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Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Território e Infraestrutura


Engenharia de Energia

EER0013 – Máquinas Térmicas

Aula 14 – Geradores de Vapor (Parte 2)

Autor: Prof. Fabyo Luiz Pereira


fabyo.pereira@unila.edu.br

Apresentação: Prof. Ricardo Morel Hartmann


ricardo.hartmann@unila.edu.br

UNILA – ILATTI – EE Foz do Iguaçu / PR


Tópicos da Aula


Geradores de Vapor:

Caldeiras: ●
Atemperador.

Aquatubulares: ●
Economizadores.

Circulação natural. ●
Aquecedores de ar:

Circulação assistida. ●
Recuperativos.

Circulação forçada. ●
Regenerativos.

Flamotubulares.

Elétricas.

Superaquecedores:

Convectivos.

Radiantes.

Mistos.

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Caldeiras Aquatubulares


Caldeiras Aquatubulares:

Construídas de forma que a água circule por dentro de
diversos tubos de pequeno diâmetro, dispostos como:

Paredes d'água:

Localizadas na câmara de combustão

Predomina a troca de calor por radiação.

Feixes tubulares:

Localizados na parte posterior.

Convecção e radiação.

Tambores:

Em zonas protegidas da radiação.

Tratamento da água garante
durabilidade e segurança.

Deve-se evitar incrustações nas
superfícies de aquecimento.
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Caldeiras Aquatubulares


Circulação da Água:

Se deve à diferença de densidade entre as fases líquida e vapor da água.

Esta diferença tende a ser menor conforme a pressão de operação aumenta.

No ponto crítico, não há distinção entre as fases.

Classificação das caldeiras aquatubulares quanto à circulação da água:

Caldeiras de circulação natural.

Caldeiras de circulação assistida.

Caldeiras de circulação forçada.

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Caldeiras Aquatubulares


Caldeiras Aquatubulares de Circulação Natural:

São a maioria das caldeiras aquatubulares existentes.

Construídas geralmente com paredes d'água e feixes tubulares.

Número de tambores variável.

Atendem unidades de grande porte com pressões de trabalho de até 16000 kPa.

Funcionamento:

Ao circular pelos tubos, a água absorve calor da combsutão e vaporiza.

Por ser mais leve, o vapor sobe na forma de bolhas pelos tubos quentes e vai
para o tambor.

O vazio deixado pelo vapor é
ocupado pelo líquido, que desce
pelas partes mais frias.

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Caldeiras Aquatubulares


Algumas concepções de caldeiras de circulação natural:

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Caldeiras Aquatubulares


Caldeira aquatubular de circulação natural de uma usina termelétrica:

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Caldeiras Aquatubulares


Caldeiras Aquatubulares de Circulação Assistida:

Construídas geralmente com paredes d'água e um único tambor.

Funcionamento igual ao das de circulação natural, porém a água do tambor é
continuamente movimentada por bombas de recirculação (alta vazão e pequeno
salto de pressão).

Operam com pressões desde zero até pressões próximas à crítica.

Alta eficiência térmica.

Atingem rapidamente o regime
permanente.

Bombas de recirculação dispensam a
necessidade de tubos de grande
diâmetro.

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Caldeiras Aquatubulares


Caldeiras Aquatubulares de Circulação Forçada:

Conhecidas como caldeiras de passe forçado.

Desenvolvidas para atender usinas termelétricas de alta potência.

Não há recirculação de água.

Uma bomba força a água a fluir em uma única passagem pela tubulação.

Dispensam a instalação de tubos de grande diâmetro.

Não há tambor separador, a menos que a pressão de trabalho seja inferior à
crítica.

Exigem um sistema de controle bastante
sofisticado, pois a temperatura do vapor na
saída dos superaquecedores varia
rapidamente se houver oscilação na vazão
de água.

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Caldeiras Flamotubulares


Caldeiras Flamotubulares:

Também conhecidas como fumotubulares.

A água circula ao redor de diversos tubos,
montados entre espelhos, na forma de um
único feixe tubular.

Os gases de combustão circulam por dentro dos tubos, em duas ou mais
passagens, em direção à chaminé.

Construídas com fornalhas:

Internas → Para combustíveis gasosos e líquidos. Para combustíveis gasosos e líquidos.

Externas → Para combustíveis gasosos e líquidos. Para combustíveis sólidos.

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Caldeiras Flamotubulares


São muito vulneráveis a superaquecimentos e explosões, pois a pressão do vapor
atua diretamente sobre as paredes, tubos, carcaça externa e espelhos.

Para evitar este problema:

Nível de água que circula dentro da caldeira deve sempre permanecer acima
da tubulação por onde circulam os gases.

Fornalha deve ser construída sempre junto à base ou mais ao centro da
estrutura da caldeira, jamais na parte superior.

Caldeiras de fornalha interna a óleo ou gás natural possuem rendimentos
térmicos da ordem de 84%.

Pressão de trabalho de até 1500 kPa.

Vazão de vapor de até 15000 kg/h.

Paredes corrugadas:

Admitem maiores pressões de trabalho.

Garantem maior segurança.

Aumentam a superfície de troca de calor.
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Caldeiras Flamotubulares


Tipos de fundo (figura ao lado, acima):

Fundo seco.

Fundo úmido.

Fundo de retorno de chama.

Na figura abaixo, é mostrada uma caldeira
flamotubular com fornalha externa, para
uso de carvão mineral ou lenha.

Caldeiras flamotubulares:

Menores gastos com manutenção.

Tratamento da água garante durabilidade,
eficiência e segurança.

Circulação de água é sempre natural.

Vapor saturado deixa a caldeira com título
entre 97 e 99%.

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Caldeiras Elétricas


Caldeiras Elétricas:

Funcionam através da conversão direta de energia elétrica em energia térmica,
através da passagem de uma corrente elétrica:

Por resistências elétricas (efeito Joule).

Através da própria água (com uso de eletrodos).

Têm aplicação restrita às regiões onde a energia elétrica é abundante e barata.

Caldeiras elétricas com resistências elétricas:

Potência limitada a cerca de 2,5 MW.

Taxa de evaporação de cerca de 1,3 kg/kWh.

Rendimento térmico de 98%.

Caldeiras elétricas com eletrodos:

Eletrodos submersos.

Eletrodos de jatos de água.

A figura ao lado mostra uma caldeira elétrica de
eletrodos submersos.
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Superaquecedores


Superaquecedores:

São feixes tubulares que é elevam a temperatura do
vapor saturado proveniente do tambor separador da
caldeira, até o mesmo atingir a condição de vapor
superaquecido, nas condições desejadas de projeto.

Localizados de modo a aproveitar da melhor forma
possível o calor disponível nos gases de combustão.

Classificação:

Superaquecedores convectivos:

Instalados no trajeto dos gases de combustão,
onde a troca de calor predominante se dá por
convecção e radiação gasosa.

Superaquecedores radiantes:

Instalados no topo da câmara de combustão,
onde a troca de calor por radiação predomina.
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Superaquecedores


Superaquecedores mistos:

Uso combinado dos superaquecedores convectivo e radiante ajuda a manter
estável a temperatura do vapor, mesmo com variação da carga da caldeira.

Se a carga da caldeira variar:

O fluxo de vapor e o fluxo de gases de combustão varia.

Temperatura dos gases de combustão varia.

Aumento da capacidade de troca térmica por convecção.

Redução da capacidade de troca térmica por radiação.

Ambas tendem a se contrabalancear.

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Superaquecedores


Atemperador:

Equipamento usado para corrigir (diminuir) a temperatura do vapor
superaquecido na saída do superaquecedor radiante, através da injeção de água
ou vapor saturado no mesmo.

Geralmente se localizam entre o superaquecedor radiante e o convectivo.

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Superaquecedores


Fatores que influenciam no projeto dos superaquecedores:

Gases de combustão → Para combustíveis gasosos e líquidos. Temperatura e velocidade.

Vapor → Para combustíveis gasosos e líquidos. Temperatura e velocidade.

Banco de tubos → Para combustíveis gasosos e líquidos. Arranjo e posicionamento.

Tubos e suportes → Para combustíveis gasosos e líquidos. Tipo de material.


Problemas operacionais:

Se os gases seguirem caminhos preferenciais:

Superaquecimentos localizados.

Provocam trincas ou rupturas.

Deposição de cinzas sobre a superfície dos tubos dos superaquecedores:

Redução na taxa de troca térmica.

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Economizadores


Economizadores:

São trocadores de calor cujo objetivo é elevar a temperatura da água de
alimentação da caldeira mediante o aproveitamento da energia residual ainda
disponível nos gases de combustão, após estes terem perdido calor para os
superaquecedores.

Localizados depois dos superaquecedores e antes dos aquecedores de ar.

Aumentam a eficiência térmica das
unidades geradoras de vapor.

Aplicam-se apenas a unidades de
grande porte, devido a questões
técnicas e econômicas.
● A presença de óxido sulfúrico (SO3)
nos gases de combustão é um
problema.

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Aquecedores de Ar


Aquecedores de ar:

São trocadores de calor que transferem calor dos gases de combustão para o ar
de combustão, aumentando sua temperatura.

Se localizam no final do trajeto dos gases de combustão, após o economizador.

Vantagens:

Representam uma economia de energia de 5 a 10% (redução do consumo de
combustível).

Aumento da velocidade da combustão.

A combustão ocorre de modo uniforme e estável.

Classificação:

Recuperativos.

Regenerativos.

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Aquecedores de Ar


Aquecedores Recuperativos:

A transferência de energia é direta.

Tubular (figura ao lado):

Formados por uma bateria de tubos
retos e de grande comprimento.

Fixados nos extremos por espelhos.

Vantagens: resistentes e simples.

Desvantagens: ocupam grandes
espaços e custo inicial elevado.

De placas:

Construídos em vários módulos, com
placas delgadas, planas e paralelas.

Vantagem: construção compacta.

Desvantagem: grande dificuldade de
manutenção e limpeza.
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Aquecedores de Ar


Aquecedores Regenerativos:

A transferência de energia é indireta.

Constituídos por uma carcaça cilíndrica,
dividida em dois compartimentos,
destinados à passagem dos gases
quentes e do ar de combustão, com
fluxo em contra-corrente.

O rotor é composto por placas de metal
corrugadas.

Rotação de 2 a 4 rpm.

As placas são montadas em módulos,
para facilitar a manutenção e limpeza.

Selos radiais e periféricos minimizam as
fugas de ar ou gases.

Exemplo: Aquecedor Ljungstroem.
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