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Falhas prematuras de esquemas de pintura

aplicados em aço galvanizado novo


- Principais causas -

Fábio Kränkel
EXPECTATIVA DE DURABILIDADE

Aço galvanizado x Intempéries

A durabilidade das estruturas


galvanizadas é diretamente
proporcional à espessura do
revestimento de zinco e inversamente
à agressividade do meio ambiente. Ela
costuma atingir 10 anos em
atmosferas industriais, 20 anos na
orla marítima e, frequentemente, mais
de 25 anos em áreas rurais.

http://www.zinc.org/
SISTEMA DUPLEX
Em muitos casos, por razões diversas, o aço galvanizado precisa ser
pintado. Este sistema, Galvanização + Pintura, é conhecido, em nível
mundial, como SISTEMA DUPLEX:
Tempo de serviço
do SISTEMA DUPLEX
FATOR DE
= SINERGIA x ( VIDA ÚTIL +
DO ZINCO
VIDA ÚTIL
DA TINTA )
Os sistemas duplex se beneficiam de um efeito de sinergia, no qual o
fator multiplicador de sinergia varia de 1,8 a 2,7, dependendo da gravidade
das condições de corrosão.
FATOR DE SINERGIA
Ambientes Industriais e Marítimos 1,8 à 2,0
Água do Mar (Imersão) 1,5 à 1,6
Ambientes não Agressivos 2,0 à 2,7

http://www.zinc.org/
SISTEMA DUPLEX

Tempo de serviço
do SISTEMA DUPLEX
FATOR DE
= SINERGIA x ( VIDA ÚTIL +
DO ZINCO
VIDA ÚTIL
DA TINTA )
Tempo de serviço
do SISTEMA DUPLEX = 1,5 x ( 9 ANOS + 5 ANOS )

25 21
Tempo de serviço 20
do SISTEMA DUPLEX 14
15
= 9
10
21 ANOS COM 5
5
5% DE FERRUGEM
0

http://www.zinc.org/
SISTEMAS DE PINTURA – ISO 12944-5:2007
Tabela 7 – Sistemas de pintura para aço galvanizado a quente para as
categorias de corrosividade C2 à C5-I e C5-M.

FONTE: ISO 1244-5


PVC - Policloreto de vinila / EP – Epóxi / PUR - Poliuretano aromático ou alifático / AY - Acrílico
Porque ainda ocorrem falhas prematuras?

• Existem diferentes razões…

• Fatores relacionados ao processo de galvanização;

• Deficiência na preparação da superfície;

• Seleção inadequada das tintas e dos esquemas de pintura;


• Processo e condições gerais de aplicação das tintas;
• Cuidados no transporte e montagem das estruturas.

Fonte: Fernando de L. Fragata


1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

MENOS DE 2 ANOS DE EXPOSIÇÃO INTEMPÉRIES


1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO
1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

Análise de sais solúveis – ISO 8502-6


1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

Análise de sais solúveis – ISO 8502-6


6,5 µg/cm²
1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

Medição de pH
CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS DE CORROSÃO DO ZINCO (pH)

Gráfico de pH versus tempo, da água destilada e da solução de NaCl 3,5 %,


em contato com aço-carbono (AC) e aço galvanizado (AG).

Fonte: Fernando de L. Fragata


1º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

Os CLORETOS sofrem a ação da água, isto é, se hidrolisam formando


ácido clorídrico (HCl), de acordo com a seguinte reação geral:

MCln + n H20 → M(OH)n + n HCl

O ácido clorídrico gerado ataca o revestimento de zinco, conduzindo à


formação de cloreto de zinco (ZnCl2). Este, por sua vez, ao sofrer hidrólise,
gera novamente ácido clorídrico, estabelecendo-se assim um processo cíclico
de corrosão sob o revestimento por pintura.

Fonte: Fernando de L. Fragata


2º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

MENOS DE 1 ANO
DE EXPOSIÇÃO ÀS
INTEMPÉRIES
2º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO
3º ESTUDO DE FALHA PREMATURA EM CAMPO

MENOS DE 1 ANO
DE EXPOSIÇÃO
ÀS INTEMPÉRIES
Como minimizar as falhas ocorridas em campo?
Procedimento de lavagem do aço galvanizado
Testes de pH e sais solúveis (BRESLE)

Salinidade – Viga I
Salinidade – Viga I
Resultado: 11 – 6 = 5
Resultado: 12 – 6 = 6
5 * 0,12 = 6 * 0,12 =

0,6 µg/cm2 0,72 µg/cm2

Cortesia: Waldir Johann


Testes de pH e sais solúveis (BRESLE)

Salinidade/pH – Terça Z Salinidade/pH – Viga de Tubo


Resultado: 15 – 2 = 13 Resultado: 18 – 2 = 16
13 * 0,12 = 16 * 0,12 =

1,56 µg/cm2 1,92 µg/cm2

Aço Galvanizado Contínuo Aço Galvanizado Não Contínuo

Cortesia: Waldir Johann


Testes de pH e sais solúveis (BRESLE)

Salinidade/pH – Terça Z – Resultado: Salinidade/pH – Viga W – Resultado:


21 – 4 = 17 30 – 4 = 26
17*0,12 = 26*0,12 =

2,04 µg/cm2 3,12 µg/cm2

Galvanizado Contínuo Galvanizado Não Contínuo

Cortesia: Waldir Johann


Resultados das análises de sais solúveis (BRESLE)

Aumento do teor de sais solúveis no decorrer da obra

µg/cm²
Resultados das análises de pH
Análises laboratoriais

ESPECTROSCOPIA
RAMAN
FLUORESCÊNCIA CROMATOGRAFIA
DE RAIO X DE ÍONS
RESULTADOS – FLUORESCÊNCIA DE RAIO X

Imagem da superfície
da amostra inserida
no equipamento
Chapa AZIQ
RESULTADOS – FLUORESCÊNCIA DE RAIO X
Amostras analisadas

Chapa AZIQ

Chapa AZIQ - C
RESULTADOS – ESPECTROSCOPIA RAMAN
A

Podemos observar que os picos presentes nas


regiões de 100 cm-1, 430 cm-1 e
aproximadamente 580 cm-1 correspondem à
fase do óxido de zinco ( ZnO ).

Chapa AZIQ

Imagem ótica das regiões analisadas e os respectivos Espectro Raman da superfície da amostra de
espectros Raman. aço galvanizado.
RESULTADOS – ESPECTROSCOPIA RAMAN
B

Podemos observar que os picos presentes nas


regiões de 100 cm-1, 430 cm-1 e aproximadamente
570 cm-1 correspondem à fase do óxido de
zinco ( ZnO ).

Chapa AZIQ

Imagem ótica das regiões analisadas e os Espectro Raman da superfície da amostra.


respectivos espectros Raman da amostra
RESULTADOS – ESPECTROSCOPIA RAMAN
C

Podemos observar que os picos presentes nas


regiões de 100 cm-1, 430 cm-1 e aproximadamente
570 cm-1 correspondem à fase do óxido de
zinco ( ZnO ).

Chapa AZIQ - C

Imagem ótica das regiões analisadas e os respectivos Espectro Raman da superfície da amostra. O
espectros Raman da amostra espectro corresponde ao ponto azul claro da
RESULTADOS – CROMATOGRAFIA DE ÍONS

20cm x 20cm Deixado em ebulição 1h Filtrado e acertado Cromatógrafo


em água ultrapura o volume

ANÁLISE AMOSTRA CLORETO (mg/L) RESULTADO (µg/cm2)


A
1 Chapa AZIQ 3,52 2,2 de cloreto

ANÁLISE AMOSTRA CLORETO (mg/L) RESULTADO (µg/cm2)


B
1 Chapa AZIQ 2,81 3,2 de cloreto

ANÁLISE AMOSTRA CLORETO (mg/L) RESULTADO (µg/cm2)


C
2 Chapa AZIQ-C 0,65 1,5 de cloreto
Principais pontos críticos de contaminação dentro do processo
de galvanização (AZIQ)

1 2 3 4 5 6 7 8

Desengraxe Lavagem Decapagem Lavagem Fluxagem Secagem Zincagem Resfriamento /


ou
Cromatização

Decapagem Zincagem
3 Fluxagem 5 7
Utilização de Cloreto de amônio (na cuba de zinco)

Não deve ser utilizado cloreto de amônio sólido (NH4Cl) em aço carbono
galvanizado por imersão a quente pelo processo descontínuo com
finalidade de melhorar o escoamento do material galvanizado ao sair da cuba
de zinco.
Resumindo…

A pintura de aço galvanizado ainda é um desafio muito grande, e


consta de fatos “novos” que tem de ser levados em consideração:

❖ Atenção para as questões de contaminações por cloretos no


processo de galvanização;
❖ Método de análise de sais solúveis (Bresle e outros);
❖ Método de extração dos sais solúveis (procedimento de
lavagem);
❖ Definição dos parâmetros de aceitação quanto a sais solúveis
(próximo à 0 µg/cm2);

Sendo assim, ainda ficam algumas questões para serem estudadas


futuramente, e que já servem continuarmos com um detate.
Obrigado!

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