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Medição de Petróleo

e Gás Natural

Marco Antonio Ribeiro


© Marco Antonio Ribeiro, Tek., Jun 2002

1
Medição de Petróleo e
Gás Natural
1a edição

Marco Antônio Ribeiro

Dedicado a todos que foram meus alunos, de quem muito aprendi e para quem
pouco ensinei

Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala, exprime-se claramente e
de modo compreensível. Quem se exprime de modo obscuro e pretensioso mostra logo que
não entende muito bem o assunto em questão ou então, que tem razão para evitar falar
claramente (Rosa Luxemburg)

© 2002, Tek , Marco Antonio Ribeiro


Salvador, Inverno 2002

2
Autor
Marco Antônio Ribeiro nasceu em Araxá, MG, no dia 27 de maio de 1943.
Formou-se pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em Engenharia
Eletrônica, em 1969.
Entre 1973 e 1986, trabalhou na Foxboro, onde fez vários cursos nos Estados
Unidos (Foxboro, MA e Houston, TX) e em Buenos Aires, Argentina.
Desde 1987, dirige a Tek (*)Treinamento e Consultoria Ltda., firma pequeníssima
voltada para treinamento na área de Instrumentação, Controle de Processo, Medição
de Vazão, Cálculo de Incerteza na Medição, Metrologia Industrial, Instalações
Elétricas em Áreas Classificadas. É certamente difícil ser um especialista
competente em numerosos assuntos tão ecléticos, porém ele se esforça
continuamente em sê-lo.
Gosta de xadrez, corrida, fotografia, música de Beethoven, leitura, trabalho, curtir
os filhos e a vida.
Já correu três maratonas, a melhor em 3 h 13 m 11 s e a pior em 3 h, 28 m 30 s.
Diariamente corre entre 8 e 12 km, às margens do oceano Atlântico. Semanalmente
participa de torneios de xadrez relâmpago e nas horas de taxa telefônica reduzida,
joga xadrez através da Internet. Possivelmente, é o melhor jogador de xadrez entre
os corredores e o melhor corredor entre os jogadores de xadrez, o que realmente
não é grande coisa e também não contribui nada para a Medição de Petróleo e Gás
Natural..

(*) Tekinfim (Tek) foi seu apelido no ITA, pois só conseguiu entrar lá na terceira tentativa. Mas o que conta é
que entrou e saiu engenheiro. O que foi um grande feito para um bóia fria do interior de Minas Gerais.

3
Introdução
Atualmente, no Brasil, toda movimentação e transporte de óleo e gás natural devem
atender as exigências da Agencia Nacional de Petróleo. Assim, todo o pessoal técnico
envolvido devem ser familiarizado com os equipamentos de produção típicos e instrumentos
de medição associados, localizados nas áreas de produção, e com as finalidades e a
interação desses equipamentos.
Este trabalho serve como material didático de um curso a ser ministrado para a
Petrobras, em varias cidades do Brasil, e ele tem o seguinte roteiro:
Petróleo e gás natural, onde são mostrados rapidamente os equipamentos e processos
de tratamento de produtos.
Conceitos de Instrumentação, onde são vistos os principais instrumentos para medir
as principais variáveis do processo, como pressão, temperatura, densidade, análise. As
variáveis vazão e nível são tão importantes, por causa da transferência de custódia, que
serão vistas à parte, em outros capítulos.
Conceitos de Automação, que trata dos componentes do sistema supervisório e
aquisição de dados, usado para monitorar toda a movimentação de produtos, de modo
automático e remoto.
Conceitos de Metrologia, que trata das unidades do SI, algarismos significativos,
estatística da medição e da confirmação metrológica dos instrumentos. Neste capítulo
também são vistas as incertezas sistemáticas e aleatórias da medição.
Medição de Vazão, onde são vistos os principais medidores de vazão dos produtos em
linha.
Medição de Nível, que mostra os principais métodos manuais e automáticos para medir
corretamente o nível de líquidos contidos em tanques.
Regulamento Técnico da ANP, com terminologia, definições e exigências. São listadas
as principais normas brasileiras, internacionais e americanas contidas.

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Conteúdo
INTRODUÇÃO 4

PETRÓLEO E GÁS NATURAL 1


1. Produção de Petróleo 1
1.1. Introdução 1
1.2. Características dos petróleos 1

Separadores 2

Processo de separação 3

Tratamento da emulsão oleosa 4

Vasos para tratamento 4

Tratamento do gás úmido e rico 5

Desidratação do gás úmido 6

2. Armazenamento, Medição e Analise de Petróleo 7


2.1. Introdução 7
2.2. Teste de poço 7
2.3. Tanques de armazenamento de produção 8
2.4. Arqueamento de tanques 9
2.5. Medição manual da quantidade e qualidade de petróleo 9
2.6. Questões de segurança 9
2.6. Medição e análises 10
2.6. Transferência de custódia automática 12
2.7. Do tanque para o medidor 12
2.8. Do medidor em diante 14
2.9. Calibração do medidor 15

5
INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE 17
1. Instrumentação 17
1.1. Conceito e aplicações 17
1.2. Disciplinas relacionadas 17

2. Vantagens e Aplicações 18
2.1. Qualidade do Produto 18
2.2. Quantidade do Produto 19
2.3. Economia do Processo 19
2.4. Ecologia 19
2.5. Segurança da Planta 19
2.6. Proteção do Processo 20

3. Controle do processo 20
3.1. Conceito de controle 20
3.2. Sistema de controle 21
3.3. Operação da malha de controle 22
3.4. Problemas dos sistemas de controle 22

3.5. Exemplo: sistema de controle de pressão 24

4. Detecção de incêndio e gás 27


4.1. Introdução 27
4.2. Detecção de incêndios 28
4.3. Controle de incêndio 29
4.4. Detecção de gás 29
4.5. Monitoração de gás 30

5. Monitoração de bombas 30
5.1. Introdução 30
5.2. Monitoração de vibrações 30
5.3. Relés de proteção de motores 31

6. Medição das variáveis 33


6.1. Introdução 33

7. Pressão 33
7.1. Introdução 33
7.2. Unidade de pressão 33
7.3. Regras de pressão 33
7.4. Tipos de pressão 33
7.5. Medição de pressão 35
7.6. Instrumentos de pressão 36
7.6. Pressão e a Vazão 37

8. Temperatura 38
8.1. O que é temperatura 38
8.2. O que temperatura não é 38
8.3. Unidades de temperatura 38

6
8.4. Medição da temperatura 39
8.5. Instrumentos de temperatura 41
8.6. Temperatura e Vazão 41

9. Densidade 42
9.1. Conceitos e Unidades 42
3.3. Métodos de Medição 43

10. Viscosidade 43
10.1. Conceito 43
10.2. Tipos 44
10.3. Termos e definições 44
10.4. Unidades 44
10.5. Relações e Equações 45
10.6. Medidores de Viscosidade 45
10.7. Dependência da Temperatura e Pressão 46
10.8. Viscosidade dos líquidos 46
10.9. Viscosidade dos gases 47

CONTROLE SUPERVISÓRIO E AQUISIÇÃO DE DADOS


(SCADA) 48
3. Controle Supervisório do Sistema de Aquisição de Dados 48
3.1. Introdução 48
3.2. Equipamento (Hardware) 49
3.3. Programa Aplicativo (Software) 50

2. SCADA de um oleoduto 50
2.1. Operador do centro de controle 51
2.2. Nível do centro de controle (HOST) 52
2.3. Comunicações 52
2.4. Estação de operação 52
2.5. Instrumentação e equipamentos 52

4. Alarmes 53
4.1. Alarmes da estação e de campo 53
4.2. Alarmes e desarmes 54
4.3. Seqüências de alarme 54

7
METROLOGIA 55
1. Introdução 55
1.1. Técnicas 55
1.2. Legal 55
1.3. Científica 55

2. Sistema Internacional (SI) 57


2.1. Introdução 57
2.2. Características 57
2.3. Política IEEE e SI 58
2.4. Múltiplos e Submúltiplos 58

Prefixo 58

Símbolo 58

Fator de 10 58

3. Estilo e Escrita do SI 59
3.1. Introdução 59
3.2.Maiúsculas ou Minúsculas 59
3.3. Pontuação 61
3.4. Plural 61
3.5. Agrupamento dos Dígitos 62
3.6. Espaçamentos 63
3.7. Índices 63
3.8. Unidades Compostas 64
3.9. Uso de Prefixo 65
3.10. Ângulo e Temperatura 65
3.11. Modificadores de Símbolos 66

4. Algarismos Significativos 66
4.1. Introdução 66
4.2. Conceito 66
4.3. Algarismo Significativo e o Zero 67
4.4. Notação científica 67
4.5. Algarismo Significativo e a Medição 68
4.6. Algarismo Significativo e o Display 70
4.7. Algarismo Significativo e Calibração 71
4.8. Algarismo Significativo e a Tolerância 72
4.9. Algarismo Significativo e Conversão 72
4.10. Algarismos e resultados 73

8
5. Padrões de Medições 75

6. Incerteza na Medição 78
6.1. Conceito 78
6.2. Princípios Gerais 78
6.3. Fontes de Incerteza 80
6.4. Estimativa das Incertezas 80
6.4. Incerteza Padrão 81
6.5. Incerteza Padrão Combinada 81
6.6. Incerteza Expandida 81

VAZÃO 82
1. Fundamentos 82
1.1. Conceito de vazão 82
1.2. Unidades 82
1.3. Funções Associadas 83
1.4. Dificuldades da Vazão 84

2. Medidores de Vazão 85
2.1. Sistema de Medição 85
2.2. Tipos de Medidores 85
2.3. Quantidade ou Vazão Instantânea 85
2.4. Relação Matemática Linear e Não-Linear 86
2.5. Diâmetros Totais e Parciais do Medidor 86
2.6. Medidores Com e Sem Fator K 86
2.7. Medidores Volumétricos ou Mássicos 87
2.8. Energia Extrativa ou Aditiva 87
2.9. Medidor Ideal de Vazão 87
2.10. Medidores Favoritos 88

3. Geradores de Pressão Diferencial 89

4. Placa de Orifício 90
4.1. Conceito 90
4.2. Características Físicas 90
4.3. Tomadas da Pressão Diferencial 90
4.4. Dimensionamento 91
4.5. Vantagens 92
4.6. Desvantagens e Limitações 92
4.7. Medidor da Pressão Diferencial 93

5. Rotâmetro de Área Variável 94

6. Deslocamento Positivo 95
6.1. Introdução 95
6.2. Operação do medidor 95
6.3. Vantagens e desvantagens 96

9
7. Medidor Magnético 97
7.1. Princípio de funcionamento 97
7.2. Sistema de Medição 97
7.3. Tubo Medidor 97
7.4. Transmissor de Vazão 98
7.5. Vantagens 98
7.6. Desvantagens e limitações 99

8. Turbina 99
8.1. Princípio de funcionamento 99
8.2. Construção 100
8.3. Vantagens 101
8.4. Desvantagens e limitações 101

9. Medidor Coriolis 101


9.1. Introdução 101
9.2. Efeito Coriolis 102
9.3. Calibração 102
9.4. Medidor Industrial 102
9.5. Características 103
9.6. Aplicações 104
9.7. Limitações 104

10. Medidor ultra-sônico 105


10.1. Introdução 105
10.2. Diferença de Tempo 105
10.3. Diferença de Freqüência 106
10.4. Efeito Doppler 106
10.5. Relação Matemática 106
10.6. Realização do Medidor 107
10.7. Aplicações 107
10.8. Especificações 108
10.9. Conclusão 108

10
NÍVEL 109
1. Introdução 109

2. Exigências técnicas 110


2.1. Materiais 110
2.2. Instrumento de indicação 110
2.3. Campo de operação 111
2.4. Condições especiais 111
2.5. Equipamentos auxiliares 111
2.5. Marcações 111
2.6. Marcas de verificação 111
2.7. Selagem 111
2.8. Medidor automático de nível com elemento detector móvel 111

3. Exigências da instalação 112


3.1. Geral 112
3.2. Medidor automático de nível 112

4. Medição manual de nível 113


4.1. Introdução 113
4.2. Métodos de medição 113
4.3. Métodos manuais 119
4.4. Fita de imersão 119
4.5. Sistema de enrolamento 121
4.6. Peso de imersão 121
4.7. Régua Ullage 122
4.8. Régua detectora de água 123
4.9. Pasta detectora de interface 123
4.10. Medidor eletrônico portátil 124

5. Medição automática de nível 125


5.1. Introdução 125
5.2. Visor de nível 126
5.3. Medidor com Bóia 127
5.4. Pressão Diferencial 128

6. Medição com Deslocador 131


6.1. Deslocador fixo 131
6.2. Deslocador móvel 132

7. Sistema com radar 134


7.1. Introdução 134
7.2. Determinação do tempo de propagação 134
7.3. Seleção da antena 135
7.4. Eletrônica e Escolhas 135
7.5. Vantagens e desvantagens 136

11
8. Calibração de tanques 137
8.1. Introdução 137
8.2. Recalibração e recálculos 137
8.3. Critérios para decisão 137
8.4. Recalibração do tanque 138
8.5. Recálculo da tabela de capacidade 138
8.6. Aplicação para aprovação de padrão 139

Determinação da temperatura da estrutura do tanque 143


A.1. Geral 143
A.2. Determinação da temperatura da estrutura do tanque 143
A.3. Equação simplificada para a temperatura da estrutura do tanque 143

Regulamento técnico de medição de petróleo e gás


natural 144
1. Objetivo e Campo de Aplicação 144
1.1 Objetivo 144
1.2 Campo de Aplicação 144
1.3 Normas e Regulamentos 145

2. Siglas Utilizadas 145

3. Definições 145

4. Unidades de Medida 147

5. Critérios Gerais para Medição 147

6. Medição de Petróleo 148


6.1 Medição de Petróleo em Tanques. 148
6.2 Procedimentos para Arqueação de Tanques de Medição e Calibração de Sistemas de
Medição de Nível 150
6.3 Medição de Petróleo em Linha 150
6.4 Calibração de Medidores em Linha 152
6.5 Amostragem e Análise de Propriedades do Petróleo 153

7. Medição de Gás Natural 155


7.1 Medição de Gás Natural em Linha 155
7.2 Calibração e Inspeção de Medidores de Gás Natural 156
7.3 Amostragem e Análise de Gás Natural 156

8. Apropriação da Produção de Petróleo e Gás Natural 157


8.1 Medições Compartilhadas 157
8.2 Medições para Apropriação 157
8.3 Testes de Poços 158
8.4 Apropriação da Produção aos Poços e Campos 159

12
9. Medições para Controle Operacional da Produção, Movimentação e
Transporte, Importação e Exportação de Petróleo e Gás Natural 159

10. Procedimentos Operacionais 160


10.1 Procedimentos em Caso de Falha dos Sistemas de Medição 160
10.2 Relatórios de Medição, Teste, Calibração e Inspeção 160
10.3 Inspeções 162

11. Selagem dos Sistemas de Medição Fiscal 162

Nornas na ANP 164


Medições manuais com trena: 164
Medições com sistema automático: 164
Medição de temperatura e os fatores de correção pela dilatação térmica 164
Cálculo dos volumes líquidos: 164

API - MPMS 165


Calibração de tanques conforme as seguintes normas: 165
Instalação e operação de sistemas de medição de petróleo em linha 165
Medições devem ser corrigidas pelos seguintes fatores: 165
Compressibilidade do líquido 165
Cálculo dos volumes dos líquidos medidos 165
Sistemas de calibração de medidores de petróleo em linha 166
Coleta de amostras 166
Determinação da massa específica do petróleo 166
Determinação da fração volumétrica de água e sedimento 167
Determinação do Ponto de Ebulição Verdadeiro 167
Determinação do teor de enxofre 167
Determinação de metais pesados 167
Medições de gás natural com placas de orifício 167
Medições de gás com turbinas 167
Medições de gás com medidores ultra-sônicos 167
Amostragem de gás natural 168
Analises das amostras de gás 168

13
1
Petróleo e Gás Natural
geralmente aos produtores de petróleo que
1. Produção de Petróleo são clientes em potencial dos operadores
de oleodutos. O propósito da planta da
1.1. Introdução área de produção é começar a tratar os
O fluido bombeado dos reservatórios petróleos tão logo cheguem até à
subterrâneos é uma mistura de óleo, gás superfície.
natural e produtos secundários tais como O petróleo é trazido para a superfície,
água salgada e areia. A vazão deste fluido quer naturalmente, aproveitando-se a
é difícil de ser medida pois ele é pressão do reservatório, quer
multifásico, ou seja, contém líquido, gás e artificialmente mediante o uso de bombas
sólido. O fluido é submetido a e de injeção de água ou gás. O petróleo
determinados processos na área de necessita quase sempre de tratamento na
produção para remover os produtos área de produção antes de ser
secundário e para separar o óleo do gás transportado. O petróleo sai geralmente do
natural e da água. poço misturado com gás, água e sólidos
Os três processos mais comuns entre a tais como areia, em diversas proporções.
cabeça do poço e o tanque de Os meios de produção e tratamento
armazenamento são: removem aquilo que se denomina água e
1. desidratação sedimento (BSW – bottom sedimented
2. tratamento water) e separam o óleo e o gás.
3. separação do gás A água ocorre geralmente sob duas
A separação consiste na separação do formas:
gás presente no líquido e do líquido Água livre
presente no gás. Uma vez separados entre Emulsão
si o líquido e o gás, o líquido sempre se A água livre, que se separa do óleo
apresenta sob a forma de uma emulsão de com bastante rapidez
óleo. Trata-se, portanto, a emulsão A emulsão é uma mistura em que
mediante o uso de uma dessalgadora que gotículas de uma substância ficam
separa o petróleo da água. Depois de ter suspensas em outra substância.
sido removida a água, o petróleo pode ser Tipicamente, as emulsões na produção de
armazenado. óleo consistem de uma suspensão de
Finalmente, o gás de reservatório é, em gotículas de água no óleo.
muitos casos, gás úmido, contendo, vapor A água, principalmente a água salgada,
d'água. O processo de desidratação é um dos subprodutos mais problemáticos
remove o vapor d' água obtendo-se gás das etapas de extração, tratamento,
seco. armazenamento e transporte. A
corrosividade da água salgada,
1.2. Características dos petróleos principalmente na movimentação em
Os equipamentos numa área de tubulações e vasos de aço, exigem
produção compreendem uma rede de medidas de proteção. As tubulações e os
tubulações e vasos, pertencente vasos, por exemplo, são fabricados de

1
Petróleo e Gás Natural

ligas de aço especiais que resistem à forma-se uma película de hidrogênio na


corrosão. superfície da tubulação, protegendo-a
Outros agentes anti-corrosivos, como contra a corrosão.
algumas tintas, são usados como Além dos equipamentos resistentes à
revestimento de superfície. corrosão, é possível tratar os petróleos
Para se combater a corrosão externa com produtos químicos chamados
de um oleoduto enterrado, as companhias inibidores de corrosão, que reduzem a taxa
empregam um processo chamado da corrosão. Muitas companhias
proteção catódica, que funciona da descobriram que o melhor lugar em que se
seguinte maneira: a corrosão abaixo da pode introduzir os inibidores é no poço,
superfície é causada por correntes enquanto os fluidos vêm sendo
elétricas fracas que circulam entre a bombeados até a superfície. Uma bomba
tubulação e o solo. A eletricidade flui da de injeção de produtos químicos é utilizada
tubulação para o solo, levando consigo em muitos casos para desempenhar essa
partículas diminutas de ferro. Com o importante função preventiva. No entanto,
passar do tempo, forma-se um ponto de onde o método de bombear não é possível,
corrosão. Para combater esse tipo de um bastão inibidor sólido é introduzido no
corrosão, uma barra de metal, tal como o poço, onde se dissolve, misturando-se com
magnésio, é enterrada próximo à o fluido do poço ao atingir a superfície.
tubulação. Cria-se assim uma pilha ferro- Finalmente, os produtores evitam a
magnésio, em que a tubulação de ferro entrada de ar mantendo-se a
torna-se o catodo e a barra de magnésio o estanqueidade da rede, uma vez que o
anodo. oxigênio contido no ar é o catalisador da
Os elétrons deslocam-se do anodo corrosão. Reparar rapidamente os pontos
(barra de magnésio) para o catodo de vazamento e manter níveis altos nos
(tubulação de ferro). Com isso, uma tanques de armazenamento são dois
película de hidrogênio é formada na meios práticos de minimizar a corrosão.
superfície externa da tubulação, atuando
como um revestimento, reduzindo o fluxo
de corrente que causa a corrosão. Separadores
Os fluidos do reservatório deixam a
cabeça do poço através de uma tubulação,
chegando até um vaso de aço chamado
separador. Os separadores são vasos
horizontais, verticais ou esféricos que
removem o líquido do gás e o gás do
líquido. A seleção de determinado tipo de
separador depende em muitos casos da
disponibilidade de espaço. Os separadores
verticais e esféricos são mais usados nas
plataformas offshore, onde o espaço é de
importância primordial.
Os separadores horizontais são
considerados os melhores. São projetados
com casco simples ou casco duplo. No tipo
Fig. 1.1. Proteção catódica de casco duplo, a parte superior capta o
gás, e a inferior capta a emulsão oleosa.
Qualquer que seja a sua configuração,
Na proteção catódica (Fig. 1), a barra no entanto, todos os separadores
de magnésio atua como fonte de elétrons desempenham as mesmas duas funções:
para a tubulação. À medida que os 1. remover líquido do gás e
elétrons são captados pela tubulação, 2. remover óleo da água.

2
Petróleo e Gás Natural

Aplicam-se no separador princípios sedimento (BSW). É utilizado comumente


básicos de química e física para o nos locais de produção onde existe muita
cumprimento da sua importante função. O água no fluido. O gás sai pela parte
gás é mais leve do que o líquido, pelo que superior, o óleo ou a emulsão se separam
irá migrar para a parte superior do no meio, e a água vai para o fundo (veja a
separador. O óleo e a emulsão são mais Figura 3).
leves do que a água, de modo que O separador de três fases separa o
flutuarão. A água livre é o mais pesado fluido em gás, óleo (ou emulsão) e BSW
desses três componentes líquidos. Os (sedimento e água)
sedimentos se depositam no fundo do
vaso.

Figura 1.3. Separador de Três Fases

Figura 1.2. Separador de Duas Fases

Processo de separação
O separador de duas fases separa
líquidos de gases, conforme se vê na Fig. Um dispositivo na parte superior do
2. Um separador de névoa ajuda a separador se denominado extrator de
remover os líquidos dos gases. névoa, coleta e remove os líquidos
Os separadores classificam-se por carreados pelo gás, à medida que o fluido
número de fases, havendo separadores entre no separador e o gás se eleva. Um
bifásicos, e separadores trifásicos. O extrator de névoa é um dispositivo dotado
separador bifásico separa tão somente os de tela, projetado para reter as minúsculas
líquidos e o gás. O líquido é uma mistura gotículas de líquido à medida que o gás
de óleo, emulsão e água, que se deposita passa por essa tela. Os gotículas se
no fundo do separador, ao passo que o reúnem no extrator e caem até o fundo do
gás migra para a parte superior. separador.
O separador trifásico separa o fluido Para extrair o gás do líquido, o
numa camada de gás, uma camada de separador emprega placas planas
emulsão oleosa, e uma camada de água e denominadas chicanas. À medida que o
fluido passa sobre a superfície das

3
Petróleo e Gás Natural

chicanas, espalha-se sobre as mesmas. O Vasos para tratamento


processo de espalhamento do fluido facilita
ao gás escapar, subindo para o topo do Os tipos comuns de vasos de
separador. Uma saída de gás está tratamento são aquecedores verticais os
localizada no topo do separador, havendo aquecedores horizontais. As
uma saída para emulsão oleosa no fundo dessalgadoras são vasos que separam a
do mesmo. água da emulsão, utilizando calor ou
eletricidade.
Tratamento da emulsão oleosa À medida que a emulsão (que contém
geralmente um desemulficante químico)
A separação é apenas a primeira etapa flui para dessalgadoras vertical, é
no tratamento do líquido do reservatório. O aquecida, através de um trocador de calor,
separador separa o gás, o óleo e, alta pelo óleo de saída da dessalgadora. A
porcentagem, de BSW. O óleo se emulsão entra pelo topo da dessalgadora
apresenta comumente, no entanto, sob (veja a Figura 4), e espalha-se sobre uma
forma de uma emulsão, e requer bandeja, descendo através de um condutor
tratamento adicional para remoção da downcomer.. O efeito de espalhamento
água emulsificada antes que o óleo possa liberta os gases da emulsão. O gás sobe e
ser armazenado. sai -Sarda do Gás pela parte de cima da
Para se conseguir a remoção da água dessalgadora.
emulsificada do óleo, a emulsão é À medida que a emulsão desce pelo
conduzida em muitos casos dos downcomer até a parte inferior da
separadores para vasos de tratamento, em dessalgadora, qualquer BSW
que se injetam produtos químicos remanescente deposita-se no fundo da
denominados desemulsificantes. Esses dessalgadora. Nesse ponto, um tubo de
produtos químicos auxiliam as gotículas d' fogo que contém uma chama Ia aquece a
água a se fundirem, formando-se gotículas emulsão, que começa elevar-se acima da
maiores e mais pesados, que se decantam água. A emulsão quente continua a elevar-
rapidamente. se através da água aquecida e penetra
Aquecer a emulsão é também um num espaço de sedimentação acima do
método eficaz de se remover a água, uma tubo de fogo. Ocorre nesse espaço de
vez que o calor reduz a viscosidade da sedimentação, a maior parte do processo
emulsão. A água separa-se do óleo pouco de separação da emulsão em óleo e água.
espesso mais rapidamente do que do óleo A água se separa e decanta no fundo e o
pesado. petróleo limpo se eleva, sendo conduzido
Finalmente, a eletricidade é também para fora do vaso através de um trocador
agente eficaz de tratamento da emulsão. À de calor, em que desempenha sua tarefa
medida que a emulsão atravessa um final de aquecer a emulsão que entra na
campo elétrico, as gotículas d'água captam dessalgadora.
uma carga elétrica que os faz mover-se As dessalgadoras horizontais
rapidamente. À medida que se desloquem, assemelham-se, sob muitos aspectos, aos
chocam-se umas com as outras e fundem- vasos verticais. A emulsão entra na parte
se, formando-se gotículas maiores que se de cima da dessalgadora, depois de
separam mais rapidamente. passar por um trocador de calor. Ao
Foram desenvolvidos muitos tipos decantar passa por um tubo de fogo, que
diferentes de vasos para tratamento, provoca a separação do BSW. A emulsão
havendo, contudo, determinados tipos atravessa o vaso, penetrando numa
comuns. segunda câmara em que se separam a
água e o óleo. A água liberada deposita-se
no fundo, ao passo que o óleo e o gás
sobem para o topo de onde são levados

4
Petróleo e Gás Natural

através de tubulações para a área de partículas d' água com carga chocam-se
armazenamento. umas com as outras, formando-se
gotículas d'água maiores, que se separam.
O acréscimo de carga elétrica reduz em
alguns casos a quantidade de
desemulsificador e calor exigidos durante o
processo de tratamento da emulsão.

Fig. 1.5. Dessalgadora horizontal

Figura 1.4. Dessalgadora vertical Tratamento do gás úmido e rico


A presença de vapor d' água no gás na
A Dessalgadora Vertical da Fig. 4 área de produção é também problemática.
separa a emulsão em petróleo e água, O gás contendo vapor d'água é
mediante a aplicação de princípios básicos denominado gás úmido. Existem dois
de química e física. métodos de se tratar o gás úmido. Talvez
Embora as funções sejam semelhantes seja o objetivo principal do produtor
em cada caso, cada tipo de dessalgadora comercializar o petróleo proveniente do
apresenta as suas vantagens. A reservatório, considerando o gás um
dessalgadora horizontal consegue lidar subproduto. Nesse caso, o gás é queimado
com maiores volumes em virtude de sua sob estritos controles industriais e
maior área transversal de tratamento, ao ambientais. Por outro lado, se a finalidade
passo que a dessalgadora vertical lida do produtor é vender o gás, o gás será
mais eficazmente com os sedimentos e tratado para remoção do vapor d'água.
requer menor espaço. Assim como a água presente no óleo
Muitas dessalgadoras eletrostáticas, gera problemas potenciais de corrosão, o
embora se apresentem com configurações vapor d'água no gás, a se esfriar, é
tanto horizontais como verticais, suscetível de formar sólidos indesejáveis
assemelham-se pelo projeto e pela chamados hidratos. O acúmulo dos
operação às dessalgadoras horizontais. hidratos numa tubulação é capaz de
Utiliza-se nas dessalgadoras eletrostáticas, bloqueá-la parcial ou totalmente.
uma placa (grid) elétrica de alta tensão. Ao Formam-se os hidratos ao condensar o
se elevar a emulsão acima da água livre, a vapor d' água do gás. Enquanto o gás
emulsão recebe uma carga elétrica. As estiver no reservatório do subsolo,
costuma estar morno ou quente. À medida

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Petróleo e Gás Natural

que sobe à superfície, no entanto, resfria- sendo efetuado num vaso denominado
se gradualmente, podendo formar-se desidratador. Entre os tipos mais comuns
hidratos à medida que o vapor d'água se acha o desidratador com glicol. O glicol
condense. O tempo frio desempenha é um líquido que absorve água, sendo
também papel importante na formação dos efetivamente reciclado durante o processo
hidratos. de desidratação pelo fato de ter ponto de
Para se evitar a condensação do vapor ebulição muito mais elevado do que a
d' água, o gás úmido é tratado em muitos água.
casos por um aquecedor indireto. O
aquecedor indireto consiste de dois tubos
no interior de um vaso. Um deles é o tubo Desidratação do gás úmido
de fogo. Acima do tubo de fogo existe um
feixe de tubos através do qual flui o gás O gás úmido entra pelo fundo do vaso
(chamado feixe pelo fato de ser curvado de desidratação, ao passo que o glicol
para um lado e para outro). Tanto o tubo seco entra no vaso pela parte de cima (ver
de fogo como o feixe de tubos está a Figura 6). O glicol seco é glicol sem
circundado por água. O tubo de fogo nenhum teor de água. O gás sobe e o
aquece a água, que por sua vez aquece o glicol desce através de uma série de
gás que passa pelo feixe de tubos, bandejas perfuradas com borbulhadores
aquecendo assim o gás úmido, inibindo a instalados acima das perfurações. À
formação dos hidratos. medida que o gás úmido se eleve através
das perfurações, acumula-se por debaixo
dos borbulhadores, borbulhando através
do glicol que já está depositado sobre cada
bandeja. O vapor d'água passa do gás
para o glicol, o gás sai do vaso pela parte
de cima sob forma de gás seco.
O glicol úmido sai pelo fundo do vaso e
vai até um regenerador. O regenerador
aquece o glicol úmido, fazendo com que a
água se evapore, deixando apenas glicol
seco que retoma para o vaso de
desidratação.

Figura 1.6. Desidratação do gás com glicol

O equipamento mais comum para a


desidratação do gás é o absorvedor de
glicol (ou desidratador). O glicol usado
para desidratar o gás úmido é por sua vez
regenerado num refervedor de glicol, para
ser reutilizado.
Uma vez solucionado o problema do
aquecimento do gás, os produtores devem
enfrentar o desafio de remover o vapor d '
água antes que o gás possa ser entregue a
uma empresa de oleodutos.
O processo de remover o vapor d'água
do gás úmido se denomina desidratação,

6
Petróleo e Gás Natural

reservatório. Conforme já mencionamos, o


teste de potencial mede a maior
2. Armazenamento, Medição e quantidade de óleo e gás que um poço
Analise de Petróleo será capaz de produzir num período de 24
horas, sob determinadas condições.
2.1. Introdução Durante esse período, o petróleo irá
O petróleo deve satisfazer passar através de um separador de teste,
determinadas especificações para poder sendo que o gás separado passa por um
entrar no sistema de transportes. Em vista medidor de placa de orifício para
disto, o petróleo tratado aguarda a determinar sua quantidade, e o líquido
transferência de custódia em um ou mais separado é bombeado para um tanque de
tanques de armazenamento nas áreas de armazenamento.
produção. Os tanques são fabricados de Completado o período de teste, o óleo
modo a permitir medição acurada do acumulado no tanque de armazenamento
volume e da qualidade do petróleo, bem é medido, podendo isto ser feito de três
como para fins de controle da transferência maneiras diferentes. Em primeiro lugar,
de custódia para o transportador. pode ser medida manualmente, utilizando-
O número de tanques de se uma trena de aço. No segundo método,
armazenamento num local de produção é o óleo pode também ser medido mediante
determinado por um teste de potencial. um dispositivo automático de medição em
Mede-se no teste de potencial a maior linha chamado de medidor em linha. O
quantidade de óleo e de gás que um poço medidor em linha tem sondas especiais
pode produzir num período de 24 horas, com sensores que detectam quanto óleo a
sob determinadas condições padrão. atravessa. Em terceiro lugar, o óleo pode
Nas situações de transferência ser medido mediante a utilização de um
automática de custódia, instrumentos no separador de medição. O separador de
interior dos tanques de armazenamento medição é um separador de teste ao qual
controlam qual a quantidade de petróleo estão ligados medidores de volume
que é transferi da e quando será feita a especiais. Muitos separadores de teste são
transferência. portáteis, podendo ser utilizados em
diversos locais de produção. Tanto o
2.2. Teste de poço medidor de linha de petróleo como o
O petróleo que tenha sido separado e separador de medição são capazes de
tratado é movimentado através de medir o conteúdo de água no óleo.
tubulações e armazenado em vasos Uma vez que o produtor tenha
cilíndricos de aço denominados vasos ou realizado um teste inicial de potencial,
tanques de armazenamento de produção. estará determinada a capacidade de
Um campo de produção pode ter um só produção diária do reservatório, podendo,
tanque ou diversos. O agrupamento de assim, selecionar os meios adequados de
tanques de armazenamento se chama armazenamento em tanques. As condições
bateria de tanques. do mercado e os regulamentos
Como é que o produtor determina o tipo governamentais desempenham também,
e a quantidade de tanques de que evidentemente, papel vital na
necessita? determinação da capacidade de
A seleção do conjunto de tanques armazenamento.
adequados baseia-se num outro Realizam-se com regularidade, durante
agrupamento de equipamentos de a vida de produção de um reservatório,
produção que compreende um separador testes de potencial para catalogar seu fluxo
de teste e um tanque de armazenamento . de produção.
O produtor irá conduzir inicialmente um
teste de potencial num poço para verificar
informações importantes a respeito do

7
Petróleo e Gás Natural

pedra, areia ou cascos para se adequar a


2.3. Tanques de armazenamento de base do tanque antes que o tanque seja
produção posicionado ou construído na área.
O tanque de armazenamento de
produção é um vaso cilíndrico que tem
duas utilidades vitais, isto é: medir com
precisão a produção do petróleo, e
armazenar com segurança o petróleo
volátil e inflamável.
Existem dois tipos de tanques de
armazenamento: os aparafusados e os
soldados. Os tanques aparafusados são
apropriados para as operações em campo
de produção de óleo, pelo fato de serem
montados e desmontados com facilidade.
Aparafusam-se entre si chapas de aço
curvas, com aproximadamente 1,5 m de
largura por 2,5 m de comprimento, criando-
se assim um tanque cilíndrico. Os
trabalhadores instalam juntas com os Figura 1.7. Tanques cilíndricos verticais
parafusos, para impedir vazamento.
Uma vez que o volume do petróleo é
altamente influenciado pelas mudanças de A linha de saída fica uns 30 cm acima
temperatura, o tanque é dotado de válvulas do fundo do tanque. Essa altura de 30 cm
de pressão e vácuo para permitir a deixa espaço para acumular o BSW abaixo
"respiração" durante as mudanças de da saída de venda. Dessa forma tanto o
temperatura e durante o enchimento ou produtor quanto o transportador têm
esvaziamento do tanque. segurança de que irá entrar no caminhão
Os tetos dos tanques são normalmente ou no oleoduto somente óleo proveniente
de formato cônico, com o vértice tendo de determinado tanque.
altura entre 2,5 a 30 cm em relação ao Uma escotilha montada no teto do
horizontal. Existem vários tipos de tetos de tanque, é utilizada para dar acesso ao
tanques. Entre os mais comuns é o teto petróleo para fins de medição de volume e
cônico auto-sustentado. Foram criados para amostragem. Uma saída de
tetos que permitam reduzir a perda de drenagem no fundo permite drenar o BSW.
vapores de petróleo, podendo, de acordo A parte externa do tanque é tratada
com o respectivo fabricante, ser tetos com tintas especiais para proteção contra
flutuantes, tetos fixos com selo interno ou a corrosão, bem como para atenuar os
tetos de domos. Em muitos desses efeitos das mudanças de temperatura. Isto
projetos o teto fica flutuando acima do tem especial importância em regiões como
petróleo, dependendo da profundidade de o Canadá, onde as temperaturas podem
óleo no tanque. mudar do extremo calor para o extremo frio
A vantagem dos tanques soldados é num período de seis meses.
que são virtualmente à prova de As partes internas dos tanques não são
vazamento. Os tanques menores podem pintadas, exceto pelo uso recente de tintas
ser fabricados numa oficina e embarcados á base de epóxi próximo ao fundo do
prontos; os maiores, no entanto, devem ser tanque. As tintas, à base de epóxi, usadas
soldados no campo por soldadores nesta faixa pintada combatem a ação
especialmente treinados. corrosiva da água que se deposita no
Uma vez determinado o local dos fundo dos tanques.
conjuntos de tanques de produção, Uma região de produção possui
constrói-se uma fundação feita de saibro, geralmente um volume de armazenamento

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Petróleo e Gás Natural

de óleo suficiente para três a sete dias de conexões com o oleoduto, ele pode
produção. É prática comum adotar uma elaborar uma tabela de arqueação. Essa
bateria de dois tanques, pois um dos tabela é uma tabela oficial da capacidade
tanques pode ser enchido enquanto o de armazenamento do tanque geralmente
outro está sendo esvaziado. por incrementos de um milímetro, e que irá
Os fabricantes de tanques de servir de base para todos os futuros
armazenamento seguem diretrizes cálculos das quantidades de petróleo no
industriais específicas no projeto e na tanque .
fabricação dos tanques. Entre as
especificações que adotam estão as 2.5. Medição manual da quantidade e
estabeleci das pelo Instituto Americano do qualidade de petróleo
Petróleo (API). Antes que as regiões de produção
De acordo com as especificações do comecem as análises e as medições
API, por exemplo, um tanque que acomode regulares dos produtos, devem chegar a
750 barris de petróleo deve ter um um consenso com o comprador quanto as
diâmetro interno de 4,7 m uma altura de análises que o comprador vai exigir, e
costado de 7.3 m. O ÁPI especifica como as análises devem ser realizadas.
também a espessura do aço e outros Podem variar de campo para campo tanto
níveis de pressão para garantir a os tipos quanto os métodos de análises.
integridade dos tanques.
2.6. Questões de segurança
Os operadores devem aplicar
procedimentos de segurança durante as
análises e medições. Uma vez que gases
perigosos podem escapar ao se abrir a
escotilha de medição, os operadores
devem portar consigo um detector de gás
sulfídrico em devido estado de
funcionamento. Os tanques jamais devem
ser medidos durante o tempo ruim, sendo
que, ao abrirem a escotilha, os operadores
devem posicionar-se um lado para que o
vento possa soprar as vapores do tanque
Fig. 1.8. Tanques esféricos para longe deles.
Sempre existe a possibilidade de haver
um incêndio num parque de tanques.
Devem existir ao mesmo tempo três
2.4. Arqueamento de tanques condições para que um incêndio possa
Embora os tanques sejam construídos ocorrer: combustível sob forma de vapor,
de acordo com determinadas ar nas proporções certas para com o
especificações, a indústria é meticulosa no vapor, de modo a se formar uma mistura
que tanque à medição acurada do explosiva e uma fonte de ignição. Os
petróleo. Assim sendo, antes que um operadores devem utilizar lâmpadas de
tanque seja usado em qualquer aplicação mão à prova de explosão, e ter certeza de
no campo, é submetido a um processo que a trena está em contato com a
denominado arqueação de tanque. Trata- escotilha ao levantar ou abaixar, de modo
se de um processo de medição executado a manter o aterramento.
geralmente por um arqueador de tanques
contratado para esse fim. Depois que o
arqueador de tanque tiver medido a
circunferência, a profundidade, a
espessura das paredes do tanque e as

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Petróleo e Gás Natural

abaixe a fita para dentro do tanque


2.6. Medição e análises até que o prumo toque a mesa de
Verifica-se geralmente em intervalos de medição situada no fundo do
24 horas, num local de produção, os tanque, ou até que a leitura na trena
volumes de óleo, gás e água salgada. corresponda a altura de referência.
Efetuam-se também com regularidade 2. Recupere a fita, e registre a marca
diversas análises da qualidade do petróleo, do óleo na fita com uma
que incluem temperatura, peso específico, aproximação de um milímetro. Este
e teor de BSW. Antes de se proceder à valor corresponde a altura de
medição ou as análises, o tanque deve ser produto no tanque-
isolado da produção. 3. Consulte a tabela de medição para
Existem dois métodos comuns de determinar o volume do óleo.
medição do volume, sendo que o primeiro 4. Realize a medição duas vezes, para
é o procedimento de medição indireta que garantir exatidão.
se faz por meio de prumo e que se aplica A qualidade do petróleo nos tanques de
da seguinte maneIra: armazenamento da área de produção pode
1. Registre a altura de referência, isto ser submetida a análises manuais ou
é, a distância entre o fundo do automáticas. As análises manuais são
tanque e um ponto de referência na exigidos para transferências de custódia. O
escotilha, predeterminado e método mais comum de se realizarem as
confirmado durante o processo de análises manuais é mediante amostrador
arqueamento. ou coletor de amostras. O coletor de
2. Aplique uma camada de pasta de amostra é um vaso de corte transversal
medição ao prumo. Trata-se de redondo com cerca de 40 cm de
uma pasta especial que muda de comprimento e 5 cm de diâmetro, fabricado
cor ao ser abaixado para dentro do de um metal que não produz centelhas, tal
petróleo, o que facilita leituras de como o latão. É acionado por uma mola e
medição. possui uma válvula que pode ser acionada
3. Abaixe lentamente o prumo para a partir do teto, captando assim uma
dentro do tanque até que penetre amostra. É projetado para retirar amostras
na superfície do fluido, e continue a a aproximadamente 1 cm do fundo do
abaixá-Io até atingir a número tanque.
inteiro mais próximo no ponto de Um método mais desejável, embora
referência na escotilha. seja mais difícil de realizar é o método de
4. Registre esse número. amostragem por garrafa. Utiliza-se uma
5. Suspenda o prumo e registre a garrafa ou um vasilhame com capacidade
marcação do prumo, com uma de cerca de um litro, com rolha e conjunto
aproximação de um milímetro . de cordas.
6. Para determinar a altura do óleo no Neste método, uma garrafa vedada é
tanque, calcule o comprimento da abaixada até a profundidade desejada,
trena desde o ponto de referência removendo-se em seguida a tampa. Ao ser
até a marca no prumo. recuperada na velocidade correta, a
7. Subtraia a altura de referência para garrafa estará cheia em três quartas
determinar a altura do óleo no partes. Caso não seja assim, o processo
tanque- deve ser iniciado de novo.
8. Consulte a tabela de argueação As amostras são retiradas geralmente
para determinar o volume do óleo. de diversas seções do tanque. A amostra
9. Realize a medição duas vezes, para "corrida" é aquela captada pelo método de
garantir exatidão. amostragem por garrafa desde o fundo da
O segundo método para medir volumes conexão de saída até a superfície. A
é um procedimento direto . amostra de ponto individual ("spot") é
1. Aplique pasta de marcação na fita aquele que seja retirada por qualquer
em local aproximado da medição, e método em determinado local do tanque.

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Petróleo e Gás Natural

Figura 1.9. Amostragem

O método de amostragem por garrafa


para tanques, mostrado na Fig. 8, consiste
simplesmente de um vasilhame de cerca
de um litro com tampa.
Ao se realizarem análises de qualidade
para transferência de custódia, deverão
estar presentes representantes de ambos
os interessados. O operador preenche uma
caderneta de medição onde indica as
condições de produção, o produtor; o
transportador; o número de tanque, e a
data. Registra também três outras medidas
cruciais, quais sejam: temperatura, BSW, e
densidade.
O volume do petróleo varia de acordo
com a temperatura. Adota-se na indústria Fig. 1.10. Medição da densidade
uma norma de volumes de óleo entregues
em temperatura de 15,55° C (60° F). A
temperatura do petróleo é medida com um A análise final é a de grau API. Utiliza-
termômetro especial para tanque, sendo se um densímetro para ler o grau API a
que, ao aplicar uma tabela de conversão e 15,6 oC (60 ° F). Estão disponíveis também
a medida do volume, o operador consegue tabelas de conversão ao se ler o grau API
determinar o volume do tanque a 15,55° C numa temperatura diferente, para se poder
(60° F). determinar o grau API do óleo a 60° F.
A segunda medida diz respeito ao teor As medições de grau API têm
de BSW. O comprador paga tão somente conseqüências financeiras consideráveis,
pelo petróleo. Assim sendo, o teor de BSW uma vez que os petróleos mais leves são
deve ser determinado e deduzido do geralmente mais valiosos do que os mais
volume total. Realiza-se, numa amostra pesados, pelo fato de exigirem menor
tirada pela escotilha, uma centrifugação. refinamento. Tanto mais alta a leitura do
Utiliza-se nesta análise um recipiente de grau API, mais leve é o óleo.
vidro graduado, que indica a porcentagem
de BSW uma vez completado o
procedimento de centrifugação.

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Petróleo e Gás Natural

Amostrador automático que retira


2.6. Transferência de custódia automaticamente determinados
automática volumes de óleo transferido;
Os tanques de armazenamento fazem Um dispositivo para medir a
parte do sistema de transferência temperatura do óleo;
automática de custódia. Ao se efetuar a Uma válvula de recirculação para
transferência automática do petróleo, os prevenir transferência de óleo ruim;
instrumentos automáticos dos tanques de Um medidor para registrar o volume de
armazenamento iniciam o processo de óleo transferido;
transferência. Um sistema de monitoração para
Os tanques de armazenamento são desligar a unidade caso ocorra mau
equipados com chaves de nível baixo e de funcionamento;
nível alto, e iniciam as transferências de Um dispositivo para permitir o acesso
custódia de acordo com os níveis de durante a medição ou aferição do
petróleo dentro do tanque de medidor.
armazenamento. A seqüência talvez apresente
Os tanques de produção pequenas variações de um sistema para
desempenham outra importante função, outro. A maioria dos sistemas de
além do armazenamento em si. Absorvem transferência automática de custódia é
quaisquer surtos de pressão devidos ao dotada também de fIltros para eliminar os
fluxo de óleo que possam ter-se detritos, e desaeradores para expulsar o ar
acumulado durante o processamento do ou gás arrastado.
petróleo na área de produção A unidade
automática necessita de uma vazão 2.7. Do tanque para o medidor
consistente para poder medir o volume Conforme mencionado antes, uma
com exatidão, bem como para evitar parte das funções do sistema automático
avarias de seus componentes. de controle de nível do tanque de
Uma bomba centrífuga ou de armazenamento é evitar que ar e vapor
engrenagens é um dos principais penetrem na linha de sucção das bombas.
componentes do sistema automático de Esse ar e vapor, além de danificar a
transferência de custódia. Tão logo o bomba e outros componentes do sistema,
volume de petróleo atinja a chave de nível podem ser medidos erroneamente como
alto do tanque de armazenamento, a se fossem óleo, ocupando espaço
bomba é ligada. O óleo é aspirado do improdutivo na linha de transferência.
tanque de armazenamento através de uma É comum se instalar um filtro entre o
linha até que os volumes atinjam a chave tanque de armazenamento e a bomba para
de nível baixo, ao que a bomba se desliga remover partículas grandes de sedimentos
automaticamente. ou borra que possam ainda estar
A chave de nível baixo está situada de presentes no petróleo, uma vez que isto
tal forma que o nível do líquido seja também seria passível de danificar os
mantido acima da saída do tanque de equipamentos ou de causar medições
armazenamento. A sua localização inexatas.
também impede a penetração de ar e A principal função da unidade de
vapores para dentro da linha de sucção bomba é transferir o 'petróleo com pressão
das bombas. e vazão constantes. Bombas de tipo
Além da bomba, o sistema de centrífuga ou de engrenagens são
transferência automática de custódia utilizadas nestes sistemas pelo fato de
possui: proporcionarem mais suave e mais
Sonda e monitor para medir o teor de uniforme do que as bombas alternativas ou
BSW; de pistão.

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Petróleo e Gás Natural

Figura 1.11. Unidade de Amostragem automática e medição de volumes.

Um valor constante de pressão tem A sonda BSW mede a capacitância ou


importância crítica uma vez que a variação a constante dielétrica do líquido que flui. A
da pressão irá afetar a medição dos constante dielétrica é uma propriedade
volumes transferidos. O volume do óleo é física de uma substância que reflete a
afetado pela pressão, que é medida num capacidade dessa substância de manter
valor padrão de (pressão atmosférica uma carga elétrica. A constante dielétrica é
padrão de 101,325 kPa absoluto ou 0 kPa um valor atribuído a uma substância,
manométrico (0 psig). associada à sua capacidade de ser
Não se requer que óleo seja entregue à isolante elétrica. Uma substância que seja
pressão de 0 kPa ab, o óleo deve ser bom isolante possui alta constante
entregue sob pressão uniforme, sendo que dielétrica e um mau isolante baixa
um simples cálculo matemático converte a constante dielétrica. A constante dielétrica
pressão de transferência de custódia para é uma característica de cada substância
o valor padrão. Não sendo constante a pura.
pressão, por outro lado, é impossível A constante dielétrica do óleo é mais
efetuar a conversão acurada. elevada do que a da água. A medida que o
A função essencial da sonda de BSW, petróleo flui pela sonda de BSW, a sonda
mostrada na Fig. 10, é impedir que entre percebe as diferenças da constante
óleo ruim no sistema de transporte. dielétrica e transmite essa informação para
Uma vez passando pela bomba, o óleo o painel do monitor. Dessa maneira, o
flui através de uma sonda de BSW. painel determina o teor de BSW, indicando
Embora possa variar a localização da se está dentro dos limites aceitáveis. Caso
sonda BSW, fica situada em muitos casos os limites aceitáveis sejam ultrapassados,
logo a jusante da bomba. As normas da o óleo ruim é ou desviado de volta para o
indústria não determinam a posição da local de produção para reprocessamento
sonda BSW, porém, essas sondas devem ou o sistema faz soar um alarme e se
estar localizadas em ponto inicial do desliga antes que qualquer óleo ruim
processo de medição para que o óleo ruim passe pelo medidor.
possa ser recirculado para o local de A maioria dos sistemas automáticos de
produção. A função principal da sonda transferência de custódia é dotada da
BSW é impedir a penetração no sistema de sonda BSW e de desaerador, que permite
transporte do óleo contaminado com água a saída ou a expulsão para a atmosfera de
emulsionada ou mesmo livre. qualquer ar ou gás que tenha sido

13
Petróleo e Gás Natural

arrastado. Ao sair do desaerado1; o liquido


deverá conter quantidades mínimas de
água e ar; resultando daí menor desgaste
do medidor e menor ocupação de espaço
no oleoduto ou caminhão.
O passo seguinte é o sistema
automático de amostragem, que começa
com uma sonda de amostragem. Antes de
chegar na sonda de amostragem, o óleo
percorreu um trecho de linha que
compreende três curvas de 90°. A
turbulência é forte e o teor de BSW está
homogeneamente distribuído e portanto
uma amostra captada a essa altura será
muito acurada.
Um pulso eletrônico proveniente de um
medidor a jusante aciona um tubo ou um
pistão na sonda de amostragem. Uma vez
ativada a sonda de amostragem aspira
pequenos volumes de óleo a intervalos
regulares para que as amostras Figura 1.12. Sonda de BSW
correspondam às vazões medidas durante
o processo de transferência.
As amostras são desviadas da sonda
para um vaso de armazenamento 2.8. Do medidor em diante
pressurizado, projetado para evitar a perda Terminada a fase de processamento na
dos hidrocarbonetos leves, e para manter área de produção, tendo sido
as amostras sem contaminação até que determinados o volume e a qualidade, o
sejam submetidas a análises para verificar óleo está pronto para entrar no sistema de
a qualidade. Essas amostras estabelecem transporte. O mais importante componente
o teor de BSW, sendo que o preço é individual do sistema automático de
estabelecido posteriormente, subtraindo-se transferência de custódia é o medidor.
o teor de BSW do volume total. O medidor é um conjunto complexo de
Antes de atingir o medidor, o óleo flui compensadores, monitores e contadores
através de duas válvulas. Essas válvulas projetado para medir com exatidão o
são utilizadas para desviar o fluxo do óleo volume do óleo a determinada temperatura
quando o medidor é submetido a um e pressão. Enquanto esses valores se
processo de aferição, que consiste mantenham constantes, ou pelo menos
essencialmente em se verificar a sua mensuráveis, um simples cálculo de
precisão comparando-se as suas medições conversão indica o volume entregue de
com um volume conhecido. O processo de acordo com as condições padrão de 15,6
verificação será descrito mais adiante; o
C (60° F) e 101,325 kPa ab ou 0 kPa
sendo importante, por enquanto, observar manométrico.
a localização dessas válvulas. Os dois tipos de medidores mais
comuns são o medidor de deslocamento
positivo e a turbina.

14
Petróleo e Gás Natural

Embora a comparação entre volumes


2.9. Calibração do medidor seja a função primordial do dispositivo de
Os medidores são dispositivos calibração, a comparação deve ainda ser
mecânicos sujeitos a desgaste. A convertida para a temperatura padrão de
manutenção conscienciosa pode minimizar 15,6 oC e a pressão padrão de 101,325
o desgaste, mas cada medidor sofre um kPa. Assim como a temperatura e a
efeito mínimo de deslizamento. O pressão afetam os volumes de óleo
deslizamento é a quantidade de líquido durante a transferência de custódia, fazem
que escorre entre os rotores do medidor e também com que o volume do provador
a carcaça. Contanto que a vazão seja flutue. Em vista disto, os volumes
constante, o deslizamento pode ser observados são multiplicados por
medido. O deslizamento irá mudar no determinados fatores de correção para fins
decorrer de um longo período, portanto é de medição acurada na temperatura e na
preciso efetuar aferição regular do pressão padronizadas.
medidor. Os fatores de correção incluem:
A calibração do medidor determina correção para a temperatura do
quanto petróleo está escapando sem ser provador de aço
medido. O medidor recebe um fator de correção para a pressão do provador
medidor uma vez que o processo de de aço
aferição tenha sido realizado, para correção para a temperatura do líquido
determinar o volume verdadeiro em no provador e no medidor, e
comparação com o volume registrado no correção para a pressão do líquido no
medidor. Podem ocorrer duas coisas. ou o provador e no medidor.
medidor está ajustado para refletir o Estão disponíveis tabelas de conversão
verdadeiro volume, ou o fator do medidor é do API para permitir a conversão rápida.
aplicado matematicamente para calcular o Nem todos os cálculos são necessários
volume verdadeiro a partir da leitura do o tempo todo. Por exemplo, numa situação
medidor. em que o provador de tanque aberto já
Decidir qual a ação a tomar depende está a 101,325 kPa , sendo o medidor da
geralmente do local em que o medidor está unidade também calibrado para 101,325
instalado. O ajuste do medidor ou os kPa, não há necessidade de correção de
cálculos talvez não sejam necessários, por pressão. Além do mais, alguns medidores
exemplo, em locais de produção que com sistema de provadores tubulares
produzem pequenos volumes, caso a compensam automaticamente os fatores
diferença seja insignificante. Por outro de temperatura.
lado, uma diferença insignificante com O sistema de transferência automática
pequenos volumes pode representar de custódia esta conectado ao provador
centenas de barris não registrados nas através das duas válvulas. Os provadores
transferências com grande volume. Assim tipo tanque aberto são portáteis, em muitos
sendo, ocorrem cálculos ou freqüentes casos, sendo deixados abertos para a
ajustes de medidores com transferências atmosfera ou ligados com um sistema de
de alto volume para se poder conseguir recuperação de vapor. Uma vez o provador
exatidão quase absoluta. ligado com alinha de fluxo, o líquido passa
Dois dispositivos comuns utilizados nas através do medidor e para dentro do
aferições dos medidores são o provador provador. O volume registrado no medidor
tipo tanque aberto e o provador tipo é então comparado com o volume
tubular. Outra abordagem menos comum é assinalado num indicador de vidro no
o uso de um medidor mestre em série com provador, que tem capacidade de ler o
o medidor. O medidor mestre é um volume total do provador, com um grau de
medidor calibrado que mede o mesmo precisão de 0,02 por cento.
fluxo que o medidor da unidade, sendo Um tipo de provador tubular é o de tipo
comparados e em seguida os volumes bidirecional em U. Este dispositivo é
registrados. bastante comum nas aferições de

15
Petróleo e Gás Natural

medidores em oleodutos em virtude de sua


similaridade com as configurações dos
oleodutos.
Durante o procedimento de aferição, o
líquido é desviado através do provador e
de volta para dentro do oleoduto, à
montante ou à jusante do medidor da
unidade. O volume registrado no medidor é
comparado com o volume que fluía através
do provador tubular, calculando-se então o
fator do medidor.

Figura 1.13. Provador de vazão em U

O provador de vazão bidirecional, em


forma de U (Fig. 15) é um método de
realização das calibrações dos medidores.
As válvulas de conexão do provador ligam-
no com o restante do sistema automático
de transferência de custódia.
Deve-se conhecer os os cálculos
exigidos, antes de efetuar as aferições. A
operação dos equipamentos de calibração
exige treinamento juntamente com a
compreensão da maneira como a pressão
e a temperatura afetam os volumes de
líquidos e dos elementos feitos de aço.

16
2
Instrumentação e Controle

1. Instrumentação 1.2. Disciplinas relacionadas


O projeto completo do sistema de
1.1. Conceito e aplicações controle de um processo envolve vários
A instrumentação é o ramo da procedimentos e exige os conhecimentos
engenharia que trata do projeto, dos mais diversos campos da engenharia,
fabricação, especificação, montagem, tais como:
operação e manutenção dos instrumentos a mecânica dos fluidos, para a
para a medição, alarme, monitoração e especificação das bombas, o
controle das variáveis do processo dimensionamento das tabulações, a
industrial. As variáveis tipicas incluem mas disposição de bandejas da coluna de
não se limitam a pressão, temperatura, destilação, o tamanho dos trocadores de
vazão, nível e análise. calor, a potência dos compressores.
As indústrias que utilizam os a transferência de calor, para a
instrumentos de medição e de controle do determinação da remoção do calor dos
processo, de modo intensivo e extensivo reatores químicos, pré-aquecedores,
são: química, petroquímica, refinaria de caldeiras de recuperação e o
petróleo, têxtil, borracha, fertilizante, dimensionamento dos condensadores.
herbicida, papel e celulose, alimentícia, a cinética das reações químicas, para o
farmacêutica, cimento, siderúrgica, dimensionamento dos reatores, para a
mineração, vidro, nuclear, hidrelétrica, escolha das condições de operação
termelétrica, tratamento d'água e de (pressão, temperatura e nível) e dos
efluentes. catalisadores,
Os instrumentos estão associados e a termodinâmica, para o calculo da
aplicados aos seguintes equipamentos: transferência de massa, do número e da
caldeira, reator, bomba, coluna de relação das placas de refluxo e das
destilação, forno, queimador, refrigerador, condições de equilíbrio do reator.
aquecedor, secador, condicionador de ar, Esses conhecimentos auxiliam na
compressor, trocador de calor e torre de escolha e na aplicação do sistema de
resfriamento. controle automático associado ao
processo. Os modelos matemáticos, as
analogias e a simulação do processo são
desenvolvidos e dirigidos para o
entendimento do processo e sua dinâmica
e finalmente para a escolha do melhor
sistema de controle.
A especificação dos instrumentos
requer o conhecimento dos catálogos dos
fabricantes e das funções a serem
executadas, bem como das normas, leis e
regulamentações aplicáveis.

17
Instrumentação e Controle

A manutenção dos instrumentos Como vantagens, o instrumento de


exige o conhecimento dos circuitos medição e controle
mecânicos, pneumáticos e eletrônicos 1. não fica aborrecido ou nervoso,
dos instrumentos, geralmente 2. não fica distraído ou atraído por
fornecidos pelos fabricantes dos pessoas bonitas,
instrumentos. Para a manutenção da 3. não assiste a um jogo de futebol na
instrumentação pneumática exige-se a televisão nem o escuta pelo rádio,
habilidade manual e uma paciência 4. não pára para almoçar ou ir ao
bovina para os ajustes de elos, banheiro,
alinhamento de foles, estabelecimento 5. não fica cansado de trabalhar,
de ângulos retos entre alavancas, 6. não tem problemas emocionais,
colocação de parafusos em locais 7. não abusa seu corpos ou sua mente,
quase inacessíveis. A manutenção dos 8. não tem sono,
instrumentos eletrônicos requer o 9. não folga do fim de semana ou
conhecimento da eletrônica básica, do feriado,
funcionamento dos amplificadores 10. não sai de férias,
operacionais e atualmente das técnicas 11. não reivindica aumento de salário.
digitais. O fabricante honesto fornece Porém, como desvantagens, o
os circuitos eletrônicos e os diagramas instrumento
de bloco esquemáticos dos 1. sempre apresenta erro de medição
instrumentos. 2. opera adequadamente somente
Para a sintonia do controlador e o quando estiver nas condições
entendimento dos fenômenos relativos ao previstas pelo fabricante,
amortecimento, à oscilação e à saturação 3. requer calibrações periódicas, para
é útil o conhecimento rigoroso dos se manter exato requer manutenção
conceitos matemáticos da integral e da preventiva ou corretiva, para que sua
derivada. A analise teórica da estabilidade precisão se mantenha dentro dos
do processo requer uma matemática limites estabelecidos pelo fabricante
transcendental, envolvendo a função de e se essa manutenção não for
transferência, os zeros e os pólos de correta, ele se degrada ao longo do
diagramas, as equações diferenciais, a tempo,
transformada de Laplace e os critérios de 4. é provável que algum dia ele falhe e
Routh-Hurwitz. pela lei de Murphy, esta falha
geralmente acontece na pior hora
possível e pode acarretar grandes
2. Vantagens e Aplicações complicações.
Nem todas as vantagens da 2.1. Qualidade do Produto
instrumentação podem ser listadas aqui. A maioria dos produtos industriais é
As principais estão relacionadas com a fabricada para satisfazer determinadas
qualidade e com a quantidade dos propriedades físicas e químicas. Quanto
produtos, fabricados com segurança e sem melhor a qualidade do produto, menores
subprodutos nocivos. Há muitas outras devem ser as tolerâncias de suas
vantagens. O controle automático propriedades. Quanto menor a tolerância,
possibilita a existência de processos maior a necessidade dos instrumentos
extremamente complexos, impossíveis de para a medição e o controle automático.
existirem apenas com o controle manual. Os fabricantes executam testes físicos
Um processo industrial típico envolve e químicos em todos os produtos feitos ou,
centenas e até milhares de sensores e de pelo menos, em amostras representativas
elementos finais de controle que devem tomadas aleatoriamente das linhas de
ser operados e coordenados produção, para verificar se as
continuamente. especificações estabelecidas foram
atingidas pela produção. Para isso, são

18
Instrumentação e Controle

usados instrumentos tais como


densitômetros, viscosímetros,
espectrômetros de massa, analisadores de
infravermelho, cromatógrafos e outros.
Os instrumentos possibilitam a
verificação, a garantia e a repetibilidade da
qualidade dos produtos.
Atualmente, o conjunto de normas ISO
9000 exige que os instrumentos que
impactam a qualidade do produto tenham
um sistema de monitoração, onde estão
incluídas a manutenção e calibração
documentada deles.
Fig. 2.2. Estação de transferência de
produtos

2.3. Economia do Processo


O controle automático economiza a
energia, pois elimina o superaquecimento
de fornos, de fornalhas e de secadores. O
controle de calor está baseado geralmente
na medição de temperatura e não existe
nenhum operador humano que consiga
sentir a temperatura com a precisão e a
sensitividade do termopar ou da
resistência.
Instrumentos garantem a conservação
Fig. 2.1. Medição de nível da energia e a economia do processo .

2.4. Ecologia
2.2. Quantidade do Produto
Na maioria dos processos, os produtos
As quantidades das matérias primas, que não são aproveitáveis e devem ser
dos produtos finais e das utilidades devem jogados fora, são prejudiciais às vidas
ser medidas e controladas para fins de animal e vegetal. A fim de evitar este
balanço do custo e do rendimento do resultado nocivo, devem ser adicionados
processo. Também é freqüente a medição agentes corretivos para neutralizar estes
de produtos para venda e compra entre efeitos. Pela medição do pH dos efluentes,
plantas diferentes. pode se economizar a quantidade do
Os instrumentos de indicação, registro agente corretivo a ser usado e pode se
e totalização da vazão e do nível fazem a assegurar que o efluente esteja não
aquisição confiável dos dados através das agressivo. Os instrumentos garantem
medições de modo continuo e preciso. efluentes limpos e inofensivos.
Os instrumentos asseguram a
quantidade desejada das substâncias. 2.5. Segurança da Planta
Muitas plantas possuem uma ou várias
áreas onde podem estar vários perigos,
tais como o fogo, a explosão, a liberação
de produtos tóxicos. Haverá problema, a
não ser que sejam tomados cuidados
especiais na observação e no controle
destes fenômenos. Hoje são disponíveis
instrumentos que podem detectar a

19
Instrumentação e Controle

presença de concentrações perigosas de reles, contadores, temporizadores e


gases e vapores e o aparecimento de integradores. Hoje, são utilizados os
chama em unidades de combustão. Os Controladores Lógicos Programáveis
instrumentos protegem equipamentos e (CLP), a base de microprocessadores, que
vidas humanas. possuem grande eficiência em computação
matemática, seqüencial e lógica, que são
os parâmetros básicos do desligamento.
Alguns instrumentistas fazem distinção
entre o sistema de desligamento (trip) e o
de intertravamento (interlock), enquanto
outros consideram os dois conceitos
idênticos.

Fig.2.3. Plataforma: uma área de risco

2.6. Proteção do Processo


O processo deve ter alarme e proteção Fig. 2.4. Área industrial hostil
associados ao sistema de medição e
controle. O alarme é realizado através das
mudanças de contatos elétricos,
monitoradas pelos valores máximo e 3. Controle do processo
mínimo das variáveis do processo. Os
contatos dos alarmes podem atuar (ligar ou 3.1. Conceito de controle
desligar) equipamentos elétricos, Um sistema de controle é um sistema
dispositivos sonoros e luminosos. em que algo é medido e comparado frente
Os alarmes podem ser do valor a um valor pré-determinado, tomando-se
absoluto do sinal, do desvio entre um sinal determinada ação como conseqüência.
e uma referência fixa e da diferença entre Estamos falando em particular dos
dois sinais variáveis. sistemas de controle automático. O
É útil o uso do sistema de desligamento processo é, contudo, a mesma coisa num
automático ou de trip do processo. Deve- sistema de controle manual. Isto é, a
se proteger o processo, através de um comparação e a realização da ação são
sistema lógico e seqüencial que sinta as efetuadas por uma operação de estação
variáveis do processo e mantenha os seus ou automaticamente através do sistema
valores dentro dos limites de segurança, SCADA.
ligando ou desligando os equipamentos e Existem muitas razões diferentes para
evitando qualquer seqüência indevida que se terem sistemas de controle. A:
produza condição perigosa. aplicação mais óbvia na indústria de
Os primeiros sistemas de oleodutos é para controlar a válvula de
intertravamento utilizavam contatos de regulagem de pressão no entorno do ponto

20
Instrumentação e Controle

de ajuste (ponto de ajuste) estabelecido e


emitido pelo centro de controle. Podem os 3.2. Sistema de controle
sistemas de controle fazer outras coisas, Em qualquer tipo de sistema de
além da citada. Por exemplo, se o nível no controle, existem três elementos principais,
poço atinge um certo ponto, existe um que são citados na tabela abaixo.
sistema de controle que liga Sensores, que permitem a leitura das
automaticamente a bomba ou, caso se condições de processo como a pressão, a
detecte um alto nível de gás, existe um temperatura e a vazão presentes em uma
sistema de controle que dá partida nos tubulação. Numa analogia com o corpo
ventiladores apropriados. humano, o sensor constitui os olhos,
Alguns sistemas de controle se ouvidos, nariz e tato do sistema.
denominam sistemas de controle por Controlador, que é o cérebro do
realimentação. Um Sistema de Controle sistema, que avalia as informações obtidas
por Realimentação é também denominado dos sensores e resolve o que deve ser
de malha fechada. Neste, o dispositivo feito para se manter o processo sob
controlador usa a informação obtida da controle.
variável de processo que deseja controlar Elementos finais, que são as "mãos" do
(por exemplo, a pressão em um dado sistema. O elemento final de controle
ponto do oleoduto) realimentando-a para manipula de forma real o que acontece na
sua entrada onde será comparada com o linha. Por exemplo, os elementos finais de
valor desejado ou ponto de ajuste. A controle podem ser válvulas controladas
diferença entre o valor corrente da variável eletricamente ou bombas de poço que
e o ponto de ajuste é então utilizada pelo partem automaticamente tão logo se eleve
controlador para corrigir sua saída visando o nível de um tanque.
diminuir a diferença entre a condição Na Fig. 2, as Peças de um Sistema de
presente e a desejável no processo que Controle e os exemplos que seriam
está sendo controlado. utilizados numa malha de controle de
pressão.

Figura 2.6. Elementos de um sistema de


controle

Figura 2.5. Sistema de controle com


realimentação negativa

21
Instrumentação e Controle

gastar mais tempo na rotina de otimizar a


3.3. Operação da malha de controle eficiência de movimentação dos produtos.
Sensor
3.4. Problemas dos sistemas de
Os sistemas de controle começam e
terminam com os sensores. Em primeiro controle
lugar, os sensores informam o que está Os sistemas de controle simplificam a
acontecendo no processo para que o CLP sua tarefa, mantendo em nível constante
possa responder frente à situação. Em variáveis tais como a pressão. Num mundo
seguida, depois que o CLP tiver tomado perfeito, o sistema de controle reagiria
uma decisão, e os elementos de controle imediatamente frente a qualquer mudança
final a realizarem, os sensores indicam na variável e iriam gerar um sinal de erro
qual o efeito que a decisão teve sobre a que corrigiria exatamente o problema.
linha. Infelizmente, esse mundo não é perfeito.
Vários fatores interferem na capacidade do
Controlador sistema de controle de monitorar e
O CLP avalia as informações controlar a sua variável. Esses elementos
provenientes de cada sensor para incluem:
determinar se a linha está se comportando atraso do processo
de maneira normal. Para tomar essa banda morta dos equipamentos e
decisão, o CLP refere-se a um valor pré- inércia dos fluídos
determinado. Esse valor pré-determinado
se denomina ponto de ajuste. O CLP Atraso do processo
compara as informações provenientes do Os sistemas de controle jamais reagem
sensor com esse ponto. Caso as imediatamente frente às mudanças na
informações ultrapassem a diferença variável. Existe sempre um certo
permissível, manda um comando para que retardamento. Os dispositivos de medição
alguma ação seja tomada. (sensores) levam um certo tempo para
registrar as mudanças. Os elementos de
Elemento de controle final finais de controle levam tempo para agir
A ação é realizada pelo elemento de em resposta as instruções do controlador,
controle final. O elemento de controle final o que normalmente implica em uma ação
é aquela parte do sistema de controle que física como mudança da posição das
muda diretamente a variável (pressão, partes m6veis destes (por exemplo;
temperatura, etc). Os sensores detectam mudança da posição do obturador ou plug
então a mudança da variável e transmitem em uma válvula de controle). O resultado é
essas informações ao CLP. Assim, o que o sistema de controle está sempre
sistema repete novamente a rotina acima com um atraso em relação às condições
descrita. reais do oleoduto.
Perturbações de processo são Esse atraso se chama time lag ou
mudanças no processo corrente ou em retardamento. O atraso tem várias
estado permanente. Isto inclui casos como implicações.
mudança de batelada a transportar, perda As informações que um sensor
de uma unidade de bombeamento ou um transmite para o controlador não são
incêndio. O sistema de controle atuais. O sensor descreve o oleoduto
permaneceria em estado estável, caso não como estava antes e não conforme se
surgissem perturbações de processo. ~ apresenta no momento em que o
Os sensores, o CLP e os elementos de controlador recebe as informações. No
controle finais trabalham em conjunto para momento em que o controlador recebe
dar tanto o controle sobre o oleoduto, as informações do sensor e decide o
como liberdade desse controle. Como que deve ser feito, as condições na
muitas operações do dia-a-dia nos linha já se modificaram.
oleodutos são automatizadas, é possível

22
Instrumentação e Controle

As instruções do controlador não trarão Banda mortas dos equipamentos


a variável de volta exatamente para o Imagine virar suavemente uma
ponto de ajuste. Imagine que a pressão maçaneta de porta. Pense naquela
de linha está demasiada elevada e o pequena virada que pode dar a maçaneta
controlador emite um comando para antes que o mecanismo se encaixe e o
uma válvula de controle de pressão trinco começa a se retirar do encaixe. Essa
que iria trazer a pressão de volta distancia é assim chamada "faixa morta"
exatamente para o ponto de ajuste. da maçaneta. A "faixa morta" significa a
Infelizmente, já no momento em que a distância que o dispositivo pode deslocar-
válvula de controle de pressão atua à se dentro de seus vínculos mecânicos
base do comando, a pressão na linha antes de provocar uma reação.
se modificou. Isto significa que o Nos dispositivos de detecção, a banda
comando não trará a pressão morta significa a distância que uma sonda
exatamente para o ponto de ajuste se desloca antes que o sensor reaja.
depois de tudo. Todos os instrumentos tem bandas mortas,
O sistema de controle trata de se embora os técnicos se esforcem por
adaptar às mudanças na variável a todo mantê-las tão reduzidas quanto seja
momento. Em virtude do retardamento, o possível. As bandas mortas aumentam o
sistema de controle ou sub-corrige o retardamento do sistema de controle. As
problema ou transcende o ponto de ajuste, bandas mortas impedem também ao
jamais acertando o alvo com precisão. sistema de controle de registrarem
Esse movimento constante em torno do mudanças muito pequenas da variável.
ponto de ajuste se chama oscilação. Para Contribuem também para as bandas
se evitar a oscilação do sistema, diminui-se mortas o atrito e a inércia. As peças
a sensibilidade do mesmo, isto é, este móveis em função da inércia e o atrito que
passa a não responder a pequenas existe entre elas resistem a qualquer
mudanças da variável. Se o sistema de esforço que tente deslocá-las, até que a
controle não tiver que responder a cada força atinja um valor crítico quando então
pequeno desvio em relação ao ponto de começam a se mover subitamente. A
ajuste, não fica constantemente a procura resistência da peça móvel se deve em
do ponto de ajuste. Ao invés disto, espera parte ao atrito e em parte à inércia -a
uma mudança maior para atuar. resistência imposta pelo objeto à
O retardamento não significa que os mudanças no seu movimento (ou, se o
instrumentos do sistema de controle sejam objeto estiver em repouso, o esforço para
inexatos -são tão acurados quanto seja colocá-lo em movimento). Trate de fazer
possível. O retardamento é provocado andar um carro cujo motor parou. Para tirá-
pelas condições de mudança pelas quais lo da imobilidade, é necessário
passa o processo e não pode ser evitado. desenvolver muito esforço para fazer com
que comece a se mexer. Depois disso, o
carro se movimenta mais facilmente, sendo
difícil detê-lo. O carro tem uma grande
inércia que Você tem que vencer para
fazer com que comece a se deslocar e que
tenha que sobrepujar de novo para detê-lo.
As peças mecânicas nos sensores se
movimentam dessa mesma maneira.
Assim também as válvulas de controle que
são os elementos finais de controle mais
comuns nos oleodutos. Começam com um
Figura 2.7. Oscilação da pressão de
impulso e tendem a continuar a se
descarga do compressor movimentar depois de iniciado o
movimento. Isto significa, em relação às
pequenas correções, que muitas vezes se

23
Instrumentação e Controle

ultrapassa a marca desejável podendo


com isto provocar um retomo dando início
a um ciclo de oscilação no sistema de
controle-
Inércia de fluidos
Os sensores e as válvulas não são os
únicos elementos do oleoduto que têm
inércia. O fluído na tubulação também tem
inércia. Como toda mudança ao
movimento implica em resistência, os
elementos finais de controle devem atuar
lentamente. Suponhamos que uma válvula Figura 2.8. Sistema de controle de pressão
de controle de pressão se feche
subitamente de maneira completa. O fluído
resiste à mudança no seu movimento e
tende a continuar a se deslocar para A diferença maior, descarga ou sucção,
frente. Isto significa que todo fluído na linha se utiliza para determinar como a válvula
exerce pressão sobre a válvula. O de controle de pressão deve ser alterada.
resultado é uma elevação muito grande e Quanto maior a diferença, maior terá que
rápida da pressão que poderia danificar a ser o movimento da PCV para trazer a
válvula ou até romper a linha. Ainda que a pressão de volta ao ponto de ajuste.
válvula se feche parcialmente, o fluído A direção em que se desloca a PCV é
resiste à mudança exercendo muita força determinada também pela diferença. Caso
contra ela. Os elementos de controle final a pressão de sucção seja superior ao
devem, portanto, movimentar-se ponto de ajuste de sucção ou caso a
lentamente e isto aumenta ainda mais o pressão de descarga seja inferior ao ponto
retardamento do sistema de controle. de ajuste de descarga, abre-se a PCV. Ou,
sendo a pressão de sucção inferior ao
ponto de ajuste de sucção, ou a pressão
3.5. Exemplo: sistema de de descarga maior do que o ponto de
controle de pressão ajuste de descarga, fecha-se a PCV.
Os instrumentos registram a mudança
Seja o sistema de controle de pressão: da pressão e transmitem essas mudanças
sistema de transmissão de pressão de para o CLP. Assim, se inicia novo ciclo da
sucção malha de controle.
sistema de transmissão de pressão de
Sinais de erro
descarga o
Um sinal de erro é gerado pelo
válvula de controle de pressão e
controlador; sendo este sinal a diferença
um controlador (neste caso o CLP).
entre o ponto de ajuste e a informação
O controlador recebe do centro de
provida pelo sensor no caso do sensor ( o
controle os ponto de ajustes que você
sensor está conjugado ao transmissor) de
fixou, para efeito de controle das pressões
pressão. Quanto maior a diferença entre o
de descarga e sucção. Recebe também a
ponto de ajuste e o sinal de variável, maior
leitura corrente dos transmissores de
será o sinal de erro. O sinal de erro é
pressão (a pressão é informada sob a
utilizado pelo controlador para determinar
forma de corrente na faixa de 4 a 20 mA)
de que maneira deve o desvio da situação
de descarga e sucção. O controlador
ideal ser corrigido.
determina então a diferença entre a
Depois que tiver sido gerado, o sinal
pressão de descarga e o ponto de ajuste.
de erro é amplificado e "condicionado".
Ao mesmo tempo determina a diferença
O condicionamento de um sinal
entre a pressão de sucção e o respectivo
significa trabalhá-lo de forma fina para
ponto de ajuste.
que ele possa corrigir com precisão

24
Instrumentação e Controle

determinado problema. Um sinal TV) ou através de um instrumento


corretamente condicionado não irá dedicado designado de PIC (Indicador
provocar uma correção excessiva ou e Controlador de Pressão).
inadequada, permitindo que o sistema Finalmente, o controlador faz a
volte ao ponto de ajuste rápida e comparação eletrônica do sinal
eficientemente, ao invés de oscilar em proveniente do transmissor de pressão
tomo desse ponto -primeiro abaixo, de sucção com o ponto de ajuste.
depois acima do ponto e depois Envia em seguida um sinal de erro à
novamente para baixo. Essas base dessa comparação para um
oscilações provocam uma degradação estágio chamado de passa alta que
grande da eficiência do sistema seleciona o maior dentre os sinais
implicando em um gasto inútil de provenientes do controlador da pressão
energia e dinheiro, podendo acarretar de sucção e da pressão de descarga.
desgaste precoce de equipamentos o A transmissão de um sinal de erro não
que provocará cuidados de significa necessariamente que algo está
manutenção dispendiosos, bem como errado -é apenas a medida de quão
condições de operação não estáveis da próximos entre si estão os sinais da
linha. variável e o ponto de ajuste. Se estiverem
O CLP condiciona o sinal com um muito afastados, o sinal de erro será
conjunto de comandos denominado um grande. Se estiverem muito próximos, o
algoritmo de controle ou malha PID (malha sinal de erro será pequeno -mas este será
fechada com algoritmo Derivado, Integral e sempre transmitido.
Proporcional).
Transmissor de pressão de sucção
O transmissor de pressão de sucção
mede a pressão de fluído à medida que
este ingressa na estação de
bombeamento. Existe também uma chave
de baixa pressão de sucção ( que é
designada de pressostato) ao lado do
transmissor de pressão, que é acionada
automaticamente sempre que a pressão de
sucção caia abaixo de certo nível, que
corresponde ao ponto de ajuste da chave.
As informações provenientes do
transmissor de pressão e da chave de
pressão vão para um controlador, que
pode ser um instrumento localizado fora do
CLP.
O controlador também pode ser Figura 2.9. Sistema de Controle de Pressão
implementado dentro da lógica do CLP. O de Sucção
controlador exerce três tarefas;
Em primeiro lugar, lida com o ponto de
ajuste da pressão de sucção que o
operador ajusta e emite do centro de
controle.
Em segundo lugar, o controlador exibe
a pressão de sucção da linha
juntamente com o ponto de ajuste. Isto
pode ser feito através da interface
homem/máquina na estação
(geralmente um monitor similar a uma

25
Instrumentação e Controle

Controle de pressão da descarga


Transmissão de pressão de descarga
Finalmente, o controlador faz por meios
O transmissor de pressão de descarga
eletrônicos a comparação entre o sinal
mede a pressão do fluído no momento em
proveniente do transmissor de pressão de
que este sai da estação de bombeamento.
descarga e o ponto de ajuste. Mandando,
Funciona mais ou menos da mesma
em seguida, o sinal de erro baseado nessa
maneira que o transmissor de pressão de
comparação para o estágio de passa alta.
sucção. Assim como o sistema transmissor
O estágio de passa alta compara os
de pressão de sucção tinha uma chave de
sinais de erro provenientes do controlador
pressão, assim também o tem o sistema
de sucção e o controlador de descarga,
transmissor de pressão de descarga. No
mandando o maior dentre os dois sinais
entanto, o sistema transmissor de
para a etapa seguinte no sistema de
descarga tem duas chaves. Essas chaves
instrumentação, qual seja o acionador da
são acionadas por diferentes níveis de
válvula de controle de pressão.
pressão alta de descarga.
As informações provenientes do Válvula de controle de pressão
transmissor de pressão vão para um A válvula de controle de pressão é o
controlador, que pode ser um instrumento elemento final de controle nesse sistema
localizado fora do CLP ou dentro do de instrumentação -isto é, o dispositivo que
mesmo sendo implementado através da afeta realmente a variável. O controlador
sua lógica. O controlador realiza três aumenta ou diminui a pressão de linha
tarefas. através da PCV para levá-la ao ponto de
Em primeiro lugar, lida com o ponto de ajuste. Um acionador eletro-hidráulico é o
ajuste de pressão de descarga que Você dispositivo que abre ou fecha
ajustou e emitiu do centro de controle. hidraulicamente uma válvula em resposta a
Em segundo lugar, o controlador exibe um sinal elétrico.
a pressão de descarga da linha, A válvula de controle de pressão abre e
geralmente em conjunto com o ponto de fecha de acordo com um sinal do
ajuste. Isto pode ser feito através da conversor de sinais altos. Suponhamos
interface Homem/máquina na estação ou que a estação tenha alta pressão de
através de um instrumento designado PIC descarga. O controlador:
(Indicador e Controlador de Pressão). compara o maior sinal com o ponto de
ajuste de descarga
certifica-se de que a pressão de
descarga é mais elevada do que o
ponto de ajuste
gera um sinal de erro e condiciona a
este para que possa corrigir o
problema.
Em resposta, o acionador eletro-
hidráulico fecha parcialmente a válvula. A
pressão na linha se reduz e o sinal
proveniente do transmissor de pressão de
descarga também diminui, levando a um
sinal mais próximo do ponto de ajuste.
Pelo fato de que os dois sinais estão mais
próximos, o sinal de erro do controlador irá
também diminuir. Em pouco tempo, este
Figura 2.10. Controle de pressão de
sinal não é mais suficiente para sobrepujar
descarga o sinal proveniente do controlador de
pressão de sucção no estágio de passa
alta.O acionador pára de deslocar a válvula
e o sistema retoma ao estado de equilíbrio.

26
Instrumentação e Controle

Transmissor de pressão de carcaça 4. Detecção de incêndio e gás


Os transmissores de pressão de
carcaça não fazem realmente parte do 4.1. Introdução
sistema de controle de pressão da A probabilidade de um incêndio em
estação, mas lhe fornecem informações uma estação de bombeamento é muito
essenciais de contexto. pequena. Os procedimentos operacionais
Esses instrumentos medem a pressão tais como a ordem de purgar para a
do fluído depois que ele passou pelas atmosfera os motores da bomba antes de
bombas da estação, mas antes que atinja pô-los em funcionamento reduzem
a válvula de controle de pressão. Baixa dramaticamente os riscos de incêndios. Os
pressão de carcaça pode significar que as operadores de campo da companhia são
bombas não estão funcionando altamente treinados de modo que possam
corretamente. A alta pressão de carcaça evitar situações que poderiam conduzir a
em conjunto com baixa pressão de um incêndio e, além disto, os
descarga poderá significar: equipamentos dos oleodutos são
que existem muitas bombas operando, projetados segundo critérios que levam em
ao passo que o sistema de controle de consideração os riscos de incêndio
pressão está usando a válvula de levando a equipamentos a prova de
controle de pressão para reduzir a incêndio. Por outro lado, os produtos de
pressão na linha. Controlar a pressão petróleo são voláteis e inflamáveis,
com a PCV, ao invés de reduzir o havendo um real risco de incêndios. Um
número de bombas na linha, é incêndio numa estação seria uma
ineficiente e potencialmente perigoso. catástrofe. Uma explosão custaria
O esforço sobre a válvula pode certamente muito dinheiro em danos de
desgastá-la precocemente, ao passo equipamentos e perda de produção. E o
que o esforço provocado por bombear que é mais importante, uma explosão
contra uma válvula quase fechada poderia acarretar em perda de vidas. Os
poderá fazer com que os motores das sistemas de detecção de incêndio utilizado
bombas se aqueçam excessivamente. ( são muito sensíveis e transmitem
o oleoduto ficou bloqueado em algum informações dos incêndios enquanto
lugar entre as bombas e a saída ou possam ser facilmente contidos.
descarga da estação. É possível que a Os sistemas de detecção de gases
PCV esteja emperrada numa posição impedem explosões detectando
quase fechada. ( automaticamente gases combustíveis e
o oleoduto estaria vazando ou se alertando tanto os operadores de estação
rompeu entre a PVC e a saída ou quanto a você mesmo no centro de
descarga da estação ou, existe uma controle. Caso haja vazamento a partir das
ruptura à jusante. tubulações, das bombas ou de válvulas,
Todas essas situações são gases e vapores dos fluídos podem se
extremamente graves, de modo que se formar na linha. Se os equipamentos
Você observar alta pressão de carcaça e estiverem alojados num prédio, os gases
baixa pressão de descarga, deverá fazer acumulam-se e se misturam ao oxigênio
uma investigação e corrigir imediatamente no ar. Atingindo os gases determinada
o problema. proporção no ar, tomam-se extremamente
Exatamente da mesma forma que os explosivos. Com a mistura nesse estado,
transmissores de pressões de sucção e qualquer fonte de calor ou centelha poderá
descarga, existe uma chave de pressão provocar a sua ignição -um arco num
que fecha tão logo a pressão de carcaça disjuntor elétrico ou num relé, num
se eleve acima do ponto de ajuste da rolamento de motor aquecido ou até uma
chave. A chave não faz parte do sistema centelha de eletricidade estática. Os
de controle de pressão, mas ajuda a sistemas de detecção de gases percebem
operar a linha com segurança. a acumulação de gases e desencadeiam

27
Instrumentação e Controle

um alarme antes que a mistura de gás e ar ESB em conjunto com os detectores


se tome explosiva. térmicos. O sistema fotoelétrico (de feixe
Discutimos nessa seção os linear) pode ser usado nas áreas de
instrumentos utilizados para a detecção de tanques em conjunto com os detectores de
vazamento de gases e incêndios, bem ultravioleta e infravermelho.
como os sistemas de controle utilizados.
Detector a Ultravioleta (UV)
4.2. Detecção de incêndios Esse Detector utiliza um tubo sensor
para detectar radiações de chama ou
Existem quatro tipos principais de
ultravioleta, mas não é sensível a
métodos de detecção de incêndios em uso.
lâmpadas fluorescente de vapor de
Cada um desses tipos possui vantagens e
mercúrio e incandescentes. Serve para
desvantagens. Podem ser utilizados em detectar as radiações de ultravioleta
conjunto uns com os outros para provenientes de incêndios de
contrabalançar quaisquer limitações
hidrocarbonetos. As suas limitações
individuais. Existem também dispositivos
incluem a sensibilidade à interferência de
mecânicos ativados pelo calor que
solda arco ou radiações de raios-x e gama,
compreendem elos fusíveis ou elementos
podendo também serem cegados pela
bimetálicos que ativam diretamente os presença de fumaça.
sistemas de proteção (como os Os detectores de ultra-violeta são
aspersores) ao serem submetidos à altas
utilizados no coletor de medição nas
temperaturas. São utilizadas também
estações terminais e nas áreas com
estações providas de puxadores manuais
tanques.
(via de regra botoeiras) que são usados
como sistemas adicionais de detecção. Detector Infravermelho (IV)
Este Detector utiliza um elemento
Detector termal sensor à base de selenito de cádmio que é
Existem dois tipos de detectores de
sensível às radiações de infravermelho
incêndios a calor ou térmicos: de
(IV). Detectam rapidamente a combustão
temperatura fixa ou de conjunção de
de gasolina, querosene e a maioria dos
temperatura fixa e através da taxa alta de outros hidrocarbonetos, exceto metano.
elevação de temperatura. Os tipos de
Podem, contudo, transmitir alarmes falsos
temperatura fixa são úteis para detecção
em virtude da luz do sol, radiação de
de incêndios latentes de queima lenta. Os
elementos escuros e lâmpadas de
de taxa alta de elevação de temperatura
iluminação de alta intensidade.
tem elevada eficiência na detecção de São utilizados em conjunto com os
incêndios que se deflagram a partir de detectores de ultravioleta nas áreas dos
flashes.
tanques.
São utilizadas nas guaritas das
bombas, acima de cada bomba e em cada
ambiente do Prédio de Painéis de
Comando Elétrico (ESB).
Detector Fumaça
Existem dois tipos de detectores de
fumaça: de ionização e fotoelétricos. Os
tipos de ionização fazem a amostragem do
ar e servem para detectar produtos visíveis
e invisíveis da combustão. O tipo foto
elétrico é sensibilizado quando os raios
luminosos ficam bloqueados por fumaça
visível.
O tipo de ionização é utilizado na sala
das RTUs/CLPs, controles e dos
computadores. São utilizados também na

28
Instrumentação e Controle

4.3. Controle de incêndio 4.4. Detecção de gás


Existem diversos tipos de sistemas de São previstos instrumentos de
controle, dependendo da área em que detecção de gases para detectar
ocorre o incêndio. Por exemplo, um vazamentos de tubulações ou
incêndio numa unidade de bombas trava equipamentos instalados em abrigos. São
todas as unidades. Apenas os alarmes de utilizados também para se ter certeza se
incêndio no ESB e na guarita das bombas gases combustíveis não entraram onde
podem afetar diretamente o oleoduto sejam instalados instrumentos elétricos
paralisando as unidades. O controlador de considerados como sendo para fins gerais
lógica programável é ajustado para (com contatos provocadores de arco
monitorar as informações dos sensores e expostos).
tomar as medidas apropriadas. O sistema de detecção de gases não é
Os CLP têm como entradas: eficaz para detecção de vazamentos em
os alarmes de detectores térmicos de áreas externas em geral, em virtude da
estações de bombas baixa concentração de vapores, dos ventos
quaisquer alarmes de área provida de e dos alarmes falsos, mas é utilizado,
detectores de luz infravermelha e ultra- contudo, em áreas próximas a coletores de
violeta, inclusive de estações de GLP (gás liquefeito de petróleo).
medição, estações de válvulas, O sistema de detecção de gases é
tanques de sump e de armazenamento projetado para detecção de gases mais
os alarmes detectores de fumaça no pesados do que o ar. O gás pode pegar
prédio da RTU/CLP e fogo tão somente se estiver misturado com
os alarmes de detectores de calor e de o ar em determinadas proporções. As
fumaça em quaisquer prédios relações de gás para ar passíveis de se
associados incendiarem ficam entre o limite explosivo
O CLP pode automaticamente realizar inferior e o limite explosivo superior.
algumas das seguintes ações: : Concentrações de gás inferiores ao limite
fazer soar alarmes audíveis e visíveis explosivo inferior (LEL) são demasiado
ao pessoal rarefeitas para se incendiarem, isto é, tem
transmitir alarmes remotos para cada oxigênio demais e muito pouco gás para
área separada de proteção que a mistura pegue fogo. As
desligar bombas, alimentadores concentrações acima do limite explosivo
elétricos de painéis de controle ou superior (UEL), são demasiadamente ricas
disjuntores do circuito principal, abrindo para queimarem - tem pouco ar para
válvulas de desvio e fechando válvulas permitir que o gás pegue fogo. Esses
de estação e de isolamento limites variam de gás para gás, em virtude
desligar ventiladores de aquecimento e das concentrações químicas diferentes dos
de exaustão de ar apropriados gases. Os detectores de gás são
ativação e transição de alarme de equilibrados para detecção de gases
sistemas de espuma, de água e outros diferentes, enquanto as concentrações
sistemas de dilúvio estejam bem abaixo do LEL. São também
transmitir alarmes ao operador SCADA. calibrados para as linhas e equipamentos
Consulte as informações específicas do particulares para proporcionar uma
local para verificar o que é feito em cada margem de segurança ainda maior.
estação se for necessário. Os detectores de gás levam ainda
algum tempo para registrar a mudança de
temperatura do elemento catalítico -de 10
a 30 segundos, dependendo da quantidade
de gás que está escapando da linha. Por
essa razão, as concentrações de gás
podem na realidade ser mais elevadas do
que as indicadas pelos detectores.

29
Instrumentação e Controle

Os detectores de gases são frágeis,


devendo ser manipulados com cuidado.
São também passíveis de serem 5. Monitoração de bombas
danificados por contaminantes tais como:
poeira, óleo e tinta podem bloquear a 5.1. Introdução
tampa perfurada e reduzir o fluxo para As bombas são equipamentos
o elemento de platina complexos tendo manutenção muito
os produtos corrosivos tais como custosa, de modo que vários
fumaças ácidas e aerossóis equipamentos são utilizados para
provenientes de latas com esguicho, monitorá-las e desligá-las antes que os
cloro e freon problemas menores se convertam em
problemas maiores. Dentre as diversas
variáveis monitorados nas bombas e nos
motores estão a temperatura, vibrações e
fluxo de corrente. Consideramos aqui cada
um dos instrumentos e os sistemas de
controle envolvidos nessas verificações.

5.2. Monitoração de vibrações


As máquinas se manifestam pelo
movimento atípico, geralmente cíclico do
conjunto mecânico em relação à sua
posição de descanso. As máquinas
apresentam um nível básico normal de
Figura 2.12. Detector de Gases Típico vibração em virtude de pequenas
imperfeições de balanceamento no
4.5. Monitoração de gás processo de fabricação. Quando os níveis
Os detectores de gases têm dois de vibração se elevam, significativamente
pontos de alarme. Ao se elevar a acima desse nível, isto geralmente é
concentração do gás até 20% do seu LEL, indicio da deterioração da condição da
o controlador irá: , máquina e, uma advertência do potencial
ativar a lâmpada estroboscópica , para graves danos caso se deixe de
anunciar uma Advertência de Gás para investigar ou corrigir a causa.
o CLP ~ As vibrações excessivas podem
ligar as ventoinhas. ~ danificar gravemente as bombas em pouco
Atingindo a concentração de gás 40% tempo. Podem ser causadas por:
do LEL, o controlador irá: desequilíbrio no rotor do motor
ativar a lâmpada estroboscópica mancais rachados ou gastos
anunciar uma Advertência de Gás para falta de alinhamento do acoplamento
O CLP e em seguida para o centro de entre o motor e a bomba ou
controle (RTU) excesso de peso sobre a bomba em
travar as unidades de bombeamento virtude de tubulações muito pesadas.
Sensores de vibrações do tipo
acelerômetro são utilizados para monitorar
as máquinas giratórias que operam entre
900 e 3 780 rpm. Para as bombas
acionadas por motor diesel, de alta
velocidade, com estágios múltiplos (3 200
a 4 200 rpm), utilizam-se sondas de
proximidade para monitorar as vibrações
dos eixos.
Os detectores na carcaça do mancal
verificam a quantidade de vibração no eixo

30
Instrumentação e Controle

propulsor e no acoplamento. Os detectores aquecimento do motor e aplica essa curva


enviam sinais ao controlador. para predizer quão rapidamente o motor
Ultrapassando a magnitude de vibração ao poderá ficar quente. Além do mais, guarda
ponto de ajuste, o controlador um registro da quantidade de corrente que
desencadeará um alarme. Caso as o motor costuma puxar, tanto na partida,
vibrações não parem, o controlador como nas operações normais. Com essas
desligará a bomba. O operador de campo informações, o Multilin pode indicar
deverá então rearmar novamente a bomba imediatamente se o motor não está se
e o alarme. comportando de maneira normal. Caso o
O controlador espera 20 segundos Multilin perceba que o motor está se
antes de fazer soar o alarme de vibração, aquecendo mais rapidamente do que
enquanto a bomba está dando partida. deveria ocorrer ou que está puxando mais
Alguma vibração durante a seqiiência de energia do que de costume, poderá
partida da bomba é normal e não prejudica desligar o motor antes que sofra avarias. O
a unidade. Caso as vibrações não tiverem operador de campo poderá examinar o
desaparecido ou enfraquecido dentro de motor e rearmá-lo manualmente.
20 segundos, contudo, o controlador ativa
Detectores de temperatura por resistor
um alarme e a bomba é travada.
O Multilin rastreia a temperatura do
5.3. Relés de proteção de motores motor mediante uma série de detectores
de temperatura por resistores (RTDs)
A maior parte da proteção dos motores
incorporados ao estator do motor. Mede
se efetua com um tipo de sistema de relés
quão rapidamente o motor se aquece,
com ajuda de computadores projetados calcula quanto mais tempo o motor poderá
para detectar situações em que o motor operar com segurança, caso continue a se
estaria sujeito a se danificar. O sistema de
aquecer no mesmo ritmo. O Multilin prediz
relé mais comum utilizado nos oleodutos é
também quanto o motor irá aquecer se
o sistema fornecido pela Westinghouse
Você desliga e torna a ligá-lo depois.
sob o nome comercial Multilin. Havendo o
problema, o Multilin desliga o motor antes Transformadores de corrente
de ocorrerem avarias. Embora outros O Multilin utiliza transformadores de
sistemas possam detectar problemas da corrente ligados nas três linhas de
bomba é desligar a bomba antes que as alimentação do motor para monitorar
avarias se tomem graves, o Multilin poupa quanta corrente o motor está puxando em
à companhia operadora do oleoduto muito cada fase. Os transformadores de corrente
dinheiro, eliminando a maior parte das são bobinas de fio enrolados em formato
avarias menores. A Multilin monitora: de rosquinha e colocado em tomo dos fios
a temperatura do estator do motor de alimentação de energia. A corrente que
a quantidade de corrente de cada uma flui através do fio de alimentação induz
das fases uma pequena voltagem no enrolamento do
a quantidade de corrente que retoma transformador de corrente. A voltagem
ao transformador da estação pelo cabo induzida é proporcional à quantidade de
de aterramento corrente que o motor está puxando. Um
A maioria dos controladores atua sobre quarto transformador de corrente monitora
as informações que chegam dos sensores o fluxo de corrente para fora do motor
e, em seguida, esquecem-nas. O Multilin, através do fio terra.
no entanto, guarda as suas leituras em
memória. Acumula um "perfil" daquilo que
é normal para o motor com o qual está
ligado. O Multilin desenha um gráfico de

31
Instrumentação e Controle

Figura 2.13. Sondas de Acelerômetro do Tipo de Sensores de Vibração e Proximidade

32
Instrumentação e Controle

2: A pressão age perpendicularmente


às fronteiras de um recipiente contendo
6. Medição das variáveis um líquido em repouso.
3: As mudanças de pressão produzidas
6.1. Introdução num ponto de um sistema fechado são
Na indústria de petróleo e gás natural, transmitidas para todo o sistema.
as variáveis mais importantes são a vazão 4: A pressão num líquido atua
e o nível, pois elas são usadas como uniformemente sobre uma superfície
variáveis de transferência de custódia, ou horizontal.
seja, os seus medidores são a base para a
compra e venda destes produtos. Mesmo 7.4. Tipos de pressão
assim, as outras variáveis, como pressão, Pressão absoluta
temperatura, densidade, viscosidade, Pressão absoluta é a pressão medida
análise, vibração são medidas para fins de com relação a um vácuo. Um vácuo
compensação, mudança de volume para perfeito sempre tem uma pressão absoluta
massa, estabelecimento de condições igual a zero. A pressão absoluta independe
padrão de transferência. da pressão atmosférica do local onde ela é
medida.
7. Pressão Pressão atmosférica
Pressão atmosférica é a pressão
7.1. Introdução absoluta na superfície terrestre devida ao
A pressão é definida como a peso da atmosfera. A pressão atmosférica
distribuição de uma força sobre uma área. depende principalmente da altitude do
Quando uma força é aplicada num objeto, local: quanto mais alto menor é a pressão
a área sobre a qual a força é aplicada sofre atmosférica. A pressão atmosférica
pressão. Por exemplo, um tanque de depende pouco de outros parâmetros, tais
armazenamento pesando um 1 000 000 de como poluição, umidade da atmosfera,
toneladas e com um fundo cuja superfície maré do mar.
de área é de 200 000 polegadas Pressão manométrica
quadradas exerce uma pressão sobre o Pressão manométrica é a pressão
chão equivalente a 5 psi. medida com relação à pressão da
atmosfera. A diferença entre pressão
7.2. Unidade de pressão
manométrica e pressão absoluta é a
A unidade SI de pressão é o pascal pressão atmosférica.
(Pa), que é a relação entre 1 newton por 1 Por ser mais barato, pois o sensor é
metro quadrado, ou seja, 1 Pa = 1 N/ 1 m2 . mais simples, geralmente se mede a
Por ser muito pequena, é comum se usar o pressão manométrica. Quando se quer a
kPa e o MPa. pressão atmosférica, mede-se a pressão
A pressão é a variável de processo cuja atmosférica e acrescenta 1 atmosfera
unidade usada á a mais diversa possível. padrão. Deve-se medir a pressão absoluta
Embora não recomendado são usados: apenas para pressões próximas da
kgf/cm2 , psi, mm H2O, mm Hg, bar, tor. pressão atmosférica.
Mesmo que seja difícil no princípio, até por
questão legal, deve-se usar o pascal. Pressão estática
Pressão estática é a pressão medida
7.3. Regras de pressão na parede interna da tubulação por onde
A pressão age de maneiras específicas passa o fluido. Ela é chamada de estática
em líquidos em repouso de acordo com as porque a velocidade do fluido viscoso que
quatro regras de pressão a seguir. flui através da parede rugosa da tubulação
1: A pressão age uniformemente em é zero.
todas as direções num pequeno
volume de líquido.

33
Instrumentação e Controle

relaciona a elevação do oleoduto acima de


Pressão de vapor
um nível de referência ao head. A soma da
A pressão de vapor de um líquido é a
altura estática e da altura de elevação num
pressão acima da qual o líquido não se
oleoduto parado equivale à altura
vaporiza. Por exemplo, a pressão de vapor
manométrica total.
do propano é de aproximadamente 92,4
psi a 15°C. Isso significa que, a uma Altura estática
temperatura de 15°C, a pressão de um A altura estática é a quantidade de
oleoduto contendo propano deve ser energia potencial por unidade de peso de
superior a 92,4 psi para que o propano um líquido, devida à pressão. A pressão é
seja mantido num estado de líquido puro. considerada energia potencial porque tem
Se a pressão cair abaixo desse nível, potencial para realizar trabalho. Por
ocorrerá no oleoduto a formação de gás de exemplo, um balão cheio de ar encontra-se
propano (ver Figura 3), a qual poderá pressurizado e contém energia potencial.
causar sérios prejuízos ao funcionamento Quando se estoura o balão, ele fica
do oleoduto. A formação de gás num voando sem rumo à medida que a energia
oleoduto chama-se quebra de coluna; a potencial do ar em escapamento é
cavitação é a rápida formação e colapso convertida em energia cinética e é
de cavidades de vapor em regiões de realizado trabalho para a movimentação do
baixa pressão. A cavitação pode acarretar balão. Seria útil ter uma medida da
sérios danos à bomba. É necessário que quantidade de energia que não
os operadores de oleodutos mantenham a dependesse do volume, massa ou peso. A
pressão na linha acima da pressão de solução é medir a energia por unidade de
vapor do líquido de modo a evitar a quebra peso. A energia por unidade de peso tem
de coluna e a cavitação. unidades em metros e é denominada head
(altura manométrica).
Altura de elevação
Pressão medida Altura de elevação é a energia
94 kPa G 197 kPa A potencial por unidade de peso de um
líquido num oleoduto devida à sua
Pressão manométrica
elevação. A altura de elevação é medida
Pressão 0 kPa G 103 kPa A considerando-se a elevação acima de um
nível de referência, geralmente o nível do
Vácuo ou pressão manométrica negativa
Pressão absoluta mar. Se um objeto for elevado acima do
-43 kPa G nível de referência, ele terá potencial para
Pressão barométrica realizar trabalho à medida que baixar
60 kPa A até o nível de referência. A altura de
Pressão absoluta elevação independe da pressão e da
massa específica.

Zero Absoluto (Vácuo perfeito) Altura manométrica total


A soma da altura estática e da altura de
elevação num oleoduto parado é
denominada altura manométrica total. Um
Fig. 2.14. Tipos de pressão
oleoduto parado tem apenas energia
potencial devida à pressão (altura estática)
e à elevação (altura de elevação). De
Pressão da coluna líquida acordo com o Princípio da Conservação de
Dois diferentes tipos de altura (head), Energia, a altura manométrica total
altura estática e altura de elevação, são permanece constante em todo o oleoduto
importantes para os oleodutos parados. A contanto que a massa específica não sofra
altura estática relaciona a pressão e a alterações.
densidade ao head; a altura de elevação

34
Instrumentação e Controle

Fig. 2.15. Sensores mecânicos de pressão

7.5. Medição de pressão Figura 2.16. Tubo de Bourdon Básico e suas


Há basicamente dois tipos de sensores Diversas Variações
de pressão:
Mecânico, que sente a pressão e gera
na saída uma variável mecânica, como Fole
movimento ou força. Exemplos de O fole funciona como um tubo Bourdon
sensores mecânicos: bourdon C, fole, C pelo fato de utilizar a pressão do líquido
diafragma, helicoidal. para deslocar o ponteiro no mostrador. Ao
Elétrico, que sente a pressão e gera na invés de ter um tubo, no entanto, o sistema
saída uma variável elétrica, como tensão de foles consiste de uma câmara metálica
ou variação da resistência elétrica. ou fole com lados corrugados. Pelo fato de
Exemplos de sensores elétricos: strain que as corrugações impedem o fole de se
gauge e cristal piezelétrico. dilatar para o lado, o fole é sempre mais
Os sensores mecânicos são mais acurado do que o tubo Bourdon.
simples e o medidor pode funcionar sem
alimentação externa, utilizando a própria
energia do processo para sua operação.
Os sensores elétricos são mais fáceis
de serem condicionados e associados a
sistemas de transmissão eletrônica e de
telemetria.
Bourdon C
O tubo Bourdon que é curvo e flexível,
ligado a um acoplamento de ponteiro num
extremo e aberto no outro. O líquido
penetra no extremo aberto, fazendo com
que o tubo se retifique, diminuindo a
curvatura ligeiramente. Vê-se um efeito
semelhante quando deixa a água correr Figura2.17. Manômetro com Fole
para dentro de uma mangueira de jardim
enrolada no chão. O movimento do tubo
desloca o ponteiro de um indicador que
registra então a pressão.

35
Instrumentação e Controle

Strain gauge
Strain gauge é um sensor de pressão
de natureza elétrica, pois sente a pressão
na entrada e produz na saída uma
variação da resistência elétrica, em função
da compressão ou tração aplicada.
A resistência variável do strain gauge é
detectada no instrumento receptor por um
circuito elétrico chamado de ponte de
Wheatstone. Quando a ponte de
Wheatstone estiver balanceada, pode-se
determinar a quarta resistência através de
outras três conhecidas. Fig. 2.18. Transmissor de pressão
O strain gauge é o sensor padrão de diferencial e de pressão manométrica
balanças eletrônicas, balanças rodoviárias
e para a medição de nível por peso.
Cristal piezelétrico Chave de pressão
O cristal piezelétrico é o outro sensor Quando e onde uma pressão negativa
elétrico de pressão. Ele sente a pressão e (vácuo), positiva ou diferencial deve ser
gera na saída uma pequena tensão elétrica monitorada pela ultrapassagem de limites
contínua. Ele é mais caro que o strain pré-definidos usa-se uma chave elétrica de
gauge, porém é mais preciso, robusto e pressão ou pressostao.
estável. Atualmente, a medição precisa de A chave de pressão ou pressostato (tag
pressão em transmissores do estado da PSL ou PSH) sente a pressão, compara-a
arte é feita por cristal piezelétrico. com um valor predeterminado estabelecido
pelo operador e altera o status dos
7.6. Instrumentos de pressão contatos de saída quando a pressão
Na medição de petróleo e gás natural medida se igual ou fica maior que o valor
os principais instrumentos de medição e ajustado.
condicionamento da pressão são: A saída da chave elétrica é discreto ou
Transmissor binário. O contato de saída do pressostato
Indicador local ou está aberto ou fechado, em função do
Indicador de painel valor da pressão medida.
Chave As chaves de pressão quando
acionadas fecham ou abrem contatos
Transmissor de pressão elétricos e podem, portanto, propiciar a
Transmissor de pressão é o transmissão elétrica de sinais on e off’
instrumento que detecta a pressão e gera quando a pressão atinge o ponto de ajuste
na saída um sinal padrão de 4 a 20 mA cc da chave. As chaves são utilizadas para
proporcional ao valor medido. alarmes de valores altos e baixos, bem
Há transmissores de pressão absoluta, como para intertravamento de proteção
pressão manométrica, pressão diferencial dos equipamentos, em valores muito altos
pequena sobre pressão estática elevada e muito baixos. Existe, por exemplo, uma
(dp cell) e pressão diferencial elevada. chave para baixa sucção para proteger a
As vantagens do transmissor são: bomba. Existem também diversas chaves
1. Ter o sinal disponível à grande de alta pressão de descarga utilizadas
distância do local de medição. para proteger a linha e a estação de sobre
2. Ter um sinal padrão, padronizando pressões.
o instrumento receptor de painel.
3. Isolar a pressão do processo da
sala de controle, protegendo o
operador.

36
Instrumentação e Controle

dados, geralmente um Controlador


Lógico Programável.
4. Indicador virtual na tela do monitor
do sistema supervisório.

Figura2.19. Chave de Pressão Fig. 2.21. Valor da pressão de campo


mostrado na tela do supervisório

Manômetro local 7.6. Pressão e a Vazão


Manômetro é um indicador local de
A pressão é que faz o fluido vazar nas
pressão. Ele é uma indicação simples e
tubulações fechadas, garantindo que o
visível de pressão instantânea. Ele não
fluido ocupa toda a seção transversal. Em
requer alimentação externa, pois usa a
termos de energia, a energia de pressão é
própria energia do processo.
transformada em energia cinética.
O efeito da variação da pressão é bem
definido em relação a densidade, a
gravidade específica e a compressibilidade
dos fluidos. O efeito da pressão é pequeno
nos líquidos, exceto em altas pressões
mas deve ser definitivamente considerado
para a medição de vazão de gases e
vapores.
Na medição da vazão de gás é
mandatório a compensação da pressão
estática.
Fig. 2.20. Manômetro O método mais empregado para medir
vazão é através da placa de orifício, que
gera uma pressão diferencial proporcional
Indicador de pressão na sala de ao quadrado da vazão. Em vazão muito
controle laminar, a pressão diferencial é
Quando se tem um sistema proporcional linearmente a vazão.
centralizado de supervisão, é desejável se
ter o valor da pressão do processo
indicado na estação de operação central.
A malha de indicação de pressão inclui:
1. sensor de pressão no campo
2. transmissor eletrônico de pressão
também no campo
3. Sistema de conversão do sinal do
transmissor (4 a 20 mA) para sinal
digital do sistema de aquisição de

37
Instrumentação e Controle

sucessivamente ao padrão e à temperatura


desconhecida e permitindo o equilíbrio
8. Temperatura termal ser alcançado em cada caso. O
termômetro é calibrado contra um padrão e
8.1. O que é temperatura é usado, em seguida, para indicar outras
A temperatura pode ser definida ou temperaturas desconhecidas.
conceituada de vários modos diferentes,
sob diversos enfoques. 8.2. O que temperatura não é
A temperatura é uma das sete Embora esteja associado ao calor,
grandezas de base do Sistema temperatura não é calor. Calor é uma das
Internacional de Medidas (SI), ao lado da inúmeras formas que a energia se
massa, dimensão, tempo, corrente elétrica, apresenta na natureza, expresso em joule.
intensidade luminosa e quantidade de Temperatura é uma grandeza de base do
substância. SI, expresso em kelvin.
De um modo simples, a temperatura é A temperatura pode ser vista como o
a medida de quanto um corpo está mais resultado do grau de calor. Corpos em
quente ou mais frio que outro. Enquanto a temperaturas iguais podem ter diferentes
temperatura não é uma medida direta do quantidades de calor e, como
calor, ela mede o resultado do calor conseqüência, corpos em temperaturas
sensível. Quanto mais quente um corpo, diferentes podem ter quantidades de calor
maior é a sua temperatura e maior é o seu iguais. Por exemplo, um litro de água
nível de calor. O calor flui de uma região morna pode ter mais quantidade de calor
de mais alta temperatura para outra de do que uma colher de água fervente. A
menor temperatura. temperatura do litro de água morna é muito
Outra definição simplificada de menor do que a temperatura da água
temperatura se baseia em sua fervente da colher, que está em torno de
equivalência a uma força acionadora ou 100 oC. A temperatura pode, inclusive, ser
potencial que provoca um fluxo de energia diferenciada pela ponta do dedo (sensor de
em forma de calor. Ainda, temperatura é temperatura subjetivo e com grande
uma condição de um corpo em virtude da incerteza) mergulhada nas duas águas.
qual o calor é transferido para ou de outros O calor é uma forma comum de
corpos. energia, a energia térmica ou termal. A
Finalmente, a definição de temperatura quantidade de calor em um corpo é
absoluta ou termodinâmica, feita pelo lord aproximadamente proporcional à sua
Kelvin (William Thomsom), é baseada no temperatura .
ciclo ideal de Carnot. Temperatura é a O calor adicionado a um corpo o torna
quantidade cuja diferença é proporcional mais quente; a remoção de calor esfria o
ao trabalho obtido de uma maquina de corpo. O calor também pode derreter
Carnot operando entre uma fonte quente e sólidos em líquidos e converter líquidos em
um receptor frio. A lei fundamental que é vapores ou gases. A expansão é outro
usada na medição de temperatura é a resultado do aquecimento, que também
chamada lei zero da termodinâmica. Esta pode desencadear certas reações
lei estabelece que, se dois corpos estão químicas e a solda de certos materiais
em equilíbrio termal com um terceiro corpo,
então eles estão em equilíbrio termal entre 8.3. Unidades de temperatura
si. Em outras palavras, todos os três A unidade Si de temperatura é o kelvin
corpos estão à mesma temperatura. (não é grau Kelvin). Para aplicações
Assim, pode-se estabelecer um modo práticas e industriais, o SI admite o uso do
reprodutível de estabelecer uma faixa de grau Celsius (oC). A escala Kelvin é
temperaturas e as temperaturas defasada da escala Celsius de 273,15
desconhecidas de outros corpos podem graus e a amplitude do grau Celsius é a
ser comparadas com o padrão, sujeitando mesma da amplitude do kelvin.
qualquer tipo de termômetro

38
Instrumentação e Controle

Na industria de petróleo, por causa da dilata-se mais que o outro. Isto faz com
influência do Instrumento Americano de que a tira se curve. O deslocamento
Petróleo (API), é comum se ter o grau mecânico da extremidade da tira é então
Fahrenheit (oF) e o seu associado usado para acionar um ponteiro que se
absoluto, grau Rankine (oR), que devem desloca tendo ao fundo uma escala
ser evitados. graduada possibilitando assim a indicação
da temperatura.
8.4. Medição da temperatura
Há basicamente dois tipos de sensores
de temperatura::
Mecânico, que sente a temperatura e
gera na saída uma variável mecânica,
como movimento ou força. Exemplos de
sensores mecânicos: bimetal e elemento
de enchimento termal.
Elétrico, que sente a temperatura e
gera na saída uma variável elétrica, como
tensão ou variação da resistência elétrica.
Exemplos de sensores elétricos: termopar Fig. 2.22. Termômetro com sensor
e detector de temperatura a resistência bimetálico
(RTD).
Os sensores mecânicos são mais
simples e o medidor pode funcionar sem
alimentação externa, utilizando a própria Termômetro com haste de vidro
energia do processo para sua operação. No termômetro de haste de vidro, as
Os sensores elétricos são mais fáceis mudanças de temperatura fazem com que
de serem condicionados e associados a o líquido na haste se dilate ou se contraia.
sistemas de transmissão eletrônica e de O líquido na haste se eleva ao se elevar a
telemetria. temperatura e desce ao diminuir a
temperatura. Na industria de petróleo,
Termômetro bimetal termômetros com bulbo de vidro são
O sensor bimetal é um conjunto de dois utilizados para medir a temperatura
metais colados e com coeficientes de ambiente e do processo, manualmente.
dilatação muito diferentes entre si. Quando
há uma variação da temperatura, o formato
do sensor bimetal se curva para o lado do
metal com menor coeficiente termal.
O sensor bimetal pode ser associado a
um indicador local (termômetro) ou a uma
chave de temperatura (termostato).
O sensor bimetálico quando vinculado
a uma chave é utilizados para
desencadear um alarme ou desarme de
baixa ou alta temperatura. Por exemplo, no
abrigo das bombas, caso a temperatura
ambiente se eleve acima de determinado
limite, ligam-se as ventoinhas .
Num termômetro bimetálico, são unidos
dois metais diferentes numa tira. Os metais
são escolhidos porque se dilatam e se
contraem com coeficientes de dilatação Figura 2.23. Termômetro com Haste de
Vidro
diferentes. Como resultado da elevação ou
abaixamento da temperatura, um metal

39
Instrumentação e Controle

Termopares
Detector de Temperatura à Resistência
O termo par utiliza dois metais
O detector de temperatura a resistência
diferentes, escolhidos pelo fato de que as
(RTD) é um sensor elétrico de temperatura
mudanças de temperatura mudam o nível
que varia sua resistência elétrica quando a
de atividades dos elétrons, não as taxas de
temperatura sentida também varia. O RTD
expansão e contração dos metais.
metálico aumenta a resistência quando a
Elevando-se a temperatura, aumentam as
temperatura aumenta. O RTD a
atividades dos elétrons. Os elétrons fluem
semicondutor diminuir a resistência quando
do metal com maior atividade para um
a temperatura aumenta; diz-se que seu
metal de melhor atividade, gerando uma
coeficiente termal é negativo.
pequena tensão elétrica. À medida que a
O RTD é medido no instrumento
temperatura se eleva, a corrente aumenta.
receptor de painel através de uma ponte
As leituras de tensão são produzidas em
de Wheatstone.
temperaturas.
Os RTDs são tipicamente ligados com
o sistema de supervisão e proteção de
motores de bombas. As bombas da linha
principal, bombas auxiliares (boosters),
seus motores e os motores com 500 ou
mais HPs de potência nominal, são
providos de RTDs para a monitoração de
temperatura dos enrolamentos, dos
mancais e da carcaça das bombas.
Fig. 2.24. Principio de operação do termopar

Fig. 2.25.Termopar

Figura 2.27. Esquema de um RTD

O RTD monitora a unidade para


detectar aumentos de temperatura acima
dos limites operacionais. A temperatura
alta faz com que o isolamento em tomo
dos fios do estator do rotor se funda
Fig. 2.26. Termopar ou RTD montado dentro provocando um curto circuito nos
do bulbo, que é colocado no poço enrolamentos do estator. As temperaturas
altas dos mancais podem deformá-los ou
provocar arranhões em sua superfície
prejudicando a ação da lubrificação,
fazendo com que o motor trepide enquanto
gira. Essas vibrações danificam o eixo
propulsor.

40
Instrumentação e Controle

Quando se compara o termopar com o status dos contatos de saída quando a


RTD, tem-se: temperatura medida se igual ou fica maior
1. O RTD é mais preciso, porém é que o valor ajustado.
mais caro que o termopar.
Termômetro local
2. O termopar requer uma junta de
Termômetro é um indicador local de
compensação no instrumento
temperatura. Ele é uma indicação simples
receptor e o RTD requer três fios
e visível de temperatura instantânea. Ele
de ligação com o instrumento do
não requer alimentação externa, pois usa a
painel.
própria energia do processo.
3. O termopar é mais rápido que o
RTD.
4. O termopar mede a temperatura de
um ponto e o RTD mede a
temperatura média.

8.5. Instrumentos de temperatura


Na medição de petróleo e gás natural
os principais instrumentos de medição e
condicionamento da pressão são:
Transmissor
Indicador local
Indicador de painel
Chave
Transmissor de pressão Fig. 2.28. Transmissor pneumático de
Transmissor de pressão é o temperatura com indicação local
instrumento que detecta a pressão e gera
na saída um sinal padrão de 4 a 20 mA cc
proporcional ao valor medido.
O sensor do transmissor eletrônico de
temperatura pode ser o termopar ou o 8.6. Temperatura e Vazão
RTD. O transmissor pneumático utiliza o A temperatura influi na densidade, na
elemento de enchimento termal como viscosidade e na compressibilidade dos
sensor. fluidos. Por isso, na medição da vazão
As vantagens do uso do transmissor volumétrica de gases é mandatória a
são: compensação da temperatura. Alguns
4. Ter o sinal disponível à grande líquidos requerem a compensação da
distância do local de medição. temperatura, quando da medição de sua
5. Ter um sinal padrão, padronizando vazão volumétrica. No medidor de vazão
o instrumento receptor de painel. tipo Coriolis mede-se a temperatura do
6. Isolar a temperatura do processo processo para compensar seu efeito sobre
da sala de controle, protegendo o o módulo de elasticidade do tubo medidor.
operador. Quando não é possível se fazer a
Chave de temperatura compensação pela medição contínua da
Quando e onde uma temperatura deve temperatura, faz-se a polarização, que é a
ser monitorada pela ultrapassagem de incorporação do valor da temperatura em
limites pré-definidos usa-se uma chave uma constante, chamada de fator de
elétrica de temperatura ou termostato. correção ou de fator do medidor.
A chave de temperatura ou termostato
(tag TSL ou TSH para alarme e TSLL e
TSHH para desarme) sente a temperatura,
compara-a com um valor predeterminado
estabelecido pelo operador e altera o

41
Instrumentação e Controle

9. Densidade
9.1. Conceitos e Unidades
A densidade absoluta é definida como
a massa dividida pelo volume. Sua unidade
é expressa em kg/m3 ou kg/L. A densidade
relativa é também chamada de gravidade
especifica.
A densidade relativa de líquido é a
divisão da massa da substância pela
massa de um igual volume de água,
tomadas ambas à mesma temperatura,
pressão e gravidade. A densidade relativa Fig. 2.29. Densidade da água em função da
de um gás é a divisão da massa do gás temperatura e pressão
pela massa de um igual volume de ar,
isento de CO2 ou hidrogênio, tomadas
ambas nas mesmas condições de Também se define o peso especifico,
temperatura, pressão e gravidade. A como a relação peso/volume. O peso
densidade relativa é um numero depende do campo gravitacional e
adimensional e é a mesma em qualquer conseqüentemente, o peso especifico
sistema de unidades. As densidades depende da aceleração da gravidade.
relativas da água e do ar são iguais a 1. Se O mol é a quantidade de matéria do
a densidade relativa de um dado óleo é gás igual ao seu peso molecular. O mol é a
0,650, sua densidade absoluta vale 650 unidade de quantidade de substância que
kg/m3. define o mesmo numero de moléculas de
A gravidade específica ideal é a divisão gases diferentes. Por exemplo, 1 mol de
do peso molecular do gás pelo peso metano contem o mesmo numero de
molecular do ar. A razão de não usar a moléculas que 1 mol de nitrogênio.
relação das densidades é que os efeitos de
pressão e temperatura nas densidades dos
gases varia com o tipo do gás ou da
mistura de gases. As diferenças entre as
densidades relativas dos gases pela
relação dos pesos moleculares e pela
relação das densidades dependem de
quanto a temperatura do processo se
afasta da temperatura crítica do gás.
Assumindo uma temperatura ambiente de
20 oC, à pressão atmosférica, o erro para
o metano é de cerca de 0,1% e para o
etileno, 0,5%.

Fig. 2.30. Densidade do ar em função da


temperatura e pressão

42
Instrumentação e Controle

3.3. Métodos de Medição


A maioria dos medidores industriais de 10. Viscosidade
densidade de líquidos se baseia na
medição do peso, da força de empuxo ou 10.1. Conceito
da pressão hidrostática. Alguns poucos Como variável de processo
medidores, mais complexos, utilizam independente, a viscosidade é uma
técnicas de ressonância e de radiação. variável característica do material. Com
Teoricamente, a conversão de vazão relação à vazão, a viscosidade é o
volumétrica em mássica deveria envolver a parâmetro mais influente
medições da vazão volumétrica e da 1. na medição da vazão de fluidos
densidade. Porém, por causa da através de tubulações fechadas
complexidade dos medidores e das 2. no comportamento do fluidos
dificuldades da medição da densidade, em através de bombas ou de outros
linha, o comum é se medir a temperatura e equipamentos e materiais de
a pressão do processo e inferir o valor da processo.
densidade. A viscosidade expressa a facilidade ou
A norma NBR 14 065 (1998) dificuldade com que um fluido escoa,
estabelece o ensaio para a determinação quando submetido a uma força externa. A
da densidade relativa de destilados de viscosidade é a medida dos efeitos
petróleo e óleos viscosos que podem ser combinados de adesão e coesão das
manuseados como líquidos entre 15 e 35 moléculas do fluido entre si. A viscosidade
o
C. Sua aplicação se limite a líquidos com pode ser considerada como a força de
pressão de vapor abaixo de 80 kPa (600 atrito que aparece quando uma camada de
mm Hg) e viscosidade cinemática abaixo fluido é forçada a se mover em relação a
de 15 000 mm2/s (cSt). Ela não se aplica a outra. A viscosidade pode ser tomada
produtos escuros. Para a determinação de como o atrito interno do fluido ou a
densidade de óleos crus, deve-se usar a habilidade do fluido vazar sobre si mesmo.
norma ASTM D 5002. Os fluidos com alta resistência à vazão
O densímetro digital consiste em um são altamente viscosos ou possuem alta
tubo em forma de U, oscilante, e um viscosidade. Eles não escorrem ou vazam
sistema de excitação eletrônica, medição tão facilmente como os fluidos de baixa
da freqüência e o mostrador. Deve haver viscosidade. Geralmente, a viscosidade
também a medição precisa da temperatura dos licores é elevada; a viscosidade da
e deve haver um banho circulante com água é comparativamente muito menor e a
variação máxima de ±0,05 oC. viscosidade dos gases é ainda muito
Usa-se uma seringa com volume de 2 menor que a da água.
mL. Exemplos de fluidos de alta
Esta norma exige que a expressão do viscosidade: parafina, licores, à
resultado final seja feita com 4 algarismos temperatura ambiente. Exemplos de fluidos
significativos, o que é difícil por causa do com baixa viscosidade: água, álcool,
gargalo da precisão da vidraria. mercúrio. Para se ter uma sensação
prática dos valores: a viscosidade da água,
a 20 oC, é aproximadamente 1 cP , a do
mel vale 300 cP e a da manteiga é de
10 000 cP.
A viscosidade do fluido determina o
perfil da velocidade da vazão dentro da
tubulação, afetando seriamente o
desempenho do medidor de vazão.

43
Instrumentação e Controle

mecânica. Elasticidade atrasada é também


10.2. Tipos uma deformação reversível mas
A viscosidade absoluta ou dinâmica é a dependente do tempo.
divisão da pressão de cisalhamento pelo
Deformação
gradiente de velocidade.
Deformação é qualquer variação do
A viscosidade cinemática ν é a divisão formato ou das dimensões de um corpo
da viscosidade absoluta µ pela densidade causada por tensão mecânica, expansão
do fluido ρ, à mesma temperatura. ou contração termal, transformação
química ou metalúrgica ou diminuição ou
µ expansão devidas à variação da umidade.
ν=
ρ Dilatação
Dilatação é o aumento do volume por
A viscosidade aparente é a viscosidade unidade de volume de qualquer substância
variável apresentada por diversos tipos de contínua causado pela deformação.
materiais. A viscosidade aparente depende
da pressão de cisalhamento aplicada e 10.4. Unidades
pode depender também do tempo. Há uma grande confusão relacionada
A viscosidade extensional se aplica a com as unidades de viscosidade,
uma vazão que ocorre em uma extensão principalmente porque há vários tipos
uniaxial, em regime permanente. diferentes de viscosidade.
A unidade SI da viscosidade absoluta,
10.3. Termos e definições é o pascal segundo ou o poiseuille (não
Há várias propriedades e termos confundir poiseuille com poise). A unidade
ligados à viscosidade, tais como do poiseuille é newton segundo por metro
consistência, compressibilidade, quadrado (N.s/m2).
compliância, elasticidade, deformação e O poise é a unidade não SI de
dilatância. viscosidade dinâmica. Um poise é igual à
Consistência viscosidade dinâmica do fluido em que há
Consistência é um termo genérico para uma força tangencial de 1 dina por cm2
a propriedade de um material resistir à resistindo à vazão de duas lâminas móveis
variação permanente de seu formato. e paralelas do fluido com uma velocidade
Consistência é o grau de solidez ou fluidez diferencial de 1 cm/s e separadas por 1
de um material, como graxa, polpa ou centímetro. Como o poise é muito grande,
lama. é comum se usar o submúltiplo centipoise
(10-2).
Compressibilidade A unidade de viscosidade cinemática
Compressibilidade é a diminuição no sistema SI é o metro
relativa do volume causada pelo aumento quadrado/segundo, ou m2/s. A unidade de
da pressão. Os líquidos são praticamente viscosidade cinemática, não recomendada
incompressíveis e os gases são muito pelo SI é o stoke (St), com dimensão de
compressíveis. centímetro quadrado por segundo. O mais
Compliância usado, na prática é o seu submúltiplo,
Compliância é o deslocamento de um centistoke.
sistema mecânico linear sob uma unidade Por causa dos métodos de medição de
de força. Compliância é o quociente da viscosidade, é comum expressar a
deformação dividida por sua viscosidade em termos de tempo,
correspondente pressão mecânica. É o segundo. Há várias unidades, como
inverso do módulo de elasticidade. Saybolt Universal, Saybolt Furol (para
fluido muito viscoso), Redwood, Engler. Há
Elasticidade ábacos para converter estas unidades
Elasticidade é o comportamento entre si.
reversível de deformação e pressão

44
Instrumentação e Controle

10.5. Relações e Equações área A e altura dy. Uma diferença de


O coeficiente de viscosidade mede a velocidade é imposta ao sistema, com V2
rigidez temporária de um fluido. A maior que V1. Esta diferença é mantida
resistência de atrito que o fluido oferece a constante, de modo que cada camada
uma alteração de formato é diretamente estará a uma velocidade diferente da
proporcional a rapidez com que a alteração camada adjacente e um gradiente de
é feita, ou seja, à tensão de cisalhamento velocidade dV/dy é estabelecido através do
por unidade de tempo. Esta tensão pode fluido.
ser considerada como um deslizamento Newton assumiu que a força por
relativo de planos paralelos sem mudar a unidade de área (pressão) necessária para
distância entre eles e a força tangencial manter a diferença de velocidade
por unidade da área do plano é a medida constante entre os planos adjacentes era
da resistência de atrito do fluido submetido proporcional a este gradiente de
a esta tensão mecânica. velocidade e à área e era expresso por:
Matematicamente, tem-se
AU dV
força tangencial / área F∝ =A
viscosidade = y dy
tensão / tempo
e onde
força tangencial / área
rigidez =
tensão F

A
A viscosidade foi definida por Isaac é a tensão de cisalhamento.
Newton, usando o modelo mostrado na
Fig. 1.1. Finalmente, tem-se

dV
τ=µ
U dy

O gradiente de velocidade representa o


cisalhamento que o fluido sofre, enquanto
dy que a força/área que provoca este
y cisalhamento nas camadas do líquido é
u
y
chamada de tensão de cisalhamento ou
du
pressão de cisalhamento (shear stress). O
fator de proporcionalidade µ é constante e
característico de cada material e é
chamado de viscosidade absoluta.

Fig. 2.31. Representação esquemática da 10.6. Medidores de Viscosidade


vazão viscosa O princípio de operação da maioria dos
medidores de viscosidade, chamados de
viscosímetros ou reômetros, é o mesmo. O
objetivo é criar o modelo de Newton, onde
Seja uma camada de fluido de se tem dois planos, um fixo e outro móvel,
espessura x, limitada por dois planos separados por um pequeno intervalo onde
paralelos de área igual a A, em repouso ou se coloca o fluido do qual se quer medir a
em velocidade constante (V1 = V2 = U). O viscosidade.
espaço entre as duas camadas vizinhas é Como o modelo de Newton admite uma
preenchido com um numero infinito de geometria plana infinita ele é ideal. Na
camadas do mesmo fluido, cada uma com prática, a principal fonte de erro na

45
Instrumentação e Controle

medição da viscosidade está na influência ar. A velocidade da queda da esfera ou


das extremidades dos sistemas com da subida da bolha é função da
dimensões finitas. viscosidade do fluido.
Há ainda medidores mais complexos e
menos usados, baseados na medição da
Borda oscilação de uma lâmina vibrante imersa
no fluido de medição, cuja taxa de
amortecimento é função da viscosidade.

Óleo sob Banho de óleo 10.7. Dependência da Temperatura e


teste com temperatura Pressão
controlada
Todas as técnicas de medição de
viscosidade dos fluidos podem ser
Tubo de saída adaptadas para estudar os efeitos da
temperatura e da pressão na viscosidade.
É importante enfatizar que a viscosidade
dependente umbilicalmente da
temperatura. Por exemplo, a viscosidade
da água varia 3% para cada kelvin.
A medição da viscosidade,
Receptáculo inferior independente do medidor utilizado, deve
ser efetuada com a temperatura controlada
ou medida com precisão, para fins de
compensação ou polarização.
Em menor grau, a viscosidade também
Fig.2.32. Medidor de viscosidade Saybolt depende da pressão. Em algumas
aplicações de óleos lubrificantes, por
exemplo, é necessário conhecer a
Os tipos básicos de medidores de dependência viscosidade x pressão.
viscosidade são: Geralmente, a viscosidade é
1. medidor rotacional: o torque diretamente proporcional a densidade da
requerido para girar um disco ou um substância.
cilindro e a força requerida para mover
uma placa são função da viscosidade.
10.8. Viscosidade dos líquidos
São medidores apropriados para A viscosidade absoluta dos líquidos é
fluidos não newtonianos. Exemplos: inversamente proporcional a temperatura,
viscosímetro de Couette e o de ou seja, o aumento da temperatura diminui
Brookfield. a viscosidade dos líquidos.
2. medidor do fluxo através de uma Praticamente todos os líquidos se
restrição: inclui o viscosímetro que tornam mais finos (diminuem a
mede o tempo para um fluido passar viscosidade) com o aumento da
através de um orifício ou de um tubo temperatura e ficam mais grossos
capilar, e a queda de pressão através (aumentam a viscosidade) quando
do capilar em vazão constante. resfriados. Esta é a razão porque em
Exemplo: viscosímetro de Ostwald, de países frios, há dois tipos de óleo de
Poiseuille e o de Ford. motor, para o verão e para o inverno (SAE-
3. medidor da vazão em torno de 10, SAE 20). O óleo mais fino é usado no
obstruções: inclui a medição da queda frio, de modo que a queda da temperatura
vertical de uma esfera (medidor de que aumenta a viscosidade ainda o
Glen Creston) ou o rolamento de uma mantém no estado líquido. Já são
esfera num plano inclinado (medidor de disponíveis óleos com pequena variação
Hoeppler) ou a subida de uma bolha de

46
Instrumentação e Controle

de viscosidade com variação da viscosidade dos líquidos é insignificante.


temperatura: SAE 10W - 30. Pequena variação na viscosidade afeta
somente o numero de Reynolds, que, na
maioria dos casos, tem pequena influência
nos coeficientes da vazão. A equação de
Kouzel relaciona a viscosidade com a
pressão.

10.9. Viscosidade dos gases


A viscosidade absoluta dos gases e
vapores é diretamente proporcional a
temperatura. Este comportamento é oposto
ao dos líquidos. Porém, em pressões muito
elevadas, a viscosidade inverte; a
viscosidade é inversamente proporcional a
temperatura. O gás sob altíssima pressão
se comporta como líquido.
Fig. 2.33. Viscosidade dinâmica da água

Para a maioria dos materiais, a curva


viscosidade x temperatura é exponencial e
uma pequena variação de temperatura
pode provocar grande variação da
viscosidade. Há materiais que possuem
coeficientes de variação tão elevados
quanto 30%/oC. O formato exponencial da
curva viscosidade x temperatura torna a
compensação de temperatura uma tarefa
complexa e difícil de ser realizada. Talvez
a melhor solução é a colocação de um
sistema de controle de temperatura, que a
mantenha constante no processo em si ou Fig. 2.34. Viscosidade do ar
na obtenção da amostra a ser usada para
a medição da viscosidade.
Há tabelas, gráficos e ábacos que
relacionam a viscosidade com a Até a pressão de 1500 psia, as
temperatura. A partir destas curvas e de variações da viscosidade não afetam a
equações exponenciais pode-se extrapolar maioria das medições de vazão.
a viscosidade, ou seja, determinar a Adicionalmente, as vazões de gases se
viscosidade do fluido em determinada processam com elevadíssimos números de
temperatura a partir da viscosidade Reynolds, onde mesmo as grandes
conhecida em outra temperatura. variações da viscosidade não afetam a
A viscosidade absoluta dos líquidos é medição da vazão.
diretamente proporcional a pressão, ou
seja, o aumento da pressão aumenta a
viscosidade dos líquidos, porém, em menor
grau. Os líquidos mais compressíveis,
como os carboidratos leves, são mais
sensíveis a pressão.
Na maioria das aplicações da medição
de vazão, o efeito da pressão na

47
3
Controle Supervisório e
Aquisição de Dados
(SCADA)
microcomputador onde será rodado o
programa aplicativo para realizar o controle
supervisório do processo.
3. Controle Supervisório do Quando os dados são coletados a
Sistema de Aquisição de Dados grandes distâncias, eles são transferidos
através de fios físicos, por uma onda de
3.1. Introdução rádio freqüência portadora ou através de
Um sistema de aquisição de dados linha telefônica ou por uma combinação
coleta e armazena para uso futuro. Os qualquer destas três técnicas.
dados analógicos (corrente de 4 a 20 mA Estes dados estão agora disponíveis
cc, tensão de mV de células de carga, em um único local centralizado, e podem
tensão de termopares dos tipos J, K, R, S, ser indicados, registrados, totalizados,
T e B, resistências detectoras de analisados e alarmados.
temperatura, pulsos de turbinas medidoras É também desejável que o operador,
de vazão, freqüência de sinais de além de coletar os dados e saber os status
transmissores de vazão magnéticos, dos dispositivos remotos, possa atuar no
freqüências de medidores tipo vortex ou processo, abrindo e fechando válvulas
coriolis) são convertidos para a forma motorizadas, ligando e desligando motores
digital conveniente para ser usada dentro de bombas e compressores, enviando
do sistema digital de aquisição de dados. sinais analógicos para atuar em válvulas
São transferidos também os chamados de controle. Nestas aplicações, os sinais
sinais digitais, como protocolo HART, digitais do sistema de aquisição de dados
contatos secos de chaves e relés, pulsos devem ser convertidos de volta para a
binários. Atualmente, na maioria das forma analógica e aplicados a algum tipo
aplicações industriais, a aquisição de de atuador no processo.
dados é feita por controladores lógico Neste ponto, deve-se projetar e
programáveis (CLP), que possuem as construir equipamentos digitais que
interfaces de entrada e saída já executem todas estas tarefas. Este
padronizadas e com preço mais equipamento já existe, associado a
conveniente que as interfaces E/S do programas de computador aplicativos: é o
sistema digital de controle distribuído. Controle Supervisório e Aquisição de
Outro vantagem de se usar um CLP como Dados (SCADA).
sistema de coleta de dados é a facilidade
de driver de comunicação entre ele e o

48
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

3.2. Equipamento (Hardware) para diferentes tipos de alarme. No


A plataforma de operação do sistema diagrama do processo mostrado na tela do
de aquisição de dados e controle monitor do computador, as variáveis
supervisório é um microcomputador, alarmadas podem assumir diferentes
rodando um programa aplicativo. Através cores.
de configuração de telas, o operador pode Também no sistema, os status dos
selecionar através do teclado ou mouse do equipamentos podem ser definidos e
computador diferentes visões do processo, observados na tela do monitor. Assim, por
desde uma malha isolada até o processo exemplo, válvulas fechadas podem ser
completo (overview). representadas em vermelho, fechadas em
O monitor do computador irá substituir amarelo e em posições intermediárias, em
os painéis convencionais com botoeiras, verde.
instrumentos de display, anunciador de Tudo que era feito através da
alarme e painel sinóptico. As chaves liga e instrumentação convencional contínua
desliga e as botoeiras de partida e parada sendo feito, porém, o operador vê o
são substituídas por teclas ou são atuadas processo através de uma janela. Sua
através da tela especial (touch screen). interface para ver o que está ocorrendo é a
Tem-se agora chaves lógicas ou virtuais tela do monitor e sua interface para atuar
que funcionam exatamente como se no processo é o teclado do computador,
fossem reais. mouse, trackball (mouse com esfera) ou a
O monitor do computador substitui os própria tela do monitor se ela for sensível
instrumentos de display. Através do ao toque (touch screen).
programa de configuração, o operador Este sistema supervisório facilita muito
pode selecionar telas que apresentam os a vida do operador. Relatórios que
valores numéricos das variáveis de anteriormente eram escritos à mão agora
processo de diferentes modos, à sua são automaticamente impressos. A partir
escolha. Os valores podem aparecer ao do aperto de uma tecla, o operador pode
lado dos equipamentos associados. Por ter uma lista de todos os pontos que foram
exemplo, o nível do tanque pode ser alarmados nas últimas 24 horas de
apresentado em percentagem ao lado do operação.
desenho do tanque, a vazão que passa por Concluindo: um conjunto integrado de
uma tubulação pode ter o valor instantâneo sistema de aquisição de dados, programa
mostrado junto da tubulação, a de controle supervisório e um
temperatura de um reator pode ser microcomputador, pode ser uma alternativa
mostrada em diferentes posições, em econômica para um Sistema Digital de
valores digitais. Através da configuração Controle Distribuído. Por causa de suas
de tela, os instrumentos virtuais podem se limitações de desempenho e conveniência
parecer com instrumentos convencionais, geral apresentadas por um sistema com
com escala analógica (gráfico de barras microcomputador, estas aplicações são
simula a escala analógica), com botões, idéias para processos onde o custo é
chaves seletoras e chaves de atuação. crítico e o controle é simples. Este conceito
A totalização da vazão ou de outra certamente cria a expectativa e a visão do
variável (por exemplo, tempo acumulado futuro para aplicações abertas. Mesmo
de operação de motor de bomba) pode ser com suas limitações, o sistema pode ter ou
apresentada na tela do monitor, em fazer:
tamanho e cor definidos pelo usuário. 1. gerenciamento de banco de dados
O anunciador de alarme é eliminado e relacional,
agora os alarmes são listados pelo 2. pacote de planilha de cálculo
computador, mostrados na tela do monitor 3. capacidade de controle estatístico
ou impressos em papel, se necessário. O de processo
alarme sonoro contínua existindo. O 4. processador de texto
usuário pode definir um código de cores 5. gerenciamento de display orientado
para objeto

49
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

6. estação de trabalho orientada para amperagem, densidade, pressão, de vários


janela pontos ao longo do oleoduto.
7. troca de informações com outros Fig. 1. Operação típica da Estação de
sistemas da planta Trabalho do Centro de Controle: os
8. comunicação com outros sistemas monitores fornecem informações precisas
digitais, como controlador lógico sobre o estado do oleoduto
programável, controlador digital
single loop, sistema de monitoração
de máquinas rotativas, sistema de
análise da planta
9. interoperabilidade entre outras
plataformas digitais disparatadas.

3.3. Programa Aplicativo (Software)


A operação de selecionar uma malha,
iniciar uma entrada de dados, atuar em
determinado dispositivo remoto, apresentar
uma lista de alarmes não é feita
milagrosamente, mas deve ser prevista e
programada. Para facilitar as coisas, são
disponíveis vários programas aplicativos
no mercado, para que usuário realize seu
controle, sendo os mais conhecidos:
Intouch, da Wonderware
FicsDmacs, da Intellution
Oasys, da Valmet Fig. 3.1. Estação de operação SCADA
Wizcon, da Wizcon
Elipse, da Elipse Software Os sete componentes interconectados
RSView, da Allen-Bradley de um sistema de controle de oleoduto
Aimax, da Smar típico são:
1. Operador do centro de controle
2. Nível do Centro de Controle ("Host")
2. SCADA de um oleoduto 3. Terminais de Comunicações (CFE)
4. Comunicação de dados
Quando um operador de petróleo emite 5. Unidade Terminal Remota (RTU)
um comando a partir do centro de controle, 6. Controladores lógicos programáveis
uma série de comandos precisos vai da (CLPs), módulos de entrada/saída
estação de trabalho do operador, (I/O) e Interface homem-máquina
passando por uma série de subsistemas e (IHM)
chegando até um dispositivo que responde 7. Instrumentação e equipamentos.
ao comando. Então, depois do dispositivo
ter realizado o comando, sensores locais
monitoram o equipamento e enviam dados
de volta para o operador no centro de
controle. O hardware e o software que
ligam o operador ao equipamento do
oleoduto são denominados Sistema
Supervisor de Controle e Aquisição de
Dados (SCADA). O sistema SCADA
permite ao operador controlar dispositivos,
tais como bombas e válvulas e monitorar
dados, tais como temperatura,

50
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

Figura 3.3. Tela em formato Linear

A Figura 3 ilustra uma das telas que um


operador do centro de controle usa. Esta
tela lista as estações de bombeamento
(verticalmente em ambos os lados,
esquerdo e direito da tela), pressões
(RMS, HLD, SUC, DISC, RMD), ponto de
ajustes (SSP, DSP), head (LD), vazão
(FLW), estado da bomba (1, 2, 3) e
densidade do produto (GRV).
Figura 3.2. Sistema SCADA típico para
Controle do Oleoduto

2.1. Operador do centro de controle


Monitores de vídeo mostram
informações e o estado do sistema usando
a interface gráfica do usuário (GUI -
Graphical User Interface). O operador
emite comandos usando o mouse para
apontar porções específicas da GUI. Por
exemplo, para dar a partida de uma
bomba, o operador posiciona a seta do
mouse (cursor) sobre o símbolo daquela
Figura 3.4. Tela do Perfil Hidráulico
bomba específica e seleciona um painel de
execução.
A tela mostrada na Fig. 4 fornece ao
Há várias telas diferentes às quais o
operador informações sobre escoamento,
operador pode ter acesso. Cada uma
pressão (head), elevação, e na parte
apresenta informações diferentes, ou a inferior da tela, as bateladas de produto no
informação em formatos diversos (digital oleoduto.
ou linear).

51
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

controlar válvulas
2.2. Nível do centro de controle fornecer dados operacionais brutos
(HOST) e em escala
O hardware e o software que ficam no assegurar um ambiente operacional
topo da hierarquia do SCADA são seguro, executando
denominados de forma global de Nível do independentemente os
Centro de Controle. Todas as estações de procedimentos de parada de
trabalho e seus softwares trabalham emergência se necessário
juntamente com o nível do Centro de Localizado no CLP estão os
Controle do sistema de controle do módulos de entrada/saída (1/0). O
oleoduto. O elemento chave no Nível do módulo I/O realiza o trabalho físico de
Centro de Controle de Operação do executar os comandos. Uma interface
sistema é o software, um conjunto de homem - máquina (IHM) permite o
programas que funcionam juntos para controle local da estação quando
reunir e mostrar os dados do campo e para necessário.
controlar as bombas e as válvulas.
2.5. Instrumentação e equipamentos
2.3. Comunicações Os instrumentos do oleoduto medem as
O sistema de comunicação liga o nível condições nas quais se encontra o
do centro de controle com as localizações oleoduto e transmitem estes dados de
remotas. O terminal de comunicação (CFE) volta para o operador no centro de
é um microprocessador instalado no centro controle. Os instrumentos incluem
de controle. Seu objetivo é coordenar e transdutores de pressão, medidores,
organizar a comunicação do Centro de dispositivos de detecção de fogo e gás
Controle para as estações. A rede de combustível, densímetros e termômetros.
comunicação de dados usa uma Os equipamentos de campo são as
combinação de conexões de comunicação, máquinas que efetivamente exercem um
linhas telefônicas, e hardware impacto físico sobre o escoamento dos
especializado para realizar os comandos líquidos através do oleoduto. Os
do operador a partir da CFE para a equipamentos chave de campo são as
estação e o equipamento que estão sendo bombas e as válvulas.
controlados.

2.4. Estação de operação


Quando os comandos do operador
chegam a uma localização remota, o
sistema aciona dispositivos, controladores
e/ou programas, dependendo do comando
emitido. Estes dispositivos, controladores,
e/ou programas executam os comandos
para os equipamentos que estão sendo
controlados e passam a informação de
volta para o operador para monitoramento
da operação.
A unidade terminal remota (RTU)
recebe o comando e o envia para um
controlador, depois para um dispositivo de
entrada/saída, controlando o determinado
equipamento. O nível seguinte na estação
é o controlador lógico programável (CLP).
O CLP é um computador projetado para
controlar bombas

52
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

e o pessoal de manutenção necessitam


saber a causa exata de alarme para que
4. Alarmes possam ser tomadas medidas apropriadas.
Poderia ser benéfico para Você saber a
4.1. Alarmes da estação e de campo causa do alarme uma vez que é
No centro de controle, necessita-se ter responsável por chamar alguém, mas em
informações a respeito de cada estação no virtude das limitações de tempo de
oleoduto. O operador de estação necessita processamento e largura de banda, não é
ter informações a respeito de cada válvula, viável encaminhar para o centro de
medidor, e o controle de energia para cada controle todos os alarmes.
oleoduto que entra na estação. Existem também alarmes que você vê
na sala de controle, e que o operador de
estação não vê. Os alarmes que tratam de
advertências remotas de sucção (SRW) e
o Monitor de Pressão de Linha, por
exemplo, são vistos unicamente no centro
de controle. Não são percebidos tais
alarmes a nível de Estação.

Fig. 3.5. Comandos e alarmes no sistema

Alguns locais são também estações


terminais, pelo que poderiam existir tarefas
suplementares a serem realizadas. Assim
sendo, os operadores de estação e os
operadores dos centros de controle têm
objetivos ligeiramente diferentes. Existe,
contudo, alguma necessidade evidente de
superposição, uma vez que todo o mundo
tem em vista o mesmo objetivo, operar o
oleoduto em segurança.
Falhando algo a nível de estação, por
exemplo, os operadores de estação Figura 3.6: Alarmes no sistema
necessitam saber a causa exata do defeito
para que possa notificar prontamente o
pessoal de manutenção apropriado. No
centro de controle, você necessita saber
que ou a estação ou as bombas não estão
disponíveis para o uso.
Outro exemplo poderia ser o alarme de
Defeito de Estação. Esse alarme é
iniciado a nível de Estação em virtude de
diversas condições. O operador de estação

53
Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA)

importante saber a diferença entre um e


4.2. Alarmes e desarmes outro.
Ocorrendo determinados alarmes, você
Paradas da bomba com rearme
necessitará entrar em contato com o
automático
operador de estação. Ao se conversar com
A parada com Rearme Automático
ele, poderão surgir referências a alarmes
significa que você pode re-ligar uma
ou desarmes (trips). Existem a nível de bomba parada mediante uma seqüência de
estação tanto alarmes como alarmes com parada com rearme automático tão logo se
desligamento. De maneira típica, no
apague o alarme que originou a ação.
campo, todos eles são chamados alarmes.
Saberá ao se limpar o alarme, porque irá
No centro de controle, não existe diferença
receber outro alarme que lhe avisa do fato.
entre um alarme e um desligamento. Além do mais, quando o centro de
Todos eles aparecem na tela de alarmes. controle ou ao sistema local envia um
O alarme de Problema na Estação,
comando de Parar Bomba, isto ativa o
por exemplo, é um alarme dirigido para o
circuito de parada automática de bomba na
SCADA assim como emitido a nível de
CLP e desliga a bomba. As paradas desse
campo, mas não ativa automaticamente
tipo se denominadas comandos de
qualquer tipo de desligamento. Por outro pulsação no CLP Isto significa que o
lado, um alarme de Defeito de Selo de circuito de parada automática é ativado
Bomba é considerado uma condição de
durante um curto período apenas.
desligamento e fará com que a bomba seja
travada e pare automaticamente. Paradas com travamento da bomba
A parada com travamento é um
comando para o CLP de tipo diferente. Ao
se ativar o circuito de travamento, a bomba
para e a situação de travamento lhe é
comunicada através do sistema SCADA. O
circuito de travamento fica em atividade até
que alguém no campo o rearme
MANUALMENTE, depois de se ter
apagado o alarme que iniciou a ação. É tão
somente depois do rearme manual que se
pode ligar novamente a bomba.
Uma bomba pode ser travada em
virtude de diversas condições de proteção
de bomba ou mediante uma condição
relacionada com a estação. Uma condição
de Incêndio em Bomba, por exemplo,
trava todas as bombas e não apenas
aquela em que o incêndio foi detectado.
Fig. 3.7. Alarme e desarme
Outro exemplo seria o alarme de Alto
Nível de Líquido no Poço. Esse é um
alarme de estação, mas que trava todas as
4.3. Seqüências de alarme bombas.
Muitos dos alarmes fazem com que a
bomba pare. Ao se efetuar essa operação,
a parada poderá ter lugar de duas
maneiras diferentes, quais sejam: uma
parada com rearme automático ou uma
parada com travamento. Esses dois tipos
de paradas podem afetar as suas
operações com o oleoduto, de modo que é
Apostila DOC\Oleoduto Proteção Estações.doc 17 DEZ 01

54
4
Metrologia

1. Introdução 1.1. Técnicas


Esta classe inclui as medições feitas
Metrologia é a ciência das medições para garantir a compatibilidade
com precisão. Como tal, ela abrange todas dimensional, conformação a
as disciplinas científicas. A palavra especificações de projeto necessárias para
metrologia é derivada de duas palavras uma função apropriada ou em geral, todas
gregas: µετρολολογοσ: metro que significa as medições feitas para garantir
medição e logia que significa ciência. O adequação para uso pretendido de algum
termo é usado em um sentido mais restrito objeto.
para significar a porção da ciência da
medição usada para fornecer, manter e 1.2. Legal
disseminar um conjunto consistente de Esta classe inclui as medições feitas
unidades, para fornecer suporte para o para garantir cumprimento da lei ou
cumprimento de igualdade no comércio por regulação. Esta classe se refere a
leis de pesos e medidas ou para fornecer instituições de pesos e medidas,
dados para controlar qualidade em inspetores e aqueles que devem fazer
processos. cumprir as leis. As medições são idênticas
Uma medição é uma série de em espécie às da metrologia técnica mas
manipulações de objetos ou sistemas são revestidas de uma estrutura mais
físicos de acordo com um protocolo formal.
definido que resulta em um número. O
número é reportado para representar 1.3. Científica
unicamente a magnitude ou intensidade de Esta classe inclui as medições feitas
alguma satisfação de que depende as para validar teorias da natureza do
propriedades do objeto sob teste. Este universo ou para sugerir novas teorias.
número é desenvolvido para formar a base Estas medições, que podem ser chamadas
de uma decisão afetando algum objetivo de metrologia científica apresentam
humano ou satisfazendo alguma problemas especiais.
necessidade humana, a satisfação de que
depende das propriedades do objetivo sob
teste.
Estas necessidades requerem três
classes gerais de medição:
1. Tecnicas
2. Legais
3. Científicas

55
Metrologia

Fig. 4.1. Relações das unidades SI com nomes (NIST, Pub. LC-1132)

56
Metrologia

independente se ela é mecânica, elétrica,


química, ou termal. Joule é unidade de
2. Sistema Internacional (SI) energia elétrica, mecânica, calorífica ou
química.
2.1. Introdução
Poucas Unidades de base
Unidade é uma quantidade
As sete unidades de base são
precisamente estabelecida, em termos da
separadas e independentes entre si, por
qual outras quantidades da mesma
definição e realização.
natureza podem ser estabelecidas. Para
cada dimensão há uma ou mais Unidades com tamanhos razoáveis,
quantidades de referência para descrever Os tamanhos das unidades evitam a
quantitativamente as propriedades físicas complicação do uso de prefixos de
de algum objeto ou material. Por exemplo, múltiplos e submúltiplos.
a dimensão de comprimento pode ser
Completo
medida em unidades de kilômetro, metro,
O SI é completo e pode se expandir
centímetro, pé ou a distância entre o nariz
indefinidamente, incluindo nomes e
e a ponta do dedo de uma pessoa. A
símbolos de unidades de base e derivadas
dimensão do tempo pode ser medida em
e prefixos necessários.
unidades segundos, minutos, horas, dias,
meses, anos. Simples e preciso,
Em 1960, a 11a CGPM deu O SI é simples, de modo que cientistas,
formalmente o nome de Systeme engenheiros e leigos podem usá-lo e ter
International d'Unites, simbolizado como SI noção das ordens de grandeza envolvidas.
(Sistema Internacional) e o estabeleceu Não possui ambigüidade entre nomes de
como padrão universal de unidades de grandezas e de unidades.
medição. SI é um símbolo e não a Não degradável
abreviatura de Sistema Internacional e por O SI não se degrade, de modo que as
isso é errado escrever S.I., com pontos. mesmas unidades são usadas ontem, hoje
e amanhã.
2.2. Características
O SI é um sistema de unidades com as Universal
seguintes características desejáveis: Os símbolos e nomes de unidades
formam um único conjunto básico de
Coerente padrões conhecidos, aceitos e usados no
Ser coerente significa que o produto ou mundo inteiro.
o quociente de quaisquer duas unidades é
a unidade da quantidade resultante. Por Conclusão
exemplo, o produto da força de 1 N pelo O SI oferece várias vantagens nas
comprimento de 1 m é 1 J de trabalho. áreas de comércio, relações internacionais,
ensino e trabalhos acadêmicos e
Decimal, pesquisas científicas. Atualmente, mais de
No sistema decimal, todos os fatores 90% da população do mundo vive em
envolvidos na conversão e criação de países que usam correntemente ou estão
unidades são somente potências de 10. No em vias de mudar para o SI. Os Estados
SI, as únicas exceções se referem às Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova
unidades de tempo baseadas no Zelândia, África do Sul adotaram
calendário, onde se tem legalmente o SI. Também o Japão e a
1 dia 24 horas China estão atualizando seus sistemas de
1 hora 60 minutos medidas para se conformar com o SI.
1 minuto 60 segundos A utilização do SI é recomendada pelo
Único, BIPM, ISO, OIML, CEI e por muitas outras
No sistema, há somente uma unidade organizações ligadas à normalização,
para cada tipo de quantidade física, metrologia e instrumentação.

57
Metrologia

2.3. Política IEEE e SI espessura da folha de papel, 0,1


A política (Policy 9.20) adotada pelo milímetros (0,1 mm).
IEEE (Institute of Electrical and Electronics Os prefixos para as unidades SI são
Engineers). A política de transição para as usados para formar múltiplos e
unidades SI começou em 01 JAN 96, submúltiplos decimais das unidades SI.
estágio 1, que requer que todas as normas Deve-se usar apenas um prefixo de
novas e revisões submetidas para cada vez. O símbolo do prefixo deve
aprovação devem ter unidades SI. ser combinado diretamente com o
No estágio 2, a partir de 01 JAN 98, símbolo da unidade.
dá-se preferencia às SI. A política não
aprova a alternativa de se colocar a Tab. 1 - Múltiplos e Submúltiplos
unidade SI seguida pela unidade não SI Prefixo Símbolo Fator de 10
em parêntesis, pois isto torna mais yotta Y +24
difícil a leitura do texto. É recomendável zetta Z +21
usar notas de rodapé ou tabelas de exa E +18
conversão. peta P +15
No estágio 3, para ocorrer após 01 JAN tera T +12
2000, propõe-se que todas as normas giga G +9
novas e revistas devem usar mega** M +6
obrigatoriamente unidades SI. AS unidades kilo** k +3
não SI só podem aparecer em notas de hecto* H +2
rodapé ou em anexos informativos. deca* da +1
Foram notadas três exceções: deci* d -1
1. Tamanhos comerciais, como séries centi* c -2
de bitola de fios AWG e conexões mili** m -3
baseadas em polegadas, não precisam micro** µ -6
ser transformados em termos SI. nano n -9
2. Soquetes e plugs pico p -12
3. Quando houver conflitos com femto f -15
normas ou práticas de indústria atto a -18
existentes, deve haver uma avaliação zepto z -21
individual e aprovado temporariamente yocto y -24
pelo IEEE.
A implementação do plano não requer
que os produtos já existentes, com Observações
* Exceto para o uso não técnico de centímetro e em
parâmetros em unidades não SI, sejam medidas especiais de área e volume, devem-se evitar estes
substituídos por produtos com parâmetros prefixos.
em unidades SI. ** Estes prefixos devem ser os preferidos, por terem
potências múltiplas de 3
2.4. Múltiplos e Submúltiplos
Como há unidades muito pequenas e
muito grandes, elas devem ser modificadas
por prefixos fatores de 10. Por exemplo, a
distância entre São Paulo e Rio de Janeiro
expressa em metros é de 4 x 109 metros. A
espessura da folha deste livro é cerca de 1
x 10-7 metros. Para evitar estes números
muito grandes e muito pequenos,
compreensíveis apenas para os cientistas,
usam-se prefixos decimais às unidades SI.
Assim, a distância entre São Paulo e Rio
se torna 400 kilômetros (400 km) e a

58
Metrologia

3.2.Maiúsculas ou Minúsculas
3. Estilo e Escrita do SI Os nomes das unidades SI, incluindo
os prefixos, devem ser em letras
3.1. Introdução minúsculas quando escritos por extenso,
exceto quando no início da frase. Os
O SI é uma linguagem internacional da nomes das unidades com nomes de gente
medição. O SI é uma versão moderna do devem ser tratados como nomes comuns e
sistema métrico estabelecido por acordo também escritos em letra minúscula.
internacional. Ele fornece um sistema de Quando o nome da unidade fizer parte de
referência lógica e interligado para todas um título, escrever o nome das unidades SI
as medições na ciência, indústria e do mesmo formato que o resto do título.
comércio. Para ser usado sem Exemplos:
ambigüidade por todos os envolvidos, ele A corrente é de um ampère.
deve ter regras simples e claras de escrita. A freqüência é de 60 hertz.
Parece que o SI é exageradamente A pressão é de 15,2 kilopascals.
rigoroso e possui muitas regras
relacionadas com a sintaxe e a escrita dos Temperatura
símbolos, quantidades e números. Esta No termo grau Celsius, grau é
impressão é falsa, após uma análise. Para considerado o nome da unidade e Celsius
realizar o potencial e benefícios do SI, é é o modificador da unidade. O grau é
essencial evitar a falta de atenção na sempre escrito em letra minúscula, mas
escrita e no uso dos símbolos Celsius em maiúscula. O nome de unidade
recomendados. de temperatura no SI é o kelvin, escrito em
Os principais pontos que devem ser letra minúscula. Mas quando se refere à
lembrados são: escala, escreve-se escala Kelvin. Antes de
1. O SI usa somente um símbolo para 1967, se falava grau Kelvin, hoje, o correto
qualquer unidade e somente uma é kelvin. Exemplos:
unidade é tolerada para qualquer A temperatura da sala é de 25 graus
quantidade, usando-se poucos nomes. Celsius.
2. O SI é um sistema universal e os A temperatura do objeto é de 303
símbolos são usados exatamente da kelvin.
mesma forma em todas as línguas, de A escala Kelvin é defasada da Celsius
modo análogo aos símbolos para os de 273,15 graus
elementos e compostos químicos. Símbolos
3. Para o sucesso do SI deve-se evitar a Símbolo é a forma curta dos nomes das
tentação de introduzir novas mudanças unidades SI e dos prefixos. É incorreto
ou inventar símbolos. Os símbolos chamá-lo de abreviação ou acróstico. O
escolhidos foram aceitos símbolo é invariável, não tendo plural,
internacionalmente, depois de muita modificador, índice ou ponto.
discussão e pesquisa. Deve-se manter a diferença clara entre
Serão apresentadas aqui as regras os símbolos das grandezas, das unidades
básicas para se escrever as unidades SI, e dos prefixos. Os símbolos das grandezas
definindo-se o tipo de letras, pontuação, fundamentais são em letra maiúscula. Os
separação silábica, agrupamento e seleção símbolos das unidades e dos prefixos
dos prefixos, uso de espaços, vírgulas, podem ser de letras maiúsculas e
pontos ou hífen em símbolos compostos. minúsculas. A importância do uso preciso
Somente respeitando-se estes princípios de letras minúsculas e maiúsculas é
se garante o sucesso do SI e se obtém um mostrada nos seguintes exemplos:
conjunto eficiente e simples de unidades. G para giga; g para grama
No Brasil, estas recomendações estão K para kelvin, k para kilo
contidas na Resolução 12 (1988) do N para newton; n para nano
Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial.

59
Metrologia

T para tera; t para tonelada e T para a complexo. Nos outros casos, usar o nome
grandeza tempo. da unidade. Não misturar símbolos e
S para siemens, s para segundo nomes de unidades por extenso.
M para mega e M para a grandeza Exemplo correto: O comprimento foi
massa medido em metros; a medida foi de 6,1 m.
P para peta e Pa para pascal e p para Exemplo incorreto: O comprimento foi
pico medido em m; a medida foi de 6,1 metros.
L para a grandeza comprimento e L
Símbolos em títulos
para a unidade litro.
Os símbolos de unidades não devem
m para mili e m para metro
ser usados em letra maiúscula, como em
H para henry e Hz para hertz
título. Quando for necessário, deve-se usar
W para watt e Wb para weber
o nome da unidade por extenso, em vez de
Os símbolos são preferidos quando as
seu símbolo.
unidades são usadas com números, como
Correto: ENCONTRADO PEIXE DE
nos valores de medições. Não se deve
200 KILOGRAMAS
misturar ou combinar partes escritas por
Incorreto: ENCONTRADO PEIXE DE
extenso com partes expressas por
200 KG
símbolo.
Símbolo e início de frase
Letra romana para símbolos
Não se deve começar uma frase com
Quase todos os símbolos SI são
um símbolo, pois é impossível conciliar a
escritos em letras romanas. As duas
regra de se começar uma frase com
únicas exceções são as letras gregas µ (mi maiúscula e de escrever o símbolo em
) para micro (10-6) e Ω (ômega) para ohm, minúscula.
unidade de resistência. Exemplo correto: Grama é a unidade
Nomes dos símbolos em letra comum de pequenas massas.
minúscula Exemplo incorreto: g é a unidade de
Símbolos de unidades com nomes de pequenas massas.
pessoas tem a primeira letra maiúscula. Os Prefixos
outros símbolos são escritos com letras Todos os nomes de prefixos de
minúsculas, exceto o símbolo do litro que unidades SI são em letras minúsculas
pode ser escrito também com letra quando escritos por extenso em uma
maiúscula (L), para não ser confundido sentença. A primeira letra do prefixo é
com o número 1. Exemplos: escrita em maiúscula apenas quando no
A corrente é de 5 A. início de uma frase ou parte de um título.
O comprimento da corda é de 6,0 m. No caso das unidades de massa,
O volume é de 2 L. excepcionalmente o prefixo é aplicado à
Símbolos com duas letras grama e não ao kilograma, que já possui o
Há símbolos com duas letras, onde prefixo kilo. Assim, se tem miligrama (mg)
somente a primeira letra deve ser escrita e não microkilograma (µkg); a tonelada
como maiúscula e a segunda deve ser corresponde a megagrama (Mg) e não a
minúscula. Exemplos: kilokilograma (kkg).
Hz é símbolo de hertz, H é símbolo de Aplica-se somente um prefixo ao nome
henry. da unidade. O prefixo e a unidade são
Wb é símbolo de weber, W é símbolo escritos juntos, sem espaço ou hífen entre
de watt. eles.
Pa é símbolo de pascal, P é prefixo Os prefixos são invariáveis.
peta (1015) Exemplo correto:
O comprimento é de 110 km
Uso do símbolo e do nome
Deve-se usar os símbolos somente
quando escrevendo o valor da medição ou
quando o nome da unidade é muito

60
Metrologia

Exemplos incorretos: 3.4. Plural


O comprimento da estrada é de 110km.
O comprimento da estrada é de 110 kms. Nomes das unidades com plural
Quando escrito por extenso, o nome da
O comprimento da estrada é de 110-km.
unidade métrica admite plural,
O comprimento da estrada é de 110 k m.
adicionando-se um s, for
O comprimento da estrada é de 110 Km.
1. palavra simples. Por exemplo:
3.3. Pontuação ampères, candelas, joules, kelvins,
kilogramas, volts.
Ponto 2. palavra composta em que o elemento
Não se usa o ponto depois do símbolo complementar do nome não é ligado
das unidades, exceto no fim da sentença. por hífen. Por exemplo: metros
Pode-se usar um ponto ou hífen para quadrados, metros cúbicos, unidades
indicar o produto de dois símbolos, porém, astronômicas, milhas marítimas.
não se usa o ponto para indicar o produto 3. termo composto por multiplicação,
de dois nomes. em que os componentes são
Exemplos corretos (incorretos): independentes entre si. Por exemplo:
O cabo de 10 m tinha uma massa de ampères-horas, newtons-metros,
20 kg. watts-horas, pascals-segundos.
(O cabo de 10 m. tinha uma massa de Valores entre +1 e -1 são sempre
20 kg..) singulares. O nome de uma unidade só
A unidade de momentum é o newton passa ao plural a partir de dois (inclusive).
metro A medição do valor zero fornece um
(A unidade de momentum é o newton. ponto de descontinuidade no que as
metro) pessoas escrevem e dizem. Deve-se usar
A unidade de momentum é o produto a forma singular da unidade para o valor
N.m
zero. Por exemplo, 0 oC e 0 V são
A unidade de momentum é o produto
reconhecidamente singulares, porém, são
N-m
lidos como plurais, ou seja, zero graus
Marcador decimal Celsius e zero volts. O correto é zero grau
No Brasil, usa-se a vírgula como um Celsius e zero volt.
marcador decimal e o ponto como Exemplos:
separador de grupos de 3 algarismos, em 1 metro 23 metros
condições onde não se quer deixar a 0,1 kilograma 1,5 kilograma
possibilidade de preenchimento indevido. 34 kilogramas 1 hertz
Quando o número é menor que um, 60 hertz 1,99 joule
escreve-se um zero antes da vírgula. Nos -4 4,8 metros por segundo
8 x 10 metro
Estados Unidos, usa-se o ponto como
marcador decimal e a virgula como Nomes das unidades sem plural
separador de algarismos. Certos nomes de unidades SI não
Exemplo (Brasil) possuem plural por terminarem com s, x ou
A expressão meio metro se escreve z. Exemplos: lux, hertz e siemens.
0,5 m. Certas partes dos nomes de unidades
O valor do cheque é de compostas não se modificam no plural por:
R$2.345.367,00 1. corresponderem ao denominador de
unidades obtidas por divisão. Por
Exemplo (Estados Unidos) exemplo, kilômetros por hora, lumens
A expressão meio metro se escreve: por watt, watts por esterradiano.
0.5 m. 2. serem elementos complementares de
O valor do cheque é de nomes de unidades e ligados a eles
US$2,345,367.00 por hífen ou preposição. Por
exemplo, anos-luz, elétron-volts,
kilogramas-força.

61
Metrologia

Símbolos respectivas unidades devem ser colocadas


Os símbolos das unidades SI não tem no cabeçalho das tabelas. Por exemplo,
plural. uma tabela típica de dados relacionados
Exemplos: com algumas propriedades do vapor pode
2,6 m 1m ser escrita como:
0,8 m -30 oC
Tab.3. Variação da temperatura e volume
0 oC 100 oC
específico com a pressão para a água pura
3.5. Agrupamento dos Dígitos Pressão, Temperatura, T Volume, V
P K m3/kg
Numerais
Todos os números são constituídos de kPa
dígitos individuais, entre 0 e 9. Os números 50,0 354,35 3,240 1
são separados em grupos de três dígitos, 60,0 358,95 2,731 7
em cada lado do marcador decimal 70,0 362,96 2,364 7
(vírgula). 80,0 366,51 2,086 9
Não se deve usar vírgula ou ponto para
separar os grupos de três dígitos. Normalmente, em tabelas ou listagens,
Deve-se deixar um espaço entre os todos os números usam agrupamentos de
grupos em vez do ponto ou vírgula, três dígitos e espaços. Adotando este
para evitar a confusão com os formato, se diminui a probabilidade de
diferentes países onde o ponto ou erros.
vírgula é usado como marcador A primeira linha da tabela significa
decimal. pressão P = 50,0 kPa
Não deixar espaço entre os dígitos e o temperatura T = 354,35 K
marcador decimal. Um número deve ser volume específico V = 3,240 1 m3/kg
tratado do mesmo modo em ambos os
Gráficos
lados do marcador decimal.
Os números colocados nos eixos do
gráficos (abscissa e ordenada) são puros
Exemplos:
ou adimensionais. As unidades e símbolos
Correto Incorreto das quantidades correspondentes são
colocadas nos eixos, uma única vez.
23 567 23.567
567 890 098 567.890.098 O gráfico da tabela anterior fica assim
34,567 891 34,567.891
345 678,236 89 345.678,236.89
345 678,236 89 345 678,23 689

Números de quatro dígitos


Os números de quatro dígitos são
considerados de modo especial e
diferente dos outros. No texto, todos os
números com quatro ou menos dígitos
antes ou depois da vírgula podem ser
escritos sem espaço.
Exemplos:
1239 1993
1,2349 2345,09
1234,5678 1 234,567 8
Tabelas Fig. 4.2. Variação da temperatura e volume
As tabelas devem ser preenchidas com com a pressão
números puros ou adimensionais. As suas

62
Metrologia

Produtos, quocientes e por


Números especiais
Deve-se evitar confusão,
Há certos números que possuem
principalmente em números e unidades
regras de agrupamento especificas.
compostos envolvendo produto (.) e
Números envolvendo números de peça,
divisão (/) e por . O bom senso e a clareza
documento, telefone e dinheiro, que não
devem prevalecer no uso de hífens nos
devem ser alterados, devem ser escritos
modificadores.
na forma original. Vírgulas, espaços,
barras, parêntesis e outros símbolos Símbolos algébricos
aplicáveis podem ser usados para Deve-se deixar um espaço de cada
preencher os espaços e evitar fraudes. lado dos sinais de multiplicação, divisão,
Exemplos: soma e subtração e igualdade. Isto não se
R$ 21.621,90 dinheiro (real) aplica aos símbolos compostos que usam
16HHC-656/9978 número de peça os sinais travessão (/) e ponto (.).
610.569.958-15 CPF Não se deve usar nomes de unidades
(071) 359-3195 telefone por extenso em equações algébricas e
aritméticas; usam-se os símbolos.
3.6. Espaçamentos Exemplos:
Múltiplos e submúltiplos 4 km + 2 km = 6 km
Não se usa espaço ou hífen entre o 6N x 8 m = 48 N.m
prefixo e o nome da unidade ou entre o 26 N : 3 m2 = 8,67 Pa
prefixo e o símbolo da unidade. Por 100 W : (10 m x 2 K) = 5 W/(m.K)
exemplo, 10 kg/m3 x 0,7 m3 = 7 kg
kiloampère, kA 15 kW.h
milivolt, mV
megawatt, MW 3.7. Índices
Valor da medição da unidade Símbolos
A medição é expressa por um valor São usados índices numéricos (2 e 3)
numérico, uma unidade, sua incerteza e os para indicar quadrados e cúbicos. Não se
limites de probabilidade. O valor é deve usar abreviações como qu., cu, c.
expresso por um número e a unidade pode Quando se escrevem símbolos para
ser escrita pelo nome ou pelo símbolo. unidades métricas com expoentes, como
Deve-se deixar um espaço entre o número metro quadrado, centímetro cúbico, um por
e o símbolo ou nome da unidade. Os segundo, escrever o índice imediatamente
símbolos de grau, minuto e segundo são após o símbolo.
escritos sem espaço entre os números e Exemplos:
os símbolos. Exemplos:
10 metros quadrados = 10 m2
670 kHz 670 kilohertz
20 mm 10 N 14 centímetros cúbicos = 14 cm3
36’ 36 oC 1 por segundo = s-1

Modificador da unidade Nomes de unidades


Quando uma quantidade é usada como Quando se escrevem unidades
adjetivo, pode-se usar um hífen entre o compostas, aparecem certos fatores com
valor numérico e o símbolo ou nome. Não quadrado e cúbico. Quando aplicável,
se deve usar hífen com o símbolo de deve-se usar parêntesis ou símbolos
exclusivos para evitar ambigüidade e
ângulo (o) ou grau Celsius (oC). Exemplos:
confusão.
Pacote de 5-kg.
Por exemplo, para kilograma metro
Filme de 35-mm.
quadrado por segundo quadrado, o
Temperatura de 36 oC
símbolo correto é kg.m2/s2. Seria incorreto
interpretar como (kg.m)2/s2 ou (kg.m2/s)2

63
Metrologia

3.8. Unidades Compostas 7. Deve-se usar somente símbolos


As unidades compostas são derivadas aceitos das unidades SI. Por
como quocientes ou produtos de outras exemplo, o símbolo correto para
unidades SI. kilômetro por hora é km/h. Não usar
As regras a serem seguidas são as k.p.h., kph ou KPH.
seguintes: 8. Não se usa mais de uma barra (/) em
1. Não se deve misturar nomes qualquer combinação de símbolos, a
extensos e símbolos de unidades. não ser que haja parêntesis
Não usar o travessão (/) como separando as barras. Como
substituto de por, quando escrevendo exemplos, escrever m/s2 e não
os nomes por extenso. Por exemplo, m/s/s; escrever W/(m.K) ou (W/m)/K
o correto é kilômetro por hora ou e não (W/m/K.
km/h. Não usar kilômetro/hora ou km 9. Para a maioria dos nomes derivados
por hora. como um produto, na escrita do
2. Deve-se usar somente um por em nome por extenso, usa-se um espaço
qualquer combinação de nomes de ou um hífen para indicar a relação,
unidades métricas. A palavra por mas nunca se usa um ponto (.).
denota a divisão matemática. Não se Algumas unidades compostas podem
usa por para significar por unidade ser escritas como uma única palavra,
ou por cada (além do cacófato). Por sem espaço ou hífen. Por exemplo, a
exemplo, a medição de corrente de unidade de momento pode ser
vazamento, dada em microampères escrita como newton metro ou
por 1 kilovolt da voltagem entre newton-metro e nunca newton.metro.
fases, deveria ser escrita em Também, é correto escrever watt
microampères por cada kilovolt da hora, watt-hora ou watthora, mas é
voltagem entre fases. No SI, 1 mA/kV incorreto watt.hora.
é igual a 1 nanosiemens (nS). Outro 10. Para símbolos derivados de
exemplo, usa-se metro por segundo produtos, usa-se um ponto (.) entre
quadrado e não metro por segundo cada símbolo individual. Não usar o
por segundo. ponto (.) como símbolo de
3. os prefixos podem coexistir num multiplicação em equações e
símbolo composto por multiplicação cálculos. Exemplos:
ou divisão. Por exemplo, kN.cm, N.m (newton metro)
kΩ.mA, kV/mm, MΩ, kV/ms, Pa.s (pascal segundo)
mW/cm2. kW.h ou kWh (kilowatthora)
4. os símbolos de mesma unidade Use 7,6 x 6,1 cosa e não
podem coexistir em um símbolo 7,6.6,1.cosa
composto por divisão. Por exemplo, 11. Deve-se ter cuidado para escrever
kWh/h, Ω.mm2/m. unidades compostas envolvendo
5. Não se misturam unidades SI e não- potências. Os modificadores
quadrado e cúbico devem ser
SI. Por exemplo, usar kg/m3 e não
colocados após o nome da unidade a
kg/ft3. qual eles se aplicam. Para potências
6. Para eliminar o problema de qual maiores que três, usar somente
unidade e múltiplo deve-se expressar símbolos. Deve-se usar símbolos
uma quantidade de relação como sempre que a expressão envolvida
percentagem, fração decimal ou for complexa.
relação de escala. Como exemplos, a
Por exemplo, kg/m2 , N/m2
inclinação de 10 m por 100 m pode
12. Para representações complicadas
ser expressa como 10%, 0.10 ou
com símbolos, usar parêntesis para
1:10 e a tensão mecânica de 100
simplificar e esclarecer. Por exemplo,
µm/m pode ser convertida para 0,01
m.kg/(s3.A)
%.

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Metrologia

3.9. Uso de Prefixo 3.10. Ângulo e Temperatura


1. Deve-se usar os prefixos com 10 1. Os símbolos de grau (o) e grau
elevado a potência múltipla de 3 (10-
3 Celsius (oC) devem ser usados
, 10-6, 103, 106). Deve-se usar a
quando se escreve uma medição.
notação científica para simplificar os
Quando se descreve a escala de
casos de tabelas ou equações com
medição e não uma medição, deve-
valores numéricos com vários dígitos
se usar o nome por
antes do marcador decimal e para
extenso.Exemplos:
eliminar a ambigüidade da
Os ângulos devem ser medidos em
quantidade de dígitos significativos.
graus e não em radianos.
Por exemplo, usam-se:
mm (milímetro) para desenhos. O ângulo de inclinação é 27o.
kPa (kilopascal) para pressão 2. Não se deve deixar espaço entre o e
kg/m3 (kilograma por metro cúbico) C, devendo se escrever oC e não o
para densidade absoluta. C.
2. Quando conveniente escolhem-se 3. A maioria das temperaturas é dada
prefixos resultando em valores na escala Celsius; a escala Kelvin é
numéricos entre 0,1 e 1000, porém, usada somente em aplicações
sem violar as recomendações científicas. Exemplo:
anteriores. A temperatura normal do corpo
3. Em cálculos técnicos deve-se tomar
humano é 36 oC.
muito cuidado com os valores 4. Quando se tem uma série de valores
numéricos dos dados usados. Para de temperatura ou uma faixa de
evitar erros nos cálculos, os prefixos temperatura, usar o símbolo de
devem ser convertidos em potências medição somente após o último
de 10 (exceto o kilograma, que é valor. Exemplos:
uma unidade básica da massa). A temperatura em Salvador varia de
Exemplos:
4 Mg = 4 x 103 kg 18 a 39 oC.
3 Mm = 3 x 106 m As leituras do termômetro são: 100,
4. Devem ser evitados prefixos no 150 e 200 oC.
denominador (exceto kg). Exemplos: 5. É tecnicamente correto usar prefixos
Escrever kJ/s e não J/ms SI com os nomes e símbolos, como
Escrever kJ/kg e não J/g grau Celsius (oC), kelvin (K) e grau
Escrever MJ/kg e não kJ/g angular (o). Porém, é preferível evitar
5. Não se misturam de prefixos, a não esta prática, pois os nomes
ser que a diferença em tamanho seja resultantes são confusos e difíceis de
extrema ou uma norma técnica o serem reconhecidos. É preferível
requeira. Exemplos: ajustar o coeficiente numérico para
Correto: A ferramenta tem 44 mm de não usar o prefixo.
largura e 1500 mm de comprimento. 6. Um método simples para comparar
Incorreto: A ferramenta tem 44 mm altas temperaturas Celsius com
de largura e 1,5 m de comprimento. temperaturas Farenheit é que o valor
6. Não se usam unidades múltiplas ou Celsius é aproximadamente a
prefixos múltiplos. Por exemplo, Usa- metade da temperatura Farenheit. O
se 15,26 m e não 15 m 260 mm; usa- erro percentual nesta aproximação é
se miligrama (mg) e não relativamente pequeno para valores
microkilograma (µkg) Farenheit acima de 250. Para valores
7. Não usar um prefixo sem a unidade. menores, subtrair 30 antes de dividir
Usar kilograma e não kilo por 2; isto fornece uma precisão
Usar megohm e não megs razoável até valores Farenheit de -
40.

65
Metrologia

3.11. Modificadores de Símbolos 4. Algarismos Significativos


As principais recomendações
relacionadas com os modificadores de 4.1. Introdução
símbolos são: O mundo da Metrologia é quantitativo e
1. Não se pode usar modificadores dos depende de números, dados e cálculos.
símbolos SI. Quando é necessário o Atualmente, os cálculos são feitos com
uso de modificadores das unidades, calculadoras eletrônicas e computadores,
ele deve ser separado do símbolo ou que executam desde operações simples de
então escrito por extenso. Por aritmética até operações que um
exemplo, não se usam Acc ou Aca, engenheiro nunca seria capaz de fazer
para diferenciar a corrente contínua manualmente. Os microcomputadores se
da alternada. O correto é escrever 10 tornam uma parte dominante da
A cc ou 10 A ca, com o modificador tecnologia, não apenas para os
separado do símbolo. Como o engenheiros mas para toda sociedade. As
modificador não é SI, pode ser calculadoras e computadores podem
escrito de modo arbitrário, como cc., apresentar os resultados com muitos
c.c., dc ou corrente contínua. algarismos, porém o resultado final deve
2. Nas unidades inglesas, é comum ter o número de algarismos significativos
usar sufixos ou modificadores nos de acordo com os dados envolvidos.
símbolos e abreviações para dar uma Quando se executam cálculos de
informação adicional. Por exemplo, engenharia e apresentam-se os dados,
usam-se psia e psig para indicar deve-se ter em mente que os números
respectivamente, pressão absoluta e sendo usados tem somente um valor
manométrica. Psia significa pound limitado de precisão e exatidão. Quando se
square inch absolute e psig significa apresenta o resultado de um cálculo de
pound square inch gauge. No engenharia, geralmente se copiam 8 ou
sistema SI, é incorreto colocar mais dígitos do display de uma
sufixos para identificar a medição. calculadora. Fazendo isso, deduz-se que o
Exemplos: resultado é exato até 8 dígitos, um tipo de
Usar pressão manométrica de 13 exatidão que é raramente possível na
kPa ou 13 kPa (manométrica) e prática da engenharia. O número de dígitos
não 13 kPaG ou 13 kPag. que podem ser apresentados é usualmente
Usar pressão absoluta de 13 kPa ou muito menos que 8, por que ele depende
13 kPa (absoluta) e não 13 kPaA de problemas particulares e envolve outros
ou conceitos de algarismos significativos,
13 kPaa. precisão, tolerância, resolução e
3. Sempre deixar espaço após o conversão.
símbolo da unidade SI e qualquer
informação adicional. Exemplo: 4.2. Conceito
Usar 110 V c.a. ou 110 V (ca) e não Dígito é qualquer um dos numerais
110 V CA ou 110 V ca, para arábicos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
voltagem de corrente alternada. Algarismo ou dígito significativo em um
4. A potência e a energia são medidas número é o dígito que pode ser
em uma unidade SI determinada e considerado confiável como um resultado
não há necessidade de identificar a de medições ou cálculos. O algarismo
fonte da quantidade, desde que 100 significativo correto expressa o resultado
watts é igual a 100 watts, de uma medição de forma consistente com
independente da potência ser a precisão medida. O número de
elétrica, mecânica ou térmica. algarismos significativos em um resultado
Usar MW e não MWe (potência indica o número de dígitos que pode ser
elétrica ou megawatt elétrico). usado com confiança. Os algarismos
Usar kJ e não kJt (kilojoule termal).

66
Metrologia

significativos são todos aqueles instrumento digital, ele possui quatro


necessários na notação científica. algarismos significativos.
Qualquer dígito, entre 1 e 9 e todo zero Também no número 20 000 os zeros
que não anteceda o primeiro dígito não são necessários para dar a ordem de
zero e alguns que não sucedam o último grandeza do número e por isso nada se
dígito não zero é um algarismo pode dizer acerca de ser ou não ser
significativo. O status do zero é ambíguo, significativo. Assim o status do zero nos
por que o zero também é usado para números 20 000 e 0,007 é ambíguo e mais
indicar a magnitude do número. informação é necessária para dizer se o
Por exemplo, não há dificuldade em zero é significativo ou não. Quando não há
determinar a quantidade de algarismos informação adicional, se diz que 0,0007 e
significativos dos seguintes números: 20 000 possuem apenas 1 algarismo
708 3 algarismos significativos significativo.
54,9 3 algarismos significativos No número 2,700, os zeros não são
3,6 2 algarismos significativos necessários para definir a magnitude deste
8,04 3 algarismos significativos número mas são usados propositadamente
980,9 4 algarismos significativos para indicar que são significativos e por
0,830 06 5 algarismos significativos isso 2,700 possui quatro dígitos
Em um número, o dígito menos significativos..
significativo é o mais à direita, dígito mais
significativo é o mais à esquerda. Por 4.4. Notação científica
exemplo, no número 2345, 2 é o dígito Para eliminar ou diminuir as
mais significativo e 5 é o menos ambigüidades associadas à posição do
significativo. zero, o número deve ser escrito na notação
Para qualquer número associado à científica, com um número entre 1 e 10
medição de uma grandeza, os algarismos seguido pela potência de 10 conveniente.
significativos devem indicar a qualidade da Usar a quantidade de algarismos
medição ou computação sendo significativos válidos no número entre 1 e
apresentada. Os dados de engenharia e os 10, cortando os zeros no fim dos inteiros
resultados de sua computação devem ser quando não forem significativos ou
apresentados com um número correto de mantendo os zeros no fim dos inteiros,
algarismos significativos, para evitar de dar quando forem significativos. Deste modo,
uma impressão errada de sua exatidão. A se o número 20 000 for escrito na notação
quantidade de algarismos significativos científica como 2,000 0 x 103, ele terá 5
está associado à precisão, exatidão e ao dígitos significativos. De modo análogo,
método de obtenção destes dados e
resultados. 20 000 = 2 x 103 1 dígito significativo

4.3. Algarismo Significativo e o Zero 20 000 = 2,0 x 103 2 dígitos significativos

O zero nem sempre é algarismo 20 000 = 2,00 x 103 3 dígitos significativos


significativo, quando incluído em um 20 000 = 2,000 x103 4 dígitos significativos
número, pois ele pode ser usado como
parte significativa da medição ou pode ser A ambigüidade do zero em números
usado somente para posicionar o ponto decimais também desaparece, quando se
decimal. escreve os números na notação científica.
Por exemplo, no número 804,301 os Os zeros à direita, em números decimais
dois zeros são significativos pois estão só devem ser escritos quando forem
intercalados entre outros dígitos. garantidamente significativos. Por
Porém, no número 0,0007, os zeros exemplo, 0,567 000 possui 6 algarismos
são necessários para posicionar a vírgula e significativos, pois se os três zeros foram
dar a ordem de grandeza do número e por escritos é porque eles são significativos.
isso pode ser ou não significativo. Porém,
se o número 0,0007 for a indicação de um

67
Metrologia

Assim, o número decimal 0,007 pode são obtidas simplesmente ajustando


ser escrito de diferentes modos, para simultaneamente a posição do ponto
expressar diferentes dígitos significativos: decimal e os expoentes, a fim de se obter
os mesmos expoentes de 10. Nesta
7 x 10-3 1 dígito significativo operação, perde-se o conceito de
7,0 x 10-3 2 dígitos significativos algarismos significativos.
7,000 x 10-3 4 dígitos significativos Por exemplo:
7,000 00 x 10-3 6 dígitos significativos
1,2 x 10-4 + 4,1 x 10-5 + 0,3 x 10-3 =
A notação científica serve também para
se escrever os números extremos (muito
1,2 x 10-4 + 0,41 x 10-4 + 3,0 x 10-4 =
grandes ou muito pequenos) de uma forma
mais conveniente Por exemplo, seja a
multiplicação dos números: (1,2 + 0,41 + 3,0) x 10-4 = 4,6 x 10-4

1 230 000 000 x 0,000 000 000 051 = 0,063


Deve-se evitar escrever expressões
É mais conveniente usar a notação como
científica: M = 1800 g, a não ser que se tenha o erro
absoluto máximo de 1 g. Rigorosamente,
(1,23 x 109) x (5,1 x 10-11) = 6,3 x 10-2 1800 g significa (1800 ±1) g.
Quando não se tem esta precisão e
Na multiplicação acima, o resultado quando há suspeita do segundo dígito
final é arredondado para dois algarismos decimal ser incorreto, deve-se escrever
significativos, que é o menor número de
algarismos das parcelas usadas no M = (1,8 ± 0,1) x 103 g
cálculo.
A multiplicação dos números com Se o quarto dígito decimal é o
potência de 10 é feita somando-se duvidoso, então, o correto é escrever
algebricamente os expoentes.
Na notação científica, os números são M = (1,800 ± 0,001) x 103 g
escritos em uma forma padrão, como o
produto de um número entre 1 e 10 e uma
potência conveniente de 10. 4.5. Algarismo Significativo e a
Por exemplo, os números acima podem Medição
ser escritos como:
Todos os números associados à
medição de uma grandeza física devem ter
10 000 000 = 1,00 x 107 (3 dígitos significativos)
os algarismos significativos
0,000 000 12 = 1,2 x 10-7(2 dígitos correspondentes à precisão do instrumento
significativos).
de medição. Observar as três indicações
analógicas apresentadas na Fig.2.
Pode-se visualizar o expoente de 10 da
O voltímetro analógico (a) indica uma
notação científica como um deslocador do
voltagem de 1,45 V. O último algarismo, 5,
ponto decimal. Por exemplo, o expoente +7
é duvidoso e foi arbitrariamente escolhido.
significa mover o ponto decimal sete casas
Alguém poderia ler 1,49 e a leitura estaria
para a direita; o expoente -7 significa
igualmente correta. Os algarismos
mover o ponto decimal sete casas para a
confiáveis são apenas o 1 e o 4; o último é
esquerda.
estimado e duvidoso. O voltímetro com
Para fazer manualmente os cálculos de
uma escala com esta graduação pode dar,
números escritos na notação científica, as
no máximo, três algarismos significativos.
vezes, é conveniente colocá-los em forma
É errado dizer que a indicação é de 1,450
não convencional com o objetivo de fazer
ou 1,4500, pois está se superestimando a
contas de somar ou subtrair. Estas formas

68
Metrologia

precisão do instrumento. Do mesmo modo, As medições da Fig. 2(a) e 1(c)


é impreciso dizer que a indicação é de 1,4 possuem três algarismos significativos e o
pois é agora está se subestimando a terceiro dígito de cada medição é
precisão do indicador e não usando toda duvidoso. A medição da Fig. 2(b) possui
sua capacidade. Na medição 1,45, o dígito apenas dois algarismos significativos. Para
4 é garantido e no número 1,4 o dígito 4 é se ter medições mais precisas, com um
duvidoso. Para que o dígito 4 seja maior número de algarismos significativos,
garantido é necessário que haja qualquer deve-se ter novo medidor com uma escala
outro algarismo duvidoso depois dele. maior e com maior número de divisões.
Na Fig. 3, tem-se duas escalas de
mesmo comprimento, porém, a segunda
escala possui maior número de divisões.
Para medir o mesmo comprimento, a
primeira escala indicará 6,2 onde o dígito 2
é o duvidoso, pois é escolhido
arbitrariamente, pois está entre 6 e 7,
muito próximo de 6. A leitura de 6,3 estaria
igualmente correta. A leitura da segunda
escala será 6,20 pois a leitura cai entre as
divisões 2 e 3, também muito próximo de
2. Também poderia ser lido 6,21 ou 6,22,
que seria igualmente aceitável.

Fig.4.3 - Várias escalas de indicação Fig. 4.4. Escalas de mesmo tamanho mas
com diferentes divisões entre os dígitos.

Na Fig. 2 (b) tem-se a medição de uma


espessura por uma escala graduada. É Na expressão da medição, o valor é
possível se ler 0,26, pois a espessura cai sempre aproximado e deve ser escrito de
exatamente no terceiro traço depois de 0,2 modo que todos os dígitos decimais,
e a medição possui apenas dois exceto o último, sejam exatos. O erro
algarismos significativos. Se pudesse admissível para o último dígito decimal não
perceber o ponteiro entre o terceiro e o deve exceder a 1.
quarto traço, a medição poderia ser 0,265 Por exemplo, uma resistência elétrica
e a medição teria três algarismos de 1,35 Ω é diferente de uma resistência
significativos. de 1,3500 Ω. Com a resistência elétrica de
Na Fig. 2(c), a indicação é 48,6 ou 48,5 R = 1,35 Ω, tem-se erro de ±0,01 Ω, ou
ou qualquer outro dígito extrapolado entre seja, 1,34 Ω < R < 1,36 Ω.
0 e 9.

69
Metrologia

Para a outra resistência de R = 1,3500 195 km, pois a medição desta distância é
Ω a precisão é de 0,0001 Ω, ou seja, complicada e cara.
1,3499 Ω < R < 1,3501 Ω
Se o resultado de um cálculo é R = 4.6. Algarismo Significativo e o
1,358 Ω e o terceiro dígito depois da Display
vírgula decimal é incorreto, deve-se Independente da tecnologia ou da
escrever R = 1,36 Ω. função, um instrumento pode ter display
Devem ser seguidas regras para analógico ou digital.
apresentar e aplicar os dados de O indicador analógico mede uma
engenharia na medição e nos cálculos variável que varia continuamente e
correspondentes. As vezes, os apresenta o valor medido através da
engenheiros e técnicos não estão posição do ponteiro em uma escala.
preocupados com os algarismos Quanto maior a escala e maior o número
significativos. Outras vezes, as regras não de divisões da escala, melhor a precisão
se aplicam. Por exemplo, quando se diz do instrumento e maior quantidade de
que 1 pé = 0,3048 metro ou 1 libra = 0,454 algarismos significativos do resultado da
kilograma, o dígito 1 é usado sozinho. O medição.
mesmo se aplica quando se usam O indicador digital apresenta o valor
números inteiros em equações algébricas. medido através de números ou dígitos.
Por exemplo, o raio de um circuito é a Quanto maior a quantidade de dígitos,
metade do diâmetro e se escreve: r = d/2. melhor a precisão do instrumento. O
Na equação, não é necessário escrever indicador digital conta dígitos ou pulsos.
que r = d/2,0000, pois se entende que o 2 Quando o indicador digital apresenta o
é um número inteiro exato. valor de uma grandeza analógica,
Outra confusão que se faz na internamente há uma conversão analógico-
equivalência se refere ao número de digital e finalmente, uma contagem dos
algarismos significativos. Obviamente, 1 pulsos correspondentes.
km equivale a 1.000 metros porém há Atualmente, a eletrônica pode contar
diferenças práticas. Por exemplo, o pulsos sem erros. Porém, não se pode
odômetro do carro, com 5 dígitos pode dizer que o indicador digital não apresenta
indicar 89.423 km rodados, porém isso não erros, pois é possível haver erros na
significa 89.423 000 metros, pois ele geração dos pulsos. Ou seja, a precisão do
deveria ter 8 dígitos. Se o odômetro tivesse instrumento eletrônico digital está
6 dígitos, com medição de 100 metros, ele relacionada com a qualidade dos circuitos
indicaria 89 423,6 km. que convertem os sinais analógicos em
Por exemplo, as corridas de atletismo pulsos ou na geração dos pulsos.
de rua tem distâncias de 10 km, 15 km e Também os indicadores digitais
21 km. As corridas de pista são de 100 m, possuem uma precisão limitada. Neste
800 m, 5000 m e 10 000 m. Quem corre 10 caso, é direto o entendimento da
km numa corrida de rua correu quantidade de algarismos significativos.
aproximadamente 10 000 metros. A Nos displays digitais, o último dígito é o
distância foi medida por carro, por bicicleta também duvidoso. Na prática, é o dígito
com odômetro calibrado ou por outros que está continuamente variando.
meios, porém, não é possível dizer que a Um indicador digital com quatro dígitos
distância é exatamente de 10.000 m. pode indicar de 0,001 até 9999. Neste
Porém, quem corre 10 000 metros em uma caso, os zeros são significativos e servem
pista olímpica de 400 metros, deve ter para mostrar que é possível se medir com
corrido exatamente 10 000 metros. A até quatro algarismos significativos. O
distância desta pista foi medida com uma indicador com 4 dígitos possui 4 dígitos
fita métrica, graduada em centímetros. significativos.
Poucas maratonas no mundo são
reconhecidas e certificadas como de 42

70
Metrologia

4.7. Algarismo Significativo e


Calibração
Todos os instrumentos devem ser
calibrados ou rastreados contra um
padrão. Mesmo os instrumentos de
medição, mesmo os instrumentos padrão
de referência devem ser periodicamente
aferidos e calibrados. Por exemplo, na
instrumentação, tem-se os instrumentos de
medição e controle, que são montados
permanentemente no processo. Antes da
Fig. 4.5. Instrumento digital com 61/2 dígitos instalação, eles foram calibrados. Quando
previsto pelo plano de manutenção
preventiva ou quando solicitado pela
operação, estes instrumentos são aferidos
Em eletrônica digital, é possível se ter e recalibrados. Para se fazer esta
indicadores com 4 ½ dígitos. O meio dígito calibração, devem ser usados também
está associado com a percentagem de instrumentos de medição, como
sobrefaixa de indicação e somente assume voltímetros, amperímetros, manômetros,
os valores 0 ou 1. O indicador com 4 ½ termômetros, décadas de resistência,
dígitos pode indicar, no máximo, 19 999, fontes de alimentação. Estes instrumentos,
que é aproximadamente 100% de 9999 (20 geralmente portáteis, também devem ser
000/10 000). Os quatro dígitos variam de 0 calibrados por outros da oficina. Os
a 9; o meio dígito só pode assumir os instrumentos da oficina devem ser
valores 0 ou 1. calibrados por outros de laboratórios do
Embora exista uma correlação entre o fabricante ou laboratórios nacionais. E
número de dígitos e a precisão da assim, sobe-se na escada de calibração.
medição, também deve existir uma É fundamental entender que a precisão
consistência entre a precisão da malha e o do padrão de referência deve ser melhor
indicador digital do display. Por exemplo, que a do instrumento sob calibração.
na medição de temperatura com termopar, Quanto melhor? A resposta é um
onde a precisão da medição inclui a compromisso entre custo e precisão. Como
precisão do sensor, dos fios de extensão, recomendação, a precisão do padrão deve
da junta de compensação e do display. ser entre quatro a dez (NIST) ou três a dez
Como as incertezas combinadas do (INMETRO) vezes melhor que a precisão
sensor, dos fios e da junta de do instrumento sob calibração. Abaixo de
compensação são da ordem de unidades três ou quatro, a incerteza do padrão é da
de grau Celsius, não faz nenhum sentido ordem do instrumento sob calibração e
ter um display que indique, por exemplo, deve ser somada à incerteza dele. Acima
décimo ou centésimo de grau Celsius. Por de dez, os instrumentos começam a ficar
exemplo, na medição de temperatura com caro demais e não se justifica tal rigor.
termopar tipo J, onde a precisão resultante Assim, para calibrar um instrumento
do sensor, fios e junta de compensação é com precisão de 1%, deve-se usar um
da ordem de ±5 oC, na faixa de 0 a 100 oC, padrão com precisão entre 0,3% a 0,1%.
o display digital basta ter 2 ½, para indicar, Quando se usa um padrão de 1% para
por exemplo, 101 oC. Não faz sentido ter calibrar um instrumento de medição com
um display indicando 98,2 ou 100,4 oC pois precisão de 1%, o erro do instrumento de
a incerteza total da malha é da ordem de medição passa para 2%, por que
±5 oC. O mesmo raciocínio vale para um
display analógico, com escala e ponteiro. 1% + 1% = 2% ou (0,01 + 0,01 = 0,02)

71
Metrologia

Quando se usa um padrão de 0,1% acrescentados não são significativos


para calibrar um instrumento de medição no estabelecimento do valor, elas
com precisão de 1%, o erro do instrumento são muito significativos em expressar
de medição permanece em 1%, porque 1% a precisão adequada conferida.
+ 0,1% = 1% (1+ 0,1 = 1). Portanto, é necessário determinar uma
Além da precisão do padrão de precisão implicada aproximada antes do
referência, é também importante definir a arredondamento. Isto pode ser feito pelo
incerteza do procedimento de calibração, conhecimento das circunstâncias ou pela
para que ele seja confiável. informação da precisão do equipamento de
medição.
4.8. Algarismo Significativo e a Se a precisão da medição é conhecida,
Tolerância isto fornecerá um menor limite de precisão
O número de dígitos decimais da dimensão e alguns casos, pode ser a
colocados à direita da vírgula decimal única base para estabelecer a precisão. A
indica o máximo erro absoluto. O número precisão final nunca pode ser melhor que a
total de dígitos decimais corretos, que não precisão da medição.
incluem os zeros à esquerda do primeiro A tolerância em uma dimensão dá uma
dígito significativo, indica o máximo erro boa indicação da precisão indicada,
relativo. Quanto maior o número de embora a precisão, deva ser sempre
algarismos significativos, menor é o erro menor que a tolerância. Uma dimensão de
relativo. 1,635 ±0,003" possui precisão de ±0,0005",
A precisão pretendida de um valor deve total 0,001" . Uma dimensão 4,625 ±0,125"
se relacionar com o número de algarismos está escrita incorretamente, provavelmente
significativos mostrados. A precisão é mais por causa da decimalização das frações. O
ou menos a metade do último dígito correto seria 4,62 ±0,12, com uma
significativo retido. Por exemplo, o número precisão indicada de ±0,005 (precisão total
2,14 pode ter sido arredondado de de 0,01)
qualquer número entre 2,135 e 2,145. Se Uma regra útil para determinar a
arredondado ou não, uma quantidade deve precisão indicada a partir do valor da
sempre ser expressa com a notação da tolerância é assumir a precisão igual a um
precisão em mente. Por exemplo, 2,14 décimo da tolerância. Como a precisão
polegadas implica uma precisão de ±0,005 indicada do valor convertido não deve ser
polegada, desde que o último algarismo melhor do que a do original, a tolerância
significativo é 0,01. total deve ser dividida por 10 e convertida
Pode haver dois problemas: e o número de algarismos significativos
1. Quantidades podem ser expressas retido.
em dígitos que não pretendem ser
significativos. A dimensão 1,1875" 4.9. Algarismo Significativo e
pode realmente ser muito precisa, no Conversão
caso do quarto dígito depois da Uma medição de variável consiste de
vírgula ser significativo ou ela pode um valor numérico e de uma unidade. A
ser uma conversão decimal de uma unidade da medição pode ser uma de
dimensão como 1 3/16, no caso em vários sistemas. Na conversão de um
que a dimensão é dada com excesso sistema para outro, o estabelecimento do
de algarismos significativos. número correto de algarismos significativos
2. Quantidades podem ser expressas nem sempre é entendido ou feito
omitindo-se os zeros significativos. A adequadamente. A retenção de um
dimensão de 2" pode significar cerca número excessivo de algarismos
de 2" ou pode significar uma significativos resulta em valores artificiais
expressão muito precisa, que deveria indicando uma precisão inexistente e
ser escrita como 2,000". No último exagerada. O corte de muitos algarismos
caso, enquanto os zeros significativos resulta na perda da precisão

72
Metrologia

necessária. Todas as conversões devem exagerada e incorreta; o recomendável é


ser manipuladas logicamente, dizer que 75 ft eqüivalem a 23 m.
considerando-se cuidadosamente a Outro exemplo envolve a conversão da
precisão pretendida da quantidade original. pressão atmosférica padrão, do valor
A precisão indicada é usualmente nominal de 14,7 psi para 101,325 kPa.
determinada pela tolerância especifica ou Como o valor envolvido da pressão é o
por algum conhecimento da quantidade nominal, ele poderia ser expresso com
original. O passo inicial na conversão é mais algarismos significativos, como
determinar a precisão necessária, 14,693 psi, onde o valor métrico
garantindo que não é nem exagerada e correspondente seria 101,325, com três
nem sacrificada. A determinação do dígitos depois da vírgula decimal. Porém,
número de algarismos significativos a ser quando se estabelece o valor nominal de
retido é difícil, a não ser que sejam 14,7 o valor correspondente métrico
observados alguns procedimentos coerente é de 101,3, com apenas um dígito
corretos. depois da vírgula.
A literatura técnica apresenta tabelas
contendo fatores de conversão com até 7 4.10. Algarismos e resultados
dígitos. Devem ser estabelecidas algumas
A conversão de quantidades de regras para determinar as incertezas para
unidades entre sistemas de medição que todas informações contidas na
envolve a determinação cuidadosa do expressão sejam entendidas
número de dígitos a serem retidos depois universalmente e de modo consistente
da conversão feita. Converter 1 quarto de entre quem escreve e quem lê.
óleo para 0,046 352 9 litros de óleo é Como a quantidade δx é uma
ridículo, por que a precisão pretendida do estimativa de uma incerteza, obviamente
valor não garante a retenção de tantos ela não deve ser estabelecida com
dígitos. Todas as conversões para serem precisão excessiva. Por exemplo, é
feitas logicamente, devem depender da estupidez expressar o resultado da
precisão estabelecida da quantidade medição da aceleração da gravidade g
original insinuada pela tolerância especifica como
ou pela natureza da quantidade sendo
medida. O primeiro passo após o cálculo gmedida = 9,82 ± 0,0312 956 m/s2
da conversão é estabelecer o grau da
precisão. A expressão correta seria
O procedimento correto da conversão é
multiplicar a quantidade especificada pelo gmedida = 9,82 ± 0,03 m/s2
fator de conversão exatamente como dado
e depois arredondar o resultado para o Regra para expressar incertezas:
número apropriado de algarismos Incertezas industriais devem ser quase
significativos à direita da vírgula decimal ou sempre arredondadas para um único
para o número inteiro realístico de acordo algarismo significativo.
com o grau de precisão implicado no
quantidade original. Uma conseqüência prática desta regra
Por exemplo, seja um comprimento de é que muitos cálculos de erros podem ser
75 ft, onde a conversão métrica é 22,86 m. feitos mentalmente, sem uso de
Se o comprimento em pés é arredondado calculadora ou mesmo de lápis e papel.
para o valor mais próximo dentro de 5 ft, Esta regra tem somente uma exceção
então é razoável aproximar o valor métrico importante. Se o primeiro algarismo na
próximo de 0,1 m, obtendo-se 22,9 m. Se o incerteza δx é 1, então é recomendável se
arredondamento dos 75 ft foi feito para o manter dois algarismos significativos em
valor inteiro mais próximo, então o valor δx. Por exemplo, se um cálculo resulta em
métrico correto seria de 23 m. Enfim, a uma incerteza final de
conversão de 75 ft para 22,86 m é

73
Metrologia

δx = 0,14, um arredondamento para δx = Para reduzir incertezas causadas pelo


0,1 é uma redução proporcional muito arredondamento, quaisquer números
grande de modo que é razoável reter dois usados nos cálculos intermediários devem
algarismos significativos para expressar δx normalmente reter, no mínimo, um
= 0,14. O mesmo argumento poderia ser algarismo a mais do que o finalmente
usado se o primeiro número for 2, porém a justificado. No final dos cálculos, faz o
redução não é tão grande (metade da último arredondamento para eliminar o
redução se o algarismo fosse 1). algarismo extra insignificante.
Assim que a incerteza na medição é A incerteza em qualquer quantidade
estimada, os algarismos significativos do medida tem a mesma dimensão que a
valor medido devem ser considerados. quantidade medida em si. Assim,
Uma expressão como escrevendo as unidades (m/s2, g/cm3, A, V,
o
C ) após o resultado e a incerteza é mais
velocidade medida = 6 051,78 ± 30 m/s claro e mais econômico.
Exemplo
é certamente bem ridícula. A incerteza
de 30 significa que o dígito 5 pode ser densidade medida = 8,23 ± 0,05 g/cm3
realmente tão pequeno quanto 2 ou tão ou
grande quanto 8. Claramente, os dígitos 1, densidade medida = (8,23 ± 0,05) g/cm3
7 e 8 que vem depois do 5 não tem Quando se usa a notação científica,
nenhum significado prático. Assim, a com números associados a potências de
expressão correta seria 10, é também mais simples e claro colocar
velocidade medida = 6050± 30 m/s o resultado e a incerteza na mesma forma.
Regra para expressar resultados Por exemplo:
O último algarismo significativo
em qualquer expressão do corrente medida = (2,54 ± 0,02) x 10-6 A
resultado deve ser usualmente
da mesma ordem de grandeza é mais fácil de ler e interpretar do que
(mesma posição decimal) que na forma:
a incerteza.
corrente medida = 2,54 x 10-6 ± 2 x 10-8
Por exemplo, para uma expressão de A
resultado 78,43 com uma incerteza de 0,04
seria arredondada para

78,43 ± 0,04

Se a incerteza fosse de 0,4 então


ficaria

78,4 ± 0,4

Se a incerteza fosse de 4, a expressão


ficaria

78 ± 4

Finalmente, se a incerteza fosse de 40,


seria

80 ± 40

74
Metrologia

Os metrologistas se envolvem com


padrões. O termo padrão inclui três áreas
5. Padrões de Medições distintas, todas de grande importância à
metrologia:
O INMETRO (Instrumento Nacional de 1. definições de unidades de base
Metrologia e Qualidade Industrial) é o 2. artefatos físicos
depositário brasileiro dos padrões de 3. padrões de receita
medida. O INMETRO está situado na
cidade de Xerém, RJ, Unidades de base
Os padrões podem ser classificados Os metrologistas devem conhecer as
conforme o seguinte sistema de medição: definições das unidades base de medição,
1. Padrões Nacionais, que incluem das quais todas as outras unidades são
protótipos e unidades baseadas em derivadas. As sete unidades base mais
fenômenos naturais do SI e padrões duas suplementares são necessárias e
de referência e de trabalha para suficientes para especificar um sistema
outras unidades derivadas completo de unidades.
2. Padrões de Metrologia, que incluem Todas as unidades SI de base são
padrões de referência de laboratórios definidas em termos de experiências que
da indústria ou do governo podem ser feitas em qualquer laboratório
3. Padrões de Calibração, que são bem equipado, exceto o kilograma físico. O
padrões de trabalho de laboratórios kilograma é o único padrão físico de base
da indústria ou do governo. e por isso ele deve ser cuidadosamente
De modo a manter a exatidão, os preservado e protegido e a unidade pose
padrões em um vasto complexo industrial somente ser disseminado por
devem ser rastreadas e uma única fonte, comparações diretas com o padrão
usualmente os padrões nacionais do país. existente.
Desde que os laboratórios nacionais dos A natureza forneceu o padrão para as
países industriais mantém uma ligação medições de ângulo em forma de um
íntima com o Bureau Internacional de círculo e as unidades de ângulo são
Pesos e Medidas (Sèvres, França), há a definidas em termos deste padrão. Assim,
garantia que os itens fabricados para um grau é o ângulo que subtende 1/360 da
dimensões idênticas em diferentes países circunferência de um círculo e um radiano
sejam compatíveis. é o ângulo que subtende ½π da
Aplicações de medição precisa tem circunferência.
aumentado tanto durante o passado Como a natureza não fornecer um
recente que não é mais possível para um padrão para a medição do comprimento, o
único laboratório nacional fazer padrão que existe é definido e feito pelo
diretamente todas as calibrações e homem. Até 1960, o metro era definido
padronização requerida por um país como a distância, sob certas condições
extenso com um alto desenvolvimento ambientais específicas, entre duas linhas
técnico. Isto levou ao estabelecimento de gravadas em um eixo neutro do Metro
um grande número de laboratórios Protótipo Internacional, uma barra de 90%
credenciados na indústria e em vários de Pt e 10% de Ir, preservado no Bureau
ramos dos governos estaduais. De modo Internacional de Pesos e Medidas. Uma
que os resultados de calibrações sejam réplica deste protótipo servia como o
uniforme, os laboratórios credenciados padrão brasileiro mas o método de se ter
devem manter boa harmonia com o um padrão físico não era satisfatório pois
laboratório nacional. exigia a recalibração periódica do padrão
nacional contra o internacional. Em 1960, o
metro passou a ser definido como a fração
do comprimento de onda da radiação. Em
1975, passou a ser definido como fração
da distância percorrida pela luz no vácuo

75
Metrologia

durante um segundo cadastro, para famílias individuais ou para


(1/299 792 458) fabricante ou modelos de instrumentos,
Todas as definições do metro fornecem respectivamente, baseados na análise ou
um mesmo metro, dentro dos limites da história. Um estudo conduzido pelo NIST
precisão das várias medições envolvidas. em ligação com uma revisão das práticas
A definição atual fornece um padrão de de laboratórios governamentais identifica
comprimento que é baseado em uma estes e outros métodos.
constante física inalterada e pode ser Um método estabelece o intervalo
reproduzido em qualquer laboratório bem inicial de um instrumento baseado no
equipado do mundo. A polegada é definida modelo do instrumento do fabricante.
como 0,0254 metro. Ajuste dos intervalos é depois feito para
um instrumento específico baseado em
Padrões físicos
seu próprio desempenho. Este método de
Os artefatos físicos são fabricados com
ajuste de intervalo é o único conhecido que
altíssima precisão para expressar uma
considera as diferenças em produção para
particular quantidade, dimensão ou
o instrumento e diferenças em aplicação e
característica. Padrões físicos incluem
fatores ambientais quando o instrumento é
blocos padrão para comprimento,
usado.
resistores padrão para resistência elétrica,
células padrão para tensão. Esta classe de Sistema de controle da calibração
padrões também incluem instrumentos de Um programa típico de calibração pode
medição analógicos de alta precisão que envolver todas ou a maioria das seguintes
podem ser usados como mestre ou tarefas:
referência, como o termômetro de vidro 1. Avaliação do equipamento para
com mercúrio e bomba de peso morto para determinar sua capacidade
pressão. 2. Identificação das exigências de
calibração
Padrões de receita
3. Seleção de padrões para fazer a
Padrão de receita é um documento
calibração
publicado por várias sociedades técnicas e
4. Seleção de métodos e procedimentos
organizações que escrevem normas,
para fazer as medições necessárias
contendo especificações ou métodos
para a calibração
aceitos de fazer medições.
5. Estabelecimento do intervalo inicial e as
Calibração regras para ajustar os intervalos
A recalibração periódica do posteriores
equipamento de medição e teste é aceita 6. Estabelecimento de um sistema de
pela maioria como necessária para a correção para garantir instrumentos que
exatidão da medição. Um pouco mais retornam da calibração
controversa é a questão de terminar a 7. Implementação de um sistema de
base do período de recalibração. Há um etiquetagem para identificar visualmente
número de técnicas em uso para as datas devidas dos instrumentos
estabelecer os intervalos iniciais de 8. Uso de um programa de garantia da
calibração e para ajustar os intervalos qualidade para avaliar o sistema de
posteriores. Estes métodos incluem o calibração, como controle do processo,
mesmo intervalo para todos os auditorias, ações corretivas.
equipamentos no cadastro do usuário, o A seleção dos padrões, métodos e
mesmo intervalo para famílias de procedimentos para fazer a calibração
instrumento (p. ex., osciloscópios, inclui a decisão relacionada com o local da
voltímetros eletrônicos, blocos padrão, calibração. Alguns instrumentos podem
pesos padrão) e o mesmo intervalo para requerer o uso de padrões do mais alto
um dado fabricante e modelo do nível do laboratório e assim devem ser
instrumento. Ajustes destes intervalos calibrados no laboratório. Outros
iniciais são então feitos para todo o instrumentos, porém, podem ser calibrados

76
Metrologia

na área do processo quando os padrões automático. Quanto mais sofisticado o


devem ser transportados para esta área. sistema, mais informações se espera que
Dois métodos são seguidos neste caso. ele forneça, como história das calibrações
1. A calibração é feita in situ. É necessária anteriores, estabelecimento de novos
uma interface externa para as intervalos, custos reais, padrões de
características calibradas. Quando tal trabalho e de oficina, peças substituídas,
interface existe, o instrumento sendo ações corretivas a serem tomadas.
calibrado permanece no local onde é A etiquetagem dos instrumento para
usado e é feita a calibração. indicar visualmente as datas devidas de
2. A calibração é feita na área do processo calibração é um parâmetro básico do
mas o instrumento deve ser retirado do sistema de recall. A etiqueta indica, através
painel onde está montado para se ter de datas, código de cores ou símbolo
acesso aos pontos de teste usados na similar, a data em que o instrumento deve
calibração. ser calibrado. Esta identificação visual
Estes dois métodos tem vantagens pode ser usada pelo sistema de garantia
sobre o método mais tradicional, que da qualidade para assegurar que o
requer a retirada do instrumento do local instrumento não é usado além da data
de operação e o transporte para o prevista para a calibração.
laboratório de calibração, sendo as Os intervalos são estabelecidos em
principais: uma variedade de modos, como discutido
1. a calibração é feita com os fatores anteriormente. Os objetivos principais de
idênticos aos presentes quando o um programa de ajuste de intervalo inclui:
instrumento está operando 1. minimizar o potencial do instrumento
2. o instrumento não precisa ser ficar fora dos limites de tolerância em
transportado, nem antes nem depois de operação
calibrado, reduzindo assim o potencial 2. minimizar os custos de calibração
de estrago ou mudanças induzidas pelo 3. assegurar a exatidão requerida da
movimento do instrumento instrumentação
3. o sistema de medição que inclui o A efetividade do programa de ajuste do
instrumento sendo calibrado não fica intervalo pode ser estimada medindo-se o
desligado enquanto o instrumento está intervalo médio e sua tendência e medindo
sendo transportado para e do o nível da qualidade.
laboratório Objetivos de nível de qualidade
Os instrumentos que não podem ser variando de 75 a mais de 95% tem sido
ajustados da frente do painel ou que estabelecidos por diferentes usuários. A
requerem padrões únicos que não podem relação entre intervalos e níveis de
ser deslocados para a área industrial, qualidade é complicado, por causa de
porém, devem ser levados para o fatores como idade do equipamento no
laboratório para calibração. Também os cadastro, a elaboração do cadastro e os
instrumentos calibrados no campo que limites de exatidão estabelecidos no
estejam fora dos limites de aceitação da cadastro. O nível de qualidade, porém, é
calibração devem ser retirados e enviados um indicador da efetividade do programa
para o laboratório. de ajuste de intervalo. Quando combinado
O sistema de correção deve ser com outros indicadores, como intervalo
projetado para garantir que a calibração e médio, intervalos máximos e mínimos
a operação estejam ambas confiantes da observados e o sistema de ação corretiva
necessidade da calibração dos que é acionado por intervalos curtos, o
instrumentos. Dependo do número de nível de qualidade é um método razoável
instrumento sendo controlados e suas para avaliar o sistema total de controle da
diferenças de localização geográfica, o calibração.
sistema pode ser simples como uma ficha
ou complicado como um sistema de
processamento de dados totalmente

77
Metrologia

6. Incerteza na Medição 3. onde a incerteza é relevante para


validar ou aplicar o resultado, e.g.,
6.1. Conceito onde a incerteza afeta a
conformidade a uma especificação
Todas as medições são contaminadas
ou limite.
por erros imperfeitamente conhecidos, de
Os laboratórios credenciados devem ter
modo que a significância associada com o
uma política definida cobrindo a provisão
resultado de uma medição deve considerar
de estimativas das incertezas das
esta incerteza
calibrações ou testes feitos. O laboratório
Incerteza é um parâmetro, associado
deve usar procedimentos documentados
com o resultado de uma medição, que
para a estimativa, tratamento e relatório da
caracteriza a dispersão dos valores que
incerteza.
podem razoavelmente ser atribuídos à
Os laboratórios devem consultar seu
quantidade medida.
corpo de credenciamento para qualquer
Há problemas associados com esta
orientação específica que possa estar
definição de incerteza de medição, que é
disponível para a calibração ou teste.
tomada do Vocabulário de Metrologia da
Os meios pelos quais os laboratórios
ISO. O que é a dispersão de se o valor
credenciados devem tratar as incertezas
verdadeiro não pode ser conhecido? Ela
da medições são definidos em detalhe na
também implica que incerteza é somente
ISO Guide: Guide to the Expression of
relevante se várias medições são feitas e
Uncertainty in Measurement. A
ela falha - por não mencionar valor
terminologia usada aqui é consistente com
verdadeiro para invocar o conceito de
a do Guide.
rastreabilidade. Uma definição mais
prática, mais usada porque ela mais 6.2. Princípios Gerais
exatamente satisfaz as necessidades da
O objetivo de uma medição é
metrologia industrial e não é consistente
determinar o valor de uma quantidade
com a anterior, é a seguinte:
específica sujeita à medida (mesurando).
Incerteza é o resultado da avaliação
Para laboratórios de calibração, isto pode
pretendida em caracterizando a faixa
ser qualquer parâmetro da medição dentro
dentro da qual o valor verdadeiro de uma
de campos reconhecidos da medição -
quantidade medida é estimado cair,
comprimento, massa, tempo, pressão,
geralmente com uma dada confiança.
corrente elétrica. Quando aplicado a teste,
Incerteza padrão é o desvio padrão
o termo genérico mesurando pode cobrir
estimado
muitas quantidades diferentes, eg, a
Incerteza padrão combinada é o
resistência de um material, a concentração
resultado da combinação dos
de uma solução, o nível de emissão de
componentes da incerteza padrão.
ruído ou radiação eletromagnética, a
Incerteza estendida é Obtida pela
quantidade de microorganismos. Uma
multiplicação da incerteza padrão
medição começa com uma especificação
combinada por um fator de cobertura.
apropriada da quantidade medida, o
É uma exigência para todos os
método genérico de medição e o
laboratórios credenciados de calibração
procedimento específico detalhado da
que os resultados reportados em um
medição.
certificado sejam acompanhados de uma
Nenhuma medição ou teste é perfeito e
declaração descrevendo a incerteza
as imperfeições fazem aparecer erro de
associada com estes resultados. É
medição no resultado. Como
também exigência para os laboratórios de
conseqüência, o resultado de uma
testes, sob as seguintes circunstâncias:
medição é somente uma aproximação do
1. onde isto é requerido pelo cliente
valor da quantidade medida e é somente
2. onde isto é requerido pela
completa quando acompanhado por uma
especificação do teste
expressão da incerteza desta
aproximação. Realmente, por causa da

78
Metrologia

incerteza da medição, o valor verdadeiro O Guide adotou o enfoque de agrupar


nunca pode ser conhecido. No limite, por os componentes da incerteza em duas
causa de alguns efeitos, ele pode mesmo categorias baseadas em seus métodos de
não existir. avaliação, Tipo A e Tipo B. Esta
Também deve ser notado que o artigo classificação de métodos de avaliação, em
indefinido um, em vez do artigo definido o, vez dos componentes em si, evita certas
deve ser usado em conjunto com valor ambiguidades. Por exemplo, um
verdadeiro por que pode haver mais de componente aleatório de incerteza em uma
um valor consistente com a definição de medição pode se tornar um componente
uma quantidade particular. sistemático em outra medição que tem
A incerteza da medição compreende, como sua entrada o resultado da primeira
em geral, muitos componentes. Alguns medição. Assim, a incerteza total cotada
podem ser calculados da distribuição em um certificado de calibração de um
estatística dos resultados de uma série de instrumento incluirá o componente devido
medições e pode ser caracterizados por aos efeitos aleatórios, mas quando este
desvios padrão experimentais. Os outros valor total é subsequentemente usado
componentes, que podem também ser como a contribuição na avaliação da
caracterizados por desvios padrão, são incerteza em um teste usando este
calculados das distribuições de instrumento, a contribuição deve ser
probabilidade assumidas baseadas na tomada como sistemática.
experiência ou em outra informação. Avaliação do Tipo A é feita pelo cálculo
Erros aleatórios aparecem das de uma série de leituras repetidas, usando
variações aleatórias das observações. A métodos estatísticos.
cada momento que a medição é tomada Avaliação do Tipo B é feita por meios
sob as mesmas condições, efeitos diferentes dos usados no método B. Por
aleatórios de várias fontes afetam o valor exemplo, por julgamento baseado em:
medido. Uma série de medições produz 1. Dados de certificados de calibração,
um espalhamento em torno de um valor que possibilita correções a serem
médio. Um número de fontes pode feitas e incertezas do Tipo B a
contribuir para a variabilidade cada vez serem atribuídas.
que uma medição é tomada e sua 2. Dados de medições anteriores, por
influência pode estar continuamente exemplo, gráficos históricos podem
mudando. Elas não podem ser eliminadas ser construídos e podem fornecer
mas a incerteza devido a seus efeitos pode informação útil acerca das
ser reduzida, aumentando o número de mudanças dinâmicas.
observações e aplicando análise 3. Experiência com ou o conhecimento
estatística. geral do comportamento e
Erros sistemáticos aparecem de efeitos propriedades de materiais e
sistemáticos, ie um efeito no resultado de equipamentos iguais.
uma quantiade que não está incluído na 4. Valores aceitos de constantes
especificação da quantiade medida mas associadas com materiais e
que influencia no resultado. Estes erros quantidades.
peramecem constantes quando uma 5. Especificações dos fabricantes.
medição é repetida sob as mesmas 6. Todas as outras informações
condições por isso eles não revelados relevantes.
pelas medições repetidas. Seu efeito é Incertezas individuais são avaliadas
introduzir um deslocamento entre o valor pelo método apropriado e cada uma é
da medição e o valor médio determinado expressa como um desvio padrão e é
experimentalmente. Eles não podem ser referida a uma incerteza padrão.
eliminados mas podem ser reduzidos, por As incertezas padrão individuais são
exemplo, fazendo correções para o combinadas para produzir um valor total de
tamanho conhecido de um erro devido a incerteza, conhecido como incerteza
um efeito sistematico reconhecido. padrão combinada.

79
Metrologia

Uma incerteza expandida é usualmente 8. Alterações nas características ou


requerida para satisfazer as necessidades desempenho de um instrumento de
da maioria das aplicações, especialmente medição desde a sua última
onde se envolve segurança. É calibração.
recomendado fornecer um intervalo maior 9. Valores de constantes e outros
acerca do resultado de uma medição parametros usadas na avaliação dos
quando a incerteza padrão com, dados.
consequentemente, uma maior 10. Aproximações e hipóteses
probabilidade do que envolve o valor incorporadas no método e
verdadeiro convencional da quantidade procedimento da medição.
medida. Ela é obtida multiplicando-se a 11. Variações nas leituras repetidas
incerteza padrão combinada por um fator feitas sob condições parecidas mas
de cobertura, k. A escolha do fator é não idênticas - tais como efeitos
baseada no nível de confiança requerido. aleatórios podem ser causados, por
exemplo, ruído elétrico em
6.3. Fontes de Incerteza instrumentos de medição, flutuações
Há várias fontes possíveis de incerteza. rápidas no ambiente local, eg,
Como elas dependem da disciplina técnica temperatura, umidade e pressão do
envolvida, não é possível dar ar, variabilidade no desempenho do
recomendações detalhadas aqui. Porém, operador que faz o teste.
os seguintes pontos gerais se aplicam a Estas fontes não são necessariamente
muitas áreas de calibração e teste: independentes e, em adição, efeitos
1. Definição incompleta do teste - a sistemáticos não reconhecidos podem
exigência pode não ser claramente existir que não podem ser levados em
descrita, eg, a temperatura de um conta mas contribuem para o erro. É por
teste pode ser dada como esta razão que os laboratórios
temperatura ambiente. credenciados encorajam - e muitas vezes
2. Realização imperfeita do insistem em - participação em
procedimento de teste, mesmo comparações interlaboratoriais, auditorias
quando as condições de teste estão de medição e cross checking interno de
claramente definidas pode não ser resultados por diferentes meios.
possível produzir as condições
teóricas, na prática, devido as 6.4. Estimativa das Incertezas
imperfeições inevitáveis nos A incerteza total de uma medição é
materiais ou sistemas usados. uma combinação de um número de
3. Amostragem - a amostra pode não incertezas componentes. Mesmo uma
ser totalmente representativa. Em única leitura do instrumento pode ser
algumas disciplinas, como teste influenciada por vários fatores. A
microbiológico, pode ser muito difícil consideração cuidadosa de cada medição
obter uma amostra representativa. envolvida na calibração ou teste é
4. Conhecimento inadequado dos necessária para identificar e listar todos os
efeitos das condições ambientais no fatores que contribuem para a incerteza
processo da medição ou medição total. Este é um passo muito importante e
imperfeita das condições ambientais. requer um bom entendimento do
5. Erro pessoal de polarização na equipamento de medição, os princípios e
leitura de instrumentos analógicos. práticas da calibração ou teste e a
6. Resolução ou limite de influência do ambiente
discriminação do instrumento ou O próximo passo é quantificar as
erros na graduação da escala. incertezas componentes por meios
7. Valores atribuídos aos padrões da apropriados. Uma quantificação
medição (de trabalho e de aproximada inicial pode ser valiosa em
referência) e materiais de referência possibilitar que alguns componentes sejam
certificada. reconhecidos como desprezíveis e não

80
Metrologia

necessitam de uma avaliação mais podem-se usar métodos matemáticos mais


rigorosa. Em muitos casos, uma definição complexos para tias componentes
prática de desprezível pode ser um correlatos, como derivadas parciais
componente que não é maior do que um
quinto do tamanho do maior componente. 6.6. Incerteza Expandida
Alguns componentes podem ser Em muitos casos, é necessário cotar
quantificados pelo cálculo do desvio uma incerteza expandida e a incerteza
padrão de um conjunto de medições padrão combinada portanto necessita ser
repetidas (Tipo A) como detalhado no multiplicada por um fator de cobertura
Guide. A quantificação de outros apropriado. Isto deve refletir o nível de
componentes pode requerer o julgamento, confiança requerido e, em termos estritos,
usando toda informação relevante na será ditado pelos detalhes da distribuição
variabilidade possível de cada fator (Tipo de probabilidade caracterizado pelo
B). Para estimativas do Tipo B, o conjunto resultado da medição e sua incerteza
de informações pode incluir alguns ou padrão combinada. Porém, as
todos os fatores listados no parágrafo 2. computações extensivas requerida para
Cálculos subsequentes se tornam mais combinar as distribuições de probabilidade
simples se, quando possível, todos os são raramente justificadas pelo tamanho e
componentes são expressos do mesmo confiabilidade da informação disponível.
modo, eg., como percentagem, ou ppm ou Em muitos casos, uma aproximação é
mesma unidade de engenharia usada para aceitável, ou seja, a distribuição da
o resultado reportado. probabilidade pode ser assumida como
normal e que um valor de 2 para o fator de
6.4. Incerteza Padrão cobertura define um intervalo tendo um
A incerteza padrão é definida como um nível de confiança de aproximadamente
desvio padrão. O potencial para erros em 95%, ou, para aplicações mais críticas, que
um estágio posterior da avaliação pode ser um valor de 3 define um intervalo tendo um
minimizado expressando todas as nível de confiança de aproximadamente
incertezas componentes como um desvio 99%.
padrão. Isto podoe requer ajuste de alguns Exceções a estes casos precisam ser
valores da incerteza, de modo que os tratados em uma base individual e devem
obtidos dos certificados de calibração e ser caracterizados por um ou ambos dos
outras fontes, que muitas vezes tem sido seguintes:
expressos com um maior nível de 1. A ausência de um número
confiança, envolvendo múltiplo do desvio significativo de incertezas
padrão (2 ou 3). componentes tendo distribuições de
probabilidade bem comportadas, tais
6.5. Incerteza Padrão Combinada como, normal ou retangular.
As incertezas componentes devem ser 2. Inclusão de uma incerteza
combinadas para produzir uma incerteza componente dominante. Isto pode
total usando o procedimento estabelecido causar a incerteza expandida ser
no Guide. Em muitos casos, isto reduz a maior do se as contribuições
tomar a raiz quadrada da soma dos individuais da incerteza fossem
quadrados das incertezas padrão somadas aritmeticamente e é
componentes (método da raiz da soma dos claramente uma situação pessimista.
quadrados). Porém, alguns componentes
podem ser interdependentes e podem, por
exemplo, se cancelarem entre si ou se
reforçarem entre si. Em muitos casos, isto
pode ser facilmente visto e os
componentes interdependentes podem ser
somados algebricamente para dar um valor
final. Porém, em casos mais complexos, APOSTILA\METROLOG INSTRUME.DOC 22 ABR 95 (Substitui 10 JAN 94)

81
5
Vazão
onde
1. Fundamentos C é o coeficiente de descarga
d é o diâmetro da tubulação
1.1. Conceito de vazão h é a pressão diferencial resultante
Vazão ou fluxo é o deslocamento de da passagem do fluido
volume, ou massa, de um fluido, por g é a constante gravitacional.
unidade de tempo. Assim, Todas essas relações matemática
matematicamente tem-se: são importantes pois raramente se tem a
medição direta da vazão. A medição da
V vazão é indireta, normalmente é feita por
Q= inferência. Ou seja, mede-se outra
t
variável mais detectável e, por dedução,
ou
se chega ao valor da vazão. Pelas
M relações matemáticas anteriores, se
W=
t conclui que se pode medir a vazão de um
onde fluido pela medição de volume conhecido
(deslocamento positivo), velocidade
Q é a vazão volumétrica instantânea, (medidor magnético), pressão diferencial
W é a vazão mássica instantânea, (placa de orifício), força de impacto (tipo
V é o volume do fluido deslocado alvo), rotação provocada pelo impacto
t é o intervalo de tempo (turbina), e outros princípios.
A vazão é instantânea quando o
intervalo de tempo tende para zero.
Outra relação matemática importante
envolvendo o conceito de vazão é aquela
que mostra que a vazão instantânea é
proporcional à velocidade do fluido e à
área da seção reta da tubulação, onde o
fluido se desloca:

Q= v×A

v é a velocidade do fluido
A é a área da seção da tubulação Fig. 5.1. Vazão e pressão em uma restrição
A vazão na tubulação é sempre a
mesma, qualquer que seja a obstrução 1.2. Unidades
ou o acidente na tubulação. Há também As unidades no Sistema Internacional
uma relação matemática importante em são,
vazão de fluido, que é equação da 3

continuidade de Bernouille: 1. vazão volumétrica: m


s
2. vazão mássica: kg
Q = Cd 2 2gh s

82
Vazão

Também são usadas outras unidades tanque pelo controle da vazão do líquido,
não recomendadas pelo SI, como na entrada ou na saída.
1. LPM (litro por minuto), para se
referir a vazão volumétrica de
líquidos,
2. ton/h, para a vazão mássica de
vapor,
3. m3/h (metro cubico por hora) para
gases
As unidades inglesas mais usadas
são GPM (galões por minuto) e SCFM
(pé cubico padrão por minuto), referentes
à vazão volumétrica. Fig. 5.2. Vazão através de tubulação
Usam-se fórmulas matemáticas e
tabelas para a conversão entre as
unidades diferentes. A analise A importância da vazão cresce
dimensional é usada para verificação do porque ela está associada ao balanço de
acerto da conversão. materiais na entrada e na saída do
A transformação de vazão processo e principalmente, está
volumétrica em vazão de massa, quando associada à quantidade de materiais para
necessária, é facilmente conseguida, compra e venda (transferência de
desde que se conheça a densidade do custódia). Nessa aplicações, o que
fluido. (massa = volume/densidade) ou a importa é a totalização da vazão, em
pressão, temperatura e composição para volume ou em massa.
gases. Há ainda a aplicação do controle de
relação ou proporção entre duas ou mais
1.3. Funções Associadas vazões de fluidos diferentes, para a
Alem das funções normalmente obtenção de misturas com proporções
aplicadas às outras variáveis de controláveis. É o controle de relação ou
processo, tais como indicação, registro, de proporção de vazões. Caso particular
transmissão, controle, alarme, desse controle é a mistura digital
computação analógica, a vazão é (blending), que utiliza equipamentos
também integrada, totalizada e misturada eletrônicos a microprocessadores para a
em proporções preestabelecidas. obtenção de misturas em quantidades e
A indicação da vazão instantânea é proporções de mistura controláveis e
pouco útil. O registro da vazão é mais útil preestabelecidas.
pois a partir do registro no gráfico é Exatamente, por causa de todos
possível se obter a totalização da vazão, esses aspectos tão abrangentes, a vazão
através da integração gráfica do é certamente a variável de processo que
planímetro. Quando a indicação, registro foi mais pesquisada e analisada e seus
e controle são remotos, é padrão o uso mecanismos básicos de medição
dos transmissores eletrônicos ou alcançaram elevado grau de precisão,
pneumáticos de vazão. confiabilidade, padronização e
Como o elemento final de controle maturação, talvez o mais elevado de toda
mais utilizado é a válvula de controle, a área da instrumentação. Os tipos de
geralmente a vazão é a variável detectores e medidores de vazão são
manipulada do controle do processo. numerosos, alguns com mais de um
Assim, por exemplo, se controla a século de aplicação, outros de
temperatura pelo controle da vazão do desenvolvimento recente. Na aplicação
fluido aquecedor (ou de resfriamento), prática, os mais comuns e usados são: a
controla-se a pressão de um gás em um pressão diferencial, rotâmetro de área
tanque de volume constante pelo variável, eletromagnético, turbina, vortex,
controle da vazão de entrada (ou de alvo e deslocamento positivo. Outros,
saída) do gás no interior do tanque e como o ultra-sônico e radioativo, são
pode se controlar o nível de líquido em menos usados. A grande variedade de

83
Vazão

medidores de vazão pode constituir uma onde


vantagem, pois é sempre possível se RD é o numero de Reynolds
obter um medidor conveniente para a v é velocidade do fluido
aplicação. Porém, é também uma D é o diâmetro da linha
desvantagem, pois a escolha é mais ρ é a densidade do fluido
difícil. A escolha do medidor correto de µ é a viscosidade absoluta do fluido
vazão é fundamental, pois a vazão é Na prática, verifica-se que é difícil a
muito critica : um medidor mal medição de vazão para fluidos com
selecionado geralmente não funciona ou números extremos de Reynolds. Ou seja,
então funciona com grande imprecisão. é problemático a medição de vazão de
fluidos com números de Reynolds ou
1.4. Dificuldades da Vazão muito pequenos (abaixo de 102) ou muito
Geralmente, o que se mede é a vazão grandes (acima de 104). Aplicando o
de um líquido, de um gás ou de vapor. conceito do numero RD, é difícil a
Também se mede transporte de sólidos, medição de fluidos muito viscosos (o
em esteiras rolantes, porém esse assunto numero RD é muito pequeno) vazões
não será tratado aqui.
muito pequenas, linhas muito estreitas e
Como visto, a vazão de um fluido
também o caso contrário: vazões muito
depende de vários parâmetros do
elevadas, tubulações muito grandes. Há
processo, tais como velocidade do fluido,
tamanho da tubulação 9tanto um consenso de que é mais difícil a
comprimento como diâmetro), medição de fluidos com muito pequenos
RD do que muito grandes RD: a
características do fluido (densidade,
dificuldade é maior para fluidos viscosos).
viscosidade, presença de condensado no
Assim, o numero de Reynolds:
gás, presença de gases em líquidos
voláteis), condições de processo 1. expressa a dificuldade de medição
(temperatura, pressão estática, perda de de vazões, valores extremos são
difíceis,
carga permanente, pulsações na linha),
2. indica o tipo de vazão: turbulenta
acidentes da tubulação (redução,
ou laminar,
expansões, cotovelos, conexões,
elementos provocadores de distúrbios.) 3. aplicado a líquido, vapor e gás,
Enfim, a presença ou não dessas 4. fornece o formato da velocidade e
propriedades e características, torna a formato do contorno frontal do
fluido: parabólico, logarítmico,
vazão do fluido bem comportada ou não.
5. calculado pela formula acima e
Em palavras mais técnicas: o resultado
obtível de curvas, típicos de 102 a
pode ser uma vazão laminar ou
turbulenta. 107.
Como os parâmetros acima não são
necessariamente quantificáveis, foi
introduzido um numero que relaciona as
forças de viscosidade e inerciais do
fluido, denotando a dificuldade da
medição de vazão do fluido.
O numero de Reynolds (Osborne
Reynolds, inglês) é uma indicação
conveniente para a comparação dos
desempenhos de condições de vazão,
mantida constante a geometria do
sistema e variando as condições do
fluido. Matematicamente, tem-se

Dvρ
RD =
µ

84
Vazão

2.2. Tipos de Medidores


2. Medidores de Vazão As classificações dos medidores de
vazão se baseia somente no tipo do
2.1. Sistema de Medição elemento primário ou no princípio físico
Os medidores de vazão consistem de envolvido.
duas partes distintas, cada uma Os medidores de vazão podem ser
exercendo uma função diferente: divididos em dois grandes grupos
1. elemento primário funcionais:
2. elemento secundário 1. medidores de quantidade
O elemento primário está em contato 2. medidores de vazão instantânea.
direto com o fluido (parte molhada), Os medidores de vazão podem ser
resultando em alguma forma interação. ainda classificados sob vários aspectos,
Esta interação pode ser a separação do como
jato do fluido, aceleração, queda de 1. relação matemática entre a vazão e
pressão, alteração da temperatura, o sinal gerado, se linear ou não-
formação de vórtices, indução de força linear;
eletromotriz, rotação de impellers, criação 2. tamanho físico do medidor em
de uma força de impacto, criação de relação ao diâmetro da tubulação,
momentum angular, aparecimento de igual ou diferente;
força de Coriolis, alteração no tempo de 3. fator K, com ou sem
propagação e muitos outros fenômenos 4. tipo da vazão medida, volumétrica
naturais. ou mássica,
O elemento secundário tem a função 5. manipulação da energia, aditiva ou
de medir a grandeza física gerada pela extrativa.
interação com a vazão do fluido e Obviamente, há superposições das
transformá-la em volume, peso ou vazão classes; por exemplo, a medição de
instantânea. O elemento secundário é vazão por placa de orifício envolve um
finalmente ligado a um instrumento medidor de vazão volumétrica
receptor de display, como indicador, instantânea, com saída proporcional ao
registrador ou totalizador. quadrado da vazão, com diâmetro total,
As condições para a instalação sem fator K e com extração de energia. O
apropriada e a operação correta, os erros medidor de deslocamento positivo com
e as outras características do elemento pistão reciprocante é um medidor de
primário são independentes e diferentes quantidade, linear, com fator K, com
das características do elemento diâmetro total e com extração de energia.
secundário, de modo que eles devem ser O medidor magnético é um medidor de
tratados separadamente. O elemento vazão volumétrica instantânea, com fator
primário se refere especificamente à K, diâmetro total e com adição de
medição de vazão e o elemento energia.
secundário se refere à instrumentação
em geral. A placa de orifício é o elemento 2.3. Quantidade ou Vazão
primário que mede a vazão gerando uma Instantânea
pressão diferencial e será estuda aqui. O No medidor de quantidade, o fluido
transmissor de pressão diferencial, que é passa em quantidades sucessivas,
o elemento secundário associado a ela, completamente isoladas, em peso ou em
será visto aqui muito superficialmente, volumes, enchendo e esvaziando
para completar o estudo do sistema de alternadamente câmaras de capacidade
medição. Este mesmo transmissor pode fixa e conhecida, que são o elemento
ser usado em outras aplicações, para primário. O elemento secundário do
medir nível ou pressão manométrica. medidor de quantidade consiste de um
contador para indicar ou registrar a
quantidade total que passou através do
medidor.

85
Vazão

O medidor de quantidade é,
naturalmente, um totalizador de vazão. 2.5. Diâmetros Totais e Parciais do
Quando se adiciona um relógio para Medidor
contar o tempo, obtém-se também o Sob o aspecto da instalação do
registro da vazão instantânea. medidor na tubulação, há dois tipos
No medidor de vazão instantânea, o básicos: com buraco pleno (full bore) ou
fluido passa em um jato contínuo. O de inserção.
movimento deste fluido através do A maioria dos medidores possuem
elemento primário é utilizado diretamente aproximadamente o mesmo diâmetro que
ou indiretamente para atuar o elemento a tubulação onde ele é instalado. A
secundário. A vazão instantânea, ou tubulação é cortada, retira-se um carretel
relação da quantidade de vazão por do tamanho do medidor e o instala, entre
unidade de tempo, é derivada das flanges ou rosqueado.
interações do jato e o elemento primário Tipicamente o seu diâmetro é
por conhecidas leis físicas teóricas aproximadamente igual ao da tubulação,
suplementadas por relações e ele é colocado direto na tubulação,
experimentais. cortando a tubulação e inserindo o
medidor alinhado com ela. Esta classe de
2.4. Relação Matemática Linear e medidores é mais cara e com melhor
Não-Linear desempenho. Exemplos de medidores
A maioria dos medidores de vazão com diâmetro pleno: placa, venturi, bocal,
possui uma relação linear entre a vazão e turbina, medidor magnético,
a grandeza física gerada. São exemplos deslocamento positivo, target, vortex.
de medidores lineares: turbina, A outra opção de montagem é através
magnético, área variável, resistência da inserção do medidor na tubulação. Os
linear para vazão laminar, deslocamento medidores de inserção podem ser
positivo. portateis e são geralmente mais baratos
O sistema de medição de vazão mais porém possuem desempenho e precisão
aplicado, com placa de orifício é não piores. Exemplos de medidores: tubo
linear. A pressão diferencial gerada pela pitot e turbina de inserção.
restrição é proporcional ao quadrado da
vazão medida. Exemplo de outro medidor 2.6. Medidores Com e Sem Fator K
não-linear é o tipo alvo, onde a força de Há medidores que possuem o fator K,
impacto é proporcional ao quadrado da que relaciona a vazão com a grandeza
vazão. física gerada. A desvantagem desta
A rangeabilidade do medidor, que é a classe de medidores é a necessidade de
relação entre a máxima vazão medida outro medidor padrão de vazão para a
dividida pela mínima vazão medida, com sua aferição periódica. São exemplos de
o mesmo desempenho é uma função medidores com fator K: turbina,
inerente da linearidade. Os medidores magnético, Vortex.
lineares possuem a rangeabilidade típica O sistema de medição de vazão com
de 10:1 e os medidores com grandeza placa de orifício é calibrado e
física proporcional ao quadrado da vazão dimensionado a partir de equações
possuem a rangeabilidade de 3:1. matemáticas e dados experimentais
Exemplos típicos de medidores de disponíveis. A grande vantagem da
vazão não-lineares: placa de orifício, medição com placa de orifício é a sua
venturi, bocal, target, calha parshall calibração direta, sem necessidade de
(exponêncial); medidores lineares: simulação de vazão conhecida ou de
turbina, deslocamento positivo, medidor padrão de referência.
magnético, coriolis, área variável.

86
Vazão

resistência linear, vertedor, calha,


2.7. Medidores Volumétricos ou deslocamento positivo, turbina e vortex.
Mássicos O segundo enfoque básico para medir
A maioria dos medidores industriais a vazão é chamado de energia aditiva.
mede a velocidade do fluido. A partir da Neste enfoque, alguma fonte externa de
velocidade se infere o valor da vazão energia é introduzida no fluido vazante e
volumétrica (volume = velocidade x área). o efeito interativo da fonte e do fluido é
A vazão volumétrica dos fluidos monitorizado para a medição da vazão. A
compressiveis depende da pressão e da medição com adição de energia é não-
temperatura. Na prática, o que mais intrusivo e o elemento primário oferece
interessa é a vazão mássica, que nenhum ou pequeno bloqueio a vazão.
independe da pressão e da temperatura. Como desvantagem, é necessário o uso
Tendo-se a vazão volumétrica e a de uma fonte externa de energia.
densidade do fluido pode-se deduzir a Exemplos de medidores aditivos de
vazão mássica. Porém, na energia: magnético, sônico, termal.
instrumentação, a medição direta e em O número de medidores baseados
linha da densidade é difícil e complexa. na adição da energia é menor que o de
Na prática, medem-se a vazão medidores com extração da energia. Isto
volumétrica, a pressão estática e a é apenas a indicação do
temperatura do processo para se obter a desenvolvimento mais recente destes
vazão mássica, desde que a composição medidores e este fato não deve ser
do fluido seja constante. interpretado de modo enganoso, como se
Atualmente, já são disponíveis os medidores baseados na adição da
instrumentos comerciais que medem energia sejam piores ou menos
diretamente a vazão mássica. O mais favoráveis que os medidores baseados
comum é o baseado no princípio de na extração da energia.
Coriolis.
2.9. Medidor Ideal de Vazão
2.8. Energia Extrativa ou Aditiva Não existe um medidor ideal para ser
Em termos simples, os medidores de usado universalmente para qualquer
vazão podem ser categorizados sob dois aplicação. Todo medidor de vazão possui
enfoques diferentes relacionados com a vantagens e limitações inerentes e para
energia: ou extraem energia do processo cada aplicação há um medidor mais
medido ou adicionam energia ao conveniente, depois de analisados os
processo medido. aspectos técnicos e comerciais.
Como o fluido através da tubulação Para cada conjunto de condições e
possui energia, sob várias formas exigências de processo há um medidor
diferentes, como cinética, potêncial, de mais adequado que deve ser o escolhido.
pressão e interna, pode-se medir a sua Isto obriga o engenheiro ou o técnico
vazão extraindo alguma fração de sua conhecer os princípios básicos de todos
energia. Este enfoque de medição os medidores de vazão e a aplicação
envolve a colocação de um elemento ótima para cada tipo.
sensor no jato da vazão. O elemento O ponto de partida para a escolha é o
primário extrai alguma energia do fluido conhecimento prévio de todos os dados
suficiente para faze-lo operar. do processo da vazão. A escolha deve
A vantagem desta filosofia é a não- ser feita, baseada no compromisso entre
necessidade de uma fonte externa de o custo e o desempenho.
energia. Porém, o medidor é intrusivo e Porém, a escolha do melhor medidor
oferece algum bloqueio a vazão, o que é de vazão não é suficiente para a futura
uma desvantagem inerente a classe de medição precisa e confiável. O
medição. instrumento escolhido deve ser montado
Exemplos de medidores extratores de corretamente, mantido em perfeitas
energia: placa de orifício, venturi, bocal, condições e os dados fornecidos por ele
alvo, cotovelo, área variável, pitot, devem ser interpretados e entendidos de
modo exato e preciso.

87
Vazão

O medidor ideal teria as seguintes saída digital conveniente para a


características: totalização.
1. alta rangeabilidade, podendo 3. o sistema de medição magnética
medir com pequeno erro, grandes da vazão, com excitação senoidal e
e altas vazões corrente contínua pulsada. Usado
2. sinal de saída linear com a vazão para a medição de fluidos
medida corrosivos e sujos, sem perda de
3. sinais de saída analógico e digital carga adicional,
4. imunidade a ruídos e outras 4. o medidor de vazão com
influênicas externas deslocamento positivo, com pistão
5. medição da vazão sem influência reciprocante, pistão oscilante,
da densidade, viscosidade, engrenagens ovais, impelidores,
condutividade e outras variáveis diafragmas e disco nutante. Usado
modificadoras para a totalização direta da vazão,
6. perda de carga desprezível 5. o medidor de área variável para a
7. sem obstrução, para manipular indicação local e barata da vazão
fluidos com sólidos em suspensão de fluido sob baixa pressão e com
8. sem peças moveis pequena precisão,
9. alta resistência a fluidos abrasivos 6. o medidor com geração de vórtices
e corrosivos de Von Karmann, chamado
10. capacidade de medir igualmente genericamente de vortex,
líquidos e gases, 7. o medidor direto de massa de
11. capacidade de uso em altas e Coriolis,
baixas temperaturas e altas 8. o medidor ultra-sônico por efeito
pressões Doppler e por tempo de trânsito,
12. disponibilidade em diferentes disponível na versão portátil, onde
tamanhos para ser usado em é usado externamente à tubulação,
tubulações grandes e pequenas.
13. capacidade de ser instalado e
retirado do processo sem
interrupção da operação
14. altíssima precisão (repetitividade,
linearidade, sem histerese e sem
banda morta)
15. ausência de manutenção,
16. estabilidade, confiabilidade e
integridade.
17. facilidade e retenção da
calibração (calibração requerida
em longos intervalos de tempo)

2.10. Medidores Favoritos


Os medidores de vazão favoritos são
os seguintes:
1. sistema de medição de vazão com
elemento primário gerador de
pressão diferencial. Os elementos
mais usados são a placa de orifício,
o venturi e o bocal e pitot. É o
sistema usado na maioria das
aplicações industriais,
2. a turbina medidora de vazão,
tangencial, de inserção e com eixo
longitudinal. Usada para a medição
precisa de fluidos limpos e com

88
Vazão

3. Geradores de Pressão
Diferencial
Há vários tipos de medidores de
vazão à pressão diferencial, também
chamados de tipo coluna, head, à
restrição, à estrangulamento. Qualquer
que seja sua geometria, o princípio de
funcionamento é único: uma restrição à
linha, onde há uma vazão de fluido,
provoca o aparecimento de uma pressão
diferencial, proporcional ao quadrado da
vazão. Sua base teórica é o teorema de
Bernouille, que diz: na vazão sem atrito,
a soma da velocidade mais pressão
estática mais pressão diferencial é
constante. Na tubulação, a vazão é
Fig. 5.3. Elementos geradores de pressão
sempre a mesma, visto que não há nem diferencial:
acúmulo nem vazamento em nenhum
ponto. Desse modo, quando há uma
restrição na tubulação, o fluido é Algumas conclusões podem ser
acelerado quando passa pela restrição. O tiradas das expressões matemáticas
aumento da velocidade implica na anteriores:
diminuição da pressão estática. Desde A relação entre a vazão e a pressão
que se conheça a relação matemática diferencial não é linear mas uma relação
entre a vazão e a pressão diferencial, de raiz quadrada. Essa não linearidade
entre a pressão antes e a pressão depois limita severamente a rangeabilidade da
da restrição, pode-se medir a vazão do medição da vazão. Uma escala raiz
fluido pela inferência da medição da quadrada expande a extremidade
pressão diferencial. superior da escala e comprime a
As relações matemáticas são extremidade inferior, tornando difícil e
conhecidas e valem simplesmente: com pequena resolução as leituras de
valores baixos. Por exemplo, 50% da
Q = K ρ∆P vazão produz 25% de pressão
diferencial. Em 10% da vazão, a pressão
∆P diferencial é de apenas 1%. Desse modo,
W =K
ρ considerando a rangeabilidade da
onde medição da pressão diferencial em 10:1,
Q é a vazão volumétrica a rangeabilidade da vazão
W é a vazão de massa correspondente é de apenas 3:1. Isso
ρ é a densidade do fluido significa, quando se mede a vazão
K é uma constante de máxima de 100 unidades, a vazão
proporcionalidade que inclui as unidades mínima a ser medida com a mesma
e os fatores de correção. precisão, é de apenas 30 unidades.
Como conseqüência, é sempre
problemática a medição de pequenas
vazões com medidor à pressão
diferencial.
Para a medição das vazões,
volumétrica e de massa, é necessário o
conhecimento ou a medição da
densidade do fluido. E a dependência
entre a vazão e a densidade também é

89
Vazão

raiz quadrada. Na maioria dos líquidos, a


densidade não vária muito nas condições 4.2. Características Físicas
de operação, porém, é mandatória a A placa é um disco metálico, de
compensação da densidade para a espessura entre 1/8" e 1/4", com um furo
medição de vazões de gases e vapores. cientifica e rigorosamente calculado. O
Como é difícil a medição direta da furo é geralmente concêntrico, podendo
densidade, o que se faz, na prática, é a ser excêntrico e segmentado, para a
medição da pressão estática e da medição de fluidos mais problemáticos. O
temperatura ambiente do processo, material padrão é o aço inoxidável AISI
assumindo a composição do gás 316 ou 304, porém a placa pode ser
constante. fabricada com outras ligas metálicas
especiais, compatíveis com o fluido de
processo, com o qual está em contato
direto. São usados: Monel®, Hastelloy®,
tântalo e outros.
Para facilidade de manuseio a placa
possui uma haste que se proteja para
fora da tubulação e onde, por
conveniência, são gravados os dados da
placa: material, tamanho do furo, pressão
diferencial que ela produz na vazão
máxima necessária para a calibração do
elemento sensor da pressão diferencial.
Fig. 5.4. Medição de vazão com pressão O furo da placa apresenta cantos
diferencial vivos, para eliminar os atritos. Há porém,
placas com contorno arredondado e
suave, com espessura bem maior e com
o furo limitado a um valor menor. É
4. Placa de Orifício necessária a inspeção periódica à placa,
para verificação do estado dos cantos da
4.1. Conceito placa. Desgaste, polimento e sujeira
Foi desenvolvida e usada pela podem ser responsáveis pela introdução
primeira vez no princípio do século, por de erros grosseiros ma medição de
Thomas Weymonth, da AGA, e portanto, vazão.
suas características e dimensionamento
são conhecidos.
4.3. Tomadas da Pressão
A placa de orifício é o elemento Diferencial
padrão para provocar a queda da Há 5 possíveis tipos de tomadas de
pressão, para a conseqüente medição da pressão diferencial com placa de orifício:
vazão de líquidos, gases e vapores. 1. tomada de canto (0-0)
2. tomada de flange (1"-1")
3. tomada de vena contracta (variável
entre 0,35D e 0,85D)
4. tomada de raio (D - 0,5D)
5. tomada de tubo (2,5D - 8D)
O tamanhos retos a montante (antes)
e a jusante (depois) da placa de orifício
dependem do tipo da tomada da pressão
diferencial, das perturbações da linha e
do β da placa. A colocação de
retificadores de fluxo pode diminuir
Fig. 5.5. Placas de orifício
sensivelmente as distâncias mínimas
envolvidas.
As normas ISO 5167 (1991) e AGA
Nr. 3 (2000) definem os valores de

90
Vazão

trechos retos a montante e a jusante da coeficiente de descarga, acha-se um


placa. Estes valores variam de 5 a 80 D. segundo valor para beta. Repete-se
Quanto maior o β, maior é a distância iterativamente essa operação até se
requerida. Quando os valores de trecho chegar a dois valores sucessivos de beta
reto são usados pela metade, tem-se a dentro da tolerância desejada.
precisão da medição aumentada de O valor final do beta deve cair entre
0,5 %. Ou seja, para uma placa com os limites inferior de 0,25 e superior de
β = 0,5, sendo afetada por uma curva de 0,75. Se o beta assume valores menores
90o ou um T, a norma recomenda um que 0,25 e maiores que 0,75 ele é
trecho reto a montante de 14 D. Se usar inaceitável. Assume-se outro valor para a
um trecho de apenas 7 D, deve-se queda de pressão diferencial e recalcula-
somar 0,5 % à incerteza. se o beta da placa.
Nessa filosofia de dimensionamento
4.4. Dimensionamento tem-se valores variáveis de beta (e
Dimensionar uma placa de orifício portanto do diâmetro do furo da placa) e
para ser usada em uma tubulação de tem-se faixas de calibração
diâmetro D é calcular o diâmetro d de seu padronizadas. A faixa mais usada é a de
furo, geralmente concêntrico. O fator de 2.500mm de coluna d'água. A vantagem
mérito da placa de orifício é o seu beta, desse dimensionamento de placas é a
definido como padronização da faixa calibrada dos
elementos sensores de pressão
d diferencial. As desvantagens são que as
β= placas tem dimensões não padronizadas
D
e as incertezas de cálculo são maiores.
onde Cálculo da pressão diferencial
d é o diâmetro do orifício da placa, Neste enfoque, assume-se um valor
D é o diâmetro interno da tubulação. exato e padronizado para o beta da placa
O valor de beta é função dos dados e usam-se os dados de vazão para
de vazão (vazão máxima, pressão calcular a pressão a ser calibrada no
diferencial a ser provocada pela placa, transmissor ou no elemento sensor de
densidade do fluido, tipos de tomada e pressão diferencial.
do tipo do fluido, se líquido, vapor Os defensores desse
superaquecido, saturado ou gases). Ele dimensionamento alegam a padronização
pode ser conseguido através de cálculos de placas de orifício, que podem ser
de formulas matemáticas, réguas de armazenadas em estoque, em menor
cálculo especificas, programas de numero e com uso mais geral. Isso pode
calculadoras eletrônicas. reduzir os custos de produção de placas.
O cálculo do beta da placa é um Outra vantagem é a escolha de valores
processo matemático iterativo, repetitivo, padronizados para o beta e conhecidos
por causa de hipóteses assumidas, a previamente, diminuindo os erros
priori. Há basicamente, dois modos de causados pela incerteza dos parâmetros
cálculo: de fabricação. São escolhidos os valores
Cálculo do beta ótimos de beta, levando em consideração
Assume-se uma queda de pressão os aspectos de precisão e melhor
diferencial padronizada e calcula-se a resolução para a medição da pressão
placa de orifício. diferencial:
A partir dos dados de vazão (vazão β = 0,575 é o melhor, sob o ponto de
máxima, coeficiente de descarga, vista de erro
densidade, temperatura, pressão), β = 0,600 é o melhor, sob o ponto de
assume-se um determinado valor de vista de melhor pressão diferencial a ser
pressão diferencial, e calcula-se o beta detectada.
da placa. Como o beta depende do A desvantagem desse
coeficiente de descarga, acha-se um dimensionamento, que padroniza a placa
primeiro valor para beta, corrige o e calcula a pressão diferencial a ser

91
Vazão

calibrada, é a seleção do elemento 9. o sistema é flexível, pois o


sensor de pressão diferencial e a não elemento sensor de pressão
padronização das faixas calibradas, mais diferencial pode ser zerado durante
conveniente para a manutenção. o processo e pode ser facilmente
Qualquer que seja o tipo de isolado, quando se usa o conjunto
dimensionamento, devem ser distribuidor de 3 ou 5 válvulas.
considerados os coeficientes de
descarga (relação da vazão 4.6. Desvantagens e Limitações
instantânea/vazão teórica calculada), As principais limitações do medidor
números de Reynolds, tamanho do tubo, de vazão a pressão diferencial são:
correção de compressibilidade, schedule 1. a relação vazão e pressão
do tubo. diferencial não é linear, mas uma
relação de raiz quadrada Quando
4.5. Vantagens se necessita de um sinal linear, é
As principais vantagens da placa de necessário o uso de extrator de raiz
orifício são: quadrada, o que aumenta o custo
1. a calibração do sistema não requer da malha e da imprecisão do
outro medidor padrão de vazão, ou sistema.
seja o orifício não precisa ser 2. por causa da relação raiz quadrada
calibrado com a vazão. Os cálculos entre a vazão e a pressão
de dimensionamento, conhecidos diferencial, a rangeabilidade da
desde circa 1900, são confiáveis. A medição da vazão é ruim: vária
calibração consiste apenas calibrar entre 3:1 e 5:1.
o transmissor ou o elemento sensor 3. a precisão se degrada com o
de pressão diferencial, na bancada. desgaste e estrago no contorno do
Em vez de se simular a vazão do furo. A acumulação de sujeira pode
processo, simula-se a pressão introduzir erros grosseiros. Para
diferencial para o qual a placa foi solucionar esse inconveniente, é
dimensionada. necessária a inspeção periódica
2. não possui peças moveis, portanto das placas instaladas.
o desgaste é mínimo. 4. a placa apresenta uma grande
3. disponível em grande variedade de perda de carga permanente. Ou
tamanho (entre 2" até 100" de seja, a pressão depois da placa é
diâmetro), tipos de tomadas e de sempre menor que a pressão
material de construção. anterior, pois há uma perda de
4. pode ser usada para medição de cerca de 40% a 95% da pressão
vazão de gases, vapores e líquidos. diferencial máxima provocada.
5. preço independe praticamente do Valores pequenos de beta dão
tamanho. O que é mais significativo maior perda de carga (cerca de
é o preço do flange. O custo do 95%) e grandes valores de beta
elemento sensor de pressão provocam menor perda (como
diferencial é o mesmo, qualquer 40%).
que seja o tamanho da tubulação 5. o dimensionamento da placa deve
ou do valor da vazão. ser corrigido pelo numero de
6. não há necessidade de lubrificação Reynolds. Por isso, quando há
7. simplicidade extrema e com variações de viscosidade e
precisão aceitável para a maioria densidade do fluido, há erros de
das aplicações, desde que medição.
instalado corretamente. 6. é problemático quando se mede
8. a placa de orifício pode ser vazões pulsantes, com placas de
removida, através de um orifício.
equipamento de montagem 7. quando se considera o conjunto
especial, sem interrupção da completo, placa + sensor ou
vazão. transmissor de pressão diferencial,

92
Vazão

os custos dos equipamentos e sua diferencial (0-125mm a 0-725mm,


instalação são caros. 0-500mm a 0,7.250mm, e 0-
8. em fluidos difíceis, que apresentam 5.000mm a 0-21.250mm de coluna
problemas com condensação, d'água)
congelamento endurecimento do
produto, alta temperatura, é
necessário o suo de acessórios
especiais, que oneram mais os
custos, como câmaras de purga,
injeção de vapor, isolamento
térmico, poços de selagem, uso de
capilares.

4.7. Medidor da Pressão Diferencial


A placa de orifício e qualquer outro
elemento provocador de pressão
diferencial, é insuficiente para a medição Fig.5.6. Diafragma ou câmara Barton
da vazão. O elemento primário, que gera
a pressão diferencial em função da
vazão, requer o elemento secundário,
que sinta esta pressão diferencial.
Na pratica, usam-se dois tipos:
1. elemento sensor de pressão
diferencial, tipo diafragma duplo,
também chamado de câmara
Barton, diafragma FOXBORO
modelo 37. Esse elemento é usado
essencialmente quando se tem a
indicação, registro ou controle de
vazão, com o instrumento
conectado diretamente ao
processo. Seu custo é
aproximadamente o custo do
transmissor de pressão diferencial. Fig. 5.7. Transmissor eletrônico d/p cell
Alem disso, é menos flexível,
quanto à alteração da faixa
calibrada e pode ser submetido a
menores pressões estáticas que o
transmissor d/p cell®.
2. transmissor de pressão de
diferencial, para a medição de
vazão, chamado pela Foxboro de
d/p cell®. O transmissor mede
pequenas faixas de pressão
diferencial e pode suportar
altíssimas pressões estáticas.
Possui um grande fator de
proteção: a máxima pressão de
sobrefaixa é o próprio valor da
pressão estática. Pode ser
eletrônico (4-20 mA cc) ou
pneumático (20-100 kPa). É
disponível com três faixas de
pressão estática (3 MPa, 10 MPa e
40 MPa), três faixas de pressão

93
Vazão

8. normalmente é montado em linha e


só é disponível em pequenos
5. Rotâmetro de Área Variável diâmetros. Para contornar esses
inconvenientes, é possível a
O rotâmetro de área variável é montagem em linha de contorno
constituído de um medidor cônico, (by pass).
montado verticalmente, com uma haste 9. o seu material de construção deve
indicadora. A posição da haste é ser transparente, para a leitura da
proporcional linearmente com a vazão posição da haste interna. Quando o
medida. material é de vidro, o medidor é
Pode-se fazer a seguinte analogia frágil e não pode manusear fluidos
com a placa de orifício: a placa possui tóxicos, perigosos e corrosivos.
um orifício de área fixa e a pressão é Quando se reforça mecanicamente
variável com a vazão. O rotâmetro o medidor, com partes de metal, o
funciona com uma pressão constante e seu custo aumenta.
possui uma área anular variável com a 10.sua precisão é ruim. Por isso sua
vazão. maior aplicação reside em
situações que não requerem
grande exatidão. Por exemplo, ele
é usado para medição de gás de
purga de selos de bomba e para a
alimentação do óleo lubrificante de
maquinas.
11.apresenta apenas indicação local,
não sendo possível se acoplar a
sistemas de transmissão e de
integração.
12.só pode manipular fluidos limpos e
lubrificantes. A sujeira no vidro
pode afetar a leitura.
Fig. 5.8. Rotâmetro de área variável 13.são aplicados intensivamente para
indicação da existência de vazão,
não importando o valor da vazão,
Suas características, vantajosas ou em sistema de medição de nível
limitadas, são as seguintes: com borbulhamento de gás inerte
1. como a relação vazão x posição da ou ar. São os chamados rotâmetro
haste é linear, a rangeabilidade da de purga. Igualmente, são usados
medição é boa, cerca de 10:1. em sistema de proteção de
2. é extremamente simples, e a não equipamento elétrico em área
ser a limpeza, não requer maiores classificada, para a indicação da
cuidados de manutenção. vazão do gás inerte no interior do
3. pode-se adaptar facilmente equipamento.
dispositivos de alarme de vazão
mínima e máxima; basta acoplar
dispositivos acionados pela haste
de indicação.
4. a medição é imune à viscosidade.
5. não requer fonte de alimentação,
de nenhuma natureza.
6. a perda de carga é pequena e
constante, porém, não pode ser
usado em vazão pulsante.
7. a indicação é direta e linear, porém
a montagem só pode ser vertical.

94
Vazão

6.2. Operação do medidor


6. Deslocamento Positivo
6.1. Introdução
Mais que um medidor de vazão
instantânea, é aplicado para a medição
de totalização de vazão volumétrica ou
de massa.
O princípio de funcionamento do
medidor com deslocamento positivo é
simples: o medidor separa o líquido em
volumes conhecidos, transporta-os de
sua entrada para a saída, conta-os e os
totaliza. O volume total é calculado pelo
numero de pacotes, ou segmentos ou
quantidades conhecidas que passaram
no intervalo de tempo considerado. São
medidores mecânicos, com engrenagens
e excêntricos moveis. Geralmente não
necessitam de nenhuma fonte de
Fig. 5.9. Sistema de totalização de vazão
alimentação: utilizam a própria energia da com medidor a deslocamento positivo
vazão do fluido. A energia para acionar
essas partes moveis é extraída do fluido
e por isso há uma perda de carga
grande. E como há peças moveis, a
precisão pode variar com o desgastes
natural dessas peças.
O medidor de deslocamento positivo
com palhetas rotativas é composto de
três seções, quais sejam:
Sensor
Condicionador ou acoplamento
Mostrador
O corpo do medidor contém um rotor
com palhetas ou impelidores, que são
acionados pela vazão que passa pelo
interior do medidor.
A seção do meio contém Fig. 5.10. Medidor a deslocamento postivio
engrenagens mecânicas que ligam o
rotor ou os impelidores com o mecanismo
de leitura, que pode ser um indicador e Para entender o mecanismo do rotor
um totalizador com palhetas, imagine a seção inferior
A seção superior contém o indicador funcionando como uma porta giratória
ou o totalizador. com pessoas que passam por ela. Essas
Há vários tipos de medidores, quanto portas giratórias deslocam
aos acionadores do líquido: disco móvel, temporariamente certos indivíduos da
pistão oscilante, lâminas rotatórias, massa. O óleo flui pelo rotor e palhetas,
lóbulos rotativos. que deslocam-no temporariamente em
pequenas parcelas mensuráveis. Ao
contrário do rotor com palhetas, os
impelidores tipo lóbulo funcionam como
se fossem engrenagens que se entrosam
e giram, criando câmaras de medição.

95
Vazão

O medidor de deslocamento do tipo 8. seu custo é relativamente alto,


de rotor e palhetas (Fig. 12) funciona principalmente quando de grandes
como se fosse porta giratória ou uma diâmetros. Suas peças de
roleta de um ônibus. reposição são muito caras, sua
O fluxo obriga a girar um impelidor instalação é custosa e difícil.
inferior com saliências arredondadas. Ao 9. apresenta alta perda de carga.
girar o impelidor, as suas saliências Pode se danificar quando mede
entrosam-se com seções côncavas de altas velocidades de fluido e há
um impelidor menor, superior, obrigando- pequena proteção de sobrecarga.
o a girar. Ao se encontrarem os 10.é montado em malha.
impelidores, formam uma câmara de 11.apresenta problema na medição de
medição. O número de giros do impelidor fluidos que deixam rastro, como
é traduzido sob forma de volume para o lodo, resíduos, sujeiras nas peças
totalizador. Em ambos os casos, a em contato com o processo.
freqüência com que se deslocam essas
quantidades mensuráveis é transmitida
para o registrador através de uma série
de engrenagens localizadas na seção do
meio.

6.3. Vantagens e desvantagens


Quanto ao seu desempenho, pode-se
dizer o seguinte:
1. como a relação matemática
envolvida é linear, apresenta boa
rangeabilidade 9cerca de 30:1),
alem de ser preciso, repetitivo,
desde que não possua folgas, nem
desgastes das peças moveis.
2. pode medir fluidos viscosos e é
imune às variações de viscosidade.
3. apresente leitura local, podendo
facilmente ser acoplado a sistemas
de geração de pulsos, de natureza Fig. 5.11. Medidor a deslocamento positivo
eletrônica, óptica ou
eletromagnética, alem de ser
possível a opção de sinal
transmitido.
4. não necessita de grandes trechos
retos antes de sua montagem,
podendo medir vazões de fluidos
turbulentos. A precisão é pouco
afetada pela turbulência.
5. pode medir grandes faixas de
medição, com fácil calibração.
6. como possui peças moveis, sujeitas
a desgastes e folga, pode haver
vazamentos, deslizamentos das
engrenagens. Por isso é necessária
uma manutenção periódica.
7. só pode medir fluidos limpos e
lubrificantes. É proibido o uso para Fig. 5.12. Medidor a deslocamento positivo
medição de fluidos abrasivos, sujos
e corrosivos.

96
Vazão

se um cabo coaxial, rigorosamente


blindado, pois o sinal de saída do tubo é
7. Medidor Magnético alternado e de baixo nível, portanto
susceptível de captar interferência.
7.1. Princípio de funcionamento Algumas configurações podem ter o tubo
O princípio de funcionamento do medidor de vazão magnético acoplado
medidor de vazão magnético é a lei de diretamente ao transmissor, sem o cabo.
Faraday, que diz ser a força eletromotriz Opcionalmente usa-se um limpador
(milivoltagem) induzida no condutor de eletrodos, que evita a deposição de
móvel ao longo do campo magnético sujeiras no ponto de tomada do eletrodo.
proporcional à velocidade do condutor. Há limpadores do tipo ultra-sônico e há
Como a velocidade do fluido é limpadores mecânicos. É recomendado o
diretamente proporcional à sua vazão, uso do limpador, quando o fluido medido
pode-se medir a vazão através da tem facilidade de deixar lodo e sujeira no
medição da velocidade. caminho.
A condição necessária para a Quando se tem uma planta com
aplicação do medidor magnético é que o muitos medidores de vazão tipo
fluido seja condutor elétrico. A magnético é recomendado a aquisição do
condutividade mínima exigida é de 200 calibrador magnético de vazão. É um
microsiemens por metro (ou em outra instrumento portátil, que prove um sinal
unidade não recomendada: 2 de milivoltagem alternada, em fase e
micromho/cm) amplitude adequadas, para a calibração
do transmissor eletrônico de vazão.

Fig. 3.14. Tubos medidores magnéticos


Fig. 5.13. Funcionamento do medidor
magnético

7.3. Tubo Medidor


7.2. Sistema de Medição O medidor magnético de vazão é um
O sistema de medição magnética da tubo de aço inoxidável não
vazão consiste dos seguintes ferromagnético, com um revestimento
equipamentos: interno não condutor elétrico. Duas
1. tubo medidor, bobinas externas produzem um campo
2. transmissor ou condicionador de magnético no interior do tubo. Como elas
sinal são alimentadas com corrente elétrica
3. cabo coaxial blindado, de alternada senoidal, tipicamente de 110 V
interligação. RMS, 60 Hz, o campo magnético gerado
O tubo medidor serve para gerar um é de mesma natureza. O líquido que
sinal elétrico proporcional linearmente à passa no interior do tubo funciona como
velocidade do fluido e portanto à sua o condutor elétrico e induz uma força
vazão. O transmissor eletrônico de vazão eletromotriz proporcional à velocidade do
converte esse sinal elétrico no sinal fluido, portanto à vazão do fluido. Dois
padrão de 4 a 20 mA cc e opcionalmente, pequenos eletrodos, montados
em um trem de pulsos escalonados. verticalmente ao tubo e tangenciando a
Interligando estes dois instrumentos, usa-

97
Vazão

sua superfície interna, detectam a força transmissor pode ser calibrado com um
eletromotriz. A força eletromotriz tubo especifico, ambos formando um par
detectada é uma milivoltagem alternada e casado para futura aplicação em
é linearmente proporcional à vazão do conjunto.
fluido. O tubo medidor de vazão e o seu
O interior do tubo de medição deve respectivo transmissor são instrumento
ser revestido de um material elétricos e portanto, devem satisfazer as
eletricamente isolante. Isso pode ser exigências para o uso na área de
usado para revestir o interior do tubo com montagem. A maioria é constituida na
materiais quimicamente inertes ao fluidos versão de uso geral, para montagem em
manuseados. São comuns: teflonR, local seguro. Porém, podem ser
montados em locais de Classe I, grupos
poliuretano, butadieno, neopreneR e
B, C e D, Divisão 2, classe de
outros materiais.
temperatura T3. Quando usado em
Quando aplicados às industrias
Divisão 1, requer a pressurização tipo Y,
alimentícias, são disponíveis na versão
que protege e possibilita o uso de
sanitária, que consiste em uma facilidade
instrumento não incenditivo em Divisão 1.
excepcional de desmontagem, para
O transmissor é, impropriamente,
lavagens periódicas. Geralmente são
chamado de conversor.
pintados de branco.
Os medidores magnéticos são 7.5. Vantagens
conectados ao processo através de
As principais vantagens do uso do
flanges, com diferentes classes: ANSI
medidor magnético de vazão são:
150 e 300, PN 16 e 40.
Como os eletrodos são de tamanho 1. não apresenta nenhuma perda de
pequeno, é praticável e econômico sua carga adicional. Ou seja, a perda
de carga do tubo medidor de
confção com materiais especiais, como
vazão é exatamente igual à perda
Titanio, tantalum platina, monel®,
de uma tubulação de igual
hastelloyC®.
tamanho.
2. como não apresenta nenhuma
obstrução à linha, ele pode medir
vazão de fluidos sujos, corrosivos,
abrasivos, com sólidos em
suspensão, não lubrificantes.
3. a configuração geométrica do
sistema de medição ano é critica,
podendo medir fluidos laminares e
turbulentos. O único inconveniene
é a presença de bolhas de ar que
introduzem erro, pois a medição é
de volume.
4. a medição não é afetada pela
Fig. 5.15. Transmissor integral ao tubo viscosidade, densidade,
temperatura ou pressão. Não é
afetado, inclusive, pela
condutividade, desde que seja
7.4. Transmissor de Vazão mantido o mínimo exigido.
O transmissor de vazão recebe na 5. não possui peças moveis e desde
entrada o sinal de milivoltagem alternada que a velocidade não ultrapassa o
de saída do tubo magnético, proporcional limite de 6,0 m/s, não há desgaste
à vazão e o converte no sinal padrão de nenhum.
transmissão de corrente, de 4 a 20 mA 6. a saída é analógica e linear,
cc. portanto com excelente
Para se obter maior precisão, quando rangeabilidade.
requerido e com custo adicional, o

98
Vazão

7.6. Desvantagens e limitações


Desvantagens, ele também as tem: 8. Turbina
1. exige-se a condutividade mínima
de 0,1 a 20 microsiemens. 8.1. Princípio de funcionamento
2. o princípio de funcionamento O medidor de vazão tipo turbina prove
requer o tubo sempre cheio de um sinal de saída igual a um trem de
líquido. Se o formato da frente de pulsos, com freqüência linearmente
onda da vazão é assimétrico proporcional à vazão do fluido. O fluido
também há erros. Para solucionar passa no interior da turbina, fazendo girar
esses problemas, recomenda-se, um rotor em uma velocidade angular que
sempre que possível, montar o é proporcional à velocidade do fluido e
tubo medidor na posição vertical, portanto, proporcional linearmente à
com fluxo ascendente. vazão do fluido.
3. o medidor é montado em linha
4. a característica do medidor é seu
fator K, inerente a cada medidor,
construído para atender
determinados dados de vazão. A
calibração do medidor magnético
exige a simulação da vazão
conhecida.
5. é um instrumento elétrico e
portanto sua montagem é limitada
a locais seguros, ou se exige
técnica adicional de segurança
para montagem em local
classificado.
Fig. 5.17. Turbina medidora de vazão

Um detetor eletromagnético converte


a rotação do rotor em um sinal usável, ou
em um trem de pulsos escalonados ou no
sinal padrão de 4 a 20 mA cc. Há
turbinas cujos totalizadores ou
indicadores são acionados mecânica e
diretamente pela vazão.
Na turbina clássica, o eixo de rotação
da turbina é longitudinal ao sentido da
vazão do fluido. As laminas da turbina, de
material ferromagnético, induzem o trem
de pulsos, quando corta o campo
magnético. Uma bobina externa com um
magnético deteta o trem de pulsos. Há
também turbinas cujo rotor gira
tangêncialmente à vazão.

Fig. 5.16. Medidor magnético

99
Vazão

a capacidade calculada, para diminuir a


8.2. Construção perda de carga. A excelente
Embora a teoria basica do rangeabilidade torna possível essa folga.
funcionamento da turbina seja Quando a turbina está distante (mais
extremamente simples, os detalhes de de 60 metros, por exemplo) do
projeto e construção são muito instrumento receptor dos pulsos, ou
complexos. Devem ser considerados quando os fios de transmissão percorrem
vários fatores, tais como: angulo das regiões com elevado grau de
laminas, números de laminas, mancais interferência elétricas, deve se usar o
para o suporte do eixo de rotação, pré-amplificador, que reforça e
montagem, fixação, retificadores da condiciona o trem de pulsos. O pré-
vazão. amplificador pode ser montado
É desejável que o fluido sob medição integralmente ao corpo da turbina.
seja lubrificante, porém, com uso mais A turbina de medição de vazão é um
limitado, são aplicadas turbinas para instrumento elétrico, normalmente
medição de fluidos não lubrificantes e até alimentado por tensão alternada de
de gases. Os fluidos a serem medidos 110V, 60 Hz. Esse fato deve ser
devem ser isentos de sujeira e não considerado quando seu local de
podem ser abrasivos, pois destruiriam montagem é local perigoso. Sua
rapidamente o rotor da turbina. É normal classificação elétrica deve ser compatível
o uso de filtro antes do local de com o local, bem como sua classe de
montagem da turbina, cerca de 15 temperatura.
diâmetro de separação.

Fig. 5.19. Operação da turbina medidora


de vazão

Fig. 5.18.Turbina mecânica para medição


de gás natural

A parte critica da turbina é seu


mancal. Os mancais esféricos
apresentam o melhor desempenho e a
máxima faixa de medição. Porém, são
usados apenas com fluidos lubrificantes e
limpos. Quando os fluidos não são
compatíveis, em limpeza ou em
lubrificação, deve-se usar o mancal tipo
luva. Os mancais esféricos possuem
retentores metálicos ou de teflon®
reforçado, para diminuir os atritos e
manter as esferas na posição correta.
A capacidade instalada da turbina
deve ser cerca de 30% a 50% maior que

100
Vazão

8.3. Vantagens
As principais vantagens da turbina 9. Medidor Coriolis
são:
1. altíssima precisão, repetitividade 9.1. Introdução
2. sua rangeabilidade é a maior A massa, ao lado do comprimento e
entre todos os medidores de do tempo, constitui a base para toda
vazão, pois a relação matemática medida física. Como um padrão
envolvida é linear. Tipicamente, fundamental de medição, a massa não
tem-se rangeabilidade de 100:1, deriva suas unidades de medida de
50:1. qualquer outra fonte. As variações de
3. a saída é linear, digital (trem de temperatura, pressão, viscosidade,
pulsos), adequada para sistemas densidade, condutividade elétrica ou
de totalização de vazão. A turbina térmica e o perfil da velocidade não
é ideal para sistemas de mistura afetam a massa. Tais imunidade e
digital (blending). constância tornam a massa a
4. a turbina é de pequeno tamanho propriedade ideal para se medir.
e peso, sendo fácil instalação. Até recentemente, não existia
nenhum método pratico para medir
8.4. Desvantagens e limitações massa em movimento. Os usuários
As limitações referentes à turbina tinham de inferir a massa do volume.
são: Infelizmente, os medidores de vazão
1. é montada em linha e para sua volumétrica não medem a massa mas o
calibração se necessita da simulação espaço que ela ocupa. Deste modo,
de uma vazão conhecida. O fator de deve-se calcular os efeitos da
mérito da turbina é seu fator K, que temperatura e pressão sobre a
associa a unidade de vazão à densidade, quando deduzir a massa do
frequência dos pulsos gerados. volume.
2. a turbina possui peça móvel. Embora A medição direta da vazão de massa
haja apenas o rotor móvel, há evita a necessidade de cálculos
desgaste e folga nos seus mancais complexos. Ela cuida diretamente da
de sustentação. massa e desde que a massa não muda,
3. ela pode ser danificada por um medidor direto de vazão mássica é
velocidade acima da calculada. Ela linear, sem as correções e
não se aplica para medição de vazão compensações devidas às variações nas
de fluidos abrasivos, sujos, propriedades do fluido.
corrosivos e de alta velocidade. O medidor opera pela aplicação da
4. seu custo é elevado, principalmente Segunda Lei de Newton: Força é igual à
se considera a colocação do filtro a Massa vezes a Aceleração (F = m a).
montagem, o uso do pré-amplificador Ele usa esta lei para determinar a
para distâncias acima de 60 metros. quantidade exata de massa fluindo
5. a turbina requer longos trechos através do medidor.
longos e distúrbios podem afetar a A massa do fluido tem uma
medição. velocidade linear quando ele flui através
do tubo sensor. A vibração do tubo
sensor, em sua freqüência natural em
torno do eixo, gera uma velocidade
angular. Estas forças vibracionais do
tubo, perpendiculares à vazão do fluido,
causam uma aceleração na entrada e
uma desaceleração na saída. O fluido
exerce uma força oposta a si próprio, que
resiste às forças perpendiculares do tubo,
causando o tubo dobrar. Os circuitos
eletrônicas do medidor de vazão mássica

101
Vazão

essencialmente medem esta pequena 4. um termo, devido ao efeito Coriolis,


força vibratória induzida pela vazão do deve sempre ser incluído em
fluido. Esta força do fluido é proporcional equações de balística exterior,
à vazão mássica. É a mesma força de 5. qualquer bolha de nível sendo
Coriolis que causam as correntes de ar usada em navio ou avião será
circularem em torna da Terra em rotação. defletida de sua posição normal e a
Esta força também cria uma precessão deflexão será perpendicular a
giroscópica empregada em sistemas de direção do movimento do navio ou
navegação de navios e aviões. A força de avião e devida ao efeito Coriolis.
coriolis é a única força significativa usada
na determinação da vazão mássica 9.3. Calibração
direta. O medidor Coriolis necessita da
calibração inicial para a determinação da
constante do instrumento e se mantém
para qualquer fluido. A verificação ou a
recalibração é facilmente feita no campo,
pelo usuário. Para uma mola acionada
estaticamente, a calibração com um
único líquido, usando um fluido com
única densidade, seria suficiente para
determinar a constante do medidor para
todas as variações de densidade, desde
que a rigidez do sistema (constante de
mola) seja corrida para as variações de
Fig. 5.20. Medidor Coriolis temperatura. As cargas não são
aplicadas estaticamente mas são
aplicadas na freqüência de acionamento.
9.2. Efeito Coriolis Uma função de transferência mecânica é
Qualquer objeto movendo acima da introduzida em adição a função estática.
Terra com velocidade espacial constante
é defletido em relação a superfície de 9.4. Medidor Industrial
rotação da terra. Esta deflexão foi Um objeto se movendo em um
discutida inicialmente pelo cientista sistema de coordenadas que gira com
francês Coriolis, na metade do século uma velocidade angular, desenvolve uma
passado e atualmente é descrita em força de Coriolis proporcional a sua
termos de aceleração de Coriolis ou da massa, a velocidade linear do objeto e a
força de Coriolis. A deflexão é para o velocidade angular do sistema. Esta força
lado direito, no hemisfério norte e para a é perpendicular junto a velocidade linear
esquerda, no hemisfério sul. Os efeitos do objeto como a velocidade angular do
Coriolis devem ser considerados em uma sistema de coordenadas.
variedade de fenômenos em que o A Terra constitui o sistema rotatório.
movimento sobre a superfície da Terra Por causa da força de Coriolis, um objeto
está envolvido; por exemplo: lançado de uma torre alta atingirá a terra
1. os rios no hemisfério sul forçam um pouco a leste da vertical. Neste caso,
mais sua margem esquerda do que a velocidade angular está apontada para
a direita e o efeito é mais o norte e a velocidade linear está dirigida
acentuado quanto maior for a sua para baixo e a força de Coriolis está na
latitude, direção leste. Se o movimento do objeto
2. no hemisfério sul, a água sai da pia fosse impedido de cair em um longo tubo
girando no sentido horário, vertical, esta componente da velocidade
3. os movimento do ar sobre a terra dirigida para leste faria o objeto exercer
são governados pela força de uma força contra a parede do tubo. Se o
Coriolis, líquido é bombeado através deste tubo, a
força de Coriolis contra o tubo é

102
Vazão

proporcional a vazão mássica e o angular do tubo vibrante, em combinação


momento angular da terra. com a velocidade de massa do fluido
vazante, faz o tubo inclinar. A quantidade
de inclinação é medida através de
detectores de posição, colocados nas
duas extremidades do tubo em U. Os
sinais gerados pelos detectores são
levados para um circuito eletrônico, que
condiciona, amplifica, padroniza e
transmite uma sinal de saída, típico de 4
a 20 mA cc. Nenhum componente a
estado sólido fica próximo do tubo e,
como conseqüência, pode-se manipular
fluidos em alta temperatura. O
transmissor eletrônico pode ficar até 300
metros de distancia do sensor.
Quando a vazão passa pelo tubo
vibrante, o efeito Coriolis ocorre,
causando uma inclinação no tubo
durante sua vibração. A inclinação é
medida com um tempo de atraso entre as
laterais do tubo e a medição é
processada como uma onda senoidal. O
Fig.5.21. Medidor Coriolis industrial tempo de atraso é diretamente
proporcional a vazão mássica
instantânea. Independente da inclinação,
Em um medidor tipo Coriolis, o fluxo a freqüência de vibração do tubo varia
do fluido de entrada é dividido entre dois com a densidade do fluido do processo.
tubos curvados, iguais e com diâmetros Deste modo, além da medição da vazão
menores que a tubulação do processo. A mássica (maioria das aplicações) pode-
vazão segue as trajetórias curvas e se medir também a densidade do fluido
converge na saída do medidor. Estes (minoria das aplicações). Um sensor de
tubos estão vibrando em sua freqüência temperatura, normalmente um bulbo de
natural, geralmente por um dispositivo resistência, é também usado para
magnético. Se, em vez de ser monitorar a temperatura, que influi na
continuamente girado, o conduite vibra, a módulo de Young do tubo metálico.
amplitude e a direção da velocidade Nada fica em contato com o fluido,
angular se alternam. Isto cria uma força exceto a parede interna do tubo, que é
de Coriolis alternada. Se os tubos feito normalmente de aço inoxidável AISI
curvados são suficientemente elásticos, 316L.
as forças de Coriolis induzidas pela Como somente a massa em
vazão mássica produzem pequenas movimento é medida, a incrustação de
deformações elásticas nos tubos. Esta material no tubo sensor não afeta a
distorção pode ser medida e a vazão calibração do medidor.
mássica inferida dela.
Em sua forma mais simples, o 9.5. Características
medidor de vazão Coriolis possui dois A saída do medidor é linear com a
componentes básicos: o sensor e o vazão mássica, de zero até o valor
transmissor eletrônico. O sensor é um máximo especificado. O circuito
conjunto de tubo (um ou dois) instalado eletrônico pode gerar saída analógica e
na tubulação do processo. O tubo digital. A saída digital tem freqüência
usualmente em forma de U é vibrado em ajustável continuamente entre 0 e 3 kHz
uma pequena amplitude, na sua e 0 a 15 kHz. A saída analógica mais
freqüência natural, por meio de um sinal comum é a de 4 a 20 mA cc. A saída
da bobina acionadora. A velocidade

103
Vazão

pode ser escalonada em qualquer único medidor pode ser instalado,


unidade de engenharia. quando necessário, em um de vários
A precisão é tipicamente estabelecida pontos, substituindo, a montagem de
entre ±0,2 a ±0,4% da vazão medida, vários medidores permanentes. O
com rangeabilidades iguais ou maiores medidor único serve uma grande área
que 25:1. Elas medem diretamente em porque é rara a necessidade de mais de
unidades de massa. Com medidores uma medição ao mesmo tempo. Tem-se,
volumétricos, a temperatura ou a pressão assim, um sistema econômico e de altas
estática ou ambas deviam ser medidas precisão e confiabilidade.
para a determinação da vazão de massa.
Portanto, os medidores volumétricos 9.7. Limitações
usados para medir a vazão mássica não Os problemas que aparecem nestes
podem ser tão precisos quanto os sistemas de medição de vazão de
instrumentos usados para medir Coriolis estão relacionados com a
diretamente a massa. sensibilidade a vibração e a alta
As faixas de vazão variam de 10 temperatura, falhas do circuito eletrônico,
gramas/minuto até 20.000 kg/minuto. Os rupturas do tubo em soldas internas e
medidores são disponíveis em tamanhos entupimento do tubo por fases
de até 6" de diâmetro. secundárias. A maioria dos problemas
Normalmente não há considerações pode ser resolvida com melhorias do
ou imposições acerca de trechos retos a projeto. Tubos curvados de vários
montante e a jusante. A maioria dos formatos reduzem o tamanho e peso de
medidores não necessita de trechos retos corpo do medidor e diminuem a perda de
vizinhos ao medidor. Não há peças carga permanente em médias e altas
moveis e os tubos são virtualmente sem velocidades.
obstrução. O medidor pode ser limpo no A distorção do tubo pode ser medida
local e auto-drenado com a própria sem a necessidade de se ter um ponto
configuração e orientação do tubo. São ou plano de referência para o movimento
disponíveis também versões sanitárias. do tubo. Maiores relações sinal/ruído e
correção de desvio de zero melhoram o
9.6. Aplicações desempenho do instrumento.
Os medidores de vazão Coriolis Adicionalmente os medidores são menos
podem medir líquidos, inclusive líquidos sensíveis a vibração e mais fáceis de
com gás entranhado, líquidos com serem instalados. A vazão divergente
sólidos, gases secos e vapor entre os dois tubos não mais necessitam
superaquecido, desde que a densidade ser distribuída igualmente para manter a
do fluido seja suficientemente elevada precisão e novos projetos eliminam a
para operar corretamente o medidor. Os necessidade de soldas internas nas
medidores são disponíveis em tamanhos extremidades do tubo.
variado de 1" a 6". Como a vazão é separada em dois
A habilidade do medidor de vazão tubos com diâmetros menores que o
Coriolis medir a densidade tem muitas diâmetro da tubulação de processo,
aplicações. As densidades de líquidos ocorre o aparecimento freqüente de fase
podem ser medidas com altíssima secundária no medidor, quando não
precisão e em linha, sem os cuidadosamente instalado. A perda de
inconvenientes e atrasos da amostragem. pressão pode ser substancialmente maior
A densidade pode ser usada para do que em outros tipos não-intrusivos e
determinar a percentagem de material na portanto, pode haver o aparecimento de
vazão pela massa (percentagem de cavitação e flacheamento de líquidos
sólidos) ou volume total. voláteis.
Há aplicações de medidor Coriolis
portátil, montado em uma mesa com
rodas, para totalização e monitoração de
transferência de material em processo
batelada de indústria farmacêutica. Um

104
Vazão

10. Medidor ultra-sônico rangeabilidades de vazão de 10:1 a 40:1.


Como estes medidores são não-
10.1. Introdução intrusivos, a perda de carga permanente
é essencialmente zero. Os transdutores
A classe ultra-sônica de medidores de
podem ser grampeados do lado de fora
vazão possui dois tipos diferentes: tempo
da tubulação.
de propagação ou tempo de trânsito e a
Matematicamente, tem-se
efeito Doppler. Para a maioria dos
medidores ultra-sônicos, a energia
t AB = L /(C + V cos θ)
elétrica é usada para excitar um cristal
piezelétrico em sua freqüência de e
ressonância. Esta freqüência de t BA = L /(C − V cos θ)
ressonância é transmitida na forma de
onda, viajando à velocidade do som, no onde
fluido e no material onde o cristal está C é a velocidade do som no fluido,
tocando. V é a velocidade do fluido na
tubulação,
10.2. Diferença de Tempo L é o comprimento do trajeto acústico,
O medidor de vazão ultra-sônico a θ é o ângulo do trajeto, em relação
diferença de tempo ou tempo de trânsito ao eixo da tubulação,
mede a vazão, medindo o tempo gasto tAB é o tempo medido de trânsito
pela energia ultra-sônica atravessar a entre A e B
seção do tubo, indo a favor e contra a tBA é o tempo medido de trânsito
vazão do fluido dentro da tubulação. Os entre B e A
tempo de propagação da onda ultra- A diferença de tempo dá
sônica, através do fluido, são diferentes,
quando no sentido da vazão e quando no ∆t = t BA − t AB = 2 × L × V cos θ / C
sentido contrario. A diferença no tempo
de trânsito das ondas, a favor e contrario
Simplificando,
à vazão, é proporcional a vazão do fluido.
Há uma diferença de tempo de
∆t
propagação, por que quando a onda viaja V =K×
contra a vazão, a sua velocidade é t 2A
levemente diminuída e quando viaja a
favor da vazão, a velocidade da onda onde
sonora é levemente aumentada. t A -tempo médio de trânsito entre os
Neste medidor, uma onda de pressão
de alta freqüência é projetada, sob um transdutores.
ângulo preciso, através da tubulação. O tipo mais simples e mais
Quando a onda é transmitida através do econômico envia uma única onda através
fluido na direção da vazão, sua do fluido e tem dois transdutores
velocidade aumenta. Quanto ela é montados com ângulo de 180 graus
transmitida contra a direção da vazão, afastado do tubo. O raio faz a média do
sua velocidade diminui. Do ângulo entre perfil da velocidade ao longo de sua
a trajetória da onda e a vazão do fluido e trajetória e não cruza a área do tubo. Isto
da velocidade da onda no fluido pode se torna o medidor dependente do perfil da
determinar a velocidade média do fluido. velocidade, que, por este motivo, deve
A vazão volumétrica pode ser inferida ser estável. Trechos retos de tubulação
desta medição da velocidade da vazão. são normalmente recomendados para
Como a onda de ultra-som não pode eliminar a distorção e os redemoinhos.
ser dispersa pelas partículas no fluido, As bolhas de ar no fluido, ou os
estes medidores são normalmente redemoinhos e os distúrbios gerados por
usados para medir a vazão de líquidos acidentes antes do medidor podem
limpos. As precisões podem variar de ±1 espalhar as ondas de ultra-som,
a ±5% da vazão medida, com causando dificuldades na medição. As
variações da temperatura do processo

105
Vazão

podem alterar a velocidade do som no


fluido, piorando o desempenho do 10.4. Efeito Doppler
medidor. Há problemas com medições de O efeito Doppler foi descoberto em
pequenas vazões, pois há muito pequena 1842 e é usado atualmente em sistemas
diferença entre os tempos de de radar (ar) e sonar (água) e em
transmissão a favor e contra a vazão do estudos médicos e biológicos. A
fluido. demonstração prática do efeito Doppler é
escutar o apito do trem ou a buzina do
carro. A qualidade tonal (freqüência) é
diferente para o observador estático
quando o trem está também parado ou
em movimento.
Na aplicação industrial, quando um
raio ultra-sônico é projetado em um fluido
não-homogêneo, alguma energia
acústica é refletida de volta para o
elemento sensor. Como o fluido está em
movimento com relação ao elemento
Fig.5.22. Princípio de funcionamento do sensor e o som espalhado se move com
medidor ultra-sônico o fluido, o sinal recebido difere do sinal
transmitido de um certo desvio de
freqüência, referido como o desvio de
10.3. Diferença de Freqüência freqüência Doppler. Este desvio de
No medidor a diferença de freqüência, freqüência é diretamente proporcional a
ajustam-se as freqüências de dois vazão.
osciladores, uma em fAB e a outra em fBA, Estes medidores não são
onde se tem: normalmente usados com fluidos limpos,
porque uma quantidade mínima de
1 partículas ou bolhas de gás devem estar
fAB = no fluido. As bolhas de gás podem ser
t AB criadas no fluido para fins de medição. A
precisões geralmente variam de ± 2 a ±
1 5% da vazão medida. Não há usualmente
fBA =
t BA restrições para a vazão ou para os
números de Reynolds, exceto que a
A relação entre a diferença das vazão deve ser suficientemente rápida
freqüências e a velocidade da onda é para manter os sólidos em suspensão.
dada por:
10.5. Relação Matemática
∆f × L Uma onda ultra-sônica é projetada em
V= um ângulo através da parede da
2 cos θ
tubulação no líquido, por um cristal
transmissor em um transdutor colocado
fora da tubulação. Parte da energia é
refletida pelas bolhas ou partículas no
líquido e retorna através das paredes
para um cristal receptor. Desde que os
refletores estejam viajando na velocidade
do fluido, a freqüência da onda refletida é
girada de acordo com o princípio
Doppler. Combinando as leis de Snell e
de Doppler, tem-se a velocidade:

106
Vazão

∆f × C t fabricantes especificam o limite mínimo


V= de concentração e tamanho de sólidos
2fo cos θ
ou bolhas nos líquidos para operação
confiável e precisa. Os medidores ultra-
ou, escrevendo de modo simplificado:
sônicos a efeito Doppler são efetivos com
líquidos misturados com sólidos
V = K × ∆f (slurries). Porem, quando a mistura é
onde
altamente concentrada, as ondas ultra-
∆f é a diferença entre a freqüência sônicas não penetram suficientemente no
transmitida e a recebida fluido, por causa da reflexão no fluido
fo é a freqüência de transmissão próximo da parede da tubulação, que se
θ é o ângulo do cristal transmissor e move muito lentamente. Variações na
receptor com relação ao eixo da densidade da mistura também
tubulação introduzem erro.
Ct é a velocidade do som no
transdutor.
A velocidade é uma função linear de
∆f. Desde que se possa medir o diâmetro
interno da tubulação, a vazão volumétrica
pode ser medida, multiplicando-se a
velocidade pela área da seção
transversal.

10.6. Realização do Medidor


O projeto mais popular é com um
único transdutor. Os cristais transmissor
e receptor estão ambos contidos em um
único conjunto transdutor, montado
externamente à tubulação. O
alinhamento dos cristais é feito pelo
Fig. 5.23. Medidor ultra-sônico
fabricante do medidor. No projeto com
transdutores duais, o cristal transmissor é
montado separadamente do cristal
receptor, ambos externas à tubulação. O A vazão deve estar na velocidade
alinhamento é mantido por um conjunto típica de 2,0 m/s mínima para os sólidos
apropriado. em suspensão e 0,75 m/s para as bolhas
entranhadas.
10.7. Aplicações O medidor a efeito Doppler opera
independente do material da tubulação,
Como com o tempo de trânsito e
desde que ele seja condutor sônico.
outros medidores de vazão, a tubulação
Tubulação de concreto, barro e ferro
deve estar completamente cheia, para se
muito poroso, podem absorver a energia
ter a medição da vazão correta. O
ultra-sônica e podem não trabalhar bem
transdutor com efeito Doppler indica a
com um medidor tipo Doppler. Deve-se
velocidade em uma tubulação
tomar cuidado com tubo de plástico
parcialmente cheia, desde que o
reforçado com fibra de vidro; os
transdutor esteja abaixo do líquido na
resultados são excelentes com tubulação
tubulação.
de plástico, como de PVC.
Os fabricantes especificam a
O medidor é geralmente barato para
distancia mínima do medidor para os
comprar, para instalar e para usar.
provocadores de distúrbio, como válvula,
cotovelo, te, bombas, tipicamente 10 a 20
D antes e 5 D depois do medidor.
O medidor a efeito Doppler se baseia
nas bolhas ou partículas no fluido para
refletir a energia ultra-sônica. Os

107
Vazão

Doppler são medidores portáteis para


verificação de grandes vazões; são
aplicações que não requerem grande
precisão. Atualmente são projetados
medidores ultra-sônicos com melhoria do
desempenho, com projetos envolvendo
transdutores múltiplos, maiores
freqüências de operação e novas
técnicas eletrônicas. Já são
desenvolvidos, inclusive, medidores de
vazão para fluidos limpos usando a
turbulência do fluido para refletir as
ondas.

Fig. 5.24. Medidor ultra-sônico para


medição de gás natural

10.8. Especificações
A precisão especificada é tipicamente
de ±0,2 a ±5 % da largura de faixa e
depende do fabricante, velocidade,
diâmetro da tubulação, fluido do
processo. Deve ser feita a calibração no
fluido do processo para converter a
velocidade em vazão volumétrica. A
calibração sem o fluido do processo pode
introduzir erros de +5% até -2% da vazão
medida. A calibração feita com outro Fig. 5.25. Provador de vazão
fluido conhecido mas diferente do fluido
do processo real pode produzir precisão
tão boa quanto ±1% do valor medido. A
repetitividade é da ordem de ±0,5% do
fundo de escala.
Os medidores podem ser
bidirecionais, mas eles medem apenas a
magnitude e não a direção da vazão.
Pode-se usar totalizador, em vez de
indicador da vazão instantânea.
Vibrações na tubulação e condições de
não vazão podem causar indicação do
fundo de escala devido ao movimento
das partículas e das bolhas. A saída de 4
a 20 mA cc é a padrão. Saídas de pulso
ou de tensão são opcionais.

10.9. Conclusão
O número de instalações com
medidores ultra-sônicos, tanto a tempo
de trânsito como a efeito Doppler, tem
diminuído por causa da reputação de
desempenho inadequado. Muitos
medidores de vazão ultra-sônicos a efeito
Apostila\Instrumentação 33Vazão.doc 18 OUT 00 (Substitui 15 DEZ 9815 DEZ 98)

108
6
Nível
Em Instrumentação, o termo medir é
1. Introdução vago, pois deve se determinar exatamente
qual valor da variável se quer mostrar, que
Nível é uma variável de processo que pode ser:
consiste na altura (comprimento) de uma Instantâneo, usa-se o indicador
coluna vertical do líquido ou sólido contido Histórico ou de tendência, usa-se o
em um tanque. registrador
A unidade de nível pode ser altura (m), Acumulado durante período de
percentagem (%), volume (m3 ). tempo, usa-se o totalizador
Medir o nível de um líquido contido em Uma malha de medição de nível é
um tanque é mostrar um dos seguintes constituída dos seguintes componentes,
parâmetros: que podem ser explícitos ou não:
Volume contido (innage) 1. sensor
Volume que falta para completar 2. condicionador
tanque (ullage) 3. mostrador
Percentagem da quantidade O elemento sensor, também chamado
Altura da coluna líquida de elemento primário, detector, probe,
A medição de nível é fácil, quando elemento transdutor, sonda, cuja função é
comparada com a medição de vazão ou a de detectar o valor da variável medida e
temperatura. gerar um sinal de saída proporcional a este
Medição de nível é robusta pois valor. Este sinal de saída pode ser
depende pouco da instalação mecânico (movimento, força,
A calibração de nível é relativamente deslocamento) ou elétrico (tensão,
fácil e geralmente é feita pelos seguintes corrente, resistência elétrica).
métodos: O condicionador é um dispositivo,
Geométrico instrumento ou circuito que melhora e torna
Volumétrico mais amigável o sinal de saída do
Quando se mede o nível de petróleo e elemento sensor. As funções de um
seus produtos e se quer uma grande condicionador podem ser: filtro,
precisão, deve-se medir também a amplificação, atenuação, padronização,
temperatura do produto, para fazer a linearização, compensação.
compensação da influência da temperatura O mostrador é o instrumento de display
no volume medido. ou de leitura. Ele pode ser o indicador,
O nível pode ser medido por meio: registrador ou totalizador, cuja saída é um
Manual, quando a medição é feita contador. O mostrador é o instrumento que
diretamente pelo operador é lido pelo operador e por isso deve ser
Automático, quando a medição é feita sempre acessível ao operador.
praticamente sem a interferência do
operador, que apenas monitora e utiliza
os resultados.

109
Nível

2. Exigências técnicas Os erros máximos permissíveis


relativos e absolutos, positivos e negativos,
2.1. Materiais nas condições de operação especificadas,
estão mostrados na Tab. 1.
Todos os materiais usados no medidor
automático de nível devem ser de boa
qualidade e adequados para sua Classe de
aplicação. Precisão
2 3
2.2. Instrumento de indicação A ±0,02% ±0,03%
As unidades de medição autorizadas B ±0,04% ±0,06%
são as do SI (Sistema Internacional de C 2 mm 3 mm
Unidades). Indicações do innage ou ullage D 3 mm 4 mm
devem ser em unidade de comprimento,
acompanhada do nome ou símbolo da
unidade. Pode-se usar a indicação de Os erros máximos permissíveis da
informação não-metrológica, desde que Tab. 1 se aplicam a
não seja confundida com a informação Indicação de um innage ou ullage
metrológica. de acordo com o princípio de
Intervalo da escala não pode exceder medição do medidor automático de
1 mm. nível.
Para uma indicação analógica, a Indicação de uma diferença entre
distância entre marcas sucessivas da dois níveis medidos em uma
escala não podem ser menores que 1 mm. direção de operação.
As unidades de medição autorizadas O erro de histerese, quando mudando a
são as do SI (Sistema Internacional de direção do movimento do nível não pode
Unidades). exceder:
Um medidor automático de nível pode 2 Classe
ter mais de um dispositivo de indicação. mm 2
Normas nacionais podem requerer uma 3 Classe
saída para ligação com um indicador local mm 3
no tanque.
Pode haver um indicador adicional ao Na Tab. 1, as linhas A e C se aplicam
medidor automático de nível. ao medidor automático de nível em si,
Uma indicação remota deve ser antes de ser instalado no tanque, para
identificada de modo claro com relação ao aprovação do padrão e para verificação
medidor automático de nível que ela inicial. O erro máximo permissível é o valor
pertence. maior de:
Por motivos metrológicos, deve ser 1. Valor absoluto calculado da linha A
disponível uma indicação do innage ou para a indicação correspondente
ullage, dependendo do princípio de 2. Valor absoluto da linha C
medição do medidor automático de nível. Na Tab. 1, as linhas B e D se aplicam
O medidor automático de nível é ao medidor automático de nível, depois de
classificado conforme sua precisão em ser instalado no tanque de armazenagem,
Classe 2 – aplicável a todo tanque para verificação inicial e subseqüente. O
não refrigerado, dentro do escopo da erro máximo permissível é o valor maior
norma. de:
Classe 3 – aplicado apenas a 1. Valor absoluto calculado da linha B
tanque com fluido (hidrocarbono) para a indicação correspondente
refrigerado. 2. Valor absoluto da linha D
A discriminação do medidor automático
de nível em si deve ser tal que a variação

110
Nível

da indicação de 1 mm, no mínimo, na 3. Marca de aprovação do modelo


ocorrência de uma variação no nível de: 4. Designação da classe de precisão
5. Faixas definindo o campo de
2 Classe operação
mm 2 6. Qualquer outra informação
3 Classe requerida no certificado de
mm 3 aprovação do modelo
As marcas descritivas devem ser
Se um medidor automático de nível dá indeléveis e de um tamanho, formato e
mais que uma indicação e impressão, cada claridade que permitam a leitura fácil, nas
indicação deve estar conforme com o erro condições de operação do medidor
máximo permissível da Tab. 1. A diferença automático de nível. Elas podem ser
entre quaisquer duas indicações não pode agrupadas juntas em um local visível do
ser maior que 1 mm, sob condições medidor automático de nível em si ou em
estáveis de nível. uma placa de dados fixada nele.

2.3. Campo de operação 2.6. Marcas de verificação


O campo de operação é determinado O medidor automático de nível deve ter
pelas seguintes características: um local para a marca de verificação que
1. Temperaturas mínima e máxima do seja visível e permita a aplicação fácil da
liquido marca. Deve ser impossível remover a
2. Pressões mínima e máxima do marca sem danificá-la.
liquido
3. Características do líquido e o meio 2.7. Selagem
acima do líquido Deve ser possível selar a placa de
4. Densidades mínima e máxima do dados de marcação. A placa de marcação
líquido e do meio acima do líquido só pode ser removida sendo destruída.
5. Capacidades mínima e máxima do Deve-se selar as partes e componentes
medidor automático de nível que possam afetar a precisão da medição
e cujo acesso não seja autorizado pelo
2.4. Condições especiais operador.
As normas nacionais podem permitir o
uso de um medidor automático de nível 2.8. Medidor automático de nível
sob condições diferentes e fora das com elemento detector móvel
condições de operação especificadas, Mecanismo de suspensão
desde que sejam feitas as devidas Para facilitar as verificações do
correções dos valores medidos. mecanismo do medidor e quando aplicável,
2.5. Equipamentos auxiliares o medidor automático de nível deve ter
meios de permitir dar um movimento às
Equipamentos auxiliares, tais como peças de operação do medidor, quando
alarme, desarme, não podem afetar os necessário.
resultados da medição e não podem ter
características que facilitem o uso Posição estática
fraudulento. Se o elemento detector de nível pode
ser posicionado estaticamente acima ou
2.5. Marcações abaixo do nível do líquido, deve ser claro
O medidor automático de nível deve ser que a indicação não está apresentando
marcado de modo legível e claro com as uma medição real.
seguintes informações:
1. Nome do fabricante
2. Número de série e ano de
fabricação

111
Nível

Nas condições de referência, o


comprimento de referência do medidor não
3. Exigências da instalação deve variar mais que 0,02% devido a
variação na altura do líquido, pressão de
3.1. Geral vapor e influencia do teto ou plataforma.
O medidor automático de nível deve ser Em especial,
instalado atendendo as exigências dos Medidor automático de nível localizado
equipamentos auxiliares, marcação, no topo do tanque deve ser montado em
marcas de verificação e selagem. um tubo suporte de construção adequada
A indicação deve ser facilmente se a parte superior do tanque é abaixada
acessível e legível. mais de 0,02% da altura do tanque,
Exceto no caso de tanques com alta quando o tanque estiver completamente
pressão, o medidor automático de nível cheio do líquido com densidade de 1 000
deve ser equipado e instalado de modo kg/m3 ou de densidade maior do campo de
que possa ser facilmente verificado quando operação, o que for maior.
instalado no tanque. O tubo suporte deve ser fixado de
Um medidor automático de nível deve modo que seu movimento vertical com
indicar o nível (innage) ou continuamente relação ao ponto de referência do nível
ou quando solicitado. seja menor que 0,02% do nível medido.
Se existir certas regiões do nível do Se usado, o detector de correção deve
líquido no tanque onde não podem ser ser situado do modo que um valor
usadas indicações do medidor automático confiável seja obtido das propriedades que
de nível em combinação com a tabela de se quer medir. Se necessário, deve se
calibração, os valores mostrados nestas instalar mais de um detector, para se obter
regiões devem ser claramente identificados o valor médio correto.
ou estas regiões devem ser claramente A expansão termal da estrutura do
marcadas na tabela de calibração do tanque ou se aplicável, do tubo suporte,
tanque. deve ser tal que o desvio total para uma
O elemento detector do nível do líquido variação de temperatura de 10 oC caia
deve estar próximo da abertura do medidor dentro do erro máximo permissível para o
principal. O sensor deve ser instalado de medidor automático de nível instalado ou
modo que a operação correta do elemento se necessário, seja compensado.
sensor de nível não possa ser obstruída
por obstáculo. 3.2. Medidor automático de nível
O elemento sensor do nível do líquido Geral
deve ser colocado de modo que nenhuma Um medidor automático de nível
interferência mútua possa ocorrer durante eletrônico deve ser projetado e fabricado
a indicação, amostragem ou outras de modo que, quando exposto a distúrbios,
operações. não haja ocorrência de falha significativa
O elemento sensor do nível do líquido ou a falha significativa seja detectada e o
deve ser instalado de modo que a operador tome as providências cabíveis. O
influência de redemoinho, turbulência, fabricante decide qual alternativa escolher.
espuma, aquecimento assimétrico, vento e Se uma falha significativa é detectada,
outros efeitos na detecção do nível seja uma indicação visual ou sonora deve
desprezível. Se necessário, deve-se usar ocorrer automaticamente e deve continuar
alguma proteção. até que o usuário tome ação ou a falha
O medidor automático de nível deve ser seja corrigida.
instalado no tanque de modo que a
variação no comprimento de referência do Facilidade de verificação
medidor devido ao movimento da estrutura, Deve ser possível determinar a
fundo ou tampa do tanque seja minimizada presença e o funcionamento correto de
ou compensada. facilidades de verificação.

112
Nível

Se a falha de um elemento de estabilizar, ou seja, cessarem os


indicação do mostrada pode causar uma movimentos oscilatórios da superfície livre
falsa indicação, então o instrumento deve do líquido e depois de decantada e
ter uma facilidade de teste da indicação, estabilizada a água eventualmente
que mostre todos os sinais relevantes do presente no fundo do tanque.
indicador, quando requerido, em seus As medições devem ser feitas sempre
estados ativo e não ativo para um tempo na mesma boca e sempre em relação à
suficiente e sejam facilmente observados mesma referência.
pelo operador. A medição de cada nível deve ser feita,
No inicio e fim da medição, todos no mínimo, duas vezes e os valores
componentes de armazenagem de dados registrados logo depois da leitura dos
devem ser verificados automaticamente medidores. Quando houver grande
para certificar que os valores de todas as discordância entre as duas medições, as
instruções memorizadas permanentemente medições devem ser repetidas até que a
sejam corretas, através de: discrepância esteja dentro das incertezas
Somando todas as instruções e códigos dos instrumentos envolvidos.
de dados e comparando a soma com um Nos registros das medições, devem
valor fixo constar os valores lidos, data, hora e
Vendo as linhas e colunas dos bits de identificação do tanque. Não é permitida
paridade (LRC, VRC, ISO 2111) nenhuma rasura nestes registros.
Verificação cíclica de redundância
(CRC 16, ISO 2111) 4.2. Métodos de medição
Dupla armazenagem de dados, ambas A medição do nível de líquidos contidos
no mesmo código em tanques pode ser feita por dois
Dupla armazenagem de dados, a métodos:
segunda em código inverso ou desviado 1. espaço cheio (innage)
Armazenagem de dados em código 2. espaço vazio (ullage)
seguro, por exemplo, por check sum, bits A medição do espaço cheio consiste
de linha e paridade. em medir diretamente a altura da coluna
Porém, não é obrigatório que esta liquida, a partir do nível zero. É chamada
verificação seja feita com freqüência maior de medição direta do nível.
que uma por minuto, se a medição é A medição do espaço vazio consiste
automática. em determinar a altura da coluna liquida,
Todos os dados relevantes da medição subtraindo-se a medição do espaço vazio
devem ser verificados se estão corretos da altura de referência. É chamada de
sempre que forem transferidos ou medição indireta do nível.
armazenados internamente ou transmitidos Na indústria de petróleo e gás natural,
para equipamentos periféricos por ainda é comum a medição de água no
interface, por meios como: bit paridade, fundo do tanque e a medição de nível em
check sum, armazenagem dupla tanque de teto flutuante.
independente ou outra rotina handshake
com retransmissão.
O uso apenas do bit de paridade não é
suficiente no caso de armazenar ou ler os
dados metrológicos para um medidor
automático de nível eletrônico.

4. Medição manual de nível


4.1. Introdução
A medição de nível deve ser feita
somente depois de o processo se

113
Nível

Medição do nível de água de fundo


Medição do espaço cheio
Para medir manualmente a altura do
Para medir manualmente a altura do
espaço ocupado pela água de fundo no
espaço ocupado pelo líquido dentro do
tanque, deve-se seguir o seguinte
tanque, deve-se seguir o seguinte
procedimento:
procedimento:
1. Passar pasta detectora de água no
1. Introduzir a trena pela boca de
prumo e introduzir a trena no
medição do tanque, até que ela
tanque, até que o prumo atinja o
entre em contato com o fundo do
fundo do tanque.
tanque.
2. Deixar a trena imersa no líquido
2. Retirar a trena e verificar a altura
durante um tempo necessário para
marcada pelo produto. Para uma
a pasta detectora seja alterada.
leve camada de pasta detectora na
3. Recolher a trena.
região da trena que contem a altura
4. Fazer a leitura da trena no corte; o
medida.
que corresponde ao nível da água.
3. Introduzir a trena novamente e
5. Quando o nível coincidir com a
lentamente pela boca de medição,
emenda do prumo com a trena,
até que o prumo toque o fundo do
usar a barra milimetrada.
tanque, mantendo a trena sem
oscilação, para evitar a formação Medição do nível de tanque de teto
de ondas no nível. Deixar a trena flutuante
imersa no produto durante o tempo As medições devem ser feitas somente
necessário para que a pasta depois do nível estabilizado e abaixo da
detectora seja alterada, indicando o parte inferior do teto.
corte do produto. Deve-se medir a altura do líquido
4. Recolher a trena. contido no tanque e a altura de referência.
5. Ler a altura do nível do líquido no Deve-se retirara a água eventualmente
corte da pasta. acumulada sobre o teto. Deve-se manter
6. Anotar o valor lido. sempre o teto na condição de flutuação,
Para produtos escuros e de maior para evitar erros devidos à deformação do
viscosidade, manter o prumo em contato teto.
com o fundo do tanque por mais tempo,
para evitar uma leitura menor que a real,
por causa do menisco invertido.
Medição do espaço vazio
Para medir manualmente a altura do
espaço ocupado pelo líquido dentro do
tanque, deve-se seguir o seguinte
procedimento:
1. Passar pasta detectora no prumo e
introduzir a trena no tanque, até
que o prumo penetre no líquido
contido no tanque.
2. Recolher a trena.
3. Fazer a leitura da trena na
referência e do prumo, no corte; a
diferença entre estas duas leituras
representa o espaço vazio do
tanque.
4. Subtrair este resultado da altura de
referência, para obter o nível do
líquido contido do produto.
5. Anotar o valor lido.

114
Nível

Fig. 1. Medição do nível pelo espaço cheio (innage)

Fig. 6.1. Medição do nível ou espaço ocupado pelo líquido ou innage

115
Nível

Fig. 2. Medição do nível pelo espaço vazio (ullage)

Fig. 6.2. Medição do espaço vazio no tanque ou ullage

116
Nível

Fig. 3. Medição do nível da água de fundo

Fig. 6.3. Medição no nível da água de fundo

117
Nível

Fig. 6.4. Medição do nível de líquido em tanque de teto flutuante

Fig. 6.5. Régua milimetrada (mostrada na horizontal e usada na vertical

118
Nível

Construção
4.3. Métodos manuais A fita deve ser construída como um
A norma ISO 4512 (2000) descreve o comprimento contínuo de aço.
equipamento necessário para medir o nível
Materiais
de petróleo e produtos do petróleo em um
O material da fita deve ter as seguintes
tanque ou container. O cálculo da
especificações:
quantidade de petróleo e produtos contidos 1. alto conteúdo de carbono (0,8 %)
em um tanque ou container também requer 2. resistência de tensão entre 1 600 a 1
que a temperatura do líquido e sua
850 N/mm2
densidade sejam determinadas (ISO 4266:
3. Coeficiente linear de expansão:
Petroleum and liquid petroleum products –
(11 ± 1) x 10-6 oC-1
Direct measurement of temperature and
Para determinados produtos
level in storage tanks – Automatic
petroquímicos, deve-se usar outros
methods).
materiais, tais como aço inoxidável,
Se for necessário um certificado de
quando é necessário corrigir o
calibração para qualquer um dos
comprimento da régua por causa da
equipamentos, tais como réguas
variação da temperatura do processo.
graduadas, pesos, réguas para ullage, ele
deve ser obtido de uma autoridade Revestimento
competente e deve ser rastreável a A fita deve ser revestida com um
padrões nacionais ou internacionais, com material anticorrosivo para proteção
um limite de confiança de 95%, que está durante a armazenagem. Este material não
dentro do máximo erro permissível pode isolar eletricamente a fita.
especificado nesta norma.
Equipamento que foi sujeito a reparo
não pode ser usado como referência, mas
pode ser usado para outros objetivos se
ele for verificado por uma autoridade
competente e foi considerado conforme
com as exigências desta norma.

4.4. Fita de imersão


Geral
Fita de imersão deve ser usada em
conjunto com um peso de imersão (dip-
weight), régua de ullage ou régua para
detectar água. A fita é enrolada em um
tambor contido dentro de um estrutura
equipada com uma manivela.
É recomendada que os pesos, régua
de ullage e régua de detectar água sejam
destacadas da fita, quando transportada ou
armazenada para evitar a flexão constante Fig. 6.6. Exemplos de fitas de imersão com
no ponto de fixação, facilitando a quebra diferentes pesos
da fita neste ponto.
O conjunto fita, dispositivo de fixação e
peso, que forma um sistema contínuo e
completo, deve ser construído de modo
que o zero do sistema seja a face inferior
do peso. Há graduação em todo
comprimento da fita

119
Nível

solventes. O processo de marcação não


pode isolar eletricamente a fita de imersão.
As marcas da escala devem ser
claramente numeradas, como mostrado na
Tab. 1.

Tab. 1: Numeração das fitas de imersão

Graduações Graduações
intermediárias principais
Numerad Números Números Numeraç
a em cada cm maiores em maiores em ão repetida
cada cm cada metro em números
ou numerada menores em
em uma cada dm após
tabela o primeiro
Fig.6.7. Sistema típico de manuseio brilhante metro
ressaltada

Fixação
A fita deve ser enrolada de modo Referência zero
adequado em um sistema com polia, em A referência zero (zero datum) do
uma extremidade. Na outra extremidade, conjunto fita de imersão e peso de imersão
deve ser fixado o peso, régua de ullage ou deve estar na face inferior do peso de
régua para detectar água. O dispositivo de imersão.
fixação deve ter um meio de evitar o Precisão (erro máximo permissível)
desprendimento acidental do peso, régua O erro máximo permissível para
de ullage ou régua para detectar água. qualquer distância da referência zero do
Dimensões peso de imersão até a marca de
As dimensões da fita devem ser: graduação de 30 m não pode exceder ±1,5
Largura: (13,0 ± 0,5) mm m para uma combinação nova de fita-peso,
Espessura (não esticada): na condição de referência especificada de
(0,25 ± 0,05) mm temperatura e tensão, quando comparada
Comprimentos recomendados: contra um instrumento de medição de
5 m, 10 m, 15 m, 25 m, 30 m, 40 m referência. O erro máximo permissível para
e 50 m a marca de graduação de 30 m nunca
pode exceder ±2,0 m para uma
Graduação
combinação de fita-peso, em serviço. (Ver
As fitas devem ser graduadas em uma
Tab. 2).
única face. Elas devem ser graduadas em
A incerteza com limite de confiança
m, cm e mm, em toda sua extensão.
rastreável certificado de 95 % do
As marcas da graduação devem se
instrumento de medição de referência
relacionar às condições de referência
usado para verificar o erro máximo
especificadas de temperatura e tensão
permissível da combinação fita-peso de
mecânica, onde a tensão é igual àquela
imersão não pode exceder ±0,5 mm para
que a fita experimenta devido à massa do
qualquer distância entre 0 e 30 m.
peso de imersão, quando a combinação
A precisão de calibração de cada
fita-peso é suspensa verticalmente no ar
combinação de trabalho fita-peso de
(±10 %).
imersão deve ser verificada antes do
As marcas de graduação devem de
primeiro uso e depois, em intervalos
largura uniforme e não mais que 0,5 mm e
regulares (por exemplo, 6 meses).
devem ser perpendiculares à borda da fita.
Tipicamente, esta verificação deve incluir:
As marcas de graduação devem ser
permanentes e indeléveis e resistentes a

120
Nível

1. A distância entre a referência de zero Tab. 2. Erro máximo permissível para


(zero datum) do conjunto fita-peso e conjuntos de fita e peso de imersão
uma graduação conveniente da fita
Comprimento Erro Erro
(por exemplo, graduação de 300 mm) fita/peso máximo máximo
deve ser verificada usando um m permissível para permissível para
microscópio móvel com vernier ou um conjunto novo um conjunto
fita-peso usado fita-peso,
dispositivo de medição de referência mm mm
similar (com a incerteza com limites de 0,000 a ±1,5 ±2,0
confiança de 95 % não excedendo 30,000
±0,20 mm em qualquer ponto até 500 30,001 a ±2,25 ±3,0
60,000
mm), quando o conjunto fita-peso é 60,001 a ±3,0 ±4,0
suspenso verticalmente no ar. 90,000
2. A distância da marca de graduação
escolhida da fita para uma série de
outras marcas de graduação em Marcação
intervalos aproximados de 5 m deve Cada fita deve ser marcada em sua
ser verificada por comparação direta extremidade com o seguinte:
com uma fita mestre de referência ou Número desta norma ISO 4512
outro padrão (com a incerteza com Nome do fabricante
limites de confiança de 95 % não Condições padrão de calibração:
excedendo ±0,25 mm em qualquer o Temperatura, padrão 20 oC
ponto até 30 m), quando o conjunto o Tensão aplicada na calibração,
fita-peso é suspenso verticalmente no normal 10 ou 15 N
ar ou, como alternativa, é suportada Qualquer marca oficial necessária de
horizontalmente em sua tensão e conformidade
temperatura de referência. 4.5. Sistema de enrolamento
Exemplo A capacidade do sistema de
Em um procedimento típico de enrolamento da fita deve ser suficiente
verificação, a incerteza combinada das para enrolar o comprimento total da fita
duas incertezas dos instrumentos de sem uma tensão, na fita ou na polia.
medição, no limite de confiança de 95 %, é O comprimento da fita para o qual o
estimada pela raiz quadrada da soma dos sistema de polia é projetado deve ser
quadrados das incertezas individuais, claramente marcado.
como: O tambor de enrolamento não deve ser
menor que 28 mm em diâmetro e deve ser
± (0,20 2 + 0,25 2 = ±0,32 mm, fornecido com uma manopla de
enrolamento.
A fita deve ser enrolada de modo que
que está dentro do limite máximo
passe livremente através do espaço entre
especificado de ±0,5 mm. o tambor e a manivela, com as marcas de
Uma tensão de referência de 10 ou 15 graduação visíveis na fita enrolada.
N é recomendada para conjunto típico de A fita e o sistema de enrolamento
fita-peso, quando isto representa um boa devem ser eletricamente aterrados,
aproximação da tensão de uma fita padrão quando em uso.
de 30 m, quando suspensa verticalmente
no ar com um peso de imersão padrão de 4.6. Peso de imersão
0,7 kg fixado. Correções de comprimento
O peso de imersão é projetado e
devem ser feitas quando a fita que é construído para ser usado em combinação
fabricada ou calibrada em outras tensões com a fita de imersão.
de referência são sujeitas a diferentes O material do peso de imersão deve
tensões, quando em uso. ser resistente a faísca e com densidade
adequada (material típico: latão)

121
Nível

O peso de imersão deve ter formato As marcas da escala devem ser


cilíndrico no meio e cônico na extremidade gravadas e não podem exceder a largura
inferior. A base deve ser chata, com uma de ±0,50 mm.
superfície normal ao eixo maior. As marcas da escala devem ser
O formato cilíndrico afinado na ponta normais ao eixo principal do peso e deve
fornece a sensitividade em imergir e ser uma projeção das distancias
penetrar em depósitos mais facilmente que correspondentes do eixo do peso.
um formato totalmente cilíndrico. Cada peso deve ter a seguinte
Um peso com uma extremidade muito marcação:
pontiaguda não é recomendado, pois é O número desta norma, ISO 4512
susceptível a dano mecânico que afeta a Qualquer marca oficial de
precisão da medição e pode se desgastar conformidade necessária
rapidamente, quando em uso.
A extremidade superior deve ser 4.7. Régua Ullage
projetada para permitir a fixação da fita de A régua de ullage deve ser projetada e
imersão. Esta fixação não deve afetar a construída para uso combinado com a fita
precisão do conjunto fita-peso. de imersão.
Uma face chata, não menor que 10 cm, A régua de ullage pode ser graduada
deve ser provida para ter uma escala em mais de uma face, mas as graduações
gravada, continuando a escala da fita. devem estar no mesmo nível em relação à
A massa do peso de imersão deve ser, referência de zero (zero datum) da régua.
no mínimo, de 0,6 kg, para manter a fita O normal é ter graduação somente em
sempre esticada, quando em uso. uma face.
Quando medindo nível de tanque que As graduações na régua ullage que são
pode conter uma camada no fundo de gravadas abaixo da marca zero são
sedimento separado, é desejável usar um suplementares às marcações da fita de
peso mais pesado (e.g., 1,5 kg), para ele imersão.
penetrar mais facilmente no sedimento. Não se pode combinar réguas ullage
Porém, a precisão de calibração da fita com réguas de detecção de água porque
assume que a fita é calibrada com um os seus pontos de referência zero são
peso normal de 0,7 kg. Assim, uma diferentes.
pequena correção do peso pode ser As réguas ullage devem ser de material
requerida para compensar a tensão maior conveniente, resistente a faísca; o material
que a fita experimenta, se é usado um típico é latão.
peso maior. As réguas ullage devem ser fabricadas
O peso de imersão deve ser graduado de uma barra tendo faces planas, sobre a
em toda a extensão de seu corpo. qual é gravada a escala e todos os cantos
O erro máximo permissível para são suaves
qualquer distância da referência zero do O topo da régua ullage deve ser
peso de imersão até a escala graduada do projetado para permitir a fixação firme da
peso não pode exceder ±0,5 m. Se a fita. A fixação não deve atrapalhar a
precisão das graduações da escala precisão do conjunto completa fita-régua
precisar ser certificada, a escala deve ser ullage.
calibrada usando-se um microscópio A massa da régua ullage deve ser de,
portátil com vernier ou um dispositivo de no mínimo, 0,6 kg, para manter a fita
medição de referência similar, com uma continuamente tensa, quando em uso.
incerteza com limites de confiança de 95 A régua ullage deve ser graduada em
%, que não excede ±0,20 mm, em cm e mm, a partir da marca zero,
qualquer ponto de 0 a 500 mm. aproximadamente no meio da régua para a
A face inferior do peso deve agir como face inferior da régua.
uma referência de zero para graduação do O erro máximo permissível para
conjunto fita-peso de imersão. qualquer distância a partir da referência
zero para qualquer outro ponto na escala

122
Nível

graduada não devem exceder 0,5 mm. devem dimensionados de modo que não
Quando a precisão das graduações da apresentem perigo potencial eletrostático e
escala precisa ser certificada, a escala ainda devem permitir a reação da pasta
deve ser calibrada usando um microscópio detectora de água, que deve ser
portátil com vernier ou dispositivo de observada através da régua.
medição de referência similar com uma A área da superfície de qualquer
incerteza com limites de confiança de 95 espaçador plástico deve ser menor que 2,8
%, que não exceda ±0,20 mm, em x 10-3 m2
qualquer ponto de 0 a 500 mm. A régua detectora d’água deve ser
A marca de referência zero (zero fabricada de uma barra tendo faces planas,
datum) do conjunto fita e régua ullage deve sobre a qual é gravada a escala e todos os
estar na marca zero gravada na régua cantos são suaves
ullage. O topo da régua detectora d’água deve
Cada marcação maior da graduação ser projetado para permitir a fixação firme
deve numerada abaixo do zero da fita. A fixação não deve atrapalhar a
Cada régua ullage deve ter a seguinte precisão do conjunto completa fita-régua
marcação: detectora d’água.
Número da norma ISO 4512 A régua detectora d’água deve ser
Qualquer marca oficial de graduada em cm e mm, através de todo
conformidade necessária. seu comprimento de trabalho, tipicamente
de 350 mm.
4.8. Régua detectora de água O erro máximo permissível para
A régua detectora de água deve ser qualquer distância a partir da referência
projetada e construída para uso combinado zero para qualquer outro ponto na escala
com a fita de imersão. graduada não devem exceder 0,5 mm.
A régua detectora de água pode ser Quando a precisão das graduações da
graduada em mais de uma face, mas as escala precisa ser certificada, a escala
graduações devem estar no mesmo nível deve ser calibrada usando um microscópio
em relação à referência de zero (zero portátil com vernier ou dispositivo de
datum) da régua. O normal é ter graduação medição de referência similar com uma
somente em uma face. incerteza com limites de confiança de 95
As graduações na régua detectora de %, que não exceda ±0,20 mm, em
água devem ser gravadas a partir da qualquer ponto de 0 a 500 mm.
marca zero da régua. As graduações não As marcas de graduação devem de
são precisam ser diretamente relacionadas largura uniforme e não mais que 0,5 mm e
com as graduações da fita de imersão devem ser perpendiculares à borda da fita.
fixada nela, porque a régua detectora de As marcas de graduação devem ser
água normalmente é maior do que o peso permanentes e indeléveis e resistentes a
padrão combinado com a fita. solventes. O processo de marcação não
Não se pode combinar réguas ullage pode isolar eletricamente a régua detectora
com réguas de detecção de água porque d’água.
os seus pontos de referência zero são Cada régua detectora d’água deve ter a
diferentes. seguinte marcação:
A régua detectora de água é projetada Número da norma ISO 4512
para uso com pasta detectora de água. Qualquer marca oficial de
A régua detectora de água deve ser de conformidade necessária.
material conveniente, resistente a faísca; o
material típico é latão. O espaçador e o 4.9. Pasta detectora de interface
conjunto externo devem ser feitos de O nível de produtos de petróleo e o
material não condutor, plástico nível de qualquer interface óleo/água pode
transparente que deve ser resistente aos ser detectado por pastas indicadoras, que
produtos que entrarão em contato com ele. mudam a cor em contato com produtos
Os espaçadores plásticos transparentes voláteis ou água, respectivamente.

123
Nível

A pasta ullage, quando esparramada tensão. Todos os instrumentos do sistema


finamente em fita de imersão, peso de de medição devem ter aprovação elétrica
imersão e régua ullage, pode ser usada na de segurança intrínseca (ou qualquer outra
medição do nível de produtos de petróleo proteção compatível com a classificação
voláteis, que não poderia dar uma medição da área, de conformidade com a IEC 60
clara do nível (corte), sem ambigüidade 079).
sobre a régua apropriada limpa.
A pasta ullage indica o nível por uma
mudança clara e sem ambigüidade de cor.
A pasta ullage não deve exibir qualquer
tendência para indicar nível rastejando
para cima, ou seja, indicando um nível
maior que o verdadeiro e assim dando uma
menor ullage.
O uso de graxa ou giz no lugar de
paste ullage apropriada não é permitido
para medições requerendo a maior
precisão. Níveis medidos por graxa ou giz
pode indicar leituras vários milímetros
maior do que o nível verdadeiro.
Pasta detectora de água, quando
espalhada em uma fina camada sobre
peso de imersão ou régua detectora
d’água pode ser usada na medição da
profundidade de água livre abaixo de uma
quantidade de produto de petróleo,
armazenado em tanque ou container.
A pasta detectora d’água indica o nível
através da mudança de cor de modo claro
e não ambíguo.
A pasta detectora d’água não deve
exibir qualquer tendência para indicar nível
rastejando para cima, ou seja, indicando
um nível maior que o verdadeiro.

4.10. Medidor eletrônico portátil


Os medidores eletrônicos portáteis de
nível são geralmente multifunção, pois eles
podem medir outros parâmetros tais como
nível de qualquer interface óleo-água,
temperatura, densidade, pressão, alem de
medir o espaço vazio (ullage). O método
para seu uso para medição de nível é
descrito na norma ISO 4511 e para medir
temperatura na ISO 4268.
O medidor eletrônico portátil pode ser
projetado para aplicações abertas, restritas
ou fechadas. Quando usado para medir
nível em tanques fechados e restritos,
deve-se associar a válvula de bloqueio de
vapor compatível.
O sistema eletrônico no instrumento
deve ser alimentado com baixa baterias de

124
Nível

se usar medições discretas, que


geralmente são mais simples.
5. Medição automática de nível Enfim, a escolha do melhor sistema de
medição de nível deve incluir, mas não se
5.1. Introdução limitar a:
O nível em um tanque, vaso ou silo 1. custo de propriedade, que envolve
pode ser detectado através de diferentes custo inicial, acessórios,
técnicas. O objetivo deste trabalho é o de manutenção, calibração, operação
ajudar o leitor a estreitar e focalizar o e custo do processo parado por
sistema mais adequado para sua causa do mau funcionamento do
aplicação. A seleção do sensor de nível sistema
deve considerar as características 2. precisão, que envolve linearidade,
desejáveis e irrelevantes, tais como rangeabilidade, histerese
movimento (onda) no nível, possibilidade 3. faixa de medição, incluindo valor
de entupimento, influência de deposição e mínimo, máximo e ponto de
revestimento do sensor, necessidade de trabalho
purga, confiabilidade, precisão, exigência 4. especificações de pressão e
de legislação ou de contrato. temperatura do processo
Na industria de petróleo, o instrumento 5. materiais de construção
que mede o nível pode ser usado como compatíveis com os produtos do
transferência de custódia, o que o torna processo
importante. A medição de nível para
transferência de custódia requer a precisão
e exatidão definidas em contrato, que deve
ser a maior possível. Por exemplo, um
tanque de armazenamento típico pode
conter 750 000 barris API (American
Petroleum Institute) pode ter diâmetro de
105 m e são necessários 30 m3 (8 000
galões) para elevar o nível de 25 mm (1 “).
Assim, uma incerteza de 25 mm (1 “)
representa uma perda (ou ganho) de 30 m3
(8 000 galões).
Além da precisão, na escolha do Fig. 6.8. Medidores de nível de tanque
medidor de nível, devem ser considerados
outros fatores, tais como a influência das
variações da temperatura , densidade, Os métodos de medição de nível são
composição e umidade do fluido e a numerosos. Há dezenas de diferentes
possibilidade de compensação. princípios de operação, alguns muito
Pode-se medir nível de líquido e sólido. antigos e outros recentes e ainda não
Porém, as características do material comprovados.
medido é fundamental, pois pode haver Comercialmente, os princípios básicos
sólidos em suspensão nos líquidos, de medição de nível em aplicações de
espumas, gases entranhados. A tanques de petróleo e seus produtos são
granulação dos sólidos também é os seguintes:
importante na medição do nível. Materiais 1. visor
que são difíceis de manipular (corrosivos, 2. bóia
sujos, tóxicos) devem ser medidos através 3. pressão diferencial
de sensores sem contato. 4. deslocador, (móvel ou imóvel)
A medição do nível pode ser contínua 5. radar
ou discreta. Principalmente, em aplicações
de intertravamento (chaves de nível), deve-

125
Nível

5. Não servem para a indicação remota,


5.2. Visor de nível nem para transmissão, sequer para o
Ao contrário das outras variáveis de controle. Aplicações com
processo que são invisíveis, como a transmissão tornam o sistema
temperatura e pressão, o nível de um complicado e caro.
líquido pode ser facilmente visto, desde A precisão do sistema de medição de
que as paredes do recipiente sejam nível com visor depende basicamente do
transparentes e o líquido não o seja. tamanho e divisões da escala associada.
O visor é o medidor de nível mais
simples possível e consiste de uma parede
de vidro ou outro material transparente,
geralmente com uma escala graduada. Um
dos inconvenientes do visor é sua
fragilidade, por ser construído de vidro. É
comum o uso de armaduras e proteção
metálicas, para aumentar a resistência
mecânica do visor. Outra técnica é usar
paredes mais grossas ou mesmo, usar
materiais transparentes mais resistentes,
como fibra de vidro e plásticos.
Por questões de flexibilidade, facilidade
de manutenção e para fugir às eventuais
agitações do líquido, é muito freqüente o
uso de visores em tubos paralelos aos
tanques principais. Esses tubos, Fig. 6.9. Visor de nível
construídos especialmente para a
indicação do fluido, são ligados aos
tanques principais, através de uma
tomada, no mínimo. A tomada deve ser
pouco abaixo ou igual ao nível mínimo.
Quando o tanque é fechado deve haver
uma segunda ligação, acima do nível
máximo. O princípio dos vasos
comunicantes garante que o nível do
tanque principal é igual ao nível da
extensão.
As vantagens do visor de nível são
1. simplicidade
2. baixo custo
3. leitura direta
4. alta confiabilidade
As desvantagens são: Fig.6. 10. Visor de nível em tubo acalmador
1. Aplica-se apenas para a indicação
local de fluidos não transparentes.
2. Dependendo da geometria do
sistema, os visores podem assumir
tamanhos muito grandes e pouco
práticos para manuseio.
3. Quando de vidros, são frágeis e
podem quebrar se mal manipulados.
4. Limitados a material não toxico,
pressão de 100 kPa (15 psi) e
temperatura de 100 oC.

126
Nível

O sistema de medição de nível com


5.3. Medidor com Bóia bóia pode ser aplicado a tanque
A medição de nível por bóia é direta e pressurizado, quando se coloca um
extremamente simples e usada em tanque selo entre o processo e o indicador. Na
aberto para a atmosfera. A bóia ou maioria dos casos, o movimento da
flutuador está em contato direto com o bóia é transferido para o mecanismo de
líquido do processo e é presa por um cabo indicação por acoplamento magnético
a um contrapeso, passando por uma polia. ou por foles pneumáticos e links
A partir desse ponto, há vários tipos mecânicos.
diferentes de indicação.
Há sistema onde o próprio contrapeso
estabelece o valor do nível Tem-se uma
escala invertida de 100% a 0%. Quando o Chave
tanque está vazio, o flutuador está baixo, o Escala
contrapeso está na altura máxima. Quando
o tanque está cheio, o flutuador está no
topo do tanque e o contrapeso no ponto
mais baixo.

Fig. 6.12. Indicador e trip de nível e trip por


bóia

Finalmente existe a chave de nível, tipo


bóia. Ou seja, tem-se o acionamento de
elemento final de controle, diretamente
pela posição de uma bóia de nível. Esse
Fig. 6.11. Bóia ligada à régua sistema é utilizado extensivamente a toda
alimentação de água, em instalações
caseiras. Quando o nível da caixa d'água
Outros sistemas acoplam engrenagens atinge o seu máximo, ele eleva a posição
mecânicas na polia, de modo que a de uma bóia, que está acoplada
rotação da polia estabelece o nível do mecanicamente a um dispositivo para
líquido. abrir-fechar a tubulação de alimentação da
Há ainda a possibilidade de se acoplar caixa.
um potenciômetro elétrico à polia, de modo Embora simples, os sistemas com bóia
que a rotação da polia estabelece a são de precisão media (±1% do fundo de
posição do terminal do potenciômetro, escala) e são usados principalmente para
possibilitando a geração de um sinal proteção.
elétrico dependente do nível.

127
Nível

5.4. Pressão Diferencial utilizado é o diafragma ou a câmara


As alterações do nível podem causar Barton.
alterações proporcionais em outras
variáveis de processo, mais facilmente
detectáveis. Assim, também se pode medir
o nível de um líquido por inferência,
através da medição de outra variável de
processo. Um método clássico de medição
de nível de líquido é através da pressão
exercida pela coluna líquida. A pressão
hidrostática, resultante da coluna do
líquido, é diretamente proporcional ao valor
dessa coluna de líquido. A pressão em um
ponto do líquido é proporcional ao nível (a) Tanque aberto (b) Tanque fechado
acima desse ponto de referência.
Fig. 6.13. Medição de nível à pressão
Matematicamente, tem-se: diferencial

∆p = ρ g L
Geralmente, a medição da pressão
onde diferencial (tanque fechado) ou
∆p é a pressão hidrostática, no fundo manométrica (tanque aberto), proporcional
do tanque, ou no nível 0. ao nível do tanque, é feita através do
ρ é a densidade absoluta do líquido transmissor, tipo d/p cell® com a cápsula
g é a aceleração da gravidade do local diafragma como elemento sensor.
L é a altura do líquido ou o nível do Para esse tipo de medição de nível
líquido acima do fundo do poço. através da pressão diferencial, há
Como conseqüência, desde que a vários tipos para a tomada de alta
aceleração da gravidade e a densidade do pressão, aquela próxima ao fundo do
líquido sejam constantes, a pressão tanque:
hidrostática é diretamente proporcional à 1. tomada convencional, através de
altura da coluna liquida. rosca fêmea, tipicamente 1/2" NPT.
A altura do líquido é seu nível. A Quando o líquido é perigoso para a
pressão hidrostática, no fundo de cada cápsula, utiliza-se uma coluna liquida
tanque, é independente do formato do de selagem, entre a tomada do
recipiente e depende apenas da altura e da tanque e o corpo do transmissor.
densidade do líquido. 2. tomada tipo flange plana, quando a
O princípio de operação é simples, o tomada do processo é do tipo
problema se resume na medição da flangeado e quando não há problema
pressão no fundo do tanque, quando de decomposição de material na
aberto e na medição da pressão no fundo tomada.
e no topo, quando o tanque é fechado e 3. tomada tipo flange com extensão,
pressurizado. Assim, a medição do nível quando a tomada do processo é
da coluna liquida se transfere para também flangeada e se deseja
medição de pressão, manométrica ou manter a superfície sensível da
diferencial, com todos os artifícios de cápsula em contato direto com o
selagem e purga, quando o fluido do processo, evitando-se a deposição
processo é corrosivo, tóxico ou sujo. de produtos na reentrância da
A medição do nível pode ser feita tomada.
localmente, ao lado do tanque, pela 4. tomada tipo flange, plana ou com
colocação do elemento sensor de pressão, extensão, porém ligada ao corpo do
acoplado diretamente ao indicador ou ao transmissor através de um capilar, de
registrador. O elemento sensor mais tamanho variável e dependente da

128
Nível

geometria do sistema. Essa de zero, proporcional à distância entre o


aplicação se refere a processos com nível mínimo e a colocação do transmissor.
alta temperatura. O capilar possibilita
a montagem do transmissor distante
do tanque.

Fig. 6.15. Transmissor com tomada de


Fig. 6.14. Transmissor com tomada flange

A tomada da baixa pressão, aquela


próxima ao topo do tanque, depende Quando o transmissor é colocado
principalmente da natureza do líquido, cujo abaixo do nível mínimo e possui a perna
nível está sendo medido. de selagem apenas do lado de pressão
1. quando o tanque é aberto para a alta, também se necessita do conjunto de
atmosfera, não há necessidade da suprimento do zero. O valor a ser
tomada da pressão baixa, ficando a suprimido é proporcional
tomada do transmissor aberta para a 1. à distância entre o nível mínimo e a
atmosfera. colocação do transmissor,
2. tomada com perna molhada de 2. ao comprimento da tomada selada,
selagem, feita pelo usuário. A 3. às densidades do líquido medido e
selagem é necessária quando o do líquido de selagem.
líquido é volátil e os vapores não Quando as duas pernas possuem selo,
podem entrar no interior do normalmente se deve usar o conjunto de
transmissor. elevação de zero. Porém, para se
3. tomada tipo flange, plana ou com determinar o valor a ser elevado, deve se
extensão, ligada ao transmissor por estudar todo o sistema, considerando as
um capilar. Nessa configuração, densidades dos líquidos envolvidos e as
ambas as tomadas são iguais. O distâncias entre nível máximo, mínimo e
tamanho dos capilares é função da colocação do transmissor.
geometria do sistema.
4. repetidor de pressão, pneumático,
com tomada convencional, flange
plana ou flange com extensão. O
repetidor de pressão torna
desnecessário o uso de selagem.
Para fins de calibração e colocação do
conjunto extra de elevação ou suprimento
zero, é importante o conhecimento
completo da geometria do sistema, das
densidades do líquido medido e do líquido
de selagem. Assim, quando se tem o
transmissor sem selo, montado em tanque Fig. 6.16. Nível com transmissor e capilar
aberto, abaixo de nível mínimo (zero), é
necessário o uso do conjunto de supressão

129
Nível

O ponto de partida para a calibração e Utiliza-se o conjunto de supressão do


cálculo do sistema de medição de nível zero em tanques abertos e o conjunto
deve ser a definição das faixas de de elevação do zero em aplicações de
medição. Assim, tem-se três faixas tanque fechado. Ou também: Usa-se o
possíveis: conjunto de supressão de zero para
1. 0-100, faixa referida ao zero cancelar qualquer pressão inicial no
2. -10 a 100, faixa com zero elevado ou lado de alta pressão do transmissor e o
com elevação do zero conjunto de elevação de zero para
3. a 100, faixa com zero suprimido ou cancelar qualquer pressão inicial no
com supressão do zero lado de baixa pressão.
Quando a faixa calibrada é normal, por
exemplo de 0 a 1 000 mm de coluna
d'água de nível, basta se ajustar o
instrumento através do parafuso de zero.
Quando, porém, a faixa não começa de
zero, há a necessidade de se acrescentar
ao transmissor um conjunto extra,
opcional, que desloque o zero para a
posição correta. Esse conjunto, de
elevação ou de supressão de zero, pode
ser fornecido originalmente com o
transmissor ou pode ser colocado a Fig. 6.17. Medição de nível com zero vivo
qualquer momento, pelo usuário.. Quando
o transmissor é pneumático o conjunto de
supressão é diferente do conjunto de Porém, não se recomendam
elevação do zero. Quando o transmissor é regrinhas de ouro, de memória pura.
eletrônico, o mesmo conjunto é capaz de Recomenda-se a analise do sistema
desempenhar ambas as funções, completo para o cálculo da faixa a ser
indistintamente. calibrada. A partir da faixa resultante,
Assim, quando se tem uma faixa escolhe-se o conjunto a ser
calibrada de -100 a 1 000 mm de coluna acrescentado ao transmissor e calibra-
d'água, tem-se uma faixa com zero se o transmissor com a elevação ou
elevado. Logo há a necessidade de se supressão do zero calculadas.
elevar o zero, portanto usa-se um conjunto O transmissor com tomadas de flange
de elevação de zero. com capilares, fornecido completo pelo
No caso oposto, quando a faixa fabricante, é normalmente entregue com o
calibrada é de +100 a 1 000 mm de coluna conjunto de elevação de zero, pois o
d'água, o seu zero está suprimido. O capilar é cheio de um líquido, geralmente
transmissor para essa faixa de medição glicerina, com densidade especifica igual a
requer um conjunto de abaixamento ou 1,07.
supressão de zero. As vantagens do sistema de medição
Alguns fabricantes de instrumentos de nível com pressão diferencial são;
utilizam outra nomenclatura. A elevação de quando o sistema é não selado:
zero é chamada de abaixamento da 1. o uso do transmissor d/p cellR
largura de faixa e o abaixamento do zero é convencional é barato e flexível. O
chamado de elevação da largura de faixa. transmissor pode ser isolado, retirado
Os termos são equivalentes, mas se e zerado, através do uso do conjunto
recomendam os temos: elevação de zero e distribuidor.
supressão (ou abaixamento) de zero. 2. o sinal pode ser transmitido,
Algumas pessoas ligadas à pneumática ou eletronicamente, para
instrumentação possuem regrinhas indicação, registro ou controle
prontas para a utilização do conjunto de remotos.
elevação ou abaixamento do zero.

130
Nível

3. são disponíveis grandes variedades


de materiais de cápsulas, para uso
em aplicações corrosivas. 6. Medição com Deslocador
As desvantagens do sistema sem selo
são: 6.1. Deslocador fixo
1. variações na densidade causam É também um método muito popular e
erros na medição conhecido. Seu princípio de funcionamento
2. não pode ser usado com líquido é a lei de Arquimedes, o da eureka:
volátil, que requer selagem quando um corpo é submerso em um
3. quando não se usa selo, mas se usa líquido, ele perde peso igual ao peso do
purga, a purga torna mais líquido deslocado. O sistema de medição
complicadas a operação e a de nível por deslocador se resume na
manutenção. detecção e medição de um peso que varia
Quando se utiliza selagem fornecida com o nível.
pelo fabricante do instrumento e Há quem chame esse sistema de
integralizada através da flange e do medição de nível de medidor com
conjunto flange + capilar ou fornecida pelo flutuador. O nome é incorreto, pois, na
usuário, tem-se as seguintes vantagens: realidade o elemento sensor não flutua,
1. a selagem substitui a purga. mas fica submersa no líquido cujo nível
2. partes molhas são disponíveis em está sendo medido.
vários materiais, compatíveis com os
diversos fluidos de processo
3. aplicados a tanques abertos e
fechados, mesmo muito altos.
4. são simples, fáceis de serem
instalados. Seu desempenho é bom
e podem medir grandes faixas de
medição.
5. são disponíveis dois tipos diferentes
de flange: plana e com extensão. A
flange com extensão tangencia o
fluido medido, eliminando cavidades
onde haveria a cumulo de material.
As desvantagens do sistema com selo:
1. os transmissores com flange não são
compatíveis com conjunto
distribuidor, para isolamento e Fig. 6.18. Transmissores e deslocadores
equalização, tornando problemática a
remoção do transmissor e sua
zeragem.
2. a localização da montagem afeta a
calibração, que depende do
comprimento do selo ou do capilar.
3. variações na temperatura ambiente
causam erros, quando a medição
envolve capilares.

(a) Tomada lateral (b) Tomada de topo


Fig. 6.19. Transmissor com deslocador

131
Nível

O deslocador é suspenso de um 1. pode ser aplicado para medição de


transmissor de nível, que detecta a força nível de líquido, interface do líquido-
(peso) variável. Quando o nível é mínimo, vapor, densidade de líquido, interface
o deslocador está imediatamente acima do entre dois líquidos.
nível e totalmente fora do líquido. Seu peso 2. o sistema é simples, confiável e
é máximo e o sinal transmitido deve relativamente preciso.
corresponder ao zero da escala de 3. como há uma grande variedade de
medição. Quando o nível sobe, o peso materiais para a construção do
aparente do deslocador diminui, mantendo deslocador e das braçadeiras de
assim uma relação linear e proporcional ligação com o transmissor, o sistema
entre o peso e o nível do líquido. Quando o pode ser usado para medir líquidos
nível atinge o valor máximo calibrado, o corrosivos.
deslocador deve estar totalmente Como limitações tem-se:
submerso. Nessa posição ele apresenta o 1. Uso restrito para tanque não
mínimo peso aparente e o transmissor pressurizado
deve gerar sinal correspondente a 100% 2. Aplicação apenas para líquidos
do nível. limpos, pois não se pode ter
Os problemas práticos que aparecem e deposição ou encrustação de
devem ser superados são: material no deslocador (alterando
1. a selagem do sistema detetor do seu peso).
transmissor com o tanque de 3. Dificuldades e restrições nos selos
processo, que não deve ter atrito, 4. Custo elevado, principalmente
deve suportar as pressões e quando o deslocador é de material
temperatura do processo e não sofrer especial.
corrosão do líquido. A precisão do sistema de medição de
2. o tipo de tomada de nível, nível com deslocador é tipicamente de
geralmente feito através de flanges ±0,5% do fundo de escala.
com face ressaltada. Há tomadas
através de três tipos básicos: lateral, 6.2. Deslocador móvel
topo e de gaiola. A gaiola é uma É possível se medir nível com um
extensão do tanque principal. Ela é deslocador móvel, em vez de fixo.
usada para facilitar a retirada e Neste sistema o deslocador tem o
manutenção do sistema e quando há formato de bóia e se move como se
muita onda no interior do tanque. Ela fosse uma bóia, acompanhando a
é limitada quando a pressão é superfície livre do líquido. Porém, o que
elevada ou pode haver vazamentos. faz ele se mover é um sistema de
3. o cálculo correto do peso e do servomecanismo acoplado a ele.
tamanho do deslocador. As vezes, é Quando o fio que aciona o deslocador
conveniente adicionar ao sistema se parte, ele vai para o fundo do vaso,
uma proteção ao transmissor, de pois ele é muito mais pesado que o
modo que o peso do deslocador não líquido. Este sistema de medição de
lhe fique aplicado durante muito nível foi desenvolvida pela ENRAF.
tempo. O medidor de nível utiliza como
4. O comprimento do deslocador nunca elemento sensor um pequeno deslocador
pode ser menor que o nível a ser com densidade maior que a do líquido cujo
medido. nível é medido. O deslocador é suspenso
5. A densidade do material do por um cabo flexível que se enrola em um
deslocador deve ser sempre maior tambor de medição com ranhuras. Na
que a densidade do líquido do condição de equilíbrio, o deslocador fica
tanque. parcialmente imerso no líquido permitindo
O desempenho do sistema com a sua aplicação em líquidos com
deslocador possui as seguintes turbulência na superfície e com variações
características: de densidade do produto.

132
Nível

Um circuito integrador com ajuste de o deslocador é igual à diferença entre o


tempo permite a medição estável do nível, peso do deslocador e o empuxo
mesmo com turbulência na superfície do correspondente ao volume do líquido
fluído, já que a ação do integrador deslocado pela parte submersa. Na
proporciona um nível de leitura médio e balança de equilíbrio, as placas centrais
preciso. Esta característica permite que são tensionadas por duas molas para
os medidores de nível possam operar contrabalançar a tensão do fio e manter o
com precisão em tanques com agitadores deslocador em equilíbrio. O peso do
e com altas vazões de bombeamento. deslocador, mesmo quando totalmente
imerso mantém o cabo de medição sempre
tensionado.
O eixo do servomotor aciona o
indicador mecânico de nível integral e o
codificador óptico utilizado para
transmissão remota de nível e
temperatura.
Completam o conjunto, quatro chaves
de alarme de nível (opcionais) ajustáveis e
atuadas pelo servomotor, através de um
sistema de engrenagens.
Para a indicação remota do nível e
temperatura os medidores são equipados
opcionalmente com um transmissor
Fig. 6.20. Deslocador móvel (ENRAF)
integral. São disponíveis dois sistemas de
transmissão: um para a transmissão
individual ao indicador digital de nível e de
Utiliza-se o princípio de temperatura instalado no pé do tanque via
servomecanismo para eliminar os efeitos RS422 e outro de freqüência por PWM
de atrito mecânico que prejudicam a (modulação de largura de pulso) onde
sensibilidade e a precisão do sistema. O todos os medidores são ligados ao
eixo do tambor de medição está acoplado receptor central seletivo.
a uma balança capacitiva de equilíbrio, que Outra opção dos medidores é o
mede continuamente o peso aparente do dispositivo de teste da repetitividade, que
deslocador, que é o seu peso real permite ao operador elevar o deslocador,
modificado pela força de empuxo exercida de modo remoto e verificar a repetitividade
pelo produto sobre o deslocador da leitura.
parcialmente imerso. A precisão é determinada a partir dos
As variações de nível provocam seguintes parâmetros:
alterações no peso aparente do 1. sensibilidade da balança de
deslocador, que são detectadas pela equilíbrio,
balança capacitiva de equilíbrio através do 2. cabo de medição,
deslocamento das placas centrais. 3. diâmetro do tambor
Variando sua capacitância em relação às 4. resolução do sistema de
placas laterais ativas, através de um transmissão
circuito eletrônico com servomotor
reversível. Este servo motor está acoplado
ao eixo sem fim que aciona a coroa
dentada e consequentemente, o tambor de
medição, de modo a fazer subir ou descer
o deslocador, até que seja obtida
novamente a imersão correta.
A tensão mecânica do fio que sustenta

133
Nível

7.2. Determinação do tempo de


7. Sistema com radar propagação
O tempo de propagação do sinal
7.1. Introdução refletido é medido pelo controle do
O sistema de medição de nível com oscilador (sensor), de modo que ele envia
radar usa ondas eletromagnéticas, uma freqüência linear varrida em uma
tipicamente microondas na faixa de 10 largura de faixa fixa e tempo varrido. O
GHz (banda X). Geralmente a medição é detector radar é exposto simultaneamente
contínua e se aplica a nível de líquido. à varredura enviada do radar e ao sinal de
As emissões são de baixa potência, retorno refletido, que é uma parte mais
tipicamente menores que 0,015 mW/cm2 velha da varredura do radar. A saída do
pois as aplicações industriais requerem detector é um sinal de freqüência que é
geralmente faixas menores que 30 m, que igual à diferença entre os sinais enviado e
é uma distância pequena para a técnica de o refletido. Esta diferença em freqüência é
radar. Nesta faixa de energia, não há diretamente proporcional ao tempo de
problema de saúde, segurança, licença ou propagação e assim à distância entre o
considerações de contaminação. Os sensor e o nível do líquido. O resultado é
dispositivos envolvidos são os prosaicos um sinal de freqüência modulada (FM) que
transistores e diodos para gerar e detectar varia entre 0 e mais do que 200 Hz,
as microondas. quando a distância varia 0 e 60 m.
O sensor radar é montado no topo do Uma vantagem desta técnica é que a
vaso e é dirigido para baixo, perpendicular informação da variável de processo está
à superfície do líquido. Isto faz o sinal ser no domínio da freqüência em vez do
refletido da fonte para retornar diretamente domínio da amplitude modulada ou da
para o sensor. O caminho do sinal é diferença de tempo, o que permite uma
afetado pelo tamanho da antena. conversão mais precisa. (Esta é a mesma
vantagem do rádio FM sobre o rádio AM.)
A maioria das fontes de ruído está no
domínio da amplitude, de modo que o
processamento do sinal FM pode ignorá-
las e a precisão não é afetada.
Há dois desempenhos e preços nos
equipamentos de medição de nível a radar,
causados pela banda de passagem do
oscilador. Se a banda de passagem é
maior, pode se conseguir uma maior
freqüência de varredura no mesmo
período. Isto fornece um aumento
diretamente proporcional em resolução, em
(a) antena esquerda é grande, com um disco termos da aumento da variação de
parabólico freqüência para um dado aumento de
(b) antena direita é pequena, tipo corneta variação de nível. Isto, mais o fato que
mais sinais F podem ser calculados
Fig. 6.21. Tipos de antenas de radar
durante cada varredura de freqüência
permite interpretação mais precisa do sinal
de freqüência.

134
Nível

Para se ter uma medição precisa da


distância usando cálculos do tempo de Tab. 5.1. Velocidade do som e de
propagação, a velocidade da onda microondas (Radar)
viajando deve ser constante ou então deve
ser medido. A velocidade de transmissão Velocidade @ 1 atm
da onda de radar é igual à velocidade da Composi Tempera Radar Ultra-
ção tura Mm/s som
luz dividida pela raiz quadrada da o
C m/s
constante dielétrica do meio. Ou seja, Ar seco 0 299,91 331,8
100 299,94 386,0
Vapor 100 299,10 404,8
c d'água
v= CO2 0 299,85 259,0
ε 50 299,87 279,0
Amônia 0 299,93 415,0
Acetona 0 297,64 223,0
onde
v é a velocidade da onda no meio
c é a velocidade da luz no vácuo
ε é a constante dielétrica do meio 7.3. Seleção da antena
Felizmente, as constantes dielétricas O diâmetro da antena do radar
de gases diferentes em diferentes pressão determina a potência do sinal e o ângulo
e temperatura variam muito pouco em de divergência do raio do sinal. Quando o
relação a do ar ou do vácuo, de modo que diâmetro aumenta a potência do sinal
os erros devidos às variações das aumenta (quarta potência) e o ângulo
condições do tanque são muito pequenos. diminui (linearmente). Por exemplo, para
Neste aspecto, as ondas de radar são uma dada potência de saída, uma antena
similares às ondas laser e muito diferentes parabólica com diâmetro de 30 cm tem um
da ondas ultra-sônicas. Em sistemas com sinal 81 vezes maior que o sinal de uma
ultra-som, os erros causados pelas antena corneta com um diâmetro de 10
variações na velocidade podem ser cm., ou seja, (30 : 10)4. Enquanto isso, a
reduzidos pela calibração convencional ou antena de 30 cm tem um ângulo de 5
pela compensação da temperatura ou pela graus e a antena de 10 cm, de 15 graus.
compensação usando alvos de referência. O maior ângulo de divergência tem
O alvo, neste caso, deve ser colocado vantagens e desvantagens. O ângulo
próximo do topo do tanque onde o espaço maior torna menos critico o alinhamento do
de vapor é uniforme e não existe sensor mas reflete mais o ruído da
concentração de gradientes (que existem turbulência da superfície.
perto da superfície do líquido). A presença Uma antena pequena pode causar erro
de espumas não metálicas, poeiras e pela porção divergente do raio quando ele
vapores no caminho da onda pode ter retorna de uma superfície turbulenta.
muito pequeno efeito na velocidade da Como seu caminho é maior do que o
microonda por causa da constante caminho do raio refletido da superfície
dielétrica destes meios variarem muito plana, resulta em leitura menor que a real.
pouco da constante do ar.
7.4. Eletrônica e Escolhas
O transmissor do radar para monitorar
e controlar processo possui a saída padrão
de 4 a 20 mA cc e saída discreta para
alarme e controle de ligar-desligar bombas.
Para sistemas com telemetria, a saída
pode ser digital, para comunicação através
de modems, rádio freqüência ou digital
(highway). Alguns sistemas tem a
capacidade de receber sinais de

135
Nível

temperatura (transmissor ou sensor de


termopar ou resistência) e pressão, a fim 7.5. Vantagens e desvantagens
de calcular o volume do tanque em As principais vantagens da técnica de
condição de referência. medição de nível com radar são:
1. Pode medir nível de líquidos
complexos (tóxicos, perigosos,
sanitários)
2. Não requer licença legal (como o
radiativo)
3. É uma medição sem contato
4. Apresenta alta precisão em faixa de
1,5 a 60 m.
5. A antena pode ser colocada
externamente, totalmente isolada
do processo.
6. A operação é verificável através do
monitor
7. Nenhuma recalibração é requerida
quando se altera as condições de
processo, pois a mudança do
líquido não afeta a velocidade e
freqüência e processamento do
sinal.
Fig. 6.22. Medição de nível com radar 8. A operação do sistema pode tolerar
revestimento do sensor, turbulência
da superfície e espuma no líquido
Com um sinal de pressão (tanque (melhor que laser e ultra-som).
aberto) ou dois sinais (pressurizado), o Como desvantagem, tem-se
radar pode calcular a densidade media da 1. É a técnica de medição de nível
coluna liquida entre a superfície do líquido mais cara.
e a tomada de pressão. O radar pode 2. Só é aplicada em processo com
transformar volume em massa. Sistemas líquido limpo.
microprocessados podem determinar a 3. Não pode ser usado em aplicação
innage (quantidade real do tanque) e a com sólido, por causa do sinal fraco
ullage (quantidade que falta para encher o de reflexão.
tanque). 4. Possui menor número de
aplicações que o sistema com
radiação nuclear.

136
Nível

dimensões do tanque com exatidão.


8. Calibração de tanques Nestas circunstancias, o tanque deve ser
de novo medido completamente e uma
8.1. Introdução tabela de capacidade do tanque é
Tanques cilíndricos verticais são o tipo calculada destas novas medições.
de container mais usado para armazenar Recálculo da tabela de capacidade do
petróleo e seus produtos. A medição do tanque é requerida quando as variáveis de
nível do líquido e o uso da tabela de operação, como densidade do produto,
capacidade do tanque permitem o temperatura média de armazenagem ou
estabelecimento do volume do líquido altura de referência, são alteradas ou
contido em armazenagem ou transferido. ocorre modificação do lastro deadwood.
Estes tanques cilíndricos verticais, assim Nestas circunstancias, o recálculo da
como outros dispositivos de medição, tabela de capacidade do tanque é feito
estão sujeitos a alterações em sua baseando-se nestas medições anteriores.
calibração. Anteriormente, estas alterações
foram consideradas insignificantes e seus 8.3. Critérios para decisão
valores nunca tinham sido seriamente Para estabelecer os limites de
estabelecidos. aceitação para mudança da medição e nas
Dados atualmente disponíveis indicam variáveis de operação que afetam a
que os tanques são sujeitos a um acordo capacidade do tanque, é necessário decidir
que geralmente ocorre durante os a variação total no volume do tanque que é
primeiros 5 a 10 anos de operação. Acordo significativa.
secundário pode também ocorrer mas Como regra geral, uma variação no
parece dispersar para os próximos 10 a 20 volume do tanque igual ou maior que ±0,01
anos da vida do tanque. Os tanques % é considerada significativa.
podem sofrer alterações no diâmetro, Uma faixa de 0,01 a 0,05 % na
espessura da parede e inclinação durante capacidade do tanque é dada nas Tab. 1 a
seu ciclo de vida. Estes fatores afetam a 5. As Tab. 1, 2 e 3 fornecem os critérios
calibração do tanque e como pra recalibração e as Tab. 4 e 5 fornecem
conseqüência, a precisão de qualquer os critérios para recálculo.
medição usando as suas tabelas de No caso de inclinação, o critério
capacidade. recomendado é uma variação de 10 mm/m
A norma que trata da calibração de da altura do tanque.
tanques cilíndricos verticais é a ISO 7507- Embora a inclinação irá afetar a
6: Recommendations for monitoring, capacidade aparente do tanque em um
checking and verification of tank calibration valor relativamente pequeno, esta
and capacity table. Esta parte da norma dá alteração é considerada mais importante
orientação para monitorar a precisão da que o efeito da capacidade. Um grau
calibração e a tabela de capacidade de um significativo de inclinação pode ser uma
tanque cilíndrico vertical. indicação de serio problema estrutural na
fundação do tanque e deve ser
8.2. Recalibração e recálculos investigado.
A avaliação da natureza e extensão de
vários fatores que podem afetar alterações
na capacidade do tanque determina se o
tanque deve ser recalibrado ou sua tabela
de capacidade recalculada. Não é
praticável indicar definitivamente todos
estes fatores que requerem recalibração
ou recálculo.
Recalibração é o processo de medir o
tanque quando for constatado que as
medições originais não mais definem as

137
Nível

8.4. Recalibração do tanque Alteração estrutural


A recalibração é requerida se houver
Fatores alteração estrutural no tanque. Exemplos
Os fatores que afetam a necessidade de alteração estrutural:
de recalibração são os seguintes: Mudança extensiva no lastro
Diâmetro do tanque (deadwood) do tanque
Espessura da parede do tanque Alteração na altura de referência
Inclinação do tanque devida a modificação da altura do
Lastro (Deadwood) ponto de dado de referência de
Altura de referência do tanque imersão
Reparos feitos na estrutura que alterem Reparo na placa de fundo do
significativamente sua capacidade. tanque.
Recomendações
8.5. Recálculo da tabela de
As seguintes recomendações são uma
base para decidir se a recalibração é capacidade
necessária: Fatores
A verificação do diâmetro do fundo, Há vários fatores que, quando
espessura da placa e inclinação do tanque alterados, criam uma necessidade para
deve ser feita a cada 5 anos. Se as recálculo das tabelas de capacidade do
variações nas dimensões medidas tanque. Os fatores operacionais são:
excedem o nível mínimo de significância, Mudanças na temperatura média de
deve-se fazer a recalibração. operação da estrutura do tanque
Uma recalibração total deve ser feita a Mudanças na densidade do produto
cada 15 anos como rotina, mesmo se as 5 armazenado no tanque
verificações anteriores não tenham Os fatores mecânicos são:
mostrado nenhuma variação dentro dos Alterações na posição vertical do
limites estabelecidos. ponto de referência de imersão
Como já dito, uma variação no volume Alterações da massa aparente no ar
do tanque igual ou maior que ±0,01 % é do teto flutuante
considerada significativa. Mudanças simples no lastro
(deadwood) do tanque
Temperatura da estrutura
As tabelas de capacidade do tanque
são calculadas em uma temperatura
padrão, que é indicada nestas tabelas.
A não ser que as tabelas de
capacidade do tanque sejam incluídas em
um procedimento computadorizado de
cálculo de volume do óleo, que inclui uma
rotina para calcular o efeito da temperatura
na capacidade do tanque, alterações na
temperatura média de operação da
estrutura do tanque pode requerer que as
tabelas de capacidade do tanque sejam
recalculadas. Este recálculo deve ser feito
Fig. 6.23. Tanque e medidores de nível conforme Anexo A da ISO 7507-1 (1993).

138
Nível

A Tab.4 mostra as variações na


capacidade do tanque devidas às 8.6. Aplicação para aprovação de
variações na estrutura do tanque, padrão
temperaturas do ar e do líquido, para A aplicação para aprovação do padrão
orientar se o tanque requer recálculo. deve incluir o número requerido de
Densidade instrumentos (geralmente um a três) e os
As tabelas de capacidade do tanque seguintes documentos e informações:
são calculadas tomando-se como base a 1. Características metrológicas
condição de tanque vazio (sem tensão incluindo uma definição do campo
mecânica) ou contendo líquido com uma de operação, valores de referência,
determinada densidade. A base é indicada faixa de trabalho.
nas tabelas de capacidade do tanque. 2. Desenhos de arranjos gerais e
A não ser que as tabelas de detalhes de interesse metrológico,
capacidade do tanque sejam incluídas em tais como alarme, intertravamento,
um procedimento computadorizado de proteções, restrições, limites.
cálculo de volume do óleo, que inclui uma 3. Uma curta descrição funcional do
rotina para calcular o efeito da variação de instrumento
densidade na capacidade do tanque, 4. Uma curta descrição técnica,
qualquer alteração na densidade do líquido incluindo, se necessário, diagramas
contido no tanque pode requerer que as esquemáticos do método de
tabelas de capacidade do tanque sejam operação para processamento
recalculadas. Este recálculo deve ser feito interno e troca externa através da
conforme Anexo A da ISO 7507-1 (1993). interface de dados e instruções
5. Modos de instalação
Teto flutuante 6. Todas outras informações
As correções do teto flutuante são metrológicas interessantes.
afetadas pela densidade do produto sobre
o qual o teto flutua. Assim, deve-se fazer o
recálculo das tabelas de capacidade do
tanque se houver alteração na massa
aparente de ar abaixo do teto flutuante.
Mudança no ponto de referência de
imersão (dip datum point)
Alteração na posição vertical do ponto
de referência de imersão pode requerer
uma completa recalibração ou um
recálculo das tabelas de capacidade do
tanque.
Se o ponto de referência foi movido
para baixo, é necessário recalibrar o fundo
do tanque, de modo que a capacidade
abaixo do ponto de referência possa ser
recalculada.
Se o ponto de referência foi movido
para cima, é necessário recalcular a tabela
de capacidade do tanque, alterando a
altura vertical entre o ponto de referência
de calibração e o ponto de referência de
imersão.

139
Nível

Tab. 1. Variação na capacidade do tanque (%) com mudança no diâmetro

Variação aproximada na capacidade, %


Diâmetro normal, m
0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
Alteração produzida no diâmetro do tanque (mm)
5 - - 1 1 1 1
10 - 1 1 2 2 3
15 (1) 1 2 3 4 4
20 (1) 2 3 4 5 6
25 (1) 2 4 5 6 7
30 (1) 3 4 6 7 9
35 (2) 3 5 7 9 10
40 (2) 4 6 8 10 12
45 (2) 4 7 9 11 13
50 (2) 5 7 10 12 15
55 (3) 5 8 11 14 16
60 (3) 6 9 12 15 18
65 (3) 6 10 13 16 19
70 (3) 7 10 14 17 21
75 (4) 7 11 15 19 22
80 (4) 8 12 16 20 24
85 (4) 8 13 17 21 25
90 (4) 9 13 18 22 27
95 (5) 9 14 19 24 28
100 (5) 10 15 20 25 30
105 (5) 10 16 21 26 31
110 (5) 11 16 22 27 33
115 (6) 11 17 23 29 34
120 (6) 12 18 24 30 36
Nota:
Números entre parêntesis estão dentro da tolerância da medição para as tiras de
referência (ISO 7507-1). Deve-se ter cuidado em usar tais dados como indicadores da
necessidade de recalibração

140
Nível

Tab. 2. Variação na capacidade (%) devida a alteração na espessura da placa de fundo


do tanque

Diâmetro Variação na capacidade (%) do fundo (altura nominal da


nominal do tanque, placa 2 m) para reduções na espessura da placa de 1,5 a 3
m mm
1,5 mm 2,0 mm 2,5 mm 3,0 mm
10 0,38 0,05 0,63 0,76
15 0,25 0,34 0,42 0,50
20 0,19 0,25 0,31 0,38
25 0,15 0,20 0,25 0,30
30 0,13 0,17 0,21 0,25
35 0,11 0,14 0,18 0,22
40 0,09 0,13 0,16 0,19
45 0,08 0,11 0,14 0,17
50 0,08 0,10 0,13 0,15
55 0,07 0,09 0,11 0,14
60 0,06 0,08 0,10 0,13
65 0,06 0,08 0,10 0,12
70 0,05 0,07 0,09 0,11
75 0,05 0,07 0,08 0,10
80 0,05 0,06 0,08 0,09
85 0,04 0,06 0,07 0,09
90 0,04 0,06 0,07 0,08
95 0,04 0,05 0,07 0,08
100 0,04 0,05 0,06 0.08
105 0,04 0,05 0,06 0,07
110 0,03 0,05 0,06 0,07
115 0,03 0,04 0,05 0,07
120 0,03 0,04 0,05 0,06
Nota:
A espessura da placa deve ser medida em 8 pontos circunferencialmente na fundo e
tirada a média aritmética

141
Nível

Tab. 3. Correção da capacidade para inclinação do tanque

Inclinação, mm/m Fator de correção da capacidade,


%
14 0,010
16 0,013
18 0,016
20 0,020
22 0,024
24 0,029
26 0,034
28 0,039
30 0,045

Tab. 4. Efeito nas variações da capacidade do tanque devidos à estrutura,


temperaturas do meio e do líquido contido

Variação na Variação na Variação na Aproximada


temperatura da temperatura do temperatura do na capacidade, %
estrutura, TS, oC meio, TA, oC líquido, TL, oC
5 10 10 0,01
10 20 20 0,03
15 30 30 0,04
20 45 45 0,05

Tab. 5. Efeito na capacidade do tanque pela variação na densidade do líquido

Variação na densidade, % Variação na capacidade, %


10 0,008 a 0,015
20 0,015 a 0,030
30 0,030 a 0,040
40 0,040 a 0,050
50 0,050 a 0,065

142
Nível

Determinação da temperatura da
estrutura do tanque
A.1. Geral
São fornecidos os critérios para indicar a necessidade para recalcular uma tabela de
calibração do tanque na Tab. 4, se a temperatura média de operação da estrutura do tanque
se altera de sua temperatura de referência original impressa na tabela de capacidade do
tanque.
A determinação da temperatura média da estrutura pode ser baseada em um dos
seguintes critérios:
A temperatura assumida ser a temperatura média de operação da estrutura do tanque
Por varias medições reais dos parâmetros detalhados em A.2, que determinam esta
temperatura e calcular uma média das temperaturas.

A.2. Determinação da temperatura da estrutura do tanque


A determinação da temperatura da estrutura do tanque pode ser calculada usando a
seguinte equação:

TL + (K × TA )
TS =
K +1

onde

TS temperatura da estrutura, oC
TL temperatura do líquido, oC
TA temperatura ambiente, oC

K = [(TL × 7,2) + (324 × V × µ 0,5 ) + (3121× µ 0,32 ) − (222 + D × 3,05 )] × 10 −4

onde
µ é a viscosidade, Pa.s, para 10-3 < µ < 1
D é o dímetro do tanque, m, para 15 < D < 85
V é a velocidade de vendo, km/h, para 0 < V < 19

A.3. Equação simplificada para a temperatura da estrutura do tanque


Na prática, a determinação da viscosidade, velocidade do vento e temperatura da
estrutura do tanque pode ser difícil. Porém, a equação pode ser simplificada para a
seguinte:

(7 × TL ) + TA
TS =
8

Apostilas DOC\Medição Petróleo & Gás Medição Petróleo.doc 18 JUN 02

143
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

7
Regulamento Técnico de Medição
de Petróleo e Gás Natural
1. Objetivo e Campo de Aplicação
1.1 Objetivo
Este Regulamento estabelece as condições mínimas que devem ser atendidas pelos
sistemas de medição aplicáveis a:
1.1.1 Produção de petróleo e gás natural;
1.1.2 Transporte e estocagem de petróleo e gás natural;
1.1.3 Importação e exportação de petróleo e gás natural.

1.2 Campo de Aplicação


1.2.1 Este Regulamento se aplica a todos os sistemas de medição em linha ou em
tanques, equipados com dispositivos destinados a medir, computar e mostrar o volume de
petróleo e gás natural produzidos, processados, armazenados ou transportados, e utilizados
para :
1.2.1.1 Medição fiscal da produção de petróleo e gás natural nas instalações de
produção, em terra e no mar;
1.2.1.2 Medição da produção de petróleo e gás natural em testes de longa duração dos
campos de petróleo e gás natural;
1.2.1.3 Medição para apropriação da produção de petróleo e gás natural dos poços e
campos;
1.2.1.4 Medição da produção de petróleo e gás natural em testes de poços, cujos
resultados sejam utilizados para apropriação da produção aos campos e poços;
1.2.1.5 Medição operacional para controle de produção de petróleo e gás natural de um
campo;
1.2.1.6 Medição operacional na entrada e saída das unidades de processamento de gás
natural;
1.2.1.7 Medição operacional para controle da movimentação no transporte e estocagem
de petróleo e gás natural;
1.2.1.8 Medição operacional nas importações e exportações de petróleo e gás natural.
1.2.2 Este Regulamento não se aplica:
1.2.2.1 Aos sistemas de medição que, formando parte de instalações de produção,
armazenamento e transporte, tenham finalidades diversas daquelas descritas no subitem
1.2.1;
1.2.2.2 Aos sistemas de medição do refino de petróleo e medições de derivados líquidos
de petróleo e gás natural;
1.2.2.3 Aos sistemas de distribuição de gás canalizado;
1.2.2.4 Aos sistemas de gás natural veicular.

144
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

1.3 Normas e Regulamentos


As normas e regulamentos a serem atendidos estão mencionados nos itens pertinentes
deste Regulamento.
1.3.1 Os requisitos de portarias, regulamentos técnicos federais, normas ABNT,
recomendações da OIML, normas ISO e normas pertinentes de outras instituições devem
ser atendidos, nesta ordem de prioridade.
1.3.2 Para fins da determinação prevista neste Regulamento, os instrumentos e os
métodos de medição são aqueles regulamentados pelas Portarias mencionadas no corpo
deste Regulamento, não obstante a incorporação de outros instrumentos e métodos que
venham a ter seu ato normativo posteriormente efetivado.

2. Siglas Utilizadas

ANP Agência Nacional do Petróleo


INMETR Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
O Industrial
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
OIML Organização Internacional de Metrologia Legal
ISO International Organization for Standardization
API American Petroleum Institute
AGA American Gas Association
ASTM American Society for Testing and Materials
CNP Conselho Nacional do Petróleo
INPM Instituto Nacional de Pesos e Medidas

3. Definições
Para efeito deste Regulamento são consideradas as seguintes definições, além
daquelas constantes da Lei n.º 9.478, de 06 de agosto de 1997, e do Contrato de
Concessão para Exploração, Desenvolvimento e Produção de Petróleo e Gás Natural:

3.1 Medição fiscal Medição do volume de produção fiscalizada efetuada num ponto de medição
da produção a que se refere o inciso IV do art. 3º do Decreto n.º 2.705, de
03/08/1998.
3.2 Medição fiscal Medição fiscal dos volumes de produção de dois ou mais campos, que se
compartilhada misturam antes do ponto de medição.
3.3 Medição Medição para controle da produção que inclui medições de petróleo e gás
operacional natural para consumo como combustível ou para qualquer outra utilização
dentro do campo; do gás utilizado para elevação artificial, injeção, estocagem,
ventilado ou queimado em tocha; da água produzida, injetada, captada ou
descartada; do petróleo transferido; do gás natural para processamento; do
petróleo e gás natural transportado, estocado, movimentado com
transferência de custódia, importado ou exportado.
3.4 Medição para Medição a ser utilizada para determinar os volumes de produção a serem
apropriação apropriados a cada campo em um conjunto de campos com medição
compartilhada ou a cada poço em um mesmo campo.
3.5 Relatório de Documento informando os valores medidos, os fatores de correção e o
medição volume apurado num período de medição.
3.6 Medidor fiscal Medidor utilizado para a medição fiscal do volume de produção de um ou
mais campos.

145
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

3.7 Tabela Tabela indicando o volume contido em um tanque para cada nível de
volumétrica enchimento.
3.8 Fator de Quociente entre o volume bruto medido, utilizando um sistema de calibração,
calibração do e o volume registrado por um medidor de fluidos durante um teste de
medidor calibração do medidor.
3.9 Volume registrado Variação no registro do totalizador de um medidor de fluidos, entre o início e o
fim de uma medição.

3.10 Volume efetivo Produto do volume registrado pelo fator de calibração do medidor.
3.11 Volume efetivo em Volume efetivo corrigido para as condições de referência de pressão e
condições de temperatura.
referência
3.12 Volume líquido Volume de petróleo em condições de referência, uma vez descontado o
volume de água e sedimentos.
3.13 Vazão de teste de Volume total de produção de um poço, durante um teste, dividido pelo tempo,
poço em horas, de duração do mesmo.
3.14 Potencial de Volume de produção de um poço durante 24 horas, à vazão de teste.
produção do poço
3.15 Potencial de Volume de produção de um poço à vazão de teste, durante o tempo de
produção produção efetivo do poço.
corrigido do poço
3.16 Potencial de Somatório dos potenciais de produção corrigidos dos poços do campo.
produção
corrigido do
campo
3.17 Razão gás - Volume de gás produzido por volume de petróleo produzido, ambos medidos
petróleo (RGO) nas condições de referência.
3.18 Vazão usual de Vazão de operação média, avaliada no período desde a última calibração do
operação sistema de medição ou o último teste de poço até a data de avaliação. No
cálculo da vazão média não devem ser considerados os períodos em que não
houve fluxo.
3.19 Condições usuais Condições de temperatura, pressão e propriedades (densidade e viscosidade)
de operação médias do fluido medido, avaliadas no período desde a última calibração do
sistema de medição ou o último teste do poço até a data de avaliação.
3.20 Falha Acontecimento no qual o desempenho do sistema de medição não atende
aos requisitos deste Regulamento ou das normas aplicáveis.
3.21 Falha presumida Situação na qual existem indícios de falha do tipo:
a) regulagens e ajustes não autorizados;
b) variação dos volumes medidos que não corresponda a variações nas
condições de operação das instalações de petróleo e gás natural.
3.22 Medidor padrão Medidor utilizado como padrão de comparação na calibração de outros
medidores.
3.23 Medidor de Instrumento destinado a medir continuamente, computar e indicar o volume
fluidos do fluido que passa pelo transdutor de medição, sob as condições de
medição.
3.24 Provador em linha Recipiente aberto ou fechado, de volume conhecido, utilizado como padrão
volumétrico para calibração de medidores de petróleo.
3.25 Teste de longa Testes de poços, realizados durante a fase de Exploração, com a finalidade
duração exclusiva de obtenção de dados e informações para conhecimento dos
reservatórios, com tempo de fluxo total superior a 72 horas.
3.26 Para os termos técnicos, relativos às medições em geral, são aplicáveis as definições
da Portaria INMETRO n.º 29/95 – Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais de
Metrologia e da Portaria INMETRO nº 102/88 - Vocabulário de Metrologia Legal.

146
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

4. Unidades de Medida
4.1 A unidade de volume na medição de petróleo é o metro cúbico (m3), nas condições
de referência de 20°C de temperatura e 0,101325 MPa de pressão.
4.2 A unidade de volume na medição de gás natural é o metro cúbico (m3), nas
condições de referência de 20°C de temperatura e 0,101325 MPa de pressão.

5. Critérios Gerais para Medição


5.1 Os equipamentos e sistemas de medição devem ser projetados, instalados,
operados, testados e mantidos em condições adequadas de funcionamento para medir, de
forma acurada e completa, as produções de petróleo e gás natural para fins fiscais e os
volumes para controle operacional da produção, transporte, estocagem, importação e
exportação de petróleo e gás natural.
5.2 Os pontos de medição para fins fiscais devem ser aprovados pela ANP, e os
sistemas de medição para fins fiscais devem ser aprovados pelo INMETRO, com sua
utilização autorizada pela ANP antes do início da produção de um campo ou de um teste de
longa duração.
5.3 Os pontos de medição fiscal da produção de petróleo devem localizar-se
imediatamente após as instalações de separação, tratamento e tancagem da produção, e
antes de quaisquer instalações de transferência, processamento, estocagem em estações
de armazenamento, transporte ou terminais marítimos.
5.4 O ponto de medição fiscal da produção de gás natural deve localizar-se
imediatamente após as instalações de separação e condicionamento e antes de quaisquer
instalações de transferência, processamento ou transporte .
5.5 As seguintes informações devem ser apresentadas para aprovação da ANP:
a) Diagrama esquemático das instalações, indicando as principais correntes de petróleo,
gás e água, a localização dos pontos de medição fiscal, os pontos de medição para controle
operacional da produção, do gás para processamento, do transporte, estocagem ,
importação e exportação de petróleo e gás natural;
b) Fluxograma de engenharia dos sistemas de medição, mostrando todas as tubulações,
medidores e acessórios instalados;
c) Especificações e folhas de dados dos instrumentos de medição, amostradores e
acessórios;
d) Memorial descritivo dos sistemas de medição, incluindo uma descrição dos
equipamentos, instrumentos e sistemas de calibração a serem empregados;
e) Memorial descritivo da operação dos sistemas de medição, contendo uma descrição
dos procedimentos de medição, amostragem, análise e determinação de propriedades e
cálculo dos volumes de produção.
5.6 Os sistemas de medição fiscal da produção devem ser inspecionados pela ANP,
para verificar a sua correta instalação e funcionamento, antes do início da produção de um
campo ou de um teste de longa duração. Inspeções de outros sistemas podem ser
executadas a critério da ANP.
5.7 O petróleo medido nos pontos de medição, excetuando-se as medições para
apropriação, deve ser estabilizado e não conter mais de 1% de água e sedimentos.
5.7.1 A medição de petróleo em outras condições pode ser aprovada pela ANP,
devendo ser previamente apresentados e justificados os critérios, parâmetros e fatores de
correção para determinar o volume líquido de petróleo.
5.7.2 O sistema de medição deve incorporar detectores e/ou procedimentos
operacionais para prevenir a transferência através do ponto de medição de petróleo que não

147
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

obedeça às especificações do subitem 5.7 ou às especificações alternativas aprovadas pela


ANP conforme subitem 5.7.1.
5.8 Os instrumentos de medição, as medidas materializadas e os sistemas de medição
utilizados devem ser submetidos ao controle metrológico do INMETRO, quando houver, ou
comprovar rastreabilidade aos padrões do INMETRO.
5.9 Todas as calibrações e inspeções requeridas neste Regulamento são executadas por
conta e risco do concessionário ou do autorizatário de outras instalações de petróleo e gás
natural e devem ser realizadas por pessoas ou entidades qualificadas.

6. Medição de Petróleo
6.1 Medição de Petróleo em Tanques.
6.1.1 Nas medições fiscais em tanques, o ponto de medição da produção está
localizado, por convenção, imediatamente à jusante dos tanques de medição.
6.1.2 Os tanques utilizados para medição fiscal de petróleo devem atender aos
seguintes requisitos:
6.1.2.1 Serem arqueados conforme subitem 6.2 deste Regulamento;
6.1.2.2Serem providos de bocas de medição e de amostragem do conteúdo;
6.1.2.3 Serem providos de mesa de medição no fundo e de marca de referência próxima
à boca de medição;
6.1.2.4 As linhas de enchimento devem ser projetadas para minimizar queda livre de
líquido e respingos.
6.1.3 As medições de nível de líquido devem ser feitas com trena manual ou com
sistemas automáticos de medição de nível.
6.1.4 As medições de nível de líquido nos tanques devem obedecer aos requisitos dos
seguintes documentos e regulamentos:
6.1.4.1 Medições manuais com trena:
Portaria INPM n.º 33/67 -- Norma para Medição da Altura de Produtos de Petróleo
Armazenados em Tanques.
Portaria INMETRO n.º 145/99 – Aprova o Regulamento Técnico Metrológico,
estabelecendo as condições a que devem atender as medidas materializadas de
comprimento, de uso geral.
ISO/DIS 4512 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Equipment for Measurement
of Liquid Levels in Storage Tanks – Manual Methods.
6.1.4.2 Medições com sistema automático:
OIML R71 – Fixed Storage Tanks. General Requirements.
OIML R85 – Automatic Level Gauges for Measuring the Level of Liquid in Fixed
Storage Tanks.
ISO 4266 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Measurement of
Temperature and Level in Storage Tanks - Automatic Methods.
ISO/DIS 4266-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products - Measurement of
Level and Temperature in Storage Tanks by Automatic Methods -- Part 1:
Measurement of Level in Atmospheric Tanks.
6.1.5 Para determinação do volume medido devem ser considerados as seguintes
correções e os respectivos fatores:
a) Tabela volumétrica do tanque;
b) Dilatação térmica entre a temperatura de medição e a condição de referência de 20
°C. A medição de temperatura e os fatores de correção pela dilatação térmica devem
atender aos requisitos das normas:
Portaria do INPM n.º 9/67 -- Norma de Termômetros para Petróleo e Seus Derivados
Quando em Estado Líquido, Bem Como para os Respectivos Suportes.

148
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

Portaria do INPM n.º 15/67 -- Norma para Determinação de Temperatura do Petróleo


e Seus Derivados Líquidos.
CNP - Resolução n.º 06/70 – Tabelas de Correção de Volume do Petróleo e
Derivados
ISO 4266 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Measurement of Temperature
and Level in Storage Tanks -- Automatic Methods
ISO/DIS 4266-4 Petroleum and Liquid Petroleum Products - Measurement of Level
and Temperature in Storage Tanks by Automatic Methods - Part 4: Measurement of
Temperature in Atmospheric Tanks
ISO/DIS 4268 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Temperature
Measurements -- Manual Methods
c) Conteúdo de água e sedimentos, determinado conforme subitem 6.5 deste
Regulamento.
6.1.6 Todas as linhas conectando os tanques de medição às suas entradas e saídas,
bem como a outros tanques e a drenos, devem ser providas de válvulas que possam ser
seladas na posição fechada e instaladas o mais próximo possível do tanque. As válvulas
devem ser testadas periodicamente para verificar a sua estanqueidade.
6.1.7 Os tanques devem ser operados em ciclos de enchimento e medição:
6.1.7.1 Durante o ciclo de enchimento, as válvulas de saída de petróleo do tanque
para o ponto de medição devem estar fechadas e, no caso de medições fiscais, devem
estar seladas.
6.1.7.2 Após o término do ciclo de enchimento, deve-se deixar o conteúdo do tanque
repousar para liberação de vapores retidos no líquido ou gerados durante o enchimento e
para eventual decantação de água.
6.1.7.3 Antes do início do ciclo de medição, devem ser fechadas todas as válvulas que
conectam o tanque às entradas para enchimento, a outros tanques ou às saídas para
pontos diferentes do ponto de medição. No caso de medições fiscais, as válvulas devem ser
seladas na posição fechada.
6.1.7.4 Deve ser feita a amostragem conforme o subitem 6.5 e determinada a
temperatura média conforme as normas aplicáveis.
6.1.7.5 O nível inicial deve ser medido conforme normas aplicáveis, sendo então
aberta(s) a(s) válvula(s) de saída de petróleo para o ponto de medição.
6.1.7.6 Após o término da transferência do petróleo, são fechadas as válvulas de
saída para o ponto de medição e medido o nível residual no tanque. Nas medições
fiscais as válvulas devem ser seladas.
6.1.8 O cálculo dos volumes líquidos deve seguir as recomendações do seguinte
documento:
API - MPMS
Chapter 12.1, Calculation of Static Petroleum Quantities, Part 1, Upright
Cylindrical Tanks and Marine Vessels
Chapter 12.1.1, Errata to Chapter 12.1--Calculation--Static Measurement, Part 1,
Upright Cylindrical Tanks and Marine Vessels, First Edition Errata published
6.1.9 Devem ser elaborados relatórios de medição, conforme o subitem 10.2 deste
Regulamento, contendo todos os valores medidos e todos os cálculos para a determinação
do volume de petróleo produzido, recebido ou transferido, através do ponto de medição.

149
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

6.2 Procedimentos para Arqueação de Tanques de Medição e Calibração de


Sistemas de Medição de Nível
6.2.1 Os tanques devem ser arqueados, atendendo às prescrições estabelecidas no
subitem 5.8 deste Regulamento, para a elaboração da tabela volumétrica. A tabela
volumétrica deve ser apresentada à ANP antes da aprovação do tanque para fins de
medição. Os tanques devem ser calibrados conforme as seguintes normas:
ISO/DIS 4269-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Tank Calibration by
Liquid Measurement -- Part 1: Incremental Method Using Volumetric Meters
ISO 7507-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 1: Strapping Method
ISO 7507-2 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 2: Optical-Reference-Line Method
ISO 7507-3 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 3: Optical-Triangulation Method
ISO 7507-4 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 4: Internal Electro-Optical Distance-Ranging Method
ISO/DIS 7507-5 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of
Vertical Cylindrical Tanks -- Part 5: External Electro-Optical Distance-Ranging
Methods
ISO/TR 7507-6 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 6: Recommendations for Monitoring, Checking and
Verification of Tank Calibration and Capacity Table OIML R 71- Fixed Storage
Tanks. General Requirements
6.2.2 Os tanques utilizados para medição de petróleo devem ser inspecionados por
conta e risco do concessionário ou do autorizatário da instalação de petróleo ou gás natural,
externa e internamente, uma vez a cada três anos, para determinar a existência de danos,
incrustações e depósitos de material que possam afetar a calibração.
6.2.3 Os tanques utilizados para medição fiscal devem ser arqueados pelo menos a cada
10 anos ou imediatamente após a ocorrência de modificações capazes de afetar a
calibração, devendo ficar fora de operação a partir desta ocorrência, até que seja efetuada a
nova calibração.
6.2.4 As trenas utilizadas para medição devem ser verificadas, anualmente, pelo
INMETRO.
6.2.5 Os sistemas automáticos de medição de nível devem ser calibrados
semestralmente por trenas verificadas pelo INMETRO, em três níveis a saber: próximos do
nível máximo, médio e mínimo. A diferença entre a medição com trena e a medição com o
sistema de medição automático devem ser menores que 6 mm.

6.3 Medição de Petróleo em Linha


6.3.1 Os sistemas de medição em linha devem ser constituídos, pelo menos, dos
seguintes equipamentos:
a) Medidores de fluidos do tipo deslocamento positivo ou do tipo turbina, ou medidores
mássicos tipo coriolis, com indicação de volume. Outros tipos de medidores podem ser
utilizados, desde que sua utilização seja previamente autorizada pela ANP. Os medidores
devem ser providos com totalizador sem dispositivo de retorno a zero ou, no caso de
dispositivos eletrônicos, cujo retorno a zero não seja possível sem operar ajustes
protegidos por meio de selos ou de outras proteções contra acesso não autorizado;
b) Um sistema de calibração fixo ou móvel, conforme previsto no subitem 6.4 deste
Regulamento, apropriado para a calibração dos medidores de fluidos e aprovado pela ANP;
c) Um sistema de amostragem proporcional à vazão, controlado por um sinal de saída do
medidor de fluidos e atendendo aos requisitos do subitem 6.5 deste Regulamento;

150
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

d) Um instrumento ou sistema de medição de temperatura ou de compensação


automática de temperatura;
e) Um instrumento ou sistema de medição de pressão ou de compensação automática
da pressão.
6.3.2 Os sistemas de medição em linha devem ser projetados para:
a) Serem compatíveis com os sistemas de transferência aos quais estiverem
conectados;
b) Impedir refluxo através dos medidores;
c) Proteger os medidores contra transientes de pressão;
d) Proteger os medidores contra pressões de choque, maiores que as pressões de
projeto dos mesmos;
e) Não permitir a passagem de gases ou vapores pelos medidores;
f) Não possuir contorno dos medidores.
6.3.3 Os sistemas de medição fiscal de petróleo devem ser projetados, instalados e
calibrados para operar dentro da classe de exatidão 0.3 conforme OIML R117. Na operação
dos sistemas de medição em linha deve ser assegurado que:
a) Os medidores sejam operados dentro dos limites especificados pelo fabricante;
b) As vazões e outras condições de operação estejam entre as máximas e as mínimas
para assegurar que os erros máximos admissíveis não sejam excedidos;
c) Os medidores fiscais sejam submetidos a calibração toda vez que houver mudanças
nas condições de operação capazes de causar erros maiores que os máximos permissíveis.
6.3.4 A instalação e operação de sistemas de medição de petróleo em linha devem
atender as orientações dos documentos abaixo relacionados e outros reconhecidos
internacionalmente, desde que aprovados pela ANP:
Portaria INMETRO n.º 113/97 (medidores mássicos)
OIML R117
ISO 2714 Liquid hydrocarbons -- Volumetric Measurement by Displacement Meter
Systems Other Than Dispensing Pumps
ISO 2715 Liquid Hydrocarbons -- Volumetric Measurement by Turbine Meter Systems
API - MPMS
Chapter 5, Metering
Chapter 5.1, General Consideration for Measurement by Meters.
Chapter 5.4, Accessory Equipment for Liquid Meters.
Chapter 5.5, Fidelity and Security of Flow Measurement Pulsed - Data
Transmission Systems.
6.3.5 As medições devem ser corrigidas pelos seguintes fatores:
a) Dilatação térmica entre a temperatura de referência e a temperatura de medição
conforme as seguintes normas:
CNP - Resolução n.º 06-70 – Tabelas de Correção de Volume do Petróleo e
Derivados
API – MPMS: Chapter 7.2, Temperature-Dynamic Temperature Determination.
b) Compressibilidade do líquido entre a pressão de referência e a pressão de medição
conforme a seguinte norma:
API – MPMS: Chapter 11.2.1M, Compressibility Factors for Hydrocarbons: 638-1074
Kilograms per Cubic Meter Range.
c) Conteúdo de sedimentos e água no petróleo, determinado conforme o subitem 6.5
deste Regulamento.
6.3.6 O cálculo dos volumes dos líquidos medidos deve estar de acordo com a seguinte
norma: ISO 4267-2 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calculation of Oil Quantities
-- Part 2: Dynamic Measurement
6.3.7 Devem ser elaborados relatórios de medição contendo todos os valores
medidos, todos os parâmetros e fatores utilizados e todos os cálculos efetuados para

151
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

determinação do volume líquido corrigido de petróleo, conforme o subitem 10.2 deste


Regulamento.

6.4 Calibração de Medidores em Linha


6.4.1 Os medidores fiscais da produção de petróleo em linha devem ser calibrados com
um intervalo de no máximo 60 dias entre calibrações sucessivas. Intervalos maiores podem
ser aprovados pela ANP com base no registro histórico das calibrações. Outros medidores
devem ser submetidos a verificação e calibração conforme subitens 8.2.1 e 9.3 deste
Regulamento.
6.4.2 Para instalações e operação de sistemas de calibração de medidores de petróleo
em linha podem ser utilizados provadores, tanques de prova, medidores padrão ou outros
sistemas previamente autorizados pela ANP, desde que atendam aos documentos abaixo
relacionados ou outros reconhecidos internacionalmente, e aprovados pela ANP:
ISO 7278-1 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 1: General Principles
ISO 7278-2 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 2: Pipe Provers
ISO 7278-3 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 3: Pulse Interpolation Techniques
ISO/DIS 7278-4 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems
for Volumetric Meters -- Part 4: Guide for Operators of Pipe Provers
API - MPMS
Chapter 4, Proving Systems
Chapter 4.1, Introduction, Second Edition.
Chapter 4.3, Small Volume Provers
Chapter 4.4, Tank Provers
Chapter 4.5, Master-Meter Provers.
Chapter 4.7, Field-Standard Test Measures.
6.4.3 Os padrões de referência, os padrões de trabalho e os equipamentos utilizados na
calibração dos calibradores de deslocamento mecânico, dos tanques de calibração, dos
medidores padrões, e de outro sistema de calibração utilizado, devem atender às
prescrições estabelecidas no subitem 5.8 deste Regulamento.
6.4.4 Os medidores padrão, utilizados para a calibração dos medidores de petróleo em
operação, devem ser calibrados com tanques de calibração ou provadores em linha de
deslocamento mecânico, para se obter um fator de calibração do medidor-padrão, antes de
utilizá-lo para calibrar os medidores em operação.
6.4.5 O medidor-padrão deve ser calibrado com um fluido de massa específica,
viscosidade e temperatura suficientemente próximas às do fluido medido pelo medidor em
operação e com uma vazão igual à vazão usual do medidor em operação, com uma
tolerância de ±10%, para que o fator de calibração não apresente variação superior a
0,05% entre as condições de calibração do medidor padrão e as condições de calibração do
medidor em operação. No caso em que um medidor padrão seja utilizado para calibração de
diversos medidores em operação, com diferentes condições e diferentes vazões usuais de
operação, devem ser feitas tantas calibrações do medidor padrão quantas forem
necessárias para atender aos requisitos deste item para todos os medidores em operação.
6.4.6 O medidor padrão deve ser calibrado mensalmente, com intervalo de tempo entre
calibrações sucessivas menores do que 60 dias. Calibrações menos freqüentes podem ser
autorizadas pela ANP, em função do tempo de operação do medidor padrão e dos
resultados históricos das calibrações.
6.4.7 A calibração do medidor padrão deve ser realizada efetuando-se e registrando-se
testes, de forma que as maiores diferenças obtidas nos testes, para os fatores do medidor,
sejam menores do que 0,02%, a saber:
a) resultados de dois testes consecutivos, se for utilizado um tanque de calibração;

152
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

b) resultados de cinco, de seis testes sucessivos, se for utilizado um provador de


deslocamento mecânico.
6.4.8 Na calibração de um medidor em operação com um medidor padrão, este pode ser
instalado a montante ou a jusante do medidor em operação, porém, sempre a montante de
qualquer válvula reguladora de contrapressão ou válvula de retenção, associadas com o
medidor em operação e à jusante de filtros e eliminadores de gás.
6.4.9 Os provadores em linha, de deslocamento mecânico, e os tanques de calibração
devem ser calibrados, pelo menos uma vez a cada 5 anos, utilizando-se os procedimentos
estabelecidos nas normas pertinentes e padrões rastreáveis ao INMETRO. Cópias dos
relatórios de calibração, elaborados conforme o subitem 10.2 deste Regulamento, devem
ser arquivadas para apresentação à ANP, quando for solicitado.
6.4.10 A calibração dos medidores fiscais em operação deve ser feita utilizando-se o
fluido medido, nas condições usuais de medição, com desvios inferiores a 2% na massa
específica e viscosidade, 5°C na temperatura e 10% na pressão e com a vazão usual de
operação, com desvio inferior a 10%.
6.4.11 Para o cálculo do fator de calibração, do medidor em operação, devem ser
consideradas as seguintes correções do volume medido, quando pertinente:
a) Variação do volume do calibrador pela ação da pressão do fluido sobre as paredes do
mesmo;
b) Dilatação térmica do líquido de teste;
c) Variação do volume do calibrador de deslocamento mecânico ou do tanque de
calibração com a temperatura;
d) Variação do volume do líquido de teste com a pressão.
6.4.12 A calibração de um medidor em operação com um tanque de calibração consiste
na realização e registro de resultados de testes até registrar dois testes sucessivos com
uma diferença menor que 0,05% do volume do tanque de calibração. O fator de calibração
deve ser calculado com base na média aritmética dos dois testes.
6.4.13 A calibração de um medidor em operação com um medidor padrão consiste na
realização e registro de resultados de testes até registrar três testes sucessivos, nos quais a
diferença máxima entre os fatores de calibração, calculados, seja menor que 0,05% . O fator
de calibração deve ser calculado com base na média aritmética dos três testes.
6.4.14 A calibração de um medidor em operação com um provador em linha consiste na
realização e registro de resultados de testes até registrar cinco de seis testes sucessivos
nos quais a diferença máxima entre os fatores de calibração, calculados, seja menor que
0,05%. O fator de calibração é calculado com base na média aritmética dos cinco testes.
6.4.15 Deve ser considerada uma falha presumida do medidor fiscal quando a variação
do fator de calibração, em relação ao da calibração imediatamente anterior, for maior que
0,25% ou quando não for possível obter resultados para determinação do fator de
calibração, conforme os subitens 6.4.12, 6.4.13 e 6.4.14 deste Regulamento.

6.5 Amostragem e Análise de Propriedades do Petróleo


6.5.1 Nas medições de petróleo, devem ser coletadas amostras, para análises
qualitativas e quantitativas, para determinação do teor de água e sedimentos, da massa
específica, para cada medição ou período de medição, a serem usadas na correção dos
volumes medidos e outros usos. Analisadores em linha podem ser utilizados para medir em
forma contínua ou mais freqüente as propriedades do petróleo. Os analisadores devem ser
calibrados periodicamente, com base nas análises de laboratório das amostras recolhidas.
6.5.2 Nas medições fiscais da produção de petróleo devem ser coletadas amostras,
pelo menos uma vez por mês, para determinação do teor de enxofre, metais pesados,
pontos de corte, para atendimento da Portaria n.º 155 da ANP, de 21/10/1998.
6.5.3 A coleta de amostras deve atender às orientações dos seguintes documentos:
Portaria do INPM n.º 12/67 -- Norma de Amostragem de Petróleo e Seus Derivados Líquidos
Para Fins Quantitativos.

153
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

ABNT
05800NB00418 75 Amostragem de Petróleo e Derivados Líquidos Para Fins
Quantitativos
0500NB00174 72 Norma Para Amostragem de Petróleo e Produtos Derivados
API - MPMS
Chapter 8, Sampling
Chapter 8.2, Automatic Sampling of Petroleum and Petroleum Products
(ANSI/ASTM D4177)
Chapter 8.3, Mixing and Handling of Liquid Samples of Petroleum and Petroleum
Products (ASTM D5854)
6.5.4 Os sistemas de amostragem em linha devem cumprir os seguintes requisitos:
a) O ponto de amostragem deve estar localizado imediatamente a montante ou a
jusante do medidor;
b) O ponto de amostragem escolhido deve permitir que a amostra seja perfeitamente
representativa do produto. Caso se comprove ser necessário, deve ser incluído um sistema
de mistura para garantir a representatividade das amostras;
c) O recipiente de coleta de amostras deve ser estanque e provido de um sistema de
homogeneização das amostras.
6.5.5 As amostras obtidas pelos procedimentos de amostragem devem ser misturadas
e homogeneizadas antes de se proceder às medições de propriedades e análises
6.5.6 Devem ser feitas as seguintes determinações e análises:
6.5.6.1 Determinação da massa específica do petróleo deve seguir as orientações dos
seguintes documentos:
ABNT
14065 98 Destilados de Petróleo e Óleos Viscosos – Determinação da Massa
Específica e da Massa Específica Relativa Pelo Densímetro Digital.
07148 MB00104 92 Petróleo e Derivados – Determinação da Massa Específica – Método
do Densímetro.
API – MPMS
Chapter 9, Density Determination
Chapter 9.1, Hydrometer Test Method for Density, Relative Density (Specific
Gravity), or API Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products
(ANSI/ASTM D 1298) (IP 160) Chapter 9.3, Thermohydrometer Test Method for
Density and API Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products.
6.5.6.2 Determinação da fração volumétrica de água e sedimento, conforme um dos
métodos dos seguintes documentos:
ABNT
MB00038 72 Determinação da Água e Sedimentos em Petróleos Brutos e Óleos
Combustíveis - (Métodos de Centrifugação)
MB00294 66 Método de Ensaio Para a Determinação de Sedimentos em Petróleos e
Óleos Combustíveis – Método por Extração
14236 98 Produtos de Petróleo e Materiais Betuminosos - Determinação do Teor de
Água por Destilação
API MPMS
Chapter 10, Sediment and Water
Chapter 10.7, Standard Test Method for Water in Crude Oil by Karl Fischer
Titration (Potentiometric)(ANSI/ASTM D4377) (IP 356)
6.5.6.3 Determinação do Ponto de Ebulição Verdadeiro conforme um dos métodos dos
seguintes documentos:
ASTM D2892-98b Standard Test Method for Distillation of Crude Petroleum (15 -
Theoretical Plate Column)
ASTM D5236-95 Standard Test Method for Distillation of Heavy Hydrocarbon
Mixtures (Vacuum Potstill Method)

154
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

6.5.6.4 Determinação do teor de enxofre conforme um dos métodos dos seguintes


documentos:
ASTM D129-95 Standard Test Method for Sulfur in Petroleum Products (General
Bomb Method)
ASTM D1266-98 Standard Test Method for Sulfur in Petroleum Products (Lamp
Method)
6.5.6.5 Determinação de metais pesados conforme um dos métodos dos seguintes
documentos:
ASTM D5708-95a Standard Test Methods for Determination of Nickel, Vanadium,
and Iron in Crude Oils and Residual Fuels by Inductively Coupled Plasma (ICP)
Atomic Emission Spectrometry
ASTM D5863-95 Standard Test Methods for Determination of Nickel, Vanadium,
Iron, and Sodium in Crude Oils and Residual Fuels by Flame Atomic Absorption
Spectrometry

7. Medição de Gás Natural


7.1 Medição de Gás Natural em Linha
7.1.1 As medições de gás natural nos pontos de medição da produção devem utilizar
placas de orifício, turbinas ou medidores tipo ultra-sônico. Outros tipos de medidores podem
ser utilizados se previamente autorizados pela ANP.
7.1.2 As medições de gás recebido num campo para elevação artificial ou injeção devem
ser consideradas como medições fiscais.
7.1.3 Os sistemas de medição de gás devem ser instalados conforme documentos de
referência e especificações dos fabricantes dos instrumentos de medição.
7.1.4 Não podem ser instalados contornos nos sistemas de medição de gás. Sistemas
com troca de placas de orifício em fluxo sob pressão não são considerados contornos.
7.1.5 Os sistemas de medição de gás devem ser operados com as vazões, entre a
máxima e mínima, especificadas pelo fabricante.
7.1.6 Os instrumentos de medição de vazão, pressão diferencial e pressão e temperatura
de fluxo devem ser selecionados e operados para que o valor medido esteja na faixa de
medição e sua exatidão seja compatível com aquela necessária para se obter a incerteza
especificada neste Regulamento. Quando esses requisitos não puderem ser atendidos com
um único instrumento, devem ser instalados dois ou mais instrumentos cobrindo a faixa de
medição requerida.
7.1.7 Nas medições de gás natural com placas de orifício devem ser atendidos os
requisitos dos seguintes documentos:
NBR ISO 5167-1 Medição de Vazão de Fluidos por Meio de Instrumentos de Pressão
-- Parte 1: Placas de Orifício, Bocais e Tubos de Venturi Instalados em Seção
Transversal Circular de Condutos Forçados.
ISO/TR 5168 Measurement of Fluid Flow -- Evaluation of Uncertainties
ISO/TR 9464 Guidelines for The Use of ISO 5167-1:1991
API – MPMS
Chapter 14.2, Compressibility Factors of Natural Gas and Other Related
Hydrocarbon Gases (A.G.A. Report nº 8)
Chapter 14.3, Part 1, Concentric, Square-Edged Orifice Meters (A.G.A. Report n.º
3) (GPA 8185-90)
Chapter 14.3, Part 2, Specification and Installation Requirements, Reaffirmed May
1996 (ANSI/API 2530)
Chapter 14.3, Part 3, Natural Gas Applications.
7.1.8 Nas medições de gás com turbinas devem ser atendidos os requisitos do seguinte
documento:

155
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

AGA Measurement of Gas by Turbine Meters, A.G.A. Report n.º. 7 .


7.1.9 Nas medições de gás com medidores ultra-sônicos devem ser atendidos os
requisitos do seguinte documento:
AGA Report n.º 9 Measurement of Gas by Multipath Ultrasonic Meters
7.1.10 Os sistemas de medição fiscal de gás devem ser projetados, calibrados e
operados de forma que a incerteza de medição seja inferior a 1,5%. Os demais sistemas de
medição devem ter uma incerteza de medição inferior a 3%.
7.1.11 Os sistemas de medição fiscal de gás natural devem incluir dispositivos para
compensação automática das variações de pressão estática e de temperatura. A
compensação deve incluir as variações do coeficiente de compressibilidade do gás
decorrentes das variações de pressão e temperatura.
7.1.12 As variações na composição do gás, registradas durante as análises periódicas,
conforme o subitem 7.3 deste Regulamento, devem ser compensadas imediatamente após
cada nova análise, para as medições subseqüentes.
7.1.13 Os sistemas de medição fiscal de produção de gás natural, cuja vazão máxima
seja inferior a 5.000 m3 por dia, podem prescindir dos dispositivos de correção automática de
pressão e temperatura, devendo ser registradas a pressão e a temperatura utilizadas no
cálculo da vazão junto com a temperatura média do gás no período, determinada por no
mínimo três leituras diárias. A incerteza de medição nestes sistemas deve ser inferior a 3%.

7.2 Calibração e Inspeção de Medidores de Gás Natural


7.2.1 Os medidores de gás devem ser calibrados segundo os critérios da norma NBR
ISO 10012-1, com intervalo inicial entre calibrações sucessivas não superior a 60 dias para
medidores fiscais e não superior a 90 dias para outros medidores.
7.2.2 Os padrões de referência, os padrões de trabalho e os equipamentos utilizados
para a calibração dos instrumentos de medição e sistemas de medição devem atender às
prescrições estabelecidas no subitem 5.8 deste Regulamento.
7.2.3 Os medidores de gás do tipo turbina e medidores do tipo ultra-sônico devem ser
calibrados com uma vazão igual à vazão usual de operação, com uma exatidão de medição
de ±10%. Devem ser calibrados os instrumentos de pressão e temperatura utilizados para
compensação de pressão e temperatura, devendo a exatidão das medições estar dentro dos
limites para se obter uma incerteza, no resultado da medição, menor que a especificada
neste Regulamento.
7.2.4 Nas medições com placas de orifício, devem ser calibrados os instrumentos de
pressão diferencial, pressão e temperatura de fluxo, devendo a exatidão das medições de
pressão diferencial, pressão e temperatura estar dentro dos limites para se obter uma
incerteza, no resultado da medição, inferior à especificada neste Regulamento. Se as
exatidões de medição estiverem fora dos limites, os instrumentos devem ser regulados ou
ajustados.
7.2.5 As placas de orifício utilizadas na medição fiscal de gás natural devem ser
inspecionadas anualmente para verificar se estão dentro das tolerâncias dimensionais,
conforme normas aplicáveis. Os trechos de medição, das medições fiscais, devem ser
inspecionados, interna e externamente, a cada três anos, para determinação das
dimensões dos tubos e da rugosidade interna dos mesmos, que devem estar dentro dos
limites estabelecidos pelas normas aplicáveis.

7.3 Amostragem e Análise de Gás Natural


7.3.1 Nos pontos de medição fiscal da produção de gás natural, devem ser tomadas
amostras para análise, pelo menos uma vez por mês. Podem ser utilizados analisadores em
linha para medição das propriedades e composições com maior freqüência. Os analisadores
devem ser calibrados periodicamente, pela análise de laboratório das amostras coletadas. A
amostragem de gás natural deve atender aos requisitos dos seguintes documentos:

156
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

API – MPMS, Chapter 14.1, Collecting and Handling of Natural Gas Samples for Custody
Transfer.
7.3.2 As amostras de gás devem ser analisadas qualitativa e quantitativamente para se
obter a composição do gás, a massa específica, o poder calorífico, os teores de gases
inertes e contaminantes, para o atendimento da Portaria ANP n.º 41, de 15/04/1998, para
correções nas medições dos volumes e para outros usos. Devem ser utilizados os métodos
descritos nos seguintes documentos:
ASTM D 1945 - Standard Test Method for Analysis of Natural Gas by Gas
Chromatography
ASTM D 3588 Calculating Heat Value, Compressibility Factor, and Relative Density
(Specific Gravity) of Gaseous Fuels
ASTM D 5454 - Standard Test Method Water Vapor Content of Gaseous Fuels Using
Electronic Moisture Analyzers
ASTM D 5504 - Standard Test Method for Determination of Sulfur Compounds in
Natural Gas and Gaseous Fuels by Gas Chromatography and Chemiluminescence
ISO 6326 - Natural Gas - Determination of Sulfur Compounds, Parts 1 to 5
ISO 6974 - Natural Gas - Determination of Hydrogen, Inert Gases and Hydrocarbons
up to C8 - Gas Chromatography Method

8. Apropriação da Produção de Petróleo e Gás Natural


8.1 Medições Compartilhadas
8.1.1 Os sistemas de medição compartilhada das produções de dois ou mais campos
devem ser autorizados pela ANP, antes do início da produção. A documentação para
autorização deve incluir uma descrição detalhada dos métodos de apropriação da produção
a cada campo e dos sistemas de medição para apropriação utilizados.
8.1.2 Nos sistemas de medição compartilhada, a produção de cada campo deve ser
determinada por apropriação, com base na produção medida em medidores de apropriação
ou estimada com base nos testes dos poços de cada campo e no tempo de produção de
cada poço no mês.

8.2 Medições para Apropriação


8.2.1 As medições para apropriação da produção de petróleo devem cumprir os
requisitos para as medições fiscais, com as seguintes exceções:
8.2.1.1 O petróleo pode ser não estabilizado e conter mais de 1% em volume de água e
sedimentos.
8.2.1.2 Nas medições em tanques, os sistemas automáticos de medição de nível devem
ser calibrados semestralmente por trenas verificadas pelo INMETRO, em três níveis, a
saber: próximos do nível máximo, médio e mínimo. As discrepâncias entre a medição com
trena e a medição com o sistema de medição automática devem ser menores que 12 mm.
8.2.1.3 Nas medições em tanque de volumes de produção de petróleo menores que 50
m3/dia, com tanques de capacidade menor que 100 m3, a arqueação do tanque pode ser
efetuada por procedimento simplificado, baseado nas dimensões principais do mesmo.
Nestas medições é permitida a utilização de medição de nível por régua externa ao tanque,
com precisão de ± 20 mm, incluídos os erros de leitura devidos à posição do observador
8.2.1.4 Os medidores em linha devem ser projetados, operados e calibrados para se
obter uma classe de exatidão 1.0, conforme OIML R 117. Os medidores devem ser
calibrados com intervalos não superiores a 90 dias. A ANP pode autorizar intervalos maiores
entre calibrações sucessivas, com base no registro histórico das calibrações.
8.2.1.5 Na calibração dos medidores em linha, conforme subitens 6.4.12, 6.4.13 e 6.4.14,
a diferença entre os valores do fator do medidor, nos diferentes testes, não deve ser
superior a 0,4%.

157
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

8.2.2 Nas medições para apropriação da produção de petróleo não estabilizado, deve
ser considerado o fator de encolhimento devido à liberação de vapores após a medição,
quando da estabilização do petróleo. No caso em que esses vapores forem recuperados na
unidade de tratamento, deve ser computada a produção de gás, estimada com base no
volume de óleo e a RGO do petróleo nas condições de medição para apropriação.
8.2.3 Os fatores de encolhimento, a RGO e os fatores de correção para a produção de
gás, quando utilizados na determinação de volumes de produção, devem ser determinados
mensalmente com intervalos não superiores a 42 dias, conforme métodos das normas
aplicáveis.
8.2.4 Quando houver água livre no petróleo, medido nas condições de tanque, o seu
volume deve ser determinado por decantação e nas medições em linha, através de
analisador de fração total de água ou da obtenção de amostras representativas.
8.2.5 As medições para apropriação da produção de gás devem atender aos requisitos
das medições fiscais de gás, com as seguintes diferenças:
8.2.5.1 A incerteza de medição deve ser menor que 2%.
8.2.5.2 As análises de gás devem ser trimestrais.
8.2.5.3 Para sistemas de medição com vazão máxima inferior a 5.000 m3 por dia,
aplicam-se os critérios do subitem 7.1.13 deste Regulamento.
8.2.6 Nas medições para apropriação da produção de gás natural, devem ser
considerados os fatores de correção devidos à separação de componentes e à
condensação após a medição, quando do condicionamento do gás. Os fatores de correção
devem ser calculados com base na medição direta dos volumes separados ou das
composições das correntes e balanço de material das unidades de condicionamento. Os
volumes de condensado devem ser apropriados como produção de petróleo.
8.2.7 As medições para apropriação devem atender aos requisitos do seguinte
documento: API –MPMS
Chapter 20, Allocation Measurement of Oil and Natural Gas
Chapter 20.1, Allocation Measurement

8.3 Testes de Poços


8.3.1 Nos casos em que os resultados dos testes de poços sejam utilizados para
apropriação da produção a um campo, cada poço em produção deve ser testado
mensalmente, com um intervalo entre testes sucessivos não superior a 42 dias, ou sempre
que houver mudanças nas condições de operação ou quando forem detectadas variações
na produção.
8.3.2 Nos casos em que os resultados dos testes de poços sejam utilizados somente
para apropriação da produção aos poços, cada poço em produção deve ser testado com um
intervalo entre testes sucessivos não superior a 90 dias, ou sempre que houver mudanças
nas condições de operação ou quando forem detectadas variações na produção.
8.3.3 Os testes devem ser realizados utilizando-se separadores de testes ou tanques de
teste. Outros métodos de teste devem ser previamente aprovados pela ANP.
8.3.4 As condições de teste devem ser iguais às condições usuais de operação. Quando
isto não for possível, as vazões obtidas devem ser corrigidas para as condições usuais de
operação.
8.3.5 Os testes devem ter uma duração de pelo menos quatro horas, precedidas de um
tempo de produção nas condições de teste, não inferior a uma hora, para a estabilização
das condições operacionais.
8.3.6 Nos testes devem ser medidos os volumes de petróleo, gás natural e água
produzidos. A medição de gás pode ser estimada quando a ANP houver autorizado a
ventilação ou a queima do gás natural produzido no campo, ou ainda tratar-se de um poço
de gas lift intermitente. A medição da água pode ser estimada quando não houver produção
de água livre ou quando assim for autorizado pela ANP. A produção de água deve ser

158
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

determinada, neste caso, através da medição do conteúdo, medição de água e sedimentos


no fluido produzido.
8.3.7 Os sistemas de medição utilizados para os testes de poços devem atender aos
requisitos dos sistemas de medição para apropriação.
8.3.8 Devem ser elaborados relatórios de teste de poços, conforme o subitem 10.2 deste
Regulamento

8.4 Apropriação da Produção aos Poços e Campos


8.4.1 A produção medida nos pontos de medição deve ser apropriada aos poços do
campo, com base nos testes dos poços.
8.4.1.1 A produção apropriada a cada poço será igual ao volume total de produção do
campo, multiplicado pelo potencial de produção corrigido do poço e dividido pelo potencial
de produção corrigido do campo.
8.4.1.2 Este critério será utilizado para apropriação da produção de petróleo e de gás
natural.
8.4.2 A apropriação da produção medida num ponto de medição compartilhado por dois
ou mais campos, quando feita com base nos testes de poços, deve considerar o seguinte:
8.4.2.1 Calcular o potencial de produção corrigido de todos os campos cuja produção é
medida no ponto de medição, que é igual à soma dos potenciais corrigidos da produção dos
poços de todos os campos envolvidos.
8.4.2.2 Apropriar a produção a cada poço, que é igual ao potencial de produção
corrigido do poço multiplicado pela produção total de todos os campos que compartilham o
ponto de medição e dividido pela soma dos potenciais de produção corrigidos de todos os
campos.
8.4.2.3 A produção apropriada a cada campo é igual à soma das produções apropriadas
aos poços desse campo.
8.4.3 A produção deve ser apropriada mensalmente, com base no último teste de
produção de cada poço. Deve ser verificado se os tempos de produção de todos os poços
referem-se ao mesmo período de um mês gregoriano.
8.4.4 Quando são feitas medições para apropriação da produção, medida num ponto de
medição compartilhado, a produção apropriada a cada campo é igual ao volume total de
produção, multiplicado pelo volume medido na(s) respectiva(s) medição(ões) para
apropriação e dividido pela soma dos volumes medidos em todas as medições para
apropriação dos campos que compartilham o ponto de medição. A apropriação da produção
aos poços deve ser feita para cada campo conforme subitem 8.4.1 deste Regulamento,
utilizando o valor de produção apropriado para o campo como volume total da produção do
campo.

9. Medições para Controle Operacional da Produção, Movimentação


e Transporte, Importação e Exportação de Petróleo e Gás Natural
9.1 As principais variáveis de processo dos sistemas de produção, movimentação e
transporte, estocagem, importação e exportação de petróleo e gás natural para
processamento devem ser medidas e registradas de forma a permitir o acompanhamento
operacional.
9.2 Os instrumentos e sistemas de medição utilizados nas medições para controle
operacional devem ser adequados para as medições e compatíveis com as condições
operacionais. As medições nos pontos de transferência de custódia de petróleo e gás
natural devem atender, como mínimo, aos requisitos para medições fiscais, conforme este
Regulamento..

159
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

9.3 Os instrumentos dos sistemas de medição para controle operacional devem ser,
periodicamente, submetidos a verificação ou calibração, conforme um programa a ser
apresentado à ANP .
9.4 Devem ser medidos os seguintes volumes:
9.4.1 Volumes de petróleo e gás natural utilizados como combustíveis ou qualquer outra
utilização dentro do campo. A medição desses volumes por estimativa deve ser previamente
aprovada pela ANP. Essas medições devem obedecer aos requisitos de medições para
apropriação.
9.4.2 Volumes totais de gás utilizado para elevação artificial e destinado a injeção nos
poços.
9.4.2.1 A apropriação de volumes de gás para elevação artificial ou injetados nos poços,
utilizando instrumentos dedicados ou através de testes, deve ser feita de acordo com o
procedimento usado para apropriação da produção, conforme subitem 8.4 deste
Regulamento.
9.4.3 Volumes de gás ventilado ou queimado em tochas. A estimativa destes volumes
por balanço ou outros procedimentos deve ser previamente autorizada pela ANP.
9.4.4 Volumes totais de água produzida, injetada nos poços e descartada.
9.4.4.1 A apropriação de volumes de água produzida e injetada em cada poço, através
de instrumentos dedicados ou de testes periódicos, deve ser feita de acordo com o
procedimento utilizado para apropriação da produção, conforme subitem 8.4 deste
Regulamento.
9.4.5 Volumes de petróleo armazenado em estocagens intermediárias dos sistemas de
produção.
9.4.6 Volumes de petróleo armazenado em terminais dos sistemas de transporte.
9.4.7 Volumes de petróleo e gás natural transportados.
9.4.8 Volumes de gás natural para processamento.
9.4.9 Volumes de gás natural armazenado em sistemas de armazenamento.

10. Procedimentos Operacionais


10.1 Procedimentos em Caso de Falha dos Sistemas de Medição
10.1.1 A falha real ou presumida de um sistema de medição pode ser detectada:
10.1.1.1 Durante a operação, se o sistema apresentar problemas operacionais ou
fornecer resultados errôneos ou forem comprovadas regulagens ou ajustes não autorizados;
10.1.1.2 Durante a calibração, se o sistema apresentar erros ou variações na calibração
acima dos limites ou se os instrumentos não puderem ser calibrados.
10.1.2 Quando for detectada uma falha num medidor, o mesmo deve ser retirado de
operação para regulagem ou ajuste e calibração e substituído por outro calibrado. A
produção, entre o momento da falha e a saída de operação, será estimada com base na
produção média horária antes da falha. Quando a falha for detectada durante a calibração
periódica, a produção afetada é considerada a produção desde a calibração precedente ou
durante os 21 dias imediatamente anteriores à calibração.
10.1.3 A ANP deve ser notificada, por escrito, dentro de 48 horas, da ocorrência de uma
falha no sistema de medição fiscal da produção, assim como de quaisquer outros incidentes
operacionais que vierem a causar erro na medição ou quando houver interrupção total ou
parcial da medição. A notificação deve incluir uma estimativa dos volumes afetados.

10.2 Relatórios de Medição, Teste, Calibração e Inspeção


10.2.1 Todas as medições, análises e cálculos efetuados para a determinação da
produção fiscal de um campo devem ser registrados em relatórios de produção. Os
relatórios de produção devem cobrir um carregamento ou um dia de produção, o que for
menor. Quando for efetuada uma medição em tanque de produção de petróleo,

160
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

correspondente a mais de um dia, o volume medido deve ser apropriado aos dias de
produção, proporcionalmente ao tempo de produção em cada dia.
10.2.2 O modelo dos relatórios da medição fiscal e da medição para o controle
operacional da produção deve ser apresentado para aprovação da ANP. No caso de
relatórios elaborados por meios eletrônicos, estes devem conter todas as fórmulas de
cálculo utilizadas.
10.2.3 Todas as medições, análises e cálculos efetuados para determinação das
medições para controle operacional das demais atividades devem ser registrados em
relatórios com este fim.
10.2.4 Os relatórios de medição fiscal e para apropriação devem incluir, pelo menos:
a) Nome do concessionário ou autorizatário;
b) Identificação do campo ou da instalação;
c) Data e hora de elaboração do relatório;
d) Período de produção ou da movimentação do fluido;
e) Identificação dos pontos de medição;
f) Valores registrados (totais, níveis, temperaturas, pressões);
g) Volumes brutos, brutos corrigidos e líquidos de produção ou movimentação;
h) Resultados das análises de laboratório;
i) Fatores de correção com os parâmetros e métodos empregados para sua
determinação;
j) Assinatura do responsável pelo relatório e do imediato superior.
10.2.5 Devem ser elaborados relatórios dos testes de produção dos poços,
imediatamente após a finalização dos testes. Os relatórios de testes de poços devem incluir,
pelo menos:
a) Nome do concessionário;
b) Identificação do campo;
c) Data e hora de elaboração do relatório;
d) Identificação do poço;
e) Identificação dos equipamentos e sistemas de medição utilizados no teste;
f) Data e hora de alinhamento do poço para teste;
g) Data e hora de início do teste;
h) Data e hora de finalização do teste;
i) Valores medidos (volumes, pressões, temperaturas, níveis) no início, a cada hora
e no fim do teste;
j) Volumes brutos, brutos em condições padrão e volumes líquidos da produção de
petróleo, gás e água;
k) Resultados das análises de propriedades do petróleo, gás e água;
l) l) Fatores de correção utilizados, parâmetros e métodos de cálculo dos mesmos;
m) Volumes de produção diária de petróleo, gás e água;
n) Vazões de teste de petróleo, gás e água;
o) Razão gás/petróleo;
p) Assinatura do responsável pelo relatório e do imediato superior.
10.2.6 Devem ser emitidos relatórios de calibração de todos os instrumentos e sistemas
de medição. Os relatórios devem ser elaborados imediatamente após a calibração e devem
incluir informações para verificar a rastreabilidade ao INMETRO, dos instrumentos e
sistemas de calibração.
10.2.7 Devem ser emitidos relatórios de inspeção de tanques e sistemas de medição.
10.2.8 Os relatórios de medição, teste e calibração devem ser arquivados por 5 anos,
estando à disposição para exame, pela ANP ou seus representantes.

161
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

10.3 Inspeções
10.3.1 A ANP tem acesso livre, a qualquer tempo, às instalações de petróleo e gás
natural para inspeção dos sistemas de medição, verificação das operações e dos relatórios
de medição.
10.3.2 As inspeções podem incluir, mas não se limitam a :
a) Verificação se os sistemas de medição estão instalados conforme normas e
regulamentos aplicáveis e conforme as recomendações dos fabricantes;
b) Inspeção do estado dos sistemas e instrumentos de medição;
c) Verificação dos selos e as respectivas planilhas de controle;
d) Acompanhamento de inspeções de tanques e sistemas de medição;
e) Acompanhamento de calibração de sistemas e instrumentos;
f) Acompanhamento de operações de medição;
g) Acompanhamento de testes de produção;
h) Verificação dos cálculos dos volumes;
i) Acompanhamento das operações de amostragem e análise de laboratório;
j) Verificação dos relatórios de medição, teste e calibração.
10.3.3 Todos os instrumentos, equipamentos e pessoal necessários para as inspeções
devem ser providos pelo concessionário, sem ônus para a ANP.
10.3.4 Quando a ANP solicitar a realização de inspeções que impliquem em operações
não rotineiras, o concessionário deve providenciar a realização das mesmas dentro de
2 dias úteis da solicitação da ANP. Quando a inspeção incluir o acompanhamento de
operações programadas, tais como calibração de sistemas de medição ou teste de poços, a
ANP indicará a sua intenção de inspecionar tais operações. O concessionário confirmará a
data e hora de realização das operações com, pelo menos, 7 dias de antecedência.

11. Selagem dos Sistemas de Medição Fiscal


11.1 Os sistemas de medição fiscal da produção de petróleo e gás natural devem ser
protegidos contra acesso não autorizado, de forma a evitar dano, falha ou perda de
calibração dos instrumentos e componentes do sistema.
11.2 Devem ser instalados selos para evitar acesso não autorizado às operações que
possam afetar o desempenho dos instrumentos e dos sistemas de medição. Para operações
realizadas através de programação, devem ser incluídas palavras-chave ou outros meios
para impedir o acesso não autorizado aos sistemas e programas de configuração, ajuste e
calibração.
11.3 Devem ser selados os sistemas de amostragem automática para impedir a
descaracterização das amostras.
11.4 As válvulas dos tanques devem ser providas de selos, conforme subitem 6.1.6
deste Regulamento
11.5 Deve ser elaborado um plano de selagem para cada sistema de medição,
relacionando todos os selos instalados em instrumentos, válvulas e outros dispositivos, a
função de cada selo e as operações para as quais é necessária a sua remoção.
11.6 Os selos devem ser numerados. Deve ser elaborado um registro de todos os selos
utilizados, indicando a localização, a data e hora de instalação e remoção de cada um deles.
O registro deve ser mantido permanentemente atualizado e disponível na instalação de
produção para inspeção pela ANP ou por seus representantes autorizados.
O registro deve conter, pelo menos:
a) Nome do concessionário;
b) Identificação da concessão e do campo;
c) Relação de todos os pontos de instalação de selos, com o número do selo
instalado em cada um deles e a data e a hora de instalação;

162
Regulamento Técnico de Medição de Petróleo e Gás Natural

d) d) Histórico das operações de remoção e instalação de selos, com data e hora,


identificação.

Apostila DOC\Automação Plataforma Portaria ANP.doc 25 JUL 01

163
Normas na ANP

Normas na ANP
Medições manuais com trena:
Portaria INPM n.º 33/67 -- Norma para Medição da Altura de Produtos de Petróleo
Armazenados em Tanques.
Portaria INMETRO n.º 145/99 – Aprova o Regulamento Técnico Metrológico,
estabelecendo as condições a que devem atender as medidas materializadas de
comprimento, de uso geral.
ISO/DIS 4512 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Equipment for Measurement
of Liquid Levels in Storage Tanks – Manual Methods.

Medições com sistema automático:


OIML R71 – Fixed Storage Tanks. General Requirements.
OIML R85 – Automatic Level Gauges for Measuring the Level of Liquid in Fixed Storage
Tanks.
ISO 4266 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Measurement of Temperature and
Level in Storage Tanks - Automatic Methods.
ISO/DIS 4266-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products - Measurement of Level and
Temperature in Storage Tanks by Automatic Methods -- Part 1: Measurement of Level in
Atmospheric Tanks.

Medição de temperatura e os fatores de correção pela dilatação térmica


Portaria do INPM n.º 9/67 -- Norma de Termômetros para Petróleo e Seus Derivados
Quando em Estado Líquido, Bem Como para os Respectivos Suportes.
Portaria do INPM n.º 15/67 -- Norma para Determinação de Temperatura do Petróleo e
Seus Derivados Líquidos.
CNP - Resolução n.º 06/70 – Tabelas de Correção de Volume do Petróleo e Derivados
ISO 4266 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Measurement of Temperature and
Level in Storage Tanks -- Automatic Methods
ISO/DIS 4266-4 Petroleum and Liquid Petroleum Products - Measurement of Level and
Temperature in Storage Tanks by Automatic Methods - Part 4: Measurement of Temperature
in Atmospheric Tanks
ISO/DIS 4268 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Temperature Measurements -
- Manual Methods

Cálculo dos volumes líquidos:

164
Normas na ANP

API - MPMS
Chapter 12.1, Calculation of Static Petroleum Quantities, Part 1, Upright Cylindrical Tanks
and Marine Vessels
Chapter 12.1.1, Errata to Chapter 12.1--Calculation--Static Measurement, Part 1, Upright
Cylindrical Tanks and Marine Vessels, First Edition Errata published

Calibração de tanques conforme as seguintes normas:


ISO/DIS 4269-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Tank Calibration by Liquid
Measurement -- Part 1: Incremental Method Using Volumetric Meters
ISO 7507-1 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical Cylindrical
Tanks -- Part 1: Strapping Method
ISO 7507-2 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical Cylindrical
Tanks -- Part 2: Optical-Reference-Line Method
ISO 7507-3 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical Cylindrical
Tanks -- Part 3: Optical-Triangulation Method
ISO 7507-4 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical Cylindrical
Tanks -- Part 4: Internal Electro-Optical Distance-Ranging Method
ISO/DIS 7507-5 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 5: External Electro-Optical Distance-Ranging Methods
ISO/TR 7507-6 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calibration of Vertical
Cylindrical Tanks -- Part 6: Recommendations for Monitoring, Checking and Verification
of Tank Calibration and Capacity Table OIML R 71- Fixed Storage Tanks. General
Requirements

Instalação e operação de sistemas de medição de petróleo em linha


Portaria INMETRO n.º 113/97 (medidores mássicos)
OIML R117
ISO 2714 Liquid hydrocarbons -- Volumetric Measurement by Displacement Meter
Systems Other Than Dispensing Pumps
ISO 2715 Liquid Hydrocarbons -- Volumetric Measurement by Turbine Meter Systems
API - MPMS
Chapter 5, Metering
Chapter 5.1, General Consideration for Measurement by Meters.
Chapter 5.4, Accessory Equipment for Liquid Meters.
Chapter 5.5, Fidelity and Security of Flow Measurement Pulsed - Data Transmission
Systems.

Medições devem ser corrigidas pelos seguintes fatores:


CNP - Resolução n.º 06-70 – Tabelas de Correção de Volume do Petróleo e
Derivados
API – MPMS: Chapter 7.2, Temperature-Dynamic Temperature Determination.

Compressibilidade do líquido
API – MPMS: Chapter 11.2.1M, Compressibility Factors for Hydrocarbons: 638-1074
Kilograms per Cubic Meter Range.

Cálculo dos volumes dos líquidos medidos


ISO 4267-2 Petroleum and Liquid Petroleum Products -- Calculation of Oil Quantities --
Part 2: Dynamic Measurement

165
Normas na ANP

Sistemas de calibração de medidores de petróleo em linha


ISO 7278-1 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 1: General Principles
ISO 7278-2 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 2: Pipe Provers
ISO 7278-3 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 3: Pulse Interpolation Techniques
ISO/DIS 7278-4 Liquid Hydrocarbons -- Dynamic Measurement -- Proving Systems for
Volumetric Meters -- Part 4: Guide for Operators of Pipe Provers
API - MPMS
Chapter 4, Proving Systems
Chapter 4.1, Introduction, Second Edition.
Chapter 4.3, Small Volume Provers
Chapter 4.4, Tank Provers
Chapter 4.5, Master-Meter Provers.
Chapter 4.7, Field-Standard Test Measures.

Coleta de amostras
Portaria do INPM n.º 12/67 -- Norma de Amostragem de Petróleo e Seus Derivados
Líquidos Para Fins Quantitativos.
ABNT 05800, NB00418 75 Amostragem de Petróleo e Derivados Líquidos Para Fins
Quantitativos
ABNT 0500, NB00174 72 Norma Para Amostragem de Petróleo e Produtos Derivados
API - MPMS
Chapter 8, Sampling
Chapter 8.2, Automatic Sampling of Petroleum and Petroleum Products
(ANSI/ASTM D4177)
Chapter 8.3, Mixing and Handling of Liquid Samples of Petroleum and Petroleum
Products (ASTM D5854)

Determinação da massa específica do petróleo


ABNT
14065 98 Destilados de Petróleo e Óleos Viscosos – Determinação da Massa
Específica e da Massa Específica Relativa Pelo Densímetro Digital.
07148 MB00 Petróleo e Derivados – Determinação da Massa Específica – Método do
104 92 Densímetro.
API – MPMS
Chapter 9, Density Determination
Chapter 9.1, Hydrometer Test Method for Density, Relative Density (Specific
Gravity), or API Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products
(ANSI/ASTM D 1298) (IP 160) Chapter 9.3, Thermohydrometer Test Method for
Density and API Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products.

166
Normas na ANP

Determinação da fração volumétrica de água e sedimento


ABNT
MB00038 72 Determinação da Água e Sedimentos em Petróleos Brutos e Óleos
Combustíveis - (Métodos de Centrifugação)
MB00294 66 Método de Ensaio Para a Determinação de Sedimentos em Petróleos e
Óleos Combustíveis – Método por Extração
14236 98 Produtos de Petróleo e Materiais Betuminosos - Determinação do Teor de
Água por Destilação
API MPMS
Chapter 10, Sediment and Water
Chapter 10.7, Standard Test Method for Water in Crude Oil by Karl Fischer
Titration (Potentiometric)(ANSI/ASTM D4377) (IP 356)

Determinação do Ponto de Ebulição Verdadeiro


ASTM D2892-98b Standard Test Method for Distillation of Crude Petroleum (15 -
Theoretical Plate Column)
ASTM D5236-95 Standard Test Method for Distillation of Heavy Hydrocarbon Mixtures
(Vacuum Potstill Method)

Determinação do teor de enxofre


ASTM D129-95 Standard Test Method for Sulfur in Petroleum Products (General Bomb
Method)
ASTM D1266-98 Standard Test Method for Sulfur in Petroleum Products (Lamp Method)

Determinação de metais pesados


ASTM D5708-95a Standard Test Methods for Determination of Nickel, Vanadium, and
Iron in Crude Oils and Residual Fuels by Inductively Coupled Plasma (ICP) Atomic Emission
Spectrometry
ASTM D5863-95 Standard Test Methods for Determination of Nickel, Vanadium, Iron,
and Sodium in Crude Oils and Residual Fuels by Flame Atomic Absorption Spectrometry

Medições de gás natural com placas de orifício


NBR ISO 5167-1 Medição de Vazão de Fluidos por Meio de Instrumentos de Pressão --
Parte 1: Placas de Orifício, Bocais e Tubos de Venturi Instalados em Seção Transversal
Circular de Condutos Forçados.
ISO/TR 5168 Measurement of Fluid Flow -- Evaluation of Uncertainties
ISO/TR 9464 Guidelines for The Use of ISO 5167-1:1991
API – MPMS
Chapter 14.2, Compressibility Factors of Natural Gas and Other Related
Hydrocarbon Gases (A.G.A. Report nº 8)
Chapter 14.3, Part 1, Concentric, Square-Edged Orifice Meters (A.G.A. Report n.º
3) (GPA 8185-90)
Chapter 14.3, Part 2, Specification and Installation Requirements, Reaffirmed May
1996 (ANSI/API 2530)
Chapter 14.3, Part 3, Natural Gas Applications.

Medições de gás com turbinas


A.G.A. Report n.º. 7 : Measurement of Gas by Turbine Meters

Medições de gás com medidores ultra-sônicos


AGA Report n.º 9 Measurement of Gas by Multipath Ultrasonic Meters

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Normas na ANP

Amostragem de gás natural


API – MPMS, Chapter 14.1, Collecting and Handling of Natural Gas Samples for Custody
Transfer.

Analises das amostras de gás


Portaria ANP n.º 41, de 15/04/1998, para correções nas medições dos volumes e para
outros usos.
ASTM D 1945 - Standard Test Method for Analysis of Natural Gas by Gas
Chromatography
ASTM D 3588 Calculating Heat Value, Compressibility Factor, and Relative Density
(Specific Gravity) of Gaseous Fuels
ASTM D 5454 - Standard Test Method Water Vapor Content of Gaseous Fuels Using
Electronic Moisture Analyzers
ASTM D 5504 - Standard Test Method for Determination of Sulfur Compounds in Natural
Gas and Gaseous Fuels by Gas Chromatography and Chemiluminescence
ISO 6326 - Natural Gas - Determination of Sulfur Compounds, Parts 1 to 5
ISO 6974 - Natural Gas - Determination of Hydrogen, Inert Gases and Hydrocarbons up
to C8 - Gas Chromatography Method

Apostilas DOC\Normas Documentos ANP.doc 25 SET 01

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