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Sempre houve, nos hospitais públicos, a preocupação do que fazer com os pacientes
crônicos e incuráveis. Muitos hospitais, como o Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), incorporavam hospitais de
retaguarda. Para o HC-FMUSP havia o Hospital de Cotoxó, que dava retaguarda para a
pediatria, cardiologia e oncologia em pacientes com estadia por tempo mais prolongado; e
o Hospital de Suzano, para retaguarda de pacientes com permanência por tempo
indeterminado. No entanto, afora uma estrutura hospitalar mais rudimentar, não havia
nenhuma preocupação com cuidados ativos no sentido de verdadeiros cuidados
paliativos.
Diante desse panorama, foi fundada em São Paulo, em 1997, a Associação Brasileira de
Cuidados Paliativos que visa proporcionar a vinculação científica e profissional entre a
equipe de saúde que estuda e pratica as disciplinas ligadas aos cuidados nas
enfermidades crônico-evolutivas, em fase avançada e na terminalidade; aperfeiçoar a
qualidade de atenção aos enfermos; fomentar as pesquisas no campo dos cuidados
paliativos por meio de congressos, seminários, conferências, visando elevar o nível
técnico científico de todos os profissionais de saúde; desenvolver, assessorar e prestar
assistência técnica sobre conteúdo, programas curriculares e acadêmicos de educação
na área de saúde; estudar e discutir problemas éticos e suas implicações na prática dos
cuidados paliativos; e promover o bem-estar da comunidade, preservando a melhoria da
qualidade de vida dos enfermos, nos diversos níveis de saúde.
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Estatutos da Associação Brasileira foram adaptados à nossa realidade e iniciou-se o
caminho para o que é a essência da medicina e a qualidade do atendimento contínuo.
A OMS definiu, em 1990, os cuidados paliativos como: “os cuidados totais e ativos ao
paciente, cuja doença não responde mais aos tratamentos curativos e, quando o controle
da dor e outros sintomas psicológicos, sociais e espirituais, tornam-se prioridade”.
Atualmente, muitos conceitos complementares aparecem, sempre abrangendo a
assistência e sublinhando em 2000, a importância de serem exercidos com um enfoque
multidisciplinar, de forma contínua e com intervenções cada vez mais precoces, focando
na prevenção.
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do Canadá: Prof Dr. Neil Mac Donald, da Universidade Mac Gill, autor do Oxford Textbook
for Palliative Medicine, Prof. Dr. Harvey Chochinov, Manitoba University e Canadian
Association for Palliative Medicine, Dr. Barbara Sourkes; Hospital de Montreal; da Europa:
Prof. Dr. Marie Fallon; Glasgow University, Guillermo Vanegas, Istituto dei Tumori e
Associação Européia de Cuidados Paliativos, e dos Estados Unidos: Dr. Richard Payne,
Dr. William Breitbart e Dr. David Payne, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center e Dr.
Myra Glajchen, do Beth Israel Medical Center e também Dr. Gustavo de Simone, da
Argentina. Em cada evento, procurou-se alcançar o máximo de qualidade científica,
promovendo a divulgação da filosofia e implantação dos serviços nos diversos países,
apontando as diferenças culturais, sociais, econômicas e espirituais.
A Associação Brasileira de Cuidados Paliativos tem o objetivo de agregar cada vez mais
esses serviços e de ultrapassar os obstáculos existentes na formação dos profissionais,
promoção de informações, política de saúde, em busca do exercício da essência da
medicina. Cuidar e não apenas curar, buscar o alívio dos sintomas e o controle da dor;
viver e acompanhar esse processo do adoecimento com respeito e dignidade, prevenindo
o sofrimento desnecessário.
A ABCP incentivou Fóruns de Discussão, realizou eventos e cursos por todo o Brasil e em
vários Hospitais durante todos esses anos, sempre em parceria e gratuitamente. Realiza
o dia mundial de cuidados paliativos há 5 anos e tem um música composta pelo músico
Nico Rezende dedicada a esse dia, com o objetivo de disseminar, para uma maior
quantidade de profissionais, informações de qualidade.
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Atualmente a ABCP já tem publicado os Consensos e Constipação induzida por Opioides,
de Fadiga, e em publicação os de Caquexia e Náuseas e Vômitos, além da Revista
Brasileira de Cuidados Paliativos.
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I - Congregar e coordenar profissionais da área de saúde e outros interessados na
pesquisa, no estudo e na implementação dos Cuidados Paliativos.
II - Estimular e apoiar o desenvolvimento e a divulgação científica na área dos Cuidados
Paliativos, promovendo o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus
associados.
III - Estimular iniciativas e obras sociais de amparo ao paciente portador de doença
incurável e em fase final de vida e cooperar com outras organizações interessadas em
atividades educacionais, assistenciais e de pesquisa relacionadas com os Cuidados
Paliativos.
IV - Auxiliar os profissionais da área de saúde interessados em estabelecer unidades para
estudo, pesquisa e tratamento dos principais sintomas e problemas relacionados aos
cuidados paliativos.
V - Manter intercâmbio com associações congêneres nacionais e internacionais
envolvidas no estudo, pesquisa e terapêutica dos Cuidados Paliativos, em âmbito
nacional ou internacional.
VI - Organizar eventos científicos.
VII - Estimular a criação e o desenvolvimento de regionais da Academia Nacional de
Cuidados Paliativos.
VIII - Manter um cadastro atualizado das instituições públicas ou privadas que realizam
trabalho na área de Cuidados Paliativos, facilitando o intercâmbio entre as mesmas.
IX - Zelar pelo nível ético, eficiência técnica e sentido social no exercício profissional dos
Cuidados Paliativos.