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sobre Segurança nas Fronteiras – Brasília, 16 de novembro de 2016

Declaração de Brasília – Reunião Ministerial do


Cone Sul sobre Segurança nas Fronteiras –
Brasília, 16 de novembro de 2016

Publicado em 16/11/2016 20h51 Atualizado em 17/11/2016 19h38 Compartilhe:   

1. Nós, os Ministros e Altas Autoridades das Relações Exteriores, do Interior, da Defesa, da Justiça, de Segurança e de
Controle de Drogas de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, reunimo-nos em 16 de novembro de
2016, na cidade de Brasília, para tratar a temática da segurança nas fronteiras e acordar objetivos prioritários e
diretrizes para o desenvolvimento de ações coordenadas.

2. Reiteramos nosso pleno respeito aos direitos humanos e garantias fundamentais e o compromisso de continuar
aplicando a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC) e seus Protocolos,
bem como os instrumentos pertinentes acordados na região.

3. Reafirmamos que os acordos e mecanismos de cooperação bilaterais são elementos essenciais para fortalecer a
segurança cidadã em nossos países.

4. Manifestamos nossa preocupação com o aumento da criminalidade organizada transnacional em nossa região,
bem como com os potenciais impactos decorrentes de ameaças globais como o terrorismo internacional e os
crimes cibernéticos e, nesse sentido, reconhecemos que, no contexto de segurança atual, os mecanismos de
cooperação são ferramentas centrais para reforçar a ação conjunta dos Estados.

5. Sublinhamos nossa convicção de que a segurança nas fronteiras requer uma visão regional integral, que incorpore
as dimensões política, social, econômica e normativa, baseada no princípio de responsabilidade compartilhada, que
facilite o comércio internacional e a circulação de pessoas e bens entre nossos países, e consequentemente
promova o desenvolvimento de nossa região.

6. Analisamos, de maneira franca e aberta, os desafios para uma ação efetiva orientada para prevenir e combater a
criminalidade organizada transnacional, reafirmando que nossas fronteiras são zonas privilegiadas de integração,
cooperação e intercâmbio cultural e comercial entre nossos povos. Nesse sentido, compartilhamos o seguinte
diagnóstico:

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a) Os crimes transnacionais estão no centro de muitos dos problemas de segurança em nossa região, têm efeitos
nocivos sobre nossas sociedades e afetam negativamente o desenvolvimento sustentável.

b) O tráfico ilícito de armas de fogo, munições e explosivos e de drogas alimenta o crime organizado e a violência
em nossas cidades. O contrabando prejudica nossas economias e gera desemprego. O aumento de atividades
relacionadas com a lavagem de dinheiro gera distorções que afetam o sistema econômico de nossos países e
fomenta a corrupção. O tráfico de pessoas e o tráfico ilícito de migrantes violam os direitos fundamentais de nossos
cidadãos, afetando principalmente as mulheres e as crianças.

c) Os controles nas passagens de fronteira habilitadas e a vigilância terrestre, aérea, marítima, lacustre e fluvial ao
longo de nossas fronteiras devem ser priorizados, aperfeiçoados e modernizados de modo permanente, para fazer
frente às novas dinâmicas do crime organizado transnacional.

d) A forma mais efetiva de enfrentar o crime transnacional é por meio da cooperação em três âmbitos: nacional,
bilateral e regional. O fortalecimento simultâneo e integrado desses três níveis é fundamental para uma resposta
coerente, ágil, efetiva e dirigida para alcançar os objetivos propostos.

e) No âmbito nacional, o fortalecimento da articulação entre as agências competentes, com a participação dos entes
subnacionais, quando apropriado, é a base de uma ação nacional coordenada e efetiva, permitindo identificar e
tratar de maneira adequada os desafios institucionais, legislativos e financeiros.

f) No âmbito bilateral, os mecanismos de cooperação devem ser fortalecidos por meio de acordos e ajustes,
incluindo ações operacionais coordenadas e a facilitação dos meios necessários para sua execução.

g) No nível regional, é necessário desenvolver uma visão estratégica compartilhada de segurança nas fronteiras,
com vistas a fortalecer os mecanismos existentes e a adequá-los para dar respostas imediatas e ágeis, a partir de
uma perspectiva flexível e dinâmica.

h) É momento de passar para a ação e avançar para políticas públicas transformadoras, baseadas na obtenção e no
intercâmbio de informação precisa, tanto quantitativa como qualitativa, sobre as vulnerabilidades, problemas e
desafios nas áreas fronteiriças.

7. Diante desse diagnóstico, ressaltamos nossa determinação de prevenir, processar e punir os crimes internacionais
e de aprofundar o desenvolvimento econômico e social das fronteiras, a partir de um critério de responsabilidade
compartilhada de segurança cidadã.

8. Nossos Governos, no marco de sua soberania e seus respectivos ordenamentos jurídicos, comprometem-se a unir
esforços na luta contra as organizações criminosas que atuam na região.

9. Para essa finalidade, acordamos os seguintes objetivos prioritários e diretrizes:

FORTALECER A COOPERAÇÃO

i. Fortalecer a cooperação operacional interagências em matéria de segurança, controle e vigilância de fronteiras, de


acordo com os ordenamentos jurídicos nacionais e as obrigações internacionais.

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