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CAPÍTULO II

CONSTITUIÇÃO: GÉNESE E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO


CONCEITO

A. Constituição: conceito(s) com história

1. Sentido histórico-universal de constituição ou respondendo a três questões

1.1. Nós e os outros (quem pertence à comunidade política?)

1.2. Titularidade do poder político (legitimação)

1.3. Identidade e valores de uma comunidade política

2. Constitucionalismo(s): a defesa da limitação do poder político


3. Constitucionalismo antigo e moderno: a importância da ideia de constituição mista

B. O(s) constitucionalismo(s) moderno(s): a constituição como “gramática da liberdade”


(Thomas Paine)

1. Constitucionalismo inglês: continuidade e ruturas

1.1. Constituição inglesa: em torno de uma noção


1.1.1. Constituição não escrita?
1.1.2. O peso do common law
1.1.3. Uma “constituição incomparável” (a matchless constitution?) Da sedução
setecentista pela Constituição inglesa ao debate sobre a “renovação constitucional”
britânica

1.2. (Algumas) etapas da história constitucional inglesa

1.2.1. Fundamental Constitutions, direitos dos ingleses e common law: as raízes


medievais
1.2.2. A tentação absolutista dos Stuart

1.2.2.1. Jaime (Tiago) I ou a teoria do “direito divino dos reis” (Divine Right
of Kings)
1.2.2.2. Carlos I e a Petition of Rights (1628)

1.2.3. Do Long Parliament à República

1.2.3.1. Os Levellers e os Agreements of the People (1647-1649)


1.2.3.2. Instrument of Government (1653)

1.2.4. Da Restauração à Glorious Revolution


1.2.5. Glorious Revolution: o triunfo da monarquia constitucional

1.2.5.1. Bill of Rights (1689)


1.2.5.2. Act of Settlement (1700)

1.3. Caraterização do constitucionalismo inglês: alguns traços

1.3.1. Direitos adquiridos


1.3.2. Due process of law
1.3.3. Papel relevante da jurisprudência
1.3.4. Constituição mista
1.3.5. Soberania do parlamento
1.3.6. Rule of law
2. Constitucionalismo norte-americano: religião, impostos e revolução

2.1. (Algumas) etapas da história constitucional norte-americana: breve referência

2.1.1. Puritanismo e constitucionalismo: os antecedentes


a) Religião e constitucionalismo: dos “pactos de graça” aos pactos políticos
b) Documentos: covenants e colonial charters
2.1.2. A caminho da independência: taxation without representation
2.1.3. O “tempo da fundação”
2.1.3.1. Nas vésperas da Independência: a importância da Declaração dos Direitos
de Virgínia (12 de junho de 1776)

a) Novidade da linguagem
b) Conteúdo: os “traços essenciais do constitucionalismo moderno”
(Horst Dippel)
“1. soberania popular; 2. princípios universais; 3. direitos
humanos; 4. governo representativo; 5. constituição como direito
supremo; 6. separação dos poderes; 7. governo limitado; 8.
responsabilidade e sindicabilidade do governo; 9. imparcialidade e
independência dos tribunais; 10. reconhecimento ao povo do
direito de reformar o seu próprio governo e do poder de revisão
da Constituição” (Horst Dippel, História do constitucionalismo
moderno: novas perspectivas, Lisboa, 2007, 10)

2.1.3.2. Declaração de Independência (4 de julho de 1776) e a Confederação


2.1.3.3. Constituição americana (1787)
a) Do texto original às primeiras emendas ou aditamentos: Bill of Rights
(1791)
b) A opção federal ou o confronto federalistas/ antifederalistas

2.2. Caraterização do constitucionalismo norte-americano: alguns traços

2.2.1. A nation under God


2.2.2. Democracia dualista: a lição de Madison
2.2.3. A ideia de limited government
2.2.4. A Constituição como paramount law
2.2.5. Judicial review: a importância do caso Marbury versus Madison (1803)

3. Constitucionalismo francês: o “conceito ideal de constituição” (Carl Schmitt)

3.1. (Alguns) traços históricos do constitucionalismo francês

3.1.1. Nas vésperas da Revolução: a république des lettres


3.1.2. Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen (1789)
3.1.3. Constituição de 1791: a monarquia limitada
3.1.4. Constituição de 1793: a constituição inaplicada
3.1.5. Constituição do Ano III (1795): o Diretório

3.2. Linhas de força do constitucionalismo francês


3.2.1. Afirmação dos direitos naturais dos indivíduos
3.2.2. Recusa dos privilégios do Ancien Régime
3.2.3. Legitimação de um novo poder político: o contrato
3.2.4. Exigência de uma constituição escrita
3.2.5. Contributo para o conceito de poder constituinte

Bibliografia mínima:

Gomes CANOTILHO, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, cit., pp. 49-62.

Rogério SOARES, “O conceito ocidental de constituição”, Revista de Legislação e Jurisprudência (1986),


p. 36 ss.; 69 ss.

NOTA

Não foi possível desenvolver o constitucionalismo antigo e medieval, pelo que, para além
das referências mínimas constantes das páginas das lições, este tópico (A. 3) não será exigido para
efeitos de avaliação. Os interessados em aprofundar este ponto podem, por exemplo, ler a síntese
de Maurizio FIOVARANTI, Costituzione, Bologna, 1999, p. 11-70 (há tradução castelhana).
CAPÍTULO III

“WE THE PEOPLE”

PODER CONSTITUINTE E CONSTITUIÇÃO

A. O que é o poder constituinte (o quê)? O poder constituinte como invenção da


Modernidade

1. A novidade da categoria

1.1. Conceção tradicional de constituição: a visão declarativa das leis fundamentais no quadro
do chamado constitucionalismo histórico
1.2. Poder constituinte: uma invenção moderna
2. Os contributos teorético-constitucionais

2.1. John Locke e o supreme power


2.2. Sieyès e o pouvoir constituant
2.3. A lição de Madison: constitutional politics e ordinary politics

B. O titular do poder constituinte (quem?). A questão da legitimação

1. A questão da legitimação da constituição: a diferença em relação à legitimidade (justeza material


da lei fundamental)
2. A história: povo (Rousseau) versus Nação (Sieyès)
1.1. Conceito de povo em Rousseau: O contrato social ou uma noção de soberania fracionária
1.2. Nação em Sieyès
3. O povo “dessacralizado”: a indispensável pluralização

C. A elaboração da constituição (como): procedimento(s) constituinte(s)

1. Fenomenologia do procedimento constituinte: o exemplo português


2. Procedimentos constituintes
2.1. Procedimento constituinte representativo (dominante na história constitucional
portuguesa)
2.1.1. Assembleia constituinte soberana
2.1.2. Assembleia constituinte não soberana (procedimento constituinte misto)
2.1.3. Assembleia constituinte e Convenções do Povo (memória da Constituição norte-
americana de 1787)
2.2. Procedimento constituinte direto
2.2.1. Procedimento constituinte referendário: a justeza do procedimento referendário
2.2.2. Procedimento constituinte plebiscitário: a maldade do procedimento plebiscitário
(Portugal: constituição de 1933)
2.3. Procedimentos constituintes monárquicos
2.3.1. Cartas constitucionais ou constituições outorgadas (Portugal: Carta Constitucional,
1826)
2.3.2. Constituições dualistas ou pactuadas

D. Poder constituinte originário: um poder absoluto?

1. A teoria da omnipotência no quadro da secularização de conceitos teológicos

1.1. Relendo Carl Schmitt: a teologia política


1.2. Modernidade e “migrações do sagrado”
1.3. Poder constituinte originário absoluto (= sem limites)?

2. A irrenunciável vinculação jurídica: entre a contextualização e a universalização

2.1. Vinculação interna


2.2. Vinculação internacional e cosmopolita

Bibliografia mínima:

Gomes CANOTILHO, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, cit., pp. 63-84.


CAPÍTULO IV

O ESTADO CONSTITUCIONAL

A. A Constituição e o seu referente: Estado? Sociedade?

1. O referente da Constituição
1.1. A sociedade e a Constituição
1.2. A Constituição como norma ou lei do Estado
2. Que coisa é o Estado?
2.1. Nascimento do Estado
2.2. Os elementos do Estado
2.2.1. Poder: a invenção da soberania
2.2.2. Povo
2.2.3. Território

B. O Estado constitucional: Estado de direito democrático

1. Estado de Direito: os contributos e as tradições


1.1. Rule of law: a herança britânica
1.2. Constituição e lei: a supremacia judicialmente garantida do texto constitucional
1.3. Estado legal (l' État légal) ou de legalidade: o contributo francês
1.4. Rechtsstaat: a lição alemã
2. Estado Democrático
2.1. Democracia versus Estado de Direito?
2.2. Estado de Direito democrático
3. Estado Constitucional
3.1. A inadequação de um conceito meramente formal
3.2. Dimensões do Estado Constitucional
3.2.1. Dimensão material
3.2.2. Dimensão organizacional
3.2.3. Dimensão procedimental
C. As crises do Estado nacional e territorial

1. Os desafios supranacionais e mundiais


2. O desafio federal e regional
3. A importância crescente da sociedade civil
4. Ingovernabilidade e crise do Estado Providência
5. O elemento nacional: entre a sua hipervalorização e o desenvolvimento da “constelação pós-
nacional” (Jürgen Habermas)

Bibliografia mínima:

Gomes CANOTILHO, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, cit., p. 85-102.

C. Estas questões serão retomadas ao longo do curso.

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