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Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Design de Interiores das Escolas
Estaduais de Educação Profissional – EEEP
Material elaborado pela professora Jéssika Ricarte S. Ferreira Albuquerque -
2018
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 4
1.1- PROGRAMA CURRICULAR ....................................................................................................... 4
2. CONFORTO VISUAL: LUZ .................................................................................................................... 6
2.1- FONTES DE LUZ ARTIFICIAL ...................................................................................................... 8
2.2 – TIPO DE ILUMINAÇÃO ................................................................................................................ 9
2.3 – TIPO DE LÂMPADAS MAIS USADAS ........................................................................................ 9
2.4- RELAÇÃO COR & LUZ ................................................................................................................ 13
2.5- TIPOS DE LUMINÁRIAS .............................................................................................................. 14
2.6 – SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ...................................................................................................... 20
2.6 – EFEITOS DE ILUMINAÇÃO ....................................................................................................... 22
3. CONFORTO VISUAL: COR ................................................................................................................. 25
4. CONFORTO VISUAL: TÉRMICO ....................................................................................................... 28
4.1- FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS .................................................................................. 28
4.2- RADIAÇÃO .................................................................................................................................... 36
4.3- VENTILAÇÃO ................................................................................................................................ 38
5. CONFORTO VISUAL: ACÚSTICA ..................................................................................................... 40
5.1- CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................................. 40
5.2 – COMPORTAMENTO DO SOM NOS AMBIENTES .................................................................. 44
5.3 – ISOLAMENTO ACÚSTICO, CONTROLE DE RUÍDO E DO SOM.......................................... 46
6. NOÇÕES DE PAISAGISMO ................................................................................................................. 48
6.1- METODOLOGIA PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS ..................................................... 49
6.2- APRESENTAÇÃO DE PROJETOS PAISAGISTICOS ................................................................. 50
6.3- A ESCOLHA DA VEGETAÇÃO NO PLANEJAMENTO............................................................ 51
6. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................... 53
1. INTRODUÇÃO
Conforto acústico: O desconforto acústico também é um elemento que deve ser evitado
em todos os casos. Esses problemas podem ser eliminados fazendo-se um tratamento acústico
adequado por meio de mantas isolantes acústicas. Esse tipo de tratamento nas alvenarias e
forros visa atenuar o nível de energia sonora, promovendo o isolamento dos sons indesejáveis.
Conforto visual: O conforto visual talvez seja um dos desafios mais importantes que um
Designer de Interiores tem para resolver. Nesse aspecto as cores, objetos, móveis,
revestimentos e tudo o mais que envolve apelo visual podem comprometer seriamente o bem-
estar das pessoas em um ambiente. Ainda, a ausência de conforto visual, ou seja, a ausência de
um ambiente visualmente tranquilo e agradável pode trazer efeitos danosos resultantes dos
impactos visuais desnecessários.
Depois de tudo isso, podemos presumir que a busca pelo equilíbrio entre temperatura,
som, luminosidade e estudo visual do ambiente são primordiais em um bom projeto de Design
de Interiores, pois com esses conceitos em prática é possível desenvolver ambientes que cada
vez fiquem mais personalizados e agradáveis a quem irá desfrutá-lo.
Medo? Esperança? Pavor? Liberdade? Sonho? Agora veja essa outra imagem abaixo:
Veja que nesta última imagem, a iluminação não nos traz nenhuma sensação relacionada
ao que os atores querem transmitir. Sua função é apenas permitir ver os atores.
Portanto, podemos afirmar que a Luz é uma radiação eletromagnética capaz de produz
estímulos.
Na faixa visível temos aproximadamente cerca de 600.000 matizes de cor, e todas
somadas formam a luz branca.
A luz que incide nos objetos, parte é absorvida, parte é rebatida. A parte refletida é que
chega aos nossos olhos, permitindo a observação dos objetos.
Dependendo da frequência em reflexão é que determinamos a cor, exemplificando num
padrão simplista: um objeto branco reflete igualmente todas as frequências; um objeto negro
absorve igualmente todas as frequências; um objeto vermelho absorve todas as frequências
menos a vermelha.
A ciência que mede a luz, levando em consideração aspectos psicofísicos do sistema
visual e cerebral humano, é a Fotometria.
Quando um designer cria um sistema de iluminação, a principal preocupação a ser
considerada é a avaliação dos efeitos obtidos pelo ser humano.
A fotometria permite controlar o conforto visual através de quatro itens para uma perfeita
simulação da iluminação. São eles:
Fluxo luminoso: É a quantidade de luz emitida por uma fonte, medida em lumens (lm),
na tensão nominal de funcionamento. Quando se pensa em luz como partículas (fótons) se
movendo através do espaço, o fluxo luminoso de um raio de luz que chega em uma superfície é
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proporcional ao número de partículas que atingem esta superfície durante um intervalo de tempo
de 1 segundo.
Lâmpadas Fluorescentes: sua luz é difusa, gerando uma iluminação por igual. As
sombras são quase inexistentes e não concentram os raios luminosos. Precisam de reatores e
para melhorar seu desempenho devem ser utilizadas sempre em calhas refletoras. As lâmpadas
fluorescentes podem ser encontradas com
temperatura de cor quente, neutra ou fria;
também podem alterar muito a aparência e
cores dos objetos, porém são muito
econômicas. Utilizadas em setores de serviços
com atividades que necessitam de boa
iluminação geral. Pouco usadas em áreas
sociais. Produz luz fria, portanto não aquece o
ambiente. São mais econômicas e duram até
7000 horas, nas potências 20w,40w e 1000w.
As de 9w são para luminárias de mesa.
Palito: possuem alta reprodução de cores. São utilizadas como luz difusa na iluminação
geral de lojas, vitrines, fachadas (situações de muita luz). Devem ser sempre instaladas na
horizontal.
Dicróicas: são lâmpadas de luz branca e brilhante, com pequenas dimensões e total
controle do facho de luz. Utilizadas na iluminação decorativa e de destaque. Sua principal
característica é o fato de emitir uma luz mais fria "efeito dicróico" , pois tem a propriedade de
desviar parte do calor para atrás do refletor, reduzindo em até 66% a radiação térmica emitida.
Halospot: alta intensidade luminosa, com cores de luz precisamente definidas e ângulos
de 4 / 8 e 24 graus. Possibilita a criação de espaços personalizados ideais para iluminação de
efeito, destacando ou acentuando objetos mesmo em ambientes bem iluminados.
Led: Não são lâmpadas, são diodos emissores de luz que auxiliados por lentes
procuram suprir a necessidade das outras lâmpadas.
Temperatura de Cor é a tonalidade de cor que a luz apresenta aos nossos olhos. Medida
em K (kelvin).
Pendente: Luminárias que ficam penduradas por fios elétricos ou acompanhadas por
cabo de aço em função do peso da peça.
Lustre: Luminárias com apelo mais estético, sendo por tanto peças mais decorativas,
sendo o centro de interesse de algum ambiente.
Spot: Luminárias com aspecto mais funcional, pois é uma peça direcionável de sobrepor,
gerando luz mais focal.
Refletor: Luminárias mais técnicas, possuindo uma fonte luminosa mais forte refletindo-
a a uma área mais ampla. Utilizadas em jardins, fachadas, quadras de esporte, grandes pátios,
ou como luminárias de segurança.
De mesa: Luminárias funcionais e com design bem variado. Utilizadas como iluminação
complementar para espaços de leitura.
De piso: Luminárias funcionais e com design bem variado. Utilizadas como iluminação
complementar para espaços de leitura. A diferença da luminária de mesa é que está possui base
própria sem necessitar de mesa.
Arandela: Luminárias fixadas na parede, que pode produzir efeitos de iluminação difusa,
de efeito, indireto. Veja mais algumas informações no link:
http://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/o-que-e-arandela-e-como-usar?.html
Balizador: Luminárias que tem a função de direcionar o caminho, seja ele jardim, ou
mesmo dentro do quarto ou corredor de circulação.
Para se atingir esses objetivos, precisamos saber sobre os tipos de iluminação que
podemos utilizar no espaço:
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As cores situadas entre o amarelo e o violeta são consideradas cores quentes e dão uma
sensação de aconchego, alegria, prazer. As frias, por sua vez, no sentido oposto no circulo
cromático, dão a sensação de frescor, tranqüilidade, calma.
A harmonização das cores, então, pode se dar ao combinar cores vizinhas no circulo,
não oferecendo contraste em sua utilização, bem como cores opostas no circulo (as chamadas
complementares), que provocam muito contraste. Portanto, a harmonização tradicional, através
das associações de cores baseadas no circulo cromático, pode ser resumida em 4 tipos básicos:
Contraste: quando associa-se duas cores opostas no circulo cromático;
Dégradé: a cor original é suavizada lentamente com acréscimo de branco;
Análogas: as cores selecionadas são vizinhas no circulo cromático;
Tom sobre tom: mesma tonalidade em tons diferentes.
Alguns fatores cromáticos podem ser importantes quando utilizados com a iluminação
de um ambiente:
Nunca use mais que 3 cores de mesma intensidade no mesmo ambiente;
As cores escuras fazem o ambiente parecer menor;
As cores claras dão a sensação de aumento nos volumes;
Um contraste intenso entre elementos pode ser estimulante;
O aspecto acetinado das cores cria um ambiente aconchegante;
O colorido apaga relevos e obstáculos.
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O conteúdo deste capitulo foi retirado da apostila Introdução ao conforto térmico, criado
pela Fabiana Barbosa Palhares.
Fatores Climáticos
• Latitude
• Altitude
• Ventos
• Massas de água e ar
• Topografia
• Vegetação
• Superfície do solo
Sendo que
Longitude dado pelo ângulo ǿ1
Latitude dada pelo ângulo ǿ2
A altitude está referida ao nível do mar, é um dos fatores que mais exerce influência sobre a
temperatura.
A temperatura do ar diminui numa proporção constante com a altura, pelo fato do ar estar
menos carregado de partículas, que por sua vez aumentam a temperatura do ar ao absorverem
as radiações solares e as difundirem.
O vento é uma consequência direta da variação das pressões atmosféricas, dadas pelo
aquecimento e esfriamento das terras e mares, pelo gradiente de temperatura do globo terrestre
e pelo movimento de rotação da Terra (Força de Coriolis).
A proporção entre as massas de terra e os corpos de água num dado território produz um
impacto característico no clima.
As brisas terra-mar, sentidas em regiões litorâneas, são explicadas a partir da diferença do
calor específico entre ambos.
Enquanto a água possui um calor específico alto, a acumulação de temperatura é muito mais
baixa que a da terra.
Segundo FROTA et al. (1995), durante o dia, a terra se aquece mais rapidamente que a água,
e o ar força uma circulação da brisa marítima no sentido mar-terra.
À noite, este sentido se inverte, pois a água, por demorar mais a esfriar que a terra encontra-
se momentaneamente mais quente, gerando uma brisa terra-mar.
Figura 05 – Sombras no verão, desde o amanhecer até o entardecer. Fonte: OLGYAY (1998).
Modificações da corrente de ar
produzidas pela vegetação. Fonte:
HERTZ (1998)
Figura 07 – Efeitos dos arbustos sobre o fluxo do ar interno. Fonte: HERTZ (1998)
A superfície do solo interfere nas condições climáticas locais, pois quanto maior for a
umidade do solo, maior será a sua condutibilidade térmica.
Um solo pouco úmido se esquenta mais depressa durante o dia, mas à noite devolverá o
calor armazenado rapidamente, provocando uma grande amplitude térmica diária.
A radiação solar é uma energia eletromagnética, transmitida pelo sol que atinge a Terra
A quantidade de calor absorvido pela Terra está em equilíbrio com as perdas de calor.
Estão envolvidos nos processos de perdas de calor: a radiação, evaporação e convecção.
A direção da radiação é determinada pela localização do sol, informada pelos ângulos
azimute e altura.
Tem-se: (X) estrela; (A) o observador; (h) altura da estrela medida a partir do horizonte do
observador (arco XX’), (a) azimute medido no plano do horizonte a partir da direção norte, à
direita do observador (arco NX’).
A radiação solar pode ser absorvida e refletida pelas superfícies opacas sobre as quais
incide. A areia absorve com facilidade a energia solar, enquanto a neve a reflete.
Clima Urbano
4.2- RADIAÇÃO
Como exemplo, no desenho que se segue, verifica-se, a radiação refletida pelas paredes
das construções vizinhas.
Os princípios para o controle da radiação solar refletida são o uso da vegetação, o uso de
materiais e cores pouco refletivos, ou ainda a utilização de varandas, alpendres entre outros.
Vale lembrar que esses princípios são determinados após análise específica do clima da região
estudada.
4.3- VENTILAÇÃO
Sobre a ventilação, o movimento do ar no meio urbano está em relação direta com as
massas edificadas, a forma destas, suas dimensões e sua justaposição.
Numa escala menor, o movimento do ar, afeta os pedestres e as edificações, pois aumenta
a perda de calor por convecção ou leva calor e poeira.
Para o controle deste fenômeno tem-se o uso da vegetação, a otimização dos volumes
edificados, a introdução de movimentos de terra, do mobiliário urbano entre outros.
Uma série de efeitos aerodinâmicos do vento sobre as massas construídas foi analisada
por J. Gandemer. Os principais efeitos são: efeito pilotis, efeito de esquina, efeito de barreira,
efeito de Venturi e efeito de canalização.
As diretrizes para o desenho urbano não conseguem atender a todas as exigências, então
o desempenho das edificações é fundamental.
Quanto à forma, um traçado compacto seria o indicado para subtrair a maior quantidade
de superfície à exposição solar e diminuir o resfriamento noturno das edificações, porém
introduziria outro problema, eliminaria a ventilação e a massa de ar encontraria um obstáculo
inicial que a conduziria a passar por cima das construções.
A forma ideal seria a criação do efeito pátio para aumentar a umidade do ar.
As ruas devem ser arborizadas e orientadas num sentido que permite obter uma face
sombreada para auxiliar a edificação e o pedestre.
Nestas regiões, as ruas devem canalizar os ventos dominantes para obter as brisas
necessárias no verão, porém a vegetação deve bloquear os ventos frios de inverno.
As ruas e as áreas livres devem ser sombreadas com árvores de grande copa para
canalizar as brisas do verão e reduzir a reflexão da radiação solar, embora deixando penetrar o
sol no inverno.
O bom aproveitamento da orientação da rua com relação aos ventos depende das
edificações que a margeiam.
Deve ser evitada a canalização excessiva dos ventos, já que, ao contrário de introduzir
uma amenização do ambiente, o tornam desconfortável.
Permite-se grande liberdade para os tamanhos e as formas dos lotes.
Em geral para uma adequada ventilação e para o impedimento da radiação excessiva, é
aconselhável um alinhamento que permita reentrâncias e saliências.
Os espaços públicos: razoavelmente abertos e densamente arborizados. Substituir as
superfícies asfaltadas pelas gramadas, para reduzir a absorção da radiação solar e a reflexão
das construídas.
A noção de conforto ambiental deve-se aos nossos 5 sentidos. Portanto, é uma resposta
subjetiva, determinando quais condições são favoráveis ou não.
A acústica estuda os fenômenos do som e sua interação com nossos sentidos para
minimizar as condições desfavoráveis, como ruídos, buscando:
Eliminar/reduzir ao máximo os ruídos que podem comprometer a audição;
Nosso sistema auditivo é capaz de distinguir dois tipos de som, pela agradabilidade ou
desconforto: o som musical e o ruído; ou ainda pelas características físicas.
Ruídos podem incomodar (percepção subjetiva) ou danificar imediata e irreversivelmente
o ouvido, conforme o tempo e intensidade de exposição.
O entendimento das características físicas do som como onda é de suma importância
para os estudos de projetos acústicos, vejamos agora alguns:
Verifica-se através das figuras anteriores que é possível determinar a oscilação completa
da partícula, o comprimento de onda (λ), medido entre picos.
Existe uma relação inversa do comprimento de onda com a freqüência. Quanto menor a
freqüência, maior o λ e quanto maior a freqüência, menor o λ.
Outra característica da propagação de ondas é a fase, que depende do instante em que
a onda começou, acarretando outros fenômenos. Aqui, podemos falar do Efeito Doppler -
mudança aparente de freqüência. Se fonte e observador se aproximam, o som fica mais agudo
- a freqüência aparentemente aumenta e λ diminui. O contrário acontece se fonte e observador
se afastam - freqüência diminui e λ aumenta (som mais grave).
O fenômeno chamado difração é o encurvamento sofrido pelos raios de onda quando esta
encontra obstáculos à propagação.
Imagine a situação em que uma onda se propaga em um meio, até onde encontra uma
fenda posta em uma barreira.
Este fenômeno prova que a generalização de que os raios de onda são retilíneos é errada,
já que a parte que atinge a barreira é refletida, enquanto os raios que atingem a fenda passam
por ela, mas nem todas continuam retas.
Se esta propagação acontecesse em linha reta, os raios continuariam retos, e a
propagação depois da fenda seria uma faixa delimitada pela largura da fenda. No entanto, há um
desvio nas bordas.
Este desvio é proporcional ao tamanho da fenda. Para o caso onde esta largura é muito
inferior ao comprimento de onda, as ondas difratadas serão aproximadamente circulares,
independente da forma geométrica das ondas incidentes.
Reverberação
Em ambientes fechados, existem dois campos sonoros: da fonte e o refletido.
Chegando juntos, reforçam o som, chegando separados, em pequeno intervalo,
atrapalham o entendimento, caracterizando a reverberação. O Conforto Térmico visa, de forma
prática, contribuir para a construção de espaços adequados integrados com qualidade ambiental.
Esta medida depende do volume da sala (mais importante) da área das superfícies, do
coeficiente de absorção de cada revestimento e da absorção.
Tempos de reverberação de 3 a 2 segundos são aceitáveis; de 2 a 1,5, bons e de 1,5 a
0,5s muito bons, segundo Watson (apud Carvalho, 1967).
O eco é a repetição nítida e distinta de um som direto que, após refletido, chega aos
nossos ouvidos em intervalo acima de 1/15 de segundo.
Considerando-se a velocidade do som no ar em 345 m/s, o objeto que causa essa reflexão
no som deve estar a uma distância de 23 m ou mais.
Ruído e Inteligibilidade da voz: Uma conversa depende da inteligibilidade (> 90%) - nível
de barulho baixo, ausência de ressonância forte, eco e concentração sonora - permitindo a
compreensão do som em todo o ambiente, ainda que razoavelmente.
É útil o som que chega ao ouvido antes de 0,05 s, aumentando a sensação auditiva. Acima
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Tipos de isolamento
1. Isolamento aéreo
2. Isolamento de Impacto
Trata do ruído que se propaga nos sólidos (preocupação nos prédios de apartamentos) e
neste caso, os materiais utilizados são elásticos e duráveis.
São utilizados colchões de ar “mole” e outros materiais, tais como: concreto celular,
tecidos, feltros, linóleo, lã-de-vidro, Eucatex, estruturas independentes ou pisos flutuantes (laje
para piso de concreto ou madeira), apoiada em capa flexível (lã, vidro, isopor, borracha, etc), que
o separam totalmente da laje estrutural.
3. Barreira
Figura 45- Efeito dos raios sonoros na barreira. Fonte: Bernardi, 2002.
6.
NOÇÕES DE PAISAGISMO
O Paisagismo no Brasil
Profª Soeni Bellé
Bento Gonçalves, março de 2013.
Durante o período colonial não houve desenvolvimento do paisagismo no Brasil, uma vez
que a tradição portuguesa de construir sobre os limites do terreno impediam a formação de
jardins residenciais. Houve muita mistura de estilos, com presença de azulejos do estilo
espanhol, obeliscos em granito e mármore de estilo italiano e organização espacial francesa.
Os primeiros passeios públicos tiveram início no final do século XVIII e as famílias ricas
seguiram modelos europeus em seus jardins. Com a chegada de D. João VI no Rio de Janeiro,
foram criadas várias praças e parques e fundado o Horto Real, atual Jardim Botânico do Rio de
Janeiro. Neste período foram introduzidas várias espécies como cinamomo, canforeira, falsa
murta, dilênia, gardênia, cássia, cróton e acalifa, entre outras.
Entre 1836 e 1860, o paisagista alemão Ludwig Riedel iniciou a arborização do Rio de
Janeiro. No entanto, o povo acreditava que as árvores disseminavam doenças.
O grande paisagista brasileiro foi Roberto Burle Marx, que iniciou sua atuação em 1934 e
atingiu renome internacional. Roberto Burle Marx renovou o paisagismo no Brasil, pesquisando
e valorizando as espécies nativas. Utilizou princípios da arte moderna no desenho e distribuição
dos jardins. Demonstrou uma grande preocupação com as condições locais, instaurando o jardim
tropical.
Entre suas obras, destacam-se:
- Parque Ibirapuera, SP
- Jardins e passeios da praia de Botafogo e Parque do Flamengo, RJ
- Jardins do prédio da UNESCO, Paris/FR
- Parque Del Este, Venezuela
de força e altivez, enquanto que galhos descendentes evocam reflexão e leveza, como no caso
de samambaias ou da sálvia da gripe (Lippia alba).
O conhecimento do porte da planta adulta, talvez seja o critério técnico mais importante,
para que possam ser evitados problemas futuros de incompatibilidade entre o espaço disponível
e o crescimento da espécie.
- Cor:
Pode-se explorar a coloração da floração e da folhagem das plantas, buscando as
diferentes sensações que as cores podem produzir. Além disso, deve-se considerar a época de
florescimento de cada espécie e as alterações que ocorrem na coloração da folhagem de acordo
com a estação do ano. Muitas espécies medicinais destacam-se pelo colorido da floração, como
a calêndula (Calendula officinalis), com flores amarelas ou laranja durante o inverno, a
capuchinha (Tropaeolum majus), com flores amarelas, laranja ou em tons de vermelho, durante
a primavera e verão e a lavanda (Lavandula officinalis), com flores lilases praticamente durante
o ano todo. Outras se destacam pela coloração da folhagem, como a pulmonária (Stachys
byzantina), com folhas cinza, a penicilina (Alternanthera brasilis) e o manjericão roxo, com
folhagem desta cor.
Existem também variedades com folhagem variegada, como a hortelã e a sálvia, que
foram utilizadas em composições com outras plantas em floreiras expostas em floricultura da
região.
É preciso considerar que a percepção da cor nas folhas depende também de outros fatores
como o tamanho da superfície, a textura, a pilosidade, capacidade de refletir mais ou menos luz
e de ser mais ou menos translúcida.
As cores quentes (vermelho, laranja, amarelo) transmitem alegria, ação e proximidade,
por isto devem ser usadas preferencialmente em locais amplos, de intensa atividade e em
ambientes que se queira destacar, chamando a atenção dos usuários ou transeuntes.
As cores frias (azul, violeta, verde) transmitem repouso, serenidade, calma e afastamento.
Desta forma, são recomendadas em áreas de descanso ou lazer passivo, de contemplação e em
pequenos espaços, por darem a sensação de amplitude.
Podem ser aplicadas teorias cromáticas, buscando-se obter efeitos de contrastes ou de
harmonia entre tonalidades e matizes. No entanto, a aplicação destas teorias é mais complexa
no paisagismo do que no desenho devido às mudanças que ocorrem na vegetação ao longo do
ano e devido às interações que existem entre cor, textura e densidade da folhagem.
- Textura:
As espécies possuem diferentes texturas, que são percebidas especialmente pelo tato,
mas também pela impressão visual que a superfície das folhas, troncos ou frutos provoca.
Esta característica também altera a cor da vegetação, já que texturas ásperas absorvem
a luz, enquanto que as lisas, a refletem. Desta forma, pode-se obter uma sensação de suavidade
ou agressividade.
Podem ser encontradas plantas medicinais com texturas muito variadas, como por
exemplo, plantas de folhas lisas e suculentas como os bálsamos (Sedum spp), e plantas de
folhas macias e pilosas, como a pulmonária (Stachys byzantina) e a sálvia (Salvia officinalis).
Esta característica deve ser privilegiada em Jardins Sensoriais ou Jardins dos Sentidos,
estimulando-se o tato de pessoas com deficiência visual, de forma a contribuir para que estas
pessoas usufruam dos jardins e conheçam as plantas.
- Transparência:
Refere-se ao volume da folhagem, transmitindo leveza e evitando a formação de barreiras
visuais. A erva doce (Pimpinella anisum), o funcho (Foeniculum vulgare) e a mil folhas (Achillea
millefolium) são exemplos de plantas medicinais que apresentam transparência e leveza.
- Mobilidade:
O movimento dos ramos, folhas ou da planta inteira pode provocar sensações variadas,
sendo interessante ser explorado em jardins sensoriais pela geração de sons a partir dos ventos.
A mobilidade pode destacar a coloração da folhagem, especialmente em espécies que
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apresentem diferentes nuances de cores nas facesdas folhas, como a goiaba da serra (Acca
sellowiana).
- Aroma:
O aroma ou perfume exalado pelas plantas possui efeitos terapêuticos, estimulando o
cérebro e provocando diferentes sensações e emoções. Desde antes de Cristo, como nos jardins
da Pérsia, o perfume das plantas tem sido explorado no paisagismo. Esta característica também
deve ser especialmente explorada nos Jardins dos Sentidos, incluindo-se nestes espaços
abertos pessoas com necessidades especiais, como os que possuem deficiência visual. Muitas
ervas aromáticas e medicinais, como o alecrim, o tomilho, as hortelãs, a lavanda, exalam
perfumes agradáveis e estimulantes.
6. BIBLIOGRAFIA
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!