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A relação jurídica que se estabelece entre autor, réu e juízo visando acertar
um direito controvertido ou então realizar um direito confirmado, chama-se
processo. Ele subdivide-se em processo de conhecimento e processo de execução.
O primeiro se dá quando a jurisdição provocada tiver a finalidade do acertamento
de um direito através de um procedimento comum ou especial. No segundo,
poderá o jurisdicionado acionar o Estado-Juiz para que se faça cumprir uma
obrigação já pactuada com um terceiro, ou já reconhecida por esse Estado-Juiz,
através da chamada Tutela Executiva.
Consoante doutrina de Luiz Rodrigues Wambier (2006), a tutela executiva
consiste na “atuação de um direito a uma prestação, ou seja, na atuação de uma
conduta prática do devedor”. Assim, o processo de execução busca, por meio da
apresentação em juízo de um título extrajudicial ou judicial, a satisfação de um
direito certo, líquido e típico entre um credor e um devedor, sanando uma
tribulação jurídica de inadimplemento entres os dois.
Mas o que são títulos executivos? Títulos executivos são títulos dotados de
obrigações exigíveis. Quando formada dentro de um processo judicial, são títulos
judiciais e estão previstos no art. 515 do NCPC; quando formada fora de um
processo judicial e por mera convenção das partes como um contrato civil, são os
títulos extrajudiciais. Estes estão previstos no art. 784 do NCPC.
Como a tutela executiva busca satisfazer somente o crédito do credor (o
exequente no processo) a tutela executiva atua unilateralmente, não ocorrendo
dentro dessa ação a satisfação de algum direito do executado, senão a própria
extinção do processo executivo que resultaria em seu beneficio.
Não obstante a tutela executiva se fundar sobre um direito certo e em prol do
exequente, Candido Dinamarco (2002) nos lembra que existe limites físicos e
políticos que podem trazer ineficácia ao processo “(...) certos óbices legítimos e
ilegítimos que os princípios e a própria vida antepõem a plenitude da tutela
jurisdicional executiva reduzindo legitimamente a potencialidade satisfativa da
execução forçada”.
A execução de uma dívida encontra limites políticos no sentido de que ela
recai somente sobre o patrimônio do devedor, com exceção do inadimplemento
voluntário de obrigação alimentícia. Ademais, o próprio âmbito do patrimônio do
devedor também sofre limitações para a satisfação da dívida, pois alguns bens são
consideráveis essenciais a vida digna do executado e não podem ser objeto de
penhora (e.g. imóvel que reside).
Quanto aos limites físicos ou naturais, uma dívida não poderá ser executada
se o próprio devedor não tiver patrimônio executável. Mas o que acontece neste
caso? Conforme art. 921, III, do NCPC, o processo será suspenso até que se
identifiquem bens executáveis. Não poderá também executar-se uma dívida
relativa a uma obrigação de entregar um bem se este bem tiver sido destruído.
Nesse caso, consoante os arts. 499 e 809 haverá uma conversão da dívida em
perdas e danos.
2. AÇÃO DE EXECUÇÃO
REFERENCIAS