Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CICLO HIDROLÓGICO
RECIFE
2007
2
CICLO HIDROLÓGICO
AULA MAGISTRAL
Recife
2007
3
CICLO HIDROLÓGICO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Profª. Drª Maria Fernanda Abrantes Torres
Orientadora
___________________________________________________
Profº.Dr.Hernani Loebler Campos
Depto Geografia UFPE
___________________________________________________
Profª. MSc. Maria das Graças Kater Lins
Coordenadora do Curso de Licenciatura em Geografia UFPE
4
AGRADECIMENTOS
vitórias, por me fazer viver, crescer, ser útil e de poder, com sua permissão, contemplar e fluir
Ao amigo Roberto Silva, economista formado pela UFPE, pela revisão de português.
À minha orientadora, Profª Maria Fernanda Abrantes Torres, por sua boa vontade,
pelo foco em licenciatura e responsável pela parte final deste trabalho nesta última etapa
acadêmica.
na pessoal da “inesquecível” Profª Graça, a “Gracinha”, pelo carinho nesses quatro anos.
LISTA DE FIGURAS
Foto 4: Geleiras............................................................................................................19
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................08
1 A ÁGUA.................................................................................................................10
2 CICLO HIDROLÓGICO.....................................................................................22
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................27
REFERÊNCIAS.......................................................................................................28
INTRODUÇÃO
ÁGUA É VIDA, água elemento vital, água purificadora, água recurso renovável, são
simultânea de terra, ar, água e calor. "Terra e ar existem em todos os lugares e com qualidade
propícia à vida em geral. Restam água e calor: se faltar um ou outro, a vida desaparece". Água
de origem solar e a transpiração dos organismos transformam parte da água em vapor. Esse
Neste trabalho intitulado Ciclo Hidrológico será mostrado como poderá ser
ministrada uma aula sobre o ciclo hidrológico para uma turma de 7ª série do ensino
ciclo (7ª e 8ª séries), serão usadas diferentes linguagens como meio de produzir, expressar e
comunicar idéias. Serão utilizados, também, diferentes recursos tecnológicos para promover e
capacidade crítica da turma e a criatividade, buscando na sala de aula o debate a fim de que,
fotos e ilustração, mapas, como recursos de apoio didático visando facilitar o aprendizado.
Opta-se por fotos e exemplos o mais próximo possível da realidade do aluno, sendo de fácil
Também será marcada uma excursão didática passando pelo lago de Sobradinho
(PE/BA), “descendo” o Rio São Francisco, até sua foz (AL/SE), voltando pelo litoral até
chegarmos à praia de Boa Viagem (PE), para que o aluno veja, na prática, alguns conceitos
que foram expostos em sala de aula. Este contato direto com o objeto de estudo é
ciência geográfica, sem dúvida, extrapola as fronteiras das quatro paredes de uma sala de aula.
1 A ÁGUA
o melhor e mais comum solvente disponível na natureza e seu papel no intemperismo químico
é evidenciado pela hidrólise. Nos rios, a água é responsável pelo transporte de partículas,
desde a forma iônica até cascalho e blocos, representando o meio mais eficiente de erosão da
superfície terrestre. Sob forma de gelo acumula-se em grandes volumes, inclusive geleiras,
cobertas por água e gelo com aquelas de terra firme: do total de 510x10 6Km² da superfície da
Terra, 310x106Km² são cobertos por oceanos, em contraposição a 184,94x10 6Km² de Terra
firme, resultando numa proporção entre superfície marítima e terra firme de 2,42:1.
Na natureza a água está presente em três estados físicos: líquido, na forma de chuva,
oceanos e rios; gasoso, no vapor de água do ar que respiramos e sólido, na forma de gelo, nos
pólos do planeta. A fase mais importante deste ciclo para o homem é justamente a fase
É a água que mantém a vida sobre a Terra, pela fotossíntese, que produz biomassa pela
reação entre CO2 e H2O, sendo o corpo humano composto de 80% de água (TEIXEIRA, 2003,
p.114).
como: dissolver e diluir todos os componentes solúveis que entram no organismo ou que
11
Por todas essas razões, a água constitui elemento vital não só à natureza de modo
geral, como a todas as atividades desenvolvidas pelo homem. Neste caso, além das
Fonte: http://www.ana.gov.br
Aprende-se nos livros de ciências que a água é uma substância formada por duas
E também que se trata de uma substância sem cor, sem cheiro e sem gosto.
A água que chamamos de “pura” ou “mineral” carrega uma série de substâncias como
sais e outros compostos minerais trazidos por ela do solo ou do tratamento. A água totalmente
ou seja, a degaseificação do planeta (Figura 2). Este termo refere-se ao fenômeno de liberação
de gases por um sólido ou líquido quando este é aquecido ou resfriado. Este processo atuante
até hoje teve início na fase de resfriamento geral da Terra, após a fase inicial de fusão parcial.
principalmente vapor de água (H2O) e gás carbônico (CO2). A geração de água sob forma de
Fonte: http://www.ana.gov.br
A quantificação dos fluxos e reservas de água do ciclo hidrológico global foi realizada
marcantes.
reserva dinâmica do ciclo hidrológico. Por exemplo, a atmosfera armazena uma quantidade
ínfima de água disponível no planeta, mas dá origem à precipitação que é uma fase
dos solos, normalmente não-saturados: apenas 0,066 x 10 15 m³(0,08% das águas subterrâneas)
fenômeno da infiltração. No que diz respeito aos oceanos, a quantidade de água armazenada
(97%) é tão significativa quanto o seu papel no ciclo hidrológico (TUCCI, 2004, cap 2, p.39).
seguinte distribuição: lagos de água doce (125.100 km³), lagos salinos (104.300 km³), meio
poroso e aqüíferos (9.048.500 km³), geleiras (29.199.700 km³), atmosfera (12.900 km³) e
Entretanto, a água que lá está não pode ser utilizada para irrigação, uso doméstico ou
água evaporada para o ciclo hidrológico, devido a sua enorme extensão superficial em contato
com a atmosfera (ventos) e exposta aos raios solares, fatores determinantes para evaporação.
A evaporação direta dos oceanos para a atmosfera corresponde a 361 x 10 12 m³, cerca
1.3.2.1 Rios
Os rios são cursos naturais de água doce, com canais definidos e fluxo permanente ou
sazonal para um oceano, lago ou outro rio (Foto 2). Dada a sua capacidade de erosão,
para designar corrente canalizada ou confinada. Ele também pode referir-se aos canais sem
água das regiões mais secas. Geologicamente a palavra rio é empregada geralmente para
1.3.2.2 Lagos
Os lagos são massas d’água estagnada, de origem natural (não antrópica), com
extensão superior a 0,1km², situadas em depressões do terreno e sem conexão com o mar.
Cerca da metade dos lagos conhecidos é de origem glacial e outro terço formado por
Segundo a definição de Branco (1991, cap. 2, p.166), Lagos são corpos naturais de
água cujo movimento é bastante lento, quando comparado aos movimentos dos rios. A
atividade geológica é a principal responsável pela gênese dos lagos. Essa atividade tanto pode
levar milhares de anos, como pode ser associada a eventos catastróficos e súbitos.
1.3.3 As Geleiras
pela ação da gravidade (Foto 4). Originam-se pela acumulação de neve e sua compactação por
É através da sublimação que as geleiras contribuem para o ciclo hidrológico, ainda que
Foto 4: Geleiras.
20
1.3.4 A Atmosfera
Terra. Entretanto, nela existem divisões e muitas outras particularidades, como pode ser
A atmosfera terrestre faz parte de um sistema global composto por diversas camadas
das quais se destaca a troposfera, camada mais próxima da atmosfera, com espessura em torno
As emissões vulcânicas gasosas são compostas, em média, de 85% de vapor d’água, 10% de
e menor nos Pólos (em média 8000m). Esta camada é o principal meio de transporte de massa
(água, partículas sólidas, poluentes, etc.), energia (energia térmica recebida do sol), e
quantidade de movimento (ventos) sobre a superfície da terra, dando origem assim aos
água contido na atmosfera, não levando em consideração a água nos estados líquido e sólido
totalidade da umidade atmosférica, cerca de 90%. A água que circula no interior da atmosfera
constitui-se numa fase do ciclo hidrológico. A umidade no estado de vapor é invisível, sendo
p. 35).
2 O CICLO HIDROLÓGICO
seqüência ordinal no ciclo, tanto que alguns autores, como Tucci (2004), o “iniciam” pela
Para melhor compreensão deste ciclo pode-se visualizá-lo como tendo início com a
Fonte: TEIXEIRA, Wilson [e outros]. Decifrando a Terra.
evaporação da água dos oceanos. O vapor resultante é transportado pelo movimento das
massas de ar. Sob determinadas condições o vapor é condensado formando as nuvens, que,
por sua vez, podem resultar em precipitação. Pode-se destacar e resumir o ciclo hidrológico
infiltração e retorno, após detenção em vários pontos, para o oceano, através de escoamentos
p.1, p.2).
ar devido à turbulência natural. O agrupamento das microgotícolas, que são visíveis, com o
vapor de água, que é invisível, mais eventuais partículas de poeira e gelo, forma um aerossol
que é chamado de nuvem ou de nevoeiro, quando se forma junto ao solo. Através da dinâmica
A água que atinge o solo segue diversos caminhos. Como o solo é um meio poroso, há
infiltração de toda precipitação que chega ao solo, enquanto a superfície do solo não se
satura. Em qualquer tempo e local por onde circula a água na superfície terrestre, seja nos
continentes ou nos oceanos, há evaporação para a atmosfera, fenômeno que fecha o ciclo
precipitação e a infiltração. Cada fase possui suas peculiaridades que ao final culminará com o
início do seguinte.
2.1.1.1 Evaporação
Villela (1975, p.82) define evaporação como a perda d’água para a atmosfera de uma
natureza física que transforma em vapor a água da superfície do solo, a dos cursos de água,
Pela teoria cinética, considera-se que um certo número de moléculas com energia
maior do que a energia média para uma dada temperatura, e com energia suficiente para
vencer as forças atrativas provocadas pelas outras moléculas está sempre quebrando a
estrutura molecular na superfície da água líquida, com mudança de fase para o estado de
2.1.1.2 Transpiração
Perda de água para atmosfera em forma de vapor, decorrente das ações físicas e
de suas raízes, retiram do solo a água para suas atividades vitais. Parte dessa água é cedida à
atmosfera, sob a forma de vapor, na superfície das folhas (PINTO, 1976, cap.5, p.56).
2.1.1.3 Evapotranspiração
Para Pinto, (1976, cap.5, p.56), o conjunto das duas ações (evaporação e transpiração)
denomina-se evapotranspiração.
2.1.2 Condensação
Villela (1975, p.41), define a condensação como o ar úmido das camadas baixas da
atmosfera é aquecido por condução, torna-se mais leve que o ar das vizinhanças e sofre uma
ascensão adiabática. Nessa ascensão ele expande e se resfria na razão de 1ºC por 100m
Segundo Pinto (1976, cap.2, p.7), a ascensão do ar provoca resfriamento que pode
fazê-lo atingir o seu ponto de saturação, ao que se seguirá a condensação do vapor de água
em forma de minúsculas gotas que são mantidas em suspensão, como nuvens ou nevoeiros.
26
2.1.3 Precipitação
Para Pinto (1976, cap.2, p.7), entende-se por precipitação a água proveniente do vapor
d’água com massas suficientes para serem precipitados (RIGHETTO, 1998, p. 137).
2.1.4 Infiltração
“Infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo e
se move para baixo, em direção ao lençol d’água” [Wisler e Brater (8)] (VILLELA, 1975,
p.68).
nas camadas de solo próximas à superfície do terreno, movendo-se para baixo, através dos
vazios, sob a ação da gravidade, até atingir uma camada-suporte, que a retém, formando então
a água do solo.
27
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi observado no decorrer deste trabalho, a água está presente nas suas três fases
em todo o planeta (oceanos, geleiras, rios, lagos, atmosfera e etc), embora sua maior parte,
O ciclo hidrológico seria, então, um “motor gerador da vida”, pois é a partir dele que a
água pode chegar aos mais diferentes lugares, tornando-se, em maior ou menor escala,
acessível aos seres vivos, dentre eles o homem. Estando presente e tornando possível uma
é maior ou menor que outros, mas ele ocorre em toda a Terra, basta haver água em qualquer
dos estados em contato com a atmosfera para que ele ocorra. Até mesmo as geleiras dos pólos
Sabe-se que sem água não existiria vida. Mas além da necessidade fisiológica a
humanidade a utiliza de diversas formas. Seu desperdício, poluição de rios e lagos, entretanto,
tem levado a uma redução cada vez maior da quantidade de água doce disponível no planeta,
ciclo, como também entender a sua importância para o homem e para a Terra.
mais consciente ecologicamente amanhã, lutando por uma melhor qualidade das águas e,
conseqüentemente, da vida.
28
REFERÊNCIAS
BIGARELLA, José João; SUGUIO, Kenitito. Ambiente Fluvial.Ed. UFPR. Curitiba. 1979.
PINTO, Nelson L. de Sousa [e outros]. Hidrologia Básica. Ed. Edgard Blücher. São Paulo.
1976
RIGHETTO, Antonio Marozzi. Hidrologia e Recursos Hídricos. EESC / USP. São Carlos.
1998.
SELBORNE, Lord. A Ética do Uso da Água Doce, um Levantamento, Vol.3. Unesco. 2002.
SILVA, Paulo Augusto Romera, Água Quem Vive Sem?. Ed.Ver. São Paulo. 1998.
TEIXEIRA, Wilson [e outros]. Decifrando a Terra. Ed Oficina de Textos. São Paulo. 2003.
TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia, Ciência e Aplicação.Porto Alegre. Ed. da UFRGS / ABRH.
2004.
VILLELA, Swami Marcondes; MATTOS, Arthur. Hidrologia Aplicada. São Paulo, McGraw-
Hill, 1975.
29
PLANO DE AULA
Escola Estadual: Bartolomeu de Gusmão Disciplina: Geografia Data: 20/02/2007
Série: 7ª Professor: Carlos de Barros
Assunto: Ciclo Hidrológico
Justificativa da Disciplina: A disciplina Geografia aborda a dinâmica
do espaço geográfico natural e humanizado, possibilitando aos alunos
compreenderem essa dinâmica à sua volta. O estudo do ciclo Hidrológico
e sua relação, importância para a vida no planeta, são necessários para
que o alunado entenda que os recursos naturais e o homem se interagem.