerar que a família passou


e continua a passar por profundas modificações como composição familiar, ^
relacionamentos, administração de conflitos, novos arranjos familiares, o protagonismo ^
da mulher nos núcleos familiares o que desencadeia uma longa discussão de gênero ^
importantíssima, não apenas nos dias atuais, mas desde sempre, enfim, a intervenção
que outrora era realizada de maneira verticalizada e culpabilizante hoje deve ceder lugar ^
para uma intervenção pautada na ética e no respeito à pluralidade e às diversas formas ^
de se fazer família.

Diante disso devemos dialogar sobre as duas propostas que se colocam frente à
atuação com as famílias. Proposta Familista e a Proposta Protetiva. ^
Vamos aos detalhes... ^

• " FAMILISTA ^

oAfirmação da tradição que existem canais naturais para a satisfação das


necessidades dos indivíduos: a família e o mercado. Somente quando esses falham é que ^
a interferência pública deve acontecer. ^
«Pressupõe a idéia de falência da família. _
o Estabelece que as Políticas Públicas devem ser executadas de forma
compensatória e temporária. ^
«Segue a linha do Estado Liberal com menor provisão e garantias de direitos por ^
parte do Estado.
©Avisão culpabilizante é posta, afirmandoser a família a única responsável pelos ^
fracassos. /m

/Ws

Página 255 de 307


PROTETIVA

«Prima pela garantia de um Estado Democrático de Direito


cAs Políticas Públicas são pensadas como maneira de socializar os custos
enfrentados pelas famílias, antecipando seu esgotamento.
Atribui-se o conceito de "Desfamilização" significando a suavização da
responsabilidade familiar em relação ao pleno desenvolvimento e satisfação de todas
as necessidades.

Compreendendo onde está inscrita a atuação do Assistente Social, dentro da


perspectiva Protetiva, é possível evidenciar o caráter educativo das intervenções. Não há
como pensar intervenção em famílias e grupos sem pensar na dimensão reflexiva e
educativa que esse trabalho traz em si. Não se trata apenas de orientar e encaminhar
as famílias e grupos, é preciso desenvolver um trabalho contínuo e em conjunto com
os indivíduos. O que se traduz em uma intervenção pautada pela ótica da proteção,
cuidado e emancipação das famílias e indivíduos.
Mioto, afirma que "discutir orientação e acompanhamento de grupos, famílias e
indivíduos significa pensar no caráter educativo da atuação profissional." E ainda que "a
orientação e o acompanhamento como ações de natureza socioeducativa interferem
diretamente na vida dos indivíduos, grupos e famílias." É aí onde evidencia-se a proposta
emancipatória do trabalho do Assistente Social frente às demandas familiares na
contemporaneidade, primando pela formação de uma consciência crítica, através da
apreensão total da realidade, evitando análises rasas e relações verticalizadas.
Ainda de acordo com Mioto, as intervenções podem ser estruturadas em dois
pilares, quais são: a socialização de informações e o processo reflexivo na relação usuário
e profissional.

o. Vamos aos detalhes...

• Socialização da informação: é um componente fundamental para a


viabilização de direitos, pois se apresenta como uma ação de fortalecimento e
enfrentamento perante a sua realidade.
• Processo Reflexivo: desenvolve-se durante o processo de estabelecimento de
vínculos entre o assistente social e o usuário, onde juntos buscam respostas às
demandas que chegam às instituições. É aqui onde se objetiva emancipar e
proporcionar um processo de desenvolvimento de autonomia do sujeito atendido.

Levando em consideração esses dois pressupostos pode-se viabilizar uma


intervenção pautada no respeito, autonomia e direcionamento do usuário frente às
demandas singulares trazidas por cada um. Dessa forma além de se construir uma
relação sólida entre profissional e usuário, ainda se acumula conhecimento acerca das
demandas oriundas da comunidade atendida. De maneira que a práxis não fique limitada
ao plano superficial das relações.
É mister considerar que a família é mediadora das relações entre os sujeitos que a
compõem e a coletividade, sendo para tanto, um espaço contraditório. Se faz
fundamental desmitificar a idéia de família, necessariamente, como espaço de respeito,
amor e carinho, em muitas situações o espaço familiar se torna conflituoso e
insustentável, abrindo margem para situações de abusos, violências e desrespeito. É
nesse cenário que visualizamos a necessidade de intervenção de um profissional para

Serviço Social para Concursos

e
tanto qualificado, sem menosprezar a capacidade protetiva da família mas, reconhecendo
que em determinado momento, em virtude de uma dada situação conflituosa se faz
necessário uma intervenção que busque o restabelecimento do respeito, a garantia de
direitos que possivelmente tenham sido violados ou encontrem-se em situação de
ameaça.

No cenário capitalista essas situações podem tanto se expor de maneira explícita


quanto implícita. Em muitos núcleos familiares ocorrem situações de ameaças ou
violações de direitos que somente após uma intervenção minuciosa o profissional poderá
chegar à conclusão de que ali ocorre um processo de violação ou ameaça de direitos. Em
outros casos as demandas aparecem de maneira explícita, o que viabiliza uma
intervenção mais rápida e precisa. Em ambos os casos o que se faz relevante é entender
que nas sociedades capitalistas a Família é fundamental no âmbito da proteção social.
Você deve estar se perguntando: Mas como? Se atualmente nos deparamos com
uma proteção social insuficiente, frágil e em muitos moldes compensatória? Sim, é fato!
E é justamente por estarmos vivenciando um cenário de real desmonte de direitos e
fragilização das Políticas Sociais que se faz necessário a ênfase na Família. Como trazido
supra, é na família quepode-se desenvolver potencialidades, saberes e emancipação dos
sujeitos. Uma ação em conjunto e educativa, em detrimento de ações pontuais e
individuais.

Você já deve ter ouvido falar no conceito de Matricialidade Sóciofamiliar, não


é mesmo? E nessa perspectiva que se moldam as políticas públicas, em especial a
Assistência Social, quando falamos em trabalho com famílias.
Mas o que significa isto?
Significa dizer que a família nunca pode ser compreendida de maneira isolada,
lembre-se do caráter de ação conjunta que tanto falamos. E atente-se também para o
fato de que a família não deve ser responsabilizada pelos seus fracassos isoladamente,
mas sim, vista dentro de uma ótica macrossocial na qual os processos, embora privados,
fazem partede umadialética intrínseca aosistema mais abrangente. Além disso significa t^k
que o trabalho desenvolvido com famílias possui um caráter de continuidade, ou seja,
dividido em etapas, que vão desde a identificação da questão a ser trabalhada até a ^
superação desta, evitando a fragmentação das ações. ^
Para finalizar vamos elencar algumas características bem recorrentes em questões m^
de concursos, e que você deve estar com todas elas bastante fixadas quando o assunto
é família... ^
oAfamília é espaço de intervenção desde oinício da profissão, porém, a perspectiva ^
à época era pautada na responsabilização da família isoladamente, na prática modeladora ^
de comportamentos, e intervenções corretivas; „1
«Foi no decorrer dos anos 2000 que a família ganhou centralidade no Serviço Social,
sob um viés protetivo e emaneipatório; ^
oDeve-se considerar a família como espaço de produção de subjetividades; ^
oUnidade de cuidado e ao mesmo tempo espaço contraditório e conflituoso;
oAfamília possui um papel importante na sociedade em seus aspectos políticos, ^
sociais e econômicos; ^
«A família como mediadora das relações entre seus membros e a coletividade; ^
• As novas feições da família estão dialeticamente condicionadas às transformações
societárias contemporâneas; ^
oA proteção social no Brasil configurou-se ao longo de sua história por um caráter ^
fortemente FAMIUSTA.

Lembre-se da distinção entre


perspectiva Familista X Perspectiva
Protetiva! Página 257 de 307
Ao término desse conteúdo, acreditamos ser estes os pontos mais recorrentes nas
provas de concursos. Longe de esgotar toda a discussão acerca da temática Família,
apostamos que os pontos elucidados acima são, em suma, suficientes para que você
alcance um bom resultado ao se deparar com questões relacionadas com esta temática.
Indicamos as leituras de artigos e obras da autora bastante citada durante o conteúdo,
Mioto. e como sempre apostem na resolução atenta e direcionada de questões sobre o
tema, dessa forma a absorção do conteúdo será completa!!! Bons Estudos!

Referência:

MIOTO, R. C. et. ai. Familismo, Direitos e Cidadania: contradições da política social.


Cortez: São Paulo.

QUESTÕES

1) (IFBA/FUNRIO/2014) A família, dentro de suas premissas básicas, é impregnada


^ de idealizações que a mostram como uma instância que produz cuidado, proteção,
f* construa identidades e vínculos relacionais de pertencimento. Dentro dessa análise, o
ps modelo tradicional da família chamada "estruturada", composta por pai, mãe e filhos,
m, denomina-se
^ a) família nuclear burguesa.
^ b) família hereditária.
_ c) família natural.
d) família parental.
_ e) família geracional.

^ 2) (PREFEITURA DO RJ/2013/SMA) No debate acerca da família e das políticas sociais,


o conceito que sustenta a idéia de que as unidades familiares devem assumir a
^ principal responsabilidade pelo bem-estar de seus membros, o que corresponde a uma
f* menor provisão de bem-estar por parte do Estado, denomina-se:
^ a) desfamilização b) proteção familiar
• c) política familiar d) familismo

— 3) (METRÔ/DF/IADES) De acordo com o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à


Família (PAIF), é correto afirmar que família é um
_ a) conjunto de pessoas unidas somente pela ascendência e descendência
j* b) conjunto de pessoas unidas somente pela descendência e afinidade voluntária.
(-n c) grupo social unido por vínculos de ascendência, descendência, afinidade e (ou)
^ solidariedade.

._. Serviço Sodal para Concursos


d) grupo concebido a partir da convivência individual, com o reconhecimento de
direitos e possibilidades de intervenção.
e) conceito abstrato, definido no PAIF de forma diferente da Política Nacional de
Assistência Social (PNAS, 2004).

4) (TJ/RO/CESPE/2012) De acordo com a PNAS, o princípio da matricialidade da família


a) fundamenta-se no conceito de família como unidade econômica para a realização
da avaliação social.
b) recomenda que se adote a concepção de tutela para as famílias que se encontram
em situação de pobreza extrema, pois estão incapacitadas de desempenhar seu papel
adequadamente.

c) concebe um modelo idealizado de família, com estrutura definida.


d) alerta para os riscos que se corre nos trabalhos ao adotar visões disciplinadoras
que visam enquadrar as famílias em normas rígidas, independentemente do universo
cultural a que pertencem.
e) reconhece que a família só exerce o seu potencial protetivo quando não está
vulnerabilizada.

5) (FUNIVERSA/2015) O profissional que desenvolve trabalho com famílias deve.


a) considerar a sua experiência pessoal em relação à família como parâmetro para a
orientação e o aconselhamento das famílias atendidas.
b) conhecer o modelo de família estruturada e seus fatores estruturantes a fim de
orientar as famílias atendidas a seguirem as diretrizes desse modelo.
c) realizar estudos continuados a respeito da temática "família" a fim de compreender
as transformações que incidem nesse lócus, as particularidades e as relações sociais
estabelecidas nesse âmbito
d) ter como único objetivo a reintegração dos adolescentes e das crianças às suas
famílias.
e) direcionar todas as ações da família, considerando a perspectiva de que a família
deve ser tutelada

6) (CESPE/ABIN/2010) A estrutura familiar (composição) é determinante para o modo


de relacionamento interpessoal de uma família.
( ) CERTO ( )ERRADO

7) (CESPE/FUB/2013) Acerca do debate crítico sobre a família e o serviço social,


julgue o item subsequente.
No trabalho com famílias, devem-se compreender os processos familiares como uma
construção singular, arquitetada na família, no entrecruzamento das múltiplas
relações, que condicionam e definem a dinâmica familiar.

Página 259 de 307


( ) CERTO ( ) ERRADO

8) (FCC/ TRT 3a região) Na atualidade, há várias maneiras de se trabalhar com


famílias, haja vista sua heterogeneidade e complexidade. Levando em conta o
trabalho com famílias, considere:
I. Deve-se sempre pensar na nossa família, para que possamos atender outras
famílias.
II. As famílias são espaços de convívio e de confronto entre gêneros e gerações.
III. As famílias podem ou não ser um lugar seguro para se crescer, isso em todos
os segmentos sociais.

Está correto o que se afirma em


a) I, II e III. b) I e II, apenas.
c) II, apenas. d) II e III, apenas.
e) I, apenas.

GABARITO:

1. 2. 3. 4.

6. 7. 8.

NUMERO DE ACERTOS:
® NUMERO DE ERROS:

Serviço Social para Concursos

0&\
EEn QUESTÕES COMENTADAS

1) (IFBA/FUNRIO/2014) A família, dentro de suas premissas básicas, é impregnada


de idealizações que a mostram como uma instância que produz cuidado, proteção,
construa identidades e vínculos relacionais de pertencimento. Dentro dessa análise, o
modelo tradicional da família chamada "estruturada", composta por pai, mãe e filhos,
denomina-se ^
a) família nuclear burguesa. (CORRETA)
A concepção de família estruturada, dentro de um determinado padrão, é premissa da
sociedade da de classes, que elenca como modelo padrão de família, a família nuclear
burguesa, aquela composta por pai, mãe e filhos.
b) família hereditária. (ERRADA)
O termo hereditária remonta à questões genéticas, em nada tem a ver com a discussão
sobre família no âmbito do serviço social. —.
c) família natural. (ERRADA) ^
Família natural, é aquela considerada, juridicamente, como sendo a família composta
por aquelas pessoas unidas por laços consaguineos e só.
d) família parental. (ERRADA)
Não tem relação com o enunciado da questão e a discussão sobre família no Serviço
Social.

e) família geracional. (ERRADA)


Não tem relação com o enunciado da questão e a discussão sobre família no Serviço
Social.

2) (PREFEITURA DO RJ/2013/SMA) No debate acerca da família e das políticas sociais,


o conceito que sustenta a idéia de que as unidades familiares devem assumir a
principal responsabilidade pelo bem-estar de seus membros, o que corresponde a uma
menor provisão de bem-estar por parte do Estado, denomina-se:

a) desfamilização (ERRADA)
b) proteção familiar (ERRADA)
c) política familiar (ERRADA)
d) familismo (CORRETA)
Discussão que abordamos no conteúdo sobre a proposta familista Xprotetiva. Aqual
pressupõe Afirmação da tradição que existem canais naturais para a satisfação das
necessidades dos indivíduos: a família e o mercado. Somente quando esses falham é
que a interferência pública deve acontece; A falência da família... •*

Página 261 de 307


3) (METRÔ/DF/IADES) De acordo com o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à
Família (PAIF), é correto afirmar que família é um
a) conjunto de pessoas unidas somente pela ascendência e descendência. (ERRADO)
Essa perspectiva não abrange o conceito de família exposto na PNAS, logo, não condiz
com a proposta do PAIF.
b) conjunto de pessoas unidas somente pela descendência e afinidade voluntária.
(ERRADO)
Essa perspectiva não abrange o conceito de família exposto na PNAS, logo, não condiz
com a proposta do PAIF.
c) grupo social unido por vínculos de ascendência, descendência, afinidade e
(ou) solidariedade. (CERTO)
É fundamental atentar para o caráter democrático presente na definição de família
trazida pela PNAS, aborda a perspectiva da solidariedade e solidariedade. Atente-se a
isto, e não errará nenhuma questão desse teor.
d) grupo concebido a partir da convivência individual, com o reconhecimento de direitos
e possibilidades de intervenção. (ERRADO)
A alternativa não está errada, porém não é ao que o enunciado da questão se refere. A
questão pede o conceito de família ligado à PNAS/PAIF e a alternativa embora traga um
conceito adequado, não atende ao requisito do enunciado.
e) conceito abstrato, definido no PAIF de forma diferente da Política Nacional de
Assistência Social (PNAS, 2004). (ERRADO)
Sem nenhuma correspondência com o que preconiza a PNAS.

4) (TJ/RO/CESPE/2012) De acordo com a PNAS, o princípio da matricialidade da família


a) fundamenta-se no conceito de família como unidade econômica para a realização da
avaliação social. (ERRADA)
A família não deve ser considerada e avaliada apenas pelos índices econômicos.
b) recomenda que se adote a concepção de tutela para as famílias que se encontram em
situação de pobreza extrema, pois estão incapacitadas de desempenhar seu papel
adequadamente. (ERRADA)
Outra informação importante: a idéia de falência da família, da família como
incapacitada para desempenhar potencialidades advém da proposta Familista, e não é
mediante esta proposta que se viabibliza a PNAS, tampouco o trabalho do Assistente
Social.

c) concebe um modelo idealizado de família, com estrutura definida. (ERRADA)


O modelo idealizado de família consiste na noção de família estruturada, família
nuclear burguesa. Já trabalhamos isso em uma questão anterior.
d) alerta para os riscos que se corre nos trabalhos ao adotar visões
disciplinadoras que visam enquadrar as famílias em normas rígidas,
independentemente do universo cultural a que pertencem. (CERTO)

Serviço Social para Concursos


A

Exatamente! Éna perspectiva de garantia de direitos, reconhecimento da família como ^


capaz de desenvolver potencialidades que deve-se pautar o princípio da matricialidade m^
sociofamiliar, não responsabilizá-la integralmente pelos fracassos, e sim reconhecer que ^
na família existem todas as condições necessárias para se desenvolver potencialidades.
e) reconhece que a família só exerce o seu potencial protetivo quando não está ^
vulnerabilizada. (ERRADA)
Completamente equivocada, pois em contextos sociais economicamente favoráveis,
que não subentendem uma vulnerablização social também existem situações de
desrespeito aos direitos e fragilização dos vínculos. É fundamental desmitifícar essa ^
relação entre família socialmente vulnerabilizada como campo para conflitos e ^
desastres. ,»

5) (FUNIVERSA/2015) O profissional que desenvolve trabalho com famílias deve. ^


a) considerar a sua experiência pessoal em relação à família como parâmetro para a ^
orientação e o aconselhamento das famílias atendidas. (ERRADA) ^
Apenas na Teoria Social Sistêmica existe a abordagem de analisar o contexto ^
familiar com base nas experiências vividas pelo profissional que intervém. No ^
âmbito do Serviço Social não se aplica esta metodologia.
b) conhecer o modelo de família estruturada e seus fatores estruturantes a fim de ^
orientar as famílias atendidas a seguirem as diretrizes desse modelo. (ERRADA) ^
Não considerar o termo "família estruturada" como correto. Embora seja ^
freqüentemente usado por vários profissionais, é um termo estigmatizante e que ^)
remete ao modelo padrão de família, que também deve ser descontruído, em <*$
virtude da dinamicidade existente no grupo família. ^
c) realizar estudos continuados a respeito da temática "família" a fim de ^
compreender as transformações que incidem nesse lócus, as
particularidades e as relações sociais estabelecidas nesse âmbito (CERTO)
/Ws

A temática família por apresentar constantes mudanças, e por serem atingidas


também pelas mudanças sociais, culturais e econômicas requer do profissional um
estudo continuado, a fim de apreender a didática familiar de maneira totalizante. ^
d) ter como único objetivo a reintegração dos adolescentes e das crianças às suas
famílias. (ERRADA) ^
Aatuação profissional deve primar pela totalidade e não por intervenções pontuais. ^
e) direcionar todas as ações da família, considerando a perspectiva de que a família
deve ser tutelada (ERRADA) ^
Ao contrario, deve-se atuar na perspectiva educativa emancipatória.

6) (CESPE/ABIN/2010) A estrutura familiar (composição) é determinante para o modo


de relacionamento interpessoal de uma família.
( ) CERTO ( X )ERRADO
/9s

Página 263 de 307 ^

<9s
Comentário: Questão ótima e de alto nível! A estrutura familiar NÃO deve ser
considerada de maneira isolada na construção do ser social, tampouco no modo
como se estabelecem as relações entre a família e o meio externo. As incidências
culturais, sociais e econômicas também prevalecem nessa determinação.

7) (CESPE/FUB/2013) Acerca do debate crítico sobre a família e o serviço social,


julgue o item subsequente.
No trabalho com famílias, devem-se compreender os processos familiares como uma
construção singular, arquitetada na família, no entrecruzamento das múltiplas
relações, que condicionam e definem a dinâmica familiar.
( X ) CERTO ( ) ERRADO
Comentário: Outra questão maravilhosa e de bom nível! É exatamente o contrário
da questão anterior. E sob esta perspectiva totalizante que devemos compreender
os processos familiares. Corretíssima!

8) (FCC/ TRT 3a região) Na atualidade, há várias maneiras de se trabalhar com


<P* famílias, haja vista sua heterogeneidade e complexidade. Levando em conta o
p> trabalho com famílias, considere:
f^ I. Deve-se sempre pensar na nossa família, para que possamos atender outras
f\ famílias.
j^ II. As famílias são espaços de convívio e de confronto entre gêneros e
gerações.
* III. As famílias podem ou não ser um lugar seguro para se crescer, isso em
^ todos os segmentos sociais.
Está correto o que se afirma em
0\
a) I, II e III. b) I e II, apenas.
c) II, apenas. d) II e III, apenas.
^ e) I, apenas.
p Mais uma vez: a nossa perspectiva pessoal familiar não deve ser considerada
_ durante o trabalho com famílias, deste modo o item I está errado.
g* Já os itens II e III estão corretos pois a família é sim um espaço de conflitos e
interesses, também é necessário desmitificar a premissa de que a família é sempre
* um espaço harmonioso, pois isto não é verdade. Em todo contexto familiar,
f* independente de classe social existirão conflitos, perigos e interesses.

Serviço Social para Concursos


DIREITOS DA PESSOA IDOSA

No tocante aos direitos da pessoa idosa, dois são os aparatos legais que versam
sobre tal temática, a saber:
• Estatuto do Idoso - Lei 10.741/2003
• Política Nacional do Idoso - Lei 8.842/1994
Para fins de explanação citamos os dois diplomas legais, no entanto, enfocaremos
nossa aula no primeiro, pois este é o mais exigido nas provas de Concursos Públicos. A
menos que o seu edital traga, explicitamente, o dispositivo Política Nacional do Idoso, do
contrário orientamos que a ênfase seja dada ao primeiro.
Reiteramos aqui a necessidade de leitura na íntegra dos conteúdos, neste caso,
legislativo, pois o objetivo deste material é reunir o máximo de informações possíveis
sobre cada assunto, mas se trata de um material exemplificativo, e não taxativo. Seus
estudos devem ir além disso!

ESTATUTO DO IDOSO

A lei 10.741/2003 é sucinta e agradável, não se trata de uma legislação maçante


e densa, possui pouco mais de cem artigos e versaremos aqui sobre os mais importantes,
ou seja, os que mais são cobrados nas questões de Concursos.
O Estatuto do Idoso estabelece o princípio da PRIORIDADE com fundamental e
considera idoso, a pessoa com 60 (sessenta) anos ou mais. O idoso goza de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.
O dever de cuidar do idoso é uma obrigação quadripartite. ou seja, é obrigada da
família, comunidade, sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
prioridade uma série de direitos

Família
Poder público

Obrigação
de cuidar
do idoso

Comunidade
Sociedade

Página 265 de 307


A garantia de prioridade compreende:
s Atendimento preferencial imediato (...)
s Preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
s Destinação privilegiada de recursos públicos (...)
• Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso
com as demais gerações.
s Priorização do atendimento do idoso por sua própria família em detrimento de
atendimento asilar (...)
p\ s Capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e
gerontologia (...)
^ s (...) Divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos
p biopsícossociais de envelhecimento.
-^ v Garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
^ v Prioridade no recebimento do Imposto de Renda.
a •*• Em 2017 foi acrescentado o seguinte ponto: Dentre os idosos, é assegurada
prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas
^ necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos. Ademais, em
p outros artigos, o estatuto especificou essa prioridade em dois pontos:
• Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência
^ especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
P • Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta
pt anos.

Das garantias previstas acima atente-se, principalmente para dois aspectos, primeiro,
(^ deve-se sempre priorizar o atendimento do idoso por sua própria família e optar por
ps atendimento em asilos somente quando todas as demais condições forem cessadas,
m segundo, o idoso possui prioridade do recebimento do Imposto de Renda, é recorrente
• esta última garantia ser cobrada em questões de concursos, fique atenta (o).
^ No Título n que trata dos Direitos Fundamentais há uma importante informação a ser
f* retirada, a saber:

fs O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua


fs proteção um direito social!!!

f* Mas o que isso quer dizer? Que o envelhecimento, ao contrário do que dita o senso
m comum, é um direito pessoal de toda pessoa, e deve ser tratado com proteção e cuidado,
proteção esta que também é um direito previsto à pessoa idosa. A pessoa idosa não deve
^ ser vista como um fardo, massim como sujeito de direitos.
* No tocante à Liberdade, Respeito e Dignidade, o dispositivo prevê:
^ • Faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
f^ ressalvadas as restrições legais;
Opinião e expressão;
Crença e Culto religioso;
Prática de esportes e de diversões;
Participação na vida familiar e comunitária;
Participação na vida política, na forma da lei;
Faculdade de buscar refugio, auxílio e orientação.

Serviço Soda! para Concursos


rH|*

Tais prerrogativas se traduzem no direito ao respeito o qual abrange o direito de


inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral.

XjL ATENÇÃO: ÉDEVER DE TODOS ZELAR PELA DIGNIDADE DO IDOSO!


O Capítulo III versa sobre a obrigação alimentar, o qual estabelece:

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso


optar entre os prestadores.

Esse artigo é muito incidente em provas de Concursos, geralmente as bancas


gostam de afirmar que a obrigação alimentar é determinada pelo Juiz ou Ministério f$&
Público, diante daqueles que apresentam as melhores condições para tal fim, mas isso
não condiz com o que preconiza a lei. Portanto, atente-se A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR É
SOLIDÁRIA, e o idoso tem o direito de OPTAR entre os prestadores.
O Capítulo IV versa sobre o Direito à saúde, e deste capítulo destacaremos o /*Êk

pressuposto da garantia de atenção integral à saúde do idoso por intermédio do Sistema


Único de Saúde - SUS, por meio do acesso universal e igualitário. Ainda neste capítulo,
no mesmo artigo (Art. 15) o parágrafo 3o versa sobre a proibição de discriminação do
idoso nos planos de saúde, através da cobrança de valores diferenciados em razão da
idade. Embora saibamos que na realidade os Planos de Saúde cobram valores absurdos
quando se tratam de idosos, NA LEI, e é o que será cobrado na sua prova, essa
discriminação é vedada!
Outra importante colocação nesse capítulo
versa sobre a proibição em exigir que o idoso
enfermo compareça perante os órgãos h
públicos. Se for do interesse do idoso este se fará §4° Os idosos portadores de
representar por procurador legalmente constituído,
se for do interesse do Poder Público o agente
deficiência ou com limitação
promoverá o contato com o idoso em sua incapacitante terão
residência. atendimento especializado.

Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito à


acompanhante.

Outro destaque a ser feito neste Capítulo, trata do direito do idoso em optar pelo
tratamento de saúde que lhe for mais adequado

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é


assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for
reputado mais favorável.

Página 267 de 307


0^ 2018

p Se o idoso não estiver em pleno domínio de suas faculdades mentais, ou


m seja, não possuir as condições necessárias para decidir racionalmente sobre seu
* tratamento de saúde, o dispositivo preconiza que, a opção será feita:
^ I. Pelo curador, quando o idoso for interditado;
f* II. Pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser
0^ contactado em tempo hábil;
III. Pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver curador ou
f^ familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
f* No tocante à violência cometida contra idoso, o dispositivo prevê que todos os casos
ps serão objeto de notificação pelos serviços de saúde públicos e privados, bem como deverão
_ ser comunicados a:
* • Autoridade policial;
^ • Ministério público; §1© Para os efeitos desta
p* • Conselho Municipal do Idoso; Ijei considera-se
m • Conselho Estadual do Idoso; violência qualquer ação
Conselho Nacional do Idoso; ou omissão praticada em
local público ou privado
P* quee lhe cause morte,
mor
m dano>ou
ou sofrimento 1físico
ou psicológico.

O Capítulo V do dispositivo legal em tela versa sobre o Direito à Educação, Esporte,


^ Cultura e lazer, e deste capítulo consideramos como mais o importante o que versa o Art.
p* 23, a saber:
$fc\
nA participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos 50% nos ingressos para eventos artísticos,
f^ culturais, esportivos e de lazer, bem coma, acesso preferencial aos respectivos
A locais."

^ No que diz respeito à Profissionalização e o Trabalho, ao idoso é vedada a


ps discriminação e por idade e a fixação de idade máxima para admissão em qualquer
trabalho ou emprego, INCLUSIVE PARA CONCURSOS!
^ EO§ único traz um aspecto que sempre cai em provas de concursos, a saber:

O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade,


dando-se preferência ao de idade mais elevada.
0Pi

p* Já no que que diz respeito às políticas de Previdência Social, Assistência Social e


_ Habitação, os destaques a serem feitos são:

f* • Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, Io de Maio, é a data base dos aposentados e
ms pensionistas.
• Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada,
^ conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
pv na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas
_ pertinentes.

_^ Serviço Social para Concursos


a
Art. 34. Aos idosos a partir de 65 anos que não possuam meios
para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua
família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário
mínimo, nos termos da LOAS.

# Agora quero que você preste bastante atenção às prerrogativas


sobre Habitação, pois são bastante incidentes nas provas!

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos


públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição do imóvel, para moradia
própria, observado o seguinte:
I. Reserva de pelo menos 3% das unidades habitacionais residenciais;
II. Implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao
idoso;
III. Eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas para garantia de
acessibilidade ao idoso;
IV. Critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de
aposentadoria e pensão.
§ Único: as unidades residenciais reservadas para os idosos devem situar-se,
preferencialmente, no pavimento térreo.

Outro destaque necessário é quanto a prerrogativa dos TRANSPORTES para a


pessoa idosa, esse tema também é bastante incidente nas provas de Concursos
Públicos:
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cincos fica assegurada a gratuidade
dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos
e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
Q
.:

Atente-se para idade de 65 anos!!!

§2°. Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10%
dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
§3°. No caso das pessoas compreendidas na faixa etária
entre 60 e 65 anos, ficará a critério da legislação local
RESERVADO
dispor sobre as condições para exercício da gratuidade; PARA
IDOSOS

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual, observa-se-á, nos termos da


legislação específica:
I. A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual
ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

Página 269 de 307


0^\

yf) ) 'A

II. Desconto de 50%, no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que
excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos.

Ou seja, após esgotadas as duas vagas gratuitas, o idoso que possuir renda igual
ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos poderá recorrer ao desconto de 50% na sua
passagem, entendido?

f?

Art. 41. Éassegurada a reserva, para os idosos, de 5% das vagas


(Ê^ nos estacionamentos públicos e privados.

KJ

O Título III também é importante, pois trata das Medidas Protetivas, e se você
0S
está se preparando para Concursos como Tribunais de Justiça, Ministério Público da
União, atenção redobrada, pois é nesse viés que costumam ser cobradas as questões
sobre Idosos...

AS MEDIDAS DE

ãSs
PROTEÇÃO AO
AÇÃO OU IDOSO SERÃO
OMISSÃO DA APLICADAS SEMPRE
/ps
SOCIEDADE OU QUE SEUS DIREITOS
DO ESTADO FORAM VIOLADOS
POR:
EM RAZÃO DE SUA
CONDUTA

POR FALTA, OMISSÃO OU


ABUSO DA FAMÍLIA,
CURADOR, OU ENTIDADE DE
ATENDIMENTO

As MEDIDAS DE PROTEÇÃO podem ser aplicadas isoladas ou


cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
O Título IV versa sobre a Política de Atendimento ao Idoso a qual deverá ser
ofertada por meio de um conjunto articulado de ações governamentais e não
governamentais dos três entes federativos.
CAPÍTULO III - Das entidades de Atendimento ao Idoso

Serviço Social para Concursos

0Ê\
Os órgãos responsáveis pela FISCALIZAÇÃO das entidades de atendimento
ao idoso são:

• Conselho do Idoso
• Ministério Público
• Vigilância Sanitária
• E outros previstos em lei.

r*.
PRINCÍPIOS QUE DEVERÃO SER ADOTADOS PELAS
ENTIDADES DE LONGA PERMANÊNCIA
Preservação dos vínculos familiares
Atendimento personalizado e em pequenos grupos
Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso
- de força maior
Participação do idoso nas atividades comunitárias;
Observância dos direitosdos idosos;
Preservação da identidade do idoso e oferecimento de
ambiente de respeito e dignidade.

kJ

OTÍTULO V versa sobre o Acesso à Justiça pelo Idoso, o destaque a ser feito refere-se
ao artigo 71, também bastante recorrente em questões de concursos, vamos lá:

/S\

Art. 71. Éassegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na


execução dos atos e diligêndas judiciais em que figure como parte pessoa comidade
igual ou superior a 60 anos, em qualquer instância.

Enfim, concluímos a nossa aula de hoje. Oconteúdo exposto acima segue a proposta de
estudo direcionado, abordando os principais aspectos constantes nas provas de
Concursos Públicos, mas não esqueça de ler na íntegra toda a legislação aplicada, e
aprofundar ainda mais seus estudos.
Até breve.

Página 271 de 307


0b\

• —
• —
QUESTÕES
• —
• —

1. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população brasileira


gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços, no
desenvolvimento das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa população,
julgue o item seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos dos idosos.
É responsabilidade do Ministério Público, do conselho do idoso e da vigilância
sanitária fiscalizar as entidades governamentais e não governamentais de
atendimento ao idoso.

( ) CERTO ( )ERRADO

2. (UFMA/2016) O Benefício de Prestação Continuada - BPC que consiste no


pagamento mensal de 01(um) salário mínimo é um direito garantido por lei,
concedido a idosos e pessoas com deficiência. As condições para acessá-lo
incluem:
a) 67 anos para idosos, 14 anos para pessoas com deficiência e renda per capita
inferior a Va do salário mínimo
b) 70 anos para idosos, 12 anos para pessoas com deficiência e renda per capita
inferior a Va do salário mínimo
c) 65 anos para idosos, qualquer idade para pessoas com deficiência e renda per
capita inferior a Va do salário mínimo
d) 60 anos para idosos, qualquer idade para pessoas com deficiência e renda per
capita inferior a Va do salário mínimo
e) 60 anos para idosos, 14 anos para pessoas com deficiência e renda per capita
inferior a Va do salário mínimo

3. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população brasileira


gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços, no
desenvolvimento das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa
população, julgue o item seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos dos
idosos.

As empresas de transporte coletivo interestadual devem garantir a reserva de duas


vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários
mínimos.

( ) CERTO ( )ERRADO
JPS

4. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população brasileira


^ gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços, no desenvolvimento
p* das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa população, julgue o item
m seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos dos idosos.
^ Éassegurado ao idoso internado em instituição de saúde pública ou privada o direito
* a acompanhante em tempo integral, exceto nos casos de morbidades endêmicas e
P1 transmissíveis.

C ( ) CERTO ( ) ERRADO

-, Serviço Social para Concursos


5. (FCC/AL-MS/2016) De acordo com o Estatuto do Idoso, é correto afirmar:
a) Falecendo o idoso, beneficiado com a prioridade de tramitação em um determinado
processo judicial, o benefício será estendido em favor do cônjuge supérstite, ainda que
com idade inferior a sessenta anos.

b) Aos idosos, a partir de sessenta anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de
um salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOA.
c) É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores
diferenciados em razão da idade.

d) Considera-se apenas infração administrativa, punida com multa, obstar o acesso de


alguém a um determinado cargo público por motivo de idade.
e) No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da
legislação específica, a reserva de três vagas gratuitas, por veículo, para idosos com
renda igual ou inferior a dois salários mínimos.

GABARITO:

1. C 2. C 3. C 4. E 5. C

NÚMERO DE ACERTOS: 1^^ NÚMERO DE ERROS:


<S>

= 1 QUESTÕES COMENTADAS

1. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população brasileira


gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços, no
desenvolvimento das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa
população, julgue o item seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos dos
idosos.

E responsabilidade do Ministério Público, do conselho do idoso e da vigilância


sanitária fiscalizar as entidades governamentais e não governamentais de
atendimento ao idoso.

(X ) CERTO ( ) ERRADO

Página 273 de 307


Comentário: Sim, alternativa correta. É de responsabilidade do MP, do Conselho do
Idoso e da Vigilância Sanitária fiscalizar as entidades de atendimento ao idoso. Falamos
sobre isso na aula!

2. (UFMA/2016) O Benefício de Prestação Continuada - BPC que consiste no


pagamento mensal de 01(um) salário mínimo é um direito garantido por lei,
concedido a idosos e pessoas com deficiência. As condições para acessá-lo
incluem:
a) 67 anos para idosos, 14 anos para pessoas com deficiência e renda per capita
inferior a Va do salário mínimo (ERRADA)
Comentário: a idade para idosos é 65 anos, e para Pessoas com Deficiência não
^ existe critério de idade.
f^ b) 70 anos para idosos, 12 anos para pessoas com deficiência e renda per capita
p^ inferior a Va do salário mínimo (ERRADA)
Comentário: Mesma justificativa anterior.
^ c) 65 anos para idosos, qualquer idade para pessoas com deficiência e renda
ps per capita inferior a Va do salário mínimo
_ Comentário: Alternativa correta, a idade mínima para concessão do BPC é de 65
^ anos, e a renda per capta deve serinferior a 1A do salário mínimo. Atente-se para
p* a questão da idade!
^ d) 60 anos para idosos, qualquer idade para pessoas com deficiência e renda per
capita inferior a Va do salário mínimo (ERRADA)
P1 Comentário: Mesma justificativa dos itens a e b.

f* 3. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população


m brasileira gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços,
no desenvolvimento das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa
^ população, julgue o item seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos
4* dos idosos.

P1 As empresas de transporte coletivo interestadual devem garantir a reserva de duas


^ vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a dois salários
mínimos.
( X ) CERTO ( ) ERRADO

ps Comentário: Certíssima! As empresas de transporte público INTERESTADUAL


devem ofertar duas vagas gratuitas para idosos, e lembre-se, após esgotadas as
^ duas vagas deverão oferecer 50% dedesconto na passagem para o idoso que possuir
p* renda inferior a dois salários mínimos.

4. (CESPE/TCE-PA/2016) Tendo em vista que o envelhecimento da população brasileira


^ gera necessidades de mudanças na organização de ações e serviços, no desenvolvimento
fh das políticas públicas e na ampliação dos direitos dessa população, julgue o item
seguintes à luz da legislação pertinente aos direitos dos idosos.
_, É assegurado ao idoso internado em instituição de saúde pública ou privada o direito
^ a acompanhante em tempo integral, exceto nos casos de morbidades endêmicas e
pk transmissíveis.

0&\

Serviço Social para Concursos


( ) CERTO (X )ERRADO
Comentário: Errado! Não existe exceção para o direito à acompanhante!

5. (FCC/AL-MS/2016) De acordo com o Estatuto do Idoso, é correto afirmar:


a) Falecendo o idoso, beneficiado com a prioridade de tramitação em um determinado
processo judicial, o benefício será estendido em favor do cônjuge supérstite, ainda que
com idade inferior a sessenta anos.

Comentário: Obenefíciode que trata o artigo estende-se em favordo cônjuge sim, desde
que maior de sessenta anos.
b) Aos idosos, a partir de sessenta anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de
um salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - LOA.
Comentário: Atenção para a IDADE, o correto é 65 anos!
c) É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da idade.
Comentário: Exatamente. Os planos de saúde não podem cobrar valores diferenciados
aos idosos em virtude da sua idade.

e) Considera-se apenas infração administrativa, punida com multa, obstar o acesso de


alguém a um determinado cargo público por motivo de idade.
Comentário: Évedado a discriminação e Fixação de limite de idade inclusive para fins
de Concursos Públicos, porém não se trata de infração administrativa.
e) No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da
legislação específica, a reserva de três vagas gratuitas, por veículo, para idosos com
renda igual ou inferior a dois salários mínimos.
Comentário: A reserva de DUAS vagas.

Página 275 de 307


2018

DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

LEI 7.853/1989 a qual Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua
integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras
providências.

POLÍTICA NACIONAL PARA A INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA DE


DEFICIÊNCIA - Decreto 3.298/1999 regulamenta a Lei 7.853/1989, consolida as
normas de proteção e dá outras providências.

Estes são os dois diplomas legais que utilizaremos nesta aula para tratar dos
direitos e garantias inerentes às Pessoas com Deficiência. Logo, são os mais cobrados
em Concursos Públicos.
A priori, consideramos importante desconstruir o pressuposto da deficiência vista
como doença, ou algo incapacitante. Atualmente tratamos da deficiência ultrapassando
a perspectiva de anomalia, e reconhecendo que deve ser vista como um fenômeno que
ocorre na relação do indivíduo com o meio física, social e político. E nessa
perspectiva pensar que as limitações não são exclusivas da pessoa e sim que se
expressam ao entrar em contato com as diversas barreiras que os meios supracitados
0H apresentam. A deficiência deve ser vista a partir de uma concepção mais ampla,
ultrapassando a esfera individual.
Os estudos e dispositivos legais vigentes no Brasil organizam-se a partir do
^ princípio da Inclusão Social, o qual diz respeito a necessidade de construção de
f\ ambientes em contextos inclusivos. Ratificando a idéia necessária de transpor a
_ deficiência do plano individual para o coletivo.
O primeiro dispositivo legal apresentado, a Lei 7.853/1989 traz em seu artigo Io
^ o seguinte texto:
my "Ficamestabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos
direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua
^* efetiva integração social, nos termos desta Lei."

Conseguem visualizar a relação da pessoa com deficiência em total interação com o meio
f* ambiente físico, social e político? Dessa maneira àquelas garantias e direitos
ps fundamentais também são garantidos às pessoas com deficiência, a saber:
py > Igualdade de tratamento;
' > Oportunidade da Justiça Social;
^ > Respeito à dignidade da pessoa humana;
p* > Bem estar;
^ > Educação;
v > Saúde;
P > Trabalho;
ps > Lazer;
> Previdência Social;
^ > Amparo à infância e maternidade.

Serviço Social para Concursos

0^.
Se você observar os direitos e garantias fundamentais são semelhantes em todas as
legislações destinadas aos segmentos (infância e adolescência, idoso, mulher), todos
versam sobre os direitos básicos inerentes à todos os seres humanos, mas em cada caso
dada a devida ênfase necessária.

A Lei 7.853 versa sobre algumas medidas que devem ser aplicadas em cada
política social, abrangendo Educação, Saúde, Formação profissional, trabalho e Recursos
humanos e Edificações. A lei propõe a viabilização, sem prejuízos de outras normas:

• Na área da Educação: de ações voltadas para a inclusão da Educação especial


no sistema educacional, como modalidade educativa, que abranja todos os
níveis educacionais. Não somente nas escolas públicas, como também na rede
privada de ensino. A lei prevê também a gratuidade da modalidade de educação
especial em âmbito público/governamental, bem como a oferta de tal modalidade
em ambientes hospitalares nos quais existam educandos portadores de
deficiência internados por período superior a 1 (um) ano.

• Na área da Saúde: o desenvolvimento de ações preventivas, referentes à


planejamento familiar, aconselhamento genético, acompanhamento da gravidez.
nutrição da mulher e da criançar acompanhamento e controle da gestante e do
feto de alto riscof entre outras que você pode conferir na letra da lei. Ainda no
âmbito da saúde a lei prevê a criação de programas especiais de prevenção
aos acidentes de trabalho e de trânsito. Rede de serviços especializados de
habilitação e reabilitação, e ainda atendimento domiciliar ao deficiente grave não
internado.

• Na área de formação profissional e trabalho: Apoio à formação


profissional e acesso aos cursos regulares, mediante iniciativas governamentais.
Surgimento e manutenção de empregos destinados à pessoas portadoras de
deficiência. Ações que propiciem a inserção destas pessoas nos âmbitos públicos
e privados.

o Na área de Recursos Humanos: prevê a formação de professores e


profissionais aptos a atuar com o segmento em tela, que consigam atender
às demandas oriundas das pessoas portadoras de deficiência. Prevê ainda o
incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as áreas
do conhecimento relacionadas à Pessoas com deficiência.

o Edificações: a adoção e efetiva execução de normas que garantam a


funcionalidade das edificações e evitem ou removam as barreiras às pessoas
com deficiência.

Não há muito o que dialogar sobre as proposições de tais legislações uma vez que, o
importante para a sua prova é o conhecimento literal da Lei, pois é este queserá exigido,
dessa forma, passemos adiante para os demais artigos.

No tocante às MEDIDAS JUDICIAIS destinadas à proteção de interesses das


pessoas com deficiência é preciso saber que poderão ser propostas por diferentes
órgãos, a saber:

Página 277 de 307


áS\

p > Ministério Público.


> Defensoria Pública.
^ > União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
p* > Por Associação constituída a mais de 1 (um) ano.
^ > Por autarquia.
> Empresa pública.
O > Fundação ou sociedade de economia mista que inclua entre as suas finalidades
p* a proteção e promoção dos interesses das pessoas com deficiência.

Estes são os órgãos e entes

j-
competentes para requerer a
aplicação de medidas judiciais em
prol dos direitos das pessoas
portadoras de deficiência.

P" A lei traz vários parágrafos sobre tais medidas, para sua preparação consideramos
a mister elencar apenas os órgãos e entes competentes para requerimento das medidas,
mas orientamos que você leia os parágrafos da Lei para que não passe nada
^ despercebido.
^ Outra informação relevante consiste no que versa o artigo 5o "OMinistério Público
p intervira obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se
^ discutam interesses relacionados às pessoas com deficiência."

^ Outro ponto que devemos dedicar atenção diz respeito aos crimes previstos na Lei,
• pois costumeiramente esse conhecimento costuma ser cobrado nas provas de Concursos
f^ Públicos. Vamos a eles...

f* • Artigo 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
m I. recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
^ curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
p II. obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer
m cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
III. negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua
P* deficiência;
m, IV. recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência
médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;
^ V. deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial
p\ expedida na ação civil a que alude esta Lei;
m VI. recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da
^ ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados.

0&\

Serviço Social para Concursos

0&\

f0^
Pena: RECLUSÃO de2a5 anos e
MULTA!

Se o crime for praticado por ^vSIncorre nas mesmas penas que


Pessoa com deficiência menor impede ou dificulta o ingresso de
pessoa com deficiência em planos
de 18 anos, a pena é agravada de saúde. INCLUSIVE, com
em 1/3. cobrança de valores diferenciados.

Se o crime for
praticado em
atendimento de
Esses são os principais pontos a serem abordados no
urgência e
tocante à Lei 7.853/1989, vamos agora às
emergência, a pena é
considerações relativas à Política Nacional para a
agravada em 1/3.
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Embora o termo Pessoa portadora de deficiência
esteja em desuso, estamos fazendo uso deste devido à Política Nacional ainda utilizá-lo,
a fim de não dificultar seu processo de aprendizagem, utilizaremos o mesmo termo. Mas
lembre-se: o termo vigente é Pessoa com Deficiência.
A Política Nacional não se trata de uma legislação diferente da que tratamos
anteriormente, mas sim um aparato complementar e reoulamentador da Lei 7.853. O
diferencial de tal normativa é a definição de alguns conceitos, inclusive de grande
importância, vamos ver:
> Deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho
de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
> Deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um
período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de
que se altere, apesar de novos tratamentos; e

> Incapacidade - uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração


social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos /^h

especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir


informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou
atividade a ser exercida.

Viram que existem diferenças entre Deficiência, Deficiência Permanente e


Incapacidade? E importante que você aprenda bem estes conceitos, pois as chances de
serem cobrados são grandes!!!
No tocante à caracterização da pessoa com deficiência a lei prevê que:

Página 279 de 307

/fl^
9

São
9
consideradas

9 Pessoas com
9 Deficiência
9
DEFICIÊNCIA VISUAL

9 DEFICIÊNCIA AUDITIVA

9
9 DEFICIÊNCIA MENTAL

9
9 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

9
A Política Nacional também elenca alguns PRINCÍPIOS norteadores das ações, a
9 saber:

9 > Desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de modo


a assegurar a plena integração, da pessoa- portadora de deficiência no
~
contexto socioeconômico e cultural;
9
9 > Estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e operacionais que
9 assegurem às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus
9 direitos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu
bem-estar pessoal, social e econômico; e
9
9
> Respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber igualdade
de oportunidades na sociedade por reconhecimento dos direitos que lhes são
9 assegurados, sem privilégios ou paternalismos.
9
9 Além dos princípios é importante elencarmos aqui as DIRETRIZES constantes na Política
Nacional, vamos lá...
9
9
9 > Estabelecer mecanismos que acelerem e favoreçam a inclusão social da
pessoa portadora de deficiência;
9

9
Serviço Social para Concursos
> Adotar estratégias de articulação com órgãos e entidades públicos e
privados, bem assim com organismos internacionais e estrangeiros para a
implantação desta Política;

> Incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitadas as suas


peculiaridades, em todas as iniciativas governamentais relacionadas à
educação, à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à previdência social, à
assistência social, ao transporte, à habitação, à cultura, ao esporte e ao
lazer;

> Viabilizar a participação da pessoa portadora de deficiência em todas as


fases de implementação dessa Política, por intermédio de suas
entidades representativas;

> Ampliar as alternativas de inserção econômica da pessoa portadora de


deficiência, proporcionando a ela qualificação profissional e incorporação no
mercado de trabalho; e

> Garantir o efetivo atendimento das necessidades da pessoa portadora


de deficiência, sem o cunho assistencialista.

E por último temos os OBJETIVOS da Política Nacional, a saber:

> O acesso, o ingresso e a permanência da pessoa portadora de deficiência


em todos os serviços oferecidos à comunidade;

> Integração das ações dos órgãos e das entidades públicos e privados nas
áreas de saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social,
edificação pública, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer,
visando à prevenção das deficiências, à eliminação de suas múltiplas causas
e à inclusão social;

> Desenvolvimento de programas setoriais destinados ao atendimento das


necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência; formação de
recursos humanos para atendimento da pessoa portadora de deficiência; e
> Garantia da efetividade dos programas de prevenção, de atendimento
especializado e de inclusão social.

Aqui foram elucidados os principais pontos de ambos os dispositivos legais que


versam sobre os direitos e proteção à Pessoa com Deficiência, como sempre orientamos ^
a leitura integral das legislações, mas consideramos que os pontos abordados aqui são "%
os que em 90% dos casos estão presentes em provas de Concursos Públicos para o Cargo mK
de Assistente Social. ?

Até a próxima aula, e bons estudos! ^

Página 281 de 307 ^

f^ts
QUESTÕES

1)(PREFEn~URA DE TERESINA/2016/FCC) São consideradas pessoas com deficiência


aquelas que têm com impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, que diante de diferentes barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva de forma igualitária na sociedade e com as demais pessoas.
Nesse sentido, os Conselhos federal, estaduais e municipais, dos Direitos da Pessoa
com Deficiência têm como competência
a) executar as políticas públicas relativas à pessoa com deficiência.
b) zelar pela implementação da política para inclusão da pessoa com deficiência.
p c) definir a proposta orçamentária para política para inclusão da pessoa com
' deficiência.
d) elaborar estudos e pesquisas sobre a qualidade de vida da pessoa com deficiência.
P e) desenvolver campanhas de prevenção de deficiências.

f* 2) (FCM/IF-SUDESTE/2016) De acordo com o Decreto 3.298 de 1999, que regulamenta


p\ a Lei n° 7.853, de 24 de outubro de 1989 e dispõe sobre a Política Nacional para a
' Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, as escolas e as instituições de educação
^ profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para atender as
p* peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como

a) auxílio moradia no valor de l(um) salário mínimo.


f* b) bolsa de estudos no valor de l(um) salário mínimo.
p\ c) transporte para o deslocamento das pessoas com dificuldade de locomoção.
d) tutores especializados para a oferta domiciliar de conteúdos e aplicação de provas.
^ e) adaptação de recursos institucionais: material pedagógico, equipamento e currículo.

^ 3) (IF-PARANÁ) Quanto aos objetivos e de acordo com a Política Nacional para


p> Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, marque V para verdadeiro ou F para
^ falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.
f** ( ) Desenvolvimento de programas setoriais destinados ao atendimento das
p» necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência.
p ( ) Formação de recursos humanos para atendimento da pessoa portadora de
deficiência.
^ ( ) Oacesso, o ingresso e a permanência da pessoa portadora de deficiência em todos
p* os serviços oferecidos à comunidade.
p* ( ) Integração das ações dos órgãos e das entidades públicas e privadas nas áreas de
^ saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social, edificação pública,
previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção das
P deficiências, à eliminação de suas múltiplas causas e à inclusão social.
f* a) V/V/V/V
p* b) F/ F/ V/ V
' c) F/V/F/V
<* d)V/F/V/F
p» e) F/F/F/V

Serviço Social para Concursos

0$\
4) (FCC/MPE-SE) A Lei n° 7.853/89 disciplinou dentre outras, a atuação do Ministério
Público no sentido de
a) recusar, retardar ou dificultar a internação em abrigo especializado de pessoa com
deficiência para salvaguardar o seu direito à convivência familiar e comunitária.
b) punir com reclusão de quatro anos a pessoa que obstar o acesso de alguém a
qualquer cargo público, por motivos derivados da sua deficiência.
c) intervir obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se
discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.
d) fiscalizar o cumprimento da Lei de Cotas, orientando e instaurando inquéritos.
e)emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais
órgãos, no âmbito da Política Nacional para a integração da pessoa com deficiência.

5) (CESPE/DPU/2016) Assinale a opção correta acerca da Política Nacional para


Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.

a) Para fins de concessão de benefícios e serviços, a deficiência ou incapacidade deve


ser diagnosticada e caracterizada única e exclusivamente por médicos.
b) Um dos princípios dessa política é o respeito à condição do portador de deficiência,
por meio de privilégios de oportunidades na sociedade, devido ao reconhecimento dos
direitos que lhe são assegurados.
c) E considerada pessoa portadora de deficiência mental aquela com funcionamento
intelectual inferior à média, com manifestação em qualquer idade e independentemente
de outras limitações.
d) E considerada pessoa portadora de deficiência física apenas a que possui alteração
completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano que produza
dificuldade para o desempenho de funções.
E) Essa política exclui o atendimento domiciliar de saúde ao portador de deficiência
grave, em razão de contenção de recursos.

6) (CESPE/TER-BA) Acerca da política nacional para integração da pessoa portadora de


deficiência e demais legislações pertinentes, julgue os itens.
Essa política nacional estabelece, entre os seus princípios, o direito de ter privilégios
de oportunidades para assegurar a plena integração e o bem-estar pessoal, social e
econômico das pessoas com deficiência.
( ) certo ( ) errado

Página 283 de 307

/i$s
toi-

GABARITO:

1. B 2. E 3. A 4. C 5. D

6. E

NÚMERO DE ACERTOS:
O
fVI NÚMERO DE ERROS

= I QUESTÕES COMENTADAS

1) (PREFEITURA DE TERESINA/2016/FCC) São consideradas pessoas com deficiência


^ aquelas que têm com impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
p intelectual ou sensorial, que diante de diferentes barreiras, podem obstruir sua
j,fc participação plena e efetiva de forma igualitária na sociedade e com as demais
pessoas. Nesse sentido, os Conselhos federal, estaduais e municipais, dos Direitos
P" da Pessoa com Deficiência têm como competência
^ a) executar as políticas públicas relativas à pessoa com deficiência. (ERRADA)
^ b) zelar pela implementação da política para inclusão da pessoa com
f> deficiência.

• Comentário: Essa questão, a meu ver poderia ser anulada, uma vez que no
^ enunciado pede a competência sobre os Conselhos dos Direitos da PCD, no
p, entanto a justificativa para tal assertiva encontra-se no decreto 3.298/1999 o
qual dispõe sobre a Política Nacional de Integração para PCD, precisamente no
^ artigo 11, assunto estudado na nossa aula, porém a Política não faz menção à
p> Conselhos de diferentes entes, mas sim, ao CONADE (Conselho Nacional dos
' Direitos da PCD) e a este estabelece a competência de zelar pela implementação
^ da política. Para facilitar seu entendimento, memorize um aspecto: Conselhos de
p Direitos nunca serão responsáveis por executar as políticas, isso cabe ao Poder
0^ Executivo, também não definirá proposta orçamentária, no máximo auxilia na
elaboração desta. Em relação à elaboração de estudos e pesquisas obre a
f^ qualidade de vida e desenvolvimento de campanhas isto também não é
p\ competência dos Conselhos. Sempre que você precisar relacionar Conselhos e
competências pense em nos termos auxiliar, fiscalizar, zelar, etc.

p* c) definir a proposta orçamentária para política para inclusão da pessoa com


^ deficiência. (ERRADA)
O d) elaborar estudos e pesquisas sobre a qualidade de vida da pessoa com
«* deficiência. (ERRADA)
/Ps

_ Serviço Sodal para Concursos


e) desenvolver campanhas de prevenção de deficiências. (ERRADA)

2) (FCM/IF-SUDESTE/2016) De acordo com o Decreto 3.298 de 1999, que regulamenta


a Lei n° 7.853, de 24 de outubro de 1989 e dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, as escolas e as instituições de educação
profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para atender as
peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como

a) auxílio moradia no valor de l(um) salário mínimo. (ERRADA)


Comentário: Nenhuma das legislações faz menção a este tipo de benefício.

b) bolsa de estudos no valor de l(um) salário mínimo. (ERRADA)


Comentário: Nenhuma das legislações faz menção a este tipo de benefício.

c) transporte para o deslocamento das pessoas com dificuldade de locomoção. (ERRADA)


Comentário: Nenhuma das legislações faz menção a este tipo de benefício.

d) tutores especializados para a oferta domiciliar de conteúdos e aplicação de provas.


(ERRADA)
Comentário: Nenhuma das legislações faz menção a este tipo de benefício.

e) adaptação de recursos institucionais: material pedagógico, equipamento e


currículo.

Comentário: O artigo 29 versa sobre isso. Vejamos: Art. 29. As escolas e instituições
de educação profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para
atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como:
I. adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento e currículo;
II. capacitação dos recursos humanos: professores, instrutores e profissionais
especializados; e
III. adequação dos recursos físicos: eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais e
de comunicação.

3) (IF-PARANÁ) Quanto aos objetivos e de acordo com a Política Nacional para


Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, marque V para verdadeiro ou F para
falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.

( ) Desenvolvimento de programas setoriais destinados ao atendimento das


necessidades especiais da pessoa portadora de deficiência.

( ) Formação de recursos humanos para atendimento da pessoa portadora de


deficiência.

( ) O acesso, o ingresso e a permanência da pessoa portadora de deficiência em todos


os serviços oferecidos à comunidade.

( ) Integração das ações dos órgãos e das entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, transporte, assistência social, edificação pública,

Página 285 de 307


previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção das
deficiências, à eliminação de suas múltiplas causas e à inclusão social.

a) V/ V/ V/ V
b) F/ F/ V/ V
c) F/V/F/V
d) V/ F/ V/ F
e) F/ F/ F/ V

Comentário: A questão elenca assertivamente os quatro objetivos existentes na Política.


Vide Capítulo IV, Dos Objetivos.

4) (FCC/MPE-SE) A Lei n° 7.853/89 disciplinou dentre outras, a atuação do Ministério


Público no sentido de

a) recusar, retardar ou dificultar a internação em abrigo especializado de pessoa com


deficiência para salvaguardar o seu direito à convivência familiar e comunitária.
(ERRADA)
Comentário: Logicamente não será competência do MP recusar ou retardar a
internação de nenhuma pessoa com deficiência, a prerrogativa em optar pelo
atendimento em seio familiar e comunitário é prevista na Lei, mas em nenhum
momento tal legislação afirma ser de competência do MP retardar os casos de
internação.
b) punir com reclusão de quatro anos a pessoa que obstar o acesso de alguém a
qualquer cargo público, por motivos derivados da sua deficiência. (ERRADA)
Comentário: Antes da atualização de 2015 a pena prevista para quem impedisse
acesso de alguém a emprego ou cargo público era de 1 (um) a 4 (quatro) anos,
atualmente a Lei apresenta atualização a qual consta ser prevista pena de 2 (dois) a 5
(cinco) anos e multa para quem realizar tal conduta.

c) intervir obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em


que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.
Comentário: Correto, ver artigo 5o.
d) fiscalizar o cumprimento da Lei de Cotas, orientando e instaurando inquéritos.
(ERRADA)
Comentário: A Lei em nenhum momento faz menção à Lei de Cotas.

e) emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais


órgãos, no âmbito da Política Nacional para a integração da pessoa com deficiência.
(ERRADA)

5) (CESPE/DPU) Assinale a opção correta acerca da Política Nacional para Integração


da Pessoa Portadora de Deficiência.

Serviço Social para Concursos

r
a) Para fins de concessão de benefícios e serviços, a deficiência ou incapacidade deve ser ^
diagnosticada e caracterizada única e exclusivamente por médicos. (ERRADA)
Comentário: A centralidade no profissional de medicina é um fator que não se vê mais
presente nas prerrogativas legais atuais, a tendência atual é o enfoque nas equipes multi ^
e interdisciplinares. m^
b) Um dos princípios dessa política é o respeito à condição do portador de deficiência, por ^
meio de privilégios de oportunidades na sociedade, devido ao reconhecimento dos direitos /^^
que lhe são assegurados. (ERRADA)
Comentário: A legislação prevê a garantia de direitos, não de privilégios.
c) É considerada pessoa portadora de deficiência mental aquela com funcionamento
intelectual inferior à média, com manifestação em qualquer idade e independentemente
de outras limitações.
Comentário: O inciso IV do artigo 4o do Decreto 3.298/1999 estabelece que o
desenvolvimento intelectual inferior seja manifestado até os 18 (dezoito) anos de idade.
d) É considerada pessoa portadora de deficiência física apenas a que possui
alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano que
produza dificuldade para o desempenho de funções.
Comentário: Ver Artigo 4o, Inciso I.
F) Essa política exclui o atendimento domiciliar de saúde ao portador de deficiência grave,
em razão de contenção de recursos.

Comentário: A alternativa vai na contramão do que prevê a Lei em seu artigo 16, inciso
V.

6) (CESPE/TER-BA) Acerca da política nacional para integração da pessoa


portadora de deficiência e demais legislações pertinentes, julgue os itens.

Essa política nacional estabelece, entre os seus princípios, o direito de ter privilégios /9s
de oportunidades para assegurar a plena integração e o bem-estar pessoal, social e
econômico das pessoas com deficiência. ^
( ) certo (X ) errado ^

Comentário: Mais uma questão que traz o termo "privilégio" atente-se para isto, as ^
vezes fazemos uma rápida leitura e não observamos a existência de tal. A legislação ^
prevê atendimento e garantia aos direitos das PCD, porém não faz menção à privilégios. ^

rfr$S

Página 287 de 307 ^)


LEI MARIA DA PENHA

A lei n° 11.340/2006 é o diploma legal reconhecido nacionalmente como


referência aos direitos da mulher em sua descrição consta tais objetivos:
• Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher;
• Dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
mulher;
• Altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal.

Ou seja, a maioria das questões de Concursos que versem sobre direitos da mulher
estarão relacionados à Lei Maria da Penha! Nesta aula discorreremos sobre os pontos da
lei mais recorrentes em provas de Concursos, e como sempre, alertamos para a
importância da leitura integral da legislação!

/fps

Dispõe sobre a
criação dos
Juizados;
/PN

Estabelece medidas de
assistência e proteção
às mulheres em
situação de violência.

Esse é o tripé básico que compõe a Lei Maria da Penha, e o pontapé inicial para que
você possa entendê-la. De início a lei traz as mesmas garantias e direitos fundamentais
que você já conhece, direito à vida, à segurança, à saúde, entre outros, e em seguida
estabelece a responsabilidade sobre tais garantias, a saber:

#K

Serviço Sodal para Concursos

0£\
-

Art. 3. §2°. Cabe à família, à sociedade e ao poder público criaras condições necessárias
para o efetivo exercício dos direitos enunciados;

Dessa forma é mister saber: a responsabilidade pelos direitos e garantias das


mulheres é tripartite:
FAMÍLIA - SOCIEDADE - PODER PÚBLICO

O Título II versa sobre os conceitos e definições de violência, e é muito incidente em


questões de concursos, preste atenção!

"Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial;"

GÊNERO

SOFRIMENTO SOFRIMENTO SOFRIMENTO


FÍSICO PSICOLÓGICO SEXUAL

Essas são as palavras chaves que você deve memorizar com relação ao conceito
de violência doméstica e familiar, a letra da Lei versa sobre cada uma delas de maneira
detalhada. Vale a pena recorrer à legislação!

A violência doméstica e familiar pode ocorrer em três âmbitos distintos, a saber:


• No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas.
• No âmbito da família;
• Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independente de coabitação.

E atenção: AS RELAÇÕES PESSOAIS INDEPENDEM DE ORIENTAÇÃO SEXUAL!

Página 289 de 307


Atente para o detalhe: inclusive as
esporadicamente agregadas. Ex.: alguma amiga sua
freqüenta sua casa aos finais de semana pois mora
em outra cidade e as aulas da sua pós-graduação é
na cidade da sua residência, nesses finais de
semanas ela sofre algum tipo de violência pelo seu
pai, companheiro ou irmão, neste caso aplica-se a
Lei Maria da Penha.

O capítulo II versa sobre as FORMAS DE VIOLÊNCIA, aqui vamos apenas citá-las,


recorra à legislação para ler a descrição completa!
. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
• VIOLÊNCIA SEXUAL
• VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
• VIOLÊNCIA MORAL
É menos incidente encontrarmos questões que cobrem do candidato o
conhecimento das formas de violência, mas em alguns casos acontece, então fique por
dentro!
Uma vez entendido os tipos de violência, as diretrizes básicas da Lei Maria da
Penha, e demais considerações iniciais, vamos agora tratar da Assistência à mulher em
situação de violência, e daqui em diante todos os assuntos abordados são de extrema
importância, portanto, atenção!
O Artigo 9. versa sobre a assistência à mulher em situação de violência, e
preconiza que:
• Será prestada de forma articulada e .conforma as.diretrizes da LOAS, do SUS,
do Sistema Único de Segurança Pública entre outras;
• O juiz assegurará à mulher em situação de violência a inclusão da mulher no
cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal;
• O juiz também assegurará acesso prioritário à remoção quando servidora
pública;
• Manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento, por
até seis meses;

No tocante à Autoridade Policial, tivemos algumas mudanças no ano de 2017 (lei


13.505). O artigo 10 já trazia que na hipótese da iminência ou da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis. Foi acrescido o Art. 10-
A, que afirma que é direito da mulher em situação de violência doméstica e
#N
familiar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado
por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
^ Além disso:
j* § lfl A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de
testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
^ obedecerá às seguintes diretrizes:
(^ I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,
considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência
** doméstica e familiar;

Serviço Social para Concursos


II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de ^
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato ^
direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas; ^
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o ^\
mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como
questionamentos sobre a vida privada. ^
§ 2Q Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de ^
testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte
procedimento: -^
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual ^
conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação
de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da ^
violência sofrida; ^
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado '
em violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou
policial; ^
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a ^
degravação e a mídia integrar o inquérito.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a m>


AUTORIDADE POLICIAL DEVERÁ, entre outras providências
I.Garantir proteção policial quando necessário e comunicar imediatamente ao ^
Ministério Público; ^
II.Encaminhar a ofendida à hospital ou posto de saúde e Instituto Médico Legal; ^
III.Fornecer transporte à ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida; "^
IV.Se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus ^
pertences do local da ocorrência ou domicílio familiar;
V.Informar à ofendida os direitos a ela conferidos; ^
Essas são as providências que devem ser tomadas imediatamente pela Autoridade ^
Policial que tomar conhecimento da ocorrência.
Ademais temos ainda os procedimentos que também devem ser adotados pela
Autoridade Policial, os quais são: ^
• Ouvir a ofendida e lavrar boletim de ocorrência; ^
• Colher todas as provas;
• Remeter, no prazo de 48 horas, expediente apartado ao juiz com pedido da ^
ofendida para concessão de medidas protetivas de urgência; <m^
• Determinar que se proceda ao exame de corpo de delito;
• Ouvir o agressor e testemunhas; ^
• Ordenar a identificação do agressor; n
• Remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério ^
Público. •

Os atos processuais poderão ^


serrealizados em horário ^
noturno! ^

Página 291de 307 ^


Atenção para um artigo que é bem presente
nas questões de concursos:

r ^
Art. 17. ÉVEDADA a aplicação, em casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
< básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a >
substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa.

Então, SEMPRE que a questão considerar penas de cesta básica, pagamento de multa
ou qualquer forma de pagamento em dinheiro, considere ERRADA!
Sobre as MEDIDAS PROTETIVAS o que você precisa saber é que:
• Poderão ser concedidas pelo juiz, pelo Ministério Público ou a pedido
da ofendida;
• Poderão ser concedidas de imediato, independente de audiência das partes;
• Serão aplicadas isoladas ou cumulativamente, e poderão ser substituídas à
qualquer tempo por outras de maior eficácia.

Em qualquer fase do inquérito ou da instrução criminal caberá a prisão


preventiva do agressor.

E sobre as Medidas Protetivas de Urgência, a lei versa sobre duas condições, a primeira
aplicadas ao Agressor, a segunda à ofendida, vamos ver em detalhes quais são tais medidas:

Que obrigam o Agressor:

Suspensão do porte de armas;


Afastamento do Lar;

Proibição de determinadas condutas:


p\ > Aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas;
> Contato com a ofendida e seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
> Frequentação de determinados lugares;
> Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores.
> Prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

Serviço Social para Concursos


_^ À ofendida:
Encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento;
Determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio
após afastamento do agressor;
Determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos à
bens, guarda dos filhos e alimentos;
Determinar a separação de corpos.

Em 2018 tivemos um acréscimo importante à essa lei, a partir da lei 13.641, que verde
sobre o crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência. No artigo 24-
A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta
Lei:

•*• Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ lfl A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que


deferiu as medidas.

§ 2fl Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder


fiança.
§ 3a O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

Sobre a atuação do Ministério Público cabe o destaque para suas competências, assunto ^)
recorrente, sobretudo, se sua prova for de Tribunais, Ministérios Públicos do Estado ou ^
União, e até Defensoria Pública, preste atenção: *)

♦ São atribuições do MP: ^


> Requisitar força policial e serviços públicos de saúde, educação, assistência m^
social, segurança e outros; ^
> Fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à ^
mulher vítima de violência e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou *)
judiciais cabíveis; ^
> Cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. ^

Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher deverá


estar acompanhada de advogado ou defensor público. Salvo
situações de aplicação de medidas de urgência, as quais
dispensam a presença de advogado ou defensor.

Página 293 de 307

/9k
ni$

_ I QUESTÕES

1) (EXATUS/2016/Ceron-RO) No que tange a Lei Maria da Penha, é correto afirmar


que:
a) A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, esp
cialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação
do advogado constituído ou do defensor público.
b) Na concessão de medida judicial de urgência, poderá a ofendida entregar intimação
ou notificação ao agressor.
c) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado.
d) Poderá a Defensoria Pública, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas,
encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento.

2) (EXATUS/2016/Ceron-RO) Para os efeitos da Lei Maria da Penha, configura-se


violência doméstica e familiar contra a mulher:
a) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial.
b) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano
patrimonial.
c) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico ou sexual, não incluindo o dano moral ou patrimonial.
d) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

3)(PREFEITURA DE FORTALEZA/2016) De acordo com a Lei n° 11.340, de 7 de agosto


de 2006, a Lei Maria da Penha, assinale a alternativa correta quanto as Medidas
Protetivas de Urgência ao Agressor.
a) Prisão em 48 horas e afastamento temporário do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida.
b) Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvindo a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar.
c) Determinação da separação de corpos.
d) Determinação do afastamento da mulher e seus filhos do lar, sem prejuízo dos
direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.

4) (CESPE/TRT 8a/2016) Maria, com setenta e cinco anos de idade, viúva, com
diversos problemas de saúde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de
idade, e com o filho José, de cinqüenta e dois anos de idade. Freqüentemente,
Maria e Ana são vítimas de situações de violência praticadas por José,
dependente de álcool há mais de vinte anos. Mãe e filha, cansadas de serem
agredidas física e verbalmente, foram à polícia e fizeram uma denúncia contra
José.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei
Maria da Penha — Lei n.° 11.340/2006 — e no Estatuto do Idoso — Lei n.°
10.741/2003.

Serviço Social para Concursos


e) ea) O juiz somente poderá determinar o afastamento de José da residência da mãe ^
após a conclusão do inquérito policial. ^
b) Após o registro da ocorrência, a autoridade policial deve conceder, no prazo de ^
vinte e quatro horas, medida protetiva de urgência
/^
c) Tanto Maria quanto Ana pode entregar a José a intimação para comparecimento
deste perante o juiz. ^
d) OMinistério Público poderá determinar que José seja incluído em programa oficial ^
de tratamento de usuários dependentes de drogas lícitas. ^
e) A prisão preventiva de José somente poderá ser decretada pelo juiz quando o ^
inquérito policial estiver concluído. _

5) (FCM/IF-Sudeste/2016) De acordo com a Lei 11.340\2006 (Lei Maria da Penha), ^


constatada a prática da violência doméstica, é conduta proibida ao agressor:
a) a visita a equipamentos da Assistência Social. ^
b) o trabalho remunerado e com carteira assinada. ^
c) a freqüência em curso de qualificação profissional, técnico ou superior.
d)a participação em atividades comunitárias, esportivas e de caráter religioso. ^
e) o convívio com familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação. ^

6) (CESPE/STJ/2018) A violência patrimonial sofrida por Maria Nilda deverá ^


ser classificada como violência simbólica. ^

GABARITO:

1- A 2. D 3. B 4. D 5. E 6. E /«%

/^%

NÚMERO DE ACERTOS:
0i^\ NÚMERO DE ERROS:

= | QUESTÕES COMENTADAS n

1) (EXATUS/2016/Ceron-RO) No que tange a Lei Maria da Penha, é correto afirmar ^


que: ^
a) A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao
agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, ^
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. H
Comentário: Vide artigo 21. <m>
b) Na concessão de medida judicial de urgência, poderá a ofendida entregar intimação ^
ou notificação ao agressor. (ERRADA) ^
Página 295 de 307 ^
Comentário: Essa alternativa é aquela que mesmo que você não tenha estudado,
™ tem como acertar. É meio ilógico pensar na ofendida entregando a intimação ao
p* agressor, não é mesmo? Ver artigo 21, parágrafo único.

c) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência


doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado. (ERRADA)
Comentário: A alternativa não está errada, porém incompleta. O artigo 27 prevê
que em todos os atos processuais, cíveis e criminais a mulher deverá estar
acompanhada de advogado, mas abre uma ressalva para o artigo 19, o que prevê:
wAs medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida. Ou seja, nessa situação
não se faz necessário a presença de advogado.
d) Poderá a Defensoria Pública, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas,
encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento. (ERRADA)

Comentário: a prerrogativa não é competência da Defensoria Pública, mas sim do


Juiz.

2) (EXATUS/2016/Ceron-RO) Para os efeitos da Lei Maria da Penha, configura-se


violência doméstica e familiar contra a mulher:
a) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano patrimonial.
(ERRADA)
JÜS

Comentário: Não existe a ressalva, dano patrimonial configura-se como uma das
expressões da violência doméstica.

g^ b) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico, ressalvadas as hipóteses de dano
<P patrimonial. (ERRADA)

Comentário: Não existe a ressalva, dano patrimonial configura-se como uma das
^ expressões da violência doméstica.
m c) Toda e qualquer ação baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
^ físico ou sexual, não incluindo o dano moral ou patrimonial. (ERRADA)
^ Comentário: Inclui-se dano moral e patrimonial, compreendidos como violência
f^ moral e violência patrimonial, respectivamente.
P1 d) Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
IP* sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
p Comentário: Corretíssima! Ver artigo 5o.

p 3) (PREFEITURA DE FORTALEZA/2016) De acordo com a Lei n° 11.340, de 7 de agosto


_ de 2006, a Lei Maria da Penha, assinale a alternativa correta quanto as Medidas
* Protetivas de Urgência ao Agressor.
O a) Prisão em 48 horas e afastamento temporário do lar, domicílio ou local de
a convivência com a ofendida. (ERRADA)

/m. Serviço Social para Concursos


/3fe

Comentário: A lei não específica o lapso temporal, dessa forma o erro da questão ^
está em afirmar ser em 48h. ^
b) Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvindo a ^
equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar. m^
Comentário: Correta. Ver Artigo 22, V. _

c) Determinação da separação de corpos. (ERRADA)


Comentário: A separação de corpos é medida protetiva de urgência concedida à /SíSk
ofendida, e não ao aaressor.
agressor.

d) Determinação do afastamento da mulher e seus filhos do lar, sem prejuízo dos ^


direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos. (ERRADA)
Comentário: Mesma justificativa da alternativa anterior, a medida de afastamento ^
é concedida à ofendida e não ao agressor. ^

4) (CESPE/TRT 8a/2016) Maria, com setenta e cinco anos de idade, viúva, com ^
diversos problemas de saúde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de ^
idade, e com o filho José, de cinqüenta e dois anos de idade. Freqüentemente,
Maria e Ana são vítimas de situações de violência praticadas por José, dependente ^
de álcool há mais de vinte anos. Mãe e filha, cansadas de serem agredidas física m
e verbalmente, foram à polícia e fizeram uma denúncia contra José.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei Maria
da Penha —Lei n.° 11.340/2006 —e no Estatuto do Idoso —Lei n.o 10.741/2003. ^

a) O juiz somente poderá determinar o afastamento de José da residência da mãe ^


após a conclusão do inquérito policial. (ERRADA) ^
Comentário: Nenhuma das medidas serão aplicadas somente ao final do inquérito, ^
a qualquer momento do processo o Juiz poderá adotar algumas medidas que se
fizerem necessárias. ^
b) Após o registro da ocorrência, a autoridade policial deve conceder, no prazo de ^
vinte e quatro horas, medida protetiva de urgência. (ERRADA) /^
Comentário: Aautoridade policial deve, após conhecimento da ocorrência, adotar ^
algumas providências legais, mas em nenhuma delas existe a previsão de
aplicação de medidas de urgência. ^
c) Tanto Maria quanto Ana pode entregar a José a intimação para comparecimento ^
deste perante o juiz. (ERRADA) ^
Comentário: Ver Artigo 21, Parágrafo único. ^
d) O Ministério Público poderá determinar que José seja incluído em O
programa oficial de tratamento de usuários dependentes de drogas lícitas. ^
Comentário: Essa alternativa nos mostra a importância da leitura da lei na ^
íntegra, pois foi retirada do último artigo, o qual prevê: Art. 45. "Nos casos de
violência doméstica contra a mulher, ojuiz poderá determinar o comparecimento ^
obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. "Além de que, ^
exige certa interpretação por parte do candidato, pois a alternativa afirma sero ^
Ministério Público capaz de determinar enquanto que o artigo diz ser o Juiz, mas
devemos atentar para o que traz o artigo 19, que versa sobre a possibilidade de ^
requerimento de medidas protetivas por parte do MP ou da Defensoria Pública. *»

Página 297 de 307

t9s
0\

e) A prisão preventiva de José somente poderá ser decretada pelo juiz quando o
inquérito policial estiver concluído. (ERRADA)
Comentário: Nenhuma das medidas serão aplicadas somente ao final do
inquérito, a qualquer momento do processo o Juiz poderá adotar algumas medidas
que se fizerem necessárias.

5) (FCM/IF-Sudeste/2016) De acordo com a Lei 11.340\2006 (Lei Maria da Penha),


constatada a prática da violência doméstica, é conduta proibida ao agressor:
a) a visita a equipamentos da Assistência Social.
Comentário: Não possui nenhuma menção aos equipamentos da Assistência Social.

b) o trabalho remunerado e com carteira assinada.


Comentário: A vedação ao trabalho também não prevista na Lei.

pt c) a freqüência em curso de qualificação profissional, técnico ou superior.


Comentário: Não existe nenhuma relação de tal proibição com a Lei.

p* d) a participação em atividades comunitárias, esportivas e de caráter religioso.


ps Comentário: Não existe nenhuma relação de tal proibição com a Lei.
/R\

p e) o convívio com familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação.


p Comentário: Ver artigo 22, inciso III, alínea b. Este é o tipo de questão que você
^ pedir para não aparecer na sua prova, pois de tão fácil, todos os seus concorrentes
acertarão.

6. (CESPE/STJ/2018) A violência patrimonial sofrida por Maria Nilda deverá ser


^ classificada como violência simbólica.
/ps

GABARITO: ERRADO. COMENTÁRIO:


/PS

^ A questão é bem capciosa, primeiramente porque no enunciado não é listada


m nenhuma situação que se configure violência patrimonial, pois é falado sobre
violência física e psicológica, dessa forma não se configuraria violência
^ patrimonial. No entanto, o gabarito de fato está errado pois não existe, em termos
f* legais, violência simbólica. De acordo com a Lei Maria da Penha, são tipos de
p violência: Física, Psicológica, Sexual, Patrimonial e Moral.

/fpN

Serviço Social para Concursos

0f\
POLÍTICA SETORIAL DE HABITAÇÃO E EDUCAÇÃO ^

Para estudarmos Educação e Habitação usaremos como parâmetros os dois ^


dispositivos legais mais importantes de cada assunto, os quais são: Lei de Diretrizes e _
Bases da Educação - Lei 9.394/1996 e a Política Nacional de Habitacão/2004. *
Tais assuntos compõem o rol de novos assuntos exigidos em Concursos Públicos,
devido à expansão dos campos de atuação do profissional de Serviço Social, ^
conhecimentos de diversas áreas passaram a ser exigidos, não são assuntos principais, ^
mas geralmente uma ou duas questões são exigidas nos certames. Se você estiver se
preparando para um Concurso voltado especificamente para Habitação ou Educação, ^
nesse caso é fundamental que tais assuntos sejam estudados com mais afinco. ^
Vamos iniciar pela LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação... <*$
A LDB foi sancionada em 1996, e serve de parâmetro para todas as escolas ^
sejam estas públicas ou privadas. Oobjetivo maior da LDB é estabelecer as diretrizes ^
e bases educacionais da educação nacional.
Alguns conceitos expressos na LDB é fundamental que seja de seu conhecimento,
a priori:

O objetivo maior da LDB é estabelecer as diretrizes e ^


bases educacionais da educação nacional. ^

• Educação: wos processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na


convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos ^
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações ^
culturais". (Artigol0) m

Ou seja, educação não pode ser reconhecida apenas como práticas escolares ^
educativas, o conceito nos mostra que educar vai bem além de rotinas escolares, abrange
todo o desenvolvimento humano e social do sujeito. De tal que se faz necessário a ^
desmistificação de que é apenas a educação formal institucional responsável pelos m^
processos formativos dos sujeitos.
A LDB também elenca objetivos, a saber:
> "Disciplinar a educação escolar que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias/' ' '

/~'rv'v~\ O princípio basilar da LDB está relacionado à ^


Ç ?? yj normatização e padronização da educação ^
X-*/-^ escolar, vamos refletir

Imagine que não existisse regras para as instituições desenvolverem suas práticas
educativas, em cada instituição seria um modelo diferente, em algumas em horário ^
integral, em outros horários apenas noturnos, outras optariam pela modalidade à ^
distância, complicado não é mesmo? Então é fundamental definir premissas básicas para ^
que a educação escolar seja ofertada, tanto em âmbito privado como público, de maneira
regular. ^
O §2° do Io artigo preconiza que "a educação escolar deverá vincular-se ao mundo ^
do trabalho e à prática social. "r o que corrobora com a prerrogativa de integralidade das m
Página 299 de 307
/ps

ações, a fim de evitar o desenvolvimento isolado de cada política pública. Nesse sentido,
educação + trabalho + vida social devem andar juntas.
A educação é responsabilidade da FAMÍLIA e do ESTADO, ou seja,
responsabilidade bipartite.

FAMÍLIA > <- l.ESTADO

RESPONSÁVEIS PELA EDUCAÇÃO

A lei também elenca alguns princípios para o ensino, os quais são:


Art. 3o O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

0&\
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
^ na escola;
p II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a
-, cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
f* IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
p V - coexistência de instituições públicas e privadas de
m ensin°;
v VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
f* oficiais;
m VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
^ desta Lei e da legislação dos sistemas deensino;
p IX- garantia de padrão de qualidade;
** X - valorização da experiência extra escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as
^ práticas sociais.
O XII - consideração com a diversidade étnico-racial.

Atente-se para estes princípios, costumeiramente são exigidos em provas!!!


Outro destaque que deve ser feito é em relação às GARANTIAS E DEVERES do Estado
0&l no quesito educação, o artigo 4o estabelece que:
> educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
v anos de idade, organizada da seguinte forma:
C o pré-escola;
ps o ensino fundamental;
o ensino médio;
(^ > educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
p* > atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
^ deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
^ superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,
f^ preferencialmente na rede regular de ensino;

Serviço Sodal para Concursos


> acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os O
que não os concluíram na idade própria; ^
> acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um; ^
> oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; ^
> oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, ^
garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e ^
permanência na escola;
> atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, ^
alimentação e assistência à saúde: a
> padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e
quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento ^
do processo de ensino-aprendizagem. ^
> vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais _
próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 ^
(quatro) anos de idade. ^
Como trata o artigo 5°, o acesso à educação é direito público subjetivo, ou seja, ^
qualquer cidadão poderá acessá-lo. ^
O artigo 6o elenca como DEVER dos pais ou responsáveis a matrícula dos ^
filhos no sistema de ensino a partir de 4 (quatro) anos de idade.

(9*

No tocante à Organização da Educação Nacional, vale o destaque:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ^)


organizarão, em regime de colaboração, os respectivos ^
sistemas de ensino. _

• E caberá à União a Coordenação da política nacional de educação!!! /^\

Outro aspecto legal importante à ser tratado é o que diz respeito às MODALIDADES DE ^
EDUCAÇÃO ''
• A educação escolar compõe-se de:
o Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental ^
e ensino médio.
o Educação superior.

Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o


educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores.

Vamos aos detalhes sobre cada modalidade eduacional:


Aeducação infantil será oferecida em: ^
o Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
o Pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade. ^

Página 301 de 307


0f\

2018

• O ensino fundamental:
o Obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito em escola pública, iniciando-
se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão.
o Será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação
da aprendizagem ou em situações emergenciais.

áSS

O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que


trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz o
Estatuto da Criança e do Adolescente.

O Ensino médio:
o Etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos;
r >
/ps
A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio
incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de educação física,
arte, sociologia e filosofia.

Educação de Jovens e Adultos:


o Será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

Educação Superior:
o Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
o Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento;
o Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica;
o Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade;
o Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional;
o Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular
os nacionais e regionais;
o Promover a extensão, aberta à participação da população;
o Atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica,
mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de
pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que
aproximem os dois níveis escolares;

Educação Especial
o Modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
/8\
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
o A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Serviço Social para Concursos


r,

/Sfc

Bem, estes são os principais destaques sobre a LDB que achamos mister trazer ^
para o seu material, como dissemos a priori, se o seu Concurso for voltado para a área a
da educação, requer de você um conhecimento mais aprofundando, porém em linhas
gerais, o que trouxemos na aula de hoje é o que, majoritariamente, é cobrado nos ^
Concursos Públicos. m^

POLÍTICA SETORIAL DE HABITAÇÃO ^

No tocante à PNH, Política Nacional de Habitação, é raro que sejam cobrados ^


em concursos conhecimentos aprofundados acerca de tal tema, elencaremos aqui os ^
objetivos, princípios e diretrizes, a fim de direcionar o seu estudo para o que de fato pode
ser exigido nos certames, no entanto, ratificamos o que já foi dito anteriormente: procure ^
ler a legislação na íntegra, e também, se o Concurso para o qual se prepara é específico m^
para área de Habitação, certamente você deverá se apropriar de todas as legislações _
pertinentes. ^
O documento pelo qual se expressa a PNH, traz em linhas iniciais a seguinte •
colocação: ^
"Coerente com a Constituição Federal, que considera a habitação um direito do ^
cidadão, com o Estatuto da Cidade, que estabelece a função social da propriedade m
e com as diretrizes do atual governo, que preconiza a inclusão social, a gestão
participativa e democrática, a Política Nacional de Habitação visa promover as ^
condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da população, m^
especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a inclusão social."
Podemos, inicialmente, relacionar a questão da desigualdade social e seus ^
múltiplos desdobramentos mas neste caso em especial, à questão da habitação, como ^
fator crucial para a elaboração de uma Política que vise atender, minimamente, as ^
condições de habitação digna a que cada sujeito tem direito. a
Nesse viés a PNH tem como componentes principais: ^
> Integração Urbana de Assentamentos Precários ^
> Urbanização
> Regularização fundiária e inserção de assentamentos precários ^
> Provisão da habitação e a integração da política de habitação à política ^
de desenvolvimento urbano. _

/!%

Aprincipal meta da PNH consiste em: "Garantir à população, especialmente a ^


de baixa renda, o acesso à habitação digna, e considera fundamental para
atingir seus objetivos a integração entre a política habitacional e a política ^
nacional de desenvolvimento urbano." ^
Viram a relação da questão da desigualdade social com a necessidade de m^
estabelecimento de um aparato legal que verse sobre as condições de moradia e
habitabilidade? É sob esse viés, que não somente esta, mas todas as legislações e ^
dispositivos legais nacionais são pensados, a partir de uma demanda real. ^
A PNH será regida pelos seguintes PRINCÍPIOS: ^

Página 303 de 307


Uia

> Direito à moradia, enquanto um direito humano, individual e coletivo, previsto


na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Brasileira de
1988.
> Moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo
de habitabilidade, infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte
coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais;
> Função social da propriedade urbana buscando implementar instrumentos de
reforma urbana a fim de possibilitar melhor ordenamento e maior controle do uso
do solo, de forma a combater a retenção especulativa e garantir acesso à terra
urbanizada;
> Questão habitacional como uma política de Estado uma vez que o poder
público é agente indispensável na regulação urbana e do mercado imobiliário, na
provisão da moradia e na regularização de assentamentos precários, devendo ser,
ainda, uma política pactuada com a sociedade e que extrapole um só governo;
> Gestão democrática com participação dos diferentes segmentos da sociedade,
possibilitando controle social e transparência nas decisões e procedimentos
> Articulação das ações de habitação à política urbana de modo integrado com as
demais políticas sociais e ambientais.

Em seguida temos como DIRETRIZES:


0&\ > Desenvolvimento institucional
JRv > Mobilização de recursos, identificação da demanda e gestão de subsídio
> Qualidade e produtividade da produção habitacional
0$\
> O Sistema de Informação, Avaliação e Monitoramento da Habitação
0OS > Urbanização de assentamentos precários e produção da habitação
0$K
> Integração da política habitacional à política de desenvolvimento urbano
> Contratos de financiamento habitacional com desequilíbrio financeiro no âmbito do
/fpN Sistema Financeiro de Habitação
/$fe\

0f\ E por
por fim, temos como OBJETIVOS:
/^ > Universalizar o acesso à moradia digna em um prazo a ser definido no Plano
/$^ Nacional de Habitação;
> Promover a urbanização, regularização e inserção dos assentamentos
0$\
precários à cidade;
/!P\ > Fortalecer o papel do Estado na gestão da Política e na regulação dos
agentes privados;
(fft
> Tornar a questão habitacional uma prioridade nacional, integrando,
/ffN articulando e mobilizando os diferentes níveis de governo e fontes,
0\
objetivando potencializar a capacidade de investimentos com vistas a
viabilizar recursos para sustentabilidade da PNH;
ZpN
> Democratizar o acesso à terra urbanizada e ao mercado secundário de
/P\ imóveis;
> Ampliar a produtividade e melhorar a qualidade na produção habitacional;
/PS
e
> Incentivar a geração de empregos e renda dinamizando a economia,
apoiando-se na capacidade que a indústria da construção apresenta em
mobilizar mão-de-obra, utilizar insumos nacionais sem a necessidade de
importação de materiais e equipamentos e contribuir com parcela
significativa do Produto Interno Bruto (PIB).

Serviço Social para Concursos


0s

/K)

Chegamos ao fim da aula de hoje, esperamos que com base no que dialogamos ^
aqui você possa aprofundar seus conhecimentos em cada Política, e ter em mãos um ^
material direcionado e objetivo sobre cada assunto. Bons Estudos!
rf$S

• —
• —
QUESTÕES
/^\
• —
• —

1. (FGV/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA) Com relação à Lei de Diretrizes e Bases, assinale ^


a afirmativa correta.

a) A LDB define o sistema de educação brasileiro e foi estabelecida pela primeira vez na ^
Constituição de 1988. _

b) A LDB define que a educação nacional fundamenta-se nos princípios da liberdade e da /^


solidariedade humana. _

c) A LDB preconiza que o sistema de ensino será definido pela União e se estenderá a ^
todo o país. ^
d) A LDB define, sobre o ensino técnico, os cursos industrial, agrícola e comercial como
os eixos da educação profissional.

e) A LDB, promulgada em 1996, contemplou a maior parte das reivindicações dos


segmentos interessados.

2. (CETRO/IF-PR) A Educação Infantil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDBEN) será
a) organizada com a expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança.
b) oferecida em creches ou entidades equivalentes, para crianças de 3 (três) a 6 (seis)
anos de idade.
c) oferecida em pré-escolas, apenas para crianças de 5 (cinco) anos de idade. ^
d) efetuada por meio de seleção, de acordo com a renda per capita familiar ^

e) efetuada por meio de checagem cadastral e seleção por número de inscrição. ^


3. (CETRO/IF-PR) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) aponta ^
como um dos princípios da Educação Nacional.
a) o controle do aprendizado, do ensino, da pesquisa, da divulgação cultural, do
pensamento, da arte e do saber.
b) a diferenciação nas condições para acesso e permanência na escola.

c) a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais


d) a avaliação periódica das idéias e concepções pedagógicas.

Página 305 de 307


4. (CEPS-UFPA/UFPA) A educação, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, LDBEN, Lei n° 9.394/96, tem por finalidade o(a)
a) pleno desenvolvimento físico, intelectual, moral e esportivo de todos os alunos
visando a sua realização pessoal.
b) pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
a sua qualificação para o trabalho.
c) preparação do educando para a realização de seus sonhos.
d) garantia de que o Estado e a família assegurem um futuro digno ao educando.
e) conquista espacial para a felicidade plena do educando.

5. (CESPE/MPOG) Julgue o item seguinte, a respeito da Política Nacional


de Habitação (PNH).

O Plano Nacional de Habitação, um dos instrumentos da PNH, tem como principal


objetivo o equacionamento das necessidades habitacionais do país, apresentando
uma estratégia nos quatro eixos estruturadores da política habitacional: modelo
de financiamento e subsídio; política urbana e fundiária; arranjos institucionais
e cadeia produtiva da construção civil.
( ) CERTO ( ) ERRADO

GABARITO:

1. E 2, A 3. C 4. B 5.

NÚMERO DE ACERTOS: IVl NÚMERO DE ERROS:


0

= 1 QUESTÕES COMENTADAS

1. (FGV/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA) Com relação à Lei de Diretrizes e Bases,


assinale a afirmativa correta.

a) A LDB define o sistema de educação brasileiro e foi estabelecida pela primeira vez
na Constituição de 1988.
Comentário: Errada, a LDB data de 1996.
b) A LDB define que a educação nacional fundamenta-se nos princípios da liberdade e
da solidariedade humana.

9
Serviço Social para Concursos
9

9
Comentário: O erro, esdrúxulo da questão consiste na ausência da palavra ^
"ideais" e não apenas nos princípios da solidariedade humana. Na letra da lei a ^
expressão presente é: n(...) fundamenta-se nos princípios da liberdade e nos ideais
da solidariedade humana". ^
c) A LDB preconiza que o sistema de ensino será definido pela União e se estenderá a ^
todo o país. m^
Comentário: Caberá à União a coordenação do ensino. Ver artigo 8o, § Io «^
d) A LDB define, sobre o ensino técnico, os cursos industrial, agrícola e comercial como ^
os eixos da educação profissional.
Comentário: Elei não faz menção à determinados cursos técnicos. Alei prevê ^
na modalidade ensino médio, a oferta de cursos técnicos profissionalizantes, porém
não faz menção aos supramencionados. ^
e) A LDB, promulgada em 1996, contemplou a maior parte das reivindicações O
dos segmentos interessados. ^
Comentário: Correta. ,/^\

2. (CETRO/IF-PR) A Educação Infantil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da ^


Educação Nacional (LDBEN) será ^
a)organizada com a expedição de documentação que permita atestar os ^
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Comentário: ipsis litteris artigo 31, V. ^
b) oferecida em creches ou entidades equivalentes, para crianças de 3 (três) a 6 (seis) ^
anos de idade. ^
Comentário: Errado. Crianças de até 3 anos de idade. Ver artigo 30,1. ^
c) oferecida em pré-escolas, apenas para crianças de 5 (cinco) anos de idade.
Comentário: Errado, para crianças de 4 a 5 anos de idade. Verartigo 30, II.
d) efetuada por meio de seleção, de acordo com a renda per capita familiar ^
Comentário: Errado, lembre-se que a Educação é direito subjetivo público, e ^
independe subsídio pecuniário em relação à rede publica. m^
e) efetuada por meio de checagem cadastral e seleção por número de inscrição.
Comentário: Errado, a lei não faz menção à mecanismos de checagem cadastral ^
tampouco seleção.

3. (CETRO/IF-PR) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) aponta


como um dos princípios da Educação Nacional.
a) o controle do aprendizado, do ensino, da pesquisa, da divulgação cultural, do
pensamento, da arte e do saber.
Comentário: A lei não fazmenção à controle de aprendizado em seus princípios.
b) a diferenciação nas condições para acesso e permanência na escola.
Comentário: Não se constitui princípio da LDB a diferenciação nas condições de
acesso, tampouco prever diferenciação nas condições de acesso.
c) a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais
Comentário: Ver artigo 3o, XI.
d) a avaliação periódica das idéias e concepções pedagógicas.
Comentário: Também não compõe o rol de princípios contidos na LDB.

Página 307 de 307


/ffffc>

4. (CEPS-UFPA/UFPA) A educação, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, LDBEN, Lei n° 9.394/96, tem por finalidade o(a)
a) pleno desenvolvimento físico, intelectual, moral e esportivo de todos os alunos
visando a sua realização pessoal.
b) pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e a sua qualificação para o trabalho.
c) preparação do educando para a realização de seus sonhos.
d) garantia de que o Estado e a família assegurem um futuro digno ao educando.
e) conquista espacial para a felicidade plena do educando.

5. (CESPE/MPOG) Julgue o item seguinte, a respeito da Política Nacional


de Habitação (PNH).
O Plano Nacional de Habitação, um dos instrumentos da PNH, tem como principal
objetivo o equacionamento das necessidades habitacionais do país, apresentando
uma estratégia nos quatro eixos estruturadores da política habitacional: modelo de
financiamento e subsídio; política urbana e fundiária; arranjos institucionais e
cadeia produtiva da construção civil.
( X ) CERTO ( ) ERRADO

Comentário: O Plano Nacional de Habitação data de 2009, e alinha-se à Política


Nacional de Habitação, tem como um de seus objetivos:
"formular uma estratégia de longo prazo para equacionar as necessidades
^ habitacionais do país, direcionando da melhormaneirapossível, os recursos existentes
m e a serem mobilizados, e apresentando uma estratégia nos quatro eixos
estruturadores da política habitacional: modelo de financiamento e subsídio; política
* urbana e fundiária; arranjos institucionais e cadeia produtiva da construção civil. Com
p> ele se pretende implementar um conjunto de ações capazes de construir um caminho
0^ que permita avançarno sentido de atingir o principal objetivo da PNH: universalizar o
* acesso à moradia digna para todo cidadão brasileiro."

Você pode acessar o Plano Nacional de Habitação através do link:


<https://www.cidades.QOv.br/imaqes/stories/ArQuivosSNH/ArauivosPDF/Publicacoes/Pu
bliicacao PlanHab Capa.pdf>

/IP**

Serviço Social para Concursos

/PS
9

9
9
SERVIÇO SOCIAL
PARA CONCURSOS

t
f

9
9
9
j_l Site: www.ssparaconcursos.com.br
9

Facebook.com/ssparaconcursos 9
9
9
@ssparaconcursos
9
9

Você também pode gostar