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Paula Petroski
2 Provas + Trabalho;
1. LEGISLAÇÃO
Decreto 57.663/66
Existem outros títulos de crédito: os títulos de crédito chamados impróprios, entre eles o
warrant, o conhecimento de frete, ações, debêntures, etc. O nosso estudo se baseará nos
títulos cambiariformes ou próprios (Letra de Câmbio, Nota Promissória, Duplicata e Cheque).
2. CONCEITO
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo
nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
DOCUMENTO – é representado por um papel que era chamado de cartula – logo, é através
da cartularidade que é possível exercer esse direito.
LITERAL – tem que estar escrito no documento. Literalidade = vale o que está escrito.
AUTÔNOMO – não está vinculado a nada, ou seja, as obrigações nele contidas são
independentes entre si.
O título de crédito que possui todas as características é considerado um título perfeito e são a
Letra de câmbio e a nota promissória.
b.1) abstração – significa que o título, uma vez endossado, liberta-se da causa que lhe deu
origem;
b.2) inoponibilidade das exceções aos terceiros de boa fé – não posso propor nenhuma
defesa contra o pagamento, ao portador de boa-fé, do título;
c) À ORDEM – em tal caso, eles trazem os nomes dos beneficiários e, contendo a cláusula
esclarecedora de que o direito à prestação pode ser transferido pelo beneficiário à outra
pessoa – circulam mediante tradição – ex.: Pague ao Sr. F., ou à sua ordem, …).
d) NÃO À ORDEM – a clausula não à ordem retira do título uma das suas principais funções
(a livre circulação), fazendo com que o crédito não seja facilmente usado pela circulação
através de endosso – entretanto, o título não à ordem também pode circular, através de uma
cessão, que requer um termo de transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário –
como conseqüência da cessão, o cedente se obriga apenas com o cessionário, não em relação
aos posteriores possuidores do título – circulam mediante a tradição acompanhada da cessão
civil de crédito.
5. ESPÉCIES
a) PRÓPRIO – são aqueles que encerram uma verdadeira operação de crédito, subordinada, a
sua existência, à confiança que inspiram os que dele participam – são aqueles que preenchem
todos os requisitos e princípios do Direito Cambiário, bem como os seus atributos – ex.: letra
de câmbio e nota promissória.
b) IMPRÓPRIOS – são aqueles que não representam uma verdadeira operação de crédito, mas,
que revestidos de certos requisitos dos títulos de crédito propriamente ditos, circulam com as
garantias que caracterizam esses papéis – ex.: ações, debêntures, conhecimento de depósito,
warrant, conhecimento de frete.
f) NÃO CAUSAIS ou ABSTRATOS – são aqueles em que os direitos incorporados no título não
se ligam ou dependem do negócio que deu lugar ao nascimento do título – assim, ao portador
ou qualquer obrigado não é permitido inquirir a causa do título, já que esse vale por si mesmo
– podem ser criados por qualquer causa, para representar obrigação de qualquer natureza no
momento do saque – ex.: letra de câmbio, nota promissória, cheque.
LETRA DE CÂMBIO
1. Conceito
Entende-se por Letra de Câmbio uma ordem dada, por escrito, a uma pessoa, para que pague
a um beneficiário indicado, ou à ordem deste, uma determinada importância em dinheiro. A
letra de câmbio é um título de crédito, dotado de literalidade e de autonomia das obrigações.
Desempenha importantíssima função econômica pela ampla utilização do crédito que
proporciona.
Conceito Alessandra: “Ordem de pagamento emitida pelo sacador ao sacado, para que o
sacado pague o tomador”.
2. Figuras intervenientes
2.1) SACADOR – é aquele que dá a ordem, aquele que cria e emite a letra, dando a ordem de
pagamento – é também denominado credor.
2.2) SACADO ou DEVEDOR – é aquele a quem a ordem é dada, contra quem a ordem é dirigida.
2.3) TOMADOR ou BENEFICIÁRIO – é aquele a favor de quem é emitida a ordem – é aquele que
porta o título e que fica no lugar do credor.
Muitas vezes o sacador é também beneficiário – neste caso o sacado aceitante pagará àquele
que criou a letra de câmbio – ocorre nos contratos de alienação fiduciária, por exemplo, onde
a financeira emite o título de crédito para que o sacado (a pessoa que está alienando o carro)
pague a ela mesma.
Muitas vezes o sacador ocupa o lugar do sacado – A dá uma ordem para que B pague e este
não dá o aceite – o beneficiário vai cobrar do sacador.
Todos os que fazem parte da obrigação cambiária são coobrigados (quem emite a letra é que é
o obrigado a pagar quando o sacado não paga).
Enquanto não houver o aceite não há qualquer obrigação por parte do sacado se houver uma
dívida entre o sacador e o sacado, o primeiro tem outras formas admitidas em Direito para
buscar o cumprimento da obrigação – se o sacador pagar ao beneficiário há o direito de
regresso, mas não no Direito Cambiário, ou seja, nesse caso não há o que se falar em
execução.
Quando houver o aceite, o sacado passa a ser coobrigado, mas o sacador também o é, e se o
primeiro não pagar é ele quem assume essa responsabilidade.
3. ACEITE
Reconhecimento do débito pelo sacado, que mediante apresentação da letra de câmbio
manifestará a concordância (ou não) em cumpri a ordem de pagamento que lhe foi dada pelo
sacador.
3.1 Características
Letra de câmbio;
Mandato puro e simples;
Nome daquele que deve pagar (sacado);
Época do pagamento (vencimento);
Indicação do lugar do pagamento;
Nome a quem a ordem deve ser paga (beneficiário);
Indicação da data ou local da emissão do título;
Assinatura do sacador (sacado não precisa estar ali);
Sacado irá assnar quando emitir o aceite.
VENCIMENTO
4. ENDOSSO
Para que a letra de câmbio possa facilmente ser transferida e se opere a circulação dos direitos
de crédito nela incorporados, emprega-se um meio próprio dos títulos de crédito chamado de
endosso, que consiste na simples assinatura do proprietário no verso ou anverso da letra,
antecedida ou não de uma declaração indicando a pessoa a quem a soma deve ser paga –
com essa assinatura a pessoa que endossa o título, chamada endossante, transfere a outrem
chamado endossatário, a propriedade da letra (L.U., art. 14) – nessa condição, o endossatário
ao receber a letra torna-se o titular dos direitos emergentes nela contidos, podendo, assim,
praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a sua propriedade.
O endosso é ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por título “à
ordem”. A alienação do crédito fica condicionada, também, à tradição do título, levando-se em
conta o Princípio da Cartularidade. Já que se está transferindo um direito, quem pode faze-lo
é o possuidor do título.
Endossatário = adquirente.
· COMENTÁRIOS:
Espécies de endosso:
1 – ENDOSSO PRÓPRIO
a) ENDOSSO EM BRANCO – quando não identifica o nome do beneficiário transformando o
título nominativo em ao portador, transferindo o crédito por mera tradição – a assinatura é
feita no verso com a expressão “pague-se”, hipótese em que o endossante não fica como
coobrigado – desonera os demais coobrigados.
2 – ENDOSSO IMPRÓPRIO (aquele que não transfere a titularidade do título, mas, somente o
título) – Tipos:
b) ENDOSSO CAUÇÃO – cumprida a obrigação pelo penhor, deve a letra retornar à posse do
endossante – dado como garantia; pago o débito a instituição devolve o título.
· O endosso de uma letra na qual foi inserida a cláusula “não à ordem” também terá o
efeito de uma cessão civil de crédito.
ENDOSSO
· Instituto do Direito Cambiário.
4. NATUREZA JURÍDICA
NOTA PROMISSÓRIA
Documento que contém uma promessa de pagamento de quantia líquida e certa que uma
pessoa faz em favor de outra. Não há ordem. Promete-se pagar certa soma de dinheiro a
outrem. Para ter validade como título de crédito, deve haver a existência de todos os
requisitos legais.
Nota promissória é abstrata – não está vinculada ao negócio que possa ter sido a origem da
sua emissão.
Não existe Nota Promissória ao portador. Pois o nome do beneficiário deve estar constado.
3. Emissão
Ato Unilateral, pois se trata de uma promessa, uma assinatura. Não precisa da concordância
do credor.
5 . Vencimento
Pro solvendo – quando está vinculada a contratos, não estão mais abstratas. (exceção) pois
perde uma das características, que é a liquidez do título. Permitindo, em um aspecto pratico
por consequência, que se possa discutir a causa subjacente, ou seja, a causa que deu origem a
emissão dos títulos.
Ação Cambial
Regime Jurídico
A Nota Promissória está sujeita às mesmas normas aplicadas com relação à Letra de Câmbio,
com as exceções estabelecidas pela Lei Uniforme (arts. 77 e 78) – são elas:
· Não há o que se falar em aceite pois ele se confunde com o próprio saque e nem
em vencimento antecipado por falta de aceite, pois ela já nasce com ele – não é a corrente
aceita por todos os autores – Fran Martins, João Eunápio Borges e Waldemar Ferreira dizem
que a NP, realmente, já nasce aceita, mas que no momento em que o sacador emite a NP ele
pode propor uma data para a vista.
· O subscritor da NP é o seu devedor principal
OBS.:
1) Todas as normas relativas à Letra de Câmbio serão aplicadas à Nota Promissória naquilo
que não desnaturar a essência do Título (L.U., art. 77) – ex.: as normas relativas ao aceite, ao
vencimento antecipado por falta do aceite e ao protesto por falta do pagamento.
2) VENCIMENTO A CERTO TERMO DE VISTA – a lei, em seu art. 77, ajusta o regime da Nota
Promissória ao da Letra de Câmbio – pelas conclusões já analisadas, decorreria o
entendimento de que tal vencimento seria incompatível com a natureza do título, qual seja:
promessa de pagamento – o ajuste funciona a partir do visto na NP – ex.: “30 dias após o
visto, pagarei, por esta única via de Nota Promissória, a quantia de . . .” – o portador da nota
tem o prazo de 1 ano a contar da data do saque para apresentá-la ao visto do subscritor –
praticado o ato, começa a fluir o termo mencionado no título – se, por outro lado, o visto é
negado pelo subscritor, caberá ao portador protestar a NP, correndo o prazo do vencimento a
partir da data do protesto.
A Lei Uniforme, no Capítulo I do Título I, trata da criação e forma da letra de câmbio, tendo a
tradução brasileira, adotada pelo Decreto n. 57.663, substituído a palavra criação por emissão.
A Lei n. 2.044, intitulava o Capítulo I, DO SAQUE. Em ambas as leis, nesses capítulos, é regulada
a criação da letra, com os requisitos essenciais para a sua validade. A criação, segundo tais
dispositivos legais, é equivalente à emissão.
Em resumo, temos que criar a letra é dar a forma escrita ao título e emitir é fazer o título, já
criado, entrar em circulação. Com a criação da letra de câmbio, alguém, denominado sacador,
ordena a outra pessoa, chamada sacado, que pague a um terceiro, designado tomador, em
certa época, uma importância determinada.
PONTO VI – AVAL
Entende-se por aval a obrigação cambiária assumida por alguém no intuito de garantir o
pagamento da letra de câmbio nas mesmas condições de um outro obrigado. É uma garantia
especial, que reforça o pagamento da letra, podendo ser prestada por um estranho ou mesmo
por quem já se haja anteriormente obrigado no título. A pessoa que dá tal garantia tem o
nome de avalista e aquela a quem ele se equipara, e por intermédio da qual é assumida a
obrigação de pagar o título, denomina-se avalizado.
Para assumir tal obrigação o avalista necessita ser capaz, como, aliás, deve acontecer com
todos quantos se obrigam cambialmente.
OBS.:
2) Na falta de indicação (aval em branco) de quem está sendo avalizado, entende-se que o
aval foi dado em favor do sacador (L.U., art. 31)
· COMENTÁRIOS:
· Se o aval for dado no verso com somente a assinatura do avalista (em branco), ele estará
avalizando o sacador.
· Pode haver uma cadeia de avalistas da mesma forma que se tem uma cadeia de
endossantes.
· O avalista pode aparecer em qualquer lugar do título, avalizando qualquer uma das
pessoas e, com isso, aumentando a garantia do pagamento.
· O aval, como obrigação do Direito Cambiário, faz com que o avalista se obrigue no
pagamento integral; logo, o direito de regresso é em relação ao pagamento total do título e
não em cotas partes como no Direito Civil.
· DA SOLIDARIEDADE CAMBIÁRIA E DA SOLIDARIEDADE PASSIVA NO DIREITO CIVIL
Existem duas correntes: a majoritária fala que inexiste solidariedade entre avalistas no caso de
avais simultâneos uma vez que as obrigações cambiárias são independentes entre si; cada
avalista responde somente, ele próprio, pelo valor integral da dívida. Isso significa que, se um
avalista pagar sozinho o valor do título, não lhe assistirá o direito de exigir dos demais avalistas
a divisão proporcional do valor pago.
OBS.: a equivalência nas obrigações do avalista e do avalizado será sempre observada como
uma obrigação autônoma. Quando se fala nesta equivalência é que o portador do título tanto
pode executar o aceitante como o avalista, mas isso não se refere à mesma extensão da
obrigação do avalizado – ex.: pedido de concordata preventiva pelo devedor – com a
concordata o devedor tem uma diminuição no pagamento dos seus débitos através de um
acordo com os seus credores. O avalista, que não tem nada a ver com este acordo, se for
executado, deverá pagar o valor integral do débito e o seu direito de regresso contra o
devedor se fará pelo menor valor, ou seja, com o valor diminuído pelo acordo.
Exceções que o avalista poderá argüir em juízo (não poderá invocar matéria pertinente ao
direito do avalizado):
1 – Direito pessoal próprio;
· ORDINÁRIO – é aquele que se opera quando o título atinge o prazo nele marcado, ou
seja, que se opera pelo fato jurídico do tempo ou pela apresentação da letra ao sacado,
quando à vista. A letra de câmbio pode ser passada: à vista, a certo tempo de vista, a um certo
tempo da data e a dia certo.
· A CERTO TEMPO DE VISTA – a letra vence para pagamento a tantos dias ou meses da
data do aceite – inicia-se a contagem desse prazo no dia seguinte à data do aceite – ex.:
“Três meses após o aceite, V.S.a pagará, por esta única via de letra de câmbio, a Fulano, a
importância de . . .”
· A CERTO TEMPO DA DATA – aquele em que o dia do pagamento será determinado a
partir do momento em que a letra é sacada – em termos de aceite, o prazo fica estabelecido
entre a data do saque e a data do vencimento – sendo o vencimento fixado para o
“princípio”, o “meado” ou o “fim” do mês, essas expressões devem ser entendidas como o dia
primeiro, o dia quinze e o último dia do mês – ex.: “Seis meses desta data pagará, V.S.a a
Fulano, por esta única via de letra de câmbio, a importância de Um mil reais. Rio de Janeiro,
31 de Janeiro de 2.000 – esta letra vencerá em 31 de Julho de 2.000 – caso o mês não tenha
o dia 31, vencerá no último dia do mês.
O pagamento de uma letra de câmbio deve ser feito no prazo estipulado pela lei, que difere
segundo o lugar de sua realização. Para uma letra de câmbio pagável no exterior, o credor
deve apresentar o título ao aceitante no dia do vencimento ou num dos dois dias úteis
seguintes. No Brasil, recaindo este num dia não útil, no primeiro dia útil seguinte (L.U., art. 38).
OBS.: o Professor Fran Martins diz que tanto no Brasil quanto no exterior a apresentação para
pagamento deve ser feita na mesma data, isto é, dois dias após o vencimento – é o único que
adota este pensamento, mas já existem alguns julgados admitindo essa posição.
Para fins de pagamento no Direito Cambiário/Comercial, considera-se dia útil aquele em que
há expediente bancário – excetuam-se os dias de greve, os dias de meio expediente ou
quando existe alguma medida do governo e é determinado um feriado bancário.
Uma obrigação cambial é de natureza quezível, ou seja, cabe ao credor a iniciativa para a
obtenção da satisfação do crédito.
A letra de câmbio, como ordem de pagamento, deve ser apresentada segundo o seguinte
critério:
2 – Se o devedor principal (aceitante) não pagar, apresenta-se a letra ao sacador (ao seu
avalista) e aos endossantes (e seus avalistas) seguindo um critério cronológico.
OBS.: João Eunápio Borges diverge de Fran Martins quanto à apresentação da letra ao sacado
aceitante em primeiro lugar. Para o primeiro “a apresentação da letra ao aceitante é ato
preliminar e obrigatório a que se encontra condicionado o pagamento do título de crédito”.
Problema: Antônio, sacador, emite uma letra de câmbio contra Benedito, que aceita o título
para pagamento em favor de Carlos. Carlos endossa o título para Darci que endossa para
Evaristo. Fabrício presta aval em branco. Germano avaliza Benedito. Hebe Camargo avaliza
Carlos e Irene Ravache avaliza Darci. Pergunta-se:
2) Quem é o credor do título e a quem ele deverá se dirigir primeiro para obter a satisfação
de seu crédito ?
PONTO IX – INTERVENÇÃO
É o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não, aceita ou paga a letra por honra de outrem. A
essa pessoa dá-se o nome de interveniente; procura, a intervenção, evitar que a letra caia em
descrédito pelo não acatamento da ordem dada ou pelo não cumprimento da obrigação
assumida (L.U., arts. 55 a 63).
Entende-se por protesto o ato solene destinado principalmente a comprovar a falta ou recusa
do aceite ou do pagamento da letra – o protesto apenas atesta esses fatos, não cria direitos e
é um simples meio de prova para o exercício do Direito Cambiário – com o protesto o juiz tem
o convencimento de que o credor esgotou todas as tentativas para a cobrança do título.
Se não forem observados os prazos fixados na lei para a extração do protesto, o portador do
título perderá o direito de regresso contra os coobrigados da letra, permanecendo o direito
contra o devedor principal – diante dessas conseqüências da lei, a doutrina costuma chamar o
protesto de necessário ( = contra os coobrigados) ou facultativo ( = contra o devedor principal
e seu avalista).
Tais conseqüências não se aplicam no caso da letra de câmbio contemplar a cláusula “sem
despesa”, “sem protesto” ou outra equivalente (L.U., art. 46), que dispensa o portador de fazer
um protesto por falta de aceite ou de pagamento, para poder exercer os seus direitos de ação.
OBS.: Em uma letra de câmbio a certo tempo de vista que não contenha a data do aceite deve,
o portador, protestá-la para que o termo inicial do respectivo prazo seja definido caso o
aceitante, procurado, se recuse a datá-lo.
Compelido a comparecer em cartório para datar o título, se não o fizer, a data do aceite pode
ser pautada a partir da data do protesto ou considerar o aceite praticado no último dia do
prazo para a apresentação da letra (ou seja, um ano da data do saque).
Quando a letra de câmbio (e a nota promissória) encontra-se ligada a um contrato original (ou
seja, a existência do título fica presa ao cumprimento do contrato de que resultou o título
como condição para a perfeição daquele), encerram-se todas as questões de direito abstrato
(isto é, o título se desprende da causa que lhe deu origem).
A admissão da ação causal por locupletamento ou enriquecimento ilícito por parte do credor é
aceita pela doutrina e pela jurisprudência.
· AÇÃO CAMBIAL
Se não for pago no vencimento, o credor poderá promover a execução judicial do título de
crédito contra qualquer devedor cambial, observadas as condições de exigibilidade do crédito
e a cadeia de anterioridade e posterioridade, já examinada.
Assim como a nota promissória, a duplicata e o cheque, a letra de câmbio vem definida pela
Lei Processual (art. 585, CPC) como título executivo extrajudicial (ou seja, não é preciso provar
nada, salvo na ação de locupletamento), cabendo a execução do crédito correspondente.
· PRESCRIÇÃO
Para o exercício do direito de cobrança por via de execução a lei determina prazos
prescricionais (L.U., art.70) de:
É um título de crédito formal, que consiste em um saque fundado em crédito concedido pelo
vendedor ao comprador, baseado em contrato de compra e venda mercantil ou de prestação
de serviços celebrado entre ambos, cuja circulação é possível mediante endosso.
2) Fatura
4) Requisitos Essenciais
· Lei 5.474/68 (art. 2o) e Lei 6.068/75 (art. 3o).
5) Registro
6) Remessa e Devolução
A duplicata deverá ser apresentada ao devedor dentro de 30 dias da sua emissão. Entretanto,
se a remessa for feita por instituição financeira, o prazo será de 10 dias.
Quando não for à vista, o prazo para o devedor devolver a duplicata ao comerciante será de 10
dias, com o aceite ou acompanhada de documento escrito explicando os motivos da não
aceitação, se este for o caso.
7) Aceite e Pagamento
Motivos que podem ser alegados pelo sacado para recusar-se a pagar a duplicata:
8) Retenção
É permitido ao sacado reter a duplicata até a data do vencimento do título desde que haja
concordância expressa do sacador ( = vendedor) e da instituição financeira, devendo o sacado
comunicar por escrito que a aceitou e que irá rete-la.
Caso na data do vencimento o sacado não pagar a importância devida, poderá o sacador
promover a ação executiva ou protestar o título, fundado na comunicação do sacado que
aceitou o título e irá rete-lo. Esta comunicação substitui a duplicata retida, para essas
finalidades.
A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, por falta de devoluçõ e por falta de
pagamento. O prazo para protesto é de 30 dias a contar da data do vencimento. O protesto
pode ocorrer mediante a prova de remessa ou entrega de mercadoria. Essa forma de protesto
supre a falta de aceite, podendo servir de subsídio para fundamentar a ação de cobrança, pois
é sabido que, de acordo com a Lei 5.474/68, a duplicata é Título Executivo Extrajudicial.
A ação fundada na duplicata é a Ação de Execução, conforme o disposto no art. 585, I, CPC.
10) Prescrição
O prazo de prescrição da ação de cobrança da duplicata é de:
11) Triplicata
É aquela expedida e/ou aceita sem que, efetivamente, tenha correspondência à uma
mercadoria vendida em quantidade ou qualidade ou a um serviço prestado.
É uma ordem de pagamento, sempre à vista (ou seja, na data da apresentação deve ser
liquidado), sacada contra um banco ou instituição financeira que seja reputada como tal, com
suficiente provisão de fundos, pelo sacador em mão do sacado ou decorrente do contrato de
abertura de crédito.
· É o título de crédito mais utilizado nas práticas mercantis atualmente – o Professor Fran
Martins o considera um título de crédito impróprio porque não atende a todos os requisitos
dos títulos, mas esse pensamento é minoritário.
1. Diplomas Legais
O cheque é disciplinado pela Lei 7.357/85 e subsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque
promulgada pelo Decreto 57.595/66, naquilo que não foi derrogada.
· Devemos observar, além dessas, todas as outras normas que regulam o cheque:
tributárias, CDC, instruções do BACEN, etc.
3. Figuras Intervenientes
· BENEFICIÁRIO – é a pessoa a quem o sacado deve pagar a ordem emitida pelo sacador.
· O cheque é emitido contra banco ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob
pena de não valer como cheque.
· O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar autorizado a, sobre
eles, emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos
não prejudica a validade do título como cheque.
5. Espécies
a) Quanto à circulação:
a.1 – AO PORTADOR (com valores de até R$ 100,00);
a.2 – NOMINATIVOS;
b) Quanto à forma:
b.1 – CHEQUE VISADO – Lei 7.357/85, art. 7o – é aquele em que o sacado deve reservar, da
conta corrente do sacador, em benefício do credor, quantia equivalente ao valor do cheque,
durante o prazo de apresentação – esse tipo de cheque é visado pelo banco e não pode ser
endossado.
Se o cheque visado não for apresentado dentro do prazo para a apresentação, o banco
devolve, para a conta do correntista, o montante reservado.
OBS: a doutrina tem o cheque cruzado pelo cheque para depósito em conta.
6. Endosso
O cheque tem a vocação de circular como título pela simples tradição; quando não traz a
menção do beneficiário circula ao portador.
O endosso somente poderá ser feito ao beneficiário do cheque ou a qualquer pessoa que
tenha capacidade para recebe-lo, visto que, conceitualmente, endossar significa transferir a
titularidade de seu título – não é permitido o endosso ao sacado e, se feito, valerá apenas
como quitação, isto é, como prova de que o pagamento da ordem foi feito pelo banco.
O endosso deve ser puro e simples, não podendo ficar subordinado à condição alguma – é
também nulo o endosso parcial.
7. Aval
Do mesmo modo que acontece com a letra de câmbio, o cheque pode ser avalizado. O aval
constitui uma garantia suplementar do título. O aval, no cheque, pode ser dado de forma total
ou parcial, assim como na letra de câmbio. Se o aval não trouxer essa limitação, entende-se
que ele foi dado na totalidade do cheque. O avalista se responsabiliza pelo pagamento do
cheque e não pelo pagamento de uma certa pessoa (o avalizado), daí dizer-se que o
“pagamento de um cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por um aval prestado por
terceiro ou mesmo por signatário do título”.
A exceção é feita quando durante o prazo para apresentação o sacador dispunha de fundos e o
cheque não foi apresentado. Após o prazo o beneficiário apresenta o cheque e não encontra a
provisão de fundos. Neste caso, não dispõe mais o portador da execução para receber o valor
do título (mas isto não quer dizer que o cheque prescreveu, pois a prescrição só ocorre
decorridos 6 meses a partir do prazo da última apresentação).
O banco não tem nenhuma obrigação cambial, não garante o pagamento do cheque, nem
pode garanti-lo, pois a lei proíbe o aceite, o endosso e o aval parcial de sua parte (Lei 7.357/85,
arts. 6o; 18, § 1o e 29).
9. Cheque Pós-datado
Mesmo que a sua emissão seja de data posterior, o cheque é pagável na sua apresentação, ou
seja, à vista. No caso de falta de provisão de fundos e observada a boa-fé, a jurisprudência tem
um entendimento uniforme quanto a absolvição criminal do sacador, embora a execução do
título seja sempre cabível pois é título executivo extra-judicial.
OBS.:
2) Apresentado ao banco, deverá ser pago à vista pois a instituição desconhece o acordo e
mesmo que tivesse ciência não estaria obrigada a respeitá-lo pois o contrato “só faz lei entre
as partes”.
3) Cabe indenização ao emitente pelo descumprimento da obrigação de não fazer (oral ou
escrita) – (Direito do Consumidor – Tutela):
3.1) Tendo provisão de fundos – indenização pela perda dos juros, cheque especial,
aplicações, etc.
3.2) Não tendo provisão de fundos – promovida a execução, terá, o consumidor, o direito
de, nos embargos, exigir a redução proporcional do valor da cobrança para compensação dos
prejuízos que sofreu, em particular com o pagamento da taxa de serviço de compensação
bancária e demais encargos contratuais, além de suportar o ônus da sucumbência
prosseguindo a execução pelo saldo remanescente, se houver, além do pagamento sobre o
dano moral sofrido pelo emitente pelo constrangimento de ter seu nome incluído no SERASA,
TELE-CHEQUE, CCF (Cadastro de Cheques sem Fundo), etc.
4) CONCLUSÃO – as partes deverão, sempre, honrar os seus acordos, pois tal prática existe
como alternativa de documentação de um crédito no interesse das partes que poderiam
adotar outros títulos.
O efeito do cheque é pro solvendo ( = o que deve ser pago), isto é, até a sua liquidação não
extingue a obrigação a que se refere. As partes podem pactuar efeito pro soluto ( = a título de
pagamento, ou seja, quando é pago resolve-se a obrigação), mas apenas para o Direito
Cambial.
10. Protesto
· AÇÃO DE COBRANÇA – a lei do cheque (Lei 7.357/85) declara que “o portador pode
promover a execução do cheque” (art. 47):
Qualquer destas declarações previstas na lei dispensa o protesto e produz o mesmo efeito
deste. O protesto deve ser feito antes de expirado o prazo para apresentação (30 ou 60 dias
dependendo se é ou não na mesma praça).
Os cheques pós-datados podem ser protestados pois são ordens de pagamento à vista. O
prazo prescricional da ação contra os obrigados no cheque, se inicia a partir da expiração do
prazo fixado para apresentação, que é contado tendo-se por base a data do cheque. Tira-se,
então, o protesto “antes de extinto o prazo para apresentação”, mas o exercício da ação ao
portador só prescreve decorridos 6 meses contados da expiração do prazo para apresentação.
O protesto pode ser dispensado quando no cheque é aposta a cláusula “sem protesto” ou
“sem despesas” ou outra equivalente, assinada pelo emitente, endossante e/ou avalista.
Também nos casos de insolvência comprovadamente declarada, intervenção, liquidação ou
falência do emitente.
O rito da ação do cheque é executivo e está regulado nos termos do art. 585, I, CPC e o valor a
receber é o da importância do cheque não pago, acrescida de juros moratórios, taxa legal e das
despesas que houver feito com o protesto. A proibição da lei na cobrança de juros é com
relação aos compensatórios (art. 10) e a permissão contida em seus arts. 52 e 53 se referem a
juros moratórios, isto é, devidos pela falta de pagamento.
O portador que não exerceu a competente ação executiva (6 meses a partir da expiração
do prazo de apresentação) no prazo legal, contra o sacador ou endossantes, tem o direito de
agir, já não mais cambiariamente, mas em ação comum, contra o sacador ou endossantes que
hajam feito lucros ilegítimos às suas custas. Não poderá agir contra os avalistas pois estes são
sempre obrigados cambiários e, prescrito o cheque, o documento perde a sua natureza
cambiária.
· Art. 51, Lei 7.357/85 – a ação de enriquecimento pode, também, ser proposta pelo réu
(devedor) contra o autor. Se houver motivo para que a obrigação do emitente não seja
cumprida em favor deste (réu ser credor do autor, p. ex.), tal defesa pode ser apresentada com
o intuito de liberar o réu do pagamento do cheque (Ação de Locupletamento Ilícito ou
Indevido, Repetição de Indébito).
A ação de execução prescreve em 6 meses a contar da data em que expirou o prazo para a
apresentação ou da data do protesto.
Não interposta a ação nos prazos acima mencionados, prescreveu os direitos do portador à
dita ação, perdendo o cheque a sua natureza cambiária. Poderá o portador, alegando
enriquecimento de outrem à sua custa (rito ordinário), entrar com uma ação ordinária de
locupletamento cujo prazo prescricional é de 20 anos, contando-se a partir dos 6 meses
contados da expiração do prazo para apresentação.
OBS.: Geralmente paga-se ao Banco dois reais por cada folha do cheque sustado durante 6
meses, renováveis até 5 anos da comunicação da oposição.
1) Introdução
2) Armazéns Gerais
3) Recibo de Depósito
São recibos de entrega das mercadorias e o documento pelo qual o armazém-geral meramente
reconhece sua condição de depositário da mercadoria – atesta o contrato de depósito
mercantil, firmado entre o depositante e o armazém-geral – não é passível de endosso.
4) Conhecimento de Depósito
5) Warrant
6) Circulação e Negociação
Como já foi dito, os títulos podem ser negociados juntos ou separados, sendo passíveis de
endosso. Endossados, o conhecimento de depósito transmite a propriedade das mercadorias
depositadas e o warrant confere ao cessionário o direito de penhor sobre essas mercadorias.
1) Introdução
2) Legislação
Os principais diplomas legais vigentes no Brasil que regulam o conhecimento de transporte são
o Decreto 19.473/30, o Decreto 20.454/31 e o Código do Ar (Decreto-lei 32/66).
3) Figuras Intervenientes
b) O DONO DAS MERCADORIAS que vão ser transportadas pode negociar o valor delas,
mediante endosso;
5) Mercadorias em Trânsito