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1- Documento que rege o ensino da Engenharia no Brasil

O Decreto nº 9.235/2017 estrutura a ação do Poder Público em torno de um


tripé de funções, tais como regulação, avaliação e supervisão, além de
estabelecer os necessários mecanismos processuais de conexões entre elas,
de modo que os indicadores de qualidade dos processos de avaliação, quando
insuficientes, gerem consequências diretas em termos de regulação, ao impedir
a abertura de novas unidades ou cursos, e de supervisão, ao dar origem à
aplicação de penalidades e, no limite, ao fechamento de instituições e cursos.
Define, de igual forma, com clareza, as funções de regulação, avaliação e
supervisão, fazendo da segunda regulação o referencial de atuação do Poder
Público, como prescreve a Constituição1.

O Poder Público exerce a regulação da educação superior por meio de atos


autorizativos. Para as Instituições de Educação Superior (IES), por exemplo,
exigem-se o credenciamento e o recredenciamento; para os cursos a serem
oferecidos, a autorização, o reconhecimento e a renovação do reconhecimento
são os atos necessários. Tais atos têm caráter temporário, conforme o art. 46,
da LDB e o art. 10 do Decreto nº 9.235/2017: Art. 10. O funcionamento de IES
e a oferta de curso superior dependem de ato autorizativo do Ministério da
Educação, nos termos deste Decreto.
§ 1º São tipos de atos autorizativos:
I - Os atos administrativos de credenciamento e recredenciamento de IES; e
II - Os atos administrativos de autorização, reconhecimento ou renovação de
reconhecimento de cursos superiores.
§ 2º Os atos autorizativos fixam os limites da atuação dos agentes públicos e
privados no âmbito da educação superior.
§ 3º Os prazos de validade dos atos autorizativos constarão dos atos e serão
contados da data de publicação.
§ 4º Os atos autorizativos serão renovados periodicamente, conforme o art. 46
da Lei nº 9.394, de 1996, e o processo poderá ser simplificado de acordo com
os resultados da avaliação, conforme regulamento a ser editado pelo Ministério
da Educação.
A última função que compõe o tripé é o da supervisão, que permite ao
Ministério da Educação (MEC) acompanhar, a qualquer tempo, tanto as
instituições como os cursos, solicitando delas as informações e determinando
as providências que entender necessárias para saneamento das deficiências
eventualmente detectadas. Essa atribuição foi disciplinada no art. 1º, § 2º, e
seguintes do Decreto nº 9.235/2017.
O Sinaes, estabelecido pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004,
regulamentado pela Portaria MEC nº 22, de 21 de dezembro de 2017, tem por
finalidade ampliar a melhoria da qualidade da educação superior por meio de
avaliações em três dimensões: institucional, de cursos e de desempenho dos
estudantes. Os instrumentos que subsidiam a produção dos indicadores de
qualidade e os processos de avaliação dos cursos desenvolvidos pelo Inep são
o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e as avaliações in
loco, realizadas pelas comissões de especialistas.
O Sinaes possui uma série de instrumentos complementares: autoavaliação,
avaliação externa, Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade),
avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação (Censo e
Cadastro). Os resultados das avaliações possibilitam, desse modo, traçar um
panorama da qualidade dos cursos e das instituições de educação superior no
país.
No âmbito do Sinaes e da regulação dos cursos de graduação no país, prevê-
se que os cursos passem por avaliação externa periodicamente. Assim, os
cursos de educação superior passam por três tipos de avaliação externa: para
autorização, para reconhecimento e para renovação de reconhecimento.
Em seu § 1º, a Resolução CNE/CES nº 11/2002 indica que deverão existir os
trabalhos de síntese e de integração dos conhecimentos, adquiridos ao longo
do curso, sendo que, pelo menos, um deles deverá se constituir em atividade
obrigatória como requisito para se obter a graduação; e, em seu § 2º, deverão
também ser estimuladas as atividades complementares, tais como trabalhos de
iniciação científica, projetos multidisciplinares, visitas teóricas, trabalhos em
equipe, desenvolvimento de protótipos, monitorias, participação em empresas
juniores e outras atividades empreendedoras, sem prejuízo de outros aspectos
que tornem consistente o referido projeto pedagógico.

A referida resolução estabelece ainda que o curso de graduação em


Engenharia deverá assegurar, para o perfil do graduando, a seguinte formação:
ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo, ético,
com forte formação técnica; estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e
utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e empreendedora; ser capaz
de reconhecer as necessidades dos usuários, formulando questões e
PROCESSO Nº: 23001.000141/2015-11.
Resolvendo problemas, além de projetar e controlar soluções criativas de
Engenharia; adotar perspectivas multidisciplinar e transdisciplinar em sua
prática; considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho; e, por fim, atuar
isento de qualquer tipo de discriminação, além de estar comprometido com a
responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável.
Além da expansão numérica, verificou-se também um grande crescimento de
habilitações ou áreas de abrangência do curso de Engenharia. Enquanto na
virada do século registrava-se a existência de cerca de 40 habilitações, hoje já
são 60 (Tabela 1), considerando como tais a primeira denominação do curso
(Civil, elétrica, mecânica etc). Quando se considera a segunda denominação
ou ênfase (Civil de Construção, Elétrica de Potência, Mecânica Automobilista)
são encontrados mais de 250 registros de denominações distintas para o curso
de Engenharia no sistema e-MEC.
Esta expansão mostra que a Engenharia vem incorporando novas áreas, que
passaram a ser tratadas dentro do seu campo de atuação. Exemplo disso são
as áreas relacionadas à saúde e à biologia, que hoje são contempladas em
habilitações como Engenharia de Bioenergia, Biomédica, Biossistemas, Saúde,
entre outras.
No final de 2018, já existiam 290 cursos de Engenharia na modalidade EaD em
funcionamento em 91 instituições de educação superior, distribuídos de acordo
com as habilitações, como demonstra o Gráfico 4. Embora perfaçam menos de
5% do total de cursos (presenciais e EaD), a modalidade EaD já oferece cerca
de 40% das vagas para Engenharia.
O Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Engenharia (PPC) ocupa
posição proeminente na proposta das novas Diretrizes Curriculares Nacionais
do Curso de Graduação em Engenharia. Nele, portanto, deve ser explicitado
como o perfil geral do egresso e da área de Engenharia serão construídos ao
longo do curso. Deve também constar as diferentes iniciativas do processo de
formação e sua forma de articulação para atingir os resultados esperados, ou
seja, o perfil estabelecido do egresso. A concepção do PPC deve ter em conta,
além das peculiaridades do seu campo de estudo, sua contextualização em
relação à inserção institucional, política, geográfica e social, bem como os
vetores que orientam as DCNs para o curso. As condições objetivas da oferta
devem ser caracterizadas segundo a concepção do seu planejamento
estratégico, especificando a missão, a visão e os valores pretendidos pelo
curso, além da vocação que o caracteriza.
O PPC evidenciará, desse modo, a coerência existente entre os objetivos do
curso, o perfil do egresso e a matriz curricular, tomando por referência as
DCNs e as recomendações do Enade, que mostre claramente como serão
desenvolvidas e avaliadas as competências desenvolvidas. Deverá apontar
assim os métodos, as técnicas, os processos e os meios para a aquisição de
conhecimentos contextualizados, por exemplo, mediante as atividades de
experimentação, de práticas laboratoriais, de organizações ou de estudos; que
demonstre como os resultados almejados serão obtidos, e indique qual o perfil
do pessoal docente, técnico e administrativo envolvido. A transparência do
processo tanto interno quanto externo da IES é condição indispensável para a
gestão da aprendizagem.
Nesse contexto, espera-se a demonstração de como se dará a construção do
conhecimento, o processo de aprendizagem de conteúdos e o desenvolvimento
das competências, explicitando estratégias de articulação dos saberes, o
diálogo pretendido e seu resgate em diferentes dimensões, apresentando os
modos previstos de integração entre a teoria e a prática, com a especificação
das metodologias ativas, que serão utilizadas no processo de formação.
A metodologia de ensino e aprendizagem merece guardar relação com os
princípios acima descritos e assim proporcionar uma relação de ensino-
aprendizagem que atenda ao processo de construção de autonomia, de forma
pluridimensional, que leve em consideração os pilares do conhecimento:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
Além disso, o Projeto Pedagógico do Curso deve contemplar, além das
atividades que se relacionem diretamente à formação na habilitação ou na
ênfase do curso, as formas transversais de tratamento dos conteúdos que as
DCNs e a legislação vigente exigem, tais como as políticas de educação
ambiental; a educação em direitos humanos; a educação para a terceira idade;
a educação em políticas de gênero; a educação das relações étnico-raciais e a
história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, entre outras.
Exige-se, dessa forma, a explicitação das cargas horárias das atividades
didático formativas e da integralização do curso, da mesma maneira que a
demonstração das formas de realização da interdisciplinaridade e da
transdisciplinaridade, a fim de que se possa garantir com isso um aprendizado
capaz de enfrentar os problemas e os desafios impostos pelo constante
processo de inovação pelo qual passa o mundo, a produção de conhecimento
e o espaço de trabalho desafiador do profissional da Engenharia. No mesmo
sentido, espera-se a construção de políticas que estimulem a mobilidade
nacional e internacional como possibilidade real de integração e troca de
conhecimento além de incentivo à inovação e a outras estratégias de
internacionalização quando pertinentes.
O curso de graduação em Engenharia deve ter em seu projeto pedagógico, e
em sua organização, os conteúdos básicos, os profissionais e os específicos
que caracterizem a habilitação escolhida, no entanto deve-se buscar formas de
oferecimento desses conteúdos de modo contextualizado, dentro das
atividades multidisciplinares e transdisciplinares e que contribuam efetivamente
para o desenvolvimento das competências esperadas.
Dentre os conteúdos básicos, são imprescindíveis, para todas as habilitações e
ênfases do curso de Engenharia, os seguintes conteúdos: Administração e
Economia; Algoritmos e Programação; Ciência dos Materiais; Ciências do
Ambiente; Eletricidade; Estatística. Expressão Gráfica; Fenômenos de
Transporte; Física; Informática; Matemática; Mecânica dos Sólidos;
Metodologia Científica e Tecnológica, e Química.
Art. 6º O curso de graduação em Engenharia deve possuir Projeto Pedagógico
do Curso (PPC) que contemple o conjunto das atividades de aprendizagem e
assegure o desenvolvimento das competências, estabelecidas no perfil do
egresso. Os projetos pedagógicos dos cursos de graduação em Engenharia
devem especificar e descrever claramente:
I - O perfil do egresso e a descrição das competências que devem ser
desenvolvidas, tanto as de caráter geral como as específicas, considerando a
habilitação do curso;
II - O regime acadêmico de oferta e a duração do curso;
III - As principais atividades de ensino-aprendizagem, e os respectivos
conteúdos, sejam elas de natureza básica, específica, de pesquisa e de
extensão, incluindo aquelas de natureza prática, entre outras, necessárias ao
desenvolvimento de cada uma das competências estabelecidas para o
egresso;
IV - As atividades complementares que se alinhem ao perfil do egresso e às
competências estabelecidas;
V - O Projeto Final de Curso, como componente curricular obrigatório;
VI - O Estágio Curricular Supervisionado, como componente curricular
obrigatório;
VII - A sistemática de avaliação das atividades realizadas pelos estudantes;
VIII – O processo de autoavaliação e gestão de aprendizagem do curso que
contemple os instrumentos de avaliação das competências desenvolvidas, e
respectivos conteúdos, o processo de diagnóstico e a elaboração dos planos
de ação para a melhoria da aprendizagem, especificando as responsabilidades
e a governança do processo;
§ 1º É obrigatória a existência das atividades de laboratório, tanto as
necessárias para o desenvolvimento das competências gerais quanto das
específicas, com o enfoque e a intensidade compatíveis com a habilitação ou
com a ênfase do curso.
§ 2º Deve-se estimular as atividades que articulem simultaneamente a teoria, a
prática e o contexto de aplicação, necessárias para o desenvolvimento das
competências, estabelecidas no perfil do egresso, incluindo as ações de
extensão e a integração empresa escola.
§ 3º Devem ser incentivados os trabalhos dos discentes, tanto individuais
quanto em grupo, sob a efetiva orientação docente.
§ 4º Devem ser implementadas, desde o início do curso, as atividades que
promovam a integração e a interdisciplinaridade, de modo coerente com o eixo
de desenvolvimento curricular, para integrar as dimensões técnicas, científicas,
econômicas, sociais, ambientais e éticas.
§ 5º Os planos de atividades dos diversos componentes curriculares do curso,
especialmente em seus objetivos, devem contribuir para a adequada formação
do graduando em face do perfil estabelecido do egresso, relacionando-os às
competências definidas.
§ 6º Deve ser estimulado o uso de metodologias para aprendizagem ativa,
como forma de promover uma educação mais centrada no aluno.
§ 7º Devem ser implementadas as atividades acadêmicas de síntese dos
conteúdos, de integração dos conhecimentos e de articulação de
competências.
§ 8º Devem ser estimuladas as atividades acadêmicas, tais como trabalhos de
iniciação científica, competições acadêmicas, projetos interdisciplinares e
transdisciplinares, projetos de extensão, atividades de voluntariado, visitas
técnicas, trabalhos em equipe, desenvolvimento de protótipos, monitorias,
participação em empresas juniores, incubadoras e outras atividades
empreendedoras.
§ 9º É recomendável que as atividades sejam organizadas de modo que
aproxime os estudantes do ambiente profissional, criando formas de interação
entre a instituição e o campo de atuação dos egressos.
§ 10 Recomenda-se a promoção frequente de fóruns com a participação de
profissionais, empresas e outras organizações públicas e privadas, a fim de
que contribuam nos debates sobre as demandas sociais, humanas e
tecnológicas para acompanhar a evolução constante da Engenharia, para
melhor definição e atualização do perfil do egresso.
§ 11 Devem ser definidas as ações de acompanhamento dos egressos,
visando à retroalimentação do curso.
§ 12 Devem ser definidas as ações de ensino, pesquisa e extensão, e como
contribuem para a formação do perfil do egresso.
Art. 7º Com base no perfil dos seus ingressantes, o Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) deve prever os sistemas de acolhimento e nivelamento, visando à
diminuição da retenção e da evasão, ao considerar:
I – As necessidades de conhecimentos básicos que são pré-requisitos para o
ingresso nas atividades do curso de graduação em Engenharia;
II – A preparação pedagógica e psicopedagógica para o acompanhamento das
atividades do curso de graduação em Engenharia; e
III – A orientação para o ingressante, visando melhorar as suas condições de
permanência no ambiente da educação superior.
Art. 8º O curso de graduação em Engenharia deve ter carga horária e tempo de
integralização, conforme estabelecidos no Projeto Pedagógico do Curso (PPC),
definidos de acordo com a Resolução CNE/CES nº 2, de 18 de junho de 2007.
§ 1º As atividades do curso podem ser organizadas por disciplinas, blocos,
temas ou eixos de conteúdo; atividades práticas laboratoriais e reais, projetos,
atividades de extensão e pesquisa, entre outras.
§ 2º O Projeto Pedagógico do Curso deve contemplar a distribuição dos
conteúdos na carga horária, alinhados ao perfil do egresso e às respectivas
competências estabelecidas, tendo como base o disposto no caput deste artigo
§ 3º As Instituições de Ensino Superior (IES), que possuam programas de pós-
graduação stricto sensu, podem dispor de carga horária, de acordo com o
Projeto Pedagógico do Curso, para as atividades acadêmicas curriculares
próprias, que se articulem à pesquisa e à extensão.
Art. 9º Todo curso de graduação em Engenharia deve conter, em seu Projeto
Pedagógico de Curso, os conteúdos básicos, profissionais e específicos, que
estejam diretamente relacionados com as competências que se propõe a
desenvolver. A forma de se trabalhar esses conteúdos deve ser proposta e
justificada no próprio Projeto Pedagógico do Curso.
§ 1º Todas as habilitações do curso de Engenharia devem contemplar os
seguintes conteúdos básicos, dentre outros: Administração e Economia;
Algoritmos e Programação; Ciência dos Materiais; Ciências do Ambiente;
Eletricidade; Estatística. Expressão Gráfica; Fenômenos de Transporte; Física;
Informática; Matemática; Mecânica dos Sólidos; Metodologia Científica e
Tecnológica; e Química.
§ 2º Além desses conteúdos básicos, cada curso deve explicitar no Projeto
Pedagógico do Curso os conteúdos específicos e profissionais, assim como os
objetos de conhecimento e as atividades necessárias para o desenvolvimento
das competências estabelecidas.
§ 3º Devem ser previstas as atividades práticas e de laboratório, tanto para os
conteúdos básicos como para os específicos e profissionais, com enfoque e
intensidade compatíveis com a habilitação da engenharia, sendo
indispensáveis essas atividades nos casos de Física, Química e Informática.
Art. 10. As atividades complementares, sejam elas realizadas dentro ou fora do
ambiente escolar, devem contribuir efetivamente para o desenvolvimento das
competências previstas para o egresso.
Art. 11. A formação do engenheiro inclui, como etapa integrante da graduação,
as práticas reais, entre as quais o estágio curricular obrigatório sob supervisão
direta do curso.
§ 1º A carga horária do estágio curricular deve estar prevista no Projeto
Pedagógico do Curso, sendo a mínima de 160 (cento e sessenta) horas.
§ 2º No âmbito do estágio curricular obrigatório, a IES deve estabelecer
parceria com as organizações que desenvolvam ou apliquem atividades de
Engenharia, de modo que docentes e discentes do curso, bem como os
profissionais dessas organizações, se envolvam efetivamente em situações
reais que contemplem o universo da Engenharia, tanto no ambiente profissional
quanto no ambiente do curso.
Art. 12. O Projeto Final de Curso deve demonstrar a capacidade de articulação
das competências inerentes à formação do engenheiro. Parágrafo único. O
Projeto Final de Curso, cujo formato deve ser estabelecido no Projeto
Pedagógico do Curso, pode ser realizado individualmente ou em equipe, sendo
que, em qualquer situação, deve permitir avaliar a efetiva contribuição de cada
aluno, bem como sua capacidade de articulação das competências visadas.

2- Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Mecânica

2.1 - Dados de identificação do curso:

-Denominação: Curso de Engenharia Mecânica


-Modalidade: Bacharelado
-Titulação conferida: Engenharia Mecânica
-Ano de início de funcionamento: 2014 (proposto)
-Duração: 5 anos
-Número de vagas oferecidas: 40/ano passando para 40/semestre após a
contratação de novos docentes
-Carga horária total mínima: 4068 horas-aula
-Turnos de oferta: Manhã e tarde

2.2 - Apresentação sobre o Projeto Pedagógico Do Curso

- Foi desenvolvido com base no Estatuto e no Regimento próprio do


CEFET/RJ; na Lei que regulamenta a profissão de Engenheiro no país (Lei
5.194, de 24/12/1966); na Lei de Diretrizes e Bases para a Educação
Nacional (Lei 9.394, de 20/12/1996); na Resolução nº 1010 de 22/08/05, do
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), e
seu órgão – o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(CREA); nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de
Graduação em Engenharia (Resolução CNE/CES, de 11/03/2002); na
Resolução nº 02/2007 do CNE/CES de 18/06/2007, que estabelece o
Parecer do CNE/CES nº 08/2007 de 31/01/2007, o qual dispõe sobre carga
horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos
cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial e, por fim,
na Resolução nº 03/2007 de 2/07/2007, baseada no Parecer CNE/CES nº
261/2006 que estabelece o conceito de hora-aula.

- Este projeto pedagógico busca se adaptar a uma nova realidade, ligado as


disciplinas atuais e equipamentos modernos, que se utilizam da eletrônica e da
informática em sua operação, configuração e controle. Outros dois documentos
institucionais que fazem parte do projeto pedagógico do curso são: O Projeto
de Desenvolvimento Institucional (PDI)¹ e o Projeto Pedagógico Institucional
(PPI)².

2.3 - O Curso de Engenharia Mecânica

- Tem por objetivo criar profissionais altamente capacitados, com uma sólida
formação nos fundamentos gerais e tecnológicos, aptos a desenvolver e utilizar
novas tecnologias relacionadas às atividades de concepção, modelagem,
simulação, dimensionamento, análise, fabricação, montagem, construção,
certificação e manutenção de projetos de engenharia mecânica.

- O curso tem duração de até a data de contratação dos professores


necessários para complementação do quadro docente, na qual serão
oferecidas 40 vagas vindas de uma única entrada anual e após a
complementação do quadro docente passarão a ser oferecidas duas entradas,
40 vagas por semestre, totalizando 80 vagas anuais.

- A carga horária total será de 4068 horas, distribuídas em 10 semestres, e esta


carga horária está dividida da seguinte forma: 1476 horas em disciplinas do
núcleo básico, 648 horas em disciplinas do núcleo profissionalizante geral,
1512 horas do núcleo profissionalizante específico, 360 horas de estágio
supervisionado e 72 horas de trabalho de conclusão de curso.

- As atividades acadêmicas são de livre escolha do aluno, distribuídas entre as


áreas de atuação em que está subdividido o departamento de Engenharia
Mecânica, além das atividades acadêmicas optativas, são inclusas outras
atividades oferecidas pelos cursos de Engenharia da Unidade de Nova Iguaçu
e do sistema do CEFET/RJ, permitindo uma grande flexibilidade curricular,
possibilitando formações de engenheiros mecânicos com perfis variados, para
que futuramente atendam às necessidades do mercado de trabalho.

- Nos dois últimos períodos de estudos, o aluno deverá desenvolver e


posteriormente defender um projeto, denominado “Projeto final”, que ajuntará
todas os conhecimentos adquiridos durante todo o curso e antes dessa
disciplina o aluno deverá cursar duas outras, denominadas “Projeto Mecânico I
e II” onde todo o conhecimento adquirido do curso deverá ser integrado para
desenvolver em equipe um projeto de mecânica.

- O curso de Engenharia Mecânica da UnED NI está estruturado de modo a


permitir aos seus alunos a possibilidade de consolidar uma formação
abrangente, com atuações possíveis em três grandes áreas, conforme
descrição a seguir:

. Projetos de Sistemas Mecânicos: área voltada para o projeto de máquinas e


equipamentos mecânicos, transmissão de potência e variação do movimento,
acionamento hidráulico e pneumático, projeto mecatrônico e automação;

. Processos Mecânicos de Fabricação: área voltada para o estudo dos


métodos de manufatura por processos metalúrgicos e de usinagem;

Termo ciências e Engenharia Térmica: área voltada para o estudo dos


conhecimentos em termo ciências e mecânica dos fluidos e projeto de sistemas
térmicos e equipamentos, com ênfase em motores de combustão interna e
turbinas, trocadores de calor e máquinas de fluxo, cogeração e fontes
alternativas de energia.

2.4- As disciplinas do curso estão estruturadas de acordo com seus


conteúdos, dá seguinte maneira:

2.4.1 - Conteúdos Básicos - O núcleo de conteúdos básicos abrange 36,3%


da carga horária mínima, versará sobre os tópicos que seguem:

. Contexto e Humanidades;
. Informática;
. Matemática;
. Física;
. Química;
. Expressão Gráfica;
. Mecânica dos Fluidos;
. Mecânica dos Sólidos;
. Eletricidade Aplicada;
. Ciência e Tecnologia dos Materiais;
. Organização de Produção;
. Administração e Economia.

2.4.2 - Conteúdos Profissionalizantes - O núcleo de conteúdos


profissionalizantes abrange 15,9% da carga horária mínima e versará sobre os
tópicos que seguem:

. Termo ciências e Engenharia Térmica;


. Sistemas Mecânicos;
. Processos Mecânicos de Fabricação;
. Instrumental e Laboratorial.
2.4.3 - Conteúdo Específicos - O núcleo de conteúdo específico se constitui
em extensões e aprofundamentos dos conteúdos do núcleo de conteúdos
profissionalizantes, caracterizando conhecimentos científicos, tecnológicos e
necessários para garantir o desenvolvimento das competências e habilidades
profissionais específicas. Estes conteúdos estão organizados da seguinte
forma:

. Máquinas de Fluxo;
. Análise Estrutural;
. Engenharia Térmica;
. Projeto de Máquinas e Automação;
. Fabricação Mecânica;
. Projeto de Graduação.

2.5 - Objetivos:

. Desenvolver competências técnicas e habilidades para o desempenho de


diferentes atividades no campo da Engenharia Mecânica;
. Estimular a autoanálise, no sentido de provocar a necessidade de educação
continuada, em face da nova dinâmica econômica e das rápidas
transformações tecnológicas;
Trabalhar em equipes multidisciplinares, apresentando habilidades de
comunicação e empreendedorismo;
. Realizar atividades de pesquisa e investigação científica;
. Empreender o domínio de técnicas básicas de gerenciamento de seres
humanos e dos recursos necessários ao exercício da profissão;
. Avaliar eticamente os impactos sociais e ambientais das intervenções
realizadas.
2.6 - Perfil Do Profissional:
- A dinâmica do ambiente da área de engenharia se caracteriza pela constante
sucessão de tecnologias, um grande desafio é formar um profissional capaz de
atingir o sucesso, levando consigo todo conhecimento que foi adquirido para
que tudo possa ser aplicado em seus projetos e criações.

- Espera-se que o Engenheiro Mecânico formado pelo CEFET/RJ UnED NI


possua a formação técnica, científica e humanista para atuar nas diferentes
áreas pertinentes da sua carreira, em específico no desenvolvimento de
sistemas mecânicos ( projetos de máquinas, fabricação, robótica, sistemas
térmicos e sistemas fluidodinâmicos.

2.7- Aptidões Esperadas do Egresso:

- O conjunto de aptidões esperadas dos egressos do curso de Engenharia


Mecânica do CEFET/RJ UnED NI são:

. Capacidade de utilizar a matemática, a física, a eletrotécnica, a eletrônica, a


mecânica e a informática através de suas tecnologias modernas no apoio à
construção de produtos ou serviços seguros, confiáveis e de relevância à
sociedade;

. Capacidade de projetar, construir, testar e manter sistemas dedicados a


produtos ou serviços, principalmente naqueles que requeiram a interação com
o ambiente e ou dispositivos físicos;

. Capacidade de tirar proveito das tecnologias já estabelecidas e de


desenvolver novas técnicas, no sentido de gerar produtos e serviços como os
mencionados nos itens anteriores;

. Capacidade de entender e interagir com o ambiente em que os produtos e


serviços por ele projetado ou construído, irão operar;
. Possuir conhecimento suficiente de outras áreas, além da mecânica, que lhe
permita assumir a responsabilidade completa de produtos e serviços até um
determinado nível de especificidade;

. Facilidade de interagir e de se comunicar com clientes, fornecedores e com o


público em geral, assim como com profissionais da mesma área de engenharia
e de outras áreas;

. Capacidade de supervisionar, coordenar, orientar, planejar, especificar,


projetar e implementar ações pertinentes e analisar os resultados;

. Capacidade de realizar estudos de viabilidade técnico-econômica e


orçamentos de ações;

. Disposição e postura de permanente busca da atualização profissional;

. Disposição em aceitar a responsabilidade pela correção, precisão,


confiabilidade, qualidade e segurança de seus projetos e implementações.
Compreender e aplicar à ética e a responsabilidade profissional e avaliar o
impacto de suas atividades no contexto social e ambiental.

2.8 - Funções Que Podem Ser Exercidas No Mercado de Trabalho:

- Conforme resolução n° 218, de 29/06/73, do CONFEAA, cabe ao Engenheiro


Mecânico o exercício das seguintes atividades, dentro das áreas de
competência da engenharia mecânica:

. Supervisão, coordenação e orientação técnica;


. Estudo, planejamento, projeto e especificação;
. Estudo de viabilidade técnica-comercial;
. Assistência, assessoria e consultoria;
. Direção de obra e serviço técnico;
. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
. Desempenho de cargo e função técnica;
. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica;
extensão;
. Elaboração de orçamento;
. Padronização, mensuração e controle de qualidade;
. Execução de obra e serviço técnico;
. Fiscalização de obra e serviço técnico;
. Produção técnica e especializada;
. Condução de trabalho técnico;
. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou
manutenção;
. Execução de instalação, montagem e reparo;
. Operação e manutenção de equipamento e instalação;
. Execução de desenho técnico.

2.8 - Metodologia:

- O projeto pedagógico abordado nesse documento possui um período mínimo


de 5 anos ou dez períodos letivos seguindo um regime semestral de créditos
(cada 18 horas de aulas teóricas ou práticas ou 54 horas de estágio,
correspondem a um crédito) cada hora-aula corresponde a uma hora-relógio.

2.9 - Matriz Curricular:

- A matriz curricular do curso está dividida em três grandes grupos: Disciplinas


do núcleo básico, Disciplinas do núcleo profissionalizante e Disciplinas do
núcleo específico.

Conteúdos abrangidos pelas disciplinas do núcleo básico:


. Contexto e Humanidades;
. Informática;
. Matemática;
. Física;
. Química;
. Expressão Gráfica;
. Mecânica dos Fluidos;
. Mecânica dos Sólidos;
. Eletricidade Aplicada;
. Ciência e Tecnologia dos Materiais;
. Organização de Produção;
. Administração e Economia.

Conteúdos abrangidos pelas disciplinas do núcleo profissionalizante:

. Termo ciências e Engenharia Térmica;


. Sistemas Mecânicos;
. Processos Mecânicos de Fabricação;
. Instrumental e Laboratorial.

Conteúdos abrangidos pelas disciplinas do núcleo específico:

. Máquinas de Fluxo;
. Análise Estrutural;
. Engenharia Térmica;
. Projeto de Máquinas e Automação;
. Fabricação Mecânica;
. Projeto de Mecânico;
. Projeto de Graduação

2.10 - Competências e Habilidades Gerais:

- Na resolução do CNE/CES de 11/03/2002, que versa sobre as Diretrizes


Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação de Engenharia, são
apontadas as seguintes habilidades e competências que devem ser
desenvolvidas pelo curso:

. Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais


à Engenharia (+ / - 1500 horas)

. Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; (+ / - 1000 horas)

. Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; (+ / - 1100


horas)

. Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de


engenharia; (+ / - 700 horas)

. Identificar, formular e resolver problemas de engenharia; (+ / - 1600 horas)

. Desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; (+ / - 800 horas)

. Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;

. Avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; (+ / - 500 horas)

. Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; (+ / - 500


horas)

. Atuar em equipes multidisciplinares; (+ / - 700 horas)

. Compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; (+ / - 500


horas)

. Avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e


ambiental; (+ / - 300 horas)

. Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; (+ / - 100 horas)

. Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. (+ / - 600


horas)

- O desenvolvimento dessas habilidades está relacionado com as disciplinas


integrantes da estrutura curricular obrigatória do curso.

2.11 - Distribuição das disciplinas por núcleos de conteúdo (em %)”:

- Conteúdo Básico > 36 %


- Conteúdo Profissionalizante Geral > 16 %
- Conteúdo Específico > 37 %
- Estágio Supervisionado > 9 %
- Trabalho de Conclusão de Curso > 2%

2.12 - Avaliação do Projeto Pedagógico do Curso:

- A avaliação do projeto pedagógico do curso deve ser norteada pela análise


crítica continuada ao cumprimento de seus objetivos, a adequação do perfil do
egresso às demandas da sociedade regional, o desenvolvimento de
habilidades e competências necessárias. Outro fator que se pode destacar é a
aceitação do aluno nos mercados regionais, nacional e internacional, assim
também como na comunidade acadêmica. Tudo isso está relacionado a toda
formação acadêmica do aluno em seu período completo de estudo, passando
por todas por todas as etapas, até a chegada ao mercado de trabalho.

2.12.1 - Avaliação do Curso:

- Os métodos de avaliação estão estruturados nos seguintes eixos: avaliação


dos docentes pelos discentes por instrumentos próprio, avaliação das Unidades
Curriculares pelos discentes, avaliação do aproveitamento de aprendizagem do
aluno, avaliação das disciplinas por seus professores regentes e a avaliação do
curso pelos egressos. Visto que, inicialmente esses são seguintes eixos, as
ferramentas de diagnósticos e mecanismos de ação para a avaliação do curso
estão em discussão colegiada, visando uma posterior implantação.

2.12.2 - Corpo Docente:

- Para implantação do curso serão necessários 2 novos docentes para atuarem


no ciclo básico e outros 4 novos docentes para atuarem no ciclo profissional,
eles se dividem pelas seguintes áreas de conhecimento / especialidades:

. Um professor de matemática aplicada;


. Um professor de física;
. Um professor para mecânica dos fluidos e máquinas de fluxo;
. Um professor para mecânica térmica, máquinas térmicas e transferência de
calor;
. Um professor para projeto de máquinas, dinâmica, vibrações e desenho;
. Um professor para mecânica dos sólidos, materiais e fabricação.

3- Referências bibliográficas:
Universidade Federal de Minas Gerais, Pró-reitoria de Graduação. Projeto
Pedagógico de Curso – PPC. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/prograd/arquivos/destaque/ppc.pdf> Acesso em: 22
setembro 2021
Ministério da Educação, Secretária de educação Superior. Referenciais
Nacionais dos Cursos de Engenharia. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/referenciais.pdf> Acesso em: 22
setembro 2021
CEFET-MG. Comparação entre as diretrizes novas e antigas dos cursos de
engenharia. Disponível em: <
https://www.dirgrad.cefetmg.br/wp-content/uploads/sites/81/2019/08/5_Quadro-
comparativo-das-DCNs.pdf> Acesso em: 22 de setembro 2021
CEFET-RJ. Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Mecânica. Disponível
em:
< http://www.cefet-rj.br/attachments/article/2573/PPC-EngMecanica-
NI2017%20novo.pdf> Acesso em: 22 de setembro 2021
BRASIL, Decreto-Lei Nº 9.235 de 15 de dezembro de 2017. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/D9235.htm>
Acesso em: 22 de setembro 2021

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