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Puxão do passado
Parecia cedo, mas já em 1953 tínhamos um psicólogo, preocupado com os impactos que
sofreríamos no futuro. É exatamente neste sentido, que hoje, psicólogos estão se reunindo
para tratar de: “Novos rumos de tecnologia social”. Novamente, alguns cientistas da área de
humanas / sociais estão preocupados com os atuais e futuros impactos dos avanços
tecnológicos no nosso objeto de estudo: O homem.
Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a OMS, o
Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. A depressão é o
mal do século XXI. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros. Mesmo assim, parte dessas
pessoas não possuem assistência médica adequada.
Todavia, falar sobre saúde mental ainda é um tabu porque está muito associada à doença
mental, à loucura, às perturbações variadas de ordem mental. Observamos que, antes da
medicina se desenvolver, as complicações emocionais e psicológicas eram explicadas por um
viés religioso/espiritual. Assim, as pessoas que enfrentavam dificuldades eram vistas como
“possuídas” ou influenciadas pelo demônio. Na Idade Moderna, as questões relacionadas
passaram a ser consideradas como ausência de condição crítica para avaliar as situações e
cuidar de si. Por esse motivo, as pessoas passaram a ser internadas, para que fossem tuteladas
por outros e, em consequência, eram privadas de seus direitos. Muitas destas acreditam
também e tem medo de que ao fazerem terapia vão ser classificadas como loucas e irão para
manicômios. Um exemplo foi o chamado "holocausto brasileiro", ocorrido no complexo
manicomial de Barbacena (1906 - 1996) em que os métodos de tratamento e as condições do
Manicômio causaram a morte de mais de 60 mil pessoas. Os tratamentos funcionavam à base
de tortura: utilizavam cadeiras elétricas, solitárias e camisas de força. Os pacientes eram
submetidos a situações precárias, como fome e sede.