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Modelagem e

Simulação do Mundo
Físico-Químico
2021/1

PARTE 1 – Prof. George Yabusaki


george.yabusaki@saojudas.br
(11) 9 7961-9424

PARTE 2 – Prof. Iguatinã e Prof. Dulceval


Modelagem e Simulação
do Mundo Físico-Químico

Cinética Química (Parte 1)

SEMANA 6
O que iremos ver…
• O que é a cinética química?

• Como poderemos avaliar uma


reação do ponto vista cinética

• Qual o impacto da temperatura


da cinética da reação

• Teoria da colisão - relação com a


velocidade de reação.
• A Cinética química é a área que estuda a
velocidade com que ocorrem de as reações
químicas.

• Cinética à Movimento ou Mudança;

• Energia cinética é a energia associada ao


movimento de um objeto;

• Em Química - A palavra cinética refere-se à


variação de concentração de um reagente ou de
um produto com o tempo. (por exemplo M/s)
• Existem muitas razões para estudar a velocidade
de uma reação.

Curiosidade intrínseca sobre a razão pela qual as


reações têm velocidades tão diversas.

• visão, fotossíntese têm uma escala de tempo na


ordem de 10-2 -10-6 s

• Outras como o passagem da grafite ao diamante


ocorrem na escala dos milhões de anos…

Isto antes dos Russos produzirem diamantes artificiais


de melhor qualidade que os diamantes naturais…
Reagentes à produtos
AàB

• Em geral é mais conveniente exprimir a


velocidade de uma reação em termos da
variação da concentração com o tempo

∆"
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = −
∆#

∆𝐵
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
∆𝑡
Onde ∆ 𝐴 𝑒 ∆ 𝐵 são variações de concentração durante o intervalo
de tempo ∆𝑡
40
35
30

Concentração M
25
Moleculas B
20
Moléculas A
15
10
5
0
Será que podemos dizer que a
0 10 20 30 40 50 60 70 80
velocidade da reação é T (s)
constante?
Não! Velocidade em cada um destes
instantes é diferente
Fatores que influenciam a velocidade.
Ø Concentração: Quanto maior a concentração dos reagentes, maior a velocidade da
reação;

Ø Energia de ativação: Quanto maior a energia de ativação, mais lenta será a reação;

Ø Temperatura: Quanto mais elevada a temperatura, mais rápida será a reação;

Ø Pressão: No caso de reações que envolvam reagentes gasosos, quanto maior a


pressão, mais rápida a reação;

Ø Superfície de contato: Para o caso de reagentes em diferentes fases, quanto maior a


superfície de contato do reagente sólido, mais rápida será a reação;

Ø Catálise: É uma reação na qual existe a presença de uma substância capaz de acelerar
a reação - um catalisador -, mas que não toma parte na reação propriamente dita,
permanecendo inalterada sua massa e suas propriedades após a reação. Seu efeito
baseia-se na redução da energia de ativação.
Lei da velocidade
𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷
Constante de velocidade

𝒙 𝒚
𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝑩

ORDEM DA REAÇÃO
• A sensibilidade da velocidade à variação da
concentração de A e B

• Sendo que esta ordem só poderá ser determinada


experimentalmente.
• Através da observação do impacto da
concentração de A e B na velocidade de reação .
Como Fazemos isto na prática? - Exemplo
2𝑁𝑂(𝑔) + 2𝐻& 𝑔 → 𝑁& 𝑔 + 2𝐻& 𝑂(𝑔)

[NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s)


5×10!" 2×10!" 1,25×10!#
10×10!" 2×10!" 5,00×10!#
10×10!" 4×10!" 10,00×10!#

A reação do Oxido Nítrico com o hidrogénio a 1280ºC

Determinar:
(a) Lei da velocidade,
(b) Constante de velocidade
[NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s)
1 5,00×10!" 2,00×10!" 1,25×10!#
2 10,00×10!" 2,00×10!" 5,00,×10!#
3 10,00×10!" 4,00×10!" 10,00×10!#

a) Lei da velocidade 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒙


𝑩 𝒚 Como determinar
x e y?
Mantendo a concentração de H2 constante e dobrando
concentração de NO vemos que velocidade 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
da reação Κ 𝐴 ( 𝐵 )
&
=
quadruplica 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒' Κ𝐴 ( 𝐵 )
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒& Κ 𝐴 ( 𝐵 ) Κ 𝑁𝑂 ( 𝐻& )
= 4=
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒' Κ 𝐴 ( 𝐵 ) Κ 𝑁𝑂 ( 𝐻& )

Κ 10×10!" ( 2×10!" )
4= 4 = 2( 𝑥=2
Κ 5×10!" ( 2×10!" ) 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
= Κ 𝑁𝑂 D 𝐻D E

𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒" Κ 𝐴 ( 𝐵 ) Κ 𝑁𝑂 ( 𝐻& )
= 2=
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒& Κ 𝐴 ( 𝐵 ) Κ 𝑁𝑂 ( 𝐻& )
A ordem global é
dada por (2+1) ou
Κ 10×10!" ( 4×10!" )
seja a reação é de
2= 2 = 2) 𝑦=1
Κ 10×10!" ( 2×10!" )
terceira ordem
[NO] (M) [H2](M) Velocidade inicial (M/s)
5,00×10!" 2,00×10!" 1,25×10!#
10,00×10!" 2,00×10!" 5,00,×10!#
10,00×10!" 4,00×10!" 10,00×10!#

a) A constante de velocidade k

𝑣 = Κ 𝑁𝑂 D 𝐻D E
𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝜥 𝑨 𝒙 𝑩 𝒚

𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐾=
𝑁𝑂 & 𝐻& '

1,25×10!#
𝐾=
5,00×10!" & 2,00×10!" ' 𝐾 = 2,50×10D𝑀HD𝑠 HE

(c) Velocidade de reação quando [NO]= 𝟏𝟐, 𝟎𝟎×𝟏𝟎!𝟑M e [H2]= 𝟔, 𝟎𝟎×𝟏𝟎!𝟑M

𝟐 𝟏
𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 2,50×10& 𝟏𝟐, 𝟎𝟎×𝟏𝟎!𝟑 𝟔, 𝟎𝟎×𝟏𝟎!𝟑

𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 2,20×10HM𝑀𝑠 HE
Relação entre a concentração e o tempo
“A lei da velocidade podem ainda ser utilizadas para
determinar a concentração de reagentes em qualquer
instante da reação”
Δ[𝐴] 1
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]
Aà Produto Δ𝑡
reação de 1ª Ordem
Δ[𝐴] 𝑑[𝐴]
𝑘 𝐴 =− 𝑘 𝐴 =−
Δ𝑡 𝑑𝑡
" #$
𝑑[𝐴] 1
- 𝑘=𝑚 −𝑘𝑑𝑡 = −𝑘 ) 𝑑𝑡 = ) 𝑑[𝐴]
-

𝐴
ln 𝐴
𝐴 ! ##
𝐴

−𝑘𝑡 = ln[𝐴]- − ln[𝐴].

𝑡 𝑡
ln 𝐴 # = −𝑘𝑡 + ln[𝐴]1
𝑦 = 𝑚𝑥 +b
Relação entre a concentração e o tempo

“À medida que a reação avança, a concentração dos


reagentes diminui” - um outra medida que relaciona a
concentração com tempo – é o TEMPO DE MEIA-VIDA
“ 𝒕𝟏 É o tempo necessário para a concentração do
𝟐
reagente diminuir para metade do seu valor inicial

ln 𝐴 Y = −𝑘𝑡 + ln[𝐴]X

1 [𝐴]X 1 2[𝐴]X
𝑡 = ln [𝐴]Y = [𝐴]X/2 𝑡E = ln
𝑘 [𝐴]Y D 𝑘 [𝐴]X

1 2[𝐴]X 0,693
𝑡E = ln Ln 2 = 0,693 𝑡E =
D 𝑘 [𝐴]X D 𝑘
Relação entre a concentração e o tempo
Reações de segunda ordem – ”quando a velocidade
depende da concentração de um reagente ao quadrado, ou
quando a soma das concentrações (x+y) é 2.
Δ[𝐴]
Aà Produto 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − 𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴]&
Δ𝑡
A+Bà Produto
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑘[𝐴][B]
reação de 2ª Ordem

Y Z $
𝑑[𝐴] 𝑑[𝐴]
&
𝑘[𝐴] = − −𝑘𝑑𝑡 =
[𝐴]& −𝑘 P 𝑑𝑡 = P [𝐴]$% 𝑑[𝐴]
𝑑𝑡
X Z #

1 1 1
[𝐴]- = 𝑘𝑡 +
[𝐴]Y [𝐴]X

𝑡
Relação entre a concentração e o tempo

TEMPO DE MEIA-VIDA para reacções de segunda ordem


pode ser dado por:

1 1 1 1
= 𝑘𝑡 + [𝐴]Y = [𝐴]X/2 = 𝑘𝑡E +
[𝐴]Y [𝐴]X [𝐴]X/2 D [𝐴]X

TEMPO DE MEIA-VIDA de uma reação de segunda 1


𝑡E =
ordem é inversamente proporcional à concentração D 𝑘[𝐴]X
inicial do reagente.

Tempo de meia vida é mais baixo nos instantes iniciais

Maior número de moléculas disponíveis para colidirem umas com as


outras
2ª Ordem
𝑑𝐴 𝑑𝐵
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = − =− = 𝑘[𝐴][𝐵]
𝑑𝑡 𝑑𝑡

A + B Produtos
𝐴 = 𝐴 X −𝑥
𝐴 X 𝐵 X
𝐵 = 𝐵 X −𝑥
𝐴 ! −𝑥 𝐵 ! −𝑥 𝑥

𝑑𝑥 𝑑𝑥
= 𝑘 𝐴 [𝐵] =𝑘 𝐴 1−𝑥 𝐵 1 −𝑥
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑥
= 𝑘𝑑𝑡
𝐴 1−𝑥 𝐵 1−𝑥

1 [ 𝐴 − 𝑥][𝐵]1
ln = 𝑘𝑡
[𝐵]1 − 𝐴 1 [ 𝐵 1 − 𝑥][𝐴]1
As reações químicas ocorrem como consequência de
colisões entre as moléculas dos reagentes.

Aplicando a teoria das colisões à cinética química.

Então deveremos esperar que a velocidade da reação


seja directamente proporcional ao número de colisões
moleculares por unidade de tempo…

𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑖𝑠õ𝑒𝑠
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ∝
𝑡

Será mesmo assim?


Quando duas moléculas colidem parte da energia
cinética é convertida e energia vibracional.

Se a Energia cinética for suficientemente


elevada quando as moléculas colidirem então
a energia vibracional resultante será
suficiente para quebrar algumas ligações
químicas.
Quando duas moléculas colidem têm de possuir
uma energia cinética igual ou superior à sua
Energia de Ativação (𝑬𝒂 ).

Energia necessária para que se inicie a reação


química
calor

Esta reação será acompanhada da libertação de


calor se os produtos forem mais estáveis que os
reagentes - reação exotérmica

Caso contrário irão absorver calor do meio


circundante - reação endotérmica
Estado de transição Estado de transição

Energia Potencial
𝑬𝒂
𝑬𝒂
A+B C+D

C+D A+B

Progresso da reação
A dependência da constante de velocidade de uma reação,
relativamente à temperatura pode ser expressa pela -
Equação de Arrehenius

6
5 !
𝑘= 𝐴𝑒 78

Chama-se fator de frequência a quantidade A, que representa a


frequência das colisões constante - para um dado sistema
reacional numa gama de temperaturas bastante alargada.

R – Constante Universal dos Gases Perfeitos = 0,082 atm. L/mol.K


Que informação nos dá a constante de
Equação de Arrehenius?

6
5 !
𝑘= 𝐴𝑒 78

• Aumento da energia de ativação diminuição da


constante de velocidade (k).

• Aumento da Temperatura conduz a um Aumento da


velocidade
Como poderemos estimar a Energia de Ativação para
uma dada temperatura?

6
5 !
𝑘= 𝐴𝑒 78
&%
$'( 𝐸)
ln 𝑘 = ln 𝐴𝑒 ln 𝑘 = ln 𝐴 −
𝑅𝑇
𝐸)
ln 𝑘 = − + ln 𝐴
𝑅𝑇

𝑦 = 𝑚𝑥 +b

ln 𝑘
1
𝑇
Modelagem e Simulação
do Mundo Físico-Químico
INDICAÇÃO DE LEITURA:
ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de
química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. ed.
Porto Alegre: ArtMed, 2018.

Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582604625.
OBRIGADO
ATÉ A PROXIMA AULA!!!!

george.yabusaki@saojudas.br
(11) 9 6573-0795

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