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BIOLOGIA DA ESPÉCIE
Introdução
Classificação Taxonômica
Grupo: Mamíferos
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Gênero: Speothos
Espécie: Speothos venaticus (Lund, 1842)
Nome comum: Cachorro-vinagre, Cachorro-do-mato-vinagre
Descrição física
Alimentação
Socialização
Habitat
Em cativeiro, costumam sair pela manhã e à tarde ficam em seus abrigos e podem
chegar a viver até os 11 anos.
Reprodução
Doenças
Uma das principais ameaças à espécie são as doenças transmitidas por animais
domésticos como raiva, parvovirose e sarna sarcóptica (JORGE et al, 2011).
Ameaças e conservação
Distribuição geográfica
Ocorre desde o Panamá até o sul do Brasil. Está presente nos biomas Amazônia,
Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal, porém foi recentemente registrada em uma área
da Caatinga, fora da área de ocorrência histórica considerada para a espécie
(Onçafari, 2021)
É uma espécie arisca de difícil observação, por ser pouco localizado, sendo
considerada uma espécie vulnerável, e tendo poucos estudos em cativeiro, o
primeiro casal de cachorro-vinagre que foi para cativeiro em 1968, a sua criação em
ex-situ se iniciou por se tratar de uma espécie que corre de risco de extinção por
conta do desmatamento, que fez com que seu habitat diminuísse, estando em
vários projetos que incentivam seu reprodução. O projeto ICMBio gira em torno de
diminuir a vulnerabilidade da espécie, ampliando o conhecimento da sua
conservação e hábitos, diminuindo a remoção de indivíduos e melhorando o estado
sanitário da população.
BEM ESTAR
Conhecer aspectos da biologia dos grupos animais mantidos nos zoológicos é fundamental
para um manejo adequado, que além de propiciar o bem-estar dos animais cativos, contribui
para a conservação das espécies. Cada espécie tem um conjunto de características próprias,
relacionadas com seu modo de vida, hábitos alimentares, ambiente em que vivem, que devem
ser respeitadas.
Em 1967, o Conselho de Bem-Estar de Animais de Produção (Farm Animal Welfare Council
- FAWAC), na Inglaterra, estabeleceu um conjunto de “estados” ideais denominado “cinco
liberdades” dos animais. O preceito das cinco liberdades do bem-estar animal tem a
finalidade de manter os animais:
1. Livres de fome, sede e desnutrição
2. Livres de desconforto
3. Livres de dor, injúrias e doenças
4. Livres para expressar o comportamento natural de espécie
5. Livres de medo e estresse
De acordo com (McPhee and Carlstead, 2010) existem cinco tipos de EA – Enriquecimento
Ambiental sendo os seguintes:
Físico: Está relacionado à estrutura física do recinto, consiste na introdução de aparatos que
deixam o ambiente semelhante ao habitat natural da espécie;
Social: Caracterizado pela interação intra (relações que podem ocorrer entre seres vivos da
mesma espécie) ou interespecífica (relações entre espécies diferentes) que pode ser criada no
ambiente. Os animais têm a oportunidade de interagir com outras espécies que naturalmente
conviveriam na natureza ou com indivíduos de mesma espécie;
Alimentar: Promove um ambiente mais próximo do natural aos animais, podendo-se fazer
variações na alimentação, de acordo com o hábito de cada espécie.
Tipos de Enriquecimento:
Banana com sangue
Foram utilizadas 4 bananas inteiras sem casca, picadas e banhadas em sangue de degelo de
carne bovina (Figura 6).
Pequenas porções de bananas picadas e com uma pequena quantidade de sangue foram
distribuídas aleatoriamente por todo o recinto, sendo colocadas em maior quantidade na parte
frontal do recinto, para estimular a permanência dos animais nas regiões visíveis ao público.
Em determinados locais foi disponibilizado somente sangue, de modo a estimular o
comportamento de forrageio, agindo assim, como um enriquecimento nutricional e sensorial
(CORAT, 2009).
Saco de Juta:
(Fonte: CORAT, 2009.)
Foram utilizados 2 sacos de juta dobrados 4 vezes no eixo longitudinal, de modo a formar um
retângulo comprido (os sacos foram costurados nesta posição com fibras retiradas do próprio
saco de juta) (Figura 7).
Este item tem por objetivo atuar, possivelmente, como enriquecimento social, uma vez que
permite uma maior interação social entre os indivíduos, possibilitando a brincadeira de cabo
de guerra, o que seria importante, para a espécie ter um comportamento social.
Os sacos de juta foram disponibilizados nos mesmos dias de enriquecimento com as bananas
com sangue, para que os animais tivessem algo físico para poder interagir caso terminassem
de comer a banana. Os sacos foram obrigatoriamente retirados ao final do dia, para a
segurança dos animais (CORAT, 2009).
Com uma faca, foi aberto um orifício na parte superior de duas morangas. A parte retirada da
moranga funcionou como uma tampa, sendo colocada de volta no lugar, posteriormente.
As sementes das morangas foram retiradas, deixando-as ocas. Foram abertos orifícios de
aproximadamente 3 dedos na lateral das morangas, expondo o seu interior.
Foi introduzida nas morangas, aproximadamente, metade da dieta oferecida no período da
tarde para os animais, podendo ser, portanto, codornas ou pedaços de músculo bovino,
coração bovino e de peito de frango (Figura 8).
As morangas foram colocadas no recinto, para estimular o animal a tirar o alimento de dentro
das morangas, como enriquecimento nutricional (CORAT, 2009).
Picolé:
(Fonte: CORAT, 2009.)
Para fazer o picolé foram utilizados 4 recipientes médios, os quais aparentavam ser tampas de
garrafas térmicas, de aproximadamente 300ml, onde foram colocados água, sangue, pedaços
de músculo bovino, coração bovino e peito de frango cortados em cubos, e foram levados ao
congelador por dois dias.
Em dois dos picolés foram colocadas pontas de cordas de sisal, de aproximadamente 1m, para
que ao congelar, juntamente com o restante, permitissem que os picolés fossem pendurados
no recinto (Figura 9).
A quantidade de alimento dado nestes picolés correspondeu a aproximadamente 3⁄4 da dieta
oferecida no período da tarde do referente dia. Os picolés de carne foram colocados
aleatoriamente pelo recinto, agindo como um enriquecimento nutricional (CORAT, 2009).
Recinto na Fundação Parque Zoológico de São Paulo 2009 (foto retirada de
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/132331/20092-Clarade
SouzaCorat.pdf?sequence=1&isAllowed=y)
Recinto no Criadouro Onça-Pintada em Campina Grande do Sul Paraná (foto
retirada de
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-22092010-085304/publico/Suzan
a_Bezzegh_Hirata.pdf )
Todos os dados coletados e expostos nesta pesquisa foram feitos para que o recinto
seja o mais adequado possível de acordo com todas as necessidades e
particularidades para um casal de cachorro-do-mato-vinagre.
Animais silvestres são os mais propensos a sofrerem com mudanças mesmo que
sejam mínimas, portanto é de extrema importância ter pleno conhecimento da
biologia da espécie. O recinto construído para um casal desse mamífero, deve
atender à todos os requisitos que sua natureza demanda, o manejo ideal garante
bem estar e mais proximidade de um comportamento que o animal teria no seu
habitat natural, assegurando possibilidade de reprodução, estudo e qualidade de
vida para ambos os cachorro-do-mato-vinagre.
Links
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/mamiferos/cachorro-do-mato-vinagre
_speothos_venaticus.html
Modelo de referência
Referências bibliográficas
PUBVET. 2017. Bem-estar dos animais nos zoológicos e a bioética ambiental. Disponível
em: <http://www.pubvet.com.br/uploads/e30fd9b0d58c7b2fd3720bbe63040981.pdf> Acesso
em: 30 de Setembro de 2021.