Você está na página 1de 5

 

 
 
ST 5 ‐ HISTÓRIA REGIONAL E HISTÓRIA LOCAL: PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E HISTÓRIA ORAL 
 
Coordenadores: 
Profa. Dra. Dalva Maria de Oliveira Silva (História ‐ ICHPO/UFU) 
Prof. Dr. Eduardo Giavara (História ‐ UFG) 
 
 
RESUMOS DOS TRABALHOS 
 
 
Dia 28 de setembro de 2021, terça‐feira, das 14h às 17h – Sessão 1 
 
Verdamarelo: cultura e memória no Modernismo paulista 
 
Paulo Henrique Martinez  
ph.martinez@unesp.br 
 
A comunicação interroga o pensamento político e as referências estéticas de Candido Mota Filho (1897‐
1977).  Escritor  e  participante  na  vertente  nacionalista  do  Modernismo  brasileiro  e  na  criação  de 
representações culturais disseminadas a partir o Grupo Verdamarelo (1927). As fontes utilizadas são de 
natureza  textual  e  bibliográfica,  compostas  por  livros,  memórias  e  artigos  de  jornal.  O  marco  teórico  e 
interpretativo reside no estudo do imaginário e no exame articulado das relações entre política, imagens 
e  sociabilidade  em  São  Paulo  nas  décadas  de  1920‐1930.  Intelectual  profícuo  e  ativo  teve  atuação 
política constante, exercendo funções diversificadas junto ao Estado, nas esferas dos poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário. 
 
 
 
Memória e patrimônio: Cais do Valongo versus poder público do Rio de Janeiro 
 
Vanessa de Araujo Andrade 
varaujo80@gmail.com 
 
Em 2017, o Cais do Valongo, local de memória da diáspora africana, foi inscrito pela Unesco como Patrimônio 
Cultural da Humanidade. Aterrado após a reforma Pereira Passos e exposto nas obras de revitalização da região 
portuária  para  as  Olimpíadas,  o  sítio  foi  fonte  de  inúmeras  discussões  em  torno  do  resgate  da  memória  da 
escravidão  e  da  presença  negra  na  formação  social  e  urbana  do  Rio  de  Janeiro.  A  despeito  da 
patrimonialização, o tratamento dado ao Cais e aos demais elementos evocativos dessa memória vêm sendo 
de  desvalorização  e  descaso,  reflexo  de  um  silenciamento  processado  ao  longo  da  história  da  cidade.  Esta 
comunicação  pretende  tratar  das  permanências  históricas  verificadas  na  relação  entre  o  poder  público  e  a 
memória da escravidão, através do tratamento dado ao Cais e à região portuária a partir dos primeiros anos do 
século XX. 
 
 
 


 
 
 
Seria bom ter um dinheiro 
 
Everton Roberto de Oliveira 
evertonr.oliveira@outlook.com 
 
“Seria  bom  ter  um  dinheiro...”  me  disse  Laura,  35  anos,  usuária  de  um  Centro  de  Atenção  Psicossocial  em 
Sorocaba, interior de São Paulo, narrativa em que nos revelaria as brechas que encontra para sobreviver sem 
trabalho,  mesmo  sendo  seu  acesso  às  atividades  geradoras  de  renda  assegurado  pela  legislação,  forma  de 
respeito  aos  direitos  humanos  e  garantia  de  cidadania  à  um  numeroso  grupo  que  enfrenta  cotidianamente 
duros processos de exclusão e gradativamente é arrastado para a pobreza, como muitos frequentadores desses 
Centros,  que  prestam  cuidados  à  pessoas  em  intenso  e  persistente  sofrimento  psíquico,  considerados 
estratégicos no processo de desinstitucionalização psiquiátrica ainda em curso no país. Frente à um cenário de 
grave  crise  econômica,  de  desemprego,  de  conflitos  e  retrocessos  na  área,  ouvir  e  registrar  as  vozes  e  as 
memórias de quem vive essa realidade e a experiência da mudança é uma forma de captar certas regularidades 
e traços significativos para a escrita de uma  breve trama de uma história oral viva, vista de baixo, imediata e 
regional sobre a relação entre trabalho e saúde mental, importante reflexão sobre os resultados dessa política 
pública  que  pode  inspirar  melhorias  no  serviço  e  contribuir  para  a  educação  e  a  diminuição  dos  estigmas  e 
preconceitos. 
 
 
 
Perspectivas do patrimônio: análise historiográfica dos principais debates patrimoniais, 1789 – 1945 
 
Eduardo José Costa 
eduardojosejj@live.com 
 
Objetiva‐se apresentar os primeiros resultados alcançados e as principais características da iniciação cientifica 
desenvolvida  por  meio  de  pesquisa  individual  no  Programa  de  Educação  Tutorial  (PET‐História),  quanto  a 
Perspectivas do Patrimônio. O objetivo da pesquisa busca analisar os principais debates entorno da criação das 
primeiras  políticas  públicas  de  preservação  ao  patrimônio,  as  diferentes  concepções  quanto  ao  que  é 
preservar,  e  seus  principais  desdobramentos.  O  tema  prendesse  em  observar  o  processo  de  criação  das 
políticas públicas de preservação ao patrimônio no contexto da Europa do pós Revolução Francesa. Visa‐se por 
meio  da  metodologia  da  análise  bibliográfico,  observar  textos  traduzidos  de  importante  arquitetos, 
historiadores, e teóricos europeus dos quais observa‐se as principais contribuições para melhor compreensão 
quanto a temática. 
 
 


 
 
 
Dia 29 de setembro de 2021, quarta‐feira, das 14h às 17h – Sessão 2 
 
O resgate da história e memória do município de Garça por meio da preservação dos documentos históricos 
 
Ana Lúcia Galdino de Carvalho 
gallddi@gmail.com 
 
A preservação e o resgate da história e da memória são temas em destaque nos últimos anos tendo em vista, 
que estamos preocupados em não perdermos o sentido de coletividade e de permanência, ou seja, estamos 
relacionando a memória, a história e a cultura, que são ingredientes vitais para a nossa formação social. Dessa 
forma  se  faz  necessária  a  conservação  de  registros  de  memória,  nos  diferentes  contextos  e  suportes,  que 
relatam  fatos  históricos  marcantes  de  uma  determinada  sociedade.  Como  consequência  dessa  preocupação 
por parte da Administração Pública do Município de Garça, foi criada a Comissão Permanente de Avaliação de 
Documentos – CPAD. Trata‐se de uma Comissão multidisciplinar, criada pelo Decreto n. 8016/2013, incumbida 
de votar os prazos de eliminação e guarda para toda documentação produzida e acumulada pelos setores da 
Prefeitura  Municipal  de  Garça.  Tal  Comissão  encontra‐se  atuante  desde  sua  criação.  São  realizadas 
periodicamente  reuniões  com  o  intuito  de  estabelecer  os  prazos  para  a  eliminação  da  documentação 
desprovida  de  caráter  histórico  bem  como  preservar  aquela  denominada  histórica.  Tais  ações  vêm 
contribuindo para o resgate da história e memória do município de Garça. 
 
 
 
Memórias políticas da emancipação de Itaú de Minas: uma análise da obra de Alberto K. de Andrade (1962‐
1987) 
 
Gustavo Fernandes Domingues 
gustavo1357642@hotmail.com 
 
Nas  Ciências  Humanas,  há  o  consenso  que  a  memória  é  uma  reconstrução  subjetiva  de  traços  do  passado, 
funcionando  como  um  enquadramento  de  conteúdos  com  objetivo  e  estratégias.  Contrário  à  ideia  de  que  a 
memória é um território destinado ao depósito de lembranças, ela é um espaço político, simbólico e vivo, se 
relacionando diretamente com a construção da identidade, nesse norte, segundo o antropólogo Joel Candau, 
“A memória, ao mesmo tempo em que nos modela, é também por nós modelada. Isso resume perfeitamente a 
dialética  da  memória  e  da  identidade  que  conjugam,  se  nutrem  mutuamente,  se  apoiam  uma  na  outra  para 
produzir uma trajetória de vida, uma história, um mito, uma narrativa” (CANDAU, 2019, p. 16). Partindo desse 
horizonte  teórico,  abordarei  a  obra  de  Alberto  Kirchner  de  Andrade,  primeiro  prefeito  de  Itaú  de  Minas, 
interpretando  suas  memórias  como  um  testemunho  do  evento  referido  na  obra,  a  emancipação  de  Itaú  de 
Minas  do  município  de  Pratápolis,  em  Minas  Gerais.  Portanto,  discutirei  algumas  características  do  gênero 
literatura  memorialista,  alertando  os  cuidados  que  o  pesquisador  deve  ter  em  abordar  esse  tipo  de  fonte 
histórica.  
 
 
 
 
 


 
 
 
Divisão territorial de Mato Grosso: as representações midiáticas e as disputas políticas.  
 
Vera Lucia Furlanetto 
furlanettoveralucia@gmail.com 
 
Este  trabalho  expõe  brevemente  algumas  representações  acerca  da  divisão  territorial  do  estado  de  Mato 
Grosso  por  meio  da  mídia  impressa,  envolvendo  os  conflitos  políticos  ocorridos  nas  localidades  de  Cuiabá  e 
Campo  Grande,  propagadas  pelos  jornais  O  Estado  de  Mato  Grosso  (de  Cuiabá)  e  o  Correio  do  Estado  (de 
Campo Grande) no ano de 1977. Pelas matérias jornalísticas, referentes ao desmembramento, foi possível uma 
prévia análise crítica das representações nelas veiculadas, considerando o contexto social, cultural, econômico 
e  político  com  foco  para  as  disputas  pelo  poder.  Os  discursos  construídos  por  esses  veículos  de  notícia 
pretenderam  oferecer  elementos  que  criariam  uma  diferenciação  entre  nortistas  e  sulistas  do  então  Mato 
Grosso,  forjados  sob  os  interesses  hegemônicos,  com  o  objetivo  de  justificar  e  legitimar  um  regionalismo, 
inventar e instituir fronteiras e formar uma nova região. Além disso, as relações entre alguns agentes públicos e 
a imprensa permitiu a defesa de interesses próprios, associados a diferentes projetos políticos, com a intenção 
de ocuparem os novos espaços de poder. 
 
 
 
Os “lugares de memória” do CEFET‐MG campus Timóteo 
 
Júlia Ribeiro Junqueira  
juliarj17@gmail.com 
 
Lívia Ferreira da Costa e  
ferreiralivia482@gmail.com 
 
Thiago Henrique Rodrigues  
thiago.h.rodrigues@ufv.br 
 
A memória pessoal está conectada à memória de um grupo que, por sua vez, está amarrada à memória coletiva 
de  cada  sociedade.  Cada  grupo  escolhe  o  que  deve  ser  lembrado,  o  que  deve  ser  contado  de  geração  a 
geração, o que se guarda nos “lugares de memória” — na expressão do historiador Pierre Nora. Assim, toda 
memória, a partir das experiências vividas, é reelaborada, reconstruída. É a partir dessa perspectiva que este 
trabalho  apresentará  resultados  de  uma  pesquisa  de  PICV‐Jr  acerca  das  memórias  referentes  ao  campus 
Timóteo do CEFET‐MG, que, apesar de tido como marco seu funcionamento administrativo na virada do ano de 
2006  para  2007,  tornando‐se  a  primeira  instituição  de  ensino  federal  da  região  do  Vale  do  Aço,  é,  em  certa 
medida, uma continuidade do antigo Centro de Educação Tecnológica de Timóteo (CET‐Timóteo), fundado em 
1998. Para tal investigação, analisou‐se um vasto e diversificado conjunto de fontes — manuscritos, impressos, 
fotografias,  documentos  oficiais,  bem  como  se  fez  necessária  a  coleta  de  depoimentos  de  pessoas  da 
comunidade  local  e  cefetiana  a  partir  dos  procedimentos  metodológicos  da  história  oral.  E,  de  forma 
simultânea,  foi  criada  a  plataforma  Clio  —  software  livre  de  biblioteca  digital  concebida  para  a  gestão  do 
conteúdo. 
 
 
 


 
 
 
Campo Alegre de Goiás e suas “Raízes do Cerrado”: história da cidade por meio de relatos familiares 
 
Marcos Rossiny Leandro 
marcosrossiny5@gmail.com 
 
Este trabalho se deu por meio da pesquisa Raízes do Cerrado: história da Família Manteiga, que consistiu em 
discutir  a  memória  desses  moradores  tradicionais  da  cidade  de  Campo  Alegre  de  Goiás,  onde  seu  cotidiano 
estava entrelaçado aos primeiros passos para a emancipação política do então distrito em 1954. Ao desenrolar 
do trabalho, deparei com as ações dos membros de forma efetiva no desenvolvimento do município, por meio 
de  seus  agentes  políticos  desde  delegados,  interventores  e  a  prefeitos.  Uma  família  tradicional  que  era 
retratada como um dos troncos da cidade e sofre hoje seu declínio político e populista na cidade. Sendo assim, 
a pesquisa pauta em resgatar o papel histórico da família na urbe que se pautou na história oral e memória de 
seus membros.  

Você também pode gostar