O discurso “Claretiano” • Clarice Lispector pé representante da literatura dos anos de 1950-70, consagrou-se devido à sua forma introspectiva e existencial em observar o homem e o mundo. • Seus discursos buscam respostas da existência humana em confluência com as práticas sociais que não são dadas nem descobertas. Em sua maioria, seus discursos têm como objetivo instaurar a dúvida das ações cotidianas do homem em modernização. A autora questiona desde a necessidade da autoanálise até como nos subjugamos como menores e despreparados para o mundo.
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Para além da obra: “A hora da estrela” • A hora da estrela já não é uma obra de Clarice Lispector, é um assunto. O livro, publicado em 1977, ano em que a autora faleceu, inspirou outros trabalhos artísticos dirigidos ao grande público. • O primeiro foi um show com a cantora Maria Bethânia, montado no Canecão no início dos anos 80, com diálogos e, pelo menos, uma das músicas baseada no texto de Clarice. • O segundo o filme que traz o nome do livro, estreou com luminosidade mais intensa ao revelar outras duas estrelas, além de Macabéa e Clarice, a diretora Suzana Amaral e a atriz Marcélia Cartaxo, e ao conquistar prêmios, tanto em nosso país, como lá fora – França e Alemanha. • Mais recentemente, em 2002, o livro inspirou a peça com o mesmo título, encenada por Naum Alves de Souza, em São Paulo ProfªLuciana Ribeiro_ FIPE_LITERATURA_9ºANO 3 O “eu” que extrapola • A abordagem interpretativa do livro de Clarice poderia começar de qualquer ponto, até do começo. Pois é para esse começo que o leitor necessariamente volta para se deparar com a reinvenção de todo o texto nos mistérios da dedicatória. E aí está a “Dedicatória do autor (na verdade Clarice Lispector)” avisando-nos que o jogo vai começar ou “recomeçar”, a partir do momento em que, assumindo-se como homem (o autor), Clarice começa o seu desvendamento.
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Foco narrativo • Em A hora da estrela, Clarice incorpora muitos elementos da cultura pós-moderna. Vale chamar a atenção para o espetáculo que ela arma. Jogando com o foco narrativo e retomando a tradição do teatro grego, ela se coloca uma máscara – Rodrigo S. M. – para narrar, em primeira pessoa, as desventuras de uma personagem feminina que se confunde com suas próprias desventuras.
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Foco narrativo • Rodrigo S. M. é Clarice, e esta descoberta não se faz por adivinhação: a autora vai pontilhando seu texto de indícios, desde a “Dedicatória do Autor” em que se identifica entre parênteses “(na verdade Clarice Lispector)”, passando pela referência biográfica: “sem falar que eu em menina me criei no Nordeste” – Clarice criou-se em Recife - “amando meu cão que tem mais comida que a moça” (p.33) - Seria o cão Ulisses?
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A explosão do “eu” • Essa explosão, entretanto, não se dá apenas na fusão Clarice/ Rodrigo. Clarice que é Rodrigo que é Macabéa. Nesse ponto, a escritora segue mais uma vez a trilha pós – modernista, para criar uma personagem sem psicologia ou posição social, beirando o grotesco e aproximando-a de sua natureza animal quase tragicômica. Mas aí também estão mescladas a fantasia com a autobiografia, “é claro que a história é verdadeira embora inventada” , num processo de fragmentação que consolida a espetacularização: Clarice assume- se como narrador masculino para obter o devido distanciamento, necessário para a exposição de si mesma.
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A hora da estrela • Principais personagens • Rodrigo S. M. É o escritor e o narrador da estória de Macabéa. • Macabéa Nordestina que migra para o Rio de Janeiro onde é datilógrafa. • Olímpico Primeiro namorado de Macabéa, que a troca por sua colega Glória. • Glória Colega de Macabéa. • Madama Carlota Ex-prostituta e cafetina. É a cartomante que tira as cartas para Macabéa.
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Assuntos abordados • O discurso “Claretiano” • Para além da obra Hora da estrela • O “eu” que extrapola • Foco narrativo • A explosão do “eu” • Os principais personagens
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ESTUDO COMPLEMENTAR • Leia o nome as pessoas citadas no trecho da dedicatória (consta no SLIDE 11). IDENTIFIQUE BREVEMENTE QUEM SÃO, (NÃO É PARA COPIAR TRECHOS DA WIKIPÉDIA, NEM DE OUTRO SITE). O aluno deve descobrir quem são essas pessoas ilustres (maioria músicos clássicos), procure no youtube uma composição de UM (1) dos citados.
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Trecho da dedicatória
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Exemplo :
• Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) foi
um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental.
• Acesse o link, https://www.youtube.com/watch?v=hKkR4YFtyJk
para assistir a execução da obra ”A Tempestade” 3º Movimento (Beethoven - Sonata No.17 “Tempest” 3rd Movement)