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1 - Posicionamento Estratégico e Segmentação
Uma vez que uma empresa tenha recolhido informações sobre as necessidades do comprador,
deverá, então, avaliar como os compradores reagirão ao mix de marketing definido e, o que é
igualmente importante, como os concorrentes deverão reagir.
Estar à frente da concorrência significa que a empresa pode vender mais e com maior
facilidade, por intermédio da prática de uma política de preços – maiores ou menores (controle
de custos em relação às empresas concorrentes) ou da prática de diferenciação (em geral
associada à prática de preços maiores).
Trata da identificação das fontes da competência diferenciada para a organização que, por sua
vez, se bem trabalhadas, são representadas pela vantagem competitiva sustentável.
3) Durabilidade da Marca - marcas que duraram por muitos anos têm mais probabilidade de
criar lealdade de clientes e tornar-se parte do mercado. Nomes que se tornaram genericamente
associados ao produto também têm um alto valor (como exemplo, Gillette e Bombril). O ciclo de
vida do produto tende a ser mais longo se considerados o contínuo aperfeiçoamento e
adaptação do produto sobre as mudanças das condições e hábitos (um bom exemplo seria o
sabão em pó OMO). Marcas que podem permanecer atualizadas e relevantes para os clientes
no decorrer de um período longo de tempo são os maiores ativos que uma organização pode
ter.
6) Proteção da Marca - marcas que podem ser protegidas através de registro de marcas,
patentes e/ou desenhos registrados podem, potencialmente, oferecer um valor maior do que
aquelas que podem ser copiadas com facilidade. Os profissionais de marketing estão mais
preocupados com o valor potencial da marca e como estendê-la ou explorá-la melhor no
mercado.
7) País de Origem - para empresas que operam em mercados internacionais, o país de origem
pode ser tanto um ativo como um passivo. As empresas japonesas, por exemplo, desfrutam
coletivamente de uma reputação de boa qualidade e de uma boa relação de valor e preço. O
valor da imagem do país de origem, empresa ou marca, nunca deve ser subestimado. A
imagem muitas vezes exige um longo tempo para ser construída, mas pode ser destruída muito
rapidamente com erros.
14) Portfólio de Clientes Atuais - um dos maiores ativos para muitas empresas é seu
cadastro de clientes atuais. Especialmente quando uma empresa lida com negócios
repetitivos, tanto de consumo como industriais, a existência de um núcleo de clientes
satisfeitos pode oferecer oportunidades significativas para outros desenvolvimentos. Tem-se
observado esse fato principalmente no desenvolvimento recente do mercado de marketing
15) Aptidões Tecnológicas - o tipo e o nível de tecnologia utilizada pela organização pode
ser uma vantagem adicional. A superioridade tecnológica pode ajudar na redução de custo e
na melhora da qualidade do produto. Essa superioridade pode ser observada, em geral, por
intermédio do desenvolvimento de um produto ou serviço específico, com tecnologia superior
aos demais existentes no mercado (é o caso de produtos relacionados à tecnologia de ponta,
como medicamentos específicos, descobertas científicas, tecnológicas, dentre outros) ou
quando a organização consegue aprimorar seu processo de produtivo com a utilização de uma
tecnologia que nenhuma outra empresa consiga, naquele momento, empregar. Um fabricante
de softwares, ou equipamentos de informática, freqüentemente explora esse tipo de ativo
como fonte principal para obtenção de vantagem competitiva.
16) Know-how de Produção - pode-se usar o know-how de produção com ótimos resultados
como vantagem de marketing. O McDonald’s, por exemplo, tem um notório know-how para a
produção de refeições rápidas. Uma cadeia de lanchonetes regional, a Marietta, com sede em
Brasília (Brasil), tem desenvolvido muito bem suas aptidões no mesmo setor, atuando em um
segmento de “refeições leves”. O investimento em processos pode se transformar em um ativo
de marketing que influenciará, de forma significativa, a concorrência em um determinado setor
e encontra-se associado ao aspecto de desenvolvimento de produto.
17) Registros, Copyrights e Patentes - o copyright é uma proteção legal internacional para a
propriedade musical, literária ou de outra natureza artística que evita que outros usem o
trabalho sem o pagamento do valor sobre a utilização dos direitos reservados. O mesmo
raciocínio serve para os registros. As patentes dão às pessoas o direito exclusivo de fazer,
usar e vender suas invenções durante um período de tempo limitado. O registro é muito
importante r indústria cinematográfica para proteção dos filmes de cópias ilegais (pirataria) e
as patentes são importantes para explorar invenções de novos produtos e representam ativos
potenciais de marketing da empresa.
18) Franquias e Licenças - a negociação de franquias ou licenças para produção e/ou venda
das invenções ou propriedades protegidas de terceiros podem também constituir ativos
valiosos. Os varejistas franqueados do McDonald’s, por exemplo, beneficiam-se da forte
imagem internacional do licenciador e das extensas campanhas de propaganda em nível
nacional e mundial. Da mesma forma, em muitos países os cartões de crédito e produtos da
American Express são vendidos sob licença da American Express Company dos EUA. O
acordo de licenciamento é um ativo importante para a licenciadora.
A empresa precisa mapear os seus próprios pontos fortes e fracos em relação à concorrência e
aos seus ativos estratégicos. Um fator-chave para competir com sucesso em mercados cada
vez mais concorridos é reconhecer nesses fatores um importante potencial a ser explorado.
Toda organização precisa estar ciente de suas competências centrais: aquelas aptidões
específicas em que ela é inigualavelmente boa, que pode produzir a vantagem competitiva
continuada.
2) Patentes e segredos comerciais - são armas para impedir que os concorrentes pratiquem
a imitação. Para as empresas de software, o código-fonte para os seus produtos é uma
vantagem competitiva fundamental. Algumas empresas possuem patentes de seu método pelo
qual os consumidores tentam determinar seu próprio preço para bens e serviços. Essa é uma
grande fonte de vantagem competitiva sustentável e, em geral, aplicável para produtos que
atendam o perfil de customização (produtos personalizáveis).
Ativos Estratégicos como Vantagem Competitiva - análise sistemática dos recursos atuais e
potenciais da empresa, no mercado, e seleção dos recursos com singularidade defensável. Os
ativos construídos no mercado junto aos clientes, por meio de uma proposta de marketing
integrado, são menos vulneráveis às investidas de concorrentes do que preços baixos ou
tecnologias facilmente imitáveis.
Para que uma organização possa se posicionar de forma competitiva, precisa encontrar um ou
mais diferenciais estratégicos, que podem estar relacionados ou não com a estrutura produtiva
da empresa, a fim de identificar o seu posicionamento estratégico de valor.
Uma outra forma defendida, em geral, por autores relacionados à área de produção, é voltada
para uma visão mais fragmentada, segmentada, onde as organizações podem concorrer em
custo, qualidade do produto, flexibilidade e tempo.
Ao falar em diferenciação de mercado, uma referência faz-se quase que obrigatória, por ser,
talvez, a abordagem mais completa: os princípios básicos de diferenciação de mercado
defendidos por Michael Porter1, nos anos 80. Distinguem dois grandes vetores estratégicos de
competitividade: 1) custo; e 2) diferenciação.
A médio prazo, uma empresa pode escolher entre oferecer um produto padronizado a um custo
muito baixo (menor que a concorrência) ou diferenciá-lo, criando valores agregados que
justifiquem dispêndios extras para sua aquisição.
A longo prazo, porém, a empresa deve reavaliar sua posição competitiva e pode ser obrigada a
trabalhar o equilíbrio entre os dois *vetores de acordo com o acirramento da competitividade
(maior competitividade gera a necessidade de trabalho com diferenciação e custos).
1
Há 20 anos como o guru da competitividade, Michael Porter, definiu os fundamentos da
competição e da estratégia competitiva. Consultor e professor da Harvard Business School, é
considerado uma das maiores autoridades mundiais em estratégia competitiva. Porter é
conhecido por sua capacidade em estabelecer a ponte entre a teoria econômica da gestão e a
sua prática, conseguindo transmitir a verdadeira essência da competição. Michael Porter
nasceu em Ann Harbour, Michigan, e estudou na Universidade de Princeton, onde se licenciou
em Engenharia Mecânica e Aeroespacial. Possui MBA e doutoramento em Economia
Empresarial, ambos na Universidade de Harvard, onde tornou-se professor com apenas 26
anos de idade. Foi conselheiro na área da estratégia em muitas empresas norte-americanas e
tem um papel ativo na política econômica. Do seu trabalho resultaram conceitos de estratégia
que marcaram a disciplina, como a análise de indústrias em torno de cinco forças competitivas
e as duas fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação e baixo custo
A análise realizada por Kotler segue a linha da identificação de ativos e recursos valiosos
defendida pela corrente de autores da Visão Baseada nos Recursos da Organização (RBV),
inicialmente defendida pela universidade de Harvard, e que tem uma série de seguidores pelo
mundo todo. Na realidade, a contribuição fornecida por Kotler, Wiersema e Treacy corrobora a
identificação do perfil de liderança estratégica proposto por Porter. Veja o modelo abaixo:
Vejamos mais detalhadamente cada uma dessas formas de liderança (no módulo III será
estudada a relação de cada forma de liderança estratégica relativamente à comunicação):
2) Liderança por Excelência Operacional - as empresas que adotam tal forma de liderança
têm processos de negócios essenciais que estimulam os sistemas de distribuição e fornecem
um serviço, considerado como “descomplicado”. Em geral é caracterizada por uma estrutura
que tenha uma autoridade forte central, e sistemas gerenciais que mantêm procedimentos
operacionais padrão. As empresas operacionalmente superiores não inovam sempre em
relação aos produtos que fabricam ou aos serviços que prestam, nem cultivam
relacionamentos íntimos ou profundos com os clientes. Pelo contrário, distribuem produtos já
existentes no mercado e que podem agradar à massa de consumidores em determinada
categoria oferecendo-lhes “o melhor preço pela menor inconveniência”.
3) Liderança por Intimidade com o Cliente - uma organização que seleciona o item
intimidade com o cliente como seu principal meio para distribuir valor acaba por integrar-se à
mente e ao comportamento dos clientes. Em vez de selecionar um produto, uma empresa
íntima do cliente oferece uma solução para o problema do comprador e, assim, estabelece um
relacionamento estreito com ele.
A adoção de um perfil não inviabiliza o trabalho com as demais formas possíveis, aqui
apresentadas em três grandes grupos, de “liderança estratégica” por parte da empresa: o fato
de terem sido citadas três padrões competitivos sobre os quais competir não significa que uma
empresa deva concentrar todos os recursos de que dispõe para distinguir-se em apenas uma
dessas frentes. Contudo, como os recursos organizacionais são limitados, quer sejam estes
relacionados com recursos financeiros, humanos, tecnológicos, quer sejam relacionados com o
tempo ou com a capacidade de disponibilização de ativos valiosos, a organização terá que
estabelecer os seus limites de atuação considerando a definição de seus principais ativos
estratégicos.
Para que seja possível estabelecer as bases para o posicionamento de valor estratégico – e
consequentemente a forma predominante de liderança estratégica para alcançar o mesmo –, é
preciso que a chamada equação do cliente / customer equity, seja considerada.
1. a primeira aquisição - quando o consumidor até então não pode ser considerado
cliente da organização (passa a ser cliente com a compra inicial),
Como a comunicação será objeto de estudo da próxima unidade, as formas básicas para
obtenção de posição estratégica de mercado e a garantia da manutenção da vantagem
competitiva continuada serão aqui abordadas.
Uma das maiores dificuldades para toda e qualquer empresa trata da alavancagem de suas
competências a fim de gerar ativos valiosos para a organização. Para identificar a
segmentação e o estabelecimento de alvo nessa situação, é preciso considerar os tipos
diferentes de competências que as empresas apresentam ou podem desenvolver.
Organizações bem-sucedidas costumam mostrar-se disciplinadas na maneira como organizam
suas competências para criar valor.
3. por intimidade com o cliente – identifica e estuda o problema do cliente, e apresenta uma
implementação da melhor solução total para seus clientes que as demais empresas.
Os questionamentos mais comuns sobre posicionamento são “o que este produto oferece?” e
“a que condição?”; a resposta a estas perguntas leva à construção de estratégias que
possibilitam a implementação eficaz do posicionamento pretendido.
As pessoas tomam decisões baseadas apenas naquilo que percebem. Muitas empresas ficam
satisfeitas quando desenvolvem produtos ou serviços que realmente são melhores que os da
concorrência em relação às características que essas empresas sabem ser importantes para
as pessoas em seu (s) mercado(s)-alvo. O que elas esquecem é que nada acontece até que as
pessoas almejadas realmente percebam as diferenças entre os seus produtos e os da
concorrência. É o primeiro sinal concreto da necessidade da comunicação para viabilização do
posicionamento estratégico.
Um dos obstáculos para um posicionamento eficaz é que a maioria das pessoas não consegue
perceber mais do que dois ou três atributos diferenciadores ao mesmo tempo. É importante
que o posicionamento almejado seja fácil de ser lembrado. Se existe um excesso de atributos
diferenciadores, o consumidor potencial pode ficar confuso. A função do profissional de
marketing consiste em isolar os atributos diferenciadores mais importantes de sua oferta e
utilizá-los em todos os elementos do composto mercadológico.
Em vários casos, é muito compensador, sob o ponto de vista de custos, fazer o teste conceitual
ou outra pesquisa com os consumidores potenciais para isolar a melhor combinação de
Empresas como a Starbucks (tipo fast-food), um dos maiores cases de marketing que
obtiveram êxito no mercado - ou a Apple, que recentemente reposicionou seu conceito com o
lançamento do i-Mac (agradável e fácil de usar), foram bem-sucedidas, ao menos
parcialmente, por causa de um posicionamento muito eficaz. Entretanto, é extremamente difícil
obter relatos de novas empresas que falharam (ou não foram tão bem-sucedidas quanto
poderiam ter sido) porque seu posicionamento e os segmentos-alvo associados não eram
muito eficazes.
Muitos novos empreendimentos de tecnologia e outros baseados na Internet têm sido muito
inteligentes em seus nomes que sugerem o posicionamento apropriado. Empresas como
CDNow (CDs pela Internet), Cade (site de busca pela Internet), Netscape Communications
Educar os consumidores é tarefa a ser realizada de forma conjunta com outras atividades de
marketing (inclusive as atividades relacionadas com o back-office corporativo). Se o nome da
empresa ou produto não é suficiente para posicioná-lo na mente do cliente, então é
imediatamente necessário criar um slogan ou informação que insista de modo memorizável o
posicionamento. Se o posicionamento tiver sido bem realizado, então um slogan ou uma
informação pode, em muitos casos, comunicar os atributos apropriados de modo completo.
Veja um exemplo* dessa situação.
Exemplo*: Joalheria HStern - uma importante rede brasileira que atua com
sucesso com o marketing diferenciado, investindo em segmentos
diferenciados (classes média-alta, alta e muito-alta), que investe pesadamente
em ações de comunicação.Do mesmo modo que a brevidade e a simplicidade
são valiosas no posicionamento, elas são também valiosas nos slogans e nas
informações. O slogan que acompanha o nome de uma empresa ou um
produto deve ser aquele que possa permanecer na memória por muito tempo,
desde que o posicionamento esteja presente. Algumas vezes, o próprio
posicionamento pretendido, a sua essência, é utilizado como slogan com
sucesso pelas empresas.
Do mesmo modo que a brevidade e a simplicidade são valiosas no posicionamento, elas são
também valiosas nos slogans e nas informações. O slogan que acompanha o nome de uma
empresa ou um produto deve ser aquele que possa permanecer na memória por muito tempo,
desde que o posicionamento esteja presente. Algumas vezes, o próprio posicionamento
pretendido, a sua essência, é utilizado como slogan com sucesso pelas empresas
Seguindo a linha proposta por Kotler para a abordagem de posicionamento de valor e forma de
liderança estratégica, encontramos uma breve escala de variação sobre posicionamento de
mercado, onde a relação é trabalhada a partir da identificação do “o que está sendo oferecido”
sobre “qual valor de aquisição”.
O posicionamento em termos de valor deve sempre ser analisado dentro de uma categoria
específica de atuação e de segmentação: não é possível, dessa forma, a comparação de
produtos ou serviços que tenham proposições de valor distintas e/ou de produtos ou serviços
que atuem em diferentes caracterizações de mercados-alvo.
O posicionamento em termos de valor deve sempre ser analisado dentro de uma categoria
específica de atuação e de segmentação: as classificações gerais possíveis tratam da análise
do “o que está sendo oferecido” sobre “qual valor de aquisição” e contemplam cinco categorias:
mais por mais, mais pela mesma coisa, a mesma coisa por menos e mais por menos.