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ANA RAQUEL FRANCO CARVALHO

A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO EM CATIVEIRO PARA A


PRESERVAÇÃO DAS AVES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO: UMA
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTADAS PELO IBAMA.

Monografia apresentada ao curso de Engenharia


Ambiental da Universidade Católica de Brasília,
como requisito parcial à obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Profª. Drª. Ida Cláudia Pessoa Brasil

Brasília
2007
ii

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA


CURSO: ENGENHARIA AMBIENTAL

A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO EM CATIVEIRO PARA A


PRESERVAÇÃO DAS AVES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO: UMA
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EXECUTADAS PELO IBAMA

Monografia defendida e aprovada como requisito parcial para a obtenção do título de


Bacharel em Engenharia Ambiental, em 13 de junho de 2007, pela banca examinadora
constituída por:

______________________________________
Profª. Drª. Ida Cláudia Pessoa Brasil
(Orientadora)

_____________________________________
Profª. Msc. Elenice dos Santos Costa
(Examinadora)

Brasília
UCB
iii

Dedico este trabalho primeiramente a Deus pela


minha saúde, aos meus pais, Afonso e Edelvira
Cristina, que sem o apoio deles não teria feito a
minha graduação e ao Lidor que me incentivou nas
horas que mais precisei e aos amigos de todas as
horas.
iv

Agradeço especialmente,

À Deus pelo discernimento dado,

À minha família, pela compreensão;

À Professora Ida Claudia Brasil, pelo excelente auxílio no decorrer do trabalho e amizade;

Ao meu namorado Lidor, pelo auxílio, paciência, incentivo e amor;

Aos meus colegas do Ibama, em especial a Ugo Vercillo pela compreensão, Leonardo Mohr,
Fernando Dal’Ava e Flávia Sibele, pelo conhecimento transmitido no ambiente de trabalho;

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, obrigada!
v

RESUMO

O Brasil é um país megadiverso e o detentor de uma das maiores biodiversidade de


aves do mundo. Devido à perda e a degradação de hábitats e a antiga prática de captura de
aves na natureza, sua avifauna está seriamente ameaçada. A criação de aves em cativeiro nas
categorias comercial, conservacionista e amadorista é uma forma de preservação das espécies
de aves ameaçadas de extinção. O presente estudo tem como objetivo analisar as ações
executadas pelo Ibama no que se refere a criação em cativeiro como uma forma de
preservação dessas espécies. Os resultados dessa análise demonstraram uma limitação nas
ações, que comprometem a proteção da avifauna ameaçada de extinção.

PALAVRAS-CHAVE: aves ameaçadas de extinção, criação em cativeiro, ações do Ibama.


vi

ABSTRACT

Brazil is the country that has the world's greatest bird biodiversity. Due to the loss and
degradation of habitats and to the ancient practice of the capture of birds in the nature, Brazil's
bird fauna is under serious threat. The brazilian categories stablihed to criate birds in captivity
(commercial, conservative and anaterur), are some of one several ways to preserve the
different species of birds that are under the threat of extinction. The purpose of the following
study is to analyze the actions taken by Ibama regarding the breading in captivity of these
birds as a way of preservation. The results of this analysis give proofs of the boundary of the
actions being taken to promise the protection of all the bird fauna under threat.

KEYWORDS: birds under threat of in extinction, nursing in captivity, actions of ibama.


vii

SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................v
ABSTRACT ..........................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................viii
LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ......................................................x
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
1.1 OBJETIVOS...............................................................................................................2
1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................4
2.1 Aves Ameaçadas de extinção no Brasil............................................................................4
2.2 Políticas Públicas para a preservação das espécies de aves ameaçadas de extinção......12
2.2.2 Estrutura Regimental do Ibama ............................................................................14
2.3 Criadouros de Aves ........................................................................................................17
2.4 Ações do Ibama para a preservação das aves ameaçadas...............................................29
2.5 Planos publicados na série espécies ameaçadas .............................................................31
2.6 Criadouros de aves existentes no âmbito do Distrito Federal ........................................33
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................35
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................................39
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................44
ANEXOS ..................................................................................................................................47
viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Hierarquia das principais ameaças para extinção de aves .........................................9


Tabela 2 - Categorias da lista de espécies ameaçadas de extinção...........................................10
Tabela 3 - Número de espécies de aves ameaçadas de extinção ou extintas por família em
cada categoria, de acordo com a Lista Nacional Revisada.....................................11
Tabela 4 - Explica os anexos da CITES. ..................................................................................13
Tabela 5 - Quadro das prioridades para elaboração para dos planos de ação do Ibama ..........30
Tabela 6 - Quantidade de criadouros existentes no Distrito Federal por categoria. .................34
ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - bem-te-vi [Pitangus sulphuratus] ..............................................................................5


Figura 2 - mutum-do-nordeste [Mitu mitu] ................................................................................5
Figura 3 - arara-azul-pequena [Anodorhynchus glaucus] ..........................................................5
Figura 4 - Representa a distribuição da quantidade de espécies de aves e a porcentagem do
endemismo das aves nos biomas brasileiros.............................................................7
Figura 5 – Representa a porcentagem das aves ameaçadas de extinção no âmbito nacional.....8
Figura 6 – Representa a porcentagem de espécies ameaçadas e endêmicas por bioma. ............8
Figura 7 – Mutum-do-sudeste...................................................................................................31
Figura 8 – Albatroz-real-meridional – Diomodea epomophora...............................................32
Figura 9 – Pato-mergulhão (Mergus octocetaceus)..................................................................32
Figura 10 – Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)............................................................33
x

LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

CF Constituição Federal
CITES Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora
Selvagem da Fauna e Flora em Perigo de Extinção
COEFA Coordenação de Gestão do Uso de Espécies da Fauna
COFAU Coordenação de Proteção das Espécies da Fauna
DIFAP Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros
EBAs Áreas de Endemismo de Aves
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
IUCN União Mundial para a Natureza
MMA Ministério do Meio Ambiente
ONGs Organizações não governamentais
PNUMA Programa para as Nações sobre Meio Ambiente
1

1. INTRODUÇÃO

Diversidade biológica ou biodiversidade é o termo usado para designar a variedade de


formas de vida existentes na Terra. Foi a combinação de formas de vida, e suas interações
com as outras espécies e com seu ambiente físico que tornou a Terra habitável para os seres
humanos (MMA, 2002).
O Brasil possui uma extensão territorial de 8,5 milhões Km² e ocupa a metade da
América do Sul. Com uma diferença climática que resultou em uma variedade de
ecossistemas e biomas (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga) e uma área
de 3,5 milhões Km² de zona costeira e marinha que possuem uma variedade de ecossistemas,
incluindo os recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos (CDB, 2007).
A diversidade de biomas reflete a riqueza da fauna e flora brasileira, tornando-as as
mais diversas do mundo. Muitas espécies brasileiras são exclusivas no mundo, ou seja, são
endêmicas, só ocorrendo no território brasileiro, estimando cerca de 20% do número total de
espécies do planeta (CDB, 2007).
Apesar de sua imensa riqueza, a avifauna brasileira encontra-se ameaçada pela cultura
de se buscar aves na natureza para servirem de animais de estimação (GIOVANINNI, 2003).
Neste sentido, a ararinha-azul (Cyanopsitta apicii) já se tornou extinta na natureza devido ao
tráfico de animais e algumas espécies como os bicudos (Oryzoborus maximilliani
maximilliani) tiveram suas populações extremamente reduzidas. Desconsiderando-se os
peixes, a maior pressão do tráfico é contra as aves, principalmente nas canoras e nos
Psitacídeos. A captura de animais silvestres na natureza tem suas nefastas conseqüências
ambientais e somente foi tipificada como crime a partir de 1967 com a criação da Lei nº
5.197. Contudo as pessoas que mantinham espécimes em cativeiro antes do advento da lei não
poderiam ser penalizadas. Assim, em 1972, objetivando regulamentar estes casos, o Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) editou uma Portaria que procurava
regulamentar esta atividade.
De acordo com Camara et al. (2002) a política socioeconômica adotada no Brasil
proporcionou um aumento dos núcleos urbanos, motivando o crescimento da população
humana e à ocupação desordenada de áreas cada vez maiores. Além dos lançamentos na
atmosfera de grande quantidade de gases provenientes de centrais térmicas, refinarias
petrolíferas, siderúrgicas e dos veículos automotores.
2

Os processos de degradação também estão associados à intensidade do desmatamento


indiscriminado, exploração do solo acima da capacidade de suporte e o uso intensivo de
fertilizantes agrícolas que provocam verdadeiros desastres ecológicos. As atividades antrópica
como crescimento urbano acelerado, destruição das vegetações nativas, supressão dos
recursos hídricos são exemplos e motivo da deterioração nos sistemas ecológicos e a extinção
de muitas espécies (CAMARA, 2002).
Diante da tão vasta agressão ao meio ambiente, às plantas e todos os organismos vivos
estão seriamente ameaçados. A fauna sofre as conseqüências devido à perda de seus habitats
naturais, causando outros problemas que agravam ainda mais sua sobrevivência, como por
exemplo: imigração e emigração, predadores, atropelamentos, caça entre outras causas.
(RICKLEFS, 2001).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), juntamente com outras instituições vêm tentando
amenizar essas ameaças criando legislações específicas, metas e estratégias de conservação
entre outras ações para garantir a preservação das espécies para as gerações futuras.
O presente trabalho tem por objetivo, analisar as ações executadas pelo Ibama no que
se refere à criação em cativeiro para a preservação das aves ameaçadas de extinção. Diante do
desafio de investigar as ações do Ibama, sobre aves ameaçadas de extinção entendemos que as
ações são limitadas e que nem sempre asseguram uma ampla proteção a essas aves.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

• Analisar as ações executadas pelo Ibama no que se refere à criação em


cativeiro para a conservação das aves ameaçadas de extinção.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Analisar as ações do Ibama para a criação de aves ameaçadas de extinção nas


variadas categorias de criadouro comercial, conservacionista e amadorista ;
3

• Identificar os principais fatores relacionados ao sucesso dos criadouros no que


se refere à proteção de espécies ameaçadas de extinção;

• Diagnóstico dos criadouros de aves silvestres no Distrito Federal.

1.2 JUSTIFICATIVA

O Brasil é o terceiro país com a maior biodiversidade de aves no mundo. E devido a


diversos fatores de degradação ambiental, sua avifauna está seriamente ameaçada, sendo o
país a possuir o maior número de espécies ameaçadas de extinção.
As principais conseqüências destas ações são as perdas, degradações e fragmentações
de habitats, que se refletem no aumento do número de espécies presentes na lista nacional das
espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Sendo assim, o presente estudo demonstra a importância de se analisar as ações
governamentais relacionadas com o meio ambiente, no que se diz respeito à conservação
dessas espécies ameaçadas de extinção.
A criação de aves nas várias modalidades de cativeiro (conservacionista, amadorista e
comercial) é um instrumento de conservação, onde podemos obter diversas informações
como, por exemplo, a biologia dos grupos cativos, monitoramento e avaliação do sucesso das
ações executadas por estes empreendimentos que estão relacionadas com as necessidades de
conservação dessas espécies.
Informações a respeito da atuação destes criadouros no âmbito do Distrito Federal,
relacionadas à conservação da avifauna ameaçada de extinção, são escassas, sendo relevante à
realização do presente estudo.
4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A rica diversidade de aves do Brasil é bastante significativa, sendo uma das mais ricas
do mundo, com as estimativas recentes variando entre mil e seiscentos a mil e setecentas
espécies. Entretanto cerca de 10% dessas estão ameaçadas. A Amazônia apresenta o maior
número de espécies, seguida pela Mata Atlântica e o Cerrado (MARINI; GARCIA, 2005).
A maioria das espécies endêmicas do Brasil é encontrada na Mata Atlântica,
especialmente nas terras baixas do litoral Sudeste e no Nordeste. O Cerrado possui o segundo
maior número de espécies ameaçadas. A perda, degradação e fragmentação de habitats e a
caça – especialmente para o comércio ilegal – são as principais ameaças às aves brasileiras.
As iniciativas de conservação e pesquisa nos últimos 20 anos melhoraram significativamente
a capacidade de abordar e solucionar temas importantes para a conservação das aves.
(MARINI; GARCIA, 2005).

2.1 Aves Ameaçadas de extinção no Brasil

O declínio de uma espécie ou população ocorre quando nas suas populações a mortalidade
excede a natalidade e a emigração excede a imigração. Se este curso se mantiver, a extinção
acontece, ou seja, a espécie desaparece de parte ou da totalidade da sua área de distribuição.
Em geral, a extinção de uma espécie não acontece simultaneamente em toda a sua área de
ocorrência. Começa com extinções locais isoladas, quando as condições ambientais se
degradam. Frequentemente as extinções locais são desencadeadas quando, por destruição de
hábitat, os indivíduos desalojados não encontram hábitat adequado; começam então a ocupar
hábitat marginal e podem reduzir a sua taxa de reprodução ou sucumbir à predação e falta de
recursos. À medida que o hábitat se torna mais fragmentado, a distribuição da espécie vai
reduzindo-se a pequenos núcleos populacionais isolados, com reduzido contato com outras
populações da mesma espécie. Como resultado, estas pequenas populações ficam fragilizadas
e com uma capacidade reduzida de resistir às alterações ambientais. (NATURLINK, 2007)
Segundo Marini e Garcia (2005), na região neotropical, o Brasil é o país com o maior
número de espécies de aves ameaçadas. Entretanto as intervenções humanas afetaram,
significativamente, as espécies de aves que habitam os ecossistemas naturais brasileiros. A
resposta das aves a essas alterações varia desde aquelas que se beneficiaram com as alterações
do hábitat e aumentaram suas populações, como por exemplo, a espécie do bem-te-vi (figura
1).
5

Figura 1 - bem-te-vi [Pitangus sulphuratus]


Até aquelas espécies que foram extintas da natureza, como exemplo o mutum-do-
nordeste (figura 2) e a arara-azul-pequena (figura 3).

Figura 2 - mutum-do-nordeste [Mitu mitu]

Figura 3 - arara-azul-pequena [Anodorhynchus glaucus]


6

A Amazônia e a Mata Atlântica são os dois biomas com o maior número de espécies
de aves e os que possuem maiores níveis de endemismo. Depois desses biomas, o cerrado é o
segundo maior bioma brasileiro em extensão, foi identificado como um dos mais ricos e
ameaçados ecossistemas mundiais, para Mittermier et al. (1999) apud Alho (2005), é um dos
25 hotspot da biodiversidade. Alho (2005) explica que a conceituação de hostpots se ampara
no endemismo e na ameaça, pois as espécies endêmicas são restritas em ambientes
modificados pelo homem e por isso mais susceptíveis à extinção, em comparação com as
espécies que tem uma distribuição maior.
Indivíduos endêmicos são considerados quaisquer grupos taxonômicos que se
desenvolvam numa região muito restrita, formando endemismos (do grego endémos, ou seja,
indígena). Devido a alterações geográficas drásticas, muitas espécies tornam-se por força,
endêmicas. Algumas doenças e pragas, ao serem próprias de determinadas regiões, por
decorrerem de fatores ecológicos específicos de determinadas regiões, são, também,
endêmicas (CAIXINHAS, 1999).
As aves brasileiras são espécies residentes, de 92% apenas 8% espécies são migrantes
(SICK, 1997). A distribuição das espécies residentes ao longo do Brasil é desigual, estando à
maior diversidade de espécies concentrada na Amazônia e na Mata Atlântica, dois biomas
que, originalmente, eram cobertos por florestas úmidas. O maior número de espécies de aves
residentes, 1.300, e a maior taxa de endemismo (20%) ocorrem na Amazônia seguida pela
Mata Atlântica, com 1.020 espécies (18%) endêmicas. O Cerrado, dominado pela vegetação
de savana, é o terceiro bioma mais rico do país, com 837 espécies (4,3% endêmicas) A
Caatinga, uma vegetação de matas secas situada no Nordeste do Brasil, possui 510 espécies
de aves (2,9% endêmicas) e os Campos sulinos, que são uma extensão dos Pampas argentinos
no Brasil, têm 476 espécies e endemismo de apenas 0,4%. O Pantanal, a maior área alagada
da América do Sul, possui 463 espécies de aves, mas nenhuma é endêmica. (MARINI;
GARCIA, 2005). O mapa a seguir representa a distribuição de aves por biomas no Brasil.
7

837 espécies;
4,3% endêmicas

1.300 espécies;
20 % endêmicas 510 espécies;
2,9% endêmicas

463 espécies;
0 % endêmica

1020 espécies;
18% endêmicas

476 espécies;
0,4% endêmicas

Figura 4 - Representa a distribuição da quantidade de espécies de aves e a porcentagem do endemismo


das aves nos biomas brasileiros.

Foram utilizadas duas listas para definir o número de espécies de aves ameaçadas no
Brasil: a lista vermelha da União Mundial para a Natureza – IUCN das espécies globalmente
ameaçadas (IUCN, 2007) e a lista vermelha das espécies da fauna brasileira ameaçada de
extinção (MACHADO, 2003). A união dessas duas listas resultou em um total de 193
espécies e subespécies de aves ameaçadas, dentre as quais 124 estão globalmente ameaçadas
(IUCN, 2007) e 69 estão ameaçadas em nível nacional (MACHADO, 2003). Dentre as
nacionais, 25 são espécies, sendo 10 endêmicas do Brasil, e 44 são subespécies, todas elas
endêmicas do Brasil. Diante de tal comparação foi observado que das 193 aves ameaçadas de
extinção, 119 (62%) estão restritas ao Brasil, isso quer dizer que de um total de 100% de aves
ameaçadas mundialmente, 62% dessas aves estão no Brasil.
8

62%

38%

Mundial - 193

Brasil - 119

Figura 5 – Representa a porcentagem das aves ameaçadas de extinção no âmbito nacional.

Segundo Marini e Garcia (2005), a Mata Atlântica contém 75,6% das espécies
ameaçadas e endêmicas do Brasil, fazendo do bioma o mais crítico para a conservação de
aves no Brasil. Outras áreas, onde ocorrem aves endêmicas e ameaçadas, são os Cerrados
(12,6%), a Caatinga (11,8%), a Amazônia (8,4%) e o Pantanal (0,8%). Como se pode
observar na figura 6 abaixo.

Porcentagem de espécies ameaçadas e endêmicas


por bioma

8,4 0,8
12,6 Mata Atlântica
Caatinga
Cerrado
11,8
Amazônia
75,6 Pantanal

Figura 6 – Representa a porcentagem de espécies ameaçadas e endêmicas por bioma.


9

A distribuição das espécies de aves ameaçadas e endêmicas de um bioma em


particular mostra um padrão similar ao de todas as outras espécies ameaçadas, embora a
concentração seja ainda maior na Mata Atlântica. Algumas também são encontradas no
Cerrado e na Caatinga e algumas poucas espécies são encontradas nos outros biomas. De
acordo com a classificação da Birdlife International (2007), o Brasil tem 63 espécies
ameaçadas com distribuição restrita a 24 Áreas de Endemismo de Aves, EBAs – Endemic
Bird Areas. Todos os biomas brasileiros, exceto o Pantanal, contêm alguma EBAs. Muitas
EBAs estão na Mata Atlântica, o bioma com a maior concentração de espécies endêmicas e
ameaçadas, e alta prioridade de conservação.
As principais ameaças para as aves brasileiras é sem dúvida, a alteração dramática de
seus habitats, e com freqüência, dos biomas como um todo. Observa-se um grande número de
táxons coincide fortemente com o endemismo de paisagens exclusivamente brasileiras, que já
se encontram praticamente erradicadas ou, ainda, com espécies de distribuição extremante
restrita. Por outro lado, isso é evidenciado também pela pequena representação proporcional
de espécies privativas de grandes extensões de habitat que ainda se encontram razoavelmente
intactos. (MARINI; GARCIA, 2005).
O Cerrado é o segundo colocado em número de espécies ameaçadas e endêmicas
ameaçadas, com quase 80% da sua vegetação natural já foi convertida devido às pastagens
intensivas e à disseminação da agricultura mecanizada. Estimativas recentes sugerem que os
hábitas naturais remanescentes estarão, em grande parte, destruídos até 2030, se continuarem
as atuais taxas de destruição (ALHO, 2005).
As principais ameaças para as aves brasileiras, para a maioria das espécies brasileiras
presentes na lista vermelha da IUCN (2007), a perda e degradação do habitat (35,5%) é uma
das principais ameaças, seguida pela captura excessiva (28%). Outras ameaças incluem a
invasão de espécies exóticas e a poluição (14%), a perturbação antrópica e a morte acidental
(9,5%), alterações na dinâmica das espécies nativas (6,5% cada), desastres naturais (5%) e
perseguição (1,5%). Na tabela 1, está listada a hierarquia das principais ameaças de extinção
de aves.
Tabela 1 - Hierarquia das principais ameaças para extinção de aves
Principais ameaças de extinção de aves
1º Perda ou degradação do habitat
2º Captura excessiva
3º Invasão de espécies exóticas
10

4º Poluição
5º Morte acidental
6º Desastres naturais

Os números de aves ameaçadas ou extintas nas diferentes famílias estão representados


na tabela 3, e são classificadas nas cinco categorias a seguir: vulnerável (VU) quando um
táxon enfrenta um alto risco de extinção na natureza; em perigo (EN) considerado um táxon
que enfrenta um alto risco de extinção na natureza; criticamente em perigo (CR) quando o
táxon enfrenta um risco extremamente alto de extinção na natureza; extinto na natureza
(EW) quando se sabe que ele existe somente em cultivo, cativeiro ou em população inseridas
na natureza em áreas completamente distintas de sua distribuição original e extinto (EX)
quando não há dúvida que o último indivíduo morreu, presume-se que um táxon esteja
Extinto quando inventários exaustivos em seu hábitat conhecido e/ou esperado em tempos
apropriados ao longo de toda sua distribuição histórica não registram qualquer indivíduo
(MACHADO, 2003). A tabela 2, mostra as cinco categorias da lista de espécies ameaçadas de
extinção.
Tabela 2 - Categorias da lista de espécies ameaçadas de extinção
Categoria Significado
Vulnerável (VU) Um alto risco de extinção a médio prazo
Em perigo (EN) risco muito alto de extinção num futuro
próximo
Criticamente em perigo (CR) Risco extremamente alto de extinção num
futuro próximo
Extinto na natureza (EW) Existem espécies em cativeiro, mas não na
natureza.
Extinto (EX) Quando o último indivíduo de uma
determinada espécie morreu

A tabela 03 mostra o número de espécies extintas por família, em cada categoria


representada na tabela acima, que foi regulamentada pela Instrução Normativa n° 03/2003 que
regulamentou a lista das espécies ameaçadas de extinção.
11

Tabela 3 - Número de espécies de aves ameaçadas de extinção ou extintas por família em cada
categoria
Ordem** Família** Categorias* Total
EX EW CR EN VU
Tinamiformes Tinamidae - - - - 3 3
Diomedeidae -
Procellariiformes Procellariidae - - -- 12 14 36 5
Fregatidae -
Pelecaniformes Phethontidae - - -2 -- - -2 2 2
Ciconiiformes Ardeidae - - - 1 - 1
Anseriformes Anatidae - - 1 - - 1
Falconiformes Accipitridae - - - - 3 3
Cracidae - -
Galliformes Phasianidae - 1 - - 4 12 -7 1
Psophiidae - - 1
Gruiformes Rallidae - - - - 1 -- 1 1
Laridae - -
Charadriiformes Scolopacidae 1 - - - - -2 -2 1
Columbiformes Columbidae - - 2 - - 2
Coraciiformes Momotidae - - - 1 - 1
Psttaciformes Psittacidae 1 1 2 3 9 16
Cuculiformes Cuculidae - - 1 - - 1
Caprimulgiformes Caprimulgidae - - - 1 - 1
Apodiformes Trochilidae - - - 3 2 5
Picidae - - 5
Piciformes Ramphastidae - - - - 1 4 1 1
Conopophagidae - -
Cotingidae - -
Dendrocolaptidae - -
Emberizidae - -
Formicariidae - - -
Fringilidae - - 1
Furnariidae - - 1 - 2
Motacilidae - - 2 - 32 37 9
Muscicapidae - - - -4 34 10 15 1
Pipridae - - 4 -- -1 11 17
Rhinocryptidae - - - 4 39 11 1
Thamnophilidae - - 1 1 –– 2 3
Thraupidae - - 1 21 9– 92 20
Tyrannidae - - 1 2– 3 – 1 11
Passeriformes Vireonidae - - - - 6 1 1
Total 2 2 24 47 85 160
* EX – Extinta; EW – Extinta na natureza; CR – Criticamente em perigo; EN – Em perigo; VU – Vulnerável.
** Nomenclatura Taxonômica
FONTE: Machado, A.B.M. (2003)
12

2.2 Políticas Públicas para a preservação das espécies de aves ameaçadas de extinção

Segundo a Constituição Federal "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações". Estando a fauna abrangida pelo conceito de meio ambiente, vem o inciso VII do
parágrafo primeiro do artigo 225, como instrumento de garantia e efetividade da norma
constitucional, impor ao Poder Público o dever de proteger a fauna e a flora, vedadas, na
forma de lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais à crueldade (BRASIL, 1988).
A Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente. Nessa política o artigo 3º, inciso I, meio ambiente é definido como um conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas (BRASIL, 1981).
Nesse contexto no que se refere às sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998
destaca em seu artigo 29, a definição dada para a "fauna silvestre", que são todos aqueles
espécimes pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres que tenham todo ou parte do seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras, passaram a ser considerados fauna
silvestre (BRASIL, 1998).
A Lei define ainda, que o uso da fauna não é proibido, porém o acesso deve ser feito
através de permissão, licença ou autorização da autoridade competente. E diz ainda, que a
comercialização de animais vivos, partes, produtos e subprodutos são permitidos desde que
seja de criadouros autorizados. (GIOVANINNI, 2003)

2.2.1. Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora


Selvagem da Fauna e Flora em Perigo de Extinção – CITES.

O comércio ilegal de animais silvestres é uma prática antiga. A percepção de que este
comércio estaria comprometendo a sobrevivência da maioria das espécies do Planeta, chamou
a atenção das Nações Unidas, que se posicionou decisivamente diante do problema. Desta
maneira, em 1972 foi realizada em Estocolmo a I Conferência das Nações Unidas para o Meio
13

Ambiente, ou mais conhecida como, Conferência de Estocolmo, que passou a regulamentar a


nível global, o comércio legal de animais silvestres, contribuindo assim no combate ao
comércio internacional ilegal. (GIOVANINNI, 2003)
De acordo com o Decreto nº 76.623 de 17 de novembro de 1975, que promulgou a
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagem da Fauna
e Flora em Perigo de Extinção – CITES, tiveram como objetivo principal, regular o comércio
Internacional e prevenir o declínio de espécies ameaçadas ou potencialmente ameaçadas de
extinção. Tais ações são gerenciadas pela Organização das Nações Unidas - ONU e pelo
Programa para as Nações sobre Meio Ambiente – PNUMA. (GIOVANINNI, 2003)
Com referência a CITES, o Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999, Seção I,
Capítulo II, estabelece as sanções aplicáveis às infrações contra a fauna e considera como
agravante o fato de se tratar de espécies constantes dos anexos da CITES, conforme
explicação dos anexos (tabela 04):

Tabela 4 - Explica os anexos da CITES.


ANEXO 1 ANEXO 2 ANEXO 3
As espécies incluídas no As espécies incluídas no . As espécies incluídas no
Anexo I da CITES são Anexo II da CITES são Anexo III da CITES por
consideradas ameaçadas de aquelas que, embora intermédio da declaração de
extinção e que são ou podem atualmente não se encontrem qualquer país são aquelas
ser afetadas pelo comércio, necessariamente em perigo cuja exploração necessita ser
de modo que sua de extinção, poderão chegar restrita ou impedida e que
comercialização somente a esta situação, a menos que requer a cooperação no seu
poderá ser autorizada pela o comércio de espécimes de controle, podendo ser
Autoridade Administrativa tais espécies esteja sujeito a autorizada sua
mediante concessão de regulamentação rigorosa, comercialização, mediante
Licença ou Certificado. podendo ser autorizada a sua concessão de Licença ou
comercialização, pela Certificado, pela Autoridade
Autoridade Administrativa, Administrativa.
mediante a concessão de
Licença ou emissão de
Certificado.
14

A implementação da CITES no Brasil, regulmantada pelo Decreto nº 3.607, de 21 de


setembro de 2000, reforça a necessidade do cumprimento das suas disposições e designa o
Ibama, como Autoridade Administrativa e Científica da Convenção. (GIOVANINNI, 2003)

2.2.2 Estrutura Regimental do Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA


foi criado pela Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. O Ibama foi formado pela fusão de
quatro entidades brasileiras que trabalhavam na área ambiental: Secretaria do Meio Ambiente
- SEMA; Superintendência da Borracha - SUDHEVEA; Superintendência da Pesca –
SUDEPE, e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF (IBAMA, 2007).
O Ibama é uma entidade autárquica de regime especial, com autonomia administrativa
e financeira, dotada de personalidade jurídica de direito público, com sede em Brasília,
vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, tem objetivos finalísticos definidos para o
cumprimento de sua missão institucional:

01 reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir acidentes decorrentes da


utilização de agentes e produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem
como seus resíduos;
02 promover a adoção de medidas de controle de produção, utilização,
comercialização, movimentação e destinação de substâncias químicas e
resíduos potencialmente perigosos;
03 executar o controle e a fiscalização ambiental nos âmbitos regional e
nacional;
04 intervir nos processos de desenvolvimento geradores de significativo
impacto ambiental, nos âmbitos regional e nacional;
05 monitorar as transformações do meio ambiente e dos recursos naturais;
06 executar ações de gestão, proteção e controle da qualidade dos recursos
hídricos;
07 manter a integridade das áreas de preservação permanentes e das
reservas legais;
08 ordenar o uso dos recursos pesqueiros em águas sob domínio da União;
09 ordenar o uso dos recursos florestais nacionais;
10 monitorar o status da conservação dos ecossistemas, das espécies e do
patrimônio genético natural, visando à ampliação da representação
ecológica;
11 executar ações de proteção e de manejo de espécies da fauna e da
flora brasileiras;
12 promover a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento técnico-científico
voltados para a gestão ambiental;
13 promover o acesso e o uso sustentado dos recursos naturais e
14 desenvolver estudos analíticos, prospectivos e situacionais verificando
tendências e cenários, com vistas ao planejamento ambiental (BRASIL,
2002-a).
15

A estrutura organizacional do Ibama compreende os Órgãos Colegiados; Órgãos de


Assistência Direta e Imediata ao Presidente: Gabinete e Procuradoria-Geral; Órgãos
Seccionais: Auditoria, Diretoria de Gestão Estratégica e Diretoria de Administração e
Finanças; Órgãos Específicos Singulares: Diretoria de Florestas, Diretoria de Fauna e
Recursos Pesqueiros, Diretoria de Ecossistemas, Diretoria de Licenciamento e Qualidade
Ambiental e Diretoria de Proteção Ambiental; Órgãos Descentralizados: Superintendência do
Ibama (antiga Gerência Executiva) nos estados, Escritórios Regionais, Unidades de
Conservação Federais e Centros especializados (BRASIL, 2002).
A Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros – DIFAP compete, de acordo com as
diretrizes definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, coordenar, supervisionar,
regulamentar e orientar a execução das ações federais referentes à gestão e ao manejo da
fauna silvestre e exógena, dos recursos pesqueiros. Dentro da estrutura regimental do Ibama, a
DIFAP é divida em coordenações, dentro dessa está a Coordenação de Proteção de Espécies
da Fauna – COFAU e nesta compete implementar as medidas necessárias para a proteção das
espécies da fauna silvestre, sobretudo as espécies ameaçadas de extinção, as de acesso
restritivo e as de situações emergentes, e em especial:
I - estabelecer diretrizes, para a proteção dos recursos faunísticos a serem
executadas pelas unidades descentralizadas;
II - promover o controle, o monitoramento e a orientação das ações de
manejo da fauna silvestre e da fauna exótica na natureza e em cativeiro;
III - promover o controle, o monitoramento, a orientação e oferecer apoio às
ações de proteção e manejo das espécies ameaçadas de extinção, de acesso
restritivo e de situações emergentes, passíveis de ações de proteção
específica;
IV - promover a elaboração e a revisão periódica de normas e estratégias
para a proteção das espécies;
V - orientar a elaboração e a execução de planos de proteção e manejo das
espécies;
VI - monitorar, supervisionar e avaliar as ações de proteção e manejo das
espécies;
VII - promover o controle e a implementação de ações de melhoria contínua
no âmbito da execução dos planos de ação para a proteção e manejo das
espécies;movimentação das espécies, na natureza e em cativeiro;
IX - orientar a aprovação de projetos e de atividades relacionadas à
recuperação, translocação e reintrodução das espécies;
X - coordenar a implementação de projetos de proteção da fauna, mediante
a orientação, supervisão, avaliação e controle dessas atividades nas
unidades descentralizadas;
XI - incentivar e subsidiar a participação institucional em órgãos
colegiados, técnicos e científicos inclusive, voltados para elaboração de
estratégias de conservação e manejo das espécies da fauna, na natureza e em
cativeiro, implementando as ações pertinentes;
16

XII - promover a elaboração e atualização da lista oficial de espécies da


fauna ameaçada de extinção;
XIII - promover a elaboração, a implantação, à implementação e a
manutenção de sistemas de informação para a proteção dos recursos
faunísticos; e
XIV - apoiar o desenvolvimento de ações que visem levar à sociedade o
conhecimento da fauna brasileira, buscando sua conscientização para a
conservação da vida silvestre, principalmente as ameaçadas. (IBAMA,
2007)

Continuando na estrutura da DIFAP existe a Coordenação de Gestão do Uso de


Espécies da Fauna – COEFA e nesta compete implementar as medidas necessárias ao
disciplinamento do uso das espécies de fauna silvestre, inclusive das espécies
invasoras/problemas, das espécies com potencial de exploração econômica e das situações
emergentes, e em especial:

I - promover o controle, o monitoramento, a orientação e o apoio a ações de


gestão do uso de espécies invasoras/problemas, com potencial econômico e
de espécies de situação emergentes, passíveis de uso;
II - propor o licenciamento para a entrada e saída do país de animais vivos,
produtos e subprodutos da fauna silvestre e exótica, bem como das espécies
listadas na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de
Fauna e Flora em Perigo de Extinção - CITES;
III - promover à elaboração, a implantação, a implementação e a
manutenção de sistemas de informação do manejo e da gestão do uso dos
recursos faunísticos;
IX - promover o controle e a implementação de ações para a melhoria
contínua da execução dos planos de ação da gestão do uso das espécies;
X - promover a elaboração e a revisão periódica de normas, critérios,
padrões e procedimentos para o uso, o manejo e a movimentação das
espécies na natureza e em cativeiro;
XIII - preparar e atualizar a listagem de espécies da fauna com potencial de
uso;
XIV - apoiar o desenvolvimento de ações que visem levar à sociedade o
conhecimento da fauna brasileira das espécies passíveis de uso, buscando
sua conscientização para a conservação da vida silvestre;
XVI - coordenar e normatizar as ações de manejo e movimentação da
fauna silvestre e exótica no ambiente natural, em cativeiro e daquelas
sujeitas à exposição pública ou privada. (IBAMA, 2007)

A Superintendência do Ibama – SUPES representa o Ibama nos estados, são chamados


Órgãos Descentralizados, no caso do Distrito Federal a SUPES-DF é a responsável pela
fiscalização e emissão de licença para os criadouros existentes no DF.
17

2.3 Criadouros de Aves

Criadouro é caracterizado como áreas especialmente delimitadas e preparadas, dotadas


de instalações capazes de possibilitar a criação racional de espécies da fauna silvestre
brasileira, com assistência adequada.
A existência de criadouros é previsto na Lei de Proteção a Fauna- Lei nº. 5197/67, no
seu artigo 6° onde diz que o Poder Público estimulará:
a) a formação e o funcionamento de clubes e sociedades amadoristas
de caça e tiro ao vôo, objetivando alcançar o espírito associativista
para a prática desse esporte.
b) a construção de criadouros destinados à criação de animais
silvestres para fins econômicos (BRASIL, 1967, artigo 6º).

Com o intuito de ordenar a criação de animais silvestres em cativeiro e visando a


diminuição do tráfico de animais silvestres, em 1993 o Ibama publicou instrumentos legais
que regulamentam o registro e funcionamento dos criadouros de animais silvestres, foram
diversas portarias e instruções normativas, nas mais variadas modalidades, além do comércio
de animais nascidos nos criadouros comerciais.
A Portaria n° 193/93 regulamenta os criadouros conservacionistas, diz que:

Art. 2º - Os interessados em obter registro na qualificação "Criadouro


Conservacionista", deverão solicitar autorização à Superintendência do
IBAMA indicando:
a) preenchimento do formulário de "cadastro", no modelo adotado pela
Instituição;
b) local do Criadouro;
c) composição das matrizes, (nome científico/comum das espécies); e
d) planta da área e detalhes dos viveiros/recintos.
Art. 3º - Após a aprovação da carta-consulta, os criadouros deverão
apresentar planejamento complementar contendo:
- DADOS BIOLÓGICOS
. estoque inicial de matrizes por sexo;
. características do habitat projetado (descrição); e
. dados sobre a reprodução.
- CARACTERÍSTICAS DO CRIADOURO
. exigências e tolerância dos animais;
. área ou volume mínimo indispensável para o criadouro (medidas);
. água (como será fornecida);
. alimentação a ser fornecida;
. proteção contra o ambiente exterior;
. piso;
. aeração;
. luz;
. proteção contra chuvas;
. proteção acústica;
18

. temperatura ideal;
. exercício e repouso para os animais; e
. outras práticas.
- DADOS SANITÁRIOS
. parasitos e doenças assinaladas;
. combate utilizado;
. cuidados especiais; e
. outros aspectos.
Art. 4º - Os Criadouros Conservacionistas, deverão cumprir as seguintes
exigências:
a) ter a assistência de pelo menos um biólogo ou um médico veterinário;
b) possuir instalações adequadas a misteres da alimentação animal;
c) possuir pelo menos um tratador contratado em regime de tempo integral;
d) ter capacitação financeira devidamente comprovada;
e) manter arquivo de registro através de fichas individuais por animal;
f) manter contato/referência de laboratórios para análises clínicas, para
auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças;
g) apresentar um sistema de marcação dos animais;
h) necropsiar todos os animais que morrerem e as informações deverão
constar na ficha individual do animal; e
i) sexar todos os espécimes.
Art. 5º - Os espécimes do plantel dos Criadouros conservacionistas, em
hipótese alguma poderão ser objeto de venda.
§ 1º - As permutas de animais entre criadouros brasileiros, devem ser objeto
de consulta prévia ao IBAMA.
§ 2º - As permutas com criadouros internacionais, além de consulta prévia
ao IBAMA, obedecerá as normas da Convenção sobre o Comércio
Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de
Extinção - CITES.
Art. 6º - Os Criadouros Conservacionistas, ficam obrigados, sob pena de
cassação do registro a mandar relatório anual à Superintendência do
IBAMA.
Art. 7º - Os Criadouros Conservacionistas poderão receber animais em
depósito, quando solicitado pelo IBAMA, ou qualquer outra autoridade
constituída.
Art. 8º - O IBAMA fiscalizará os Criadouros Conservacionistas, sendo que
qualquer infração à presente Portaria, principalmente ao seu art. 5º obriga
ao cancelamento imediato do registro, sem prejuízo das sanções previstas na
Lei nº 5.197/67, com as alterações introduzidas pela Lei 7.653, de 12 de
fevereiro de 1988.
Art. 9º - Os criadouros Conservacionistas que possuírem em seu plantel,
animais da fauna silvestre brasileira, listada como ameaçada de extinção,
deverão colocá-los, sempre que solicitado, à disposição do IBAMA para
programas de reintrodução à natureza, acasalamentos em Criadouros
Científicos e/ou Zoológicos.
Art. 10 - Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência do
IBAMA envolvida ou a Presidência se necessário. (IBAMA, 2007)

O objetivo desse criadouro é apoiar as ações do IBAMA e dos demais órgãos


ambientais envolvidos na conservação das espécies, auxiliando a manutenção de animais
silvestres em condições adequadas de cativeiro e dando subsídios no desenvolvimento de
19

estudos sobre sua biologia e reprodução. Nesta categoria, os animais não podem ser vendidos
ou doados, apenas intercambiados com outros criadouros e zoológicos para fins de
reprodução.
Em 1994 aprovou-se a Portaria nº 016 que regulamenta os Criadouros Científicos que
diz:
Art. 1º - A manutenção e ou criação em cativeiro da fauna silvestre
brasileira com finalidade de subsidiar pesquisas científicas em
Universidades, Centros de Pesquisa e Instituições Oficiais ou Oficializadas
pelo Poder Público, sujeitar-se-ão às normas desta Portaria.
Art. 2º - Os órgãos mencionados no artigo anterior, solicitarão registro junto
às Superintendências Estaduais do IBAMA, mediante requerimento
encaminhando Projeto de Pesquisa, contendo as seguintes informações:
a) justificativa para a criação e ou manutenção de animais silvestres em
cativeiro;
b) espécie(s) e respectiva(s) quantidade(s);
b.1) a proporção entre reprodutores e matrizes (nos casos onde o projeto de
pesquisa prevê reprodução);
c) tempo de manutenção dos animais em cativeiro;
d) local para a manutenção (viveiros, terrários, gaiolas, tanques, caixas,
recintos, outros), incluindo suas dimensões;
e) forma de obtenção dos animais;
f) aspectos sanitários e de manejo (água, alimentação/nutrição, limpeza,
profilaxia, outros);
g) destino dos animais após a conclusão das pesquisas;
h) outros aspectos considerados relevantes do ponto de vista do manejo;
i) preenchimento do formulário de "Registro Pessoa Física e Jurídica",
conforme modelo adotado por esse Instituto;
j) sistema de segurança contra fuga de animais; e
k) termo de compromisso da Instituição, assegurando a manutenção dos
animais.
Art. 3º - A utilização de espécies constantes na Lista Oficial de Espécies
da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, somente poderá ser
autorizada quando houver, comprovadamente, benefício da pesquisa
em favor da espécie.
Art. 4º - As Instituições de Pesquisa deverão listar os sistemas de segurança
contra fuga de animais, apetrechos para sua captura e pessoal habilitado
para tal.
Parágrafo Único - Nos casos de manutenção e ou criação de animais
peçonhentos é indispensável ter à mão soros específicos, com período de
validade igual ou superior ao período da pesquisa.
Art. 5º - Ao final da pesquisa os animais poderão ser transferidos para
Instituições afins, ou para criadouros registrados mediante prévia
autorização do IBAMA.
Parágrafo Único - Quando não for possível a transferência dos animais para
outras Instituições ou criadores, a Instituição detentora dos animais deverá
mantê-los até que surja oportunidade de transferência.
Art. 6º - Ficam proibidas transferências de animais constantes na Lista
Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção entre
Instituições registradas por esta Portaria e Criadores Comerciais.
20

Art. 7º - Qualquer alteração no projeto de pesquisa deverá ser previamente


comunicada e justificada ao IBAMA, inclusive mudanças na
responsabilidade técnica.
Art. 8º - A documentação protocolada no IBAMA será analisada pelo corpo
técnico e, estando de acordo com as normas desta Portaria, será realizada
vistoria técnica.
Art. 9º - A qualquer momento o IBAMA poderá realizar vistoria técnica nas
Instituições regulamentadas por esta Portaria.
§ 1º - Se ficar constatada a manutenção inadequada ou negligente dos
animais, a Instituição será advertida e terá prazo de 30(trinta) dias para
efetuar as modificações.
§ 2º - Decorrido os 30(trinta) dias, será realizada nova vistoria técnica. Não
havendo melhoria nas condições de manutenção, a Instituição terá seu
registro cancelado e o IBAMA dará destino aos animais, sem prejuízo de
outras penalidades previstas em Lei.
Art. 10 - Para os projetos de pesquisa com duração superior a um ano,
deverão ser encaminhados ao IBAMA, através do responsável técnico,
relatórios anuais e relatório de conclusão ao término da pesquisa.
Parágrafo Único - Para projetos com período inferior a um ano, o relatório
deverá ser enviado ao término do projeto.
Art. 11 - O responsável técnico deverá encaminhar ao IBAMA, cópia dos
trabalhos a serem publicados decorrentes das pesquisas feitas com animais
mantidos e/ou criados na forma desta Portaria até 60(sessenta) dias após a
sua publicação.
Parágrafo Único - O não cumprimento do disposto no presente artigo,
implicará no indeferimento de autorizações para novos projetos, consoante
o que estabelece a presente Portaria. (IBAMA, 1994).

Esses criadouros promovem atividades de pesquisas científicas com animais silvestres.


Só podem obter esse registro, Órgãos ou Instituições devidamente reconhecidas pelo Poder
Público, como Universidades e Centros de Pesquisa.
Nesse mesmo contexto em 1997 a Portaria n° 118/97 regulamentou os Criadouros
Comerciais que:
Art. 1º - Normalizar o funcionamento de criadouros de animais da fauna
silvestre brasileira com fins econômicos e industriais.
Art. 2º - Para os efeitos desta Portaria, considera-se criadouro a área dotada
de instalações capazes de possibilitar o manejo, a reprodução, a criação ou
recria de animais pertencentes à fauna silvestre brasileira.
Art. 3º - Considera-se fauna silvestre brasileira todos aqueles animais
pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas
ou terrestres, reproduzidos ou não em cativeiro, que tenham seu ciclo
biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente dentro dos limites do
Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais.
Art. 5º - Os criadouros com fins econômicos e industriais serão enquadrados
nas seguintes categorias:
a) Criadouro de Espécimes da Fauna Silvestre Brasileira e Exótica para fins
Comerciais
- Pessoa Jurídica; e
b) Criadouro de Espécimes da Fauna Silvestre Brasileira e Exótica para fins
Comerciais
- Pessoa Física.
21

Art. 6º - O interessado em implantar criadouro com fins econômicos e


industriais de animais da fauna silvestre brasileira deverá protocolar carta-
consulta na Superintendência do IBAMA onde pretende instalar o
empreendimento, conforme modelo constante no Anexo I da presente
Portaria, com as seguintes informações/documentos:
a) preenchimento e assinatura do formulário padrão do IBAMA de Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Naturais;
b) cópia dos documentos de identificação da pessoa física (Identidade e
CPF) e da pessoa jurídica, no caso de empresa (Cadastro Geral do
Contribuinte-CGC, Contrato Social atualizado, CPF e Identidade do
dirigente);
c) localização do empreendimento e forma de acesso, com croqui da
localização do criadouro na propriedade;
d) objetivo da criação e sistema de manejo; e
f) estimativa da quantidade inicial de matrizes e reprodutores, com nome
popular e científico da(s) espécie(s) e sua procedência
Art. 7º - Aprovada a carta-consulta pela Superintendência, o interessado
deverá protocolar projeto complementar, no prazo de 90 (noventa) dias,
contendo:
a) descrição técnica do manejo a ser aplicado aos animais nas diversas fases
da criação;
b) sistema de marcação individual a ser adotado;
c) características do criadouro: área disponível, planta baixa ou croqui das
instalações/recintos destinados ao manejo dos animais, com tamanho e
denominação, espécie e quantidade de animais por instalação e área, abrigos
naturais e artificiais, aspectos sanitários dos animais e das instalações e
descrição dos aspectos qualitativos e quantitativos do manejo alimentar
(alimentação e água);
d) apresentação de cronograma de produção;
e) estudo prévio de mercado dentro dos objetivos do manejo com vistas a
comercialização (existência de abatedouros e pontos de venda de animais
vivos, abatidos, partes, produtos e subprodutos, preços esperados e demanda
de produtos);
f) formas de comercialização de acordo com portaria específica; e
g) apresentação do Documento de Recolhimento de Receitas - DR do
IBAMA.
Parágrafo Único - A não apresentação do projeto definitivo no prazo
estipulado no caput deste Artigo implicará no arquivamento do processo
contendo a carta-consulta.
Art. 8º - O projeto técnico deverá ser elaborado e assinado por responsável
técnico devidamente habilitado pelo respectivo Conselho de Classe.
§1º A responsabilidade técnica pelo projeto e execução do empreendimento
poderá ser assumida por órgão estadual ou municipal de extensão rural, de
acordo com o caput deste Artigo.
§2º A responsabilidade técnica do empreendimento compreenderá todas as
fases da implantação e criação, cabendo ao responsável técnico a
apresentação de termo de responsabilidade técnica pelo empreendimento.
§ 3º - O proprietário do criadouro deverá comunicar ao IBAMA qualquer
alteração na responsabilidade técnica, num prazo não superior a 30 ( trinta)
dias.
Art. 9º - Constatado o enquadramento do projeto nos padrões desta Portaria,
o interessado será comunicado oficialmente pela Superintendência do
IBAMA.
22

§ 1º - Após a conclusão de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) das obras
ou instalações previstas no projeto, o interessado deverá comunicá-la à
Superintendência do IBAMA, visando a realização de vistoria.
§ 2º - Estando as obras e instalações de acordo com o projeto apresentado, o
mesmo será homologado pela Superintendência com delegação de
competência e o registro será concedido ao criadouro, mediante expedição
de certificado de registro pela Diretoria de Controle e Fiscalização -
DIRCOF
Art. 10º - O criadouro implantado em propriedade que possua Reserva
Legal averbada em Cartório ou área declarada como Reserva Particular do
Patrimônio Natural - RPPN , devidamente comprovada, será isentado da
apresentação do Documento de Recolhimento de Receitas - DR para
registro inicial e do recolhimento da taxa de renovação de registro anual.
Art. 11 - Para a formação de plantel inicial, o criadouro poderá utilizar
matrizes e reprodutores de animais da fauna silvestre brasileira provenientes
de estabelecimentos registrados ou cadastrados junto ao IBAMA e de ações
de fiscalização e na ausência destes, poderá solicitar a captura na natureza,
mediante requerimento que informe o nome do responsável pela captura e
pelo transporte, local de captura, quantidade de animais a serem capturados,
método de captura, meio de transporte e apresentação de censo populacional
estimativo.
§ 1º - A captura na natureza será permitida preferencialmente em locais
onde as espécies estejam causando danos à agricultura, pecuária ou saúde
pública, comprovado por meio de laudo técnico de órgão de extensão rural
ou por órgão de pesquisa ou pesquisador, ratificado pelo IBAMA.
§ 2º - A captura será autorizada através de Licença expedida pela
Superintendência do IBAMA onde se localiza o criadouro, ouvidas as
demais Superintendências envolvidas.
§ 3º - Não será permitida a captura na natureza de animais constantes na
Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
§ 4º- As matrizes e reprodutores originários de captura na natureza, que
formaram o plantel inicial e forem considerados improdutivos, poderão ser
comercializados abatidos, mediante autorização expressa do IBAMA.
§ 5º- Não será permitida a venda de matrizes e reprodutores citados no
parágrafo anterior para formação de plantel de novos criadouros ou para
servirem como animais de estimação, devendo permanecer sob os cuidados
do criadouro até o óbito.
§ 6º - A necessidade de captura de animais na natureza visando o
melhoramento genético do plantel deverá atender o disposto no caput deste
Artigo.
Art. 12 - É facultado ao IBAMA, sempre que necessário, exigir do
criadouro a colocação do quantitativo de espécimes que foram capturados,
ou parte dele, a disposição, para atender programas de reintrodução ou para
a implantação de novos criadouros que tenham importância e caráter social,
comunitário ou demonstrativo.
Art. 13 - O criadouro deverá remeter anualmente à Superintendência do
IBAMA, declaração dos animais vivos mantidos em cativeiro e de animais
abatidos, partes e produtos constantes em seu estoque, conforme modelo
constante no Anexo II, bem como informar a quantidade de selos/lacres de
segurança fornecidos pelo IBAMA.
Parágrafo Único - O criadouro deverá manter em seu poder, as cópias ou
segundas vias das Notas Fiscais dos animais vivos, abatidos, partes e
produtos que foram comercializados, num prazo de 5 (cinco) anos, de
conformidade com portaria de comercialização específica.
23

Art. 14 - No caso de constatação de deficiência operacional do criadouro,


através da análise de relatórios, declaração de estoque, denúncias e
vistorias, o IBAMA exigirá a reformulação do projeto em prazo que não
excederá a 6 (seis) meses, sob pena de cancelamento do registro.
Art. 15 - O IBAMA poderá exigir a qualquer momento, a comprovação do
domínio da área do criadouro.
Art. 16 - O proprietário do criadouro que não cumprir as determinações
previstas nesta Portaria será notificado e terá um prazo de 30 (trinta) dias
para regularizar a situação.
§ 1º - Findo este prazo, será realizada vistoria no criadouro e constatada a
continuidade das irregularidades, será lavrado o Termo de Apreensão e
Depósito dos animais e assinado Termo de Compromisso, conforme Anexo
III da presente Portaria.
§ 2º - Esgotado o prazo definido no Termo de Compromisso, dar-se-á início
ao processo de cancelamento do registro e aplicadas as sanções civis e
penais
Art. 17 - No caso de encerramento das atividades, os animais vivos, se
acaso existirem, deverão ser transferidos para outros criadouros indicados
pelo IBAMA e a transferência deverá ser custeada pelo proprietário do
criadouro encerrado ou pelo destinatário.
Art. 18 - Ficam expressamente proibidos quaisquer atos ou procedimentos
de soltura aleatória dos animais, colocando em risco outras espécies ou
ecossistemas.
Art. 19 - O criadouro que intencione comercializar no mercado externo,
animais e produtos constantes no Anexo I da Convenção Internacional
Sobre o Comércio de Fauna e Flora Ameaçados de Extinção - CITES,
deverá regularizar-se junto ao Secretariado, atendendo as suas normas e
exigências.
Art. 20 - O criadouro comercial de animais da fauna silvestre brasileira que
possua autorização para manter em seu plantel espécies constantes da Lista
Oficial de Animais Ameaçados de Extinção ou pertencentes ao Anexo I da
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécimes da Fauna e da
Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.- CITES somente poderá iniciar a
comercialização no mercado interno a partir da geração F2,
comprovadamente reproduzida em cativeiro.
Art. 16 - O transporte em todo o Território Brasileiro de animais vivos,
partes, produtos e subprodutos originários de criadouros comerciais e
jardim zoológicos devidamente legalizados junto ao IBAMA será permitido
quando acompanhado da Nota Fiscal que oficializou o comércio e da Guia
de Trânsito Animal - GTA do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, quando tratar-se de transporte interestadual de animais
vivos.
Parágrafo Único - Para o transporte internacional, além dos documentos
mencionados no "caput" deste artigo, o interessado deverá solicitar ao
IBAMA no Estado onde residir, a expedição de Licença de Exportação,
conforme Portaria específica.
Art. 22 - O IBAMA poderá realizar vistoria no criadouro em qualquer
tempo.
Parágrafo Único - O IBAMA poderá solicitar, com antecedência de 10 (dez)
dias, a presença do responsável técnico pelo criadouro
Art. 23 - As Superintendências organizarão ficha cadastral dos criadouros,
atualizado anualmente com base na declaração constante no Art. 12 desta
Portaria.
24

Art. 24 - A Administração Central do IBAMA e as Superintendências com


delegação de competência poderão baixar normas complementares visando
a aplicação da presente Portaria e o funcionamento dos criadouros.
Art. 25 - O fiel atendimento do teor da presente portaria não exime o
criadouro do cumprimento de outras normas do Ministério da Agricultura e
Abastecimento ou de
outros órgãos do Poder Público.
Art. 26 - Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência do
IBAMA ou pela sua Presidência.

O objetivo desse criadouro é a produção das espécies para fins de comércio, seja do
próprio animal ou de seus produtos e subprodutos.
A mais atual é a Instrução Normativa n° 001/03 que diz que é competência do
IBAMA regulamentar:
Art. 1º As atividades dos criadores amadoristas de PASSERIFORMES DA
FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA, cujas espécies constem no Anexo I
desta Instrução Normativa, serão coordenadas pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para todos
os assuntos ligados à criação, manutenção, treinamentos, exposições,
transferências e realização de torneios.
§ 1º - Para efeito desta Instrução Normativa, Criador Amadorista é toda
pessoa física que cria e mantém em cativeiro espécimes de aves da Ordem
Passeriforme objetivando a preservação e conservação do patrimônio
genético das espécies, sem finalidade comercial, relacionadas no Anexo I
desta Instrução Normativa.
§ 2º - Em cada Gerência Executiva I e II do IBAMA haverá 1 (um) Servidor
Titular e, no mínimo, 1 (um) Suplente, sendo que nos Escritórios Regionais
deverá haver, no mínimo, 1 (um) Suplente, a serem designados pelo
Gerente Executivo respectivo, através de Ordem de Serviço, para responder
pelo assunto objeto desta Instrução Normativa.
Art. 2º A Licença para inclusão na categoria de Criador Amadorista de
Passeriformes da Fauna Silvestre Brasileira, concedida a pessoas físicas,
nos termos da presente Instrução, deverá ser solicitada por meio do Sistema
de Cadastramento de Passeriformes – SISPASS, que tem por objetivo a
gestão das informações referentes às atividades de criação amadorista.
§ 1º - O SISPASS está disponível no website do IBAMA
(http://www.ibama.gov.br), onde deverão ser informados os dados pessoais
do interessado.
§ 2º - Depois de preenchidos todos os dados exigidos no SISPASS, o
criador será inscrito automaticamente no Cadastro Técnico Federal,
conforme determina a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, sendo expedido o
número de registro, e, senha pessoal e intransferível que deverão ser
utilizados para acessar ao Sistema de Passeriformes
SISPASS.
§ 3º - O Sistema irá gerar um boleto de recolhimento bancário que deverá
ser pago no vencimento.
§ 4º - A Licença para criação amadorista de passeriformes será efetivada
somente após a confirmação do pagamento da taxa correspondente, após o
que, o interessado estará apto a acessar o SISPASS para realizar operações
de aquisições, transferências, solicitação de anilhas, registro de
nascimentos, óbitos, fugas, furtos ou roubos, emissão de
25

Relação de Passeriformes e demais operações disponíveis ao criador nos


termos da presente Instrução.
§ 5º - Somente após a efetivação do Cadastro Técnico Federal e
licenciamento do SISPASS, o criador estará autorizado a adquirir as aves de
outros criadores amadoristas já licenciados e criadouros comerciais
registrados, dos quais se tenha total certeza de sua procedência.
§ 6º - Os criadores amadoristas de passeriformes devidamente registrados
no IBAMA, poderão receber através de depósito efetuado pelo IBAMA,
exclusivamente para composição de seu plantel reprodutor, aves constantes
no anexo I da presente Instrução Normativa, oriundas de apreensão e
entregas espontâneas.
§ 7º - A Licença de Criador Amadorista de Passeriformes da Fauna
Silvestre Brasileira somente será efetivada caso o interessado não possua
débitos junto ao IBAMA, conforme determina a Lei nº 10.522, de 19 de
julho de 2002.
Art. 3º Em caso de desaparecimento, roubo, furto ou fuga de indivíduo(s)
da(s) espécie(s), o criador deverá registrar ocorrência policial, que deverá
ser informada no SISPASS.
Art. 4º Todo criador amadorista para estar devidamente regularizado
perante o IBAMA e assegurar o livre trânsito dos passeriformes,
exclusivamente para participação em Concursos de Cantos e Exposições
autorizados, ou ainda, treinamentos dentro e fora da Unidade Federada onde
mantém domicílio, deverá:
I - manter o seu plantel de passeriformes, em conformidade com o Anexo I
desta Instrução Normativa, devidamente anilhados com anilhas invioláveis,
conforme especificações nos Anexos I e III;
II - portar a Relação de Passeriformes atualizada, conforme modelo do
Anexo II, a qual deverá estar preenchida sem rasuras e dentro do prazo de
validade;
III - portar documento de identificação.
§ 1º - Para fins desta Instrução Normativa entende-se por treinamento:
I – A utilização de equipamento sonoro para reprodução de canto com fins
de treinamento de outro pássaro;
II – A utilização de um pássaro adulto para ensinamento de canto a outro
pássaro;
III – A reunião de pássaros adultos para troca de experiências de canto,
desde que em local fechado e que não propicie a visitação pública.
§ 2º – O deslocamento de pássaros de seu mantenedouro visando à
estimulação e resgate de características comportamentais inatas à espécie,
utilizando-se o ambiente natural, será considerado legal desde que não seja
caracterizado Exposição ou Concurso de canto e, ainda, que o criador esteja
portando toda a documentação de registro junto ao IBAMA.
§ 3º – Será permitida a permanência das aves em logradouros públicos
praças, estabelecimentos comerciais em geral ou similares, desde que o
criador esteja portando toda a documentação de registro junto ao IBAMA, e
ainda, que não seja caracterizada exposição, comércio ilegal, concurso de
canto ou maus tratos, podendo o infrator incorrer nas sanções previstas em
Lei.
§ 4º - O treinamento ou o intercâmbio para fins de reprodução dos
passeriformes da fauna silvestre brasileira, devidamente anilhados com
anéis invioláveis, de acordo com os Anexos I e III, os quais compõem o
plantel do criador amadorista, poderá ser realizado no domicílio de outro
criador devidamente registrado, desde que ambos estejam de posse do
Comunicado de Transporte e Permanência de Passeriformes, o qual deverá
26

ser preenchido no SISPASS sempre que a permanência do(s) pássaro(s)


ultrapassar 24 horas, com validade máxima de 90 (noventa) dias.
Art 5º A licença de criador amadorista tem validade anual, devendo ser
requerida nova licença 30 (trinta) dias antes da data de vencimento
constante na relação de passeriformes.
§1º - As informações referentes às alterações do plantel do criador
amadorista, conforme as operações citadas no § 6º do artigo 2º, deverão ser
incluídas no SISPASS, no prazo máximo de 30 (trinta) dias após sua
ocorrência, sem ônus para o criador, devendo ser impressa nova relação de
passeriformes atualizada.
§ 2º - No caso de óbito de aves as respectivas anilhas deverão ser
encaminhadas ao IBAMA para fins de baixa no plantel.
Art. 6º O IBAMA, através das Gerências Executivas, fornecerá anilhas
invioláveis, destinadas ao anilhamento de passeriformes nascidos em
cativeiro, contendo numeração seqüencial conforme Anexo III, aos
criadores amadoristas mediante requerimento prévio e recolhimento da taxa
correspondente.
§ 1º - O criador amadorista deve solicitar anilhas por meio do SISPASS, até
o número máximo de 50 (cinqüenta) durante o período de validade da
licença, observadas as médias por fêmea viável especificadas no Anexo I.
§ 2º - A solicitação de anilhas deverá ser feita com, no mínimo, 30 (trinta)
dias de antecedência ao nascimento dos filhotes, sendo que após a
comprovação de pagamento da taxa correspondente, o IBAMA terá 15
(quinze) dias para disponibilizar as anilhas ao criador.
§ 3º - Após o preenchimento de todos os dados exigidos e validação do
pedido pelo SISPASS, será emitido boleto de recolhimento bancário que
deverá ser pago até o vencimento, sendo que o IBAMA disponibilizará as
anilhas requeridas somente após a confirmação do pagamento, no prazo
descrito no parágrafo anterior.
§ 4º - A Gerência Executiva do IBAMA somente aceitará os pedidos de
anéis dos criadores amadoristas que estejam em situação regular junto ao
Instituto e em função do plantel básico contido na relação de passeriformes.
Art. 7º Poderão participar de torneios, exposições e ser objeto de
transferência, assim como transitar fora do domicílio de seu mantenedor,
para participação em treinamentos, somente os passeriformes da fauna
silvestre brasileira portadores de anilhas invioláveis, conforme Anexos I e
III.
Art. 8º As transferências de passeriformes entre criadores amadoristas
devidamente registrados, serão efetuadas através de solicitação no
SISPASS, sendo estas efetivadas após sua confirmação no programa pelos
criadores envolvidos.
Art. 9º Os criadores amadoristas poderão transferir as aves de seu plantel,
devidamente anilhadas com anilhas invioláveis, até o número máximo de 50
(cinqüenta) indivíduos por ano.
Parágrafo único - Os criadores que pretendam transferir um número
superior a 50 (cinqüenta) indivíduos, deverão procurar o IBAMA para
registro em categoria específica de criadouro com finalidade econômica,
conforme legislação pertinente.
Art. 10. É facultado aos criadores amadoristas organizarem-se em
Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos, os quais poderão
representá-los através de procuração registrada em cartório para efeito de
atualização de sua Relação de Passeriformes, retirada de anilhas, bem como,
organização de torneios e exposições.
27

Parágrafo Único – O criador poderá se fazer representar junto ao IBAMA,


para efeitos da presente Instrução Normativa, através de procuração
registrada em cartório, outorgando o poder de representação à pessoa física
ou jurídica de seu interesse.
Art. 11. As Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos deverão
registrar-se, encaminhando à Gerência Executiva do IBAMA onde tenham
sede e foro, requerimento instruído com os seguintes documentos:
I - cópia da ata da assembléia de eleição e posse da atual diretoria e do
estatuto social devidamente registrado no município sede da entidade;
II - balancete dos 03 (três) últimos anos, para o caso de federação já
existente;
III – certidões negativas do recolhimento de impostos federais;
IV - alvará de localização e funcionamento fornecido pelo órgão municipal
competente, onde a Federação, Associação e/ou Clube Ornitófilo tenha sede
e foro;
V - relação nominal dos criadores amadores filiados com os respectivos
endereços; e
VI - comprovante de registro no Cadastro Técnico Federal.
§ 1º O registro será concedido pela Gerência Executiva do IBAMA, onde as
Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos possuam sede e foro,
homologado pelo gerente executivo do IBAMA no Estado, ouvido o núcleo
de fauna e inscrito no Cadastro Técnico Federal.
§ 2º As Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos deverão comunicar
às Gerências Executivas I e II ou Escritórios Regionais do IBAMA, no
prazo de 30 (trinta) dias, as alterações que ocorrerem no seu endereço, no
objeto social e na denominação da razão social.
Art. 12. Os criadores amadoristas, individualmente, ou através de
Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos registrados no IBAMA,
poderão organizar, promover e participar de torneios e exposições de caráter
público, em geral, ou em caráter restrito e interno, observando
rigorosamente as disposições estabelecidas na legislação vigente e mediante
recolhimento de receita.
§ 1º O calendário anual de eventos deverá ser enviado às Gerências
Executivas I e II ou Escritórios Regionais do
IBAMA para aprovação, até o último dia útil do mês de outubro do
exercício anterior.
§ 2º Após aprovação do calendário anual pelas Gerências Executivas I, II ou
Escritórios Regionais do IBAMA, será emitida autorização conforme anexo
IV, onde constarão os eventos previstos com suas respectivas datas e
localizações, devendo a mesma permanecer em posse dos organizadores do
evento, para efeitos de fiscalização.
§ 3º Havendo necessidade de modificação de alguma data constante no
calendário anual aprovado, o IBAMA deverá ser comunicado oficialmente
com antecedência de 30 dias, para fins de emissão de nova autorização.
§ 4º Os torneios e exposições devem ser realizados em locais adequados e
devidamente protegidos de ventos, chuvas e sol.
§ 5º Somente poderão participar aves com anilhas invioladas, sem quaisquer
sinais de adulteração e de origem comprovada.
§ 6º A critério dos organizadores os Criadores Comerciais de Passeriformes,
devidamente registrados, poderão participar dos eventos desde que munidos
de autorização específica expedida pelo IBAMA.
§ 7º - Os Criadouros Comerciais deverão protocolar junto às Gerências
Executivas I e II ou Escritórios Regionais do IBAMA da Unidade Federada
onde mantém domicílio, solicitação de Licença de Transporte, com validade
28

de até 01 (um) ano, para participações em eventos com antecedência


mínima de 30 dias listando todas as aves, por nome científico e informando
a identificação adotada (número de anilha, microchip, etc.).
§ 8º Organizadores dos torneios e exposições de que trata este artigo e
criadores amadoristas, serão responsabilizados administrativa, civil e
penalmente quando constatadas irregularidades, como:
I - comércio ilegal, caracterizado como tráfico, praticado por criadores
amadoristas registrados no IBAMA e participantes do evento dentro e fora
do âmbito deste ou, ainda, em suas proximidades, que de imediato terão
suas aves apreendidas e as licenças suspensas podendo ser canceladas após
a apuração dos fatos, sem prejuízo das demais penalidades previstas na
legislação em vigor.
II - criadores amadoristas com passeriformes sem anilhas, anilhas violadas
ou adulteradas;
III - anilhas gravadas com datas que não correspondam à idade real do
espécime;
IV - relações de passeriformes adulteradas;
V - anilhas com diâmetros (bitola interna) incompatíveis com o tarso da ave
ou em desacordo com as especificações contidas nos Anexos I e III; e
VI - qualquer evento sem a via original da Autorização expedida pela
Gerência Executiva do IBAMA da Unidade Federada onde este esteja
ocorrendo.
Art. 13. Na hipótese de os criadores amadoristas, por qualquer razão,
desistirem da criação das espécies aqui tratadas, e, na impossibilidade de
repassarem o plantel para outro criador amadorista, o interessado deverá,
em prazo não superior a 30 (trinta) dias, comunicar sua intenção às
Gerências Executivas I e II ou Escritórios Regionais do IBAMA da Unidade
Federada onde mantiver domicílio, que promoverá o repasse das aves a
outro criador devidamente registrado.
Parágrafo Único - Em caso de desistência da criação e caso o plantel
ultrapasse o número de passeriformes autorizados
para transação, o IBAMA deverá ser comunicado em prazo não superior a
30 (trinta) dias, para fins de emissão de autorização para transferência e
licença de transporte.
Art. 14. Os criadores amadoristas não poderão expor as aves de seu plantel
com ou sem finalidade comercial, salvo pelas situações previstas nos artigos
4º, 7º e 10 desta Instrução Normativa.
Art. 15. Em nenhuma hipótese pássaros oriundos de criações amadoristas
poderão ser soltos salvo autorização expressa do IBAMA ouvido o Núcleo
de Fauna da Gerência Executiva da localidade responsável.
Art. 16. Está assegurado a todos os criadores de aves passeriformes e não
passeriformes portadoras de anilhas abertas, registrados com base na
Portaria IBDF nº 31-P de 13 de dezembro de 1976, que possuam
documentação comprobatória, e passeriformes portadores de anilhas abertas
registrados de conformidade com a Portaria n.º 131-P de 5 de maio de 1988,
o direito de permanecerem com as aves estando porém, impedidas de
participarem de torneios e exposições, serem objeto de transação, assim
como transitarem fora do domicílio de seu mantenedor para participação em
treinamentos.
§ 1º - As aves descritas no caput, de espécies não relacionadas no anexo I
desta IN não poderão ser objeto de reprodução.
§ 2º - Em caso de reprodução das aves descritas no caput e que não
constarem no anexo I da presente Instrução, o nascimento dos filhotes
29

deverá ser comunicado ao IBAMA para fins de anilhamento e destinação


das aves.
§ 3º - Na hipótese de óbito de algum espécime nestas condições, caberá ao
criador registrar no SISPASS a ocorrência, além de encaminhar a respectiva
anilha ao IBAMA, para fins de baixa na relação de passeriformes e
conseqüentes autenticações.
Art. 17. A inobservância desta Instrução Normativa implicará na aplicação
das penalidades previstas nas Leis nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967 e n.º
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro
de 1999, e demais legislações pertinentes.
§ 1º - Quando da aplicação, pelo agente autuante em caso de fiscalização,
das penalidades dispostas no art. 2º do Decreto nº 3.179, de 1999, ao criador
amadorista, deverá aquele proceder, anteriormente à apreensão dos
pássaros, à notificação do interessado, para, no período de 15 dias,
apresentar a documentação que comprove a legalidade de seu plantel.
§ 2º - Em caso de comprovação de irregularidade o infrator será autuado e
terá os pássaros apreendidos, podendo as aves permanecer sob a guarda do
infrator até que o IBAMA providencie a destinação final dos mesmos.
§ 3º - Em nenhuma hipótese os órgãos fiscalizadores que mantêm convênio
com o IBAMA poderão efetuar solturas aleatórias de pássaros oriundos de
criadores amadoristas registrados.
§4º - Em caso de necessidade de soltura de espécimes de aves da Ordem
Passeriformes consideradas da fauna domesticada, o local deverá ser
definido pela Gerência Executiva do IBAMA no Estado onde ocorreu a
apreensão, sendo a soltura, quando possível, acompanhada por um técnico
do órgão.
§5º - No caso de operações externas, em feiras ou ambientes públicos, onde
sejam encontradas aves em situação irregular, estas deverão ser
imediatamente apreendidas e encaminhadas à Gerência Executiva do
IBAMA, a qual definirá seu destino.
Art. 18. Os casos omissos nesta Instrução Normativa serão resolvidos pela
Gerência Executiva do IBAMA ou por sua Presidência, através da Diretoria
de Fauna e Recursos Pesqueiros.
Art. 19. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação,
sendo que o cadastramento de novos criadores será feito no programa já
existente até que se proceda a total alimentação do SISPASS e sua
conseqüente disponibilização na Internet.

O principal objetivo dessa criação é a conservação do patrimônio genético das


espécies, sem finalidade comercial.

2.4 Ações do Ibama para a preservação das aves ameaçadas

As ações do Ibama com relação às aves ameaçadas tem sido a atuação em conjunto
com a sociedade para estabelecer planos para a conservação de diversos grupos da fauna
ameaçada de extinção. Neste processo de construção dos Planos de Ação, tem sido de grande
importância à participação do setor acadêmico, de organizações não governamentais - ONGs
30

dedicadas ao estudo e proteção de espécies e seus hábitats e de outros órgãos governamentais


federais, estaduais e municipais.

Os Planos de Ação são divididos em duas partes. Na primeira, são explorados temas
de interesse para o conhecimento das espécies e discutidos os problemas que elas enfrentam..
Na segunda parte, são elaboradas as ações mais desejáveis para se conseguir melhorar o
estado de conservação das espécies. Esta segunda parte é o Plano de Ação propriamente dito.
Neste, são tratados temas de relevante interesse para as espécies, como mostra o quadro
abaixo:

Tabela 5 - Quadro das prioridades para elaboração para dos planos de ação do Ibama
Instrumentos Instrumentos de Instrumentos Instrumentos de
de conservação da de controle promoção do uso
conhecimento biodiversidade dos impactos sustentável e da repartição
sobre a sobre a de benefícios oriundos da
biodiversidade biodiversidade biodiversidade

Gestão da Proteção do Conservação Proteção das Políticas Públicas


habitat das espécies espécies
informação

Elaboração de Criação e Manejo da Mitigação dos Legislação; Educação


implementação
Planos de Ação; natureza impactos; atuação ambiental e
de UCs;
banco de dados e proteção e (translocação, fiscalização e nacional conscientização
restauração de
mapeamentos; remoção de controle. integrada aos pública;
habitats;
pesquisa, criação de espécies três níveis do envolvimento
sistemas de
inventários e invasoras, governo; da sociedade
conexão de
monitoramentos habitats. reintrodução); atuação em ações de
manejo em internacional; conservação;
cativeiro financiamentos, formação
(reprodução). incentivos a recursos
boas práticas e humanos.
certificação
ambiental;
licenciamento
ambiental.
31

Os planos de ação são publicados pelo IBAMA e MMA na Série Espécies Ameaçadas,
publicação destinada a disponibilizar informações que possibilitem uma melhora do
conhecimento sobre estas espécies e das ações a serem desenvolvidas para sua recuperação.
Tais planos apresentam informações sobre a biologia da espécie ou grupo de espécies
envolvidas e propõem uma série de medidas a serem implementadas em diversas áreas
temáticas, seguindo uma escala de prazos e prioridades, visando a conservação destas
espécies. Além disso, os planos devem ser revisados periodicamente como forma de
monitorar e avaliar o sucesso das ações executadas e atualizar as necessidades de preservação.

2.5 Planos publicados na série espécies ameaçadas

Os planos destinados às espécies ameaçadas foram elaborados através de grupos de


trabalhos entre Ibama e MMA e os responsáveis técnicos da área fim, tais planos serão
comentados a seguir.

Plano de Ação para a Conservação do mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii)

Figura 7 – mutum-do-sudeste

O primeiro plano trata do mutum-do-sudeste Crax blumembachii, espécie endêmica da


Mata Atlântica brasileira considerada em perigo de extinção, tendo como principais ameaças à
sua sobrevivência a destruição do seu ambiente natural pelo desmatamento e a caça. A
reunião de especialistas, que discutiram amplamente a situação da espécie e as medidas
necessárias à sua preservação, gerou o documento.
32

Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Albatrozes e Petréis

Figura 8 – Albatroz-real-meridional – Diomodea epomophora

O segundo número da Série é Plano de Ação Nacional para a Conservação de


Albatrozes e Petréis, espécies de aves oceânicas que passam a maior parte de suas vidas em
alto mar, procurando a terra firme somente para reprodução, que geralmente ocorre em ilhas
oceânicas. As duas principais ameaças aos albatrozes e petréis são a pesca industrial realizada
com espinhéis e a alteração de suas áreas de reprodução, devido à introdução de espécies
exóticas invasoras.

Plano de Ação para a Conservação do Pato-mergulhão (Mergus octocetaceus)

Figura 9 – Pato-mergulhão (Mergus octocetaceus)


33

O terceiro número desta Série é o Plano de Ação para Conservação do Pato-


Mergulhão, espécie Criticamente Ameaçada que ocorria originalmente no Brasil, Argentina e
Paraguai. Atualmente existem registros apenas no Brasil e na Argentina, sendo que neste país
as populações, se ainda existentes, devem ser extremamente reduzidas. Este fato reforça a
necessidade de conservar a espécie em território brasileiro, desenvolvendo esforços conjuntos,
de forma a garantir que o pato-mergulhão não seja extinto num futuro próximo. A estimativa
populacional atual é de apenas cerca de 250 aves na natureza e nenhuma em cativeiro.

Plano de Manejo da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)

Figura 10 – arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)

O quarto número desta Série é o Plano de Manejo da Arara-Azul-de-Lear


(Anodorhynchus leari), espécie Criticamente Ameaçada, endêmica da Caatinga. A estimativa
populacional atual é de apenas cerca de 600 aves na natureza e 40 conhecidas em cativeiro.
As principais ameaças a esta espécie são a perda de habitat e a captura para o comércio ilegal.

2.6 Criadouros de aves existentes no âmbito do Distrito Federal

De acordo com SUPES-DF (IBAMA, site, 2007) existem 4.215 criadouros (Tabela
06). Esses criadouros estão listados de acordo com as categorias: comercial, conservacionista
e amadorista.
34

Tabela 6 -Quantidade de criadouros existentes no Distrito Federal por categoria.


Categoria Número existente

Amadorista 4182

Conservacionista 17

Comercial 16

TOTAL 4215

Na tabela acima podemos reparar o elevado número de criadouros amadoristas existentes,


isso se deve a uma prática antiga de se criar animais silvestres como animais de estimação,
principalmente as aves. Em 3 de janeiro de 1967, o IBDF um dos orgãos que constitiu o
Ibama , editou a Lei nº 5.197/67 que proibia a capturas de animais da natureza, pois a fauna
era de domínio da União, mas incentivou a criação em criadouros e as sociedades
amadoristas. Como o IBDF não tinha uma estrutura para regulamentar esses criadouros e já
existiam as Federações e Associações de criadouros de pássaros, o IBDF outorgou através da
Portaria nº 131/88 o poder a estas Federações para organizar e controlar essa atividade.
Todavia, devido a uma série de irregularidades observadas, em 2001 o Ministério Público da
União passou a obrigação ao Ibama, que editou a Instrução Normativa nº 05/01 estabelecendo
o recadastramento de todos os criadores de Passeriformes. Com essa iniciativa do orgão foi
verificado que o número desses criadores ultrapassava 70.000, fato que exigiu a elaboração de
um programa informatizado capaz de armazenar todas as informações existentes, com esse
advento da informática o Sistema de Cadastramento de Passeriformes – SISPASS foi criado,
para o cadastro e monitoramento dessa atividade. Mas mesmo com esse sistema de operação
ainda existe muita fraude, por parte de alguns criadores o que justifica o alto número desses
criadouros e também pelo fato de vários criadouros possuírem cadastrados um ou dois
pássaros, por gostarem de participar de torneios e competições. (Cabral, 2004).
35

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na


investigação da verdade no estudo de uma ciência ou para alcançar um determinado fim. O
método é o orientador geral da atividade, é a estratégia da ação. A técnica é a tática, soluciona
o modo específico e mais adequado pelo qual a ação se desenvolve em cada etapa (PEDRON,
2003).
Uma pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas
principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-
existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza
quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também
pode ser definida como o conjunto de atividades orientadas e planejados pela busca de um
conhecimento. Atualmente, também se entende pesquisa como qualquer busca realizada por
meio da internet (PEDRON, 2003).
No presente estudo foi utilizado três procedimentos: pesquisa de documentos,
referencial bibliográfico e pesquisa de campo - descritiva.
A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições
científicas disponíveis sobre determinado tema. Ela auxilia na definição do problema, na
determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa da
escolha do tema e na elaboração do relatório final. (PEDRON, 2003). No presente trabalho
foram utilizados trabalhos publicados como teses e dissertações específicas na área do estudo.
A pesquisa documental é o suporte que contenha informação registrada, formando uma
unidade, que possa servir para consulta, estudo ou prova. Incluiu impressos internos do
Ibama, imagens sem modificações do período do presente estudo, dados documentais por
meio de consultas da legislação brasileira (ABNT, 2000).
Na pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando
compreender e explicar o problema pesquisado. Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de
campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de
36

coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que
serão empregadas para o registro e análise (PEDRON, 2003).
São vários os métodos utilizados para a realização de coleta de dados, que variam de
acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. A técnica de pesquisa utilizada
para coletar dados desse estudo foi a entrevista com representantes do Ibama que trabalham
com a elaboração das leis referentes à fauna em extinção, a regulamentação dos criadouros e
pesquisa de campo nos criadouros para verificar o cumprimento das leis nos mesmo.
No que se refere à pesquisa de campo nos criadouros será feito um diagnóstico desse,
bem como a comparação com legislação vigente que são: Portaria 118/97 que regulamenta os
criadouros comerciais, a portaria 193/93 que regulamenta os criadouros conservacionistas e a
Instrução Normativa n º 003/01, que regulamenta os criadouros amadoristas. (BRASIL, 2007)
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha
informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou
para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social (MARCONI; LAKATOS,
1999).
A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado,
sobre determinado assunto ou problema, neste caso em especial o assunto abordado foi a
criação das espécies ameaçadas de extinção nas categorias dos criadouros.
No sentido de analisar as ações do Ibama referente à criação em criadouros e também,
a eficácia das ações para conservação das espécies ameaçadas nesses cativeiros. Os analistas
ambientais do Ibama entrevistados foram escolhidos por fazerem do quadro de servidores do
Ibama e apresentam conhecimento com relação às ações do órgão referente ao assunto
estudado numa escala de tempo. O Sr. Fernando Dal`Ava, Diretor substituto da Diretoria de
Fauna e Recursos Pesqueiros – DIFAP, que durante anos atuou no Ibama como o
Coordenador da COEFA e que acompanhou de perto todas os procedimentos e andamentos
para as políticas públicas referente aos criadouros e o Sr. Leonardo Viana Mohr, Coordenador
substituto da Coordenação de Proteção de Espécies da Fauna – COFAU, por ser o
representante que lida com as questões de espécies ameaçadas de extinção.
A Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros - DIFAP, de acordo com as diretrizes
definidas pelo Ministério do Meio Ambiente, tem a competência de coordenar, supervisionar,
regulamentar e orientar a execução das ações federais referentes à gestão e ao manejo da
fauna silvestre e exógena, dos recursos pesqueiros. A Coordenação de Proteção de Espécies
37

da Fauna – COFAU, tem a competência de implementar as medidas necessárias para a


proteção das espécies da fauna silvestre, sobretudo as espécies ameaçadas de extinção, as de
acesso restritivo e as de situações emergentes.
Há diferentes tipos de entrevistas que variam de acordo com o propósito do
entrevistador. O sistema utilizado nesta análise foi a padronizada ou estruturada, que é aquela
em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao
indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um formulário elaborado e é
efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano. O motivo da
padronização é obter, dos entrevistados, respostas a mesmas perguntas, permitindo que todas
elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem
refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas. As respostas se
possível devem ser anotadas no momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade
das informações. Em todas as entrevistas realizadas, com o consentimento do entrevistado, foi
possível utilizar o gravador, sendo este, de grande importância para que a análise posterior
fosse feita com maior embasamento.
O questionário de entrevista aos gestores no Ibama está relacionado na tabela 07.
38

Tabela 7 – Entrevista aplicada aos gestores do Ibama

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA IBAMA

Identificação do(a) Entrevistado(a).

Órgão Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis
Nome do
Entrevistado:
Cargo ocupado:
Função:
Data:
Horário
Local:
Entrevistador(a):

Questionário:

1. A criação em cativeiro (comercial, comservacionista e amadorista) é uma forma de


conservação das espécies ameaçadas de extinção?
2. Principais fatores relacionados aos criadouros para a efetiva proteção das espécies
ameaçadas?

O método utilizado para obter as informações sobre a conservação das aves ameaçadas de
extinção em cativeiro foi à coleta de dados existentes nas coordenações citadas,
complementadas com as opiniões dos gestores por meio de um questionário e entrevistas
gravadas.
39

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo do presente estudo foi analisar as ações executadas pelo Ibama no que se
refere à criação em cativeiro para a conservação das aves ameaçadas de extinção. Nesta etapa
serão expostos os resultados obtidos através das entrevistas com o Diretor substituto da
DIFAP e com o coordenador substituto da COFAU, como também a verificação em campo
da legislação existente sobre criadouros.

4.1 Análise das ações do Ibama para a criação de aves ameaçadas de extinção nas
categorias de criadouro comercial,conservacionista e amadorista

Para a análise das ações do Ibama para criação de aves ameaçadas de extinção nos
criadouros comerciais, conservacionista e amadorista utilizou-se como ferramenta a Portaria nº.
139, de 29 de dezembro 1993 que regulamenta os criadouros conservacionistas, a Instrução
Normativa - IN nº. 001, de 24 de janeiro de 2003 que normatiza a criação amadorista de
passeriformes e a Portaria n° 118/97, de 15 de outubro de 1997, que regulamenta a criação
comercial de animais da fauna silvestre.
Segundo o Coordenador Leonardo Mohr a criação em cativeiro por si só, não é
considerada uma forma de proteção de espécies ameaçadas de extinção se não estiver ligado a
um programa de conservação. O Coordenador considera a criação em cativeiro fundamental
desde que se pense em um plano de conservação para o acompanhamento e a reintrodução
dessas espécies na natureza, num futuro quando se precisar dessas espécies na natureza.
O Sr. Leonardo Mohr considera a criação amadorista um hobby para quem tem esse
tipo de criadouro e não uma forma de conservação, pois tal atividade não tem ligação com
planos ou programas de consevação. A prática amadorista é regulamentada pela IN nº. 001/03,
que tem vários critérios para a obtenção da licença para o funcionamento do criadouro, mas não
faz exigências ligadas a um plano de conservação para as espécies. Ele exemplifica sua opinião
com os cardeais-amarelos, que é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, e que hoje
existem cerca de 2.700 espécies nesses criadouros, mas que não fazem parte de nenhum
programa ou plano de conservação, o que faz com a conservação se torna inviável, pois não há
um acompanhamento direcionado a conservação dessas espécies. Com relação à criação
conservacionista considera uma forma de conservação das espécies ameaçadas, pois estes
40

criadouros têm a obrigação do vínculo com um projeto de conservação, como o próprio nome
diz, o objetivo desse criadouro é criar para conservar.
O Diretor de Fauna, Sr. Fernando Dal’Ava inicia sua entrevista informando que há uma
distinção entre as categorias amadoristas, conservacionistas e comercial. Dessas três
categorias somente uma é prevista em lei: é criadouro comercial. As demais categorias são
regulamentadas através de Portarias e Instruções Normativas.
Segundo o Diretor a criação comercial é considerada uma forma de proteção de
espécies, pois as aves que são utilizadas para a comercialização são adquiridas através de
apreensões do tráfico de espécies, o que faz com que haja uma inibição da captura dessas aves
na natureza, sendo assim, uma forma de proteção. O Sr. Fernando Dal’Ava faz referências aos
altos preços dos exemplares em cativeiro, pois os exemplares são caros devido a
disponibilidade deles no mercado e que a partir do momento em que existir uma quantidade
maior desses exemplares da avifauna, esses ficarão mais acessíveis. Entretanto para que isso
seja possível é necessário incentivo de políticas para a criação em cativeiro em vez de
políticas que coíbem ou proíbem a criação comercial, o qual é um dos objetivos da Diretoria
de Fauna.
A criação conservacionista para o Diretor tem o papel meramente de manutenção de
espécies que não tem potencial reprodutivo e é considerada uma forma de conservação por
manterem estoques genéticos puros que podem ser utilizados futuramente em pesquisas
científicas ou auxílio nos criadouros.
O Senhor Fernando Dal’Ava, Diretor de Fauna, acredita que a criação amadorista é
uma forma de conservação das espécies, pois essa criação está vinculada ao aperfeiçoamento
das qualidades e características de uma determinada espécie, exemplo disso são os pássaros
que tem como habilidade a arte de cantar, e por isso podem participar de campeonatos
específicos nessa área. Nesses campeonatos são estabelecidos padrões de canto, tais padrões
são repassados através de cruzamento entre as espécies para que essas aves criadas nesses
criadouros tenham um melhor desempenho nessa habilidade. Assim sendo, a existência desse
tipo de criadouro faz com que haja um desinteresse por parte dos criadores, pelas espécies
presentes na natureza, uma vez que as mesmas não terão tantas habilidades, portanto não é tão
interessante a criação.
De uma maneira geral as ações do Ibama no que se refere a criação em criadouros de
espécies ameaçadas é eficaz, mas é necessário uma definição de conservação de espécies
ameaçadas, pois há muita controvérsia entre a visão dos gestores entrevistados levando a
41

conclusão de os criadouros são uma forma de proteção das espécies ameaçadas e que ao
mesmo tempo não são devido a visão diferenciada do termo proteção ou conservação da
fauna, que não está definido em nenhuma das legislações referentes a fauna. .

4.2 Identificar os principais fatores relacionados ao sucesso dos criadouros no que se


refere às aves ameaçadas de extinção.

Nos criadouros de aves existentes no Distrito Federal foi possível verificar o


seguimento de alguns fatores que são indispensáveis para o sucesso na manutenção das
espécies de aves de uma maneira geral. Primeiramente o investimento em mão-de-obra. A
mão de obra especializada e atualização constante é um dos requisitos mais importantes e que
geralmente estabelece a diferença entre o fracasso e o sucesso de uma criação em cativeiro.
Em seguida é a preocupação com as instalações onde as espécies serão criadas, no caso das
gaiolas, essas devem ser colocadas sempre suspensas para evitar o contato com roedores.
Geralmente os recintos são de alvenaria com telas de proteção, de tubos de pvc, gaiolas
especiais, mas toda essa estrutura depende da espécie que vai se criar. Após isso vem a
preocupação com a alimentação, que é o fator mais importante para a reprodução das espécies
e consequentemente o sucesso do criadouro, a alimentação é baseada na utilização de rações
balanceadas, ainda que para algumas espécies estas ainda sejam deficientes. Outro fator que
influência esse sucesso é a interferência de barulhos estranhos, pessoas estranhas ou mesmo
animais dominantes da mesma espécie em contato visual inibem o par a copular ou fazer a
postura, por isso á necessidade de isolamento dos casais para o sucesso na reprodução das
espécies. O aspecto sanitário do cativeiro deve estar sempre em perfeito estado com controles
sanitários implantados na rotina de manejo. A presença de qualquer animal estranho ao
criadouro é indesejada ainda que em alguns casos impossível de controlar. Exames
parasitológicos e rotina de vermifugação são cuidados constantes.
Como podemos observar o sucesso relacionado aos criadouros se dão devido às
condições específicas que são oferecidas às essas espécies, que em decorrência das perdas e
degradação de seus hábitats não conseguem essas condições no meio natural, tornando-se
cada vez mais escassos e raros a manutenção delas na natureza.
.
42

4.3 Diagnóstico dos criadouros de aves silvestres no Distrito Federal

Foi realizado um diagnóstico preliminar dos criadouros visitados no Distrito Federal,


dos 4.215 criadouros regulamentados pelo Ibama, foram analisados dois criadouros de cada
categoria: comercial, conservacionista e amadorista.
As visitas foram realizadas em dois criadouros de todas as categorias e escolhidos
aleatoriamente através de contatos telefônicos para agendar a visitação informal.
Os criadouros visitados foram os seguintes:
Criadouro Conservacionista
Sr. Eduardo Antonio Cardoso, localizado no Lago Sul e
o do Sr. Antonio Guilherme Culloch, situado no Lago Sul, em ambos apresenta espécies de
psitacídeos, passeriformes e outras aves.
Criadouro Comercial
Criadouro Cantuária localizado em Taguatinga Norte e apresenta a criação de bicudos
Sr.Valter José da Silveira localizado na Colônia Agrícola Samambaia em Taguatinga onde
encontra-se vários exemplares de psitacídeos e passeriformes.
Criadouro Amadorista
Fernando Dal’Ava localizado em Taguatinga Sul e do Sr. Edir José dos Santos localizado na
Octogonal, com presença de passeriformes que é a única classe permitida para esse tipo de
ciração.
Dessas três categorias: comercial, conservacionista e amadorista, localizados no
Distrito Federal tiveram como objetivo verificar a aplicação das Portarias n 118/93
(regulamenta os criadouros comerciais); 139/97 (regulamenta os criadouros
conservacionistas) e a Instrução Normativa n 01/03 (normaliza os criadouros amadoristas) a
exigências de cada legislação. De um modo geral as espécies dos criadouros são oriundas de
apreensões das ações fiscalizadoras do Ibama, das quais encontra-se apreendidas na
SUPES/DF.
De acordo com as visitas nos criadouros e a partir da legislação vigente para cada
categoria: amadorista, conservacionista e comercial, foram analisados e comparados com a
legislação quesitos referentes à instalação e existência de técnico responsável pelo criadouro.
A pesquisa de campo nesses criadouros permitiu verificar que desses seis criadouros
visitados todos atenderam aos quesitos de instalação, que foram recintos apropriados que em
caso de espécies de pequeno porte foram utilizadas gaiolas específicas e que todos atendiam
43

as particularidades de cada espécie cativa; no caso de espécies de médio e grande porte foram
verificadas a preocupação com a proteção das espécies as mudanças climáticas, pois esses
recintos geralmente ficam em áreas externas,
Em relação à presença de técnicos nos recintos, esta exigência é pertencente somente
as categorias: comercial e conservacionista, e os mesmos apresentavam responsáveis técnicos.
De uma maneira geral os criadouros estão de acordo com a legislação referentes as
suas categorias. È importante uma fiscalização mais rigorosas referentes aos criadores
amadoristas que pelo fato de ter as facilidades de um sistema eletrônico, é necessário uma
maior verificação das informações virtuais disponibilizadas.
44

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Diante do desafio do objetivo de se analisar as ações do Ibama sobre as aves


ameaçadas de extinção, foi verificado que a criação dessas aves em cativeiro é uma forma de
preservação das espécies, mas que as ações do Ibama são limitantes na proteção das espécies
nos criadouros, devido a falta de interação na tomada de decisão.
A hipótese inicial foi confirmada a partir das análises e observações na estrutura do
Ibama.
A partir das análises da estrutura do Ibama observou-se que trabalho independente das
coordenações COFAU e COEFA é eficiente quando tratadas separadamente, o que
compromete a proteção das espécies pelo fato de não existir uma ação em conjunto de ambas
as coordenações, na questão que se refere espécies ameaçadas e criação em cativeiro.
As considerações finais são a padronização do órgão quanto aos conceitos
estabelecidos como: preservação e conservação da fauna, pois foram observadas diferentes
visões para o termo entre os gestores entrevistados. A necessidade de uma política que auxilie
a criação em cativeiro como sendo uma forma de preservação da Diretoria de Fauna e
Recursos Pesqueiros no que se refere à criação das espécies ameaçadas em cativeiro, sejam
eles: Amadorista, conservacionista e comercial.
Nos últimos 20 anos, muitas instituições e profissionais adotaram linhas de pesquisa
que abordam diretamente as questões sobre a conservação e promoveu os meios para estudar,
planejar e tomar uma atitude ativa para conservar a rica e crescentemente ameaçada avifauna
brasileira, como é o caso do Ibama. Entretanto as espécies estão ameaçadas, as principais
ameaças e onde elas devem ser preservadas devem ser levadas em consideração, contudo, as
pesquisas e as medidas de conservação ainda estão desigualmente distribuídas entre as regiões
e espécies, e as ameaças não estão diminuindo. O Brasil necessita de um Plano Nacional para
a Conservação das Aves que possibilite organizar e definir as prioridades para as ações de
diferentes instituições e profissionais; definir as necessidades para a pesquisa futura e a
capacitação de pessoal; estabelecer prioridades nacionais para a conservação e manejo das
espécies ameaçadas e áreas importantes para a conservação; e promover políticas públicas
para melhorar a proteção das aves.
45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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uso e ocupação. Cerrado: ecologia, biodiversidade e conservação. Brasília, p. 369-381,
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46

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SICK, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997. 912p.


47

ANEXOS
48

ANEXO A - Legislação
49

PORTARIA Nº 139-N, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993

O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E


DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso das atribuições previstas
no art. 24 da Estrutura Regimental anexa ao Decreto nº 78, de 05 de abril de 1991, no art. 83,
XIV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria Ministerial nº 445/GM, de 16 de agosto de
1989, e tendo em vista o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 3º da Lei nº 5.197, de 03 de
janeiro de 1967, e face ao contido no processo 02001.002807/93-66,RESOLVE:

Art. 1º - Para os efeitos desta Portaria considera-se Criadouros Conservacionistas, as


áreas
especialmente delimitadas e preparadas, dotadas de instalações capazes de possibilitar a
criação racional de espécies da fauna silvestre brasileira, com assistência adequada.
Art. 2º - Os interessados em obter registro na qualificação "Criadouro
Conservacionista", deverão solicitar autorização à Superintendência do IBAMA indicando:

a) preenchimento do formulário de "cadastro", no modelo adotado pela Instituição;


b) local do Criadouro;
c) composição das matrizes, (nome científico/comum das espécies); e
d) planta da área e detalhes dos viveiros/recintos.

Art. 3º - Após a aprovação da carta-consulta, os criadouros deverão apresentar


planejamento
complementar contendo:

- DADOS BIOLÓGICOS
. estoque inicial de matrizes por sexo;
. características do habitat projetado (descrição); e
. dados sobre a reprodução.
- CARACTERÍSTICAS DO CRIADOURO
. exigências e tolerância dos animais;
. área ou volume mínimo indispensável para o criadouro (medidas);
. água (como será fornecida);
. alimentação a ser fornecida;
. proteção contra o ambiente exterior;
. piso;
. aeração;
. luz;
. proteção contra chuvas;
. proteção acústica;
. temperatura ideal;
. exercício e repouso para os animais; e
. outras práticas.
- DADOS SANITÁRIOS
. parasitos e doenças assinaladas;
. combate utilizado;
. cuidados especiais; e
. outros aspectos.
50

Art. 4º - Os Criadouros Conservacionistas, deverão cumprir as seguintes exigências:


a) ter a assistência de pelo menos um biólogo ou um médico veterinário;
b) possuir instalações adequadas a misteres da alimentação animal;
c) possuir pelo menos um tratador contratado em regime de tempo integral;
d) ter capacitação financeira devidamente comprovada;
e) manter arquivo de registro através de fichas individuais por animal;
f) manter contato/referência de laboratórios para análises clínicas, para auxiliar no diagnóstico
e
tratamento de doenças;
g) apresentar um sistema de marcação dos animais;
h) necropsiar todos os animais que morrerem e as informações deverão constar na ficha
individual do
animal; e
i) sexar todos os espécimes.

Art. 5º - Os espécimes do plantel dos Criadouros conservacionistas, em hipótese


alguma poderão ser objeto de venda.

§ 1º - As permutas de animais entre criadouros brasileiros, devem ser objeto de consulta


prévia ao
IBAMA.
§ 2º - As permutas com criadouros internacionais, além de consulta prévia ao IBAMA,
obedecerá as
normas da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora
Selvagens em Perigo de Extinção - CITES.

Art. 6º - Os Criadouros Conservacionistas, ficam obrigados, sob pena de cassação do


registro a mandar relatório anual (abril) à Superintendência do IBAMA, conforme modelo do
anexo I.

Art. 7º - Os Criadouros Conservacionistas poderão receber animais em depósito,


quando solicitado pelo IBAMA, ou qualquer outra autoridade constituída.

Art. 8º - O IBAMA fiscalizará os Criadouros Conservacionistas, sendo que qualquer


infração à presente Portaria, principalmente ao seu art. 5º obriga ao cancelamento imediato do
registro, sem prejuízo das sanções previstas na Lei nº 5.197/67, com as alterações
introduzidas pela Lei 7.653, de 12 de fevereiro de 1988.

Art. 9º - Os criadouros Conservacionistas que possuírem em seu plantel, animais da


fauna silvestre brasileira, listada como ameaçada de extinção, deverão colocá-los, sempre que
solicitado, à disposição do IBAMA para programas de reintrodução à natureza, acasalamentos
em Criadouros Científicos e/ou Zoológicos.
Art. 10 - Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência do IBAMA
envolvida, a Diretoria de Ecossistemas ou Presidência se necessário.
Art. 11 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SIMÃO MARRUL FILHO


Publicado no Diário Oficial nº 250, de 31/12/93, Seção I, pág. 21541
51

MINISTÉRIO DO MEITO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA


LEGAL INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS

PORTARIA Nº 118-N DE 15 DE OUTUBRO DE 1997 O PRESIDENTE DO


INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS - IBAMA, usando das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 7.735, de
22 de fevereiro de 1989, tendo em vista o disposto no Art. 6º, letra "b", da Lei nº 5.197, de 03
de janeiro de 1967; Lei nº 6938/81 e o que consta no Processo IBAMA nº 02001.002877/96-
94 RESOLVE:

Art. 1º - Normalizar o funcionamento de criadouros de animais da fauna silvestre


brasileira com fins econômicos e industriais.
Art. 2º - Para os efeitos desta Portaria, considera-se criadouro a área dotada de
instalações capazes de possibilitar o manejo, a reprodução, a criação ou recria de animais
pertencentes a fauna silvestre brasileira.
Art. 3º - Considera-se fauna silvestre brasileira todos aqueles animais pertencentes às
espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, reproduzidos ou não
em cativeiro, que tenham seu ciclo biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente dentro dos
limites do Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais.
Art. 4º- Excetuam-se, para efeito desta Portaria, os peixes, invertebrados aquáticos,
jacaré-do-pantanal - Caiman crocodilus yacare, tartaruga-da-amazônia - Podocnemys
expansa, tracajá - Podocnemys unifilis, insetos da Ordem Lepdoptera e outras espécies da
fauna silvestre brasileira que venham a ser tratadas em portarias específicas.
Art. 5º - Os criadouros com fins econômicos e industriais serão enquadrados nas
seguintes categorias:
a) Criadouro de Espécimes da Fauna Silvestre Brasileira e Exótica para fins Comerciais
- Pessoa Jurídica; e
b) Criadouro de Espécimes da Fauna Silvestre Brasileira e Exótica para fins Comerciais
- Pessoa Física.
Art. 6º - O interessado em implantar criadouro com fins econômicos e industriais de
animais da fauna silvestre brasileira deverá protocolar carta-consulta na Superintendência do
IBAMA onde pretende instalar o empreendimento, conforme modelo constante no Anexo I da
presente Portaria, com as seguintes informações/documentos:
a) preenchimento e assinatura do formulário padrão do IBAMA de Cadastro Técnico Federal
de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Naturais;
b) cópia dos documentos de identificação da pessoa física (Identidade e CPF) e da
pessoa jurídica, no caso de empresa (Cadastro Geral do Contribuinte-CGC, Contrato
Social atualizado, CPF e Identidade do dirigente);
c) localização do empreendimento e forma de acesso, com croqui da localização do
criadouro na propriedade;
d) objetivo da criação e sistema de manejo; e
f) estimativa da quantidade inicial de matrizes e reprodutores, com nome popular e
científico da(s) espécie(s) e sua procedência.( Leia-se item e, conforme Aviso de
Retificação, anexo)
Art. 7º - Aprovada a carta-consulta pela Superintendência, o interessado deverá
protocolar projeto complementar, no prazo de 90 (noventa) dias, contendo:
a) descrição técnica do manejo a ser aplicado aos animais nas diversas fases da
criação;
52

b) sistema de marcação individual a ser adotado;


c) características do criadouro: área disponível, planta baixa ou croqui das instalações/recintos
destinados ao manejo dos animais, com tamanho e denominação, espécie e quantidade de
animais por instalação e área, abrigos naturais e artificiais, aspectos sanitários dos animais e
das instalações e descrição dos aspectos qualitativos e quantitativos do manejo alimentar
(alimentação e água);
d) apresentação de cronograma de produção;
e) estudo prévio de mercado dentro dos objetivos do manejo com vistas a comercialização
(existência de abatedouros e pontos de venda de animais vivos, abatidos, partes, produtos e
subprodutos, preços esperados e demanda de produtos);
f) formas de comercialização de acordo com portaria específica; e
g) apresentação do Documento de Recolhimento de Receitas - DR do IBAMA.

Parágrafo Único - A não apresentação do projeto definitivo no prazo estipulado no 2 caput


deste Artigo implicará no arquivamento do processo contendo a carta-consulta.
Art. 8º - O projeto técnico deverá ser elaborado e assinado por responsável técnico
devidamente habilitado pelo respectivo Conselho de Classe.
§1º A responsabilidade técnica pelo projeto e execução do empreendimento poderá ser
assumida por órgão estadual ou municipal de extensão rural, de acordo com o caput deste
Artigo.
§2º A responsabilidade técnica do empreendimento compreenderá todas as fases da
implantação e criação, cabendo ao responsável técnico a apresentação de termo de
responsabilidade técnica pelo empreendimento.
§ 3º - O proprietário do criadouro deverá comunicar ao IBAMA qualquer alteração na
responsabilidade técnica, num prazo não superior a 30 ( trinta) dias.
Art. 9º - Constatado o enquadramento do projeto nos padrões desta Portaria, o interessado
será comunicado oficialmente pela Superintendência do IBAMA.
§ 1º - Após a conclusão de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) das obras ou instalações
previstas no projeto, o interessado deverá comunicá-la à Superintendência do IBAMA,
visando a realização de vistoria.
§ 2º - Estando as obras e instalações de acordo com o projeto apresentado, o mesmo será
homologado pela Diretoria de Ecossistemas - DIREC ou pela Superintendência com
delegação de competência e o registro será concedido ao criadouro, mediante expedição de
certificado de registro pela Diretoria de Controle e Fiscalização – DIRCOF ou pela
Superintendência com delegação de competência.
Art. 10º - O criadouro implantado em propriedade que possua Reserva Legal averbada
em Cartório ou área declarada como Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN ,
devidamente comprovada, será isentado da apresentação do Documento de Recolhimento de
Receitas - DR para registro inicial e do recolhimento da taxa de renovação de registro anual.
Art. 11 - Para a formação de plantel inicial, o criadouro poderá utilizar matrizes e
reprodutores de animais da fauna silvestre brasileira provenientes de estabelecimentos
registrados ou cadastrados junto ao IBAMA e de ações de fiscalização e na ausência destes,
poderá solicitar a captura na natureza, mediante requerimento que informe o nome do
responsável pela captura e pelo transporte, local de captura, quantidade de animais a serem
capturados, método de captura, meio de transporte e apresentação de censo populacional
estimativo.
§ 1º - A captura na natureza será permitida preferencialmente em locais onde as espécies
estejam causando danos à agricultura, pecuária ou saúde pública, comprovado por meio de
53

laudo técnico de órgão de extensão rural ou por órgão de pesquisa ou pesquisador, ratificado
pelo IBAMA.
§ 2º - A captura será autorizada através de Licença expedida pela Superintendência do
IBAMA onde se localiza o criadouro, ouvidas as demais Superintendências envolvidas.
§ 3º - Não será permitida a captura na natureza de animais constantes na Lista Oficial de
Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
§ 4º- As matrizes e reprodutores originários de captura na natureza, que formaram o plantel
inicial e forem considerados improdutivos, poderão ser comercializados abatidos, mediante
autorização expressa do IBAMA.
§ 5º- Não será permitida a venda de matrizes e reprodutores citados no parágrafo anterior para
formação de plantel de novos criadouros ou para servirem como animais de estimação,
devendo permanecer sob os cuidados do criadouro até o óbito.
§ 6º - A necessidade de captura de animais na natureza visando o melhoramento genético do
plantel deverá atender o disposto no caput deste Artigo.
Art. 12 - É facultado ao IBAMA, sempre que necessário, exigir do criadouro a
colocação do quantitativo de espécimes que foram capturados, ou parte dele, a disposição,
para atender programas de reintrodução ou para a implantação de novos criadouros que
tenham importância e caráter social, comunitário ou demonstrativo.
Art. 13 - O criadouro deverá remeter anualmente à Superintendência do IBAMA,
declaração dos animais vivos mantidos em cativeiro e de animais abatidos, partes e produtos
constantes em seu estoque, conforme modelo constante no Anexo II, bem como informar a
quantidade de selos/lacres de segurança fornecidos pelo IBAMA.
Parágrafo Único - O criadouro deverá manter em seu poder, as cópias ou segundas
vias das Notas Fiscais dos animais vivos, abatidos, partes e produtos que foram
comercializados, num prazo de 5 (cinco) anos, de conformidade com portaria de
comercialização específica.
Art. 14 - No caso de constatação de deficiência operacional do criadouro, através da
análise de relatórios, declaração de estoque, denúncias e vistorias, o IBAMA exigirá 3 a
reformulação do projeto em prazo que não excederá a 6 (seis) meses, sob pena de
cancelamento do registro.
Art. 15 - O IBAMA poderá exigir a qualquer momento, a comprovação do domínio da
área do criadouro.
Art. 16 - O proprietário do criadouro que não cumprir as determinações previstas
nesta Portaria, será notificado e terá um prazo de 30 (trinta) dias para regularizar a
situação.
§ 1º - Findo este prazo, será realizada vistoria no criadouro e constatada a continuidade das
irregularidades, será lavrado o Termo de Apreensão e Depósito dos animais e assinado Termo
de Compromisso, conforme Anexo III da presente Portaria.
§ 2º - Esgotado o prazo definido no Termo de Compromisso, dar-se-á início ao processo de
cancelamento do registro e aplicadas as sanções civis e penais
Art. 17 - No caso de encerramento das atividades, os animais vivos, se acaso
existirem, deverão ser transferidos para outros criadouros indicados pelo IBAMA e a
transferência deverá ser custeada pelo proprietário do criadouro encerrado ou pelo
destinatário.
Art. 18 - Ficam expressamente proibidos quaisquer atos ou procedimentos de soltura
aleatória dos animais, colocando em risco outras espécies ou ecossistemas.
Art. 19 - O criadouro que intencione comercializar no mercado externo, animais e
produtos constantes no Anexo I da Convenção Internacional Sobre o Comércio de Fauna e
54

Flora Ameaçados de Extinção - CITES, deverá regularizar-se junto ao Secretariado,


atendendo as suas normas e exigências.
Art. 20 - O criadouro comercial de animais da fauna silvestre brasileira que possua
autorização para manter em seu plantel espécies constantes da Lista Oficial de Animais
Ameaçados de Extinção ou pertencentes ao Anexo I da Convenção sobre o Comércio
Internacional de Espécimes da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.- CITES
somente poderá iniciar a comercialização no mercado interno a partir da geração F2,
comprovadamente reproduzida em cativeiro.
Art. 16 - O transporte em todo o Território Brasileiro de animais vivos, partes,
produtos e subprodutos originários de criadouros comerciais e jardim zoológicos devidamente
legalizados junto ao IBAMA será permitido quando acompanhado da Nota Fiscal que
oficializou o comércio e da Guia de Trânsito Animal - GTA do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, quando tratar-se de transporte interestadual de animais vivos.(Leia-se Art. 21,
conforme Aviso de Retificação, anexo)
Parágrafo Único - Para o transporte internacional, além dos documentos mencionados no
"caput" deste artigo, o interessado deverá solicitar ao IBAMA no Estado onde residir, a
expedição de Licença de Exportação, conforme Portaria específica.
Art. 22 - O IBAMA poderá realizar vistoria no criadouro em qualquer tempo.
Parágrafo Único - O IBAMA poderá solicitar, com antecedência de 10 (dez) dias, a presença
do responsável técnico pelo criadouro
Art. 23 - As Superintendências organizarão ficha cadastral dos criadouros, atualizado
anualmente com base na declaração constante no Art. 12 desta Portaria.
Art. 24 - A Administração Central do IBAMA e as Superintendências com delegação
de competência poderão baixar normas complementares visando a aplicação da presente
Portaria e o funcionamento dos criadouros.
Art. 25 - O fiel atendimento do teor da presente portaria não exime o criadouro
do cumprimento de outras normas do Ministério da Agricultura e Abastecimento ou de
outros órgãos do Poder Público.
Art. 26 - Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência do IBAMA ou
pela sua Presidência, ouvida a Diretoria de Ecossistemas - DIREC.
Art. 27 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 28 - Revoga-se a Portaria nº 132/88-IBDF, de 05 de maio de 1988.

EDUARDO DE SOUZA MARTINS


PRESIDENTE

Publicada no D.O.U nº 200 de 16/10/97 - Seçao I, página 23490

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA


LEGAL INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS

AVISO DE RETIFICAÇÃO

Na Portaria nº 118/97-N, de 15 de outubro de 1997, publicada no D.O.U de 16/10/97, seção 1,


página 23490/491, onde se lê:
Art. 6º - ...............................................................
55

f) estimativa da quantidade inicial de matrizes e reprodutores, com nome popular e científico


da(s) espécie(s) e sua procedência, leia-se:
Art. 6º - ...............................................................
e) estimativa da quantidade inicial de matrizes e reprodutores, com nome popular e científico
da(s) espécie(s) e sua procedência.

e onde se lê:
Art. 16 - O transporte em todo o Território Brasileiro de animais vivos, partes,
produtos e subprodutos originários de criadouros comerciais e jardim zoológicos devidamente
legalizados junto ao IBAMA será permitido quando acompanhado da Nota Fiscal que
oficializou o comércio e da Guia de Trânsito Animal - GTA do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, quando tratar-se de transporte interestadual de animais vivos, leia-se:
Art. 21 - O transporte em todo o Território Brasileiro de animais vivos, partes,
produtos e subprodutos originários de criadouros comerciais e jardim zoológicos devidamente
legalizados junto ao IBAMA será permitido quando acompanhado da Nota Fiscal que
oficializou o comércio e da Guia de Trânsito Animal - GTA do Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, quando tratar-se de transporte interestadual de animais vivos.

Publicado no D. O. U de 17/11/97, Seçao 1 página 26564


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PORTARIA Nº 016, DE 04 DE MARÇO DE 1994

O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS


NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso das atribuições previstas no art. 24, do Decreto nº 78, de
05 de abril de 1991, e no art. 83, inciso XIV, do Regimento Interno aprovado pela Portaria
GM/MINTER nº 445, de 16 de agosto de 1989, e tendo em vista as disposições da Lei nº 5.197, de 03
de janeiro de 1967; - considerando a necessidade de revisão da Portaria 250/88-P no que trata dos
objetivos da manutenção e criação de animais silvestres brasileiros para subsidiar pesquisas
científicas, RESOLVE:

Art. 1º - A manutenção e ou criação em cativeiro da fauna silvestre brasileira com finalidade


de subsidiar pesquisas científicas em Universidades, Centros de Pesquisa e Instituições Oficiais ou
Oficializadas pelo Poder Público, sujeitar-se-ão às normas desta Portaria.
Art. 2º - Os órgãos mencionados no artigo anterior, solicitarão registro junto às
Superintendências Estaduais do IBAMA, mediante requerimento encaminhando Projeto de Pesquisa,
contendo as seguintes informações:
a) justificativa para a criação e ou manutenção de animais silvestres em cativeiro;
b) espécie(s) e respectiva(s) quantidade(s);
b.1) a proporção entre reprodutores e matrizes (nos casos onde o projeto de pesquisa prevê
reprodução);
c) tempo de manutenção dos animais em cativeiro;
d) local para a manutenção (viveiros, terrários, gaiolas, tanques, caixas, recintos, outros), incluindo
suas dimensões;
e) forma de obtenção dos animais;
f) aspectos sanitários e de manejo (água, alimentação/nutrição, limpeza, profilaxia, outros);
g) destino dos animais após a conclusão das pesquisas;
h) outros aspectos considerados relevantes do ponto de vista do manejo;
i) preenchimento do formulário de "Registro Pessoa Física e Jurídica", conforme modelo adotado por
esse Instituto;
j) sistema de segurança contra fuga de animais; e
k) termo de compromisso da Instituição, assegurando a manutenção dos animais.
Art. 3º - A utilização de espécies constantes na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção, somente poderá ser autorizada quando houver, comprovadamente,
benefício da pesquisa em favor da espécie.
Art. 4º - As Instituições de Pesquisa deverão listar os sistemas de segurança contra fuga de
animais, apetrechos para sua captura e pessoal habilitado para tal.
Parágrafo Único - Nos casos de manutenção e ou criação de animais peçonhentos é
indispensável ter à mão soros específicos, com período de validade igual ou superior ao período da
pesquisa.
Art. 5º - Ao final da pesquisa os animais poderão ser transferidos para Instituições afins, ou
para criadouros registrados mediante prévia autorização do IBAMA.
Parágrafo Único - Quando não for possível a transferência dos animais para outras
Instituições ou criadores, a Instituição detentora dos animais deverá mantê-los até que surja
oportunidade de transferência.
Art. 6º - Ficam proibidas transferências de animais constantes na Lista Oficial de Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção entre Instituições registradas por esta Portaria e Criadores
Comerciais.
Art. 7º - Qualquer alteração no projeto de pesquisa deverá ser previamente comunicada e
justificada ao IBAMA, inclusive mudanças na responsabilidade técnica.
Art. 8º - A documentação protocolada no IBAMA será analisada pelo corpo técnico e, estando
de acordo com as normas desta Portaria, será realizada vistoria técnica.
Parágrafo Único - Após vistoria técnica e estando o projeto apto a ser aprovado, deverá ser
encaminhado à Diretoria de Ecossistemas - DIREC, para homologação e encaminhamento à Diretoria
de Controle e Fiscalização - DIRCOF, visando emissão do competente Certificado de Registro - CR.
Art. 9º - A qualquer momento o IBAMA poderá realizar vistoria técnica nas Instituições
regulamentadas por esta Portaria.
§ 1º - Se ficar constatada a manutenção inadequada ou negligente dos animais, a Instituição será
advertida e terá prazo de 30(trinta) dias para efetuar as modificações.
§ 2º - Decorrido os 30(trinta) dias, será realizada nova vistoria técnica. Não havendo melhoria nas
57

condições de manutenção, a Instituição terá seu registro cancelado e o IBAMA dará destino aos
animais, sem prejuízo de outras penalidades previstas em Lei.
Art. 10 - Para os projetos de pesquisa com duração superior a um ano, deverão ser
encaminhados ao IBAMA, através do responsável técnico, relatórios anuais e relatório de conclusão
ao término da pesquisa.
Parágrafo Único - Para projetos com período inferior a um ano, o relatório deverá ser enviado ao
término do projeto.
Art. 11 - O responsável técnico deverá encaminhar ao IBAMA, cópia dos trabalhos a serem
publicados decorrentes das pesquisas feitas com animais mantidos e/ou criados na forma desta
Portaria até 60(sessenta) dias após a sua publicação.
Parágrafo Único - O não cumprimento do disposto no presente artigo, implicará no
indeferimento de autorizações para novos projetos, consoante o que estabelece a presente Portaria.
Art. 12 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições
em contrário, especialmente a Portaria nº 250, de 22 de agosto de 1988.

SIMÃO MARRUL FILHO


Presidente

Publicada no D.O.U. de 10.03.94, seção I, pag. 3448/49


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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE


INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
DIRETORIA DE FAUNA E RECURSOS PESQUEIROS
COORDENAÇÃO GERAL DE FAUNA

Instrução Normativa nº 01, de 24 de janeiro de 2003.

O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS


NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, nomeado pelo Decreto de 3 de janeiro de 2003, publicado no
Diário Oficial da União de 06/01/2003, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 24 do Anexo I
do Decreto nº 4.548, de 27 de dezembro de 2002, que aprova a Estrutura Regimental do IBAMA, e,
em cumprimento ao disposto no artigo 2º, inciso III da Lei nº 6.938, de 21 de agosto de 1981, nos
artigos 16, 17 e 21 da Lei nº 5.197, de 03 de janeiro de 1967, e considerando o que consta do Processo
nº 02001.001183/96-30 IBAMA/MMA, R E S O L V E:

Art. 1º As atividades dos criadores amadoristas de PASSERIFORMES DA FAUNA


SILVESTRE BRASILEIRA, cujas espécies constem no Anexo I desta Instrução Normativa, serão
coordenadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA, para todos os assuntos ligados à criação, manutenção, treinamentos, exposições,
ransferências e realização de torneios.

§ 1º - Para efeito desta Instrução Normativa, Criador Amadorista é toda pessoa física que cria e
mantém em cativeiro
espécimes de aves da Ordem Passeriforme objetivando a preservação e conservação do patrimônio
genético das espécies, sem finalidade comercial, relacionadas no Anexo I desta Instrução Normativa.
§ 2º - Em cada Gerência Executiva I e II do IBAMA haverá 1 (um) Servidor Titular e, no mínimo, 1
(um) Suplente, sendo que nos Escritórios Regionais deverá haver, no mínimo, 1 (um) Suplente, a
serem designados pelo Gerente Executivo respectivo, através de Ordem de Serviço, para responder
pelo assunto objeto desta Instrução Normativa.
Art. 2º A Licença para inclusão na categoria de Criador Amadorista de Passeriformes da
Fauna Silvestre Brasileira, concedida a pessoas físicas, nos termos da presente Instrução, deverá ser
solicitada por meio do Sistema de Cadastramento de Passeriformes – SISPASS, que tem por objetivo a
gestão das informações referentes às atividades de criação amadorista.
§ 1º - O SISPASS está disponível no website do IBAMA (http://www.ibama.gov.br), onde deverão ser
informados os dados pessoais do interessado.
§ 2º - Depois de preenchidos todos os dados exigidos no SISPASS, o criador será inscrito
automaticamente no Cadastro Técnico Federal, conforme determina a Lei 6.938, de 31 de agosto de
1981, sendo expedido o número de registro, e, senha pessoal e intransferível que deverão ser utilizados
para acessar ao Sistema de Passeriformes SISPASS.
§ 3º - O Sistema irá gerar um boleto de recolhimento bancário que deverá ser pago no vencimento.
§ 4º - A Licença para criação amadorista de passeriformes será efetivada somente após a confirmação
do pagamento da taxa correspondente, após o que, o interessado estará apto a acessar o SISPASS para
realizar operações de aquisições, transferências, solicitação de anilhas, registro de nascimentos, óbitos,
fugas, furtos ou roubos, emissão de Relação de Passeriformes e demais operações disponíveis ao
criador nos termos da presente Instrução.
§ 5º - Somente após a efetivação do Cadastro Técnico Federal e licenciamento do SISPASS, o criador
estará autorizado a adquirir as aves de outros criadores amadoristas já licenciados e criadouros
comerciais registrados, dos quais se tenha total certeza de sua procedência.
§ 6º - Os criadores amadoristas de passeriformes devidamente registrados no IBAMA, poderão receber
através de depósito efetuado pelo IBAMA, exclusivamente para composição de seu plantel reprodutor,
aves constantes no anexo I da presente Instrução Normativa, oriundas de apreensão e entregas
expontâneas.
59

§ 7º - A Licença de Criador Amadorista de Passeriformes da Fauna Silvestre Brasileira somente será


efetivada caso o interessado não possua débitos junto ao IBAMA, conforme determina a Lei nº
10.522, de 19 de julho de 2002.
Art. 3º Em caso de desaparecimento, roubo, furto ou fuga de indivíduo(s) da(s) espécie(s), o
criador deverá registrar ocorrência policial, que deverá ser informada no SISPASS.
Art. 4º Todo criador amadorista para estar devidamente regularizado perante o IBAMA e
assegurar o livre trânsito dos passeriformes, exclusivamente para participação em Concursos de
Cantos e Exposições autorizados, ou ainda, treinamentos dentro e fora da Unidade Federada onde
mantém domicílio, deverá:
I - manter o seu plantel de passeriformes, em conformidade com o Anexo I desta Instrução Normativa,
devidamente anilhados com anilhas invioláveis, conforme especificações nos Anexos I e III;
II - portar a Relação de Passeriformes atualizada, conforme modelo do Anexo II, a qual deverá estar
preenchida sem rasuras e dentro do prazo de validade; 2
III - portar documento de identificação.
§ 1º - Para fins desta Instrução Normativa entende-se por treinamento:
I – A utilização de equipamento sonoro para reprodução de canto com fins de treinamento de outro
pássaro;
II – A utilização de um pássaro adulto para ensinamento de canto a outro pássaro;
III – A reunião de pássaros adultos para troca de experiências de canto, desde que em local fechado e
que não propicie a visitação pública.
§ 2º – O deslocamento de pássaros de seu mantenedouro visando à estimulação e resgate de
características comportamentais inatas à espécie, utilizando-se o ambiente natural, será considerado
legal desde que não seja caracterizado Exposição ou Concurso de canto e, ainda, que o criador esteja
portando toda a documentação de registro junto ao IBAMA.
§ 3º – Será permitida a permanência das aves em logradouros públicos, praças, estabelecimentos
comerciais em geral ou similares, desde que o criador esteja portando toda a documentação de registro
junto ao IBAMA, e ainda, que não seja caracterizada exposição, comércio ilegal, concurso de canto ou
maus tratos, podendo o infrator incorrer nas sanções previstas em Lei.
§ 4º - O treinamento ou o intercâmbio para fins de reprodução dos passeriformes da fauna silvestre
brasileira, devidamente anilhados com anéis invioláveis, de acordo com os Anexos I e III, os quais
compõem o plantel do criador amadorista, poderá ser realizado no domicílio de outro criador
devidamente registrado, desde que ambos estejam de posse do Comunicado de Transporte e
Permanência de Passeriformes, o qual deverá ser preenchido no SISPASS sempre que a permanência
do(s) pássaro(s) ultrapassar 24 horas, com validade máxima de 90 (noventa) dias.
Art 5º A licença de criador amadorista tem validade anual, devendo ser requerida nova licença
30 (trinta) dias antes da data de vencimento constante na relação de passeriformes.
§1º - As informações referentes às alterações do plantel do criador amadorista, conforme as operações
citadas no § 6º do artigo 2º, deverão ser incluídas no SISPASS, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
após sua ocorrência, sem ônus para o criador, devendo ser impressa nova relação de passeriformes
atualizada.
§ 2º - No caso de óbito de aves as respectivas anilhas deverão ser encaminhadas ao IBAMA para fins
de baixa no plantel.
Art. 6º O IBAMA, através das Gerências Executivas, fornecerá anilhas invioláveis, destinadas
ao anilhamento de passeriformes nascidos em cativeiro, contendo numeração seqüencial conforme
Anexo III, aos criadores amadoristas mediante requerimento prévio e recolhimento da taxa
correspondente.
§ 1º - O criador amadorista deve solicitar anilhas por meio do SISPASS, até o número máximo de 50
(cinqüenta) durante o período de validade da licença, observadas as médias por fêmea viável
especificadas no Anexo I.
§ 2º - A solicitação de anilhas deverá ser feita com, no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência ao
nascimento dos filhotes, sendo que após a comprovação de pagamento da taxa correspondente, o
IBAMA terá 15 (quinze) dias para disponibilizar as anilhas ao criador.
§ 3º - Após o preenchimento de todos os dados exigidos e validação do pedido pelo SISPASS, será
emitido boleto de recolhimento bancário que deverá ser pago até o vencimento, sendo que o IBAMA
60

disponibilizará as anilhas requeridas somente após a confirmação do pagamento, no prazo descrito no


parágrafo anterior.
§ 4º - A Gerência Executiva do IBAMA somente aceitará os pedidos de anéis dos criadores
amadoristas que estejam
em situação regular junto ao Instituto e em função do plantel básico contido na relação de
passeriformes.
Art. 7º Poderão participar de torneios, exposições e ser objeto de transferência, assim como
transitar fora do domicílio de seu mantenedor, para participação em treinamentos, somente os
passeriformes da fauna silvestre brasileira portadores de anilhas invioláveis, conforme Anexos I e III.
Art. 8º As transferências de passeriformes entre criadores amadoristas devidamente
registrados, serão efetuadas através de solicitação no SISPASS, sendo estas efetivadas após sua
confirmação no programa pelos criadores envolvidos.
Art. 9º Os criadores amadoristas poderão transferir as aves de seu plantel, devidamente
anilhadas com anilhas invioláveis, até o número máximo de 50 (cinqüenta) indivíduos por ano.
Parágrafo único - Os criadores que pretendam transferir um número superior a 50 (cinqüenta)
indivíduos, deverão procurar o IBAMA para registro em categoria específica de criadouro com
finalidade econômica, conforme legislação pertinente.
Art. 10. É facultado aos criadores amadoristas organizarem-se em Federações, Associações ou
Clubes Ornitófilos, os quais poderão representá-los através de procuração registrada em cartório para
efeito de atualização de sua Relação de Passeriformes, retirada de anilhas, bem como, organização de
torneios e exposições.
Parágrafo Único – O criador poderá se fazer representar junto ao IBAMA, para efeitos da
presente Instrução Normativa, através de procuração registrada em cartório, outorgando o poder de
representação à pessoa física ou jurídica de seu interesse.
Art. 11. As Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos deverão registrar-se,
encaminhando à Gerência Executiva do IBAMA onde tenham sede e foro, requerimento instruído com
os seguintes documentos:
I - cópia da ata da assembléia de eleição e posse da atual diretoria e do estatuto social devidamente
registrado no município sede da entidade;
II - balancete dos 03 (três) últimos anos, para o caso de federação já existente;
III – certidões negativas do recolhimento de impostos federais;
IV - alvará de localização e funcionamento fornecido pelo órgão municipal competente, onde a
Federação, Associação e/ou Clube Ornitófilo tenha sede e foro;
V - relação nominal dos criadores amadores filiados com os respectivos endereços; e
VI - comprovante de registro no Cadastro Técnico Federal.
§ 1º O registro será concedido pela Gerência Executiva do IBAMA, onde as Federações, Associações
ou Clubes Ornitófilos possuam sede e foro, homologado pelo gerente executivo do IBAMA no Estado,
ouvido o núcleo de fauna e inscrito no Cadastro Técnico Federal.
§ 2º As Federações, Associações ou Clubes Ornitófilos deverão comunicar às Gerências Executivas I e
II ou Escritórios Regionais do IBAMA, no prazo de 30 (trinta) dias, as alterações que ocorrerem no
seu endereço, no objeto social e na denominação da razão social.
Art. 12. Os criadores amadoristas, individualmente, ou através de Federações, Associações ou
Clubes Ornitófilos registrados no IBAMA, poderão organizar, promover e participar de torneios e
exposições de caráter público, em geral, ou em caráter restrito e interno, observando rigorosamente as
disposições estabelecidas na legislação vigente e mediante recolhimento de receita.
§ 1º O calendário anual de eventos deverá ser enviado às Gerências Executivas I e II ou Escritórios
Regionais do IBAMA para aprovação, até o último dia útil do mês de outubro do exercício anterior.
§ 2º Após aprovação do calendário anual pelas Gerências Executivas I, II ou Escritórios Regionais do
IBAMA, será emitida autorização conforme anexo IV, onde constarão os eventos previstos com suas
respectivas datas e localizações, devendo a mesma permanecer em posse dos organizadores do evento,
para efeitos de fiscalização.
§ 3º Havendo necessidade de modificação de alguma data constante no calendário anual aprovado, o
IBAMA deverá ser comunicado oficialmente com antecedência de 30 dias, para fins de emissão de
nova autorização.
61

§ 4º Os torneios e exposições devem ser realizados em locais adequados e devidamente protegidos de


ventos, chuvas e sol.
§ 5º Somente poderão participar aves com anilhas invioladas, sem quaisquer sinais de adulteração e de
origem comprovada.
§ 6º A critério dos organizadores os Criadores Comerciais de Passeriformes, devidamente registrados,
poderão participar dos eventos desde que munidos de autorização específica expedida pelo IBAMA.
§ 7º - Os Criadouros Comerciais deverão protocolar junto às Gerências Executivas I e II ou Escritórios
Regionais do IBAMA da Unidade Federada onde mantém domicílio, solicitação de Licença de
Transporte, com validade de até 01 (um) ano, para participações em eventos com antecedência mínima
de 30 dias listando todas as aves, por nome científico e informando a identificação adotada (número de
anilha, microchip, etc.).
§ 8º Organizadores dos torneios e exposições de que trata este artigo e criadores amadoristas, serão
responsabilizados administrativa, civil e penalmente quando constatadas irregularidades, como:
I - comércio ilegal, caracterizado como tráfico, praticado por criadores amadoristas registrados no
IBAMA e participantes do evento dentro e fora do âmbito deste ou, ainda, em suas proximidades, que
de imediato terão suas aves apreendidas e as licenças suspensas podendo ser canceladas após a
apuração dos fatos, sem prejuízo das demais penalidades previstas na legislação em vigor.
II - criadores amadoristas com passeriformes sem anilhas, anilhas violadas ou adulteradas;
III - anilhas gravadas com datas que não correspondam à idade real do espécime;
IV - relações de passeriformes adulteradas;
V - anilhas com diâmetros (bitola interna) incompatíveis com o tarso da ave ou em desacordo com as
especificações contidas nos Anexos I e III; e
VI - qualquer evento sem a via original da Autorização expedida pela Gerência Executiva do IBAMA
da Unidade Federada onde este esteja ocorrendo.
Art. 13. Na hipótese de os criadores amadoristas, por qualquer razão, desistirem da criação das
espécies aqui tratadas, e, na impossibilidade de repassarem o plantel para outro criador amadorista, o
interessado deverá, em prazo não superior a 30 (trinta) dias, comunicar sua intenção às Gerências
Executivas I e II ou Escritórios Regionais do IBAMA da Unidade Federada onde mantiver domicílio,
que promoverá o repasse das aves a outro criador devidamente registrado.
Parágrafo Único - Em caso de desistência da criação e caso o plantel ultrapasse o número de
passeriformes autorizados para transação, o IBAMA deverá ser comunicado em prazo não superior a
30 (trinta) dias, para fins de emissão de autorização para transferência e licença de transporte.
Art. 14. Os criadores amadoristas não poderão expor as aves de seu plantel com ou sem
finalidade comercial, salvo pelas situações previstas nos artigos 4º, 7º e 10 desta Instrução Normativa.
Art. 15. Em nenhuma hipótese pássaros oriundos de criações amadoristas poderão ser soltos,
salvo autorização expressa do IBAMA ouvido o Núcleo de Fauna da Gerência Executiva da localidade
responsável.
Art. 16. Está assegurado a todos os criadores de aves passeriformes e não passeriformes
portadoras de anilhas abertas, registrados com base na Portaria IBDF nº 31-P de 13 de dezembro de
1976, que possuam documentação comprobatória, e passeriformes portadores de anilhas abertas
registrados de conformidade com a Portaria n.º 131-P de 5 de maio de 1988, o direito de
permanecerem com as aves estando porém, impedidas de participarem de torneios e exposições, serem
objeto de transação, assim como transitarem fora do domicílio de seu mantenedor para participação
em treinamentos.
§ 1º - As aves descritas no caput, de espécies não relacionadas no anexo I desta IN não poderão ser
objeto de reprodução.
§ 2º - Em caso de reprodução das aves descritas no caput e que não constarem no anexo I da presente
Instrução, o nascimento dos filhotes deverá ser comunicado ao IBAMA para fins de anilhamento e
destinação das aves.
§ 3º - Na hipótese de óbito de algum espécime nestas condições, caberá ao criador registrar no
SISPASS a ocorrência, além de encaminhar a respectiva anilha ao IBAMA, para fins de baixa na
relação de passeriformes e conseqüentes autenticações.
Art. 17. A inobservância desta Instrução Normativa implicará na aplicação das penalidades
previstas nas Leis nº
62

5.197, de 3 de janeiro de 1967 e n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, no Decreto nº 3.179, de 21 de


setembro de 1999, e demais legislações pertinentes.
§ 1º - Quando da aplicação, pelo agente autuante em caso de fiscalização, das penalidades dispostas no
art. 2º do Decreto nº 3.179, de 1999, ao criador amadorista, deverá aquele proceder, anteriormente à
apreensão dos pássaros, à notificação do interessado, para, no período de 15 dias, apresentar a
documentação que comprove a legalidade de seu plantel.
§ 2º - Em caso de comprovação de irregularidade o infrator será autuado e terá os pássaros
apreendidos, podendo as aves permanecer sob a guarda do infrator até que o IBAMA providencie a
destinação final dos mesmos.
§ 3º - Em nenhuma hipótese os órgãos fiscalizadores que mantêm convênio com o IBAMA poderão
efetuar solturas aleatórias de pássaros oriundos de criadores amadoristas registrados.
§4º - Em caso de necessidade de soltura de espécimes de aves da Ordem Passeriformes consideradas
da fauna domesticada, o local deverá ser definido pela Gerência Executiva do IBAMA no Estado onde
ocorreu a apreensão, sendo a soltura, quando possível, acompanhada por um técnico do órgão.
§5º - No caso de operações externas, em feiras ou ambientes públicos, onde sejam encontradas aves
em situação irregular, estas deverão ser imediatamente apreendidas e encaminhadas à Gerência
Executiva do IBAMA, a qual definirá seu destino.
Art. 18. Os casos omissos nesta Instrução Normativa serão resolvidos pela Gerência Executiva
do IBAMA ou por sua Presidência, através da Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros.
Art. 19. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, sendo que o
cadastramento de novos criadores será feito no programa já existente até que se proceda a total
alimentação do SISPASS e sua conseqüente disponibilização na Internet.
Art. 20. Fica revogada a Instrução Normativa nº 6 de 26 de abril de 2002, a Instrução
Normativa nº 10 de 17 de maio de 2002, o inciso I do artigo 1º e artigo 2º da Portaria IBDF nº 409-P,
de 27 de outubro de 1982.
Art.21. Revogam-se as disposições em contrário.

Marcus Luiz Barroso Barros


Presidente

Publicada no Diário Oficial da União nº 19 de 27/01/03, Seção I, pág. 311.

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Anexo I da Instrução Normativa nº , de de de 2003

Indicativos Médios Anuais de: Nome Científico Nome Comum Ninhadas Posturas Anilhas
Ø (mm)

MUSCICAPIDAE
Cichlopsis leucogenys Sabiá-castanha 3 3 9 4,0
Platycichla flavipes Sabiá-uma 3 3 9 4,0
Turdus subalaris Sabiá-ferreiro 3 3 9 3,5
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 3 3 9 4,0
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 3 3 9 4,0
Turdus amaurochalinus Sabiá-branco 3 3 9 4,0
Turdus ignobilis Carachué 3 3 9 3,0
Turdus fumigatus Sabiá-da-mata 3 4 12 4,0
Turdus albicollis Sabiá-coleira 3 3 9 4,0
MIMIDAE
Mimus gilvus Sabiá-da-praia 3 3 9 3,5
Mimus saturninus Sabiá-do-campo 3 3 9 4,0
EMBEREZIDAE
COEREBINAE
Coereba flaveola Cambacica 2 3 6 2,2
THRAUPINAE
Schistochlamys ruficapillus Bico-de-veludo 2 3 6 3,0
Schistochlamys melanopis Bico-de-veludo 2 3 6 3,0
63

Cissopis leveriana Tié-tinga 2 3 6 3,5


Orthogonys chloricterus Catirumbava 2 3 6 2,4
Tachyphonus cristatus Tié-galo 2 3 6 3,0
Tachyphonus surinamus Pipira-da-guiana 2 3 6 3,2
Tachyphonus coronatus Tié-preto 2 3 6 3,0
Tachyphonus rufus Pipira-preta 2 3 6 3,5
Trichothraupis melanops Tié-de-topete 2 3 6 3,2
Habia rubica Tié-do-Mato-Grosso 2 3 6 3,5
Piranga flava Sanhaço-de-fogo 2 4 8 3,0
Ramphocelus nigrogularis Bico-de-prata 2 3 6 2,4
Ramphocelus carbo Pipira 2 3 6 2,8
Ramphocelus bresilius Tié-sangue 2 2 4 2,8
Thraupis episcopus Sanhaço-azul 2 3 6 2,8
Thraupis sayaca Sanhaço-do-mamoeiro 2 3 6 2,8
Thraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul 2 3 6 2,8
Thraupis ornata Sanhaço-de-encontro-amarelo 2 3 6 2,8
Thraupis palmarum Sanhaço-do-coqueiro 2 3 6 2,8
Thraupis bonariensis Sanhaço-papa-laranja 2 3 6 3,0
Stephanophorus diadematus Sanhaço-frade 2 3 6 2,8
Pipraeidea melanonota Saíra-viúva 2 3 6 2,0
Euphonia chlorotica Fim-fim 2 3 6 2,2
Euphonia violacea Gaturamo-verdadeiro 2 3 6 2,4
Euphonia laniirostris Gaturamo 2 3 6 2,4
Euphonia chalybea Cais-cais 2 3 6 2,4
Euphonia cyanocephala Gaturamo-rei 2 3 6 2,4
Euphonia rufiventris Tom-tom 1 3 3 2,4
Euphonia pectoralis Gaturamo serrador 2 3 6 2,0
Euphonia cayennensis Tem-tem-curicaca 2 3 6 2,4
Chlorophonia cyanea Bonito-do-campo 2 3 6 2,2
Tangara mexicana Saíra-louça 2 3 6 2,8
Tangara chilensis Sete-cores 2 3 6 2,2
Tangara fastuosa Pintor-verdadeiro 1 3 3 2,6
Tangara seledon Saíra-sete-cores 3 3 9 2,6
Tangara cyanocephala Saíra-lenço 2 3 6 2,0
Tangara desmaresti Saíra-verde 2 3 6 2,0
Tangara cyanoventris Douradinha 2 3 6 2,0
Tangara punctata Negaça 2 3 6 2,4
6
ANEXO I (CONTINUAÇÃO)
Tangara cayana Saíra-amarelo 2 3 6 2,4
Tangara preciosa Saíra-preciosa 2 3 6 2,6
Tangara peruviana Saíguaçu 2 3 6 2,8
Tangara velia Saíra-diamante 2 3 6 2,4
Dacnis flaviventer Saíra 2 3 6 2,4
Dacnis nigripes Saí-de-pernas-pretas 2 3 6 2,0
Dacnis cayana Saí-azul 2 3 6 2,0
Chlorophanes spiza Saí-tucano 2 3 6 2,0
Cyanerpes cyaneus Saí-beija-flor 2 3 6 2,0
Cyanerpes caeruleus Tem-tem-do-Espírito-Santo 1 3 3 2,0
Tersina viridis Saí-andorinha 2 3 6 2,4
EMBEREZINAE
Zonotrichia capensis Tico-tico 2 3 6 2,4
Ammodramus humeralis Tico-tico-do-campo 2 3 6 2,4
Ammodramus aurifrons Tico-tico-do-campo 2 3 6 2,4
Haplospiza unicolor Cigarra-bambu 2 3 6 2,4
Diuca diuca Diuca 2 3 6 2,4
Sicalis columbiana Canário-do-Amazonas 2 3 12 2,5
Sicalis flaveola brasiliensis Canário-da-terra 2 3 12 2,8
Sicalis flaveola pelzelni Canário-chapinha 2 3 12 2,6
Sicalis luteola Tipiu 1 3 9 2,5
Sicalis citrina Canário-rasteiro 1 3 9 2,5
Emberizoides herbicola Canário-do-campo 2 3 6 3,2
Embernagra platensis Sabiá-do-banhado 2 3 6 3,2
Embernagra longicauda Rabo-mole-da-serra 2 3 6 3,2
Volatinia jacarina Tiziu 2 3 6 2,0
Sporophila frontalis Pichochó 3 3 9 2,2
64

Sporophila falcirostris Cigarra-verdadeira 2 3 6 2,2


Sporophila shistacea Cigarra-papa-arroz 1 3 3 2,4
Sporophila plumbea Patativa 3 3 9 2,2
Sporophila americana Gola 2 3 6 2,2
Sporophila collaris Coleira-do-brejo 2 3 6 2,2
Sporophila lineola Bigodinho 2 3 6 2,2
Sporophila nigricollis Coleiro-baiano 4 3 12 2,2
Sporophila caerulescens Coleiro-papa-capim 4 3 12 2,2
Sporophila albogularis Brejal 2 3 6 2,2
Sporophila leucoptera Cigarra-rainha 1 3 3 2,6
Sporophila bouvreuil Caboclinho-de-cabeça-marrom 2 3 6 2,2
Sporophila minuta Caboclinho-de-barriga-vermelha 2 3 6 2,2
Sporophila ruficollis Caboclinho 2 3 6 2,2
Sporophila palustris Caboclinho-papo-branco 2 3 6 2,4
Sporophila castaneiventris Caboclinho-do-Amazonas 2 3 6 2,4
Sporophila cinnamomea Caboclinho-de-chapéu-cinzento 2 3 6 2,4
Sporophila melanogaster Caboclinho-de-barriga-preta 2 3 6 2,4
Oryzoborus crassirostris Bicudinho-belenzinho 3 3 9 2,8
Oryzoborus m. maximiliani Bicudo-verdadeiro 3 2 6 3,0
Oryzoborus m. gigantirostris Bicudo-pantaneiro 3 2 6 3,2
Oryzoborus m. atrirostris Bicudo-do-bico-preto 3 2 6 3,2
Oryzoborus m. magnirostris Bicudo-pataneiro-grandão 3 2 6 3,2
Oryzoborus angolensis Curió 2 2 8 2,6
Amaurospiza moesta Negrinho-do-mato 2 3 6 3,0
Tiaris fuliginosa Cigarra-do-coqueiro 1 3 3 2,2
Arremon taciturnus Tico-tico-do-Amazonas 2 2 4 3,0
Arremon flavirostris Tico-tico-da-mata 2 2 4 3,0
Gubernatrix cristata Cardeal-amarelo 2 3 6 3,8
Coryphospingus pileatus Cravina 2 3 6 2,4
Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei 2 3 6 2,4
Paroaria coronata Cardeal 2 3 6 3,5
Paroaria dominicana Galo-da-campina 2 3 6 3,5
Paroaria gularis Tangará 2 3 6 3,0
Paroaria capitata Galo-da-campina-pantaneiro 2 3 6 2,6
CARDINALINAE
Caryothraustes canadensis Furriel 2 3 6 3,5
7
ANEXO I (CONTINUAÇÃO)
Pitylus fuliginosus Bico-de-pimenta 2 3 6 4,0
Saltator maximus Trinca-ferro 3 3 9 3,5
Saltator similis Trinca-ferro 3 3 9 3,5
Saltator caerulescens Trinca-ferro-cinza 2 3 6 3,5
Saltator maxillosus Bico-grosso 2 3 6 3,5
Saltator aurantiirostris Bico-duro 2 3 6 3,5
Saltator atricollis Batuqueiro 2 3 6 3,5
Passerina glaucocaerulea Azulinho 2 3 6 2,6
Passerina cyanoides Azulão 3 3 9 2,8
Passerina brissonii Azulão-verdadeiro 2 3 6 2,8
Porphyrospiza caerulescens Azulão-do-cerrado 2 3 6 2,6
Pheuctictus aureoventris Rei-do-bosque 2 3 6 3,0
ICTERINAE
Psarocolius decumanus Japuguaçu 3 3 9 4,0
Psarocolius viridis Japu-verde 2 3 6 4,0
Psarocolius b. bifasciatus João-congo 2 3 6 4,0
Psarocolius b. yuracares Japu-de-bico-encarnado 2 3 6 4,0
Cacicus cela Xexéu 2 3 9 4,0
Cacicus haemorrhous Guaxe 3 3 9 4,0
Cacicus chrysopterus Tecelão 2 3 6 4,0
Cacicus solitarius Iraúna-do-bico-branco 2 3 6 4,0
Icterus cayanensis Inhapim 1 3 3 3,0
Icterus chrysocephalus Rouxinol-do-Rio-Negro 3 3 9 2,8
Icterus jamacaii Corrupião, joão-pinto, sofrê 2 3 6 3,5
Agelaius thilius Sargento 1 3 3 3,0
Agelaius icterocephalus Iratauá-pequeno 2 3 6 3,5
Agelaius cyanopus Carretão 2 3 6 3,5
Agelaius ruficapillus Garibaldi 2 3 6 3,0
65

Leistes militares Polícia-inglesa-do-norte 2 3 6 4,0


Leistes superciliaris Polícia-inglesa-do-sul 2 3 6 4,0
Pseudoleistes guirahuro Chopim-do-brejo 2 3 6 4,0
Pseudoleistes virescens Dragão 2 3 6 4,0
Gnorimopsar chopi Graúna, chopim 3 3 9 3,5
Lampropsar tanagrinus Paraguaio 3 3 9 3,0
Molothrus badius Asa-de-telha 1 2 2 3,0
Molothrus rufoaxillaris Vira-bosta-picumã 3 2 6 3,0
Molothrus bonariensis Vira-bosta 3 2 6 3,0
Scaphidura oryzivora Iraúna 2 2 4 4,0
CARDUELINAE
Carduellis yarellii Pintassilgo-baiano 3 2 6 2,4
Carduellis magellanicus Pintassilgo 3 2 6 2,4
8
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Anexo II da Instrução Normativa nº , de de de 2003.
RELAÇÃO DE PASSERIFORMES
Nome do Criador: Cadastro/IBAMA nº
Endereço Residencial: UF: Telefone:
Documento de Identidade: Órgão Exp. CPF:
Endereço do Criadouro: UF: Telefone:
Nº .
ORDEM
Nome Vulgar Nome
Cientifico
Sexo Idade Dados do Anel Observações
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
__________________________
DATA DE EXPEDIÇÃO
_____________________________
VÁLIDA ATÉ
• Esta Relação é válida exclusivamente no território brasileiro.
• Válida somente a via original sem emendas ou rasuras.
• Válida somente quando acompanhada do documento de identificação do criador.
• Não autoriza a exposição dos espécimes nela relacionados em logradouros públicos ou privados.
• Autoriza o criador a transportar, em gaiolas, passeriformes da fauna brasileira anilhados com anilhas
invioláveis,
no Território Nacional para concurso, exposição e treinamento.
Obs: Caso a Relação de Passeriformes seja assinada pelo Procurador, nos termos da presente
Instrução Normativa, recomenda-se o endosso pelo criador.
9
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Anexo III da Instrução Normativa nº , de de de 2003.
SISTEMA DE MARCAÇÃO
O sistema de inscrição nas anilhas compreende uma numeração de dígitos
alfas numéricos como demonstrado abaixo, tendo a obrigatoriedade de constar dígitos
66

identificando a marca IBAMA, diâmetro da anilha, ano e número seqüencial.


2,0 IBAMA 03 / 04 000001 Diâmetro Identificação do órgão Biênio Nº seqüencial 10

Anexo IV

MODELO DE AUTORIZAÇÃO

AUTORIZAÇÃO
FICA AUTORIZADO O CALENDÁRIO ANUAL APRESENTADO PELA
__________(federação, clube, associação ou particular)_________,
REGISTRO NO
IBAMA Nº ___________________, CONFORME DESCRITO ABAIXO:
Local Data da realização Tipo de evento
_________________________________________________
ASSINATURA DO GERENTE EXECUTIVO DO IBAMA
- PARA FINS DE FISCALIZAÇÃO, É OBRIGATÓRIA A APRESENTAÇÃO DESTA AUTORIZAÇÃO
DURANTE OS
EVENTOS DESCRITOS ACIMA.
- EM CASO DE MODIFICAÇÕES NO PRESENTE CALENDÁRIO, O IBAMA DEVERÁ SER COMUNICADO
OFICIALMENTE COM ANTECEDÊNCIA DE 30 DIAS.
67

ANEXOS B – Artigo da monografia


68

A IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO EM CATIVEIRO PARA A PRESERVAÇÃO DAS


AVES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DAS AÇÕES
EXECUTADAS PELO IBAMA.

Ana Raquel Franco Carvalho

RESUMO
O Brasil é um país megadiverso e detentor da maior biodiversidade de aves do mundo.
Devido à perda e a degradação de hábitats e a antiga prática de captura de aves na natureza,
sua avifauna está seriamente ameaçada. A criação de aves em cativeiro nas categorias
comercial, conservacionista e amadorista é uma forma de preservação das espécies de aves
ameaçadas de extinção. O presente estudo tem como objetivo analisar as ações executadas
pelo Ibama no que se refere a criação em cativeiro como uma forma de preservação dessas
espécies. Os resultados dessa análise demonstraram uma limitação nas ações, que
comprometem a proteção da avifauna ameaçada de extinção.

1. INTRODUÇÃO
Diversidade biológica ou biodiversidade é o termo usado para designar a variedade de
formas de vida existentes na Terra. Foi a combinação de formas de vida, e suas interações
com as outras espécies e com seu ambiente físico que tornou a Terra habitável para os seres
humanos (MMA, 2002).
O Brasil possui uma extensão territorial de 8,5 milhões Km² e ocupa a metade da
América do Sul. Com uma diferença climática que resultou em uma variedade de
ecossistemas e biomas (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga) e uma área
de 3,5 milhões Km² de zona costeira e marinha que possuem uma variedade de ecossistemas,
incluindo os recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos (CDB, 2007).
A diversidade de biomas reflete a riqueza da fauna e flora brasileira, tornando-as as
mais diversas do mundo. Muitas espécies brasileiras são exclusivas no mundo, ou seja, são
endêmicas, só ocorrendo no território brasileiro, estimando cerca de 20% do número total de
espécies do planeta (CDB, 2007).
Apesar de sua imensa riqueza, a avifauna brasileira encontra-se ameaçada pela cultura
de se buscar aves na natureza para servirem de animais de estimação (GIOVANINNI, 2003).
Neste sentido, a ararinha-azul (Cyanopsitta apicii) já se tornou extinta na natureza devido ao
tráfico de animais e algumas espécies como os bicudos (Oryzoborus maximilliani
maximilliani) tiveram suas populações extremamente reduzidas. Desconsiderando-se os
peixes, a maior pressão do tráfico é contra as aves, principalmente nas canoras e nos
Psitacídeos. A captura de animais silvestres na natureza tem suas nefastas conseqüências
69

ambientais e somente foi tipificada como crime a partir de 1967 com a criação da Lei nº
5.197. Contudo as pessoas que mantinham espécimes em cativeiro antes do advento da lei não
poderiam ser penalizadas. Assim, em 1972, objetivando regulamentar estes casos, o Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) editou uma Portaria que procurava
regulamentar esta atividade.
De acordo com Camara et al. (2002) a política socioeconômica adotada no Brasil
proporcionou um aumento dos núcleos urbanos, motivando o crescimento da população
humana e à ocupação desordenada de áreas cada vez maiores. Além dos lançamentos na
atmosfera de grande quantidade de gases provenientes de centrais térmicas, refinarias
petrolíferas, siderúrgicas e dos veículos automotores.
Os processos de degradação também estão associados à intensidade do desmatamento
indiscriminado, exploração do solo acima da capacidade de suporte e o uso intensivo de
fertilizantes agrícolas que provocam verdadeiros desastres ecológicos. As atividades antrópica
como crescimento urbano acelerado, destruição das vegetações nativas, supressão dos
recursos hídricos são exemplos e motivo da deterioração nos sistemas ecológicos e a extinção
de muitas espécies (CAMARA, 2002).
Diante da tão vasta agressão ao meio ambiente, às plantas e todos os organismos vivos
estão seriamente ameaçados. A fauna sofre as conseqüências devido à perda de seus habitats
naturais, causando outros problemas que agravam ainda mais sua sobrevivência, como por
exemplo: imigração e emigração, predadores, atropelamentos, caça entre outras causas.
(RICKLEFS, 2001).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA), e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), juntamente com outras instituições vêm tentando
amenizar essas ameaças criando legislações específicas, metas e estratégias de conservação
entre outras ações para garantir a preservação das espécies para as gerações futuras.
O presente trabalho tem por objetivo, analisar as ações executadas pelo Ibama no que
se refere à criação em cativeiro para a preservação das aves ameaçadas de extinção. Diante do
desafio de investigar as ações do Ibama, sobre aves ameaçadas de extinção entendemos que as
ações são limitadas e que nem sempre asseguram uma ampla proteção a essas aves.
70

2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Análise de documentos

A análise de documentos teve como objetivo conhecer as diferentes contribuições


científicas disponíveis sobre o tema. No presente trabalho foram utilizados trabalhos
publicados como teses e dissertações específicas na área do estudo, bem como documentos
internos do Ibama.

2.2. Pesquisa de campo: Entrevista e visita aos criadouros.


No sentido de analisar as ações do Ibama referente à criação em criadouros e também,
a eficácia das ações para conservação das espécies ameaçadas nesses cativeiros. Os analistas
ambientais do Ibama entrevistados foram escolhidos por fazerem do quadro de servidores do
Ibama e apresentam conhecimento com relação às ações do órgão referente ao assunto
estudado numa escala de tempo. O Sr. Fernando Dal`Ava, Diretor substituto da Diretoria de
Fauna e Recursos Pesqueiros – DIFAP, que durante anos atuou no Ibama como o
Coordenador da COEFA e que acompanhou de perto todas os procedimentos e andamentos
para as políticas públicas referente aos criadouros e o Sr. Leonardo Viana Mohr, Coordenador
substituto da Coordenação de Proteção de Espécies da Fauna – COFAU, por ser o
representante que lida com as questões de espécies ameaçadas de extinção.
No que se refere à pesquisa de campo nos criadouros será feito um diagnóstico desse,
bem como a comparação com a legislação vigente que são: Portaria n° 118/97 que
regulamenta os criadouros comerciais, a Portaria n° 193/93 que regulamenta os criadouros
conservacionistas e a Instrução Normativa n° 001/03 que regulamenta os criadouros
amadoristas. (BRASIL, 2007).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Análise das ações do Ibama para a criação de aves ameaçadas de extinção nas
categorias de criadouro comercial, conservacionista e amadorista

Para a análise das ações do Ibama para criação de aves ameaçadas de extinção nos
criadouros comerciais, conservacionista e amadorista utilizou-se como ferramenta a Portaria nº.
139, de 29 de dezembro 1993 que regulamenta os criadouros conservacionistas, a Instrução
Normativa - IN nº. 001, de 24 de janeiro de 2003 que normatiza a criação amadorista de
71

passeriformes e a Portaria n° 118/97, de 15 de outubro de 1997, que regulamenta a criação


comercial de animais da fauna silvestre.
Segundo o Coordenador Leonardo Mohr a criação em cativeiro por si só, não é
considerada uma forma de proteção de espécies ameaçadas de extinção se não estiver ligado a
um programa de conservação. O Coordenador considera a criação em cativeiro fundamental
desde que se pense em um plano de conservação para o acompanhamento e a reintrodução
dessas espécies na natureza, num futuro quando se precisar dessas espécies na natureza.
O Sr. Leonardo Mohr considera a criação amadorista um hobby para quem tem esse
tipo de criadouro e não uma forma de conservação, pois tal atividade não tem ligação com
planos ou programas de conservação. A prática amadorista é regulamentada pela IN nº. 001/03,
que tem vários critérios para a obtenção da licença para o funcionamento do criadouro, mas não
faz exigências ligadas a um plano de conservação para as espécies. Ele exemplifica sua opinião
com os cardeais-amarelos, que é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, e que hoje
existem cerca de 2.700 espécies nesses criadouros, mas que não fazem parte de nenhum
programa ou plano de conservação, o que faz com a conservação se torna inviável, pois não há
um acompanhamento direcionado a conservação dessas espécies. Com relação à criação
conservacionista considera uma forma de conservação das espécies ameaçadas, pois estes
criadouros têm a obrigação do vínculo com um projeto de conservação, como o próprio nome
diz, o objetivo desse criadouro é criar para conservar.
O Diretor de Fauna, Sr. Fernando Dal’Ava inicia sua entrevista informando que há uma
distinção entre as categorias amadoristas, conservacionistas e comercial. Dessas três
categorias somente uma é prevista em lei: é criadouro comercial. As demais categorias são
regulamentadas através de Portarias e Instruções Normativas.
Segundo o Diretor a criação comercial é considerada uma forma de proteção de
espécies, pois as aves que são utilizadas para a comercialização são adquiridas através de
apreensões do tráfico de espécies, o que faz com que haja uma inibição da captura dessas aves
na natureza, sendo assim, uma forma de proteção. O Sr. Fernando Dal’Ava faz referências aos
altos preços dos exemplares em cativeiro, pois os exemplares são caros devido a
disponibilidade deles no mercado e que a partir do momento em que existir uma quantidade
maior desses exemplares da avifauna, esses ficarão mais acessíveis. Entretanto para que isso
seja possível é necessário incentivo de políticas para a criação em cativeiro em vez de
políticas que coíbem ou proíbem a criação comercial, o qual é um dos objetivos da Diretoria
de Fauna.
72

A criação conservacionista para o Diretor tem o papel meramente de manutenção de


espécies que não tem potencial reprodutivo e é considerada uma forma de conservação por
manterem estoques genéticos puros que podem ser utilizados futuramente em pesquisas
científicas ou auxílio nos criadouros.
O Senhor Fernando Dal’Ava, Diretor de Fauna, acredita que a criação amadorista é
uma forma de conservação das espécies, pois essa criação está vinculada ao aperfeiçoamento
das qualidades e características de uma determinada espécie, exemplo disso são os pássaros
que tem como habilidade a arte de cantar, e por isso podem participar de campeonatos
específicos nessa área. Nesses campeonatos são estabelecidos padrões de canto, tais padrões
são repassados através de cruzamento entre as espécies para que essas aves criadas nesses
criadouros tenham um melhor desempenho nessa habilidade. Assim sendo, a existência desse
tipo de criadouro faz com que haja um desinteresse por parte dos criadores, pelas espécies
presentes na natureza, uma vez que as mesmas não terão tantas habilidades, portanto não é tão
interessante a criação.
De uma maneira geral as ações do Ibama no que se refere a criação em criadouros de
espécies ameaçadas é eficaz, mas é necessário uma definição de conservação de espécies
ameaçadas, pois há muita controvérsia entre a visão dos gestores entrevistados levando a
conclusão de os criadouros são uma forma de proteção das espécies ameaçadas e que ao
mesmo tempo não são devido a visão diferenciada do termo proteção ou conservação da
fauna, que não está definido em nenhuma das legislações referentes a fauna.

3.2 Identificar os principais fatores relacionados ao sucesso dos criadouros no que se


refere às aves ameaçadas de extinção.

Nos criadouros de aves existentes no Distrito Federal foi possível verificar o


seguimento de alguns fatores que são indispensáveis para o sucesso na manutenção das
espécies de aves de uma maneira geral. Primeiramente o investimento em mão-de-obra. A
mão de obra especializada e atualização constante é um dos requisitos mais importantes e que
geralmente estabelece a diferença entre o fracasso e o sucesso de uma criação em cativeiro.
Em seguida é a preocupação com as instalações onde as espécies serão criadas, no caso das
gaiolas, essas devem ser colocadas sempre suspensas para evitar o contato com roedores.
Geralmente os recintos são de alvenaria com telas de proteção, de tubos de pvc, gaiolas
especiais, mas toda essa estrutura depende da espécie que vai se criar. Após isso vem a
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preocupação com a alimentação, que é o fator mais importante para a reprodução das espécies
e consequentemente o sucesso do criadouro, a alimentação é baseada na utilização de rações
balanceadas, ainda que para algumas espécies estas ainda sejam deficientes. Outro fator que
influência esse sucesso é a interferência de barulhos estranhos, pessoas estranhas ou mesmo
animais dominantes da mesma espécie em contato visual inibem o par a copular ou fazer a
postura, por isso á necessidade de isolamento dos casais para o sucesso na reprodução das
espécies. O aspecto sanitário do cativeiro deve estar sempre em perfeito estado com controles
sanitários implantados na rotina de manejo. A presença de qualquer animal estranho ao
criadouro é indesejada ainda que em alguns casos impossível de controlar. Exames
parasitológicos e rotina de vermifugação são cuidados constantes.
Como podemos observar o sucesso relacionado aos criadouros se dão devido às
condições específicas que são oferecidas às essas espécies, que em decorrência das perdas e
degradação de seus hábitats não conseguem essas condições no meio natural, tornando-se
cada vez mais escassos e raros a manutenção delas na natureza.

3.3 Diagnóstico dos criadouros de aves silvestres no Distrito Federal


Foi realizado um diagnóstico preliminar dos criadouros visitados no Distrito Federal,
dos 4.215 criadouros regulamentados pelo Ibama, foram analisados dois criadouros de cada
categoria: comercial, conservacionista e amadorista.
As visitas foram realizadas em dois criadouros de todas as categorias e escolhidos
aleatoriamente através de contatos telefônicos para agendar a visitação informal.
Os criadouros visitados foram os seguintes:
Criadouro Conservacionista
Sr. Eduardo Antonio Cardoso, localizado no Lago Sul e
o do Sr. Antonio Guilherme Culloch, situado no Lago Sul, em ambos apresenta espécies de
psitacídeos, passeriformes e outras aves.
Criadouro Comercial
Criadouro Cantuária localizado em Taguatinga Norte e apresenta a criação de bicudos
Sr.Valter José da Silveira localizado na Colônia Agrícola Samambaia em Taguatinga onde
encontra-se vários exemplares de psitacídeos e passeriformes.
Criadouro Amadorista
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Fernando Dal’Ava localizado em Taguatinga Sul e do Sr. Edir José dos Santos localizado na
Octogonal, com presença de passeriformes que é a única classe permitida para esse tipo de
ciração.
Dessas três categorias: comercial, conservacionista e amadorista, localizados no
Distrito Federal tiveram como objetivo verificar a aplicação das Portarias n 118/93
(regulamenta os criadouros comerciais); 139/97 (regulamenta os criadouros
conservacionistas) e a Instrução Normativa n 01/03 (normaliza os criadouros amadoristas) a
exigências de cada legislação. De um modo geral as espécies dos criadouros são oriundas de
apreensões das ações fiscalizadoras do Ibama, das quais encontra-se apreendidas na
SUPES/DF.
De acordo com as visitas nos criadouros e a partir da legislação vigente para cada
categoria: amadorista, conservacionista e comercial, foram analisados e comparados com a
legislação quesitos referentes à instalação e existência de técnico responsável pelo criadouro.
A pesquisa de campo nesses criadouros permitiu verificar que desses seis criadouros
visitados todos atenderam aos quesitos de instalação, que foram recintos apropriados que em
caso de espécies de pequeno porte foram utilizadas gaiolas específicas e que todos atendiam
as particularidades de cada espécie cativa; no caso de espécies de médio e grande porte foram
verificadas a preocupação com a proteção das espécies as mudanças climáticas, pois esses
recintos geralmente ficam em áreas externas,
Em relação à presença de técnicos nos recintos, esta exigência é pertencente somente
as categorias: comercial e conservacionista, e os mesmos apresentavam responsáveis técnicos.
De uma maneira geral os criadouros estão de acordo com a legislação referentes as
suas categorias. È importante uma fiscalização mais rigorosas referentes aos criadores
amadoristas que pelo fato de ter as facilidades de um sistema eletrônico, é necessário uma
maior verificação das informações virtuais disponibilizadas.

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Diante do desafio do objetivo de se analisar as ações do Ibama sobre as aves


ameaçadas de extinção, foi verificado que a criação dessas aves em cativeiro é uma forma de
preservação das espécies, mas que as ações do Ibama são limitantes na proteção das espécies
nos criadouros, devido a falta de interação na tomada de decisão.
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A hipótese inicial foi confirmada a partir das análises e observações na estrutura do


Ibama.
A partir das análises da estrutura do Ibama observou-se que trabalho independente das
coordenações COFAU e COEFA é eficiente quando tratadas separadamente, o que
compromete a proteção das espécies pelo fato de não existir uma ação em conjunto de ambas
as coordenações, na questão que se refere espécies ameaçadas e criação em cativeiro.
As considerações finais são a padronização do órgão quanto aos conceitos
estabelecidos como: preservação e conservação da fauna, pois foram observadas diferentes
visões para o termo entre os gestores entrevistados. A necessidade de uma política que auxilie
a criação em cativeiro como sendo uma forma de preservação da Diretoria de Fauna e
Recursos Pesqueiros no que se refere à criação das espécies ameaçadas em cativeiro, sejam
eles: Amadorista, conservacionista e comercial.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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