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Disciplina – DIREITO PROCESSO PROCESSUAL

CONSTITUCIONAL

PERIODO 8º

DATA – 03/12/2018

Roteiro de Estudo

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Remédios constitucionais:
Meios colocados à disposição do indivíduo para resguardar seus
direitos diante da ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo
Poder Público.
Houve lesão ao direito, ou seja, com as garantias gerais houve
lesão aos direitos fundamentais, logo, precisa-se de remédio, um
meio para garantir os direitos fundamentais.

Direito de petição: Não há necessidade de assistência advocatícia.


Assegura ao indivíduo participação política e possibilidade de
fiscalização na gestão da coisa pública, sendo um meio para tornar
efetivo o exercício da cidadania.
É o instrumento de que dispõe qualquer pessoa para levar ao
conhecimento dos poderes públicos fato ilegal ou abusivo, contrário
ao interesse público, para que sejam adotadas medidas
necessárias.
Poderá, também, ser o instrumento para a defesa de direitos
perante os órgãos do Estado.
Existem duas situações que podem ensejar a petição aos
poderes públicos: a defesa dos direitos; a reparação de
ilegalidade ou abuso de poder.

O direito de petição pode ser exercido em prol do interesse coletivo


ou geral, absolutamente desvinculado da comprovação da
existência de qualquer lesão a interesses próprios peticionados.

A legitimação é universal, ou seja, qualquer pessoa, física ou


jurídica, nacional ou estrangeira, pode peticionar aos poderes
públicos Legislativo, Executivo ou Judiciário, bem como ao
Ministério Público, contra ilegalidade ou abuso de poder, ou ainda
em defesa de direitos.

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Apresentada a petição, a autoridade pública estará obrigada
constitucionalmente ao recebimento, ao exame e à expedição
de resposta em tempo razoável, sob pena de implicar ofensa ao
direito líquido e certo do peticionário, sanável pela via do
Mandado de Segurança.

É um direito de informação. Podem-se pedir informações,


explicações do Estado sobre coisa pública. Não usamos devido ao
autoritarismo do Estado (é difícil a comunicação).

Direito de Certidão: Assegura a todos a obtenção de certidões


em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal. Desse
modo, tal garantia não pode ser invocada por quem pretenda
obter cópia de documento a respeito de terceiro, a menos que
este lhe tenha conferido mandato ou representação.
O Estado não está obrigado a prestar informações solicitadas,
ressalvadas as hipóteses de proteção por sigilo, sob pena de
ofensa a direito liquido e certo do requerente, por ilegalidade
ou abuso de poder, reparável na via do Mandado de Segurança.

A legitimidade da expedição de certidão é daquele que busca a


defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse
pessoal. Não tem legitimidade uma pessoa que não tem nada a ver
com a questão.

A grande diferença do direito de petição e do direito de


certidão é que no primeiro pode-se pedir informações,
explicações do Estado sobre coisa pública, ou seja, qualquer
pessoa pode levar ao conhecimento dos poderes públicos fato
ilegal ou abusivo.
No segundo, só pode obter certidões para defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de interesse e pessoal.

Habeas Data:
Artigo 5º, inciso LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

É uma garantia que assegura o direito de informação.


São três as hipóteses de cabimento dessa garantia: Buscar acesso
a informações que estão no banco; Buscar a correção destes dados
se eles estiverem incorretos; Fazer uma anotação, uma observação
nos dados que estão corretos.

É uma garantia destinada a tutelar o acesso a dados pessoais que


estão em bancos de dados de caráter público. O Estado não tem
porque ter informações sobre a nossa vida particular.

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Aqui é exigida capacidade postulatória por advogado.

Essa garantia serve para conhecer informações sobre a própria


pessoa. O impetrante quer saber suas próprias informações.

A legitimação é de qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira,


bem como por pessoa jurídica. A ação é personalíssima, ou seja, só
poderá ser impetrada pelo titular das informações.

O Supremo ampliou a legitimidade para os herdeiros legítimos


caso a pessoa morra.

Habeas Corpus: É o remédio a ser utilizado contra ilegalidade ou


abuso de poder no tocante ao direito de locomoção, que alberga o
direito de ir, vir e permanecer do indivíduo. Visa cessar a ameaça
ou coação à liberdade locomoção do indivíduo.
É destinado a proteger o direito de locomoção de pessoa natural,
não podendo ser impetrado em favor de pessoa jurídica.

ARTIGO 5º LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que


alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder;

A legitimação ativa no habeas corpus é universal, ou seja, qualquer


do povo, nacional ou estrangeiro, independentemente de
capacidade civil, política ou profissional, de idade, de sexo,
profissão, estado mental, pode ingressar com o habeas corpus em
benefício próprio ou alheio.

O Habeas Corpus não tem como garantir tantas coisas, e por isso
precisou ser instaurado o Mandado de Segurança.

Depois do golpe (CF/88) o HC passou a ser preventivo (evitar a


prisão) e suspensivo (suspender a prisão).

Mandado de Segurança: ARTIGO 5º, INCISO LXIX - conceder-se-


á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;

É ação judicial a ser utilizada quando direito líquido e certo do


indivíduo por violado por ato de autoridade governamental ou de
agente de pessoa jurídica privada que esteja no exercício de
atribuição do Poder Público. É ação de natureza subsidiária pois
somente é cabível quando o direito líquido e certo a ser protegido
não for amparado por outros remédios constitucionais.

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É cabível sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo
receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for
e sejam quais forem as funções que exerça.

A legitimidade é de qualquer um que sofrer ou estiver ameaçado a


sofrer lesão ao direito líquido e certo. Deve ser representada por um
advogado.

O direito líquido e certo é aquele que não se discute, não preciso


provar que eu tenho. Deve-se mostrar apenas.

O prazo é decadencial de 120 dias a contar da lesão ou do


conhecimento do fato de possível lesão.

Mandado de Injunção: ARTIGO 5º, INCISO LXXI - conceder-se-á


mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
É uma garantia para quando não houver norma regulamentadora
para o exercício dos direitos e liberdades individuais previstos
na Constituição Federal.
Pode ser a respeito de um direito individual ou coletivo.

Ação Popular:
Artigo 5º, inciso,LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

É uma garantia que serve para proteger o patrimônio público, o


meio ambiente, e o patrimônio histórico e cultural, e para proteger a
moralidade administrativa.
É a ação que o cidadão pode ajuizar para defender a “res
pública” contra ato ilegal ou imoral.
A legitimidade é de qualquer cidadão, que é sinônimo de pessoa no
gozo de seus direitos políticos, ou seja, é só a pessoa jurídica no
gozo de seus direitos políticos. Logo, o estrangeiro não pode
ajuizar, a pessoa jurídica também não.

ESTUDO MAIS DETALHADO SOBRE HABEAS CORPUS


1. CONCEITO
O habeas corpus consiste em uma ação de natureza
constitucional que tem como objetivo coibir qualquer
ilegalidade ou abuso de poder contra a liberdade de
locomoção, norteada pelos princípios da celeridade, gratuidade
e informalidade.
1.1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

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A Constituição de 1988 prevê: Art. 5º LXVIII - conceder-se-á
habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
CÓDIGO PROCESSO PENAL:
Art: 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que
determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para
fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos
em que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
2. NATUREZA JURÍDICA
O habeas corpus pode ser utilizado antes mesmo da existência da
relação jurídica processual, como também após o trânsito em
julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria. Assim,
não pode ser considerado recurso, embora seja comumente usado
como sucedâneo recursal. Cuidado com isso: o HC é um
instrumento de acesso ao Judiciário, podendo ser pedido, em seu
bojo: revogação da prisão preventiva, relaxamento da prisão,
concessão da liberdade provisória etc. O HC é a forma, que deve
ser preenchida.
3. CABIMENTO
O HC somente é cabível se alguém estiver sofrendo ou sob ameaça
de violência ou coação em sua liberdade de locomoção, em razão
de constrangimento legal. Ele exige, portanto, uma violência física
ou moral (coação) atual ou iminente. É relevante, portanto, que haja
atos concretos com essas finalidades, não sendo cabível a medida
para combater situações hipotéticas. É exigido ainda que tal
situação derive de uma ilegalidade ou de abuso de poder. Há abuso
de poder, por exemplo, quando alguém fica sujeito a uma prisão
temporária por prazo superior ao legal.

4. ESPÉCIES
A. HC preventivo é Pressupõe ameaça concreta à liberdade de
locomoção. Caso se consiga a ordem, o paciente será beneficiado
com o chamado salvo-conduto (significa que o paciente pode andar
sem ser molestado). Cuidado: não se admite HC preventivo contra
uma lei em tese, por mais que ela seja inconstitucional. O
ajuizamento de HC preventivo pode se deparar, no curso da
demanda, com a efetivação da ameaça à liberdade de locomoção.
Em tal caso, o HC preventivo se transmuda em liberatório, mercê do
princípio da fungibilidade que permeia a compreensão da demanda.
B. HC repressivo/liberatório - Neste caso, já há um
constrangimento. Logo, o caminho não é o salvo-conduto, mas sim
um alvará de soltura.

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5. LEGITIMIDADE
Paciente (beneficiário) e do impetrante (quem ajuíza o HC);
. O legitimado ativo é aquele que pede a concessão da ordem de
habeas corpus em favor de alguém, que pode ser ele mesmo. Essa
legitimação é irrestrita: pessoa física;
Nacional ou estrangeira, MP PODE SER IMPETRATDO em favor
de qualquer pessoa física, em substituição processual. Nesse
sentido, dispõe o art. 654 o CPP: "Art. 654. O habeas corpus
poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de
outrem, bem como pelo Ministério Público".
Legitimidade passiva
Autoridade coatora ou a pessoa jurídica a que está vinculada. A
mesma discussão existe no MS. Sem embargo, prevalece que o
legitimado passivo é a pessoa responsável pela violência ou
coação, que pode ser o delegado de polícia (ao instaurar um IPL
abusivo ou efetuar prisão em flagrante abusiva, por exemplo), o
membro do MP (ao requisitar um IPL abusivamente) o juiz (ao
prender indevidamente) etc. O detentor do preso, ou seja, aquele
que apenas cumpre a ordem, não é autoridade coatora. Até mesmo
o particular pode ser autoridade coatora, pois a Constituição não
exige que a coação ou violência advenha de autoridade pública.
Ex.: diretor de hospital que impede paciente de deixar o hospital.
6. COMPETÊNCIA
A competência leva em consideração as pessoas do paciente e da
autoridade coatora.
1º - O HC contra ato de autoridade coatora que possui foro por
prerrogativa de função é julgado pelo Tribunal competente para
processar e julgar os crimes praticados por ela. Ex.: cabe ao STF
processar e julgar HC que tenha o Procurador-Geral da República
como autoridade coatora.
2º - Se a autoridade coatora for órgão jurisdicional, a competência
será do Tribunal imediatamente superior.
3º - A princípio, não se admite o HC per saltum. Ou seja, para que
seja processado e julgado por uma instância superior, é necessário
que a instância inferior, que possui competência, tenha esgotado o
julgamento do HC, salvo em situações teratológicas ou de
manifesta ilegalidade.

7. PROCEDIMENTO

A forma de propositura do HC é livre e a petição deverá conter


apenas os requisitos do art. 654, §1º, do CPP: Art. 654. O habeas
corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou
de outrem, bem como pelo Ministério Público. § 1º A petição de
habeas corpus conterá: a) o nome da pessoa que sofre ou está
ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a
violência, coação ou ameaça; b) a declaração da espécie de
constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as
razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou
de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e
a designação das respectivas residências. Convém ressaltar que o
procedimento não comporta instrução probatória. O procedimento é
bastante próximo do mandado de segurança, que exige a

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configuração de direito líquido e certo, mediante prova pré-
constituída. Em outras palavras, é exigida prova documental já
juntada com a petição inicial. Parte da doutrina acrescenta que, em
situações excepcionalíssimas, seria possível a inquirição de
testemunhas no procedimento do HC. Por óbvio, cabe medida
liminar no seu procedimento, desde que presentes os requisitos da
urgência e plausibilidade jurídica. Recebida a petição, o juiz poderá,
se necessário, determinar a apresentação do preso, designando dia
e hora. Tal medida, contudo, não ocorre com frequência. Além
disso, a autoridade coatora será intimada para prestar informações
escritas (art. 662).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
2. Ação Direta de Constitucionalidade (ADC)
3. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)

O art. 102, “a” e §1°, da Constituição Federal de 1988

ESPÉCIES

Ações próprias para fins de controle abstrato de constitucionalidade,


são elas: ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), que pode ser
por Ação (simplesmente ADI);

Por Omissão (ADO);

ADC (Ação DECLARATÓRIA de Constitucionalidade);

ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental).


Além destas, há, ainda, a chamada ADI interventiva, mas esta não
se trata de controle abstrato, e sim concreto, porém exercido de
forma concentrada. A ADI (por ação e omissão) e ADC, são
reguladas na Lei n. 9.868/99, enquanto a ADPF tem previsão na Lei
n. 9882/99. Isto é, além dos dispositivos constitucionais, temos
atualmente legislação específica regulamentando as ações próprias
em controle de constitucionalidade.

Mas a grande questão é: quando cada espécie de ação pode


ser manejada?

Quais os seus objetos?

DIFERENÇAS?

EM QUE HIPÓTESES ELAS PODERÃO SER UTILIZADAS?

QUAIS AS REPERCUSSÕES PRÁTICAS?

CAMPO DE ATUAÇÃO:

NATUREZA;

OBJETO;

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LEGITIMADOS - ARTIGO 103 CF/88

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a


ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional.

Os legitimados ativos universais podem propor a ADI e a ADC


independentemente da existência de pertinência temática.
Enquadram-se nesta categoria o Presidente da República, a mesa
do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, o
Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil e partido político com representação no
Congresso Nacional.

Os legitimados ativos especiais

são aqueles dos quais se exige pertinência temática como


requisito implícito de legitimação. Consistente no nexo entre a
norma questionada e os objetivos institucionais específicos do
órgão ou entidade, a pertinência temática deverá ser
demonstrada pela Mesa de Assembleia Legislativa e da Câmara
Legislativa do Distrito Federal, pelo Governador de Estado e do
Distrito Federal e pelas confederações sindicais e entidades de
classe de âmbito nacional. Mesmo após o veto oposto ao
dispositivo legal que trazia esta exigência (Lei 9.868/1999,
art. 2º, parágrafo único), a jurisprudência do STF manteve seu
entendimento.

COMPETÊNCIA:

STF – CONTROLE CONCENTRADO

SEGUEM ABAIXO...

2. AÇÕES PRÓPRIAS EM CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE

A Constituição Federal, nos seus arts. 102 e 103,

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o controle de constitucionalidade, quanto à competência
judicial para o seu exercício, admite o modelo misto, que combina o
controle difuso (todos os órgãos do judiciário são competentes,
porque a finalidade é a proteção de direito subjetivo) e o
concentrado (somente o órgão judiciário guardião da Constituição é
competente, porque a finalidade é assegurar a supremacia
constitucional). No que se refere ao controle difuso, feito por todos
os órgãos do judiciário, é sempre um controle concreto, realizado de
forma incidental, o objeto não é a declaração de
inconstitucionalidade, mas a defesa de um direito subjetivo. Por
isso, não há uma ação própria de controle, não existe uma ação
direta, mas o controle é feito por via indireta, oblíqua, por exceção,
incidentalmente dentro de um processo subjetivo. Por isso, no que
se refere ao procedimento, o controle difuso concreto não exige
maior regulamentação constitucional, pois nele preponderam as
normas processuais de direito processual civil, justamente porque
não há rito e ação própria, podendo-se levantar a questão incidental
de inconstitucionalidade em qualquer ação processualmente
cabível.

Dessa forma, a Constituição preocupa-se em regular


especificamente o controle abstrato, que é sempre feito de forma
concentrada, seja pelo STF no que se refere à supremacia da
Constituição Federal, seja pelos TJ’s no que se refere à supremacia
das Constituições Estaduais. Na verdade, no controle concentrado
(STF e TJ’s) até se admite excepcionalmente o controle concreto
(ADI interventiva, ADPF incidental), mas a regra geral é que por
meio dele se realiza o controle abstrato. Ou seja, o controle
concreto é sempre difuso, enquanto o controle abstrato é, em regra,
abstrato. Melhor dizendo, todo controle abstrato é concentrado, mas
nem todo controle concentrado é abstrato. É exatamente sobre o
controle abstrato, feito de forma concentrada pelo STF (Constituição
Federal) e pelos TJ’s (Constituição Estadual), que gira o centro do
estudo do controle de constitucionalidade.

Isso ocorre porque, no controle abstrato, não se parte de um


caso concreto, não há partes materiais envolvidas, não há processo
subjetivo, a questão de inconstitucionalidade não é analisada
apenas incidentalmente na fundamentação de qualquer processo
sob o rito do direito processual civil. Agora, o processo é
meramente objetivo, a finalidade é a própria declaração de
inconstitucionalidade, por isso se faz necessária a existência de
ações próprias de controle, fazendo-se o controle de forma direta,
por via de ação, com partes formalmente legitimadas. O que se
discute agora é a lei em relação à sua compatibilidade abstrata com
a Constituição, e não a aplicação da lei inconstitucional ao caso
concreto. Logo, se o controle agora não é mais exercido
incidentalmente dentro de uma ação qualquer regulada pelo direito
processual civil, é necessário que a Constituição preveja ações
típicas constitucionais, com legitimados próprios, para a
inconstitucionalidade ser atacada de forma direta.

Ações que fazem parte do Sistema Concentrado

1) Ação declaratória de inconstitucionalidade (ADIN):

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a) Genérica

Tem por objetivo retirar do ordenamento jurídico a lei


contemporânea estadual ou federal, que seja incompatível com a
CF, com a finalidade de obter a invalidade dessa lei, pois relações
jurídicas não podem se basear em normas inconstitucionais. Dessa
maneira fica garantida a segurança das relações.

Fica a cargo do Supremo Tribunal Federal, a função de processar e


julgar, originariamente, a ADIN de lei ou ato normativo federal ou
estadual.

Tem legitimidade para propor uma ADIN, todos aqueles que estão
prescritos no artigo 103 CF. O STF exige a chamada “Relação de
Pertinência Temática”, que nada mais é do que a demonstração da
utilidade na propositura daquela ação, interesse, utilidade e
legitimidade para propô-la. Isso é usado nos casos em que os
legitimados não são universais, que estão no artigo 103, incisos IV,
V e IX.

Não é a mesa do Congresso Nacional quem propõe a ADIN, e sim a


Mesa da Câmara e do Senado.

A propositura de uma ação desse tipo, não está sujeita a nenhum


prazo de natureza prescricional ou de caráter decadencial, pois de
acordo com o vício imprescritível, os atos constitucionais não se
invalidam com o passar do tempo.

O procedimento que uma ação direta de inconstitucionalidade deve


seguir está prescrito na Lei No 9.868/99.

Uma vez declarada a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo


em discussão, a decisão terá os seguintes efeitos:
• Ex tunc, retroativo como conseqüência do dogma da nulidade,
que por ser inconstitucional, torna-se nula, por isso perde
seus efeitos jurídicos.
• Erga omnes, será assim oponível contra todos.
• Vinculante, relaciona-se aos órgãos do Poder Judiciário e à
Administração Pública Federal, Estadual e Municipal. Uma
vez decida procedente a ação dada pelo STF, sua vinculação
será obrigatória em relação a todos os órgãos do Poder
Executivo e do Judiciário, que daí por diante deverá exercer
as suas funções de acordo com a interpretação dada pelo
STF. Esse efeito vinculante aplica-se também ao legislador,
pois esse não poderá mais editar nova norma com preceito
igual ao declarado inconstitucional.
• Represtinatório, em princípio vai ser restaurada uma lei que

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poderia ser revogada.
São relacionada com a matéria que foi discutida a declaração de
inconstitucionalidade de uma determinada lei. O STF não pode ir
além da matéria discutida. Logo, todo julgado está limitado ao
pedido que foi feito ao juiz. Dessa maneira, a decisão irá versar
apenas sobre a ADIN. Essa decisão poderá ser através de
sentença (decisão de um juiz monocrático), ou acórdão (decisão do
tribunal colegiado).

Quem será atingido pela decisão do STF são aqueles que


participaram da relação jurídica processual: o Poder Executivo,
legislativo, Judiciário, STF e também toda a sociedade.

Depois de formada a decisão da coisa julgada, sua eficácia será


preclusiva, ou seja, aquela questão uma vez decidida não poderá
ser mais discutida. A decisão judicial é uma lei entre as partes.

O juiz não pode desconsiderar a decisão dada como


inconstitucional pelo STF, e sim passar a cumpri-la deixando de
aplicar. Quando o juiz insistir em aplicar a lei já decidida como
inconstitucional, ocorrerá a reclamação constitucional, que é um
instrumento que busca a preservação da competência e garantir a
autoridade da decisão do STF (art.102 CF I).

Consequências da declaração de inconstitucionalidade de uma lei


nos casos julgados: ocorre o ajuizamento de ação decisória, dentro
do prazo de dois anos. Após esse período se dá a coisa
soberanamente julgada (pretensão bem maior de imutabilidade da
decisão). Após ter o título judicial, as partes podem ajuizar outro
processo embargando (contestando) a decisão.

Artigo 26 lei 9868/99 - Embargo declaratório é um meio de


impugnação de decisão judicial “endo processual” (dentro do
processo). Não tem a finalidade de reformar ou invalidar a decisão
judicial de um julgado, e sim buscar esclarecer algo que não
decisão dada pelo STF ficou omisso, contraditório ou obscuro.
Poderá ter um efeito modificativo (infringente), quando for o caso de
omissão que possa resultar na modificação de um julgado.

b) Por omissão

A Constituição Federal determinou que o Poder Público competente


adotasse as providências necessárias em relação a efetividade de
uma determinada norma constitucional. Dessa maneira, quando
esse poder cumpre com a obrigação que lhe foi atribuída pela CF,
está tendo uma conduta positiva, garantindo a sua finalidade que é
a de garantir a aplicabilidade e eficácia da norma constitucional.

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Assim, quando o Poder Público deixa de regulamentar ou criar uma
nova lei ou ato normativo, ocorre uma inconstitucionalidade por
omissão. Resulta então, da inércia do legislador, falta de ação para
regulamentar uma lei inconstitucional. Essa conduta é tida como
negativa. E é a incompatibilidade entre a conduta positiva exigida
pela Constituição e a conduta negativa do Poder público omisso,
que resulta na chamada inconstitucionalidade por omissão.

Os mecanismos usados para evitar a inércia do Poder Público são o


Mandado de Injunção na via difusa e a ação direta de
inconstitucionalidade por omissão na via concentrada.

Os legitimados para esse tipo de ADIN são os mesmos da ADIN


genérica e o procedimento a ser seguido também.

Ao declarar a ADIN por omissão, o STF deverá dar ciência ao


Poder ou órgão competente para, se for um órgão administrativo,
adotar as providências necessárias em 30 dias. Caso seja o Poder
Legislativo, deverá fazer a mesma coisa do órgão administrativo,
mas sem prazo preestabelecido. Uma vez declara a
inconstitucionalidade e dada a ciência ao Poder Legislativo, fixa-se
judicialmente a ocorrência da omissão, com seus efeitos.

Os efeitos retroativos da ADIN por omissão são ex tunc e erga


omnes, permitindo-se sua responsabilização por perdas e danos, na
qualidade de pessoa de direito público da União Federal, se da
omissão ocorrer qualquer prejuízo.

Dessa maneira a a da decisão nesse tipo de ADIN tem caráter


obrigatório ou mandamental, pois o que se pretende
constitucionalmente é a obtenção de uma ordem judicial dirigida a
outro órgão do Estado.

Não cabe a concessão de medida liminar nos casos de ADIN por


omissão.

c) Interventiva

A representação interventiva é uma medida excepcionalíssima


prevista no artigo 34, VII da CF e fundamenta-se na defesa da
observância dos Princípios Sensíveis. São assim denominados,
pois sua inobservância pelos Estados-membros ou Distrito Federal
no exercício de suas competências, pode acarretar a sanção
politicamente mais grave que é a intervenção na autonomia política.

Dessa maneira, toda vez que o Poder Público, no exercício de sua


competência venha a violar um dos princípios sensíveis, será
passível de controle concentrado de constitucionalidade, pela via de
ação interventiva.

Quem decreta a intervenção é o chefe do Poder Executivo

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(Presidente da República), mas depende da requisição do Supremo
Tribunal Federal, o qual se limitará a suspender a execução do ato
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da
normalidade.

Esse tipo de ADIN pode ser espontânea ou provocada. A


espontânea é aquela que é decretada por vontade própria. Já a
provocada é provocada por algum poder ou órgão.

A representação interventiva é uma ação que possui uma natureza


(finalidade) jurídico-político. Ao ser violado o princípio sensível pelo
governo e o STF processar e julgar procedente a representação
interventiva, o Presidente da República fica obrigado a expedir o
decreto interventivo, sustando os efeitos da lei, para que deixe de
utilizá-la por ser inconstitucional.

Assim, declara a inconstitucionalidade formal ou material da lei ou


ato normativo estadual. Essa é a dimensão jurídica. Caso o governo
insista, o Presidente vai expedir um novo decreto afastando o
governador do cargo. Com isso, decreta a intervenção federal no
Estado-membro ou Distrito Federal, constituindo-se um controle
direto, para fins concretos. Essa a dimensão política.

Na ADIN por intervenção, não é viável a concessão de liminar.

A legitimidade para a propositura da ação direta de


inconstitucionalidade por intervenção, está prevista na CF, artigo 36,
III.

Essa espécie de ADIN é provocada por requisição. Uma vez


decretada a intervenção, não haverá controle político, pois a CF
exclui a necessidade de apreciação pelo Congresso Nacional. Sua
duração, bem como os limites, serão fixados no Decreto
presidencial, até que ocorra o retorno da normalidade do pacto
federativo.

2) Ação declaratória de constitucionalidade (ADC):

A ação declaratória de constitucionalidade é uma modalidade de


controle por via principal, concentrado e abstrato, cuja finalidade da
medida é muito clara : afastar a incerteza jurídica e evitar as
diversas interpretações e contrastes que estão sujeitos os textos
normativos.

Há casos em que câmaras ou turmas de um mesmo tribunal firmam


linhas jurisprudenciais contrárias. Isso tudo envolve um grande
número de pessoas, onde por essa razão se faz necessário uma
segurança jurídica acerca das razões de interesses públicos, a qual
é estabelecida pela ação direta de constitucionalidade, para assim
tornar mais rápida a definição do Poder Judiciário.

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De acordo com o artigo 102 da CF, cabe ao Supremo Tribunal
Federal processar e julgar a ação declaratória constitucional.

Em relação a legitimidade para a propositura dessa ação a Carta


Magna elenca em seu artigo 103 e também no parágrafo 4.. Todos
os agentes políticos e órgãos previstos no dispositivo constitucional
possuem legitimação universal e extraordinária, bem como
capacidade postulatória.

Apenas poderá ser objeto desse tipo de ação, lei ou ato normativo
federal, com o pedido de que se reconheça a compatibilidade entre
determinada norma infra constitucional e a Constituição.

Uma vez proposta a ação declaratória, não caberá mais desistência


e nem intervenção de terceiros. A decisão será irrecorrível em todos
os casos, admitindo-se apenas interposição de embargos
declaratórios.

A declaração de constitucionalidade tem eficácia contra todos e


efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e a
Administração Pública federal, estadual e municipal.

Enfim, uma norma que era válida agora mais do que nunca continua
sendo, apenas tendo sido reafirmada sua força impositiva.

3) Argüição de descumprimento de preceito fundamental


(ADPF):

A argüição de descumprimento de preceito fundamental é uma ação


constitucional, pois está prevista na Constituição Federal que
funciona como parte integrante e complementar do sistema
concentrado.

Seu texto vem previsto na CF, artigo 102, parágrafo 1o e foi


regulamentada pela lei no 9882/99.

De acordo com o que reza a lei 9882/99, em seu parágrafo 1o, a


ADPF terá a finalidade de “evitar ou reparar lesão a preceito
fundamental, resultante de ato do poder público”.Pode se entender
que preceitos fundamentais são decisões políticas e rol de direitos e
garantias fundamentais.

Assim, a ADPF tem duas finalidades que são a preventiva e


repressiva, de evitar ou reparar lesão não só a preceito
fundamental, mas também de ato do poder público seja este
normativo ou administrativo.

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A doutrina se utiliza duas espécies de ADPF, que são:

a) Argüição autônoma- pode ser inserida no artigo 1o da lei em


questão, por ter como objetivo prevenir ou reprimir lesão a algum
preceito fundamental, resultante de ato do poder público. Logo,
essa espécie tem como pressuposto a inexistência de qualquer
outro tipo de meio eficaz que possa evitar a lesividade.

b) Argüição incidental- essa espécie enquadra-se no inciso I do


artigo e lei anteriormente citados. A argüição incidental, ou por
equiparação em relação ao seu objeto, é mais restrita e exigente.
Isso se justifica pelo fato de que para propô-la deve existir
controvérsia de extrema relevância a lei ou ato normativo federal,
estadual, ou municipal e tam bem as anteriores a atual constituição.

Nas duas espécies de ADPF, compete ao Supremo Tribunal Federal


processar e julgar a ação de acordo com os procedimentos
corretos. Essa ação é proposta perante o STF, o qual irá apreciar a
questão para posteriormente, caso ache procedente, processar e
julgar.

De acordo com o artigo 2o, I da lei, pode ajuizar uma ADPF os


mesmos legitimados para a ADIN, onde estes são os que estão
previstos no artigo 103 da CF. Os legitimados têm que se ater a
alguns requisitos como capacidade postulatória, legitimação
universal e a relação de pertinência temática.

O teor do princípio da subsidiariedade (que é visto por muitos como


uma regra) está inserido no artigo 4o parágrafo 1o da lei 9882/99.
Desse artigo pode-se entender que ele possui requisitos
extremamente específicos, que torna essa regra tão importante que
com a ausência dele, não poderia ser proposta uma ADPF.

Como regra geral, o juízo da subsidiariedade, há de ter em vista a


verificação da exaustão de todos os meios eficazes de afastar a
lesão no âmbito judicial.

É através desse princípio que torna-se possível a utilização de


ADPF, quando não existir nenhum outro meio de caráter objetivo,
apto a acabar, de uma vez por todas, a controvérsia constitucional
relevante, de forma ampla, imediata e geral.

O fato primordial é a solução que esse princípio é capaz de


produzir, por ter uma natureza objetiva, seu caráter é vinculante e
contra todos.

Com isso, a subsidiariedade desse princípio deve ser invocada para


casos estritamente objetivos. Onde a realização jurisdicional possa
ser um instrumento disponível capaz de sanar, de maneira eficaz a
lesão causada a direitos básicos, de valores essenciais e preceitos
fundamentais contemplados no texto da CF.

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO

CABIMENTO

O Recurso Extraordinário (RE) é uma espécie recursal –


FUNDAMENTO LEGAL:
Constituição Federal de 1988, elencado especificamente no
artigo 102, inciso III, in verbis:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:

O RE é de competência do Supremo Tribunal Federal;

Função precípua como Corte Suprema é a de proteção


à Constituição;

O RE é o instrumento processual pelo qual se faz um reexame


de sentenças e decisões que contrariem dispositivo constitucional;
declare a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgue
válida lei ou ato de governo local contestado em face
da Constituição da República, como também a validade da lei local
contestada em face de lei federal.
Por ser o guardião da Constituição Federal, ao STF compete
conferir interpretação às normas constitucionais, seja através do
controle abstrato de constitucionalidade ou do controle concreto,
este último realizado por meio do recurso extraordinário. Deduz-se
com isso que: “o recurso extraordinário, portanto, sempre teve como
finalidade, entre outras, a de assegurar a inteireza do sistema
jurídico, que deve ser submetido à Constituição Federal.

Artigo 102, inciso III, alíneas, que nos aponta as hipóteses de


cabimento do Recurso Extraordinário:

a) Contrariar dispositivo desta Constituição;


Quando tratamos a respeito de dispositivo que contrarie
a Constituição, dizemos respeito à dispositivos que
contrariem diretamente o texto constitucional, salientando que, se
for o caso de uma contrariedade indireta, competirá ao Superior
Tribunal de Justiça a análise do dispositivo, como, por exemplo, nos
casos de leis infraconstitucionais que abarquem princípios
constitucionais.
b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
Para melhor entendimento, nos salienta Haroldo Lourenço:
E essa decretação de inconstitucionalidade submete-se à cláusula
de reserva de plenário (art. 97 da CF), sendo cabível o recurso

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extraordinário não da decisão do plenário ou órgão especial que
decretou, em abstrato, a inconstitucionalidade do tratado ou da lei
federal, mas da decisão final, da turma ou câmara, que julgou o
caso, com base na declaração de inconstitucionalidade.

c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face


desta Constituição;
Tal hipótese decorre da eventualidade de um Tribunal julgar válida a
lei ou algum ato (administrativo ou normativo) do Governo (estadual
ou municipal) que contrarie a Constituição Federal, gerando,
portanto, o cabimento do Recurso Extraordinário para que o
Supremo Tribunal Federal decrete a inconstitucionalidade.
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Antes da Emenda Constitucional n. 45 de 30 de Dezembro de


2004, competia ao Superior Tribunal de Justiça julgar o conflito
entre as normas estaduais e federais, posto tal EC, a
competência passou a ser do Supremo para decidir por meio
do Recurso Extraordinário o conflito de competência
legislativa.
Exposto as hipóteses de cabimento do RE - não é necessário
que quaisquer das hipóteses elencadas acima sejam
concretizadas por um Tribunal, Turma Recursal ou Decisão
Colegiada, sendo também objeto do RE a decisão monocrática
do Juiz de primeiro grau, in verbis:

Súmula n. 640 do Supremo Tribunal Federal


É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de
juizado especial cível e criminal.

Hipóteses DE CABIMENTO:

DO procedimento do Recurso Extraordinário que se encontra no


artigo 1.029 do Código de Processo Civil e seguintes :

1. O Recurso Extraordinário será interposto no prazo de 15 dias a


contar da intimação do acórdão recorrido perante o Tribunal de
origem, devendo ser dirigido ao Presidente ou Vice-Presidente do
Tribunal conforme o Regimento Interno.
2. Interposto o RE, será intimado o recorrido para a apresentação
das contrarrazões recursais.
3. Apresentada as contrarrazões, será então realizado o juízo de
admissibilidade (sendo este o meio pela qual verificarão se os
requisitos de admissibilidade do recurso não estiverem preenchidos,
cabendo contra o indeferimento o Agravo Interno previsto no artigo
1.042 do Código de Processo Civil.

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REPERCUSSÃO GERAL

FUNDAMENTO: CÓDIGO ANTERIOR, 543, § 1º/1973, EC


45/2004.

Nesta fase abrir uma observação quando ao artigo 1.035 do


Código de Processo Civil que dispõe a peculiaridade do
Recurso Extraordinário:
Código vigente
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível,
não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão
constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos
termos deste artigo.

O artigo acima citado - condição de


admissibilidade a repercussão geral como elemento intrínseco do
RE, visto, o Legislador também trouxe o sentido de repercussão
geral, ao dispor no parágrafo 1º:
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a
existência ou não de questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.

2º a necessidade da existência da repercussão geral, como também


em seu parágrafo 3º, aonde elenca de onde deverá constar a
repercussão:

§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de


repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo
Tribunal Federal.
§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar
acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal;
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei
federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal.
(Destaque meu)

4. Admitido o Recurso Extraordinário, o Supremo Tribunal Federal


julgará o processo aplicando o direito cabível.
Ressalta-se que o prazo para julgamento será julgado em até 1
(um) ano conforme disposição do parágrafo 9º:

§ 9o O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá


ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os
pedidos de habeas corpus.

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Do mesmo modo que se dará em súmula da decisão sobre a
repercussão geral conforme transcreve o parágrafo 11:

§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de


ata, que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.

instituto do Recurso Extraordinário tem por finalidade garantir a


plena eficácia e estabilidade de Constituição da República em face
de qualquer contrariedade que venha a seu confronto por meio de
ato administrativo ou normativo, decisões monocráticas, colegiadas,
etc.
A finalidade do recurso extraordinário é assegurar que não haja
contrariedade à CF e que as leis e atos normativos estejam em
consonância com o texto constitucional.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


FUNDAMENTO LEGAL
1. Recurso ordinário constitucional, com base no
art. 102, II, b CF.
2. Recurso ordinário constitucional ao STF, com base no
art. 102, II, a CF.
3. Recurso ordinário constitucional ao STJ, com base no
art. 105, II, a, b e cda CF.
4.
O que é crime político? São aqueles praticados em
detrimento da ordem e da segurança nacional. Crime
político não é sinônimo em crime eleitoral. EX: criar
associação para separar o estado de SP do pais, isso é
crime político.

Compete aos juízes federais julgar e processar os crimes


políticos.

Hoje prevalece de que o STF no julgamento de recurso


ordinário constitucional ele atua como órgão de segunda
instância e não como terceira instância. EX: Ação em primeira
instância, depois o recurso vai para o STF e não para o TRF.

Prazo para interposição: 5 dias, interponho no juízo prolator da


decisão.

As razões já devem acompanhar a interposição. Interposto o


juiz faz o juízo de admissibilidade, recebido o recurso intima-se
o recorrido para as contrarrazões em 5 dias e em seguida remete
os autos ao STF para julgamento, não há juízo de retratação.

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OBS: na hipótese de denegação, ou seja, não recebimento do
recurso, ou de um despacho ou se o despacho sobre sua
admissão for retardado injustificadamente por mais de 30 dias,
ou se a remessa dos autos não ocorrer nesse prazo, será
oponível o agravo de instrumento, na forma do regimento
interno do STF.

Tem efeito devolutivo e quanto ao efeito suspensivo tendo em


vista a peculiaridade terá o mesmo tratamento da apelação, ou
seja, interposto o ROC em face de sentença absolutoria nunca
terá efeito suspensivo, mas se for condenatória terá efeito
suspensivo.

Recurso ordinário constitucional ao STF,


Art. 102, II, a CF/88

Cabe apenas em decisão proferida por tribunal superior (STJ,


TSE, TST e STM). Esse tribunal estará proferindo a decisão em
única instância, isto é, o tribunal superior está atuando na sua
competência originária.

Ex: julgamento do prefeito municipal é feito pelo Tribunal de


Justiça. O prefeito impetra um HC no STJ. O STJ nega o HC,
tendo assim uma decisão denegatória. Dessa decisão do STJ,
caberá o ROC do art. 102, II, a, CF.
OBS: decisão que concede o HC não cabe ROC.
O prazo de interposição do ROC se a decisão for denegatória de:

• HC - 5 Dias
• MS - 15 Dias
Em ambos os casos, os prazos são contados a partir da
publicação da decisão.

Deverá ser interposto por petição escrita.

A petição deve ser dirigida ao presidente do tribunal superior


que denegou a ordem.

Ex: interpor em face do HC denegado ao STJ. Assim, irá


interpor a peça no STJ e as razões acompanham a interposição.

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Processamento

Juízo de admissibilidade - Contrarrazões: mesmo prazo da


interposição - remessa dos autos ao STF para julgamento.

Se transcorrer 30 dias sem que seja recebido o recurso ou se


denegado/não recebido o ROC: caberá agravo nos termos do
art. 313 do regimento interno do STF.

Recurso ordinário constitucional ao STJ -


Art. 105, II, a, b, c CF
Decisão proferida por Tribunal de Justiça dos Estados e Distrito
Federal e Territórios. Poderá ser proferida também por
Tribunal Regional Federal.

Decisão denegatoria de HC decidida em única instância ou


última instância.

Ex: juiz da primeira vara criminal da cidadeXXX decretou a


prisão preventiva de Pedro. Advogado de Pedro, ingressa com
HC no tribunal de justiça, o tribunal denega a ordem.

Ex: delegado do primeiro distrito policial de TalCidadeXXX


instaura IP em face de Pedro. Pedro ingressa com HC perante o
juiz criminal. O juiz denega o HC, dessa decisão cabe recurso
em sentido estrito sendo julgado pelo tribunal. O tribunal nega
provimento ao RESE, assim, o tribunal estará reexaminado uma
situação.

Dica: sempre irá impetrar HC na instância superior.

Caberá ROC em razão de decisão denegatoria de mandado de


segurança em única instância.

Ex: MP ingressa com MS no TJ e o tribunal denega a ordem.


Decisão do TJ em única instância.

Ex: João ingressa com MS em ato de policial, o juiz local quem


julga. O juiz denega a ordem e a parte recorre ao tribunal, quem
também denega. Não cabe ROC da alínea b, pois não é uma

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atuação de única instância.

Processamento e prazo: igual ao anterior.

OBSERVAÇÕES:

• Se tiver HC interposto em primeira instância, da decisão


proferida que concede ou denega, desta decisão cabe RESE.

• Se tiver HC interposto em segunda instância (TJ/TRF) e for


concedido: não cabe recurso, o máximo que caberá será
RESP/RE.
• Se for denegado: caberá ROC ao STJ.

• Se tiver HC interposto em tribunal superior e for concedido:


não cabe recurso.

• Se
for denegado: cabe ROC ao STJ.
Sempre foi discutido se poderia substituir o ROC por um novo
HC, dessa vez na instância superior.

Ex: Moro decreta a prisão preventiva de um réu da lava jato.


Será interposto HC no TJ e o tribunal denega a ordem. Em tese
cabe ROC, mas será que caberá um novo HC no STJ?

1. Corrente: no momento em que o tribunal denega a


ordem, reveste de autoridade coatora, assim poderia
impetrar um novo HC. Possibilitando um julgamento
mais rápido.

2. Corrente: não, a questão da prisão já foi decidida,


agora deve ser utilizado o ROC.
O STJ havia emitido decisão, em ambas turmas, no sentido de
que não poderia usar o HC em substituição do ROC. Porém,
Gilmar Mendes em decisões monocráticas, admitindo essa
substituição.

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