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Tubarão
2017
ANA PAULA NASCIMENTO MAREGA
JOHN LENNON SOUZA ANTÔNIO
Tubarão
2017
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, por ser essencial nas nossas vidas e por nos
acompanhar durante essa jornada.
Agradecemos as nossas famílias, por serem o alicerce que nos permitiu enfrentar
os momentos difíceis durante a confecção do presente estudo.
Agradecemos os docentes, que compartilharam todo o conhecimento necessário
para a nossa formação acadêmica, e o nosso professor orientador, que não mediu esforços
para que o estudo fosse concluído da maneira mais eficiente possível.
“Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições
melhores, para fazer melhor ainda!”(MÁRIO SÉRGIO CORTELLA)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 13
1.2.1.1 Objetivos específicos .............................................................................................. 13
1.3 RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E SOCIAL DA PESQUISA ......................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 15
2.1 PLANEJAMENTO ...................................................................................................... 15
2.1.1 Construção civil....................................................................................................... 17
2.2 SISTEMAS E MÉTODOS DE CRONOGRAMA ........................................................ 19
2.2.1 Elaboração de um cronograma físico-financeiro ................................................... 19
2.2.1.1 Linhas de balanço ................................................................................................... 23
2.2.1.2 Diagrama de Gantt ................................................................................................. 24
2.2.1.3 Diagrama de rede PERT ......................................................................................... 25
2.2.2 Microsoft Project .................................................................................................... 26
2.3 CONSEQUÊNCIAS DO NÃO CUMPRIMENTO DO PLANEJAMENTO ................. 29
2.4 APRIMORAMENTO DE ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO PARA NÃO
GERAR ATRASOS E CUSTOS NA OBRA EM ESTUDO. ................................................ 30
2.4.1 Contratação de mão de obra................................................................................... 31
3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................. 33
3.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................................. 33
3.2 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ....................... 34
3.3 ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 35
3.3.1 Caracterização do empreendimento....................................................................... 35
3.3.1.1 Descrição do empreendimento ................................................................................ 35
3.3.2 Etapas construtivas ................................................................................................. 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 39
4.1 PRIMEIRO TRIMESTRE ........................................................................................... 39
4.2 SEGUNDO TRIMESTRE ........................................................................................... 41
4.3 TERCEIRO TRIMESTRE ........................................................................................... 42
4.4 QUARTO TRIMESTRE .............................................................................................. 44
4.5 QUINTO TRIMESTRE ............................................................................................... 45
4.6 SEXTO TRIMESTRE ................................................................................................. 46
4.7 SÉTIMO TRIMESTRE ............................................................................................... 47
4.8 OITAVO TRIMESTRE ............................................................................................... 48
4.9 25º MÊS ...................................................................................................................... 50
4.10 26º MÊS ...................................................................................................................... 52
4.11 ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE CRONOGRAMA ............................................ 53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 57
ANEXOS ............................................................................................................................ 60
ANEXO A – ENTREGA PARCIAL DA OBRA ............................................................... 61
ANEXO B – BLOCO B...................................................................................................... 62
ANEXO C – BLOCO F...................................................................................................... 63
ANEXO D – BLOCO D ..................................................................................................... 64
ANEXO E – BLOCO H ..................................................................................................... 65
ANEXO F – PAVIMENTO TÉRREO .............................................................................. 66
ANEXO G – PAVIMENTO TIPO .................................................................................... 67
ANEXO H – APARTAMENTO TIPO.............................................................................. 68
ANEXO I – APARTAMENTO F E H ............................................................................... 69
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
O setor da construção civil apresentou grande evolução nos últimos anos e, por
consequência, houve um aumento na competitividade neste meio. Com isso, percebeu-se um
maior interesse, por parte das empresas, na otimização do tempo e redução de gastos,
conferindo um maior diferencial no seu serviço.
Atualmente, construtoras de todos os níveis buscam investir nos setores que fazem
o controle sistêmico de todas as etapas e fases do empreendimento. Essa nova preocupação
passa, por exemplo, pelo estudo dos métodos de redução de tempo e custos, já que muitos
atrasos na entrega de empreendimentos podem ser originados pela falta de planejamento e
controle.
Assim definimos como questão central de pesquisa: Quais os métodos e técnicas
utilizados para o controle do cronograma durante o período de execução da obra Residencial
São João, que garantam a entrega do empreendimento no prazo estabelecido sem resultar no
aumento do custo, a partir de pesquisa exploratória realizada no ano de 2017, na cidade de
Tubarão, sul de Santa Catarina.
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PLANEJAMENTO
Conforme Vargas (2005), muitas mudanças vêm ocorrendo nos últimos anos e a
indústria da construção civil tem sido um dos ramos que demonstrou alterações mais
substanciais. O aumento da competitividade entre as empresas de construção civil acarreta na
necessidade de investimento em novas técnicas que possibilitem atender às exigências
estabelecidas em projeto, objetivando o respeito no mercado e, consequentemente, tornando-
se um atrativo para os clientes. Para Mattos (2010), ao planejar uma obra o gestor adquire alto
grau de conhecimento de um empreendimento, o que lhe permite ser mais eficiente na
condução dos trabalhos.
O planejamento apresenta-se como a solução que possibilita atender às demandas
de projeto de maneira eficiente, uma vez que utiliza técnicas e métodos que fazem o controle
de todos os aspectos da execução de uma obra, garantindo o controle dos custos e
assegurando a entrega da obra em prazo pré-estabelecido. Segundo Bezerra (2013, p. 5), “a
criação de ferramentas de controle, gestão de serviços e planejamento de obra, surge como
uma oportunidade de investimento e uma área que pode promover grandes benefícios para as
empresas construtoras.”
A necessidade de um bom planejamento e acompanhamento é imprescindível para
o cumprimento das exigências de uma obra, e isto não é segredo para os profissionais da área.
Entretanto, esse conhecimento parece não ser suficiente para garantir que as empresas
utilizem tais técnicas.
É comum ouvirmos muitos relatos de atraso de obras. Filippi (2015) aponta que os
problemas com o atraso das obras é tanto, que os prazos de carências dos contratos acabam
tornando-se parte do prazo normal de entrega de um empreendimento.
Em grande parte, este atraso é ocasionado pela falta do planejamento, ou pelo não
acompanhamento das suas etapas. Com isso, pode-se entender que as construtoras de todo o
país acabam “metendo os pés pelas mãos”, quando deixam de lado as diretrizes dos
cronogramas e métodos explicitados no planejamento.
Esse abandono dos procedimentos pode acontecer usualmente quando os
profissionais garantem que a experiência na área é a melhor forma de garantir a redução de
custos e entregar a obra no prazo adequado. Outro fator que interfere na efetivação do
planejamento é a necessidade de redução de custos, que em muitos casos aparece como
solução, porém pode acarretar prejuízos no custo final da obra e cronograma.
Por isso, segundo Nocêra (2010), o planejamento pode ser dividido em quatro
etapas, conhecidas como ciclo PDCA (do ingês Plan-Do-Check-Act ou Planejar-
Fazer/Desempenhar-Checar-Agir), conforme descrito abaixo:
1° Planejar: nessa primeira parte, a equipe de planejamento da obra tem o objetivo
de atender a lógica construtiva do empreendimento, gerando informações de prazo e metas
físicas, como estudo do projeto, definição de metodologias e geração de cronogramas.
2° Desempenhar: essa etapa é a materialização do planejamento, ou seja, tudo que
foi planejado no papel entra no terreno da realização física, com a principal característica de
informar e executar cada atividade.
3° Checar: nesta fase é realizada a aferição do que foi planejado com o que foi
efetivamente realizado. Essa função de verificação consiste em comparar o previsto com o
realizado e apontar as diferenças no prazo, custo e qualidade e, ainda, coletar todas as
informações que possam ser usadas para reduzir um possível atraso.
4° Agir: tal etapa é de suma importância pois é nela que, caso os resultados
obtidos em campo desviem do planejamento da obra, se devem implantar ações corretivas,
com objetivo de prevenir um possível atraso. É válido ressaltar que quanto maior a demora
para identificar o desvio, maior será o tempo de correção do mesmo, alterando o cronograma
do planejamento.
Planejar uma obra é um trabalho longo e exige o estudo detalhado de todas as suas
fases. Cada aspecto, inclusive aqueles que não aparentam importância, precisam ser estudados
a fim de obter, como resultado final, um controle total sobre todas as etapas, desde a
concepção do projeto até a entrega das chaves ao cliente.
17
“Além disso a maioria dos projetos não são feitos com os detalhes necessários à sua
execução. Como, muitas vezes, constatado no projeto de arquitetura ou de
instalações hidrossanitárias que não contem detalhamento de shafts, em relação, por
exemplo, ao tipo de material que será utilizado como fechamento da área de visita de
manutenção neste shaft, a altura dessa visita, etc.” (SILVA, 2015, p. 6)
Ao planejar uma obra, uma das principais informações para manter o controle é
saber quanto tempo os trabalhos vão durar e quando vão acabar. Portanto, antes de colocar a
“mão na massa” é necessário planejar detalhadamente os serviços que serão executados na
fase de execução do projeto. Daí resulta o cronograma de obras, que expressa visualmente a
programação das atividades realizadas durante a construção.
Gerenciar um projeto como um todo envolve uma série de processos que, ao final,
resumem-se em dados para tomada de decisões e comunicação. Iniciar uma metodologia de
gerenciamento de projetos em qualquer segmento, seja no setor de construção civil, industrial
ou montagem, requer uma equipe capacitada para dar suporte e forma a esta metodologia.
Apesar de apresentar uma grande importância para a economia, é observado que a
construção apresenta um atraso tecnológico comparando-se a outras indústrias. Algumas
características do setor são preponderantes para tal atraso, como a "falta de mão de obra
20
Para isso, deve-se seguir uma sequência lógica das atividades do projeto,
conhecida como precedência, que precisa ser muito bem executada, pois através dela
chegaremos ao produto final, que neste caso é o cronograma, com datas previstas para cada
atividade.
Uma sequência incorreta de atividades vai gerar um produto sem qualquer
aplicabilidade prática — isso será motivo para descrédito do planejamento e do planejador. É
importante atentar, conforme ressalta Mattos (2010), para o fato de que o melhor computador
do mundo não corrigirá uma rede malfeita.
23
Por meio da linha de balanço, o engenheiro da obra passará a ter uma visão mais
simples da execução das atividades, servindo como ferramenta de apoio para melhoria da
produtividade e organização nos canteiros de obras. Ela vai indicar o sequenciamento das
atividades pelas diversas unidades de repetições.
No Brasil, a linha de balanço (LOB) é bastante aplicada para empreendimentos de
edificação, onde apresentam algumas vantagens como:
a) agilidade na execução das atividades junto com uma maior garantia em sua
conclusão;
b) boa visualização de como está o ritmo de trabalho, a duração das atividades e
organização das equipes.
De um modo geral, a linha de balanço é um bom formato, mecanismo para
planejar como realizar uma tarefa, porém não mostra se todas as condições estão reunidas
para dada tarefa poder ser iniciada. Porém, é um método que busca minimizar recursos sejam
eles materiais ou humanos, com um controle mais apertado para condições de tarefas
sucessoras.
cada analista. "O planejador precisa estar atento para a diferença entre dias úteis e dias
corridos, sobretudo quando calcula a rede em dias úteis, e tem de cumprir um prazo contratual
estabelecido em dias de calendário." (MATTOS, 2010, p. 206)
Pode-se citar alguns exemplos de projetos que é usado PERT:
a) construção de uma planta;
b) construção de navios;
c) instalação de sistemas de informações; dentre outros.
A rede PERT pode ser construída utilizando arcos, para representar as atividades,
e nós, para separar as atividades de suas atividades precedentes - porém, utilizar os nós para
representar as atividades e os arcos para representar as relações de precedência pode ser mais
intuitivo.
A sequência de atividades que produz o tempo mais longo é aquela que define o
prazo total do projeto. A essas atividades dá-se o nome de atividades críticas e o
caminho que as une constitui o caminho crítico, o qual é representado no diagrama
por um traço mais forte ou duplo. (Mattos, 2010, p.51)
as tarefas, associar os custos do projeto, gerenciamento dos prazos, tendo como objetivo
alcançar as metas sem exceder o custo.
Uma de suas principais características é ser acessível e de fácil assimilação pelo
usuário, podendo-se trabalhar com pequenos ou grandes projetos, com poucas ou muitas
tarefas.
Envolve projetos de construções dos mais variados tipos, por meio da emissão e
acompanhamento de relatórios mensais baseados nas medições feitas que,
comparadas ao planejamento, demonstram ações efetivamente realizadas, evitando
eventuais discordâncias entre o que foi executado e o que falta executar.
(PIMENTEL, 2008, p. 25)
Para que o andamento do empreendimento ocorra com sucesso, sem nenhum tipo
de atraso que gere ainda mais custos, é necessário um planejamento que busque otimizar toda
a equipe, de maneira que em determinados períodos, em que determinadas atividades
estiverem paradas, a equipe contratada possa ser deslocada para outro tipo de atividade em
que sejam cabíveis a suas habilidades.
Pode-se dizer que além do planejamento e controle realizado, outro fator muito
importante é o envolvimento dos participantes, no caso o gerente da obra,a equipe contratada
e outros envolvidos, para que não ocorra também o chamado retrabalho, que irá gerar mais
custos para realização das atividades.
Segundo Mattos (2010), tempo e custo são grandezas intimamente ligadas em um
projeto, pois qualquer alteração que ocorra em prazo refletirá em uma variação de custo.
Portanto, ao se acelerar uma obra, ocorre um acréscimo nos custos diretos devido à
mobilização demais equipes, equipamentos, materiais, horas extras, etc. Por outro lado, com a
redução de prazo atingida pela aceleração, ocorre também uma redução nos custos indiretos
(equipe técnica, contas de consumo, manutenção de canteiro etc.).
Um projeto com muitas atividades não precisa ter todas suas atividades aceleradas
para que se possa terminar em um prazo menor. Basta definir quais são aquelas consideradas
críticas e, então, acelerá-las. "Para tentar solucionar um problema é utilizado um método
conhecido como aceleração racional, que tem como objetivo diminuir a duração total do
projeto com o menor aumento de custo". (MATTOS, 2010, p. 340)
A partir da identificação do caminho crítico e verificação das atividades com
menor custo de aceleração, geralmente é percebido um progresso nas atividades críticas e
pode-se, então, repetir o método de aceleração.
e, por isso, as empresam optam por terceirizar os serviços, para assim não ter uma
responsabilidade direta com a situação, conforme Pereira Fagundes (2013).
Trata-se de uma situação comum no ramo de obras civis, onde a empresa
executora dos serviços opta pela terceirização, de maneira que possa vir a favorecê-la nos
custos e tempo de trabalho realizado, concluindo os serviços em um período menor do que o
previsto. Porém, de acordo com Serra e Franco (2001), muitas vezes essa estratégia não
resulta em vantagem, pelo fato de os operários das subempreiteiras contratadas possuírem
uma baixa qualificação profissional, necessitando de formação e capacitação.
As contratações das subempreiteiras podem ser realizadas para atuar na obra
fornecendo apenas o projeto, somente mão de obra, material ou até mesmo os três serviços.
Nosso país vem melhorando as formas de contratação, com contratos temporários, redução de
encargos. Além disso, foram criadas tabelas salariais referentes às profissões, atualizadas todo
ano.
Após a contratação, a fase seguinte é a de execução dos serviços e, para que seu
desenvolvimento não apresente problemas, é de fundamental importância um planejamento,
uma melhor organização para os processos executivos e alocação de recursos, conforme
defendem Serra e Franco (2001). Desta forma, percebe-se que o plano de contratações deve
estar “amarrado” junto a um contrato bem formalizado, de maneira que não venha a trazer
eventuais problemas a nenhuma das partes envolvidas.
No próximo capítulo serão apresentadas as metodologias utilizadas,
procedimentos para realização e as características do empreendimento em questão.
33
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
módulos não interligados, conforme Anexo C. Por serem isolados, serão chamados de FI, FII
e FIII afim de melhor verificar as características dos blocos. O bloco D, é composto por dois
módulos não interligados, conforme Anexo E. Por serem isolados serão chamados de DI e DII
afim de melhor verificar as características dos blocos. O bloco H, é composto por um módulo,
conforme Anexo F.
A separação por módulos é feita em função da igualdade entre os mesmos. Todos
os módulos apresentam as mesmas características, com exceção aos módulos FIII e H, que
apresentam adaptação para deficientes físicos. Para que possamos analisar os atrasos no
cronograma, utilizaremos a divisão essa divisão, totalizando nove módulos.
Cada um destes módulos possui duas entradas, uma entrada acessada pelas
garagens (subsolo) e outra pelo térreo. O subsolo é caracterizado pelo depósito e acesso ao
térreo. O térreo (Anexo F) e três pavimentos tipo (Anexo G) são caracterizados por uma
circulação, um lance de escadas e quatro apartamentos tipo, que serão apresentados a seguir.
Os apartamentos do pavimento tipo (Anexo H) são caracterizados por dois
dormitórios, um banheiro, uma sala de jantar/estar, uma cozinha, uma área de serviços e uma
sacada.
Os apartamentos do pavimento térreo (Anexo H) são caracterizados por dois
dormitórios, um banheiro, uma sala de jantar/estar, uma cozinha, uma área de serviços e uma
sacada.
Os apartamentos do pavimento térreo dos módulos FIII e H (Anexo I)são
caracterizados por dois dormitórios, um banheiro, uma sala de jantar/estar, uma cozinha e
uma área de serviços.
No próximo tópico serão apresentadas as descrições dos serviços executados em
cada uma das etapas do cronograma, que posteriormente serão analisadas.
Cada uma dessas etapas são significativas no contexto geral da obra, e o atraso de
uma destas pode causar o atraso das subsequentes. Abaixo, apresenta-se gráfico ilustrando a
significância de cada serviço no contexto geral da obra.
19,07%
20,00% 18,09%
16,59% 16,60%
15,00%
11,78%
10,00% 8,71%
4,18% 3,59%
5,00%
1,38%
0,00%
Para que seja possível fazer as análises dos atrasos em cada mês da obra, torna-se
necessário conhecer o que integra cada um dos serviços citados anteriormente:
a) serviços preliminares: serviços técnicos (levantamento topográfico, projetos,
especificações, orçamento, cronograma), despesas iniciais (cópias, licenças,
taxas e impostos), instalações provisórias (tapumes, barracão, água, luz,
esgoto e placas), consumos, limpeza da obra, saúde e segurança, qualidade e
placas da obra;
b) infraestrutura: escavações mecânicas, aterro e apiloamento, locação da obra,
fundações superficiais, vigas, baldrames e alavancas;
c) supraestrutura: concreto armado e pré-moldados;
d) paredes e painéis: alvenarias, esquadrias metálicas, esquadrias de madeira,
ferragens, vidros e plásticos;
e) cobertura: telhados, impermeabilizações e tratamentos;
f) revestimentos: revestimentos internos, azulejos, revestimentos externos,
forros, pinturas e revestimentos especiais;
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
14,67%
50%
11,11%
40%
6,30%
63,48%
59,72%
49,00%
38,28%
0,00%
2,51%
0,78%
0,00%
0,63%
0,00%
2,42%
0,00%
0,00%
0,00%
30%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
100%
90%
80%
70%
60%
50%
20,16%
18,71%
40%
30%
68,70%
65,48%
92,00%
58,93%
54,05%
41,21%
6,17%
2,51%
1,24%
0,00%
0,63%
0,00%
2,42%
2,30%
0,00%
0,00%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
40%
9,80%
100,00%
30%
73,92%
71,23%
88,81%
96,05%
64,61%
46,20%
34,42%
5,75%
0,00%
0,63%
0,00%
2,42%
0,00%
0,00%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
uma vez que nenhuma das medidas do ciclo PDCA foram tomadas para que esses atrasos
fossem remediados.
Os atrasos alusivos à supraestrutura, de 31,44%, devem-se ao efeito cascata
causada pela não execução das predecessoras do processo. Para Matos (2010), predecessora é
a atividade precisa estar finalizada para que a atividade em questão possa ser executada.
Portanto o atraso em uma etapa predecessora de outra acaba por ocasionar o atraso sucessivo
de outras etapas que necessitem desta que possam ser executadas.
As coberturas apresentavam, neste mês, um atraso de 40,45%, como consequência
dos atrasos de infraestrutura. Visto que esta obra apresenta um pavimento subsolo extenso,
existiu a necessidade de impermeabilização através de mantas asfálticas nas paredes em
contato direto com solo. À medida em que a infraestrutura e supra estrutura eram liberadas
nestes locais, eram levantadas paredes e, subsequentemente, realizadas as impermeabilizações
das paredes para liberar os aterros.
Os atrasos referentes às coberturas revelam novamente o efeito cascata causado
pelo atraso em uma etapa, considerada predecessora de outras.
Os atrasos de 24,62% nas instalações foram causados pelo não cumprimento do
disposto no contrato pela empresa contratada para execução dos serviços elétricos. Nesta fase,
a empresa contratada era responsável por toda a obra e não estava atendendo a demanda. Era
necessário que fizesse o recorte de paredes para que outras etapas como reboco, que
necessitam desta anterior finalizada, pudessem ser executadas.
Em conversa com os responsáveis pelos setores de compras da empresa e com as
engenheiras da obra, este se deu ao fato dos empreiteiros em questão serem empresas sem
estabilidade, com poucos funcionários, e que para se inserirem no mercado baixavam os
preços de forma significativa. Para poder se manter na obra, reduziam a quantidade de
funcionários e, como consequência, reduzia a produtividade.
Neste ponto, mostrou-se a necessidade de um controle de contratação de
profissionais com capacitação e experiência, de forma a garantir que os serviços prestados
fossem executados da maneira disposta em contrato. Segundo Félix (2017), existe a
necessidade de se manter uma relação de mão de obra e fornecedores, analisando todas as
características com o objetivo de na hora da contratação saber quem e que serviços serão
contratados.
44
31,92%
26,49%
60%
24,48%
18,35%
17,58%
50%
7,70%
100,00%
100,00%
40%
79,14%
75,07%
97,02%
96,30%
49,80%
82,48%
33,02%
30%
2,42%
0,00%
0,00%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
18,41%
11,83%
40%
100,00%
100,00%
84,36%
80,82%
99,26%
96,30%
32,92%
36,31%
87,78%
31,92%
45,91%
36,27%
42,48%
46,19%
30%
0,00%
0,00%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
100,00%
100,00%
30%
89,58%
86,57%
97,53%
53,01%
38,91%
61,69%
74,06%
47,39%
28,00%
34,29%
49,93%
52,74%
0,00%
0,00%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
A supraestrutura deveria estar com 100% dos serviços concluídos, porém ainda
restavam 2,47% a serem concluídos, devido aos atrasos na infraestrutura. Mesmo caso
acontecia com o serviço de paredes e painéis, que apresentaram um atraso de 14,10%,
consequente dos atrasos na supra estrutura. Novamente a questão de atraso em uma etapa gera
atrasos que abalam todo o empreendimento, conforme confirma Mattos (2010). “Um descuido
em uma atividade pode acarretar atrasos e escalada de custos, assim como colocar em risco o
sucesso do empreendimento.” (MATTOS, 2010, p. 19)
As coberturas nesta etapa apresentavam 38,31% de atrasos. Essa procrastinação
advém do atraso na supraestrutura, mais especificamente nas passarelas. As
impermeabilizações eram necessárias nestas regiões e os tratamentos nas passagens de
pedestres.
Os atrasos de 26,67% em revestimentos foram ocasionados, em primeiro ponto,
pelos erros cometidos pelo empreiteiro contratado para a infraestrutura e supra estrutura dos
blocos F e H. Conforme já citado, o mestre de obras assumiu a finalização do reboco destes
blocos. De acordo com o mestre de obras, foi um atraso significativo pois as paredes
precisavam ser quebradas, para que fossem colocadas no esquadro, para que então pudessem
ser rebocadas as paredes.
O sétimo trimestre revela a relação entre o cronograma inicial da obra com o que
foi executado até o respectivo mês.
48
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
94,80%
92,33%
98,15%
77,60%
82,93%
93,25%
95,95%
77,68%
62,00%
77,47%
61,32%
71,25%
40%
0,00%
0,00%
30%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
96,16%
95,23%
98,62%
93,22%
80,65%
92,83%
40%
0,00%
20%
0%
Cronograma Executado
Nesta fase, pelo cronograma, a obra deveria estar concluída e sendo entregue.
Porém, como mostra a figura acima, não foi o caso.
As paredes e painéis ainda apresentavam um atraso de 4,77% devido às
instalações das esquadrias de madeira e alumínio, que apresentavam atrasos na instalação
devido aos atrasos referentes a reboco apresentados nos meses anteriores. Como o reboco era
considerado predecessor destas instalações, as mesmas foram consequentemente atrasadas.
As coberturas também apresentavam atrasos, porém na ordem de 1,38%. Estes
eram referentes aos atrasos nas fases anteriores e que neste momento estavam alcançando as
necessidades de cronograma.
Os revestimentos, com 6,78% de atrasos, eram referentes ao assentamento de
azulejos que acabaram por se tornar um atraso, uma vez que o reboco dos blocos F e H,
atrasaram estes serviços de forma significativa.
As pavimentações apresentavam um atraso de 19,35%, proporcionados pelo
empreiteiro, que demorava a atender as solicitações de comparecimento na obra para
execução de piso queimado.
As instalações com 7,17% atrasados, representava a parcela mais preocupante, por
se tratar de grande volume de serviços. Dividiu-se esse assunto em dois pontos, instalações
elétricas e pintura, para melhor explicitar os problemas ocorridos.
O primeiro ponto causador de atrasos foi referente às instalações elétricas que
neste mês, novamente, apresentaram problemas. A passagem de fiação estava atrasada em
todos os blocos a partir do mês 22º mês, e portanto com a pressa para entregar a obra foi
distratado o segundo contrato com empreiteiro. Foram contratados dois empreiteiros distintos
50
com objetivo de otimizar os serviços. Um dos empreiteiros fazendo toda a instalação dos
blocos F e H e outro dos blocos B e D. Ambos empreiteiros apresentavam equipe reduzida, o
primeiro trabalhava sozinho e o segundo com apenas dois colaboradores, diminuindo a
velocidade na execução.
Neste mesmo trimestre, porém no 24º mês, foi constatado que o empreiteiro dos
blocos D e B não conseguiria finalizar o disposto em contrato, portanto a construtora
novamente efetuou o distrato do contrato realizando a contratação do quinto empreiteiro para
finalizar os serviços de instalação elétrica. Estes ficaram responsáveis pelos seguintes serviços
a) finalizar a passagem de fiação, acabamentos, alimentação dos quadros de
disjuntores e instalações do sistema preventivo contra incêndio do bloco B;
b) passagem de toda a fiação, acabamentos, alimentação dos quadros de
disjuntores e instalações do sistema preventivo contra incêndio do bloco D;
c) alimentação dos quadros de disjuntores e instalações do sistema preventivo
contra incêndio dos blocos Fe H;
O segundo ponto gerador de atrasos foram os empreiteiros contratados para
pintura, que não conseguiram cumprir os prazos dispostos em contrato. Havia sido contratado
equipes de pintura da seguinte forma:
a) uma equipe para o bloco H, que permanecia com todas as especificações de
contrato em dia;
b) uma equipe para o bloco F, que possuía um alto número de colaboradores, e
que entretanto não conseguia acompanhar 100% as indicações do contrato.
porém o serviço estava sendo executado com qualidade até o momento;
c) uma equipe para os blocos B e D, que apresentaram os maiores problemas,
pois a qualidade dos serviços era muito baixa e os prazos não eram
cumpridos.
Com esta situação a construtora resolveu por efetuar o distrato do contrato do
empreiteiro de pintura dos blocos B e D e contratar mais uma equipe de pintura.
15,07%
50%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
40%
98,08%
97,22%
97,08%
89,87%
97,41%
30%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
O vigésimo quinto mês de obra, é considerado o primeiro mês de atraso, visto que
a previsão para conclusão dos serviços era inicialmente 24 meses.
O atraso referente a paredes e painéis foi resultado da ausência dos acabamentos
nas esquadrias metálicas, como esquadrejamento e vedação com material selante. Este atraso
ocorreu em função dos atrasos nas suas predecessoras. Novamente verifica-se a necessidade
do ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act / Planejar-Fazer/Desempenhar-Checar-Agir), ênfase em
checar e agir, “Quanto mais tempo passar sem que os focos de desvio sejam debelados, menor
será o tempo hábil para correção.” (MATTOS, 2010).
Os revestimentos ainda com atrasos estavam unicamente ligados a pintura da
obra. Um dos maiores problemas encontrados durante a todo o período de obra foi referente
as equipes de pintura. De acordo com o mestre de obras, este serviço atrasou o
empreendimento em 2 meses. Este foi ocasionado primeiramente pela contratação tardia dos
serviços de pintura, as primeiras equipes foram contratadas no mês setembro. O segundo
motivo para este serviço ter representado uma grande falha de orçamento, foi a demora para
verificar a qualidade dos serviços que estavam sendo executados.
A nova equipe, contratada para os blocos B e F, não conseguiu acelerar o
cronograma, por razão da má qualidade do serviço que o empreiteiro havia deixado. Antes de
adiantar os serviços, era necessário fazer os reparos das pinturas executadas em todos os
apartamentos e escadaria, que a princípio estavam prontas, do bloco B. Por este motivo, os
serviços atrasaram ainda mais.
As pavimentações nesta fase representavam uma grande parcela de atraso da obra.
Visto que os acessos principais precisavam ser pavimentados e assentados pisos táteis, era
52
necessário que a obra estivesse prestes a ser entregue para que, então, fosse possível executar
tais serviços. Por este motivo, os assentamentos de piso tátil nas passarelas e a execução de
piso queimado no acesso a rampa da garagem atrasaram o cronograma.
As instalações elétricas são o segundo maior problema de atraso de cronograma.
Como já citado anteriormente, haviam contratado a quinta empresa para execução dos
serviços, porém com a urgência na entrega da obra, foi contratada a sexta empresa, com
objetivo de executar a ligação dos quadros de medidores elétricos externos, visto que a
empresa contratada não conseguiria findar estes serviços.
As complementações de obra apresentavam atrasos, em função da necessidade dos
serviços anteriores estarem concluídos para que a mesma pudesse ser executada.
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
40%
30%
20%
10%
0%
Cronograma Executado
a necessidade de dispor, no momento correto, de mão de obra para execução dos serviços é
imprescindível para conclusão da obra no prazo estabelecido em cronograma.
A implantação do ciclo PDCA (planejar, fazer, checar e agir) em todas as etapas
da obra, com o objetivo de sempre verificar se as execuções dos serviços apresentam a
qualidade desejada, atendendo o previsto cronograma, é indispensável para a entrega do
cronograma dentro de prazo pré-estabelecido. Com isso, permite-se que sejam executadas
medidas corretivas, caso necessário, em momento oportuno, evitando maiores consequências.
Visto que os atrasos com empreiteiros se mostraram uma grande complicação para
o prazo final da obra, uma alternativa é a implantação de cláusulas que incidam multas
significativas sobre a rescisão do contrato, proporcionando à construtora maior segurança nos
serviços contratados. Tal ação mostra-se uma oportunidade de restringir os empreiteiros que
não tenham o porte necessário para atender a demanda solicitada de aceitar o serviço.
As condições climáticas são fatores importantes na confecção de cronogramas,
uma vez que a não previsão das mesmas o deixa falho. Na obra em estudo, nota-se que um
grande volume de chuvas em um determinado mês ocasionou atrasos que foram carregados
até o final da obra. Fato que revela a necessidade de um estudo prévio e bem executado das
condições climáticas da região aonde será instalada a obra, proporcionando o cronograma
com maior confiabilidade.
No próximo capítulo serão apresentadas as disposições finais referentes ao estudo
realizado.
55
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
mostrou atrasos nas atividades críticas como infraestrutura e“... o aumento de uma unidade de
tempo em uma atividade crítica ê transmitido ao prazo do projeto, motivo pelo qual atividades
críticas não devem atrasar.” (MATTOS, 2010, p.38).
As construtoras devem repensar na necessidade de investimento inicial em uma
perfeita elaboração de cronograma, ênfase em identificar previamente todas as possíveis
sazonalidades da região bem como a identificação em cronograma de prazos para a
contratação de mão de obra terceirizada. Como podemos verificar com este estudo, a
necessidade de uma busca constante por não apenas preço, mas sim preço atrelado à
qualidade, se mostra como um diferencial para o cumprimento do cronograma e sucesso do
empreendimento.
Que este estudo de caso sirva de contribuição para conscientizar as construtoras
e profissionais da área sobre a necessidade de investimento em uma elaboração completa do
cronograma, hasta vista os benefícios proporcionados pelo mesmo. Que possa contribuir
também com o curso de Engenharia Civil despertando o interesse de proporcionar cursos de
atualização profissional sobre o tema do trabalho.
Por fim, que este trabalho sirva de base para o desenvolvimento de pesquisas e o
fortalecimento das áreas envolvidas no estudo deste tema.
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REFERÊNCIAS
ALVES, Edipo Montsech Amorim. Método para plano de ação de obras atrasadas.
Monografia apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do
título de pós graduação lato sensu em Tecnologia e Gestão na Produção de Edifícios. São
Paulo: 2015.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. 1. ed. São Paulo: Pini, 2010.
ANEXOS
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ANEXO B – Bloco B
63
ANEXO C – Bloco F
64
ANEXO D – Bloco D
65
ANEXO E – Bloco H
66
ANEXO I – Apartamento F e H