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3º Aula de

Literatura
08/03

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O discurso “Claretiano”
• Clarice Lispector pé representante da literatura dos anos de 1950-70,
consagrou-se devido à sua forma introspectiva e existencial em
observar o homem e o mundo.
• Seus discursos buscam respostas da existência humana em
confluência com as práticas sociais que não são dadas nem
descobertas. Em sua maioria, seus discursos têm como objetivo
instaurar a dúvida das ações cotidianas do homem em modernização.
A autora questiona desde a necessidade da autoanálise até como nos
subjugamos como menores e despreparados para o mundo.

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Para além da obra: “A hora da estrela”
• A hora da estrela já não é uma obra de Clarice Lispector, é um assunto. O
livro, publicado em 1977, ano em que a autora faleceu, inspirou outros
trabalhos artísticos dirigidos ao grande público.
• O primeiro foi um show com a cantora Maria Bethânia, montado no
Canecão no início dos anos 80, com diálogos e, pelo menos, uma das
músicas baseada no texto de Clarice.
• O segundo o filme que traz o nome do livro, estreou com luminosidade
mais intensa ao revelar outras duas estrelas, além de Macabéa e Clarice, a
diretora Suzana Amaral e a atriz Marcélia Cartaxo, e ao conquistar prêmios,
tanto em nosso país, como lá fora – França e Alemanha.
• Mais recentemente, em 2002, o livro inspirou a peça com o mesmo título,
encenada por Naum Alves de Souza, em São Paulo
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O “eu” que extrapola
• A abordagem interpretativa do livro de Clarice poderia começar de
qualquer ponto, até do começo. Pois é para esse começo que o leitor
necessariamente volta para se deparar com a reinvenção de todo o
texto nos mistérios da dedicatória. E aí está a “Dedicatória do autor
(na verdade Clarice Lispector)” avisando-nos que o jogo vai começar
ou “recomeçar”, a partir do momento em que, assumindo-se como
homem (o autor), Clarice começa o seu desvendamento.

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Foco narrativo
• Em A hora da estrela, Clarice incorpora muitos elementos da cultura
pós-moderna. Vale chamar a atenção para o espetáculo que ela arma.
Jogando com o foco narrativo e retomando a tradição do teatro
grego, ela se coloca uma máscara – Rodrigo S. M. – para narrar, em
primeira pessoa, as desventuras de uma personagem feminina que se
confunde com suas próprias desventuras.

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Foco narrativo
• Rodrigo S. M. é Clarice, e esta descoberta não se faz por adivinhação:
a autora vai pontilhando seu texto de indícios, desde a “Dedicatória
do Autor” em que se identifica entre parênteses “(na verdade Clarice
Lispector)”, passando pela referência biográfica: “sem falar que eu em
menina me criei no Nordeste” – Clarice criou-se em Recife - “amando
meu cão que tem mais comida que a moça” (p.33) - Seria o cão
Ulisses?

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A explosão do “eu”
• Essa explosão, entretanto, não se dá apenas na fusão Clarice/
Rodrigo. Clarice que é Rodrigo que é Macabéa. Nesse ponto, a
escritora segue mais uma vez a trilha pós – modernista, para criar
uma personagem sem psicologia ou posição social, beirando o
grotesco e aproximando-a de sua natureza animal quase tragicômica.
Mas aí também estão mescladas a fantasia com a autobiografia, “é
claro que a história é verdadeira embora inventada” , num processo
de fragmentação que consolida a espetacularização: Clarice assume-
se como narrador masculino para obter o devido distanciamento,
necessário para a exposição de si mesma.

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A hora da estrela
• Principais personagens
• Rodrigo S. M. É o escritor e o narrador da estória de Macabéa.
• Macabéa Nordestina que migra para o Rio de Janeiro onde é
datilógrafa.
• Olímpico Primeiro namorado de Macabéa, que a troca por sua
colega Glória.
• Glória Colega de Macabéa.
• Madama Carlota Ex-prostituta e cafetina. É a cartomante que tira as
cartas para Macabéa.

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Assuntos abordados
• O discurso “Claretiano”
• Para além da obra Hora da estrela
• O “eu” que extrapola
• Foco narrativo
• A explosão do “eu”
• Os principais personagens

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ESTUDO COMPLEMENTAR
• Leia o nome as pessoas citadas no trecho da dedicatória (consta no
SLIDE 11). IDENTIFIQUE BREVEMENTE QUEM SÃO, (NÃO É PARA
COPIAR TRECHOS DA WIKIPÉDIA, NEM DE OUTRO SITE). O aluno deve
descobrir quem são essas pessoas ilustres (maioria músicos clássicos),
procure no youtube uma composição de UM (1) dos citados.

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Trecho da dedicatória

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Exemplo :

• Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) foi


um compositor alemão, do período de transição entre
o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É
considerado um dos pilares da música ocidental.

• Acesse o link, https://www.youtube.com/watch?v=hKkR4YFtyJk


para assistir a execução da obra ”A Tempestade” 3º Movimento
(Beethoven - Sonata No.17 “Tempest” 3rd Movement)

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Referências
• https://redesina.com.br/historia-da-arte-o-nascimento-de-venus-de-
botticelli/
• https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/rel
eitura-literatura-e-outras-artes/28389
• Musica: Monte Castelo: https://youtu.be/0t2cBr9M9jM

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