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Resposta:
De acordo com Aury Lopes Jr. 1, a prova é o meio através do qual será feita a
reconstrução histórica do fato passado (crime), que auxilia o processo penal na
formação do convencimento do juiz. Em outras palavras, a prova é o ato que busca
comprovar a “verdade” dos fatos, com o objetivo de instruir o julgador.
Entretanto, o referido autor discorda da existência de uma verdade real no
processo penal, pois o mito da verdade real estaria intimamente relacionado
com a estrutura do sistema inquisitório; com o ‘interesse público’
(cláusula geral que serviu de argumento para as maiores atrocidades);
com sistemas políticos autoritários; com a busca de uma ‘verdade’ a
qualquer custo (chegando a legitimar a tortura em determinados
momentos históricos); e com a figura do juiz-ator (inquisidor)2.
Resposta:
1
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, livro eletrônico,
p. 556.
2
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020, livro eletrônico,
p. 564.
De acordo com o voto do ministro Celso de Mello, no julgamento da AP 985-
QO,
A condenação do réu pela prática de qualquer delito – até mesmo
pela prática de uma simples contravenção penal – somente se
justificará quando existentes, no processo, e sempre colhidos sob
a égide do postulado constitucional do contraditório, elementos de
convicção que, projetando-se “beyond all reasonable doubt”
(além, portanto, de qualquer dúvida razoável), veiculem dados
consistentes que possam legitimar a prolação de um decreto
condenatório pelo Poder Judiciário.
Somente a prova penal produzida em juízo pelo órgão da
acusação penal, sob a égide da garantia constitucional do
contraditório, pode revestir-se de eficácia jurídica bastante para
legitimar a prolação de um decreto condenatório (...).
Portanto, tendo em vista que as provas do inquérito policial não passam pelo
crivo da ampla defesa e do contraditório, estando sempre sob dúvida razoável, não
podem basear condenações criminais. Deste modo, o magistrado incorreu na violação
dos três princípios referidos.
3. Dr. Júlio César dos Santos, juiz de Direito, presidiu a audiência de instrução e
julgamento do processo 1234-5, mas quem sentenciou o caso foi sua colega,
Raulinda Silva Barbosa, pois o magistrado entrou em férias. Neste caso, há algum
prejuízo ou violação ao devido processo? Fundamente.
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