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OPERADORES DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO EM MEIO ABERTO:


A VIVÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DO MUNICÍPIO DO NATAL/RN 1

Carla Rutilene de Oliveira2


Viviane Rodrigues Ferreira3

RESUMO

O Sistema de Atendimento Socioeducativo, considerado como um sistema que


compõe o Sistema de Garantia de Direitos de crianças e adolescentes (SGD),
apresenta o objetivo de efetivar a implementação da Doutrina da Proteção Integral.
Suas diretrizes correlacionam-se com os diferentes campos das políticas públicas
sociais, dentre elas a Política Nacional de Assistência Social. Desse modo, com a
inserção das medidas socioeducativas em meio aberto na política de Assistência
Social, ocorreu uma série de mudanças na execução deste serviço, principalmente
na adequação da proposta pedagógica, buscando superar a doutrina da “situação
irregular” do Código de Menores. Inserido nessa política, o Serviço de Proteção
Social a Adolescentes em cumprimento de medidas de Liberdade Assistida e
Prestação de Serviços à Comunidade (MSE) realiza atividades que buscam
concretizar o paradigma da proteção integral. De acordo com a pesquisa realizada,
identificou-se que, diante do princípio da incompletude institucional, o MSE
apresenta limitações estruturais e necessita do apoio de toda a rede de atendimento
a adolescentes e jovens, nos âmbitos municipal e estadual.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho ora apresentado é composto por uma discussão teórica a respeito


do Sistema de Atendimento Socioeducativo no município do Natal. Este Sistema
compõe o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes (SGD), que

1
Este Artigo tem como base a pesquisa realizada pela equipe do Serviço de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto do Natal, apresentada para conclusão do Curso de Formação de
Operadores do SINASE (2012), promovido pelo Observatório da População Infanto Juvenil em
Contextos de Violência/UFRN.
2
Graduada em Serviço Social pela UFRN, Servidora Pública da Prefeitura do Natal/RN no cargo de
Educador Social no Serviço de Proteção Social o Adolescentes em Cumprimento de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto do Natal (MSE).
3
Mestranda do curso de Ciências Sociais da UFRN, Especialista em Assistência Sociojurídica e
Segurança Pública pela UniFacex/RN, graduada em Serviço Social pela UFRN, Assistente Social no
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio
Aberto do Natal (MSE).
2

tem como principal diretriz efetivar a implementação da Doutrina da Proteção


Integral, estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Portanto, suas diretrizes correlacionam-se com os diferentes campos das
políticas públicas sociais, dentre elas a Política de Assistência Social. Além disso,
consta neste artigo uma apresentação do Serviço de Proteção Social a
Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e
Prestação de Serviços à Comunidade do município do Natal (MSE), descrição de
suas atividades e dados estatísticos do atendimento realizado por este Serviço, que
subsidiam a construção de um perfil dos jovens em cumprimento de medidas em
meio aberto.
Com o advento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) observa-se
um movimento progressivo no sentido de instalar os programas de execução de
medidas socioeducativas em meio aberto, destinados a adolescentes autores de ato
infracional, na rede de assistência social, se concretizando com a Resolução nº 109,
do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) que institui a Tipificação
Nacional dos Serviços Socioassistenciais.
Com a inserção das medidas socioeducativas em meio aberto na Política
Nacional de Assistência Social, ocorreu uma série de mudanças na execução deste
serviço, principalmente na adequação da proposta pedagógica que adotou a
doutrina da proteção integral4, buscando superar o Código de Menores e sua ótica
baseada na “situação irregular”.
De acordo com a pesquisa realizada, identificou-se que o MSE tem como
objetivos: realizar acompanhamento social a adolescentes e jovens autores de ato
infracional, durante o cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida
e Prestação de Serviços à Comunidade; Contribuir para a construção ou
reconstrução de projetos de vida; desenvolver ações que contribuam para o
fortalecimento da convivência familiar e comunitária; prover atenção
socioassistencial através da inserção e encaminhamento do adolescente e sua
família a serviços e programas da Rede de Proteção Social Básica e Especial, bem

4
“O paradigma de proteção social (básica e especial) estabelecido pela PNAS-2004 rompe com a
noção dos cidadãos como massa abstrata e os reconstrói a partir da realidade de sua vida. Opera a
partir de potencialidades, talentos, desejos, capacidades de cada um, dos grupos e segmentos
sociais. A proteção social da assistência social age sob três situações: proteção às
fragilidades/vulnerabilidades próprias ao ciclo de vida; proteção às fragilidades da convivência
familiar; proteção à dignidade humana e combate às suas violações”. (BRASIL, 2009, p.42).
3

como em políticas públicas setoriais (saúde, educação, cultura, esporte, entre


outras) e demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
Nessa perspectiva, identificou-se que, diante do princípio da incompletude
institucional, o MSE apresenta limitações estruturais e necessita do apoio de toda a
rede de atendimento a adolescentes e jovens, nos âmbitos municipal, estadual e
federal.

2 TRAJETÓRIA DAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AO ADOLESCENTE NO


BRASIL

A história da infância e da adolescência brasileira por um longo tempo foi


marcada pela violação de direitos, por haver o reconhecimento das crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos nas legislações anteriores à Constituição
Federal de 1988. Até o início do século XX o Estado brasileiro não interveio na
questão da criança e do adolescente em situação de vulnerabilidade ou risco social,
deixando-os aos cuidados da Igreja Católica, por meio de suas estratégias
assistenciais.
Apenas no século XX, em 1927, a criança e o adolescente passam a fazer
parte do ordenamento jurídico brasileiro através da criação do Código de Menores
voltado para a população “carente”, caracterizado fortemente por seu teor punitivo.
Esse código era direcionado para a criança e o adolescente, de ambos os sexos,
que estivessem em situação de “abandono” ou “delinquência” com menos de 18
anos de idade, situação em que seria submetido às medidas de proteção e
assistência do Estado.
A partir desse momento o “menor5” também passa a ser responsabilizado
pelos seus atos através de processo penal. De acordo com o Código, o delinquente
autor ou cumplice de um fato qualificado como crime ou contravenção era submetido
à figura do Juiz de Menores. O juiz avaliava a conduta do “menor” e para isso
considerava sua idade, situação social, estado psicológico, mental e moral, e a
situação econômica e moral de seus pais ou responsáveis.

5
Utilizamos a expressão “menor” apenas para ilustrar como era abordada a questão da criança e do
adolescente no Código de Menores, à medida que buscava-se com essa definição distinguir as
crianças e adolescentes da classe média dos “menores” da classe “de indivíduos, não só sem capital
cultural nem econômico em qualquer medida significativa, mas desprovida, esse é o aspecto
fundamental, das precondições sociais, morais e culturais que permitem essa apropriação” (SOUZA,
2009, p.21).
4

A partir dessa avaliação o juiz determinava qual procedimento seria adotado:


tratamento apropriado, recolhimento em instituições ou entrega a uma pessoa
idônea. E dependendo da gravidade do crime era colocado em estabelecimentos
para condenados menores de idade, e na falta desses estabelecimentos, eram
colocados em prisões comum separados dos condenados adultos (teoricamente). O
código também era extensivo aos jovens entre 18 e 21 anos de idade que na
situação de delinquência eram colocados em Colônia Correcional, além da
responsabilização dos responsáveis, por meio de multas.
Por quatro décadas perdurou o Código de Menores de 1927, até sua
reformulação no Código de Menores de 1979, fundamentado na doutrina da situação
irregular, que passava a dispor sobre a proteção, assistência e vigilância de
menores de 18 anos de idade, que se encontrasse em situação irregular estendendo
também aos jovens até 21 anos de idade, em casos expressos na lei. Entre os
casos que era considerado situação irregular encontrava-se o autor de infração
penal que, dependendo da avaliação do juiz de menores, eram aplicadas as
medidas do Código anterior, além de: advertência; colocação em lar substituto;
imposição do regime de liberdade assistida; colocação em casa de semiliberdade e
internação em estabelecimento educacional, ocupacional, psicopedagógico,
hospitalar, psiquiátrico ou outro adequado.
Ambos os Códigos de Menores tinham como intuito intervir apenas no
momento em que crianças e adolescentes estivessem sob situação precária e não
estivessem condizentes com a “normalidade social” da época. Desse modo, o
Estado só intervia na ausência dos pais e responsáveis, considerados os únicos
culpados pela situação em que se encontravam os chamados “menores”. O que
prevalecia era a individualização da pobreza em que cada sujeito era responsável
pela sua situação social. Então, não havia um sistema que garantisse a prevenção,
agindo somente a partir do momento em que seus “direitos” fossem violados.
A Constituição de 1988 regulamentou o reconhecimento de crianças e
adolescentes enquanto sujeitos de direitos, passando a ter prioridade nas políticas
públicas. Há uma concepção inovadora na qual criança e adolescente não são mais
apenas objeto de intervenção do Estado, mas pessoas que podem expressar sua
opinião, tornando-se sujeitos de direitos.
A Constituição Cidadã rompeu com a Doutrina da Situação Irregular,
inaugurando a Doutrina da Proteção Integral ao afirmar em seu Art. 227 que:
5

É dever da família, da sociedade, do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. (BRASIL, 2013).

Após a CF de 1988, foi criada a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 –


Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – que dispõe sobre a proteção integral
à criança e ao adolescente. O ECA define como criança pessoa até 12 anos de
idade incompletos, e adolescente pessoa entre 12 e 18 anos de idade. A lei também
se estende às pessoas entre 18 e 21 anos de idade, excepcionalmente.
O ECA vem reforçar o artigo 227 da Constituição Federal, garantido que
crianças e adolescentes gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata a referida lei.
Introduziu no ordenamento jurídico nacional todo um sistema de garantia de direitos
para crianças e adolescentes, pressupondo uma valorização da condição de serem
crianças e adolescentes, pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. A
proteção integral surge como um sistema de normas jurídicas na qual, crianças e
adolescentes se tornam titulares de interesses prioritários frente à família, à
sociedade e ao Estado.
O ECA também coloca crianças e adolescentes como titulares de deveres,
inclusive responsabilizando-os pela prática de atos infracionais. Quando se trata de
atos infracionais praticados por crianças, estas serão submetidas às medidas de
proteção e, em se tratando de atos infracionais praticados por adolescentes, serão
submetidos à aplicação de medidas socioeducativas e protetivas.
Desse modo, apresenta-se nos próximos tópicos as medidas socioeducativas
regulamentadas no ECA, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
(SINASE). Além disso, está descrito o processo de municipalização das medidas
socioeducativas em meio aberto – Liberdade Assistida (LA) e Prestação de Serviço
à Comunidade (PSC) – no município de Natal e a inserção dessas medidas na
Assistência Social, através da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social
(SEMTAS) realizado por meio do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
Cumprimento de Medida Socioeducativa de LA e PSC do município do Natal (MSE).
6

2.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente e as Medidas Socioeducativas

O ECA a partir do capitulo IV trata das medidas socioeducativas, sendo


aplicadas quando, da ocorrência de um acontecimento delituoso, tiver o adolescente
como autor do ato infracional6. Essas medidas são aplicáveis aos penalmente
inimputáveis, maiores de doze anos e menores de dezoito anos, considerando-se a
idade do adolescente a data do cometimento do ato infracional. Para crianças até
doze anos incompletos aplicam-se as medidas previstas no artigo 101, referente às
medidas específicas de proteção.
Por décadas, a sociedade brasileira investiu na institucionalização dos
adolescentes autores de ato infracional, como principal ação de enfrentamento a
essa questão. Como principal exemplo disso, identifica-se a criação da Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor (FEBEM), maior centro de internação de
adolescentes do Brasil. O que se observou durante essa época, foi a violação aos
direitos fundamentais dessas crianças e adolescentes, os quais, diante do
atendimento recebido, possuíam poucas chances de se reintegrar novamente à
família, à comunidade e à sociedade.
A aprovação do ECA não garantiu de imediato a efetivação de todos o direitos
previstos para a criança e o adolescente, tendo em vista o amplo espaço temporal
para a adequação das ações e estruturas para atendimento a este segmento social,
como podemos perceber com relação às medidas socioeducativas 7, estabelecidas
no ECA (1990), porém regulamentadas apenas em 2006, por meio da Resolução
nº119 – do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
A aplicação dessas medidas deve considerar a capacidade do adolescente
em cumpri-las, as circunstâncias e a gravidade da infração, bem como seu contexto
socioeconômico e cultural. Observando-se que ao adolescente autor de infracional
são asseguradas todas as garantias processuais, como: conhecimento da atribuição
do seu ato através de citação ou meio equivalente, igualdade na relação processual,
6
O artigo 103 afirma que: “considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção penal”. (ECA, 1990)
7
Art. 112 (ECA). Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas: I – advertência; II – obrigação de reparar o dano; III – prestação
de serviços à comunidade; IV – liberdade assistida; V – inserção em regime de semi – liberdade; VI –
internação em estabelecimento educacional e VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
(BRASIL, 2014)
7

defesa técnica por advogado ou defensor público, assistência judiciária gratuita e


integral para aqueles que dela necessitarem, direito a ser ouvido pessoalmente pela
autoridade de competência e de solicitar, em qualquer fase do procedimento, a
presença de seus pais ou responsáveis. A aplicação dessas medidas dá-se através
de um processo que respeite o fato de o adolescente ser uma pessoa em condição
peculiar de desenvolvimento, destinatário da proteção integral e de seu
reconhecimento como sujeito de direito.
As medidas socioeducativas se constituem na resposta estatal, aplicada pela
autoridade judiciária, ao adolescente que cometeu ato infracional. Embora possuam
aspectos sancionatórios e coercitivos, não se tratam de “penas” ou “castigos”, mas,
de oportunidades de inserção em processos educativos, que, se bem sucedidos,
resultarão na construção ou reconstrução de projetos de vida desatrelados da
prática de atos infracionais e, simultaneamente, de novas formas de inclusão social
mais favoráveis ao seu desenvolvimento.
A medida de Liberdade Assistida (LA) configura-se como a medida mais
adequada com a finalidade de acompanhar, auxiliar e orientar o socioeducando8,
sendo acompanhado por pessoa capacitada (profissional ou educador comunitário),
recomendada por entidade ou programa de atendimento socioeducativo. O prazo
mínimo para cumprimento da LA é de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvidos o orientador
(educador social ou profissional responsável por seu acompanhamento), o Ministério
Público e o Defensor Público.
A outra medida em meio aberto, a Prestação de Serviço à Comunidade
(PSC), consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, não podendo
ultrapassar seis meses, realizada junto a entidades públicas ou de interesse público,
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, ou ainda,
em programas comunitários e governamentais. As tarefas são atribuídas de acordo
com as aptidões do adolescente, com jornada máxima de oito horas semanais,
podendo ser realizadas em dias úteis, aos sábados, domingos e feriados, não
podendo prejudicar a frequência escolar ou a jornada normal de trabalho.

8
Socioeducando é todo adolescente ou jovem que encontra-se em cumprimento de medidas
socioeducativas, seja em meio fechado ou em meio aberto.
8

3 O SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO E O


CONTEXTO DA MUNICIPALIZAÇÃO DAS MEDIDAS EM MEIO ABERTO NO
MUNICÍPIO DO NATAL

As medidas socioeducativas têm como guia para a sua implementação o


Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), instituído pela
Resolução nº 119/2006 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente (CONANDA). O SINASE é um sistema que compõe o Sistema de
Garantia de Direitos (SGD) e constitui-se em:

Conjunto ordenado de princípios, regras, critérios, de caráter jurídico,


político, pedagógico, financeiro, e administrativo, que envolve desde
o processo de apuração do ato infracional até a execução da medida
socioeducativa (SINASE, p.22, 2006).

A implementação do SINASE tem como objetivo primordial o desenvolvimento


de uma ação socioeducativa sustentada nos princípios dos direitos humanos.
Defende, ainda, a ideia dos alinhamentos conceitual, estratégico e operacional,
estruturada, principalmente em bases éticas e pedagógicas.
O SINASE foi construído por meio de uma mobilização coletiva, tendo como
plataforma inspiradora os acordos internacionais em direitos humanos, dos quais o
Brasil é signatário. Sendo assim, o SINASE reflete os mesmos processos de
formação e implementação das políticas públicas, pois também é uma política de
atendimento a adolescentes e jovens no Brasil.
De acordo com Maria G. Rua (Mimeo) “Uma política pública geralmente
envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente
selecionadas para implementar as decisões tomadas”. Observa-se assim, que desde
a sua origem, as políticas públicas representam um campo de disputas de interesses
antagônicos pela inculcação de um discurso para convencer uma compreensão de
mundo. Surgem para responder a uma demanda que foi posta para o Estado,
inserida na agenda política, e causa tensões na relação entre população e governo.
Portanto, a política de atendimento socioeducativo insere-se nesse espaço de
disputas por normatização, recursos e transformações estruturais, para garantir o
reconhecimento do contexto dessa população específica – adolescentes e jovens
9

em cumprimento de medidas socioeducativas – como demanda legítima de atuação


do Estado.
Desse modo, as medidas socioeducativas devem ser efetivadas em
articulação com a rede de proteção social ao adolescente, por meio da integração de
políticas intersetoriais como: educação, saúde, assistência social, trabalho, emprego
e renda, previdência social, cultura, esporte, lazer e segurança pública. Outra
característica do SINASE é a diretriz pedagógica da medida socioeducativa, com
ênfase na descentralização, implicando tanto na regionalização das unidades de
privação de liberdade, quanto na municipalização das medidas em meio aberto.
Recentemente, foi aprovada a lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que
institui o SINASE trazendo novos direcionamentos em relação à aplicação e
execução das medidas socioeducativas a adolescentes autores de ato infracional.
Esta lei apresenta a obrigatoriedade de adequação estrutural, normativa e
pedagógica, das instituições de atendimento socioeducativo (atendimento inicial,
internação provisória, privação de liberdade, atendimento em meio aberto),
responsabilização pelo não cumprimento da norma, exigência de avaliação periódica
dos planos e sistemas de atendimento nas três esferas de governo e
cofinanciamento.
Com esta regulamentação, todos os estados e municípios devem se adequar
às exigências estabelecidas pela lei do SINASE, para garantir o devido atendimento
ao socioeducando em conformidade com a norma nacional vigente. Diante disto, o
Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida
Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade do
município do Natal (MSE).

3.1 A municipalização do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em


Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação
de Serviços à Comunidade no município do Natal: um resgate histórico.

O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida


Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade do
município do Natal (MSE) foi criado em 2007, a partir de um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC), firmado em 04 de junho desse mesmo ano, entre o Estado do
RN e Município do Natal, mediado pelo Ministério Público e com funcionamento
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iniciado em 02 de janeiro de 2008. O MSE surge como diretriz da municipalização


das medidas socioeducativas em meio aberto, Prestação de Serviços (PSC) e
Liberdade Assistida (LA) conforme as diretrizes do SINASE.
O MSE visa dar concretude ao paradigma instaurado pelo ECA, que
estabelece nos Artigos 88 e 260, a descentralização de recursos federais para o
fortalecimento dos municípios, passando estes a responder pela Política Municipal
para a infância e adolescência, bem como que o atendimento inicial ao adolescente
autor de ato infracional seja realizada no limite geográfico do município em que
mora, de modo a fortalecer o contato e o protagonismo da comunidade e da família.
A princípio, o MSE surge como Programa de Execução de Medidas
Socioeducativas em Meio Aberto, mas torna-se Serviço 9 a partir da Tipificação
Nacional dos Serviços Socioassistenciais, a qual situa as medidas socioeducativas
em meio aberto inseridas na Política de Assistência Social por meio do Serviço de
Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de LA e PSC, tendo como unidade
de atendimento o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS).
No município do Natal, antes da Tipificação inserir as medidas
socioeducativas em meio aberto na política de assistência social, esse serviço foi
instituído, desde sua municipalização, no âmbito dessa política, como parte
integrante dos serviços previstos na Política Nacional de Assistência Social
(PNAS/2004), integrado ao Departamento de Proteção Social Especial (DPSE) se
caracterizando como um serviço de média complexidade, tendo como gestor a
Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS).
O MSE realiza o acompanhamento direto aos adolescentes em cumprimento
de medidas socioeducativas em meio aberto, anteriormente executadas pela
Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (FUNDAC/RN) que respondia tanto
pelas medidas de meio aberto (LA/PSC), quanto pelas medidas de privação de
liberdade (Internação e Semiliberdade).
A execução das medidas socioeducativas em meio aberto pelo município do
Natal, desde o início, funciona em prédio específico para atendimento dos

9
Com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, o Programa recebeu o nome de
Serviços de Execução de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto (SEMSEMA), nome pelo qual foi
reconhecido até o ano de 2014, quando passou por nova reestruturação e adequação às normas
vigentes. Desse modo, atualmente denomina-se Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
Cumprimento de Medida Socioeducativa de LA e PSC e tem como sigla resumida MSE.
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adolescentes que cometeram ato infracional e de suas famílias, desenvolvimento


das atividades relativas à execução das medidas de LA e PSC. Com a tipificação,
conforme mencionado, o serviço passa a ter como unidade de referência o CREAS,
o que provocou um reordenamento do serviço.
A partir de então o atendimento inicial aos adolescentes e suas famílias passa
a ser realizado no CREAS da região da cidade de Natal em que residem. Nesse
atendimento também são realizados os encaminhamentos aos demais serviços da
rede de atenção socioassistencial, a programas e serviços que o adolescente e sua
família necessitarem, para então serem encaminhados ao MSE, responsável pela
continuidade do atendimento e acompanhamento das medidas até a conclusão do
processo socioeducativo.
Entretanto, por perceber uma ruptura no atendimento, implicando na
qualidade do serviço, bem como pelas unidades dos CREAS não possuírem, à
época, condições físicas e humanas de realizar esse atendimento, após várias
discussões entre atores responsáveis pelas medidas socioeducativas, decidiu-se
pela necessidade de concentrar a execução das medidas socioeducativas apenas
no MSE, até que as unidades dos CREAS possam assumir esse serviço
adequadamente. Assim, até o presente momento o MSE continua realizando suas
atividades em um prédio específico para esse serviço, sendo parte integrante dos
serviços do CREAS.

3.2 A vivência dos profissionais do Sistema Socioeducativo do município do


Natal/RN

O Serviço de proteção a adolescentes em cumprimento de medidas


socioeducativas em meio aberto (MSE), desde o início de sua atuação, funciona
com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de diversas áreas:
Serviço Social, Psicologia, Artes Visuais, Música, Terapia Ocupacional, Pedagogia e
técnicos de nível médio que desempenham a função de Educador Social, que em
sua maioria são servidores concursados, além da equipe de apoio ao serviço –
recepcionista, auxiliar administrativo, motorista, auxiliar de serviços gerais.
De acordo com as normas de regulamentação, o MSE tem o objetivo de
realizar acompanhamento social a adolescentes autores de ato infracional durante o
cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, contribuindo para a
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construção e reconstrução de projetos de vida; desenvolver ações que contribuam


para o fortalecimento da convivência familiar e comunitária; prover atenção
socioassistencial através da inserção e encaminhamento do adolescente e sua
família a serviços e programas da rede de Proteção Social Básica e Especial, bem
como em políticas públicas setoriais (saúde, educação, cultura, esporte, entre
outras) e demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
O público atendido pelo MSE consiste em adolescentes de 12 a 18 anos e
jovens até 21 anos, em cumprimento de medidas socioeducativas de LA e PSC
aplicadas pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Natal/RN. De acordo
com os Relatórios de Gestão anuais, condensados no Diagnóstico do Atendimento
Socioeducativo de Natal (NATAL, 2014), elaborado para subsidiar a elaboração do
Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo (CONSEC), o perfil dos
socioeducandos é representado da seguinte forma:

PERFIL DOS SOCIOEDUCANDOS ATENDIDOS PELO MSE – NATAL/RN


Total correspondente ao período 2010 e 2013 (%)
1. Idades 12 – 14 anos 15 – 17 anos 18 – 21 anos
8% 71,3% 20,7%
2. Gênero Masculino Feminino LGBTTT
85% 15% Não computado
3. Cor Branca Parda Preta
22,5% 66% 11,5%
Fonte: Natal, 2014.

Observa-se que a maioria dos adolescentes é do gênero masculino, com


idades entre 15 e 17 anos e da cor parda. Ainda de acordo com o Diagnóstico do
MSE, o motivo dos processos socioeducativos, em sua maioria, está relacionado ao
ato infracional análogo ao crime de roubo, o qual correspondeu a 41% dos
processos recebidos por este Serviço, em segundo lugar está o tráfico de drogas,
com 20% do total, as demais infrações correspondem a 39% dos atos cometidos.
Diferente do que é amplamente veiculado pela mídia sensacionalista local, os
atos infracionais análogos ao crime de homicídio representam 4% do total de
processos encaminhados ao meio aberto, seja diretamente pela Vara da Infância e
Juventude, seja encaminhados pela FUNDAC, após o período de Internação no
Centro Educacional para Adolescentes (CEDUC). Ou seja, os atos de maior
potencial ofensivo representam o menor percentual comparado aos demais.
13

Diante desse diagnóstico, para a execução de suas atividades, o MSE segue


o seguinte fluxograma: acolhimento do adolescente e sua família em audiência pela
equipe que participa das audiências de julgamento na 3ª Vara da Infância e
Juventude, agendando o atendimento inicial para o MSE após a aplicação da
medida pelo juiz; acolhimento e atendimento psicossocial inicial no MSE, ocasião em
que é realizado o Plano Individual de Atendimento (PIA), no qual são elaboradas as
metas a serem alcançadas durante o cumprimento da medida – essas metas são
elaboradas em conjunto com a equipe do serviço, o adolescente e sua família;
encaminhamento à rede de serviços socioassistenciais; encaminhamento e
acompanhamento à PSC; inserção em Oficinas Interdisciplinares da Liberdade
Assistida, nas modalidades de Cidadania, Alfabetização e Letramento, Artes Visuais
e Música; além do acompanhamento das medidas até seu término com o
encerramento e avaliação do processo socioeducativo.
Durante esse tempo da execução das medidas socioeducativas no município
do Natal o serviço sofreu algumas modificações passando por momentos de
instabilidade e de grandes dificuldades. Nos quatro primeiros anos, o MSE
apresentou índices de cumprimento das medidas próximos a 70%, mantendo essa
realidade garantindo uma qualidade na execução de suas atividades que
viabilizaram, à maioria dos socioeducandos, cumprir de forma exitosa as medidas
que lhes foram aplicadas. A efetividade do serviço sempre teve como base a
qualificação na formação dos profissionais que compõem a equipe do serviço desde
a coordenação até a equipe de apoio, por meio do compromisso no desempenho de
suas atribuições. Entretanto, várias dificuldades foram se apresentando nos últimos
anos comprometendo a execução das medidas.
O serviço não possui prédio próprio, por esse motivo mudou de endereço três
vezes em seus sete anos de existência, ocasionando uma instabilidade do serviço,
pois o usuário tem que se deslocar para um novo local a cada mudança dificultando
inicialmente a sua chegada ao serviço. A equipe, que na sua maioria era
concursada, o que garantiria a continuidade do serviço por diversas questões, está
sendo desfeita, substituída por profissionais que possuem vinculo empregatício frágil
e que não garante a continuidade do acompanhamento aos adolescentes – como
contratados por processo seletivo.
Outras questões que se apresentam é a dificuldade dos adolescentes em ter
garantido o direito ao cumprimento de suas medidas próximo ao seu local de
14

moradia, pois na PSC o adolescente necessita do apoio da comunidade


oportunizando um local para o cumprimento da medida, porém encontra-se uma
resistência, por parte das equipes e dos responsáveis pelas instituições parceiras,
em acolher os adolescentes para cumprir a medida, pelo receio fortemente baseado
nos estigmas que se forma pelo senso comum contra esses adolescentes. Esse fato
ocasiona a necessidade de todo um trabalho de convencimento, por parte da equipe
do MSE, mostrando a importância dessas parcerias para que esse adolescente
tenha a oportunidade de cumprir sua medida, em tempo hábil e com atenção à
proposta pedagógica da socioeducação.
Em relação à LA, nos últimos dois anos, a dificuldade em ter garantido o
cumprimento dessa medida deu-se pela ausência de profissionais para desenvolver
as atividades junto a esses adolescentes, bem como pela estrutura física do prédio
com espaços insuficientes e inadequados. Destaca-se ainda o significativo aumento
da demanda de adolescentes para cumprirem a medida de LA ou as medidas
acumuladas de LA e PSC, parte considerável dessa demanda ocasionada pela
interdição do único Centro de Internação da grande Natal (CEDUC - Pitimbu) que se
encontra fechado para reforma desde 2012, com previsão de término apenas para o
final de 2014. Ou seja, adolescentes que deveriam estar cumprindo medida de
internação receberam a aplicação das medidas em meio aberto, justificada pela
ausência de vagas no meio fechado e pelo respeito à sua permanência junto à
família e à comunidade em que residem.
A não garantia em tempo hábil e com qualidade do cumprimento da medida
pelo adolescente acarreta em diversas questões: na reincidência do cometimento de
atos infracionais, o não comprometimento do adolescente em cumprir sua medida,
perda do contato e fragilização dos vínculos da equipe com o adolescente e sua
família, acúmulo de adolescentes para acompanhamento e sensação, tanto pelo
adolescente, sua família e sociedade em geral, de impunidade, fortalecendo o mito
que os adolescentes não são responsabilizados por seus atos e que as medidas
socioeducativas não produzem efeitos.
Outra questão primordial, que demanda reflexão, é o fato dos adolescentes
não terem garantido o acesso aos demais serviços da rede de proteção social, por
meio dos serviços de saúde, educação, profissionalização, esporte, lazer, entre
outros, na garantia da proteção integral.
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Sendo assim, a execução da medida socioeducativa em meio aberto não


deve considerar apenas o cumprimento de horas e meses nas atividades da LA ou
da PSC, mas por meio da medida aplicada ao adolescente deve se oportunizar
novas perspectivas para construção de trajetórias de vida para o exercício da
cidadania.
Atualmente o MSE está novamente em fase de reestruturação, com a
mudança da gestão municipal e da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência
Social (SEMTAS), a chegada de novos profissionais, porém contratados por meio de
processo seletivo realizado em 2014, com o objetivo de dar celeridade ao serviço,
até a realização do concurso público previsto para 2015, de acordo com a
determinação do Ministério Público do RN. Em que pese à fragilidade do vínculo
empregatício dos profissionais contratados, paulatinamente identifica-se uma
garantia que a execução das medidas socioeducativas em meio aberto assegure ao
adolescente autor de ato infracional o cumprimento de sua medida com dignidade e
respeito às normativas que regulamentam o serviço.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando o histórico da atenção ao adolescente autor de ato infracional,


podemos constatar que a legislação brasileira avançou, principalmente com a
aprovação do ECA em 1990, implementação do SINASE em 2006 e sua
regulamentação por meio da lei nº 12.594 em 2012. Além disso, observa-se um
avanço na política de atendimento ao adolescente, com a municipalização das
medidas socioeducativas em meio aberto, possibilitando o atendimento adequado, a
proteção integral, o fortalecimento dos vínculos familiar e comunitário, a garantia do
reconhecimento dos adolescentes como sujeitos de direitos.
Todavia, para a efetivação desses princípios estabelecidos pelos diversos
instrumentos legais, ainda são necessárias importantes transformações para a
melhoria e adequação do serviço municipal de atendimento socioeducativo, diante
das fragilidades apresentadas, além de fatores como a ausência de cofinanciamento
e apoio do governo do RN, por meio de repasses de recursos, ações de formação e
monitoramento.
O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida
Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade do
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município do Natal (MSE) apresenta ainda inúmeras necessidades para adequação


da execução das suas atribuições. Entretanto, deve-se considerar que a
socioeducação está para além das ações deste Serviço, exclusivamente. O Estado
(com suas políticas públicas, serviços, programas, projetos e ações), a sociedade, a
família devem garantir a proteção integral desses adolescentes e jovens, por meio
da destinação de atenção prioritária no atendimento às suas demandas reais.
A vivência dos profissionais do MSE demonstra que as decisões políticas
locais interferem diretamente na execução dessa política. Dependendo do interesse
político, da capacidade social de exercer o controle dessa política, da articulação e
mobilização da rede de proteção social e dos órgãos e entidades que compõem o
Sistema de Garantia de Direitos, o sistema socioeducativo municipal pode se
aproximar ou se distanciar dos pressupostos que definem a efetivação adequada da
socioeducação.

REFERÊNCIAS

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Concepção e Gestão da Assistência Social não contributiva no Brasil. Brasília,
UNESCO, 2009.

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pdf. Acesso em: 20 jul. 2014.

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12.594, 18 de janeiro de 2012. Disponível em:
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Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília: CONANDA, 2006. Disponível
em: http://www.sdh.gov.br/assuntos/criancas-e-
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_______. MDS. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistencias. Resolução


nº 109, 11 de novembro de 2009. Brasília: MSD, 2011.

NATAL. Relatório para Diagnóstico do Atendimento Socioeducativo no RN.


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Socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade do
município do Natal (Mimeo). 2014.

RUA, Maria das Graças. Avaliação de Políticas Públicas. Mimeo.

SOUZA, Jessé. Ralé Brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
2009.

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