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Já sabes que todas as famílias, todos os indivíduos, têm um rendimento, ou seja, uma determinada quantia
monetária que devem gerir da forma que melhor satisfaça as suas necessidades, desejos e objetivos. O
rendimento pode provir das repartições primária e secundária e que quase sempre obriga ao pagamento
de impostos diretos e contribuições sociais, pelo que o rendimento que as famílias têm de gerir é o seu
rendimento disponível. Cabe a cada pessoa ou família tomar decisões quanto ao uso a dar a esse
rendimento disponível. Podemos então dizer que o rendimento disponível das famílias (RDF) ou dos
particulares (RDP) pode ser utilizado para consumo ou para poupança, sendo o consumo o rendimento
gasto e a poupança o rendimento não gasto.
A poupança proporciona:
Tipos de investimento
O investimento material representa a aplicação da poupança na aquisição de bens de produção, como,
por exemplo:
máquinas
utensílios
instalações
viaturas
matérias-primas e subsidiárias
O investimento imaterial representa a aplicação da poupança na pesquisa e na descoberta de novas
formas de fabrico, ou de novas matérias-primas e em novas formas de gerir, divulgar e promover os bens e
os serviços, bem como, no aperfeiçoamento da qualificação dos trabalhadores.
São despesas relacionadas com a melhoria do potencial produtivo das empresas.
O investimento financeiro corresponde ao aumento do capital social das empresas. Podemos aumentar o
capital social de uma empresa através da incorporação de lucros, do recurso ao mercado de valores
mobiliários (venda de novas ações), de processos de fusão e de aquisições (uma empresa passa a ter o
capital social de outra).
Investigação e desenvolvimento
A dinamização de atividades relacionadas com a produção dos novos bens e/ou dos bens com
maior qualidade, ao criar emprego, aumentar o Produto do país, acentuando o crescimento
económico
A retração das atividades com o desaparecimento de outros bens que caíram em desuso, ao
aumentar o desemprego, extinguindo certas profissões e ao contribuir para reduzir a criação de
riqueza
A criação de novos empregos mais qualificados (obrigando o trabalhador a aumentar a sua
qualificação individual ou retardando o seu ingresso no mercado de trabalho) nas áreas da
investigação, da conceção de novos bens, da manutenção/reparação dos equipamentos e da
utilização das tecnologias.
Capacidade de financiamento ocorre sempre que o agente económico apresente uma poupança superior
ao valor do investimento a realizar. (poupança maior que o investimento).
Necessidade de financiamento ocorre sempre que o agente económico apresente uma poupança inferior
ao valor do investimento a realizar. (poupança menor que o investimento).
Como vimos anteriormente, as empresas têm necessidade de financiamento para a aquisição, por
exemplo, de novas tecnologias, novas instalações ou novos veículos, aumentando, desta forma, a
formação de capital. Para a realização destes investimentos as empresas utilizam, fundos próprios e/ou
fundos alheios.
A utilização de recursos próprios, isto é, o recurso à poupança do próprio agente económico para aplicar
na atividade produtiva designa-se por financiamento interno e representa a aplicação da poupança
realizada pelo próprio agente económico na formação de capital autofinanciamento.
Uma parte significativa do investimento realizado pelos agentes económicos é feita com recurso a fundos
alheios, isto é, não próprios. Neste caso, o financiamento diz-se externo e corresponde ao investimento a
partir de fundos alheios, podendo ser concretizado através das seguintes formas:
do recurso ao crédito, com contração de empréstimos junto dos bancos para financiar o
investimento
do aumento do capital das empresas, vendendo novas ações a novos acionistas ou através da
compra de novas ações pelos antigos acionistas
da emissão de obrigações para obtenção dos recursos financeiros necessários ao investimento
O financiamento externo, ou seja, a utilização de recursos financeiros de terceiros, pode assumir as
seguintes formas:
direto, quando os recursos são obtidos através do mercado primário de títulos, ou seja, através da
emissão e subscrição de ações, e de obrigações; neste caso, a empresa emite novas ações que são
comercializadas pela primeira vez, e as poupanças dos aforradores são colocadas diretamente nas
mãos dos utilizadores finais, os investidores
indireto, quando os recursos são obtidos junto de intermediários financeiros, como, por exemplo,
os bancos. Estes concedem empréstimos e cobram juros aos investidores de acordo com o risco do
investimento e com o número de anos de utilização do empréstimo
O financiamento externo indireto apresenta algumas vantagens face ao financiamento externo direto. As
instituições bancárias conseguem proceder à captação das pequenas poupanças, que em conjunto
representam verbas significativas. Estas são posteriormente disponibilizadas aos investidores.
O crédito representa a utilização de recursos de terceiros, por parte de quem deles necessita, mediante o
pagamento de juros e o compromisso do reembolso futuro.
O juro representa o custo da utilização do crédito ou a remuneração de quem concede crédito.
Também as empresas e o Estado recorrem ao crédito como forma de financiamento externo, assegurando
a aquisição de bens ou a sua aplicação na formação de capital. O crédito contraído é um financiamento
externo indireto porque representa a utilização de recursos de terceiros, obtidos junto das instituições
bancárias mediante o pagamento do correspondente juro.
Os valores registados pelas taxas de juro têm efeitos diferentes sobre a poupança e sobre o investimento:
quando as taxas de juro são baixas, existe um desincentivo à poupança, pois, se abdicarmos do
consumo hoje para consumirmos no futuro, não existem grandes contrapartidas. Os aumentos do
consumo no futuro decorrentes da poupança efetuada são reduzidos ou mesmo nulos. Nestes
períodos, a tendência é para o aumento do consumo das Famílias, com recurso ao crédito, e para o
aumento do investimento pelas empresas.
quando as taxas de juro são elevadas, as Famílias são incentivadas a poupar na expetativa de
poderem aumentar, significativamente, o seu consumo no futuro. Elevadas taxas de juro provocam,
geralmente, reduções no consumo a crédito e no investimento das famílias e dos restantes agentes
económicos.
As empresas e o Estado recorrem frequentemente ao crédito para concretizarem parte ou a totalidade dos
investimentos que pretendem realizar, mas só efetuam esses investimentos se o retorno em termos
monetários ou, no caso do Estado, os ganhos de bem-estar social daí resultantes ultrapassarem os
encargos com a contração dos créditos.
Os bancos
Os bancos são instituições de crédito cuja atividade consiste na realização de operações financeiras e na
prestação de serviços financeiros, dos quais os mais comuns são:
a concessão de crédito
a receção de depósitos dos clientes.
Além destas, os bancos ainda desempenham outras funções junto dos seus clientes, como a emissão de
cheques e de cartões de débito e crédito, a administração da carteira de títulos dos clientes, a compra e
venda de ações, de obrigações e de títulos do tesouro.
Crédito à produção: As empresas contraem crédito para manter, ampliar ou modernizar a capacidade de
produção.
Crédito ao consumo: as Famílias recorrem ao crédito para aquisição de bens de consumo.
O crédito à produção contraído pelas empresas pode servir para garantir a modernização, a substituição ou
o aumento da capacidade de produção, permitindo às empresas aumentarem a produção e melhorarem a
qualidade dos bens produzidos. Neste caso, este crédito designa-se por crédito de financiamento.
As empresas, por vezes, necessitam de recursos financeiros para garantir o seu normal funcionamento,
suprindo momentaneamente a falta de recursos financeiros para efetuar certos pagamentos, como, por
exemplo, aos fornecedores. Neste caso, este crédito designa-se por crédito de funcionamento.
O crédito desempenha várias funções na economia, nomeadamente:
o crédito de curto prazo, se o período de utilização for inferior a um ano. É, em geral, o caso da
aquisição a crédito, por parte das Famílias, de computadores, frigoríficos ou televisões
o crédito de médio prazo, se o período de utilização for superior a 1 ano e inferior a 5 anos. É o
caso da aquisição de automóvel, recorrendo ao crédito
o crédito a longo prazo, se o período de utilização for superior a 5 anos. A compra de habitação
por parte das Famílias insere-se neste tipo de crédito
Funções e tipos de crédito
Crédito:
Administração Pública
Criação de infraestruturas (saúde, educação, etc.)
Aquisição de equipamento para novos serviços públicos e/ou modernização dos equipamentos dos
serviços públicos
Investimento privado
Famílias e empresas
Construção de habitação pelas famílias
Aquisição de bens de produção pelas empresas
Investimento estrangeiro (aumenta a capacidade produtiva do país e pode conduzir ao aumento da
produtividade)
Investimento direto estrangeiro (está associado à formação do capital, às transferências tecnológicas, às
novas formas de organização das empresas e de gestão dos recursos)
Investimento direto português no exterior (IDPE), são investidores nacionais que aplicam as suas
poupanças na atividade produtiva de outros países.
Investimento direto do exterior em Portugal (IDEP), são investidores estrangeiros que aplicam as
suas poupanças na atividade produtiva do nosso país.
Investimento em carteira (está associado à compra de títulos nos mercados de capitais; mercado primário
e mercado secundário).