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6 6
¡¡ y q¡
P¡
¡ ¡
¡ ¡
¡ ¡
y1 Bq ¡ y1 Bq ¡
¡ ¡
¡ ¡
¡ .
¡
...
y0 Aq ¡ y0 Aq ¡.... θ qM qN
¡ ¡
¡ ¡
- -
x0 x1 x0 x1 x
(a) Reta pelos pontos A e B (b) Reta pelos pontos A, B e P
Tal condição de alinhamento é satisfeita se os triângulos ABM e AP N forem semelhantes (neste caso uma semel-
hança do tipo ângulo-ângulo-ângulo); assim podemos escrever
y − y0 y1 − y0
= . (1.1)
x − x0 x1 − x0
Simplicamos a equação (1.1) notando que a razão
y1 − y0
x1 − x0
é constante1 . Tal constante é chamada de coeciente angular da reta e doravante vamos denotá-la pela letra a. É
útil observar que o coeciente angular de uma reta pode ser prontamente encontrado dividindo-se a variação ∆y das
1 Observe que (x , y ) e (x , y ) são as cordenadas de dois pontos conhecidos da reta, assim x , y , x e y são números conhecidos.
0 0 1 1 0 0 1 1
y−y0
Por outro lado a razão x−x não é constante, uma vez que x e y são as coordenadas de um ponto qualquer do plano cartesiano, logo x e
0
y são valores incógnitos.
1
CAPÍTULO 1. RETAS E FUNÇÕES LINEARES 2
y = ax − ax0 + y0 ,
onde notamos que −ax0 + y0 é uma constante, denominada coeciente linear da reta e a qual denotaremos pela
letra b. Podemos então reescrever a equação (1.4) como
y = ax + b , (1.5)
Exemplo 1.1 (Reta por dois pontos dados) Determine a equação da reta pelos pontos (1, 3) e (2, 5), mostrada
na Figura 1.2.
y
6
9 q
©©
©
7 ©©
q
©©
5 ©q©
©
©
3 ©q©
©
©©
©©© -
© 1 2 3 x
• A seguir, usando o ponto (1, 3), obtemos a equação da reta na forma ponto-coeciente
y − 3 = 2(x − 1).
y = 2x + 1.
No exemplo anterior poderíamos obter a equação da reta usando o ponto (2, 5), ao invés do ponto (1, 3). Neste
caso a equação da reta na forma ponto-coeciente seria
y − 5 = 2(x − 2),
e a forma reduzida
y = 2x + 1.
Observamos que a equação da reta na forma ponto-coeciente não é única: mudando-se o ponto usado muda-se a
equação; por outro lado a forma reduzida é única, independente de qual ponto é usado para escrever sua equação.
• O ponto (3, 9) não pertence a esta reta pois as coordenadas (x, y) = (3, 9) não vericam sua equação.
Para entendermos os signicados geométricos dos coecientes angular e linear vamos observar a Figura 1.3, que
ilustra novamente a reta pelos pontos A = (x0 , y0 ) e B = (x1 , y1 ). O ângulo θ que a reta forma com o eixo das
abscissas no sentido positivo denomina-se inclinação da reta; o leitor que tem conhecimentos de trigonometria pode
observar que o coeciente angular da reta é o valor da tangente desta inclinação.
Para entendermos o signicado do coeciente linear fazemos x = 0 na equação (1.5) e obtemos y = b; isto signica
que a reta passa pelo ponto (0, b). Assim o coeciente linear é a ordenada do ponto em que a reta intercepta o eixo-y .
y y
6 6 x=k
(0, k) q y=k
- q -
x (k, 0) x
(a) Reta horizontal a = 0 (b) Reta vertical a @
r1 : y = a1 x + b1 e r2 : y = a2 x + b2
concorrentes no ponto P = (x0 , y0 ). Como P pertence a ambas as retas, suas coordenadas satisfazem tanto a equação
de r1 como a de r2 , isto é
y0 = a1 x0 + b1 e y0 = a2 x0 + b2 .
Na reta r1 , um incremento de uma unidade na abscissa resulta
a1 (x0 + 1) + b1 = a1 x0 + a1 + b1 = a1 x0 + b1 + a1 = y0 + a1 ;
isto é, a ordenada é incrementada de a1 unidades. Logo o segmento RQ da Figura 1.5(b) mede a1 unidades. De modo
análogo, na reta r2 , um incremento de uma unidade na abscissa resulta
a2 (x0 + 1) + b2 = a2 x0 + a2 + b2 = a2 x0 + b2 + a2 = y0 + a2 ;
CAPÍTULO 1. RETAS E FUNÇÕES LINEARES 5
6 6 A r 1 : y = a1 x + b 1
y = a1 x + b 1 y = a2 x + b 2 y 0 + a1 A © ©
q
Q
AP ©
¢ ¢ y0 Aq ©
© qR
¢ ¢ © © A
¢.......... θ
...
¢.......... θ
... © ©© A RQ = a1
¢ . ¢ . - © A
¢ ¢ ©© A SR = −a2
¢ ¢ A
¢ ¢ a1 = a2 = tg(θ) Aq
¢ ¢ y 0 + a2 AS
¢ ¢ A r 2 : y = a2 x + b 2
¢ ¢ -
x0 x0 + 1
(a) Retas paralelas (b) Retas perpendiculares
isto é, a ordenada é decrementada de a2 unidades2 . Logo o segmento SR da Figura 1.5(b) mede −a2 unidades.
Finalmente, observando que os triângulos P RQ e P RS são semelhantes (ângulo-ângulo-ângulo), podemos escrever
RQ RP a1 1
= ∴ = ∴ a1 a2 = −1 ,
RP SR 1 −a2
que é a condição de perpedicularismo entre duas retas. Assim, duas retas são perpendiculares quando o produto de
seus coecientes angulares vale −1.
Exemplo 1.4 (Escalas de temperaturas) Em muitos países, incluindo o Brasil, a temperatura é medida na escala
Celsius. Nos países que adotam o arcaico sistema inglês de medidas, como Inglaterra e Estados Unidos, a temperatura
é medida na escala Farenheit. A escala Celsius adota as seguintes convenções: a água congela a 0 o C e ferve a 100 o C .
A escala Farenheit adota as seguintes convenções: a água congela a 32 F e ferve a 212 F . Determine uma equação de
conversão Celsius-Farenheit, sabendo que trata-se de um modelo linear.
• Denotando por c a temperatura em Celsius e por f a temperatura em Farenheit observamos que a reta procurada
passa pelos pontos (c, f ) = (0, 32) (congelamento da água) e (c, f ) = (100, 212) (ebulição da água).
• De posse de dois pontos da reta determinamos seu coeciente angular
∆f 212 − 32 180 9
a= = = = .
∆c 100 − 0 100 5
Analisando os resultados obtidos o que você pode inferir sobre a posição da reta quando seu coeciente angular é
positivo? e quando é negativo? e quando é nulo? e quando não existe?
Problema 1.2 Esboce e determine a equação da reta que satisfaz as seguintes propriedades:
(a) inclinação de 45o e passa pelo ponto P = (2, 4);
(b) inclinação de 60o e passa pelo ponto P = (2, 4);
(c) inclinação de 135o e passa pelo ponto A = (3, 5);
(d) inclinação de 45o e passa pelo ponto médio dos pontos (3, −5) e (1, −1);
(e) paralela à reta y = 3x − 4 e passa pelo ponto P = (1, 2);
CAPÍTULO 1. RETAS E FUNÇÕES LINEARES 7
Problema 1.3 Determine se os três pontos dados são colineares (resolva este problema de dois modos: usando o
coeciente angular e a fórmula da distância).
(a) (1, −4); (−2, −13) e (5, 8);
(b) (1, −7); (4, 2) e (2, 1);
(c) ( 12 , − 32 ); ( 14 , − 13 1
8 ) e (− 2 , −2);
Problema 1.4 Determine se os três pontos dados formam um triângulo retângulo (resolva este problema de dois
modos: usando o coeciente angular e o Teorema de Pitágoras).
(a) (1, −3); (2, 7) e (−2, 5);
(b) (1, 2); (0, 1) e (−1, 2);
(c) (0, 0); (3, 6) e (−4, 2);
Problema 1.5 Esboce cada par de retas no plano cartesiano e determine o ponto de interseção.
(a) y = x − 2 e y = −2x + 4;
(b) y = 2x − 7 e y = −2x + 1;
(c) y = 3x − 1 e y = −5x + 2;
Problema 1.7 O conjunto de todos os pontos eqüidistantes de dois pontos A e B dados é chamado reta mediatriz do
segmento AB . Esboce e determine a equação da reta mediatriz do segmento AB , onde A = (−1, −3) e B = (5, −1),
de dois modos:
(a) igualando a distância do ponto P = (x, y) a A e B e simplicando a equação obtida;
(b) usando o ponto médio do segmento AB e um coeciente angular adequado.
Problema 1.11 Dada a função f : R → R, tal que f (x) = 3x − 4, determine as constantes a e b sabendo-se que
f (a) = 2b e f (b) = 9a − 28.
Problema 1.12 Uma função linear é tal que f (3) = 2 e f (4) = 2f (2). Determine f .
Problema 1.13 Uma função linear é tal que f (0) = 1 + f (1) e f (−1) = 2 − f (0). Determine f (3).
Problema 1.14 Um avião parte de um ponto P no instante t = 0 e viaja para o oeste a uma velocidade constante de
450 Km/h.
(a) Escreva uma expressão para a distância d (em Km) percorrida pelo avião em função do tempo t (em horas).
(b) Trace o gráco d × t.
(c) qual o signicado do coeciente angular da reta obtida?
Problema 1.15 A equação da reta na forma (1.3) tem a vantagem da conexão direta com o raciocínio geométrico
utilizado para obtê-la, ilustrado na Figura 1.1(b). Porém, rigorosamente falando, a equação de uma reta não pode ser
deixada nesta forma. Por quê?