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Cmte Hamilton
A corrida de 50 milhões.
Que eu venci!
São Paulo
2024
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Prefácio
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‘Voar é com os homens’
(Mário Schenberg)
Apontar aqui um termo trabalha muito bem algumas das partes desta
obra. Trata-se de um biografema. De que trata o biografema? É um
misto de biografia, a história de uma vida, com os elementos semân-
ticos, marcas de vida, que nos percorrem, que se associam à narra-
tiva humana. No caso da obra do Cmte Hamilton, a relação é clara.
Quase uma metonímia de ser Hamilton, de ser piloto. Dizer Cmte
Hamilton já traz a marca dessa ação, voar.
No sonho, ele via um futuro, ele ainda não sabia qual era, mas sua
visão já, sim, sabia exatamente. São muitas as passagens em que o
Cmte deixa claro que não são apenas os pássaros que voam. Pessoas
inteligentes aliam um sonho de olhar de cima e então constroem
máquinas que possam realizar a visão sonhada.
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tava por aqui. O helicóptero, também ele, uma obra de um sonhador,
de vários sonhadores. Assim são vencidas as vicissitudes, elas nascem
de um sonho que precisa ser perseguido e estudado. ‘Foco’, como o
Cmte diz várias vezes ao longo da obra.
Roseli Gimenes
(Pós-doutora em Comunicação e Semiótica -PUCSP-,
doutora em Tecnologias da Inteligência e Design
Digital- PUCSP. Professora e coordenadora do curso
de Letras da UNIP. Professora e assistente de coorde-
nação do curso Semiótica Psicanalítica da PUCSP,
coordenadora do Projeto Cultura em Foco do Instituto
Legus, escritora de vários livros nas áreas do cinema,
da psicanálise, da inteligência artificial e da literatura,
entre outros temas.)
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Agradecimentos
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vá realizando ações que te levem ao
objetivo que deseja alcançar, sempre
com alegria e boas pessoas ao seu lado.
Hoje fico atento, liguei meus sensores para dar amparo no momento
certo, de forma rápida e eficaz como fizeram todos os que me ajuda-
ram a chegar aonde cheguei.
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É a energia que produz a
partícula, portanto nós somos
energia e partícula.
Tempestade
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Era uma tarde típica de verão, dia 13 de fevereiro de 2004, muito
calor, pressão baixa, sem vento. Eu estava sentado no esqui de um heli-
cóptero, bem próximo da porta do hangar e olhava para o céu, ana-
lisando como seria o temporal daquela tarde. As chuvas no começo do
verão estavam causando muitas enchentes e isso sempre dava muita
audiência para as emissoras de TV.
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Estava lembrando o quanto éramos pobres. Meu pai plantava milho,
algodão, amendoim, mandioca e feijão. Separava um pouco para nos-
so sustento e vendia o que sobrava. Ele também trabalhava em uma
serraria que ficava entre a cidade de Januária e Lontra, mais ao norte
de Minas, ia e voltava a cavalo. Eu ficava na porta da casa esperando
meu pai voltar no começo da noite. Antes de ele descer do cavalo, eu
já estava do lado esperando para procurar nos bolsos algumas balas e
doces que comprava para mim.
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de nuvens depois da cidade de Itu.
Atrás da nuvem, o voo estava ficando cada vez mais liso, mas na frente
estava tudo escuro e as condições atmosféricas eram terríveis com ventos
fortes e indicação de gelo no interior do bloco de nuvens que continuava
seguindo na direção da cidade de São Paulo. Eu a fui seguindo. Quando
chegou próximo do lado leste do Pico do Jaraguá a nuvem parou e tudo
ficou complicado e tenebroso. Dava para ver o chão começando a ficar
branco, era a chuva de granizo! O Datena começou o programa e já en-
trou direto com o helicóptero, me chamou, eu fui mostrando a chuva de
granizo usando o zoom da câmera, porque não dava para chegar perto,
se fosse atingido pelo granizo o prejuízo seria enorme para a aeronave,
além do risco de cair, porque era muito gelo. A camada de gelo no chão
foi subindo rapidamente, em pouco tempo as ruas ficaram brancas e a
camada atingia mais de 1 metro de espessura em alguns pontos. Só eu
mostrava imagens aéreas, ou seja, só a Band estava mostrando aquela
imagem da chuva. A tempestade era muito grande e impedia que os
pilotos das outras emissoras decolassem. Se tivessem decolado, seriam
atingidos pelo granizo. Para piorar, havia rajadas de vento muito fortes
que estavam derrubando árvores pela cidade. E eu estava tranquilo,
porque estava atrás do temporal. Os pilotos da Globo e Record estavam
sendo pressionados para decolarem e me chamaram no rádio querendo
saber como eu tinha conseguido decolar no temporal, se eu havia sido
atingido pelo granizo etc. Expliquei o que tinha feito, e que o melhor
era eles tomarem cuidado para não pegar a chuva de frente, o risco era
grande.
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Fiquei mais de 1 hora sozinho mostrando o estrago com o Datena,
depois chegaram os outros pilotos das outras emissoras e alguns com
fotógrafos da mídia impressa. Foi a maior chuva de granizo que já
peguei e sem dúvida uma das maiores que já atingiu São Paulo.
Mas o que fazia com que eu conseguisse coisas que outros não con-
seguiam foram as barreiras que eu venci quando criança. Aprendi que
tinha que me esforçar mais do que os que estavam ao meu lado, tinha
que ir além do meu limite. Isso fez com que eu, antes de o programa
começar, ficasse atento às mudanças atmosféricas. Se realmente ia
chover e onde iria chover. Vi previsões meteorológicas dos aeroportos
próximos, olhei o movimento das nuvens, pressão atmosférica, mu-
danças de temperatura e antecipei minhas decisões, isso me deu prob-
abilidades e margens de erro de que precisava para decidir qual seria o
melhor momento para decolar e dar a volta por trás da tempestade, e
mostrar na TV o estrago sem ser atingido. Foi como se esconder atrás
de um gigante enfurecido sem ser visto.
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Toda ocorrência com criança sempre me chateou. A criança depende
muito do apoio dos adultos para conseguir vencer na vida. Toda vez
que vejo uma criança em apuros, imagino o que deve estar passando
na cabecinha dela e em que isso irá afetá-la no futuro.
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Energia é tudo aquilo que
produz movimento. Sem
movimento não há vida
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Eu sou filho único e nasci no sertão de Minas Gerais no dia 24 de
julho de 1956.
Minha mãe chamava-se Amélia, era uma mulher muito bonita, alta,
pele clara, olhos verdes, cabelos compridos, levemente encaracolados,
dentes bem feitos, sorriso bonito, corpo esbelto, cintura fina, porte ele-
gante e descendência portuguesa. Ela desenhava, pintava, gostava de
ler e escrevia bem, também tocava acordeom. Tinha um olhar in-
teligente e firme, não poupava palavras, sempre tinha uma resposta
pronta e, como diziam, não levava desaforo para casa. Mas isso não
tirava a beleza e o porte elegante que possuía.
Meu pai chamava-se Onofre, era moreno claro, olhos verdes, um pou-
co mais baixo do que minha mãe, tinha descendência portuguesa com
índio. O avô de meu pai era português e tinha sido casado com uma
índia. Ele era o típico homem do interior, sempre ouvia dos adultos
que o meu pai era respeitado por todos por ser um homem justo e cor-
reto, não gostava de coisa errada. Ainda lembro de frases como: “Se
o Compadre Onofre falou, ele cumpre”, “Homem de palavra”, “Não
gosta de macaquices, ele é sério”. Meu pai era analfabeto, não sabia
escrever nem o próprio nome, mas tocava muito bem o acordeom que
ele chamava de sanfona. Sempre era convidado para tocar em festas,
quando morava em Minas Gerais. Quando mudou para São Paulo
trouxe a sanfona, mas só tocava em casa.
Falaram-me que uma vez meu pai acabou com uma festa, porque
alguém mexeu com minha mãe. Sacou o revólver que gostava de ter
consigo, deu um tiro para o alto e disse: “o baile acabou”. Meus tios
dizem que todos saíram correndo do local. Sabiam da fama do meu
pai, quando ficava irritado. Eu gostava de ouvir essas histórias. Ele era
sério, observador, falava pouco, pessoa que respeitava e exigia respeito.
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Mesmo assim, olhando para o meu pai, não dava para imaginá-lo
acabando com uma festa e botando todo mundo para correr.
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estava pisando.
Muitas vezes sonhava que estava voando acima da minha casa, nesses
sonhos o céu era brilhante e estrelado. Os sonhos pareciam reais e eu
acordava com uma mistura de emoção e alegria pela liberdade e sen-
sação de voar acima do chão.
Aos poucos as coisas foram mudando em casa, minha mãe passou a fi-
car mais tempo na cama. Minha avó materna, chamada Conrada,veio
ajudar e não saía mais da nossa casa. A minha mãe foi ficando cada
vez mais debilitada, mais tarde soube que ela havia sido picada pelo
mosquito do Barbeiro e contraiu a Doença de Chagas.
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pressão “trem bom “, “Que trem é esse? Tira esse trem daqui “. “Uai,
que trem é esse? “ etc. Mas lembro que os meus pais não estavam tão
felizes quanto os outros passageiros, talvez pela incerteza do destino
ou por terem sido obrigados a deixar para trás tudo que tinham para
vir a São Paulo em busca de tratamento para minha mãe debilitada.
O impacto para mim foi tão grande que só fui perceber o mau cheiro
do esgoto e a sujeira da favela depois de alguns dias.
Moramos alguns dias na casa do meu tio até que meu pai conseguiu
arrumar um barraco para nós morarmos.
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tiam no ar. Elas apareciam através das frestas das tábuas quando a luz
do sol batia do lado de fora do quarto.
De vez em quando meu tio, que fazia bicos para sobreviver, me pega-
va no barraco e me levava para pedir dinheiro e comida nas casas da
Vila Mariana próximas à favela.
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ou usava uma cadeira de rodas velha, tinha apelido de “Aleijadinho“,
possuía um fusca e um motorista que o levava para pedir esmolas no
centro de SP. Ele era uma pessoa de aparência má, que até dava medo;
com isso, ninguém mexia com ele. Lembro de um outro pedinte que
tinha a parte da canela escura, provavelmente porque colocava um
pedaço de carne fedida na perna e amarrava com pano branco sujo
de sangue.
Enquanto jogava bilhar e bebia no bar da favela, ele falava alto so-
bre como ganhava dinheiro dos ricos que tinham nojo da perna dele.
Não lembro o apelido, porque na favela poucos não tinham apelidos.
Muitos, logo que começavam a andar já eram rebatizados pelo povo.
Sebastião, virava “Tião”, e por aí vai, nenê, fubá, bola, baiano, ceará,
pernambuco, bahia, tonho, nega, chulé, negão, azedo, cabrita, galega,
galizé, piolho, esses são alguns de que me lembro.
Minha mãe nunca dava esmola, também não emprestava e não pedia
dinheiro emprestado, ela falava que se quer dinheiro tem que traba-
lhar. E se não tem dinheiro, não compra. Na época, achava que era
exagero dela, mas com o passar dos anos entendi o quanto ela estava
correta.
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Mais importante do que o dinheiro é sempre o trabalho realizado para
adquiri-lo.
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Neutralize o mal que
possa atingir você ou seus
dependentes.
O melhor caminho
não é o mais fácil
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Em uma tarde ensolarada de domingo, meu pai me deu banho, colo-
cou a melhor roupa que eu tinha e me levou até a igreja de madeira que
existia na favela. Após a missa, uma freira sorridente e uma senhora,
que descobri mais tarde ser a Dona Antônia Bastos, vieram falar com
meu meu pai. Depois de conversarem, elas me levaram para o carro,
uma Rural Willys onde estavam outras madres vestidas de branco.
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Acabei me distraindo com a TV e nem percebi o olhar crítico de
3 meninos que estavam na casa. Era o Osvaldinho, filho da Dona
Antônia, e seus dois sobrinhos.
Depois seguimos para casa da Dona Antônia, que era caseira de uma
escola estadual, situada até hoje no começo da Avenida do Cursino,
bairro Vila Gumercindo. Na época, o nome era Grupo Escolar Anto-
nio Alcantara Machado, atendia crianças até o 4º ano primário.
A primeira semana foi a mais difícil, mas aos poucos fui me acostu-
mando, brincava de bola com o Osvaldinho e já ajudava na limpeza
das salas de aula com a tia Antônia, que foi a forma que comecei a
chamá-la, a pedido dela.
Alguns dias depois, meu pai foi me visitar, abracei ele e pensei que ele
tivesse vindo me buscar, mas era só uma visita, só não chorei, porque
vi que meu pai ficaria muito triste, engoli o choro mais uma vez. Em
pouco tempo, ele arrumou um emprego de ajudante geral em uma
fábrica de borrachas para o setor automobilístico, o nome era Saad
do Brasil, que ficava a menos de 200 metros da escola onde eu estava
morando. Com o passar dos anos, entendi o motivo da mudança de
trabalho, ele queria ficar perto de mim.
Meu pai ia me ver todo dia na hora do almoço. Sentava ao lado dele
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e ficávamos conversando. De vez em quando, lembro do cheiro de
borracha que vinha do seu macacão. Essa fábrica soltava uma fuligem
preta que forrava as calçadas Os operários ficavam cobertos de pó
preto. Isso fez muito mal para os pulmões do meu pai. Ele faleceu
com 87 anos e sofreu muito nos últimos dias de vida por causa do mal
causado aos pulmões pelo pó da borracha que inalava na fábrica.
A Dona Antônia era casada com o “Seu” Osvaldo, que era taxista
e também fazia pequenos serviços de eletricista e encanador. Eles ti-
nham dois filhos, o Oswaldo, que era 2 anos mais novo do que eu, e
o Valter, filho do primeiro casamento dela. Ele trabalhava no Banco
Bradesco e era casado com a Lenira. Eu gostava muito dela, sempre
me tratava com carinho e atenção e foi de quem ganhei meu primeiro
brinquedo, uma perua kombi de plástico. Mas, de forma geral, todos
eram muito amáveis comigo.
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mal arrumados, faziam xixi e coco em qualquer lugar, isso me deixava
chocado. Para me distrair, ficava desenhando ou lendo alguma coisa.
Era comum ouvir até alguns adultos falando, “pensa que é filho de
rico, só pensa em estudar”. Os comentários me deixaram chateado e
cada vez mais sozinho.
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Você é um bilhete premiado,
porque conseguiu nascer.
Descobrindo
a corrida dos
50 milhões
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Ler um livro também é aprender com a experiência ou com a trans-
ferência de conhecimento passado pelo escritor. Eu sempre gostei de
ler livros em locais silenciosos, dessa forma absorvia melhor o conheci-
mento que é transferido.
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Nessa competição, só tem um vencedor que, além de ser rápido, pre-
cisa ser muito bom. Nem sempre quem chega primeiro é o ganhador,
e sim o que for o melhor entre todos os competidores. Uma batalha
que desafia qualquer probabilidade matemática ou sorte, e para ser
vencida precisa de algo acima de qualquer compreensão. Isso significa
que todo ser humano chega ao mundo como um grande vencedor.
Deve ser por isso que toda criança é bonita e muita ativa, chega com
muita energia a este mundo. Essa energia é irradiada no rosto e gestos
de todo bebê, não tem como não olhar para um bebê e não ficar en-
cantado e sorridente.
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Estudando toda trajetória de uma pessoa desde que é concebida até
o dia da sua partida deste mundo, é possível tirar várias possibilidades
para uma resposta “do porquê” . Embora a maioria não tenha o
menor interesse por uma resposta .
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Isso porque logo que o bebê nasce é recepcionado por pais preocupa-
dos, cuja grande maioria deseja dar o melhor que pode para os filhos.
Querem que tenham fama, sucesso e dinheiro, mas tudo sempre vol-
tado para o mundo material.
Mas não é culpa dos pais, eles ficam travados pelo formato social im-
plantado lá no passado. Não possuem referências para dar continui-
dade ao desenvolvimento da energia poderosa que vem com o filho
desde o momento em que os gametas masculinos iniciaram a corrida
da vida, que é uma espécie de Big Bang da criação de um novo ser
humano.
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Por muito tempo, toda vez que ia à biblioteca pegava o livro e lia sobre
a corrida dos 50 milhões de competidores. Na época, não percebi que
isso estava despertando a minha mente, ou melhor, estava sempre rea-
tivando dentro de mim o espírito de luta e vontade de vencer.
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Isso acontece com todo ser vivo. Diariamente os animais morrem para
alimentar outros animais. Isso faz parte da evolução das espécies. É a
forma de viver e morrer de todo ser que habita nosso planeta.
Cada um deve escolher que tipo de vaga quer ocupar neste mundo.
Se não fizer a escolha, alguém a fará por nós. Fora os nossos pais, nin-
guém fará boas escolhas para nós.
As vagas ocupadas a cada instante vão desde os que morrem aos que
atingem sucesso espiritual e material (dinheiro, fama etc).
Aprendi que tinha que escolher qual seria a minha vaga, e nunca dei-
xar que escolhessem para mim.
A minha dica é, comece agora, veja qual o perfil da vaga que deseja
ocupar e vá fazendo o necessário para se habilitar à vaga. Vista-se, leia
livros, veja filmes, estude o vocabulário, faça tudo que for relacionado
ao perfil da vaga. Tudo começa na mente, por meio dos pensamentos,
a materialização ou realização acontece em seguida, dentro do tempo
normal de maturação.
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sava comigo: sou competitivo, cheguei ao mundo vencendo e eu quero
e vou continuar sendo sempre vencedor em tudo que fizer. Não vou
ficar parado esperando ou dependendo de ninguém para conseguir o
que desejo, vou usar o que tenho disponível e partir para cima com
muita vontade. Vou ser sempre o melhor candidato para ocupar a
vaga que desejo para mim, farei escolhas e determinarei sempre o
meu destino com o mínimo de interferências possíveis.
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isso faria mal. Também nunca gostei de festa ou noitadas. Tudo para
mim sempre tinha necessidade de ser útil e eficaz. Ou seja, sempre
aplicando os princípios que havia descoberto, nesse caso, questionan-
do “Pra quê? e Por quê? Ou qual o benefício?
Inclusive, esse livro mudou até a minha forma de ler, já não lia mais
para passar tempo ou por simples curiosidade. Mudei e até hoje sem-
pre busco algo bom em tudo que leio para aplicar ou para evitar na
minha vida. Dos bons livros que li, os melhores para mim foram:
Grande Sertão- Veredas, de Guimarães Rosa. Esse livro foi um mer-
gulho de volta a Minas Gerais. Os Sertões, de Euclides da Cunha;
Capitães de Areia, de Jorge Amado; O Guarani, de José de Alencar; O
Alienista, de Machado de Assis; O Encontro Marcado, de Fernando
Sabino; O Macaco Nu, de Desmond Morris; Quebrando o Encanto,
de Daniel C. Dennett; Pilares da Terra, de Ken Follett Vol. 1 e 2; Uma
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breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari; The Utility of
Force, de Rupert Smith, Genghis Khan, de Michel Hoang; Xogum,
de James Clavell e Musashi, Vol. 1 e 2, de Eiji Yoshikawa.
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Abasteça o banco de dados da
sua mente, com bons exemplos
a serem seguidos e os maus
exemplos que devem ser evitados.
A favela, a família
e o futuro
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Fiquei cinco anos morando com a família adotiva. Nesse período, es-
tudei até terminar o curso primário; depois, entrei no Ginásio Vis-
conde de Mauá no Bairro da Saúde
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portes. A disciplina da escola era rígida e a respeitávamos. Quem
repetisse duas vezes o mesmo ano era expulso da escola. Havia um
barbeiro na escola para manter nossos cabelos sempre curtos. Ganhá-
vamos o nosso uniforme que era composto por calça e paletó cinza,
camisa branca e gravata cinza.
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ralheiro (Marcos Serra), Luiz Antônio e Nelson Breanza. O resto nem
imaginava onde eu morava e que eu pegava 2 ônibus e um metrô,
demorando mais de 1h30 minutos para chegar à escola.
Como o chão ficou bonito, minha mãe passou a exigir que limpassem
os pés antes de entrar. Tentei dar sugestões para as pessoas terem mais
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higiene e casas mais adequadas, mesmo sendo barracos. Mas isso não
foi bem aceito. Muita gente dizia que nós éramos “pobres metidos a
rico”! Esses comentários e jeito com que as pessoas olhavam a minha
intenção de ter uma condição melhor de vida mesmo em uma favela
mostrou-me que é muito difícil mudar a maneira de pensar das pes-
soas à nossa volta.
Minha mãe veio com suas tiradas: “Não adianta você querer deixar
um chiqueiro limpo e cheiroso, porque os porquinhos ficarão infe-
lizes”, “Porco gosta de lama e mal cheiro”. Eram palavras duras, mas
me faziam refletir.
Aprendi que na minha corrida devo olhar para frente e fazer o meu
máximo sempre. Olhar para quem está correndo do nosso lado só nos
atrasa ou nos faz tropeçar. Devo sempre apoiar quem pedir ajuda, mas
agarrar pelo braço ou chacoalhar para ver se desperta nem sempre é
a melhor solução.
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era o local perfeito para suas ações. Conseguiam dinheiro, prestígio e
tinham suas ações protegidas pela lei do silêncio que existia.
Mas o que me chocava eram atitudes que muitos tinham, eram pes-
soas de má índole. Essas pessoas viviam culpando o mundo pelos fra-
cassos que tinham. Não se esforçavam para vencer e não reconheciam
os méritos e conquistas de outras pessoas. Lembro que uma vez estava
sentado lendo um livro, enquanto havia duas mulheres próximas fa-
lando alto.Chamou-me atenção quando ouvi uma delas dizendo que
cuspiu na panela antes de servir os donos da casa em que ela traba-
lhava. O motivo era porque os patrões não queriam mais emprestar
dinheiro para ela, só porque ela estava devendo bastante. Ela dizia
revoltada, “esses ricos jogam dinheiro fora, mas não dão pra nós que
somos pobres, odeio essa gente”.
Muitos queriam sair de lá. Meu pai era um exemplo desse tipo de
pessoa, ele fazia horas extras e economizava cada centavo possível
para comprar um terreno e ter sua casa própria em um lugar melhor
para mim e para minha mãe.
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A escritora já falecida, Maria Carolina de Jesus, viveu na década de
60 na favela do Canindé. Em seu livro, “Diário de uma favelada”,
podemos ver como é a vida nesse lugar. Ela foi descoberta por um jor-
nalista que leu seus diários. Foram publicados e muita gente até hoje
lê essa e outras de suas obras. Carolina tirou a aprendizagem desse
período. Eu também.
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currículo, sempre sabia quem era, o que fazia; e, se fosse reeleição,
sabia se “prestava” como dizia ela. Esse descaso que o brasileiro tem
na escolha de seus representantes na política é o principal motivo pelo
qual o nosso povo não consegue usufruir das riquezas naturais que o
Brasil possui.
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Evite atrito.Atrito desgasta os
dois lados, apenas o ganhador
perde menos do que o perdedor.
Fim da favela
do Vergueiro
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A favela do Vergueiro era a maior de São Paulo, composta na sua
maioria por pessoas muito pobres vindas de Minas Gerais e estados
do norte do Brasil.
O meu pai foi um dos últimos moradores a sair de lá, a demora foi
porque ele estava procurando um terreno para comprar mais próximo
de onde houvesse hospital para minha mãe.
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frescos e fez uma horta para temperos e verduras.
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Logo, a vida perdeu o valor. Sempre havia bailes na região. Em um
deles houve uma briga, uma pessoa atirou e acertou no peito do meu
primo que se chamava Miro, ele morreu. Outra vez, estávamos jogan-
do bola em um campo improvisado na rua, paramos para beber água
em uma bica próxima, eu deveria ter uns 12 anos no máximo. Perto
do gol improvisado com pedras, encostaram 3 jovens de no máximo
18 anos, ficaram conversando tranquilos, um deles era conhecido, já
havia cometido delitos (roubava) e estava sempre na rua jogando bola
ou conversando, os outros apareciam só de vez em quando, deviam
morar em outro bairro. Enquanto bebíamos água, ouvimos tiros, mas
como isso já era rotina, terminamos tranquilos de beber água e subi-
mos para o campinho improvisado, chegando lá só encontramos o
que conhecíamos melhor, estremecendo no chão com tiro na cabeça,
os outros 2 não estavam mais. Afastamos o gol do corpo dele e con-
tinuamos jogando bola, enquanto aumentava a roda de curiosos em
volta do corpo.
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palmente a parte espiritual com os estudos dos ensinamentos de Buda
e da doutrina Seicho-No-Ie que são filosofias de vida, e não religião.
Com os japoneses aprendi a me defender, ter autoconfiança e equilí-
brio emocional para serem aplicados principalmente nos momentos
de muito stress.
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bairro. Isso virou um hábito.
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Tinha uma vizinha que também brigava com o marido a ponto de
machucá-lo bastante. Uma vez deu uma facada na barriga dele,
só não morreu porque não atingiu nenhum órgão vital. Deu sorte,
porque facadas na barriga geralmente são fatais.
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Ninguém é obrigado a prometer,
só é obrigado a cumprir o que
prometeu.
Decolando para
a vida adulta
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Terminei o ginásio e fui para o colégio técnico em que havia mecânica,
química e elétrica. Escolhi a elétrica e me formei como eletrotécnico.
A minha reação foi entender que estava na hora de andar com mi-
nhas próprias pernas e ir atrás do que desejava, mesmo que tivesse
que trabalhar dia e noite para construir meu próprio ambiente; um
local onde meus filhos e descendentes tivessem uma chance de ter um
futuro melhor, longe das dificuldades que eu tive.
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essas máquinas maravilhosas jamais viriam para o Brasil. Provavel-
mente passaria mais tempo em um quartel do que voando em uma
aeronave. A outra opção seria trabalhar para uma companhia aérea,
para isso teria que gastar muito dinheiro na formação; como dinheiro
eu não tinha, achei que era melhor trabalhar em outro segmento até
conseguir dinheiro suficiente para entrar na aviação.
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com o helicóptero, me matriculei em uma escola de aviação chamada
ESA para fazer o curso teórico de piloto privado de helicóptero (PPH).
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cópteros, tinha curso teórico e prático com um Robison R22, montei
também uma empresa de Táxi Aéreo para atender a produtoras de
vídeo e cinema e também passageiros. Tornei-me instrutor e acumulei
muitas horas de voo em pouco tempo, voava todos os dias da semana,
quando não estava voando no táxi-aéreo estava dando instrução na
escola.
Escola de aviação
Ensinando e aprendendo
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voo, exige rápida intervenção do piloto (apagamento do motor, que-
bra do rotor de cauda, perda de potência etc.) por isso desenvolvi uma
técnica que batizei de Lei dos 3 segundos, em que as chances de su-
cesso da manobra são:
Essa teoria se aplica a tudo que envolve risco de vida, a regra pode ser
aplicada ao policial ou piloto de corridas etc.
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tava pousando na mata por falta de visibilidade. O resgate devido às
condições meteorológicas só aconteceu alguns dias depois do acidente,
mas já era tarde, ele não resistiu. Se eu tivesse cedido à pressão e o en-
sinado, ele, sem dúvida, teria comigo esse trauma do acidente e perda
de uma vida.
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A toda ação corresponde
uma reação igual e contrária
(Isaac Newton)
Ação e reação
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Se pudesse ainda teria uma escola, mas na época Brasil estava com al-
tos índices de inflação, todo nosso custo era em dólar americano, que
estava cada vez mais alto. Isso foi elevando muito o custo operacional
até tornar inviável continuar.
Fechar a escola foi um momento triste. Mas não adianta ficar lamen-
tando ou questionando algo que não deu certo, segue em frente; afinal
de contas, tudo tem tempo de vida, ou seja, começo, meio e fim.
Quando era criança tinha resposta para várias perguntas, mas sentia
que os adultos me enrolavam com respostas como “é assim mesmo”,
“só Deus sabe”, “isso é coisa de Deus”, “um dia você vai saber” etc.
Quando tinha uns 15 anos, resolvi buscar minhas respostas e me fixei
em: Quem somos? E por que estamos aqui?
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projeto pelo qual o ser humano foi projetado, ou seja, fazer só o que
pudesse de alguma forma beneficiar alguém.
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ações. É como um computador que já vem com determinado tipo de
programa pré-instalado de fábrica para funcionar.
Tudo isso veio à minha mente quando comecei os voos para produtoras
de TV. Era hora de usar a Lei da ação e reação no que eu estava fazendo
para que eu tivesse sucesso. Tinha que ajudar e ser desejado. Ninguém
compra o que não deseja. Quanto mais úteis, mais desejados somos.
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estava na mão do cinegrafista, uma cena gravada errada ou se não
fosse gravada poderia trazer um prejuízo enorme para a produtora.
Para isso, antes de decolar eu fazia uma reunião com o diretor geral
e com o diretor de fotografia que às vezes era o próprio cinegrafista.
Eles me explicavam as cenas, a maioria tinha um storyboard (desenho
das cenas a serem gravadas). Eu fazia as manobras necessárias para
gravar o que o diretor queria e depois eu fazia alguns takes extras,
manobrando muitas vezes de forma mais agressiva para garantir os
melhores takes.
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Nunca deixe nada para
amanhã.Você pode não acordar
no dia seguinte.
Nasce o caçador
de imagens
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Nessa busca de realizar melhor o meu trabalho, fui a várias feiras de
equipamentos de televisão e rádio nos EUA (NAB - National Asso-
ciation of Broadcasters) para entender as necessidades e também a
linguagem e termos técnicos dos profissionais de vídeo e cinema. Per-
cebi logo que tudo estava na mão do cinegrafista, uma cena gravada
errada ou se não fosse gravada poderia trazer um prejuízo enorme
para a produtora.
Para isso, antes de decolar eu fazia uma reunião com o diretor geral
e com o diretor de fotografia que às vezes era o próprio cinegrafista.
Eles me explicavam as cenas, a maioria tinha um storyboard (desenho
das cenas a serem gravadas). Eu fazia as manobras necessárias para
gravar o que o diretor queria e depois eu fazia alguns takes extras,
manobrando muitas vezes de forma mais agressiva para garantir os
melhores takes. Os clientes adoravam o trabalho, principalmente
por eu me envolver como um profissional de televisão ou cinema e
não como um simples piloto.
84
Muito bem, consegui o que queria, tornei-me um piloto de helicópte-
ro, estava fazendo voos panorâmicos e para produtoras. Voava várias
horas por dia de segunda a segunda e rapidamente acumulei muitas
horas de voo em pouco espaço de tempo. Estimulado por elogios pelas
manobras que fazia nas gravações, estava me sentido fera no voo, um
grande piloto!
Aí, mais uma vez, o destino entrou em cena. Tomei um susto muito
grande que me colocou de volta no meu lugar de aprendiz. Porque
ninguém é melhor do que ninguém e precisamos manter a humildade
de saber que estamos sempre aprendendo.
Decolamos, fui na direção de São José dos Campos e segui pela verti-
cal da Dutra na direção de SP. Quando estava passando do lado de
Jacareí, ouvi um barulho forte na cauda da aeronave, reduzi a veloci-
dade, o helicóptero começou a entortar para a esquerda, a correção
é usar o pedal direito. Quando pisei nos pedais, vi que eles estavam
completamente soltos e o barulho aumentou. Concluí que o eixo que
faz girar o rotor de cauda havia quebrado, mergulhei para ganhar
velocidade, isso evitou que ele girasse descontrolado.
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A moça da agência que estava comigo, olhou-me assustada, ela disse
depois que, para acalmá-la, eu repetia: “está tudo ok, vou pousar, não
se assuste”.
O aparelho voltou de caminhão para São Paulo, nunca mais tive con-
tato com a moça da agência de publicidade. Não sei se ela entrou em
algum helicóptero depois desse episódio.
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ção sempre produzem desde pequenos incidentes a grandes acidentes.
Qualquer coisa que precise ser reparada na aviação custa caro. Mas se
envolver vidas o prejuízo é incalculável, não existem metais preciosos
ou numerários que paguem ou reponha uma vida humana.
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Quem planta laranja,
colhe laranja.
Um paraquedas
na minha vida
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Estava indo bem, quando o Gugu apareceu e me ofereceu a oportuni-
dade de me tornar um piloto de helicóptero para a televisão, jogando
paraquedinhas premiados no programa Domingo Legal que iria es-
trear ao vivo pelo SBT.
Adorei a ideia, ele era muito inteligente e sabia fazer conteúdo para
televisão e de cara imaginei a alegria das pessoas quando pegassem os
paraquedinhas com um prêmio. Depois de me deixar muito animado,
ele me disse que não havia verba para pagar os voos e que eu teria
que buscar um patrocinador para essa despesa. Bom, achei que seria
fácil e topei. Mas não foi, porque as grandes empresas não queriam
associar o produto ao programa que estava começando, achavam que
ia estragar a imagem deles.
90
O quadro foi um sucesso! A audiência subiu e começou a chamar
atenção do meio publicitário, foi quando começaram a surgir os bons
patrocínios.
Eu cheguei a ser o piloto com mais multas na época por causa dos
paraquedinhas. Por mais que eu procurasse justificar, sempre achavam
uma forma de me punir. Até hoje não sei porque tinham tanta bronca
do que eu fazia, talvez porque na época era uma nova forma de usar o
91
helicóptero. Enfim, não gostavam nem um pouquinho de ver a aero-
nave, no dizer deles, “fazendo graça na TV”.
Houve uma gratificação extra por todo meu esforço. O prêmio espe-
cial foi ser o primeiro piloto-jornalista da televisão no Brasil. Isso na
época chamou atenção de emissoras da Alemanha e Austrália que
vieram fazer matérias para mostrar como era o meu trabalho.
92
do SBT, sobrevoando algum ponto de SP para mostrar que estava ao
vivo. Isso mantinha a tradição conquistada em que todos sabiam que
se algo acontecesse de importante o Domingo Legal mostraria.
93
ele ia do entretenimento ao jornalismo com maestria. Estava sempre
ligado em tudo que acontecia e sua preocupação com resultados levou
o programa a ser um sucesso na TV brasileira.
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Se você quer ganhar milhões,
você tem que atender milhões.
Ou fazer coisas para milhões.
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O domingo do dia 12 de janeiro de 2003 foi um dos maiores exemplos
da ousadia e determinação que tínhamos no Domingo Legal. Nesse
dia foi o enterro de Jorge Lafond, conhecido no mundo artístico por
Vera Verão, que trabalhava no programa de humor “A praça é nossa”
do SBT.
98
era captado pelo nosso microondas. Logo que chegamos, testamos a
transmissão do sinal para São Paulo, áudio do repórter, estava tudo
ok. Aí era só esperar para decolar na hora do enterro, coincidente-
mente seria na hora em que o programa estivesse ao vivo. Quando
o programa começou, decolei do Santos Dumont, chamei a torre do
aeroporto do Galeão, responsável pelo controle do espaço aéreo na
região do Cemitério do Irajá, pedi permissão para entrar na área e
informei sobre o sobrevoo em cima do cemitério. Até aí, tudo tran-
quilo, o sinal estava chegando a São Paulo, o programa Domingo
Legal gravado entrou no ar, começou a cerimônia de enterro do
Lafon “Vera Verão”, era só esperar o diretor geral Magrão escolher
o momento da nossa entrada em que ele cortaria a programação e
colocaria no ar o vídeo do Gugu nos chamando com a vinheta do
quadro “Notícias Urgentes “.
O técnico entrou no rádio e disse que era para não devolver o progra-
ma, pediu para segurar até o diretor avisar, eu fiz sinal para o Rodrigo
fechar meu áudio e perguntei quanto tempo seria, para eu me ajustar,
porque a minha responsabilidade era muito grande, afinal de contas o
programa Domingo Legal era o melhor programa do SBT na época,
eu não podia errar, e o pior, eu não estava preparado para segurar
mais do que 10 minutos.
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seguido de “a audiência está subindo, se vira e só devolve quando eu
avisar “. O coração apertou, porque foi uma sequência de “corta pra
mim”, eu já não sabia mais o que falar, ficava improvisando, o opera-
dor da torre do Galeão devia estar assistindo na tv ao enterro, porque
se divertia em ficar me chamando, eu tinha que cortar meu áudio e
responder rápido. Lá embaixo teve tumulto, pessoas pisaram em tam-
pas de túmulos que cederam, o repórter lá embaixo ficou em apuros,
fiquei mais de uma hora no ar ao vivo direto, sem trégua, foi um dos
dias mais difíceis por que já passei.
100
uma multidão de pessoas, fotógrafos, cinegrafistas, correu para cima
da aeronave, eu decolei para que ninguém se machucasse no rotor
de cauda do helicóptero. Girei em volta do campo e combinei com
a Hebe que fosse bem rápida na descida e para isso seria auxiliada
pelo operador que gravou o voo durante o trajeto. Ele só tinha que
tirar o fone de ouvido e soltar o cinto dela rapidamente. Perguntei a
eles se haviam entendido, confirmaram que sim. Aproximei rápido,
jogando vento em cima do pessoal, que se afastou. Ela desceu rápido
e eu iniciei a minha decolagem antes que o público chegasse perto
da aeronave. Nisso, vi o Hamilton Regis Policarpo, que na época
era empresário do cantor Daniel, correr na minha direção fazendo
sinal com as mãos. Senti que tinha algo errado e parei a decolagem
uns 3 a 4 metros de altura, perguntei para o operador se ele sabia o
que estava acontecendo e ele não respondeu, olhei para trás, cadê
ele? Vi a porta de trás aberta, olhei na imagem da nossa câmera e o
vi pendurado no esqui do helicóptero parecendo um coco maduro
balançando para cair.
Ele foi muito legal comigo, pois para não me prejudicar deixou de exi-
bir imagens do operador pendurado, o que, sem dúvida, daria muita
101
audiência. Nunca esqueci dessa ajuda.
Sempre houve desafios, mas foi graças à ótima escola que foram os
anos de trabalho no Domingo Legal que me especializei para televisão.
COBERTURAS DE EVENTOS
QUE MARCARAM A HISTÓRIA DO PAÍS
102
uniformizados acompanhando a multidão, trabalhadores e hospitais
iam parando ao longo do caminho.
103
porque era difícil acreditar que o grupo que animava o palco do nosso
programa havia morrido de maneira tão trágica. Eles eram alegres
e brincalhões dentro e fora do palco, faziam uma bagunça nos bas-
tidores, nós adorávamos os dias em que eles vinham no programa
Domingo Legal. Quando apareciam no programa, permaneciam por
muito tempo porque o Ibope subia rapidamente. Eram muito disputa-
dos por todas emissoras de TV, todos os programas queriam os Ma-
monas, eles sempre eram sinônimo de boa audiência.
Não é nada fácil fazer esse tipo de cobertura, o grupo estava no auge,
além do fato do bom relacionamento que eu tinha com eles.
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Para ter sucesso é
preciso ser desejado.
O céu não
tem limites
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Há uma frase que diz ‘sobre o céu não ter limites’. Para mim isso era
um fato.
Mas algo de que gostei muito de ter feito foi uma gravação na
Amazônia. Fiquei espantado com a beleza e riqueza natural da
região. Apenas o que me entristeceu foi a grande quantidade de
enormes árvores cortadas e áreas devastadas por queimadas.
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1- Domingo Legal no SBT aos domingos.
Até hoje não sei como consegui essa proeza. Na semana, quando tinha
algo grande que durava a tarde inteira, como uma enchente ou outra
notícia que interessava a todos, eu encerrava a Sonia Abrão às 16h00
e já virava a chave do transmissor para a frequência de transmissão da
Rede TV, que ia até as 18h00, então mudava novamente e começava
a transmitir para a Band. Houve dias em que eu simplesmente pas-
sava de uma emissora para outra e continuava a matéria que havia
encerrado no programa anterior. Muita gente falava que ia pulando
de canal em canal para ver a continuidade do assunto. Isso refletia
sempre no aumento de audiência que eu ia carregando comigo. Para
não perder tempo, várias vezes cheguei a reabastecer sem desligar o
motor. Por mais que tivesse cuidado, de vez em quando eu errava e
trocava o nome do apresentador. Em um domingo chamei o Gugu, de
Datena, durante uma transmissão ao vivo.
O helicóptero parecia ter vida própria. Muitas vezes dizíamos que ele
achava as notícias sozinho. Várias vezes cobrimos assaltos, incêndios e
109
acidentes enquanto voávamos sobre a grande São Paulo.
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Estude você, descubra de
que gosta e qual é o motivo
por você ter nascido.
Meus filhos
113
Eu vim ao mundo graças ao meu pai e minha mãe que me deram essa
oportunidade, tenho muita gratidão. Agradeço sempre pela educação
e sacrifício que fizeram para eu conseguir me tornar o que sou hoje.
Mas o melhor foram os exemplos de atitudes nas quais me espelhei e
que procuro seguir até hoje.
Criar filhos não é nada fácil, às vezes eles resistem às nossas orien-
tações desde pequenos. Mesmo mostrando que algo vai dar errado,
eles insistem, se dão mal e voltam “murchos’”, com cara de “pai, me
ajuda”. E por mais que as vezes damos broncas, nós, pais, acabamos
cedendo, ajudando e sofrendo junto. Eu sempre procuro ser neutro
e deixá-los livres para seguir o caminho deles, só vou protegendo
como um pai que corre atrás, apoiando a bicicletinha, quando o filho
começa a pedalar sem as rodinhas. Dei oportunidade para os meus
filhos serem pilotos de helicóptero, mas cada um teve a liberdade de
escolher o seu caminho.
O Uan com 12 anos entrou para valer na aviação, saía da escola, não
tinha paciência de esperar um adulto levá-lo para o hangar, pegava
o skate e ia sozinho. Realizava de tudo, e sempre procurando fazer
bem feito. Embora não gostasse da parte administrativa, controlava
até venda de combustível, eu notava que ele se esforçava ao máximo
para ficar próximo da aviação.
Com 15 anos eu o deixei preparado para voar e ele fez o seu voo
solo antes de completar 16 anos. Isso porque foi aos EUA, onde é
permitido voar sozinho com essa idade. Foi para a casa de um amigo,
114
o Bob, na Califórnia, para frequentar uma escola no aeroporto de
Van Nice. Estudou tanto que tirou a melhor nota no curso teórico,
recebendo uma menção no quadro de avisos de lá. Aprendeu a voar
com os ventos fortes que sopram nos desertos da Califórnia e depois,
quando completou 18 anos, tirou as habilitações de piloto profissional
no Brasil. Tornou-se aviador antes de se formar em Engenharia Me-
catrônica, o que ajuda muito no gerenciamento da manutenção dos
helicópteros. Uan sempre foi mais sério e direto, não gosta de coisas
erradas, lembra um pouco minha mãe.
115
Os dois sempre foram responsáveis e excelentes no que faziam e fazem,
mas confesso que ficava preocupado. Queria que eles trabalhassem e
adquirissem experiência. Mas eram dois filhos juntos em uma ope-
ração que não permite erros, isso sempre me deixava preocupado, era
um alívio quando terminavam o plantão.
Procuro não interferir nas decisões que toma, apenas mantenho vig-
ilância para ajudá-lo a manter o foco e fazer a melhor escolha.
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Escolha bem o lado em que deseja
ficar neste mundo, o lado positivo
ou negativo é determinado pelo
tipo de ação que executamos.
A energia da vida
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Em abril de 2020 no Zimbabwe, sul da África, Maurina Musisinyana
pula em cima de um crocodilo para arrancar de sua boca o filho de
3 anos que estava sendo levado. Ela conseguiu salvá-lo e enquanto
lutava com o animal teve apenas a mão direita ferida.
Mas de onde vem essa força? Eu aprendi a chamar essa força desco-
nhecida de Energia da Vida.
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porque somos bombardeados diariamente por uma enxurrada de dis-
trações e ilusões.
Quando surgia uma dificuldade eu agia como uma criança que não
vê limites e nem barreiras impossíveis. Tratava como uma etapa a ser
superada e lutava até vencê-la.
Para isso, criei para mim uma base de princípios que chamo de as 3
lições, que vou descrever a seguir.
1ª. Lição
A corrida dos 50 milhões
Quando escolhi ser um piloto, era muito pequeno e não tinha ca-
pacidade de ver as dificuldades que existem para conseguir fazer o
curso, principalmente as aulas práticas que são caríssimas. Um piloto
profissional para se formar precisa de no mínimo 100 horas, para ter a
cobertura do seguro, ou seja, para conseguir o comando de qualquer
aeronave precisa ter no mínimo 500 horas de voo. Se não tivesse re-
cebido essa carga de dificuldades, provavelmente teria desistido antes
de começar. Quer dizer, as dificuldades por que passei ajudaram-me a
sair à frente na corrida por essa profissão.
121
seguiu nascer é muito bom, mas não sabe. Se não sabe, não usa. Ler
sobre isso naquela obra abriu meu olhar a buscar conhecimento e
aprimorar minha corrida.
Quando não estiver bem, volte para a mente e reprograme o seu pro-
jeto. No fundo, sem saber, seguia os ensinamentos de Buda, para mui-
tos essa aprendizagem é espiritual: “A solução está dentro de nós”.
A energia da realização está sempre dentro de nós, só precisamos
acioná-la com nossa mente. Para acionar é só se afastar das distrações
e ilusões e acionar o dispositivo: eu quero!
Isso serve para qualquer profissão, porque cada um nasce para fazer
algo neste mundo. Só temos que descobrir o que é. As dificuldades
para conseguir são apenas o preparo, os melhores profissionais são
aqueles que encontraram as maiores barreiras até a conquista.
122
limpa o banheiro, a diferença entre eles é que o CEO está mais ex-
posto e tem responsabilidades e obrigações para manter o bom funcio-
namento e eficiência da empresa. Mas como ser humano são iguais,
porque um vírus, quando ataca, não escolhe padrão ou título social,
ataca corpos humanos.
Escolha bem o lado em que deseja ficar neste mundo, o lado positivo
ou negativo é determinado pelo tipo de ação que executamos.
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2ª. Lição
Ação e Reação
124
e palestras a crianças são minha contribuição pelo tanto que também
recebi de educadores como já falei nos relatos sobre as escolas que
frequentei.
125
seguirem um destino melhor para elas com minhas histórias e apoio
nas escolas. Em algumas em que havia espaço eu levei o helicóptero,
as crianças ficaram muito felizes, e isso é sem dúvida gratificante.
Eis a 2a. lição: você recebe, como recebi das madres, da Dona Anto-
nia, das boas escolas, e dentro de sua possibilidade você reverte bons
ensinamentos a outros..
3ª. Lição
Energia da Vida
A Energia que nos fez vencer a corrida dos 50 milhões ainda está den-
tro de nós, provavelmente acessa todas as partes do corpo humano.
126
como os nossos cinco sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).
É preciso mais.
127
cisamos exercitar a nossa mente para que ela ative a nossa Energia da
Vida. Como?
Apontei na 2a. lição que toda ação gera reação, por isso na ação há
necessidade de haver o desejo, ou seja, as ações que geram desejo po-
dem ter mais chances de reações positivas.
Se a ação não for desejada, não terá efeito. Veja o exemplo dos pais
que fazem de tudo para um filho e não obtém reconhecimento. Mui-
tas vezes o filho até se irrita com a ajuda. A paternidade cria um desejo
de realização porque há a necessidade de bons resultados.
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Desperte o desejo, deixe que venham até você e queiram muito o
que você oferece. O produto ou serviço oferecido promove a ação e
a receptividade do consumidor ou pessoa impactada, provoca uma
reação. A energia da reação é materializada de várias formas: fama,
sucesso financeiro e satisfação espiritual etc. A quantidade de energia
gerada na reação é proporcional ao benefício causado pela ação.
No caso das ações que causam mal a uma ou mais pessoas, a reação
vem também proporcional ao número de pessoas atingidas. Nesse
caso, também, a quantidade de energia gerada é proporcional ao mal
causado pela má Ação.
Eis a 3a. lição: partindo da 1a. lição que é a própria corrida que você
vence ao nascer, criamos com a 2a. lição ações que provocam reações
porque desenhamos desejos que podem ser bem aproveitados e que
se transformam em energia de vida, de sucesso, de aprendizagem,
de amor.
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Busque dentro de si as
soluções e força para vencer.
Agindo para
o sucesso
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VISUALIZAÇÃO
FOCO E RESILIÊNCIA
Sei que as derrotas que surgirem apenas irão me fortalecer, pois elas
são um sinal de que não estou pronto para o que estou buscando,
significa que estou sendo moldado ou preparado para suportar o peso
ou responsabilidade do que irei conquistar.
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se adquire por meio da superação das dificuldades encontradas no
caminho para uma vitória. Quem nos fortalece e melhor nos ensina é
um obstáculo. Nunca reclame! Aceite-o e o absorva, agradeça por ele
surgir na sua vida. É o seu combustível para vencer, use-o a seu favor.
Quando era criança, como já disse antes, não tinha resposta para
várias perguntas, sentia que os adultos me enrolavam com respostas
como “é assim mesmo”, “só Deus sabe”, “isso é coisa de Deus”, “um
dia você vai saber” etc. Quando tinha uns 15 anos, resolvi buscar mi-
nhas respostas e me fixei em: Quem somos? Por que estamos aqui? Li
muitos livros de filosofia, antropologia, ficção etc e de cada um tirava
algo para montar o quebra-cabeças.
Tudo que faço, questiono antes: Por quê? Para quê? dependendo da
resposta, não faço, não perco tempo e sigo em frente.
DISTANCIAMENTO DO PROBLEMA
Olhar de cima
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É uma forma de conseguir harmonia e tranquilidade para ter sucesso
em algo que envolva a decisão ou trabalho de outras pessoas porque
não existe forma errada de ver algo, apenas pontos de vista diferentes.
Busco tomar uma decisão que seja justa e correta sem me importar
com o resto. Quem age com retidão não tem o que temer e nem o que
justificar.
ABSORÇÃO DO CONHECIMENTO
Tudo que você faz ou presencia, por menor que seja, interfere no re-
sultado final. Consuma bons filmes, livros, boas músicas, imagens e
selecione veículos de comunicação confiáveis. Cuidado com as falsas
narrativas.
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O povo brasileiro está nas redes sociais e eu gosto muito de estar junto
com ele, porque eu sou fruto dele.
É necessário movimento para que haja vida, mas muitas vezes ele é
brusco e inesperado. Gera impacto e se for forte pode nos tirar do chão
ou trazer danos irreversíveis. Por isso é importante sermos flexíveis,
a exemplo de um bambu que não se quebra por mais forte que o
vendaval seja, ele flexiona e se adapta às condições. Mesmo conceito
japonês de usar a força do inimigo a nosso favor.
A vinda para São Paulo me fez aprender que tudo pode mudar de
forma repentina, No meu caso, isso ocorreu quando eu tinha apenas
6 anos e no começo não entendia o que estava acontecendo, chorei
muitas vezes sem que ninguém visse. Com o passar do tempo com-
preendi a necessidade de me adaptar à nova vida sem meus pais e de-
pois disso nunca mais tive dificuldade em enfrentar mudanças bruscas
na minha vida, por pior que fossem. Perda de emprego, contratos, pes-
soas, enfim, aprendi a aceitar tudo rapidamente e tomar as decisões
necessárias para obter o melhor resultado, usando o problema como
combustível para realizações.
137
A soma dessas experiências moldou quem sou hoje. Aliás, o Cmte
Hamilton também moldou o Hamilton, como já disse acima.
AUTOPRESERVAÇÃO
Em momentos difíceis, sigo o conceito: primeiro resolva você; depois,
se preocupe em ajudar quem está ao seu lado.
Não tente carregar ninguém, ajude sempre, mas nunca assuma as res-
ponsabilidades do outro. Você é como um pássaro, pode até ajudar,
mas não pode voar com outro pássaro nas costas.
Escolha boas companhias para seu convívio, fuja de pessoas que que-
rem roubar a sua alegria e motivação.
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Bons pensamentos e as boas
frequências têm impacto
direto na nossa saúde física.
Vida e Corpo
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Eu gosto da teoria da física quântica em que a vida não teria fim e
sim mudanças de fase ou planos existenciais. Como tudo tem começo,
meio e fim, vivenciamos o mundo material por meio de um corpo
humano que nasce, cresce e morre. A morte seria só o abandono do
corpo humano para seguir para outro plano, equivalente à evolução
espiritual de cada um.
Nascer não é fácil, tem uma fila enorme de seres querendo vencer a
difícil disputa do nascimento que tem entre 50 milhões até 350 mi-
lhões de competidores. E nós que aqui estamos vencemos essa batalha.
Não podemos desperdiçar essa oportunidade, ela é muito valiosa, faça
valer cada minuto da sua vida!
142
Cumprir a jornada que foi pré-programada antes do nascimento
realmente não é nada fácil. Quem falha, volta para a longa fila ini-
cial de ingresso neste plano, virá em condição pior, com mais desa-
fios para vencer e vai repetindo tentativas até conseguir e seguir para
um nível acima.
FREQUÊNCIA ELEVADA
Como já foi comprovado por vários experimentos na física quântica,
seres humanos são formados por energia e partículas, isso significa
que os bons pensamentos e as boas frequências têm impacto direto na
nossa saúde física.
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No fundo, somos como uma espécie de computador, refaça sua pro-
gramação, definindo aonde quer chegar e vá realizando ações que
te levem ao objetivo que deseja alcançar, sempre com alegria e boas
pessoas ao seu lado.
SAÚDE
Quando comecei na aviação, a primeira coisa que fiz foi o exame mé-
dico obrigatório para piloto de helicóptero e avião. Na época, era feito
no Hospital da Aeronáutica, com duração de três dias. Eles eram mui-
to exigentes. Vi pessoas sendo reprovadas por problemas de audição,
de visão e outros precisaram fazer operação para corrigir desvio do
septo nasal. Isso despertou em mim a preocupação por manter uma
ótima condição física para sempre ser aprovado.
144
de saúde para o meu corpo físico. Ao longo dos anos, fui adaptando
exercício físico e alimentação ideal para o momento que estava vi-
vendo ou trabalho que estava realizando.
LIMÃO
ÁGUA
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ALIMENTAÇÃO
A partir de 2019, para aumentar a minha imunidade, passei a conge-
lar limão e com um ralador, raspo a casca dele e bato no liquidifica-
dor junto com água de coco natural, proteína vegetal, mais uma fruta
que vou variando entre abacate, banana e mamão, bato tudo por um
minuto e tomo com 2 fatias de torrada.
CHECK UP E VITAMINAS
Estou sempre atualizando os meus exames médicos para saber que
vitaminas ou suplementos devo tomar para manter a minha máquina,
corpo humano, sempre em boas condições operacionais. Indepen-
dente da idade, o ideal é fazer um check up completo uma vez por
ano sempre no mesmo médico.
EXERCÍCIO FÍSICO
Ao longo da minha vida, fui alternando
minhas atividades físicas. Quando era
146
criança, corria muito, depois
passei a jogar futebol e fazer
algumas escaladas, subia em
tudo que podia. Adolescente,
pratiquei Karatê, para auto-
defesa e controle das minhas
emoções. Após os 20 anos,
a corrida foi o meu desafio,
corria quilômetros, com o passar dos anos veio a natação. Atualmente,
para evitar desgaste, eu estou nadando, fazendo caminhadas e pilates.
Cada um tem um tipo de exercício que lhe faz bem, geralmente cami-
nhada é o mais adequado para a maioria das pessoas. O importante
é fazer algo, comece devagar, faça com prazer. O começo sempre é
difícil, mas aos poucos o corpo vai aceitando e mais tarde ele passa a
exigir de forma prazerosa os exercícios constantes.
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150
A diferença entre chefe e líder é
o poder que um líder possui de
unir todos no mesmo propósito.
Ninguém voa
sem um bom apoio
em terra
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Desde o dia em que saí de Minas Gerais até hoje, sempre tive um
apoio e ajuda para todas as minhas conquistas. Muitos que me
ajudaram, provavelmente nem sabem que me ajudaram. O apoio
pode vir de forma direta ou indireta. O fato é que aprendemos muito
com as outras pessoas, o importante em um aprendizado é saber o
que podemos aproveitar e o que devemos evitar. Douglas Tavolaro
foi um dos grandes líderes que conheci na televisão, fez o departa-
mento de jornalismo da Rede Record ser o melhor e mais ágil do
Brasil com filiais nos pontos mais importantes do mundo. A dife-
rença entre chefe e líder é o poder que o segundo possui de unir to-
dos no mesmo propósito, isso o Douglas fez com maestria enquanto
esteve na Record. No dia 14 de janeiro de 2019, deixou a Record
para montar a CNN Brasil em que atuou como sócio-fundador e
CEO. Em março de 2021, Douglas Tavolaro deixou a CNN para se
dedicar a projetos editoriais no exterior.
152
DATENA
Gosto também das tiradas dele, não perdoava meus erros, me zoava
legal no ar. Uma vez foi em uma perseguição no começo da rodovia
Presidente Dutra. No calor do momento, quando pegaram os crimi-
nosos, somado à confusão dos rádios no meu ouvido, som da TV, eu
falei que o refém estava preso no porta- luvas ao invés de falar porta-
malas. Outra vez, em uma enchente no zoológico eu disse que a água
estava afogando as girafas, ao invés de dizer que estava alagando o
compartimento delas. O nosso entrosamento era muito bom e descon-
traía a tensão da notícia que eu presenciava.
153
MARCELO REZENDE
Comecei com Marcelo Rezende
na Rede TV, fazíamos o programa
Repórter Cidadão. Demos muita
audiência nessa rede com entradas
do helicóptero e principalmente
por conta do gênio Engo Alfonso
Aurin que me ajudou a montar um
sistema de transmissão chamado “Mochila Link“. Com esse sistema
na aeronave eu conseguia receber imagens e áudio do repórter Toni
Castro que corria no meio das comunidades junto com os policiais nas
operações de caça a criminosos que ocorriam no horário do jornal.
O principal concorrente era a TV Record que também tinha uma
motolink. Só transmitia com uma câmera conectada em uma moto.
Não tinha a nossa mobilidade que era uma mochila nas costas do
cinegrafista com uma câmera pequena na mão correndo junto com
o repórter e os policiais por locais difíceis de a moto conseguir chegar.
154
LUIZ BACCI
Bacci, uma grande revelação do
jornalismo da Record, profissional
dedicado.
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Esse é o grande segredo, determinação
para vencer e sabedoria para escolher
o melhor objetivo
Conclusão
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Escrever um livro foi uma viagem no tempo, o mais difícil foi selecio-
nar o conteúdo e deixá-lo de fácil entendimento para leitores e pessoal
que entende de aviação e de helicóptero.
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baseada em disciplina, capacitação profissional e principalmente no
ótimo currículo escolar.
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162
Obstáculo é o seu
combustível para vencer,
use-o a seu favor.
Diário de bordo
BRASIL - EUA - BRASIL
163
Uma das coisas mais importantes que aqui existe é o tempo. Para ter
eficiência em nossas ações, é muito importante respeitá-lo. Ele está
diretamente ligado a tudo que fazemos. É algo que tem um efeito di-
reto sobre tudo que fazemos. Como ele não está diretamente ligado a
nossa percepção sensorial, nós não damos muita atenção a ele. Aliás,
sofremos os efeitos, mas nem todos sabem que são constantemente
afetados pelo tempo.
164
e consequentemente o que aprendemos. Por isso que dizemos, a vida
está nos detalhes ou nas pequenas coisas.
Quando um ladrão rouba algo seu, ele está roubando o tempo que
você levou para obter esse objeto. Respeitar a passagem temporal dos
outros nos capacita para vencer e evoluir.
Dei mais de 8 mil horas de instrução, aprendi algo novo em cada hora
de voo em que instruí aprendizes. Aliás, aprendi a voar mesmo depois
de ser instrutor..
Nas primeiras horas fazia com que o aluno se conectasse com a aero-
nave, usando o aparelho como uma extensão do seu próprio corpo. A
mesma coisa que um deficiente faz com um par de muletas, usando-a
165
como complemento para andar. O helicóptero vira um dispositivo que
permite voar, e não uma máquina que voa. Ser humano e máquina
conectados como se fossem um só corpo. Com esse entendimento, o
aluno começava com o trabalho de solo, que é voar a baixa altura,
rente ao chão para aprender primeiro a dominar pedais, depois cole-
tivo e por último cíclico. Pedais controlam a cauda, o coletivo controla
as pás do rotor principal fazendo o aparelho subir e descer e o cíclico
controla a atitude de ir para frente, para trás e para os lados. Os alunos
na fase inicial voavam de 18 a 30 minutos. Usando essa metodologia,
conseguia deixar um estudante com o helicóptero na mão, voando
sozinho com menos de 10 horas. O meu filho, Cmte. Uan, foi o mais
rápido na aprendizagem, aprendeu a voar com 3h12 minutos. Tirei
uma foto com ele pilotando e eu do lado de fora apoiado no esqui.
Nessa foto ele tinha cerca de 6 horas de voo e já havia feito manobras
de emergência, auto rotação e pane de baixa.
166
melhor tudo que estiver no trajeto.
167
Relato detalhado de
EUA - Brasil
óptero
de Helic
cóptero
m p ara levar um heli
Viage
.
o B rasil p ara os EUA
d
168
viagem: brasil - eua
Maio de 200
9
Motivo: In
stalação d
e equipam
de captaçã entos
o e transm
issão de
imagens.
Empresa: R
ecord TV
Helicópter
o: PR REC
15 de maio
São Paulo (S
IAV) - SBGL
(Rio de Jane
iro)
SIAV - SBG
L
11h30- 13h2
4 = 1.9 (01h54min)
Mau tempo
no trajeto
Inspeção na
Receita Fede
ral para sair
do Brasil.
169
15 de maio V)
Ja n eiro ) -São Paulo (SIA
de
SBGL (Rio
06)
6h1 5 -18h2 1 = 2.1 (02h
1
l
to ria n a Receita Federa
is
Realizada v
no trajeto.
Mau tempo
17 maio
to
Ribeirão Pre
São Paulo -
P
SIAV - SBR
)
1h48 = 01h18min (1.3
10H25 -1
17 de maio
ão Preto - Anápolis
Ribeir
NS
SBRP -SW
in)
06 = 2.5 (02h30m
h
12h32 -15
to.
m no traje
Tempo bo
170
17 de maio
Anápolis-
Gurupi
SWNS - SW
GI
15h25 -17
h46 = 2.3 (02h1
8min
Tempo bo
m no trajeto.
17 de maio
Gurupi - M
arabá
SWGI-SBM
A
18h00 -21
h06 … (03h06
min)
Tempo co
meça a m
chegamos udar no fi
com temp nal do voo
o encober ,
pôr do so to e com
l às 21h0
Marabá. 9min. Per
noite em
171
18 de maio
Maraba - Ma
capá
SBMA-SBMQ
10h50 - 13h5
1 = 3,0 (03h0
0)
Saída com te
mpo encober
ft (450 metr to, teto 1.500
os). Muitos
chuva isolad pontos com
a no caminh
desvios de ro o, com algun
ta. Últimos 1 s
voo com chu 0 minutos de
va forte, des
e muita difi vios de rota
culdade nos
minutos. Voe últimos 04
i a 200 ft (6
altura com p 0metros) de
ouca velocid
da visibilida ade por caus
de. Cheguei a
Zulu (hora à s 1 3 h51 min
internaciona
equivalente l d a a viação)
a 10h51min
abriu, perno loc al. Tempo
ite em Macap
á.
172
19 de maio ara
a do em M acapá até p
fech Gol
Aeroporto n to s, aviões da
str u m e
voos por in v ia d os para Belém
.
am d es
e Tam for h otel aguar
dando
m o s n o
Permanece d içõ es atmosfé
ricas
as c o n
melhora d c on tinuou ruim
em
Tem p o
na região. u ita chuva e ba
ixa
com m
toda região o Caribe e Fló
rida.
, in c lu in d
visibilidade
20 de maio ao
a c a pá c om destino
de M os
Decolando in u tos de voo tivem
pós 20 m
Suriname a s e guir para a
Guiana
d e r o ta e
que mudar s ív el chegar lá
após
ó fo i p o s
Francesa, s a o m au tempo. De
pois
ios de v id o
vários desv , o te m po melhoro
u
Franc es a
da Guiana eção da
m o e sta v a forte na dir
e o vento co a c a bou aumenta
ndo a
licó p te r o
cauda do he l, ch e gamos a ma
rcar
idad e re a
nossa veloc /h).
ais de 14 0 KT (280km
m
173
21 maio de 2009
rológico
A imagem do satélite meteo
sar na
mostra porque fui obrigado a pou
Granada
Republica Dominicana. Saí de
s para
com destino a Nassau e parada
e Puerto
reabastecimento em Tortola
Plata.
caminho,
O tempo mudou no meio do
a e com
segui para Dominica depois Tortol
a Puerto
muita dificuldade chegamos
. Sem
Plata na República Dominicana
a missão
condições seguras, encerramos
de não
do dia. Chove muito e a visibilida
icóptero
permite um vôo seguro. O hel
sumiu
está ok, de diferente apenas con
pletei.
lata de óleo do motor que eu com
lavar o
Devo chegar amanhã à Flórida,
nia. 22
helicóptero e seguir para Califór
maio de 2009
174
de 2009
22 maio h 30min lo
cal)
zu lu ( 08
s 12h30 ta).
Decolei à a n a (P uerto Pla
inic uito
blica Dom aram m
da Repú cais d e m o r
au t o ridades lo s 1 h 0 0 de voo o
A s o. Ap ó
liberaçã , foi pelo
na no s s a
s ob r e o mar
cou ruim e nos
tempo fi te m p o ruim qu
de au, o
h30 min ra Nass
menos 1 dir e to p a
s
a seguir x uma, ma
obrigou a ilh a d e E
o
o ss o d e stino era b r e a ilha. Com
n l so
tempora o, havia
ha via u m
p la n ejament
m bom egar
havia u n te p ara ch
ficie ndo
ível su ompleta
combust a Na s sa u c
o
urança muito n
com seg C h o v eu
8 m in de vôo. a ju d ou muito
,
3h 4 to for te
as o ven fosse
tra je to , m
t n o tr ajeto. Se
K gar
s até 150 sível che
atingimo ão s e ria p o s
ra
frente n para out
vento de s qu e se g u ir
N a ss au , teriamo
a
aribe.
ilha do C
Depois de cu
mprir no Aer
Nassau as exig oporto de
ências finais d
americano par o governo
a nossa entrada,
com tempo ru seguimos
im para Fort L
completando m auderdale
ais 1h18 min d
19h15 zulu (o e vôo. Às
u 15h15min h
o vento contin ora local),
uou muito fort
todo o trecho. A e durante
lfândega de en
EUA realizada trada nos
no Aeroporto
Lauderdale. P de Forte
ernoite e lav
compressor do agem do
helicóptero PR
Edwards Hanga REC na
r.
175
aio
23 de m a d o da Flori
da
todo es t e
em p o r uim em e p a r t a mento d
T ao d
fo r m e consulta T e n te i seguir
co n EUA .
t er e o lo gia dos to da aer
onave
me on a m e n
ort
após aci e de F
viagem; , a T o r r
de
ecolagem ximação
para d mou a a p r o
o
au d er d ale infor s s o a fa stament
L de no da
C B n o setor a o norte
um p a r
ssa rot
a guir
(na no se lh o u a não se
on no
e nos ac e fiquei
Flórida) a v i a g e m
não
Abortei ras que
viagem. ando m e lh o
o
er o p o r to esper p e r m a neceu n
a REC
am. PR tarei
ac o n t e c er
L a u d e r dale. Ten
rt
to de Fo
Aeropor
cedo.
amanhã o o meio ma
is
ua s e n d
o contin a e tem
A a v ia ç ã
n ã o t em press
ara quem .
rápido p m o p rioridade
nça c o
a segura
176
24 de
maio
5h30
min,
para prepa
seguir ração
ao na viagem da a
scer , iníci erona
d o ve
viagem o sol às d a viag
com t 6h20 em
a saíd empo min,
a da F r uim e t se gui
duran lórida eto ba
te o v . M elhoro ixo até
Missis oo no u um
sipi s e stado p ouco
desvio e Lo s do A
s de fo u isiana la b ama,
metad rmaçõ com
e do T es de vários
voo n exas. chuva
o dia. Foram (C B) até
Winck Parad 12h30
eler n a par min d
o esta a per e
do do n oite e
Texas m
.
177
25 de m
aio
Decola
gem p
chegan ela m
do a anhã
W de Wi
de voo h itman nckler
. Como com 7 ,
helicóp era fer h36mi
tero n iado, d n
entreg o pátio eixam
a no d do aer o s o
ia segu oporto
Sr. Arm inte pe p ara
en Var la man
tanian hã ao
26 de m da Hel
aio it en d er Inc.
Pela m
anhã,
entreg o helic
ue aos óptero
cuidad PR RE
Sr. Ar os da C foi
men m H e
coloca andou litende
rem o os fun r.
hanga helicópte c io n ários
r. ro de
ntro
do
178
179
em dos
Viag rasil
U A -B
E
a
d as sobre
ha
çõ e s detal dos E
UA
r m a Y R E
fo R
Segu
em in
lic óp tero P trativ
as.
h e ilus
m do om fo
tos
viage s il c
o Bra
para
A
: AS 350 B
ro -
Helic
ópte
ito pesada
u
e r o n ave m e la ção ao
e: A m r
r fo r manc c id a de co
Pe lo
a V S (ve
pou c ao
re lação
solo) om
3 h 00 c
(+
a Zulu a):
H o r
d e B rasíli
io
horár 09
a io de 20
:m
Data:
180
26 de maio
O helicóptero PT YRE es
tava no pátio
da Rotorcraft Support In
c – Van Nuys
– CA e tudo indicava qu
e estava há
bastante tempo. Quem fez
a entrega foi
o presidente da compan
hia, sr. Phillip
G. Di Fiore. Tive dificulda
de em achar
as peças (duplo comando…
). As 3 latas
de óleo de motor 254 Mo
bil que RAM
de reserva não foram ac
hadas. No pré-
voo, verifiquei que a ba
teria estava
sem carga. Como não ho
uve apoio da
Rotorcraft, liguei para a
Helitender que
nos enviou um mecânico
de carro com
uma bateria.
Depois
do pré
realize -voo e
i um v troca
ôo de da bat
aeropo 12 mi eria,
rto Wit nutos
o helic h m an (He até o
óptero litende
coloqu es tava s r) . Como
ei 50g em co
antes l (1 89 litr m b ustível
da dec os) em
YRE fo o lagem. V an Nuys
i levad O helic
para a o para óp tero P
revisã dentro T
averig o de 100 do h angar
uações horas
volta p ne c essária e todas
ara o B s para
rasil. o vôo d
e
181
io
27 de ma a H elitender
,
tenç ã o n
T Y R E em manu b a lanceam
ento
P io d o
para iníc erminar
em
terminou ç ã o e ra t
. A inten . A cidad
e
às 14h00 ra P h o e n ix
seguir pa o nevoeir
o pela
1 hora e e m m u it
ngeles t em.
de Los A n d o a decolag
ificu lta
manhã d rre infor
mou
en t o , a t o
o acionam hado até
às
Depois d o es t a v a fe c
aço aére o motivo
é
que o esp 27 d e m a io ,
al do dia e.
8h00 loc a e st á na cidad
bam
r esidente O .
q ue o p
um d ia de atraso
mais
Teremos
io
28 de ma de princ
ipal
o R ot or
mento d a vibra
ção,
Balancea m u it
ero com no tab
(helicópt ex e r a m
ente m a Rotocr
aft).
provavelm a s pá s n
tiraram aída
quando n a H e litender. S
l
gem fina gs logo a
pós
Pré – via S p r in
para Palm Helitend
er.
às 17h00 rviç o s d a
o dos se Springs
com
o términ a P la m
eles par al 1h 1
8min;
Los Ang m p o to t
ento, te no Arizo
na
muito v ra P h o e n ix
rings pa uito ven
to
Palm Sp oo) c o m m
IN de v elicópter
o
(2H12M ulên c ia . O h
e e turb envolver
boa
de frent d e s
não conseguiu a s o; de Ph
oenix
E l P
ance até minutos
de
perform am 2 h 24
Paso for huva for
te.
para El l Pas o c om c
gada a E
voo. Che so
em El Pa
Pernoite
182
29 de maio
Saída às 5h00 da ma
nhã (12h00
zulu) com bom tempo até
Kinkler no
Texas; 01h 36 minutos)
Kinkler para
Brownwood (22h12min) Br
ownwood até
Tallahassee para pernoite
com melhora
na performance da aeron
ave. PT YRE
manteve a média de 105
KT. Tempo
excelente.
30 de maio
Tallahassee- sa
ída às 5h30
(10h20 zulu min local
) direto pa
(02h06min), ra Sebring
abastecimento
e mais 1h06 rápido
min. Muita n
e nevoeiro u vem baixa
até Fort L
Preparação pa auderdale.
ra saída dos E
autoridades a UA junto às
mericanas. Pre
kit de viagem paração do
(tanque reserv
bote etc). Saíd a, coletes,
a de Fort Laud
Bahamas às erdale para
15h50 zulu, m
e tempo ruim uita chuva
até Nassau (1
voo). Helicópte h36min de
ro não passav
pouso em Ste a de 90kt,
lla Maris (Bah
reabastecimen amas) para
to. Em segu
direto para P ida, fomos
uerto Plata n
Dominicana co a República
m mais 3h36
voo, tempo ru minutos de
im. Chegamos
combustível n com 20% de
o tanque e tem
30 minutos an po ruim até
tes do pouso q
minutos depoi ue ocorreu 4
s do pôr do sol.
Pernoite.
183
31 de maio
Saída às 6h00
hora local; o co
não deixou d ntrolador
ecolar 15 min
do nascer do utos antes
sol. Direto pa
com 3h42 min ra Tortola
utos de voo.
com 25% de Chegamos
combustível.
performance d Melhora na
a aeronave co
de altitude, te m 4.500 ft
mpo excelente
poucas nuven , céu azul
s e vento de 10
kts de proa.
Reabastecimen
to em
pagamento Tortola,
de taxas
Abastecedor co demorado.
locou muito co
deixou vazand mbustível,
o no tanque. T
Martinique, sa ortola para
ímos com su
2500 ft de altit bida para
ude, perto da Il
Serrat subimo ha Monte
s para 7.500
poeira do vulc ft devido à
ão que é extr
prejudicial à emamente
turbina do h
Mantivemos elicóptero.
7500 até 1
chegar a Mart h00 para
inique.
184
3h
ar tin iq ue foram
para M ita dem
ora
Tortola v e m u
tos, hou Martiniq
ue
18 minu en t o . D e
bastecim mora
para rea o ba g o . Devido à de
para T possível
seguimos e n t o , não foi
stecim obago.
no reaba e r n oite em T
gem . P
seguir via al:
p ar a voo visu
ia
eis do d
Horas út
11h30min utos
o d o d ia :8h06min
o
Total de v
Tempo de trab
alho no solo
reabastecimento para
,pagamento de
atendimento taxas,
das exigências
autoridades loca das
is: 2h00.
Tempo restante
em Tobago não
suficiente para é
chegar à Guiana
(Georgetown), Inglesa
nossa próxima
que estava estim parada,
ada em 3h12 m
inutos.
Tobago é muito
ruim,mas não tí
outra opção, Gra nhamos
nada é melhor
seguro, porém n e mais
ão teríamos auto
para chegar à G nomia
uiana. Mal aten
no aeroporto, dimento
esperamos duas
para abastecer, horas
mais de uma
para sermos libe hora
rados pela alfân
hotéis de má qu dega e
alidade, não co
nada, pois os re memos
staurantes a qu
perto do aeropo e fomos
rto eram muito
sujos.
185
01 de junho
muito
a o a eroporto
Chegamos am anhecer, co
m
d o d ia
cedo, antes imos uma
pessoa
e co n s e gu
dificuldad te s da equipe
que
n d e u a n
que nos ate c hegada. Sa
ímos
a n os sa
dificultou u to s no aeropo
rto.
e 3 0 m in
depois de 1h o m 3 5 minutos de
ou ru im c
O tempo fic uiana Ingle
sa com
o s até a G
voo, voam v io s. Vento m
uito
a e d e s
muita chuv . O atendimento
rb u lê n c ia
forte e tu r ge tw on (Guian
a
em G e o
foi rápido os sair an
tes da
c o n s eg u im
Inglesa), ngiu o aerop
orto.
q u e a ti
chuva forte fo r te até cheg
ar à
e v e n to
Mais chuva te m po melhoro
u
nce s a . O
Guiana Fra s an tes do pous
o.
5m in u to
um pouco 1 tecedor
e n to d e m orado, abas
Abastecim combustíve
l para
m u it o
derramou a da antena
que
iu e m c im
fora que ca
186
estava no esqui do helicóptero do lado
do tanque. Saída da Guiana Francesa
para Marabá com chuva forte e
nevoeiro, desvio na direção da costa
marítima aumentando o nosso tempo
de voo, quase fomos obrigados a pousar
(2 vezes) devido à má visibilidade.
Chegada a Macapá com chuva forte na
cidade, só havia um espaço com pouca
visibilidade que formava um corredor
entre duas formações (CHUVA FORTE).
Fomos recebidos pela Rita, agente da
Infraero e da Polícia Federal, que nos
aguardava.
187
02 junho
03 de junho
188
s
u m a v ila d e poucas casa
Pousamos em tempo
des n a ilh a de Marajó, o
humil decolar
ou u m p ou co , conseguimos
melhor de
m d ifi cu ld a d e ao aeroporto
e chegar co centro Brasília
in fo rm a r ao
Breves, para
.
do nosso pouso
epois
m d e B re v es à baixa altura d
Decolage orto.
m in d e es p era no aerop
de 1h30 ixa altura
m os p or m eia hora à ba
Voa ), depois
a da s á rv or es da floresta
(acim do de
b iu e co n ti n uamos desvian
o teto su bá.
(c h u v a ) a té chegar a Mara
formações de cauda) e
ju d ou (v en to
O vento a 0 Kt.
gu im os m an ter mais de 10
conse
em
M a ra b á co m chuvas fortes
Saindo d e po
re s; a p ós v oa r 1hora, o tem
vários seto uva até chegar
ou v e m a is ch
abriu e não h dando
a s. O v en to continuou aju
a Palm S).
1 1 0 K t d e v el ocidade real (V
103 até
189
04 de junh
o
Saída pouc
o antes do
direto par nascer do
a Brasília. sol, voo
da BR Avia Pouso no
tion, excele hangar
Saída de n te atendimento.
Brasília à
seguindo s 8 h00 (loca
direto par l)
Ribeirão p a R ib eirão Preto
ara São .
Helipark p Paulo, pou
ara lavage so no
m da aeron
ave.
O trecho
final foi
desempenh o de me
o do helicó lhor
de cauda d ptero com
esde Mina vento
com velocid çu até São
ade de até Paulo
trechos. 13 0 k t em alguns
Depois da
lavagem, fo
da aeronav i feita a en
e para o S trega
Record p r. Osmil na
or volta Rede
encerrand d as 14h30min,
o a missão
.
190
Algumas considerações:
191
192
in ic ia l USA: 7566
o
Horímetr
8.8
e tr o fin al SP: 762
Horím s
v oa das : 62.8 hora
oras
Total de h
viagens:
Sobre as B rasil até F
ort
r a s d o
6 ho os
é longa, 2 dentro d
A viagem oras v o a n d o
au d e r da le e 25 h
L
EUA. otos.
tr a je to com 2 pil
se
zemos es na agilid
ade
Sempre fa gura n ç a e
s
a na se rações do
Isso ajud iment o s e lib e
s abastec se está
d u ra nt e o
b a s te c e e verifica
a orre
uanto um o outro, c
voos. Enq lic ó p te r o ;
com o he rtos em q
ue
tudo bem s no s a e ro p o
de
liberaçõe aribe on
atrás das almen te n o C
r a m o s. Princip a is dificuldades
p a com m
d a il h a é um país s a ídas depo
is dos
ca pa ra a s
berações rem
para as li g e r a lm ente ocor
que
imentos ras de vo
o.
reabastec 3 a 4 h o
valos de
com inter
193
Nessa viagem do Brasil para os EUA, no
primeiro trecho, foi comigo o experiente
Cmte Sérgio, um carioca com cidadania
americana que mora na Flórida, especializado
em traslados de helicópteros dos EUA para o
Brasil.
194
se acertar com o monte de papel que trouxe,
sentiu também que a viagem de helicóptero
é bem diferente da do avião que ele possuía.
Depois, demos muita risada da confusão dos
mapas do Bob.
195
do nascer do sol, voo o dia inteiro, as paradas
são para ir ao banheiro, reabastecer e decolar
o mais rápido possível. Quando cheguei a Fort
Lauderdale, o americano estava esgotado e
desistiu de seguir para o Brasil.
197
Sumário
198
Prefácio 4
Tempestade 10
Uma nova vida 18
O melhor caminho não é o mais fácil 28
Descobrindo a corrida dos 50 milhões 36
A favela, a família e o futuro 48
Fim da favela do Vergueiro 58
Decolando para a vida adulta 66
Ação e reação 74
Nasce o caçador de imagens 82
Um paraquedas na minha vida 88
Mas nem todos os domingos eram legais 96
O céu não tem limites 106
Meus filhos 112
A energia da vida 118
Agindo para o sucesso 132
Vida e Corpo 140
Ninguém voa sem um bom apoio em terra 150
Conclusão 158
Apêndice
199
@cmtehamilton
@cmtehamiltonoficial
@CmteHamilton
@ComandanteHamilton
contato@tvcel.com