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Resumo:
Abstract:
1[1]
Parte da monografia defendida e aprovada pelo curso de graduação em Geografia da Universidade
Federal Fluminense em 21 de dezembro de 2004.
2[2]
Geógrafa pela Universidade Federal Fluminense, e – mail : lu.lags@ig.com.br
In this work aims at itself the study of the spatial planning of the Barra da
Tijuca, the urban expansion of the neighborhood associated to its coast system, in order
to seek solutions that are going to stop the destruction and the pollution on what exists
of that system. Between the objectives, discusses was been carried out what by the
original Pilot Plan of the neighborhood, and what of him was modified, showing whick
is the possible interference in the coast environment, analyzing as it is today. The Barra
da Tijuca is a neighborhood located in the city of the Rio de Janeiro. A neighborhood
tha passes for a quick expansion, having its big impulse of occupation from the decade
of 70, presenting itself, in the beginning, directed by a Pilot Plan that foressees to
urbanization associated to the preservation of the environment. The Pilot Plan as
instrument of urban ordering in the Barra da Tijuca generated conflicts between the
responsible agents by the output of the urban space. The influence of those allied agents
to a miss of a legal endorsement regarding importance and obligation of the
preservation of the ecosystems, were decisive for the not achievement of the Project of
Lucio Costa. Finally, that Plan was fit in the in force municipal legislation, and little
attention was fact to the environment. Through the researches of field observes-itself the
environmental degradation in the ponds, mangroves and beaches, caused mainly by the
eviction of sewer without handling in those environments, what must to be changed. As
observed, is able to be said that the Plan was not followed in the integral on, and the
trial of construction and urban expansion of the Barra da Tijuca was modified by the
agents of the output of the urban space, and to the coast environment, not enough
attention was fact for his preservation and now itself search forms of change that trial.
Introdução:
A cidade do Rio de Janeiro, desde o século XIX, foi uma cidade bastante
pensada e planejada por diversos planos diretores, com a finalidade de embelezar a
cidade, de facilitar o deslocamento interno ou de dotar algumas áreas da cidade e sua
população de infra-estrutura básica. Dentro desse contexto, o bairro da Barra da Tijuca
foi privilegiado, em 1969, com um Plano Diretor específico para o bairro, com o
intuitivo de orientar seu crescimento urbano, criando normas para o uso e ocupação do
solo. Esse plano foi elaborado pelo arquiteto Lucio Costa sob o nome de o Plano Piloto
para Urbanização da Barra da Tijuca, Pontal de Sernambetiba e de Jacarepaguá, que
também pretendia preservar a “natureza agreste” do lugar.
Esse Plano propunha para a Barra da Tijuca uma nova forma de organização do
espaço: o crescimento urbano aliado às questões ambientais. Através do controle da
expansão urbana, e pretendia preservar a geografia do lugar, suas belezas naturais como
as praias, as dunas, restingas e lagoas, já que era uma das últimas áreas disponíveis para
onde a cidade poderia se expandir. O ponto central do Plano era a construção de duas
vias principais, a Avenida das Américas e a Avenida Alvorada (atualmente Avenida
Ayrton Senna), que fariam a ligação de todo o bairro, e a criação de núcleos autônomos;
também limitava os gabaritos para construção dos prédios, previa áreas de preservação,
dentre outros aspectos.
Assim, esse artigo pretende apresentar uma síntese de um estudo do
planejamento espacial da Barra da Tijuca, e da expansão urbana do bairro associada a
seu sistema costeiro, no qual pretende apontar algumas soluções que visem conter a
destruição e a poluição do que ainda existe desse sistema que compõe o bairro.
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Ao fazer essa afirmativa, o jornalista Ricardo Palma quis comparar a fisionomia das lagoas e
manguezais da Barra da Tijuca com os alagados/brejos do sertão nordestinos. Porém a formação dos
brejos no nordeste é diferente do que ocorre na Baixada de Jacarepaguá. No Nordeste, essa formação está
relacionada ao micro-clima, enquanto na Barra se relaciona a presença das lagoas.
A ocorrência dos alagados no sertão nordestino ocorre devido as chuvas orográficas – quando a massa de
ar úmida se desloca do oceano em direção ao interior e encontra a Serra de Baturité,Chapadas do Araripe,
Apodi e Ibiataba, o ar úmido dessa massa de ar se eleva, condensa e precipita, e a parte da massa que
consegue transpor a borda do Planalto, chega enfraquecida ao interior, no agreste, e a precipitação vai
ocorrer somente em alguns pontos que, devido ao tipo do solo pouco permeável retém essa água e forma
os alagados ou brejos. Na Barra da Tijuca os brejos e alagados estão em um ambiente de transição,
associados a evolução das lagoas e ao lençol freático, abastecidas pela maré.
Por isso, o governador Negrão de Lima, pensou no arquiteto e urbanista Lucio
Costa para planejar a urbanização da região. Lucio Costa foi convidado para elaborar a
ocupação dessa baixada ainda selvagem porque, segundo o Secretário,
Esse plano se fez presente porque, segundo Costa, o governo se via perante
diversas indagações sobre o que fazer nessa imensa área e como fazer? Era preciso
planejar sua ocupação de forma ao melhor aproveitamento da área.
O plano para urbanização da região, que recebeu o nome de Plano-Piloto para a
Urbanização da Baixada Compreendida entre a Barra da Tijuca, o Pontal de
Sernambetiba e Jacarepaguá, deveria ser compreendido dado a importância do sítio:
uma baixada extremamente singular na cidade do Rio de Janeiro, com características
peculiares.
Lucio Costa almejava que nascesse na região da Baixada de Jacarepaguá um
novo pólo Distrito Central Financeiro (CBD – Central Business District) para
contrabalançar com a região central (o atual Centro da Cidade). Acreditava que a área
era um foco natural de encontro do eixo Norte/Sul (Zona Norte e Zona Sul da cidade,
através de Jacarepaguá) e do eixo Leste/Oeste (por está no centro da ligação entre Santa
Cruz – zona industrial – e o Centro da Cidade), o que faria convergir o fluxo para a
região, criando um novo Centro Metropolitano.
Então, além de estabelecer um Plano Diretor para urbanização da área, Costa
também estava preocupado em criar condições para a construção desse novo centro
Metropolitano, por isso afirma que estava diante de dois problemas distintos.
Ao conceber o Plano, o arquiteto se via em um grande dilema, ao mesmo tempo
em que precisava planejar a inevitável ocupação da área, sua maior desígnio era que ali
não se fizesse nada, que toda a área fosse preservada assim como se encontrava,
tornando-se parque nacional:
“mas esse trecho da orla carioca exigia um cuidado especial, era uma
região agreste, marcada por dunas e uma vegetação típica de restinga toda
interferência realizada respeitaram esse conjunto de particularidades. Até os
quiosque receberam tratamento estético especial (...)” (p. 68)
Muitas das preocupações estéticas de Lúcio Costa, hoje ainda estão presentes na
Barra da Tijuca. A preocupação com as instalações elétricas, que no princípio eram
aparentes, só da década de 90 se tornam subterrâneas. A paisagem verde, outra grande
preocupação, se faz presente nos canteiros centrais arborizados, na presença de parques,
bosques, áreas de preservação, áreas de reflorestamento etc.
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Os shoppings, no início, possuíam a característica de encontro fora dos condomínios fechados, porém
guardando a característica dos mesmos, um lugar protegido, controlado, auto-suficiente (PINHEIRO ,
2001). Hoje eles são um dos grandes atrativos do bairro, atraem pessoas de todo os bairros cariocas e até
de outros municípios, além de ser ponto turístico. Alguns se caracterizam por seu tamanho (Barra
shopping), outro pela natureza (Città América), outros procuram retratar o centro da cidade, conciliando
lojas e escritórios (Downtown), outro no entanto por retratar os símbolos de outros países (Barra World),
e ainda aquelas por atraírem mais os habitantes do bairro, sendo mais vazios, sem grandes agitações
(Barra Garden, Barra Point). Etc.
Essa questão é tão forte no bairro que muitas das construtoras até hoje utilizam o
verde, o contato com a natureza, como propaganda para a venda de seus imóveis. No
início dos anos 70, os condomínios Novo Leblon e Nova Ipanema, em suas
propagandas, já tinham esse apelo, como: “Venha morar onde você gostaria de passar as
férias” ou “Venha acordar com o canto dos pássaros”, hoje, condomínios como a
Península ainda utilizam desse mesmo “marketing ecológico” para a venda, com
outdoors apontando para um “equilíbrio urbano-ecológico”. O mais recente lançamento
de condomínios na Barra da Tijuca, o Santa Mônica Jardim, também tem seu
“marketing ecológico”, anunciando: “Achei meu jardim”.
As construções residenciais e comerciais continuam a se multiplicar no bairro. O
“marketing ecológico” é amplamente utilizado, o que garante, em parte, a preservação
dos ecossistemas costeiros, principalmente a faixa de mangue das lagoas. Já o pouco
que ainda podemos encontrar das dunas, continuam sendo retiradas para a construção
das edificações. As fotos abaixo expressam claramente esses argumentos.
Atualmente, a prefeitura da cidade possui o projeto Adoção de áreas verdes, de
parceria público-privada, que prevê a adoção, no caso da Barra da Tijuca, de parques e
canteiros das Avenidas por empresas particulares para a transformá-los em jardins. Em
troca, a prefeitura permite a essas empresas o direito de divulgar suas marcas no local
adotado. O projeto vem ganhando aceitação e empresas, como o restaurante Barra
Brasa, a Unimed e a Sociedade Civil de Amigos da Península, que adotaram alguma
área (Reportagem do JB Barra, Jornal do Brasil, 31 de outubro de 2004, p.4).
Esse projeto lembra o cuidado que Lúcio Costa tinha com a paisagem da Barra.
Longe de somente resgatar a vegetação nativa, o objetivo do projeto é embelezar a
região, principalmente para os Jogos Pan-Americanos. Entretanto, as 156 palmeiras que
vêm sendo plantadas ao longo da Avenida Via Parque e na Avenida Abelardo Bueno,
em muito recordam o desejo de Costa em fazer o mesmo na Avenida Ayrton Senna.
Considerações Finais
Referências Bibliográficas:
COUTINHO, Ronaldo e ROCCO, Rogério (org). O direito ambiental das cidade. Rio de
Janeiro: DP&A, 2004.
GONÇALVES, Ayrton Luiz. Barra da Tijuca, o lugar. Rio de Janeiro: Thex Editora,
1999.
MARX, Karl. O Capital – Crítica da Economia Política, livro primeiro (1867). São
Paulo: Nova Cultural, 1985.
O RISCO – Lucio Costa e a Utopia Moderna. Direção: Geraldo Motta Filho. Roteiro:
Geraldo Motta Filho e Guilherme Wisnik. Gênero: Documentário. Tempo de
duração: 76min. Ano: 2003. Assistido em 01 out 2003.
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