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DEPUTADOS
REPRESENTAÇÃO Nº , DE 2018
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http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,corpo-de-vereadora-velado-na-camara-municipal-do-rio-
policia-investiga-execucao,70002228252
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outras notícias falsas, acusou a vereadora do PSOL de ter sido casada com o
traficante Marcinho VP, ser usuária de drogas e de ter sido eleita com apoio do
Comando Vermelho. A calúnia, em si, já é um crime lamentável porque tenta
atingir a honra e a imagem da pessoa. Quando acontece, todavia, após a morte, é
conduta ainda mais reprovável, por ser absolutamente covarde, ao não permitir
ao outro aplicar meios de defesa.
2
https://www.metropoles.com/brasil/no-twitter-deputado-fraga-da-bancada-da-bala-ataca-marielle-
franco
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Em entrevista concedida à Band no mesmo dia da postagem inicial, o
deputado disse que recebeu as informações pelas redes sociais, não apurou a
veracidade do conteúdo, mas que não se arrepende de tê-la feito3. Isto é: não
obstante aparentar que a retirada da postagem no Twitter tenha se dado por
arrependimento, o próprio Parlamentar esclareceu que não é o caso. Ele excluiu
seus comentários em razão do repúdio popular expressado através das redes
sociais.
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http://noticias.band.uol.com.br/noticias/100000905059/deputado-acusa-marielle-de-ter-sido-casada-
com-traficante-marcinho-vp.html
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2. DA QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR
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Casas Legislativas. O mau uso delas (das prerrogativas) é um desrespeito a essas
conquistas. Mais: o mau uso delas para atacar, caluniar e difamar uma
parlamentar que foi morta por exercer cargo político é algo inaceitável.
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CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
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Cumpre-nos registrar que o Supremo Tribunal Federal em recente decisão
envolvendo outro Parlamentar desta Casa, decidiu pelo recebimento de denúncia
por prática dos delitos de incitação ao crime de estupro e injúria. O Ministro
Relator, Luiz Fux, entendeu que as declarações do Deputado Jair Bolsonaro não
têm relação com o exercício do mandato, logo, não incide a imunidade prevista
na Constituição: “O conteúdo não guarda qualquer relação com a função de
deputado, portanto não incide a imunidade prevista na Constituição Federal”.
O Relator acrescentou que, apesar de o Supremo ter entendimento sobre a
impossibilidade de responsabilização do parlamentar quanto às palavras
proferidas na Câmara dos Deputados, as declarações foram veiculadas também
em meios de comunicação, não incidindo, assim, a imunidade.5
5
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319431&caixaBusca=N
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seja, as imunidades materiais e processuais e as prerrogativas
trazidas no art. 536”. (grifamos)
Por fim, cabe ressaltar que o parlamentar, assim como qualquer agente
público, deve obediência aos princípios da administração pública, trazidos no art.
37 da CF. Portanto, os integrantes do poder legislativo estão submetidos aos
princípios da administração pública, e a quebra do decoro parlamentar, mais que
uma infração funcional, afronta o princípio da moralidade pública. Para os
autores Luiz Lênio Streck, Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira e Dierle Nunes,
isso, por si só, justifica a sanção da perda do mandato.7
3. DOS PEDIDOS
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STRECK, Lênio; CATTONI DE OLIVEIRA, Marcelo Andrade; NUNES, Dierle. Comentário ao art. 55. In:
CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W., Comentários à Constituição do Brasil. São
Paulo: Saraiva/Almedina, 2013. p. 1083.
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Idem.
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III – o depoimento pessoal do Representado ao Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara dos Deputados, sem prejuízo da defesa técnica;
JULIANO MEDEIROS
Presidente do Partido Socialismo e Liberdade