Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Março 2001
Relatório de Estágio
Técnico Superior de Reinserção Social
Março 2001
Índice
ÍNDICE 3
INTRODUÇÃO 4
É objectivo deste primeiro capítulo fazer uma breve descrição das diferentes
perspectivas adoptadas na gestão e controlo da delinquência juvenil em Portugal, de
forma a compreendermos o modelo protagonizado pela actual Lei Tutelar Educativa e o
seu reflexo na actividade do Centro Educativo do Mondego.1
Até ao ano de 1911, data em que é publicada a Lei de Protecção à Infância, não existe,
em Portugal, um enquadramento legal específico para menores agentes de factos
qualificados como crime. O modelo adoptado é o modelo penitenciário, em que o jovem
é visto como um adulto em miniatura e por este motivo submetido às mesmas regras
dos adultos. Desta forma, os menores poderiam ser isentos de pena (quer por falta de
imputabilidade, quer por carência de discernimento) ou gozar de uma atenuação
especial da pena em atenção à menoridade. Mas estavam sujeitos a penas que, pela sua
natureza, se não distinguiam das sanções aplicáveis aos adultos sendo julgados pelos
tribunais comuns e segundo as regras do processo penal comum. Era nas cadeias onde
cumpriam normalmente as penas privativas da liberdade. O direito criminal da época
tinha como base a ideia da responsabilidade do agente e da reprovabilidade social da sua
conduta, tendo assim um carácter, no que diz respeito aos menores, fortemente
repressivo, punitivo e intimidativo.
1
Para uma melhor compreensão ver em anexo (anexo 1) o quadro comparativo da sequência cronológica dos
principais instrumentos legislativos publicados referentes a este tópico.
Dentro deste espírito, em 27 de Maio de 1911, é publicada em Portugal a Lei de
Protecção à Infância que assinala a passagem do modelo penitenciário em vigor para o
modelo proteccionista. Este decreto procedeu à separação entre adultos e menores
delinquentes, criando a jurisdição de menores. Instituiu um direito diferenciado de
natureza preventiva, tutelar e eminentemente subjectiva. A doutrina Parens Patriae
surge aqui, como legitimadora da acção precoce e preventiva do Estado no sentido de
proteger os interesses dos menores. Esta lei não limitou o seu âmbito às situações de
delinquência juvenil, abrangendo também os menores em perigo moral, os
desamparados, os indisciplinados e os anormais patológicos. São criadas duas
instituições - a Tutoria da Infância e a Federação Nacional dos Amigos e Defensores
das Crianças, com os... fins de prevenir não só os males que podem produzir a
perversão ou o crime entre os menores de ambos os sexos de menos de dezasseis annos
completos, ou comprometter a sua vida ou saúde mas também de curar os efeitos d
´esses males... (Lei de Protecção à Infância de 27 de Maio de 1911 artigo 1º).
Dentro deste enquadramento legal surgem em 1919 os primeiros serviços centrais de
coordenação de instituições tutelares com a criação da Inspecção Geral dos Serviços de
Protecção de Menores (Decreto n.º 5611 de 10 de Maio), que serão substituídos mais
tarde em 1925 pela Inspecção Geral dos Serviços Juridicionais e Tutelares dos Menores
(Decreto n.º 10767 de 15 de Maio) e em1933 estes serviços passam a designar-se
Direcção Geral dos Serviços Juridicionais de menores (Decreto-lei n.º 22708 de 20 de
Junho).
A Lei de Protecção à Infância de 1911 vai vigorar até 1962 altura em que é publicada a
Organização Tutelar de Menores (OTM) - Decreto n.º 44289 de 20 de Abril. A OTM
mantêm e reforça o modelo de protecção em vigor. Esta lei surge em primeiro lugar da
necessidade de compilar e sistematizar a numerosa legislação avulsa publicada
posteriormente à lei de 1911. A OTM teve também como propósito reexaminar muitos
dos conceitos consagradas na Lei de Protecção à Infância à luz das novas
recomendações internacionais e escolas doutrinais da época, os métodos de trabalho
foram repensados e a adequação das instalações vigentes nas instituições tutelares foram
reajustadas tendo em conta o tipo de intervenção que se protagonizava. A OTM prestou
ainda um tributo ao modelo clínico de diagnóstico e do tratamento, através da criação
dos centros de observação anexos aos tribunais centrais. A criação destes centros surge
como indispensável dentro do espírito da OTM dado que uma vez que as medidas de
reeducação não têm como objectivo reprimir ou penalizar um comportamento
desajustado mas sim readaptar socialmente os menores, a observação é uma condição
indispensável ao tratamento eficaz. Esta ideia já estava presente na Lei de Protecção à
Infância mas foi no entanto com a Organização Tutelar de Menores, que se reconheceu
a necessidade da observação ser efectuada por um serviço especializado e de uma forma
sistematizada. Os Centros de Observação surgem assim com a finalidade de estudar os
menores sujeitos à jurisdição tutelar, definindo as suas qualidades, defeitos de
carácter, conhecimentos, aptidões e tendências, a investigar as condições do meio
familiar e social donde provêm e a formular conclusões com vista à instituição do
tratamento mais adequado à sua recuperação social. (OTM – decreto n.º 44289 de 20
de Abril artigo 111º). Com esta lei, as atribuições e funcionamento da Direcção Geral
dos Serviços Tutelares de Menores são também repensados alterando-se a designação
para Direcção Geral dos Serviços Tutelares de Menores (DGSTM).
O Modelo Proteccionista que inspirou toda a legislação desde 1911, vai ser o modelo
que vai vigorar até ao final do século XX, altura em que entra em crise. Para tal
contribuíram um conjunto de instrumentos a nível internacional, aos quais Portugal se
vinculou : A Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); as Regras Mínimas das
Nações Unidas para a Administração da Justiça de Menores – Regras de Beijing (1985);
as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Elaboração de Medidas não Privativas da
Liberdade – Regras de Tóquio (1990); as Directrizes das Nações Unidas para a
Prevenção da Delinquência Juvenil – Directrizes de Riade (1990) e as Regras das
Nações Unidas para a Protecção dos Jovens Privados de Liberdade – Regras de Havana
(1990).E ainda no âmbito do Conselho da Europa a Resolução R(87) sobre reacções
sociais à delinquência juvenil e a Resolução (88), sobre reacções sociais ao
comportamento delinquente dos jovens de famílias imigrantes.
Dado que a publicação da LTE coincidiu com o inicio do estágio a que este relatório se
refere e sendo esta lei o documento pelo qual actualmente se regem as actividades do
IRS, iremos fazer de seguida uma análise comparativa entre a LTE e a OTM no que diz
respeito às suas principais orientações. O quadro n.º I ilustra este tópico:
Uma outra característica da LTE, que difere substancialmente dos modelos adoptados
até à sua entrada em vigor, é o facto de encarar a intervenção, mesmo tendo um fim
educativo como um mal, porque limita direitos – o direito dos pais a educarem os
filhos, o direito à privacidade e intimidade das famílias, o direito do adolescente `a
liberdade e autonomia, e como tal, deve ser tão contida quanto possível. Por estes
motivos a LTE propõe os seguintes critérios vinculativos da decisão judicial: a medida
aplicada deve ser proporcional à infracção cometida (Critério da Proporcionalidade);
dentro das medidas adequadas e suficientes o tribunal deve dar preferência à que
represente menor intervenção na autonomia de condução de vida do menor (Critério da-
Intervenção Mínima); e por último na escolha da medida o tribunal deve dar preferência
à medida mais susceptível de obter a adesão do menor e sempre que possível dos pais,
representante legal ou pessoa que tenha a sua guarda de facto.
No que diz respeito às medidas a aplicar a LTE trás também algumas inovações, no
sentido de responsabilizar o jovem pelos actos praticados e o educar para o direito.
Desta forma, no conjunto das medidas aplicáveis, inclui não só as medidas próximas das
tradicionais do direito de menores (admoestação, imposição de regras de conduta e de
obrigações, acompanhamento educativo, internamento em centro educativo), as
chamadas medidas reparadoras, que se traduzem na imposição de determinadas acções
que visam a reparação, efectiva ou simbólica , do dano causado com a infracção (arts.4º,
n.º1, als. C) e d), 11.º e 12.º LTE). Como medida inovadora prevê a frequência de
programas formativos (arts. 4.º, n.º1, al. G) e 15.º da LTE). Estes programas visam agir
sobre aspectos concretos do comportamento do jovem em que este demonstrou não estar
suficiente formado para o respeito pelas normas jurídico - criminais. Em relação às
medidas de acompanhamento educativo ou de internamento em instituições do IRS, esta
lei também trouxe algumas alterações, estas medidas ao contrário do que sucedia no
período de vigência da OTM passaram a integrar um programa concreto, fixado no
denominado Projecto Educativo Pessoal (PEP) que contempla os objectivos a alcançar
durante o tratamento, duração, fases e meios de realização, de forma a que o menor
possa aperceber-se da sua evolução e ser avaliado de acordo com esta. Esta lei define
ainda que as medidas devem ter uma duração determinada não podendo exceder os dois
anos e excepcionalmente os três anos (regime fechado). Admite também que as medidas
de internamento podem ser cumpridas em diferentes regimes – aberto, semi- aberto e
fechado de acordo com a gravidade dos factos praticados. A possibilidade de
internamento em regime fechado não descura a preocupação com as garantias e direitos
do menor e é coerente com a filosofia geral da LTE, já que é uma forma de proporcionar
um último meio de apoio aos adolescentes mais problemáticos sob o ponto de vista
criminal, que não possam ser educados para o direito em centros abertos ou
semiabertos.
Por último a LTE também modifica profundamente o sistema existente, no que diz
respeito ao formalismo de aplicação das medidas. Na OTM o processo judicial
caracterizava-se por ser desformalizado, já que o menor por não estar a ser acusado
não precisava de se defender. O processo judicial na Lei Tutelar Educativa é
estruturado de forma a conferir aos menores as garantias processuais básicas. Assim
prevê um processo constituído por duas fases, a primeira de inquérito que é dirigida
pelo MP e que visa investigar tanto a prática do crime como a necessidade de educação
para o direito, a segunda, jurisdicional, é presidida pelo juiz e visa a comprovação
judicial tanto dos factos como da necessidade de educação para o direito e, quando seja
caso disso a aplicação da medida.
A3 – O Centro Educativo do Mondego
Foi no início do século XX (1910), que a Quinta da Mitra, antiga residência balnear dos
Bispos da Guarda e posterior Seminário Menor da Diocese da Guarda passou para a
posse do Estado em virtude das nacionalizações. Desde a década de 30, passou a
desenvolver actividades de acolhimento, educação e formação de menores, tendo as
estratégias adoptadas em cada época variado de acordo com as leis vigentes em cada
momento. Deste modo, em 19 de Fevereiro de 1926, tendo como enquadramento legal a
Lei de Protecção à Infância de 1911, é fundado o Reformatório da Guarda (Decreto n.º.
1146), que iniciaria a sua actividade em 7 de Janeiro de 1932 apenas com três alunos.
Mais tarde e na sequência da Organização Tutelar de Menores, esta instituição passa a
designar-se Instituto de Reeducação da Guarda. Em 1980 com a revisão da OTM, a
nomenclatura e a filosofia de intervenção volta a alterar-se passando a designar-se
Instituto da Guarda pelo Decreto- Lei n.º 506 de 21 de Outubro. Em 1995, já após a
criação do IRS e a extinção da Direcção Geral dos Serviços Tutelares de Menores, o
Decreto-lei n.º 58 de 31 de Março de 1995 atribui-lhe a categoria de Colégio de
Acolhimento, Formação e Educação (CAEF), integrado-o nos serviços desconcentrados
do Instituto de Reinserção Social (I.R.S.).Em 95 a portaria 689/95 de 30 de Junho,
atribui-lhe o nome de Colégio do Mondego. Actualmente, na sequência das alterações
decorrentes da Lei Tutelar Educativa (Lei nº166/99), em 1 de Janeiro de 2001, , passou
a chamar-se Centro Educativo do Mondego, pela publicação em Diário da República,
através da portaria nº1200-B/2000 de 20 de Dezembro.
Ao nível da intervenção, esta lei como já vimos defende um modelo que baseia a
legitimidade da intervenção do Estado na prática de um facto qualificado pela lei como
3
Ver em anexo 3 o organigrama dos Serviços Desconcentrados do IRS.
crime e nas necessidades de educação para o direito manifestada naquela prática e de
inserção do menor, de forma digna e responsável, na vida em comunidade. Com vista à
realização uniforme destes princípios a intervenção do Centro Educativo do Mondego
obedece aos limites estabelecidos pelo Regulamento Geral (Decreto-lei n.º 323 –
D/2000 de 20 de Dezembro) e por orientações pedagógicas estabelecidas para todos os
centros educativos. A sua intervenção orienta-se, em geral, pelo projecto de intervenção
educativa do centro e, em particular, pelo projecto educativo pessoal do menor.
Para dar resposta à maior exigência de uma intervenção eficaz, limitada no tempo, com
regimes distintos e com objectivos muito concretos, o Centro Educativo do Mondego
passou a ter a seguinte organização:
Órgãos do Centro Educativo: O Director e o Conselho Pedagógico. Quem
dirige o Centro é o Director e na sua ausência é o Subdirector ou o
Coordenador da Equipa de Reinserção Social. É também o responsável
principal pelo Centro, coordenando e assegurando a gestão do mesmo. Ao
4
Ver em anexo 4 os organigramas do Colégio de Mondego e do actual Centro Educativo do Mondego.
Conselho Pedagógico compete pronunciar-se sobre todas as matérias
relacionadas com a intervenção no Centro Educativo.
Foi num contexto de mudança, já descrito nos pontos anteriores deste relatório, que
iniciei o meu estágio em Janeiro de 2000 como Técnica de Reinserção Social. Por este
motivo e dado ser a minha primeira experiência de trabalho com delinquentes juvenis, a
integração na equipa de trabalho teve que ser necessariamente lenta. Acresceu ainda a
estes factores o facto de ter interrompido o estágio por um período de cinco meses por
ter entrado em licença de parto (Março a Agosto).
Numa primeira etapa, que decorreu sensivelmente até Fevereiro de 2000, a minha
preocupação essencial foi a de compreender o perfil dos jovens sujeitos a intervenção e
a aprendizagem dos procedimentos, métodos e técnicas necessários a uma correcta
intervenção. Desta forma orientada pelo Dr.º Vítor Martins comecei por efectuar um
conjunto de leituras dos principais instrumentos legislativos e normas internas que
regem a actividade do TRS. Paralelamente procedi à consulta e análise dos dossiers dos
menores. Durante este período acompanhei ainda as tarefas realizadas por um dos
TRS`s já a desempenhar funções no IRS há cerca de três anos. Esta fase inicial foi
crucial, pois permitiu-me interiorizar a filosofia de intervenção do IRS em ambiente
institucional, bem como a compreensão da dinâmica específica do funcionamento
interno do Centro Educativo do Mondego. Foi ainda durante este período que frequentei
uma acção de formação levada a cabo pela Delegação Regional de Coimbra para TRS´s
– estagiários, que dado a extensão e pertinência dos seus conteúdos, permitiu que
encara-se de uma forma mais sistematizada qual o papel do Técnico de Reinserção
Social nas suas vertentes de assessoria aos tribunais e de acompanhamento das
actividades que constituem a vida quotidiana dos jovens acolhidos em centro educativo.
Após esta acção tive oportunidade de reanalisar os processos dos jovens aqui adstritos
tendo como base a Teoria da Regulação Psicológica e Social de Leblanc e Caplan,
analise esta que expus no relatório da acção de formação.
Após esta primeira etapa de aprendizagem, e dado estar quase a interromper o meu
estágio pelos motivos já referidos, foi-me pedido que elabora-se um plano de
actividades extra-curriculares até ao final do ano lectivo em conjunto com os
Professores, responsáveis das diferentes oficinas e Técnicos Adjuntos de Reinserção
Social (TARS´s), sendo esta actividade principal que desenvolvi até meados do mês de
Março. A minha principal preocupação nesta tarefa, foi a de criar alguns instrumentos
que permitissem a realização das actividades propostas pelos diferentes sectores de uma
forma sistematizada e planeada a médio prazo, com a definição concreta dos objectivos
das mesmas. Para este efeito concebi uma pequena ficha de proposta de actividade na
qual todas as propostas apresentadas foram descritas em termos de intervenientes,
objectivos, cronograma e responsáveis5. Foi elaborada também uma pequena folha de
contactos na qual foram descritos para cada uma das actividades os diferentes contactos
efectuados no sentido de a concretizar. Estas fichas, bem como os dados referentes a
todas as actividades previstas ou concretizadas foram organizados no “Dossier de
actividades Ano 2000”. Continuei a desempenhar esta tarefa no corrente ano tendo já
aberto um dossier para o ano 2001. Ainda no âmbito das actividades extra-curricular,
foi-me também pedido para dinamizar um conjunto de actividades a realizar por
proposta da escola, dado ser um sector, onde se verificava alguma passividade para
realização de actividades complementares ao processo educativo. Para este efeito
realizei uma série de reuniões conjuntas com os Professores dos diferentes níveis de
ensino e elaboramos um cronograma de actividades até junho de 2000, cuja organização
ficou à responsabilidade dos professores.
A segunda parte do meu estágio iniciou-se em meados do mês de Agosto. Dado ter
estado ausente por um período relativamente longo, voltei a ter uma pequena fase de
integração. Após esta fase iniciei gradualmente as funções de TRS., começando a
assegurar a intervenção técnica e o acompanhamento das diferentes actividades do
centro de acordo com o conteúdo funcional desta função. Ao nível da intervenção
técnica, efectuei as seguintes tarefas :
Acolhimento do educando : entrevista com o menor; elaboração da ficha de
acolhimento; articulação com TARS’s e todos os serviços do centro com
vista à integração do jovem, articulação com a família e entidades judiciais.
Diagnóstico da situação do educando :Entrevista com o educando; contactos
com a família, equipa de circulo e outras entidades necessárias para
averiguar a situação do menor; recolha de informações sobre o menor com
todos os profissionais do centro co-responsáveis pela sua educação.
Preparação e actualização do PIAEF (PEP): Recolha de informações sobre o
menor com todos os profissionais do centro co-responsáveis pela sua
educação; entrevista com o menor com vista a avaliação dos factos
5
Ver em anexo 5 o exemplo da Ficha de Proposta de actividade, ficha de contacto e cronograma geral de
actividades.
praticados ou desempenho desde a elaboração do PIAEF/PEP, e elaboração
conjunta de um conjunto de objectivos a atingir; redacção do PIAEF/PEP
tendo em conta o perfil do formando, os objectivos a atingir e as estratégias
adequadas ao seu cumprimento.
Articulação com a família e o meio social de origem : contactos pessoais ou
por telefone, tendo em vista a troca de informações mútua sobre o
desempenho do educando e a estratégia a seguir na sua reinserção.
Elaboração de relatórios e informações para avaliação da intervenção :
Elaboração de Relatórios de Observação; Informações; Projecto Educativo
Pessoal e revisão do mesmo.
A Lei orgânica do IRS (Decreto –Lei nº 58/95 de 31 de Março, art. 80º) define as
funções do TRS em ambiente institucional da seguinte forma : À equipe de reinserção
social nos colégios compete assegurar a intervenção técnica, desenvolvendo as
actividades relacionadas com o acolhimento, diagnóstico da situação do menor,
preparação e actualização do plano individualizado, acompanhamento psicológico e
social, articulação com a família e o meio social do menor, elaboração de relatórios e
informações para avaliação da intervenção. Define ainda que é no âmbito da equipa de
reinserção social que se desenvolvem as actividades relacionadas com a educação
escolar, formação profissional, terapia ocupacional e socioterapia, saúde , desporto,
cultura e a organização das actividades diárias e residenciais, a tempo integral ou
parcial.
Por sua vez o Regulamento Geral e Disciplinar dos Centros Educativos (Decreto-Lei
nº323 – D/200 art. 132º, 133º e 134º) prevê, a nível de organização da equipe técnica em
centro Educativo, que esta se subdivida em equipe técnica e residencial e equipa de
programas. Na equipe técnica e residencial o TRS deverá assegurar :
as tarefas relacionadas com o acolhimento e o enquadramento residencial dos
educandos;
a preparação, o acompanhamento e a avaliação das acções necessárias à
execução das decisões sociais judiciais, na perspectiva da reinserção social do
educando, através da gestão e organização das unidades residenciais, do
planeamento diário e semanal das actividades, do acompanhamento
individualizado de cada um dos educandos;
desempenhar o papel de tutor técnico dos educandos que lhe estão atribuídos,
apoiando, orientando e supervisionando todo o processo educativo dos mesmos,
estabelecendo a articulação com a família e o meio social de origem e
preparando as informações, relatórios e planos necessários ao cumprimento da
decisão judicial que determinou o internamento.
Por sua vez na equipa de programas compete ao TRS:
assegurar o planeamento, a execução e a avaliação dos programas educativos
previstos no projecto de intervenção educativa do centro educativo.
O teste sociómetrico desenvolvido por Jacob Moreno nos anos 30, é uma técnica
quantitativa que permite descrever as atracções e repulsões, assim como os casos de
indiferença existentes entre indivíduos de um grupo restrito. A finalidade do teste
sociómetrico é a mensuração num grupo concebido como um todo, de um sistema de
preferências e de repulsões espontâneas. Permite através da representação gráfica da teia
de preferências/rejeições entre indivíduos do mesmo grupo detectar :
Lideres - os indivíduos mais solicitados;
Grupos - indivíduos que se escolhem mutuamente, constituindo um pequeno
grupo com base em características comuns;
Isolados - indivíduos que não recebem nenhuma nomeação ou rejeição;
Rejeitados – Indivíduos que recebem maior número de rejeições;
Relações reciprocas – indivíduos que se nomeiam mutuamente .
A análise do Sociograma permite estabelecer correlações entre factores sociométricos e
factores individuais como a idade, os traços de caracter, etc. Permite examinar as
clivagens sexuais, socioeconómicas no seio do grupo. Permite ainda detectar causas de
tensão no seio do grupo.
Para o realizar perguntei a cada um dos educandos quais os membros (até três elemento)
do grupo total de jovens acolhidos no centro que escolheria para fazerem parte do seu
grupo de actividades (quer internas quer externas ao Centro). Perguntei ainda qual seria
o elemento que não gostaria que se encontra-se no seu grupo. As perguntas foram feitas
individualmente a cada um dos educandos durante o período em que estes se encontram
na oficina, de forma a minimizar ao máximo a troca de impressões entre eles.
B – Conclusão e breve apreciação crítica
ANEXO 1
Perspectiva Histórica da Legislação Publicada
7 de Janeiro de 1932
1932 Inicio de funcionamento do
reformatório apenas com três alunos.
Decreto-lei n.º 22708 de 20 de Junho.
IGSJTM passam a designar-se por
1933 Direcção Geral dos Serviços
Juridicionais de menores (DGSTM)
ORGÃOS:
Presidente
Conselho Geral
O Conselho de Gestão
A Comissão de Fiscalização
SERVIÇOS:
CENTRAIS:
Departamento de Gestão Financeira e Patrimonial;
Departamento de Gestão de Recursos Humanos;
Departamento de Coordenação da Actividade Técnica - Operativa;
Departamento de Coordenação dos Serviços de Execução das Medidas
Tutelares de Internamento;
Departamento de Desenvolvimento e Cooperação;
Departamento de Organização e Informática.
Serviços Desconcentrados:
Delegações Regionais (Quatro);
Núcleos de Extensão (Cinco);
Centros Educativos (Catorze);
Equipas de Reinserção Social.
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 5
ANEXO 6