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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

PLANO DE CURSO: TÓPICOS AVANÇADOS EM TEORIAS DO


CONHECIMENTO
CARGA HORÁRIA: 45 HORAS (3 CRÉDITOS)

DISCIPLINA OBRIGATÓRIA – Doutorado Profissional em Educação em Ciências e Matemática


Profs. ANTONIO HENRIQUE PINTO e LIGIA ARANTES SAD – Ano: 2021

OBJETIVOS
Estudar, investigar e refletir sobre o desenvolvimento histórico e filosófico de teorias do conhecimento e como
diversas considerações a respeito delas causam relacionamentos diferenciados e transformações para a vida
humana, o pensamento e a prática científica e, em especial, a matemática. Proporcionar debates e
compreensões sobre a posições assumidas por destacados estudiosos, como a do racionalismo de Descartes,
criticismo kantiano, positivismo no séc. XIX; bem como a respeito da formação do espírito científico com base
na Epistemologia de Bachelar; dos princípios construtivistas, sócio-culturais e dialéticos; da estrutura das
revoluções científicas de Kuhn; e de outros modelos epistemológicos mais recentes (como campos conceituais
e campos semânticos).


EMENTA
Breve histórico sobre as teorias do conhecimento e a função que ela desempenha para a vida humana.
Conceitos de “verdade”, “certeza”, “liberdade”, “questionar” e “saber”. As concepções filosóficas do século
XVII, notadamente o racionalismo de René Descartes e o empirismo dos filósofos ingleses, alinhavaram o
sistema científico moderno, cujo desenvolvimento se deu progressivamente até o advento da Teoria da
Relatividade de Einstein e da Mecânica Quântica, de Heisenberg e Bohn, na primeira metade do século XX. A
perspectiva de alguns pensadores, como Francis Bacon, David Hume e Immanuel Kant, sobretudo com o
“criticismo” kantiano. O pensamento positivista do século XIX de Augusto Comte. O pensamento de Claude
Bernard na criação do método experimental hipotético-dedutivo, frequentemente denominado como
OHERIC: Observação - Hipótese - Experiência - Resultado - Interpretação - Conclusão. A estrutura das
revoluções científicas e a transformação do pensamento científico e da prática correspondente. A teorização
do ato de conhecer culmina na ética do conhecimento e no sonho de uma humanidade liberta de
obscurantismo. O conceito do “conhecimento do conhecimento”. A perspectiva do Contra-Método e adeus à
razão.

PLANEJAMENTO
DIA(S)/
Tópicos Conteúdo
HORAS
Aula inaugural do doutorado
Boas vindas Palestra com Tânia Jorge (UFRJ) – 14h 25/02/2021

Apresentações dos professores e doutorandos; levantamento de


discussões sobre o Planejamento da disciplina.
03/03
Importância do conhecimento na vida humana, sua gênese. [Leitura
3h
básica: Introdução e cap. II – Hessen (2012)]

Teorias do conhecimento e/ou Epistemologias [Leitura básica: cap. 2 –


10/03
Moser et al (2011); cap. 2 – Sad (1999)]
3h
Bases filosóficas no séc. XVII e discurso do Método de Descartes.

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[Leitura básica: Meneghetti (2010, p. 37 a 50) e Descartes (1993)]


O conhecimento e a relação entre sujeito e objeto [Leitura básica: 17/03
Hessen (2012, p. 18-25)]. 3h
Concepções transcendentais no “criticismo” de Kant. [Leitura básica:
Mneghetti (2010, p. 80-91)]
O séc. XIX e o pensamento positivista de Comte [cap. 1, 2, 4 e 5, Silva 24/03
(1999)] 3h
A Epistemologia de Bachelar [Leitura básica: Bachelar (2006)] 07/04
3h
• Realismo e idealismo
• Fenomenalismo 14/04
• Crença e verdade 05/05
• Correto e incorreto no intuicionismo 12/05
• Epistemologia construtivista 19/05
Seminários:
• Epistemologia dialética 26/05
Temáticos
• Estrutura das revoluções científicas 09/06
• Sociologia do conhecimento e epistemologia sócio-cultural 16/06
• Conhecimento oficial com Michael Apple 23/06
• O conhecimento do conhecimento (E. Morin; Santos, B.) 30/06
• Modelo epistemológico dos campos conceituais e dos campos 27h
semânticos
Debates 07/07
Articulação epistemológica com o Projeto de Pesquisa
articulados 3h

Trabalho Final Entrega do Trabalho Final 14/07


Avaliação Avaliação da disciplina: Individual e em Roda de Conversa 3h


RECURSOS DIDÁTICOS
Aulas (síncronas) expositivas, dialogadas. Investigações por meio tecnológico e bibliográfico. Apresentação de
Seminários. Discussões temáticas. Recursos da Sala Moodle. Exibição de vídeo ou filme seguido de debate.
Produção de textos.

AVALIAÇÃO
- Processual e Formativa, no decorrer das aulas e apresentações;
- Somativa:
• A1 – Seminário Temático (máx. 35 pontos);
• A2 – Participação nas discussões e nas atividades temáticas em aula (máx. 30 pontos);
• A3 – Texto Final em forma de artigo científico (35 pontos), com foco nos princípios
epistemológicos do Projeto de Pesquisa do doutorando.

A Média Final de cada aluno(a) será obtida pela soma de A1+ A2 + A3.

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OBS: A escolha dos Temas para os Seminários será combinada, previamente, com os
doutorandos.

REFERÊNCIAS
ÂNGELO, Claudia Laus et al. Modelo dos Campos Semânticos e Educação Matemática: 20 anos de história.
São Paulo: Midiograf, 2012.
BACHELARD, Gaston. A Epistemologia. 1a. Edição. Editora Edições 70. 2006. 226 p.
BACHELARD, Gaston. A Formação de Espírito Científico. 3a. Edição. Editora WMF Martins Fontes. 2002. 316p.
BESNIER, Jean–Michel. As Teorias do Conhecimento. 1a. Edição. Editora Instituto Piaget. 2000. 138p.
BRONOWSKI, Jacob. As origens do conhecimento e da imaginação. 2 ed. Brasília: Editora UnB, 1997.
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da matemática. 2 ed. Lisboa: Gradiva, 1998.
DESCARTES, René Discurso do Método. Tradução de João Gama. Lisboa: Edições 70, 1993.
FEYERABEND, Paul. Contra o Método. 2a. Edição. Editora Unesp. 2011. 376p.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Grall, 1979.
GOLDMANN, Lucien. Estrutura: realidade humana e conceito metodológico. In: MACKSEY E.; DONATO, E.
(orgs.). A controvérsia estruturalista. São Paulo: Cultrix, 1976.
JAPIASSU, Hilton. Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.
HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento. 4a. Edição. Editora WMF Martins Fontes. 2012.
KELLER, Albert. Teoria Geral do Conhecimento. 13a. Edição. Editora Loyola. 2009. 240 p.
KONDER, Leandro. O que é dialética. n. 23, Coleção Primeiros Passos, São Paulo: Brasiliense, 1981.
KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. 12a. Edição. Editora Perspectiva. 2013. 324 p.
MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo Horizonte: Ed UFMG, 2001.
MATURANA, Humberto; VARELLA, Fraancisco J. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da
compreensão humana. Belo Horizonte: Palas Athena, 2001.
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
MENEGHETTI, Renata G. Constituição do saber matemático: reflexões filosóficas e históricas. Londrina:
EDUEL, 2010.
MORIN, Edgar. O Método III: o conhecimento do conhecimento. Mira-Sintra/Portugal: Publicações Europa-
América, 1986.
______ Ciência com Consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice de Araripe de S. Doria. 16 ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
______ Introdução ao pensamento complexo. Tradução de Eliane Lisboa. 5 ed. Porto alegre: Sulina, 2015.
MOSER, Paul K; MULDER, Dwayne H.; TROUT, J. D. A teoria do conhecimento: uma introdução temática. 2a
ed. São Paulo: Martins Fontes. 2011.
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.
POPPER, Karl. Conjecturas e refutações. Tradução de Sérgio Bath. Brasília: Editora UnB, 1994.
POPPER, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. Editora Cultrix. 2013. 456 p.

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RADFORD, Luiz. Cognição Matemática: história, antropologia e epistemologia.


Organização e revisão técnica de Bernadete Morey e Iran Abreu Mendes. São Paulo: Livraria da Física, 2011.
SAD, Ligia Arantes. Cálculo Diferencial e Integral: uma abordagem epistemológica de alguns aspectos. Tese
(Doutorado em Educação Matemática), Universidade Estadual Paulista, Rio Claro – SP, 1999.
SANTOS, Boaventura de Souza. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 7. ed. São
Paulo: Cortez, 2009.
_____ Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. 3 ed. São Paulo: Graal, 1989.
SILVA, Circe Mary S. da Silva. A matemática positivista e sua difusão no Brasil. Vitória: EDUFES, 1999.
VERGNAUD, Gérard. Teoria dos campos conceituais. In: Nasser, L. (Ed.) Anais do 1º Seminário Internacional
de Educação Matemática do Rio de Janeiro. p. 1-26.

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