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ENE/UnB - Laboratório de Sistemas Elétricos de Potência

Ensaio 1: Medições monofásicas utilizando


resistores
Gabriel de Oliveira Sobrinho . Maria Luísa Souto Silva
17/0010384 . 17/0110192
Departamento de Engenharia Elétrica
E-mail: 170010384@aluno.unb.br . 170110192@aluno.unb.br

I. Objetivos Corrente elétrica em um fio, é o fluxo ordenado


de elétrons em um determinado sentido, provocado
Os objetivos desse ensaio são:
por uma diferença de tensão. Esses elétrons livres são
1) Aprender a utilizar os equipamentos de medição: chamados de elétrons de condução.
voltímetro, amperímetro e wattímetro; Exitem dois tipos de corrente elétrica: corrente con-
2) Verificar a luminosidade de lâmpadas quando es- tínua e corrente alternada.
sas são alimentadas com corrente alternada e
A corrente contínua (CC, ou em inglês DC – direct
contínua;
current), é o fluxo de elétrons em um único sentido.
3) Verificar a potência e as correntes consumidas
Uma pilha, por exemplo, cada ponta possui sempre o
pelas lâmpadas quando essas são ligadas em
mesmo sinal. Uma ponta é polo positivo e a outra ponta
série, alimentadas com corrente alternada.
o polo negativo. Os elétrons se movem do polo nega-
tivo, que os repele, para o polo positivo, que os atrai.
II. Introdução
É usada principalmente em circuitos que usam baixa
A resistência elétrica é medida em ohms (Ω). Seu tensão, como aparelhos eletrônicos. Por isso pilhas e
cálculo é feito através da seguinte fórmula, que corre- baterias comuns usam de 1,5 a 9 volts.
sponde à primeira Lei de Ohm: A corrente contínua flui somente se o circuito estiver
fechado, interrompendo o fluxo se o circuito for aberto.
V
R= (1) A corrente alternada (CA, ou em inglês AC – al-
i
ternate current), é o fluxo de elétrons que alternam o
A potência instantânea p(t) é, por definição, o pro- sentido. Isso se dá pela alternância da polaridade do
duto da corrente i(t) pela tensão v(t). gerador da corrente. Esse tipo de corrente é gerada
através do movimento relativo entre um ímã e uma
p(t) = v(t).i(t) (2)
bobina (fio enrolado como se fosse uma mola comprim-
No MKS, a potência é dada em watts (W), a corrente ida, com todas as voltas se tocando). Como o ímã possui
em ampère (A) e a tensão em volts (V). dois polos, o positivo e o negativo, o polo positivo
“puxa” os elétrons enquanto que o negativo “empurra”,
alternando o sentido do movimento. No Brasil, essa
oscilação de polaridade se dá a 60 Hertz (60 vezes por
segundo) e a uma tensão de 110 volts.
Em circuitos elétricos e eletrônicos algo que vemos
com muita frequência é uma única fonte de ener-
gia alimentando vários equipamentos e dispositivos
que quando em funcionamento podem trabalhar no
mesmo instante entregando suas potencias nominais
sem quedas.Para que isso ocorra existem alguns méto-
dos de ligação que permitem esse fato. Sendo assim,
podemos realizar ligações em nosso circuito onde até
mesmos as fontes de energia podem ser ligadas de
forma associada e que irão fornecer um valor maior de
Figure 1: Circuito elétrico básico tensão para o circuito empregado, para isso existem
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duas formas de circuitos, série e paralelo. o consumo em watts de qualquer aparelho eletrônico,
O princípio de funcionamento dos circuitos em mesmo que ele não emita nenhuma luminosidade.
série dão-se pela ligação de componente em sequên-
cia, ou seja, sem divisão do circuito. Nos circuitos em
série a corrente é a mesma para todos os componentes
do circuito, enquanto que a tensão é dividida. Outra
característica do circuito em serie com cargas é a de-
pendência, ou seja, em um circuito de lâmpadas, caso
uma delas venham queimar as demais não vão acender,
isso ocorre pois tecnicamente o circuito foi rompido e
a corrente do circuito é a mesma, um exemplo desse
fato são os piscas-piscas de natal.

Figure 4: Imagem ilustrativa da definição de fluxo


luminoso e potência de uma lâmpada

Figure 2: Exemplo de circuito em série III. Equipamentos Utilizados


Os equipamentos que foram utilizados nesse experi-
As ligações em circuitos em paralelo são exata-
mento foram:
mente o inverso do circuito série, onde no paralelo
1) fontes e medidores de bancada;
o que modifica é a corrente no circuito e a tensão
2) multímetros;
se mantém constante. Esse tipo de circuito é o mais
3) wattímetros;
comum visto em nosso dia a dia, ele está empregado em
4) circuito de lâmpadas;
nossas instalações residenciais, onde ligamos diversos
5) cabos.
aparelhos e eles conseguem trabalhar com potência
total pois recebem a mesma tensão fornecida pela rede. IV. Procedimento Experimental
A. Parte 1: Resistência em sistema desenergizado;
A primeira parte do experimento é a medição da re-
sistência de três lâmpadas, uma de 15W, uma de 40W e
outra de 60W, com o circuito totalmente desenergizado
e desconectado da fonte.
Para realizar cada uma das aferições, utilizou-se o
multímetro disponibilizado no laboratório e registrou-
se a resistência medida em cada uma das lâmpadas.

Figure 3: Exemplo de circuito em paralelo B. Parte 2: Circuito com alimentação CC/CA;


Na segunda parte do experimento, foi-se montado
A luminosidade de um lâmpada pode ser definida o circuito mostrado na Figura 5. Para o realização
conceitualmente como o fluxo luminoso. O fluxo lumi- do mesmo, utilizou-se uma lâmpada de 60W, a qual
noso é a quantidade de luz emitida por uma lâmpada primeiro alimentamos por uma tensão de aproximada-
em todas as direções, ou seja, o quanto uma lâmpada mente 200 Volts em corrente alternada, e depois a
ilumina um ambiente. Quanto maior esse número, mais alimentamos por uma tensão de também aproximada-
luz a lâmpada emite. mente 200 Volts - uma vez que não foi possível chegar a
Já o Watt, mais conhecido pelo público em geral e 220V no laboratório, agora em corrente contínua. Em
também chamado de potência, simplesmente diz re- ambos os cenários, foi-se registrado a luminosidade,
speito ao consumo de energia, mas não tem nada a ver a corrente e a potencia consumida pela lâmpada. Os
com a emissão de luz, inclusive, é possível encontrar resultados estão na sessão de resultado e análise.
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Figure 6: Tabela 1: Resistências Medidas à


Figure 5: Circuito para a parte 2;
Temperatura Ambiente

C. Parte 3: Divisão de potência com lâmpadas iguais


B. Parte 2: Circuito com alimentação CC/CA;
A divisão de tensão é um conceito amplamente difun-
O circuito da Figura 5 pôde ser montado no labo-
dido no ramo dos estudos de potência. A parte 3 deste
ratório utilizando o esquemático mostrado na Figura
experimento tem como objetivo verificar na prática a
??.
ocorrência do mesmo. Para este procedimento, utilizou-
se uma montagem parecida com a do item anterior, mas Os resultados obtidos desta parte do experimento
acrescentou-se quatro lâmpadas - uma de cada vez ao estão mostrados na Tabela 2, mostrada na Figura 7.
circuito. É importante ressaltar que não foi possível prosseguir
com o valor de tensão do roteiro, 220 V, e resolveu-se
D. Parte 4: Divisão de Potência com Lâmpadas Difer- por manter a alimentação próxima de 200 V, encon-
entes trando o valor de 190 V, aproximadamente.
No item anterior, foi visto e estudado o efeito da
divisão de tensão no sistema de estudo. No entanto,
o caso anterior tratava de um caso especial, onde as
lâmpadas eram idênticas e portanto a tensão que entra
no sistema é divida razoavelmente em partes iguais
para cada um dos resistores. Na parte 4, aborda-se Figure 7: Resultados para a parte 2;
a mesma teoria, mas utilizando lâmpadas diferentes.
Introduziu-se 4 lâmpadas ao mesmo circuito do item
Os resultados estão satisfatórios e pode-se dizer que
anterior, desta vez, duas de 60 watts, uma de 40 watts
a lâmpada de 60W teve maior luminosidade quando
e uma de 15 watts.
alimentada por uma corrente contínua.
V. Resultados e Análise No item anterior, verificou-se que o valor da resistên-
A. Parte 1: Resistência em sistema desenergizado; cia do material condutor tem relação direta com a
temperatura. Como não se deve medir os resistores
Na teoria, é conveniente realizar o cálculo da re-
com o circuito alimentado, uma maneira de se estimar
sistência de uma lâmpada com as condições de volt-
o valor deles é pela relação
agem e potência XXV/YYW. No entanto, este valor cal-
culado teoricamente é válido apenas para o filamento V
R=
quente, incandescente. I
A Tabela 1, na Figura 6, mostra a resistência medida onde V é a tensão sob o resistor e I a corrente que
em cada uma das lâmpadas, em Ω (ohms), utilizando está alimentando o resistor operando.
o multímetro. O resultado evidencia que a resistência
elétrica de condutores metálicos tem uma relação di- C. Parte 3: Divisão de potência com lâmpadas iguais
reta com a temperatura dos condutores, sendo assim, A divisão de tensão é o resultado da distribuição da
falsa a idealização de que a resistência é exclusiva- tensão de entrada entre os componentes do divisor.
mente uma característica intrínseca ao resistor. Neste exemplo simples, o divisor de tensão será os
Sendo assim, ambos os valores, tanto o calculado resistores (lâmpadas) conectados em série.
quanto o medido, estão corretos, associados, apenas, O resultado deste experimento (Figura ??), está
à condições distintas de temperatura. Os resultados mostrado na Tabela 3, na Figura 9, é possível verificar
obtidos são satisfatórios e condizem com a teoria. Este que tanto no experimento quanto no cálculo teórico,
resultado ainda trás significados práticos como quando feito utilizando a lei de Ohm, a tensão tende a se dividir
as lâmpadas queimam assim que ligadas, sendo este em partes razoavelmente iguais para as lâmpadas, uma
acontecimento porque a baixa resistência do filamento vez que são supostamente idênticas.
provoca uma corrente inicial alta que por consequência Evidentemente, as diferenças entre os valores que
rompe o filamento. compõem o resultado mostram que as lâmpadas não
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são de fato idênticas e sim de valores próximos de re- divida entre dispositivos muito parecidos ou muito dis-
sistência. Os resultados obtidos são satisfeitos e fazem tintos. Esse resultado impacta drasticamente a potên-
sentido. cia total do circuito e a luminosidade das lâmpadas,
É interessante ver também os outros parâmetros conforme foi-se provado.
anotados: a corrente diminui pois a resistência total
VII. Referências
do sistema aumenta com o acréscimo de lâmpadas,
e a potência total medida diminui por consequência. 1) Conversão de Energia, Primeira Edição, 2020;
Acerca da luminosidade, vale ressaltar que todas as Camargo, Ivan M.T.
quatro lâmpadas tiveram um resultado similar. 2) Resistência Elétrica. Link:
https://www.todamateria.com.br/resistencia-
eletrica/
3) Corrente contínua e alternada:
entenda as diferenças. Link:
https://eletroenergia.com.br/instalacoes-
Figure 8: Tabela 3: Divisor de Potência - Lâmpadas eletricas/corrente-continua-e-alternada-entenda-
Iguais as-diferencas/
4) Diferença entre Circuito Série e Paralelo. Link:
D. Parte 4: Divisão de Potência com Lâmpadas Difer- https://www.sabereletrica.com.br/circuito-serie-
entes e-paralelo/
A montagem para este procedimento é análoga à 5) Lúmens e Watts: como escolher correta-
mostrada na Figura ??, apenas mudando as 4 lâmpadas mente lâmpadas econômicas LED. Link:
idênticas por duas de 60 watts, uma de 40 watts e https://www.ledplanet.com.br/lumens-e-
uma de 100 watts, todas de 220 volts. O procedimento watts-como-comprar-lampadas-economicas-
também foi o mesmo do adotado no item anterior e os led/: :text=O%20L%C3%BAmen%20%C3%A9%20a
resultados estão na Tabela 4, mostrada no Figura 11. %20quantidade,mais%20luz%20a%20l%C3
Como pode-se ver pela tabela, os resultados ex- %A2mpada%20emite.text=Esse%20valor%20indica
perimentais são satisfatórios e são parecidos com os %20quantos%20l%C3%BAmens,de%20energia
encontrados na teoria. O mesmo que aconteceu no item %20que%20ela%20consome.
anterior, é válido para esta etapa: a corrente diminuiu 6) Roteiro Ensaio 1 Medições monofásicas utilizando
pelo acréscimo da resistência e a potência diminuiu por resistores.
consequência.
Vale ressaltar a tensão e a luminosidade neste exem-
plo. A tensão, diferente do item anterior, não se divide
entre os dispositivos de forma equivalente, pois os
dispositivos têm resistências diferentes. O dispositivo
que mais consome a alimentação, é por consequência
o que melhor apresenta luminosidade, sendo este a
lâmpada de 15W.

Figure 9: Tabela 4: Divisor de Potência - Lâmpadas


Diferentes

VI. Conclusão
Na primeira parte do experimento, fica claro que a
resistência elétrica depende das condições em que ela
está sendo medida ou calculada. A prova disto está nos
valores calculados e nos medidos pelo multímetro.
Nas partes sucessoras, pôde-se fazer um estudo so-
bre a divisão de tensão no circuito, quando a tensão é
Experimento 2
Medições monofásicas utilizando resistores,
indutores e capacitores
Juliana Corrêa Fossi, 160129109 Laboratório de Sistemas Elétricos de Felipe Viana Santana, 160119863
jucfossi@hotmail.com Potência, Turma A felipevs98unb@gmail.com
Universidade de Brasília
02/09/2019

I. OBJETIVOS circuito em análise, apresentando a sua bobina de tensão


em paralelo com a carga resistiva e a bobina de corrente
O experimento em questão visou a compreensão sobre em série com ela. Além disso, a alimentação recebida foi
medições monofásicas de resistores, indutores e de 220V em corrente alternada (CA), sendo esse o valor
capacitores na prática. O entendimento sobre a utilização eficaz da tensão aplicada.
de equipamentos de medição como o voltímetro,
amperímetro e wattímetro, além da análise de potências e Assim, foi conectada, primeiramente, apenas uma
correntes consumidas por lâmpadas conectadas em lâmpada das quatro, com a qual analisou-se a tensão,
paralelo quando alimentadas por corrente alternada foram corrente e potência total do circuito com os devidos
alguns quesitos a serem observados no laboratório. equipamentos explicados anteriormente. Também foi
Ademais, previu-se o estudo de potências e correntes medida a corrente que passava pela lâmpada e, logo após
consumidas por cargas indutivas, capacitivas e resistivas desenergizada a bancada do laboratório, mediu-se a sua
bem como a influência da correção do fator de potência resistência total com um ohmímetro. Posteriormente, esse
nas potências ativa, reativa e aparente. mesmo processo foi realizado para o caso com 2, 3 e até 4
lâmpadas em paralelo.
II. MATERIAIS UTILIZADOS
● Fontes e medidores da bancada do laboratório
● Um wattímetro;
● Um voltímetro;
● Dois amperímetros;
Figura 1 - Circuito com ligação de lâmpadas em paralelo
● Um ohmímetro;
● Um circuito de lâmpadas;
● Cabos; B. Atividade II
● Cargas resistivas, indutivas e capacitivas. Para a segunda parte, desenergizou-se a bancada e
desconectou-se a fonte do circuito. Então, foi medida a
III. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
resistência da lâmpada de 60W e 220V fria por intermédio
A. Atividade I de um ohmímetro.
Inicialmente, usando um voltímetro, dois
amperímetros e um wattímetro, foi montado o circuito da
figura 1 com quatro lâmpadas de 60W e 220V em
paralelo. O voltímetro foi utilizado para medir a tensão
aplicada em cada lâmpada, por isso, foi conectado em
paralelo com essa. Já o primeiro amperímetro detectou a
corrente total do circuito e o segundo, mediu a corrente
que passava por cada lâmpada, em série com ela. O
wattímetro, por sua vez, mostrou a potência ativa total do
I = I lâmpada + I lâmpada (3)
C. Atividade III
Para três lâmpadas em paralelo, a corrente total que
Nessa parte do experimento, montamos o circuito da
passa pelo circuito seria:
figura 2 abaixo:
I = I lâmpada + I lâmpada + I lâmpada (4)
E, por fim, para a situação na qual quatro lâmpadas se
encontram em paralelo:
I = I lâmpada + I lâmpada + I lâmpada + I lâmpada (5)
Dessa maneira, pôde-se obter a potência total do
circuito em cada um dos quatro casos analisados. Sabendo
que a tensão aplicada em cada lâmpada era a mesma e que
a corrente total representaria a soma das correntes em
Figura 2 - Esquema de ligação de cargas resistivas, indutivas e
capacitivas. cada carga resistiva, usando a expressão (2), calculou-se a
potência total. Assim, esse valor seria equivalente à soma
R100W = 485 Ω
das potências consumidas por cada lâmpada, conforme
L = 0, 585 H representado ainda na tabela I.
Já a resistência para o caso de uma lâmpada foi obtida
C = 6 µF
pela Lei de Ohm, ou seja,
Em seguida, ajustamos a tensão nos terminais para V = R*I (6)
220V eficaz. Depois, foram feitas as medições para a E como as lâmpadas foram sendo adicionadas uma a
obtenção dos dados a serem analisados posteriormente.
uma em paralelo, a resistência equivalente total para o
último caso seria dada pela seguinte equação:
IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS E SUAS ANÁLISES 1 1 1 1 1
Req = R + R + R + R (7)
A. Atividade I
Para a primeira parte, sabendo que o valor eficaz da TABELA I. VALORES TEÓRICOS DO CIRCUITO COM LÂMPADAS
CONECTADAS EM PARALELO
tensão da fonte seria igual a 220V e que cada lâmpada
apresentaria potência ativa de 60W, foi possível calcular a Valores teóricos
corrente de cada lâmpada usando a expressão a seguir:
Qtd V I W I lâmpada RT OT AL
W = V*I*cos φ (1) lâmpadas [V] [A] [W] [A] [ Ω]
Como essa carga é, em teoria, puramente resistiva, não
há defasagem entre a tensão aplicada aos seus terminais e 1 220 0,273 60 0,273 806,67

a corrente que passa por esse equipamento. Portanto, o 2 220 0,545 120 0,273 403,33
ângulo φ é nulo e o valor do seu cosseno é 1, reduzindo a
equação (1) a: 3 220 0,818 180 0,273 268,89
W = V*I (2)
4 220 1,09 240 0,273 201,67
Logo, como todas as lâmpadas estavam posicionadas
em paralelo, a tensão aplicada aos seus terminais
apresentava mesmo valor. Ainda, tendo em vista que Portanto, os valores obtidos pelos multímetros durante
todas possuíam mesma potência ativa, concluiu-se que a as medições referentes à atividade 2 foram apresentados
corrente que passava por cada uma era de mesma na tabela II:
intensidade, ou seja, 0,273A, como identificado na tabela
I. TABELA II. VALORES MEDIDOS DO CIRCUITO COM LÂMPADAS
CONECTADAS EM PARALELO
Pela Lei de Kirchhoff das Correntes, percebeu-se que
a corrente total do circuito apresentaria valor equivalente Valores medidos
à soma das correntes de cada lâmpada, já que o somatório
Qtd V I W I lâmpada RT OT AL
das correntes que entram em um nó deve ser igual ao das lâmpadas [V] [A] [W] [A] [ Ω]
que saem dele. Dessa forma, no caso de apenas uma
lâmpada, a corrente total seria igual a que passa por 1 208,9 0,264 60 0,264 714,22
apenas uma. No entanto, ao adicionar novas cargas
2 210,8 0,526 120 0,255 301,78
resistivas em paralelo com a primeira, deveria ser somado
o valor de corrente que passa por cada lâmpada para a 3 210,1 0,789 165 0,255 126,93
obtenção da corrente total. Assim, para o caso de duas
4 210,5 1,051 223 0,254 89,65
lâmpadas seria o seguinte:
As potências encontradas pelo wattímetro diferem um
pouco das teóricas conforme são adicionadas as lâmpadas,
provavelmente, pelo fato de essas últimas não serem
puramente resistivas. A potência reativa presente faz com
que o ângulo φ da equação (1) não seja nulo e, assim, o
seu cosseno, menor que 1, reduzindo o valor da potência
ativa.
Além disso, as resistências obtidas com o ohmímetro
apresentam certo erro com relação às teóricas, pois é
difícil a realização da medição no momento
imediatamente após o desligamento da fonte e a sua Figura 4 - Característica Indutiva
desconexão do circuito com as lâmpadas. Esse tipo de
equipamento resfria muito rapidamente, prejudicando a
acurácia nessa medição.
Vale ressaltar que a tensão de alimentação não chegou
a 220V devido à fonte utilizada no laboratório. No
entanto, os valores medidos são muito próximos daqueles
previstos segundo a teoria, comprovando-a.

B. Atividade II
A resistência obtida com auxílio do ohmímetro para a
a lâmpada de 60W quando encontrava-se fria foi de: Figura 5 - Característica Capacitiva
R = 62,5 Ω
Pode-se comprovar com essa medição que, já que o Para o cálculo dos valores teóricos foi considerado
material condutor é um metal, a resistência aumenta com uma tensão de 220V eficaz constante e usada as seguintes
a elevação da temperatura. Dessa forma, quando a relações :
lâmpada estava conectada à fonte, sendo aquecida, sua
resistência era maior que aquela obtida enquanto fria, ● Potência aparente:
desconectada de qualquer alimentação. [1] S = V × I* (8)
● Fator de Potência:
C. Atividade III F p = cosφ (9)
Cada tabela abaixo identifica a carga do circuito
montado na atividade III. ● Potência Reativa:
Se uma carga puramente resistiva é conectada ao Q = P × tan(acos(F p)) (10)
sistema, a corrente e a tensão mudarão de polaridade ​em
fase​, nesse caso o fator de potência será unitário. ● Impedâncias:
Já cargas indutivas possuem potência reativa, então, a ZR = R (11)
onda de corrente é atrasada em relação à tensão. Por outro Z L = jwL (12)
lado, as cargas indutivas também possuem potência Z C = 1/jwC (13)
reativa, porém com defasagem distinta das cargas Observação: o paralelismo das impedâncias foi calculado
indutivas, o que incorre em uma onda de corrente conforme a equação (7).
adiantada em relação à tensão.
TABELA III. VALORES TEÓRICOS R, L e C TABELA V. VALORES TEÓRICOS R//L e R//C
Valores teóricos Valores teóricos

Carga R L C Carga R//L R//C

P [W] 100 0 0 P [W] 97,1296 99,7938

V [v] 220 220 220 V [v] 220 220

I [A] 0,4545 -0,997i 0,497i I [A] 0,445+0,987i 0,4536+0,497i

S [VA] 100 219,46i -109,48i S [VA] 97,13+217,109i 99,794-109,478i

Fp 1 0 0 Fp 0,4083 ind. 0,6736 cap.

Q [Var] 0 219,462 -109,48


Q [Var] 217,109 -109,478
Z [Ohms] 485 220,54i -442,097i

Z [Ohms] 83,101+185,752i 220,104-241,46i


TABELA IV. VALORES MEDIDOS R, L e C

Valores medidos TABELA VI. VALORES MEDIDOS R//L e R//C


Carga R L C Valores medidos

P [W] 75 6 0 Carga R//L R//C


V [v] 220,2 200,5 200,6 P [W] 88 82,5
I [A] 0,399 -0,547i 0,477i
V [v] 199,2 199,6
S [VA] 87,86 109,674i -95,686i
I [A] 0,645 0,616
Fp 0,8536 0,05478 ind. 0
|S| [VA] 128,484 122,9536
Q [Var] 45,77 109,6735 -95,6862
Fp 0,6849 0,6709
Z [Ohms] 471,103 366,545i -420,545i
Q [Var] 93,617 -91,167

Ao comparar os dados obtidos nas tabelas III e IV, |Z| [Ohms] 308,837 324,026

podemos concluir que os dados das cargas resistiva e


capacitiva são mais similares aos valores teóricos que as Vale ressaltar que os valores de |S|, Fp, Q e |Z| foram
indutivas. Essa discrepância surge porque os calculados, nas tabelas VI e VIII, com os valores de
equipamentos reais não possuem propriedades ideais. potência, tensão e corrente obtidos.
Nesse viés, apesar de semelhantes, ​uma carga nunca Desse modo, foram usadas as seguintes relações :
é totalmente resistiva, capacitiva ou indutiva.
Já as medições da carga indutiva, possuem ● Módulo da potência aparente:
discrepâncias significantes. Isso acontece, possivelmente, |S| = V × I (14)
devido a uma carga r​ esistiva que surge com o desgaste do ● Fator de potência:
sistema ao longo do tempo. Fato que é corroborado pela F p = P /|S| (15)
potência ativa diferente de zero. ● Potência reativa:
Além disso, as medições das fases nesta etapa foram |Q| = √S² − P ² (16)
calculadas considerando cargas totalmente resistivas, Observação: o sinal é determinado pela análise dos
indutivas e capacitivas, visto que só era possível medir a componentes que compõem o circuito.
potência ativa, a tensão e o módulo da corrente. Por isso, ● Impedância:
o fator de potência da carga puramente resistiva não Z = V /I (17)
indica se é indutivo ou capacitivo, visto que não foi
possível identificar na medição se a corrente está atrasada Logo, como a tensão de alimentação fornecida pela
ou adiantada da tensão. bancada é menor, isso explica uma menor potência ativa.
Além disso, as fases da corrente e da potência do
wattímetro não puderam ser medidas pela disposição que
o wattímetro foi colocado no circuito.
TABELA VII. VALORES TEÓRICOS L//C e R//L//C V. CONCLUSÃO
Valores teóricos Primeiramente, conclui-se que, como todas as lâmpadas
Carga L//C R//L//C estavam posicionadas em paralelo, a tensão aplicada aos
P [W] 0 99,7938
seus terminais apresentava mesmo valor. Já que elas têm a
mesma potência, então, a corrente detinha magnitude
V [v] 220 220
igual e iluminância muito similar. Além disso, a
I [A] -0,499i 0,4536-0,499i iluminância em todas crescia com mesma variação ao
S [VA] 109,983i 99,79+109,98i mudar da tensão de alimentação.
Fp 0 0,6719 ind. Em seguida, a resistência da lâmpada de 60 W foi
medida e comprovamos que a resistência aumenta com a
Q [Var] 109,983 109,9833
elevação da temperatura .
Z [Ohms] 440,067i 218,996+241,36i
Finalmente, na terceira atividade, é evidente que uma
carga nunca é totalmente resistiva, capacitiva ou indutiva.
E quanto mais a onda de corrente está atrasada ou
TABELA VIII. VALORES MEDIDOS L//C e R//L//C
adiantada em relação a tensão, menos potência aparente é
Valores medidos útil como potência ativa no sistema. Todavia, sem
Carga L//C R//L//C potência aparente não há transmissão de corrente e tensão
entre pontos do circuito fechado, considerando uma
P [W] 7 90
análise de um circuito concentrado.
V [v] 200,7 199,5

I [A] 0,148 0,462 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


|S| [VA] 29,7036 92,169 [1] “Resistência elétrica”. Disponível em:
http://uab.ifsul.edu.br/tsiad/conteudo/modulo1/fis/fis_ud/at1/01.ht
Fp 0,2356 0,9765 m​l.

Q [Var] 28,86700284 19,87774034 [2] “Circuito em Série” em:


http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/
|Z| [Ohms] 1356,081 431,8181 MoreInfo/2_3_2a_SerialCircuit.html​;

Quanto à tabela VIII, os valores são calculados da


mesma forma que os resultados obtidos na tabela VI. É
perceptível que um erro de medição deve ter ocorrido no
momento de medir a corrente de L//C, visto que obtemos
uma medida muito baixa, cerca de 33% do valor esperado,
consequentemente, uma impedância três vezes maior .
Portanto, nenhuma carga é somente resistiva,
capacitiva ou indutiva​.
Experimento 3
Medições em circuitos trifásicos conectados
em estrela com cargas resistivas
Juliana Corrêa Fossi, 160129109 Laboratório de Sistemas Elétricos de Felipe Viana Santana, 160119863
jucfossi@hotmail.com Potência, Turma A felipevs98unb@gmail.com
Universidade de Brasília
16/09/2019

I. OBJETIVOS ​Vale ressaltar que foi aplicado uma tensão de linha de


220V e as lâmpadas que foram usadas são de 60 W. Em
O experimento em análise tem por finalidade a seguida, ligamos as 3 lâmpadas em paralelo e
compreensão sobre como devem ser realizadas as desconectamos uma lâmpada de cada fase para obter o
medições em circuitos trifásicos ligados em estrela com circuito que desejávamos medir , ou seja, com o intuito de
resistores. Dessa forma, é fundamental o entendimento ver o comportamento do sistema com 1 lâmpada por fase,
prático sobre a montagem das ligações em estrela com e depois 2 e 3.
sem neutro aterrado, além da observação das relações
entre tensão e corrente em circuitos desse tipo. Ainda, B. Atividade II
deve-se analisar as aplicações para as quais pode-se Mantivemos o circuito da figura 1, mas aterramos o
recorrer ao Método dos Dois Wattímetros para a obtenção
circuito no ponto de intersecção das fases. Visto que o
da potência ativa trifásica.
objetivo dessa atividade é analisar o circuito trifásico
II. MATERIAIS UTILIZADOS desequilibrado, alteramos a carga em cada uma das fases.
● Circuito de lâmpadas; Desse modo, colocamos 1 lâmpada na fase A, 2 lâmpadas
na fase B e 3 lâmpadas na fase C.
● Multímetros;
Posteriormente, a cada medição efetuada, as lâmpadas
● Fontes e medidores da bancada; foram redistribuídas nas fase com a mesma disposição,
● Wattímetros; porém em fases distintas para conferir se as medições nos
voltímetros, amperímetros e wattímetros estavam certas.
● Cabos.
III. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
C. Atividade III
A. Atividade I Para a última parte do experimento, foi mantido o
Primeiramente, montamos o circuito em ligação circuito da atividade anterior, porém desconectou-se o
estrela da figura 1. Como podemos perceber, foi usado a neutro do aterramento. Logo, foram obtidas as tensões de
fase C como referência para medição da potência nos linha, tensões entre cada fase e o neutro, correntes de
wattímetros. linha e, com esses dados, calculou-se as potências de cada
fase.
Também foi analisada a potência trifásica do circuito
por intermédio do Método dos Dois Wattímetros. Com
esse artifício, é considerada uma fase como referência
para ambas as bobinas de tensão dos dois wattímetros,
enquanto o outro terminal de cada uma é conectado a uma
das fases remanescentes. Já as bobinas de corrente são
posicionadas em série com essas mesmas fases que não
são consideradas como referência. Por fim, os dois valores
Figura 1 - Ligação em Estrela
de potência ativa são somados e obtém-se a potência TABELA II. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO E CORRENTE
trifásica do circuito. Valores medidos

Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A]


IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS E SUAS ANÁLISES 1 lâmpada
A. Atividade I por fase 208,9 120,4 0,204 0,204

Nessa atividade, a tabela I é constituída dos valores de 2 lâmpadas


por fase 208,4 121,1 0,402 0,402
corrente de linha e fase que foram calculados
considerando uma tensão de linha de 220V e a potência 3 lâmpadas
60 W cada lâmpada . Além disso, foi possível confirmar por fase 208,4 120,6 0,601 0,601

os resultados usando a lei de Kirchoff da tensão nas


malhas fechadas do circuito. Os valores de tensão de fase, corrente de linha e fase,
além de potência foi calculado por meio das seguintes
TABELA I. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO E CORRENTE relações:
Valores teóricos A. Tensão de fase :
Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A] V L = V f * √3 < 30° (1)
1 lâmpada
B. Corrente de linha e fase :
por fase 220 127,017 0,4724 0,4724 IL = If (2)
2 lâmpadas C. Wattímetro
por fase 220 127,017 0,9448 0,9448 W = V f ase * I f ase * cosφ = V L * I L * cosφ/√3 (3)
3 lâmpadas Desse modo, usando o método dos 2 Wattímetros, é
por fase 220 127,017 1,4171 1,4171 possível estimar a potência do sistema.
Comparando os valores medidos da tabela III com os
teóricos da tabela V, é perceptível um erro acima de 40%
entre os valores medidos e os teóricos. Esse erro é
Além disso, teoricamente, visto que é um sistema
justificado pela discrepância entre as fontes de
equilibrado, é esperado que as fases estejam defasadas de
alimentação e pelo desgaste que as lâmpadas sofrem com
exatamente 120º conforme a figura II.
o tempo acarretando propriedades indutivas e capacitivas
que começam a aparecer.

TABELA III. VALORES TEÓRICOS DE POTÊNCIA TRIFÁSICA


( V L = 220V )

Valores teóricos

Circuito 3 φ W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W]

1 lâmpada por fase 51,96 51,96 103,93

2 lâmpadas por fase 103,93 103,93 207,85

Figura 2 - Ângulo de defasagem da tensão num circuito equilibrado 3 lâmpadas por fase 155,88 155,88 311,761

Quanto aos valores medidos na tabela II, é evidente TABELA IV. VALORES MEDIDOS DE POTÊNCIA TRIFÁSICA
uma discrepância na tensão de alimentação do circuito, Valores medidos
visto que a bancada só fornecia no máximo 208,9 V. Por
Circuito 3 φ W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W]
isso, a tensão de fase é menor que 127,017 V que foi
estimado. Ademais, a corrente que passa pelas lâmpadas 1 lâmpada por fase 35 35 70
será menor, visto que a tensão fornecida pela fonte é
2 lâmpadas por fase 70 70 140
menor e, possivelmente, não estará utilizando os 60 W
que poderia como será verificado na tabela V 3 lâmpadas por fase 110 110 220

Podemos considerar também que os wattímetros


estavam com erro de medição irrelevante se compararmos
os valores que os dois mediram, porém, pela falta de mais
níveis de gradação não é possível analisar o erro entre os TABELA VII. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO
valores.
ATERRADO
Valores teóricos
B. Atividade II
W1 W2 W1 + W2
Foi observado ao conectar o neutro do sistema na
Circuito 3 φ
bancada existia uma tensão residual. Desse modo,
desequilibrado 30 65 95
optamos por usar o neutro das intalações do prédio Sg 11
par obter resultados mais acurados.
TABELA VIII. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E
Na tabela V, as correntes são estimadas teoricamente
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO
pela equação 4 de Divisão de Tensão e constatadas pela ATERRADO
lei de kirchoff das tensões. Já as potências dos circuitos Valores medidos
monofásicos são calculadas por meio da relação da
W1 W2 W1 + W2
equação 5.
Circuito 3 φ
TABELA V. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E desequilibrado 40W 73W 113W
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO
ATERRADO Logo, visto que há a impossibilidade de análise
Valores teóricos da fase os erros não puderam ser acurados. Todavia, o
Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] P 1φ [W] neutro iguala as correntes do sistema e torna-o mais
Fase com 1 equilibrado.
lâmpada 220 127,017 0,472 60 C. Atividade III
Fase com 2 Para a última parte, sabendo que a tensão de linha
lâmpadas 220 127,017 0,944 120 aplicada à carga em estrela teria valor eficaz de 220V e
Fase com 3 que todas as seis lâmpadas utilizadas teriam 60W, foi
lâmpadas 220 127,017 1,417 180 possível fazer alguns cálculos para o preenchimento dos
dados teóricos da Tabela IX.
Portanto, podemos comparar os dados das tabelas Como todas as lâmpadas apresentam mesma potência
V e VI, porém, como a tensão de alimentação é cerca de nominal, suas resistências possuem valores iguais entre si
10% mais baixa na bancada, isso justifica o erro. e, portanto, é possível utilizar Divisor de Tensão usando
I neutro = 0, 35A as malhas entre duas fases e as tensões de linha aplicadas
Teoricamente, a corrente de neutro é a soma das a elas. Visto que as os resistores estavam posicionados em
correntes das 3 fases a, b e c. paralelo nas fases, quanto maior a sua quantidade, menor
a resistência equivalente e, portanto, menor a queda de
TABELA VI. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E tensão naquela fase. Assim, entre A e C, havia 1 lâmpada
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO em série com o equivalente a 3 lâmpadas em paralelo e
ATERRADO
como a tensão entre a fase A e o neutro representava a
Valores medidos diferença de potencial entre os terminais de uma lâmpada,
Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] P 1φ [W] apenas, então foi calculada a tensão da fase A da seguinte
Fase com 1 forma:
R
lâmpada 211 122,1 0,206 25,15 Van = Vac . R+ R3
(4)
Fase com 2 O mesmo foi feito para as tensões de fase B e C,
lâmpadas 210,4 120,6 0,401 48,36
considerando que a fase B continha 2 lâmpadas em
Fase com 3 paralelo. Logo, foi preenchida a Tabela IX com os valores
lâmpadas 209,7 119,6 0,599 71,64
calculados.
Além disso, sabe-se que, como a carga encontra-se em
Na tabela VII, foi usado o método dos dois estrela, a corrente de linha apresenta mesmo valor que a
wattímetros novamente. de fase. Ainda, para a fase com 1 lâmpada de 60W, a
corrente de linha é encontrada a partir de:
P = V f ase . I f ase (5)
Para descobrir as correntes das fases com 2 e 3
lâmpadas, basta utilizar a equação acima, porém,
encontrando a corrente para cada lâmpada separadamente. sequência ABC, foi identificado o ângulo da fase B (120°)
Após, deve-se somar as correntes conforme o número de e da fase A (-120°). Assim, sabendo que:
resistores em paralelo. Os valores obtidos podem ser V ac = V a − V c (8)
observados na Tabela IX. e que
V bc = V b − V c (9)
[1]
TABELA IX. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E foram obtidos os valores dos ângulos dessas tensões de
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO
linha. Além disso, como se sabe, as lâmpadas
ATERRADO
incandescentes são, em teoria, puramente resistivas e, por
Valores teóricos
isso, não há defasagem entre tensão e corrente de mesma
Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] P 1φ [W]
fase. Assim, o ângulo da tensão de fase em A é igual ao
Fase com 1 ângulo da corrente de fase em A, que é equivalente à
lâmpada 220 165 0,364 60 corrente de linha dessa mesma fase. O análogo acontece
Fase com 2 para a fase B. Por fim, foram somados os valores de cada
lâmpadas 220 132 0,909 120 wattímetro com o intuito de saber a potência trifásica e,
Fase com 3 assim, todos os dados calculados foram registrados na
lâmpadas 220 55 3,273 180 tabela XI.

Os dados obtidos durante a atividade 3 do experimento


estão localizados na Tabela X. Logo, pode-se verificar TABELA XI. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO
que estes valores estão próximos daqueles calculados
ATERRADO
anteriormente, comprovando a teoria estudada.
Valores teóricos
W1 W2 W1 + W2
TABELA X. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO Circuito 3 φ
ATERRADO desequilibrado 80W 199,98W 280,06W
Valores medidos

Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] P 1φ [W] Já os dados medidos no laboratório sobre a potência de
Fase com 1 cada wattímetro e a potência trifásica estão relatados na
lâmpada 210,1 159,6 0,238 37,985 tabela XII. Portanto, comparando as duas tabelas, nota-se
Fase com 2 uma certa discrepância nos resultados. Embora o Método
lâmpadas 209,6 136,4 0,427 58,243 dos Dois Wattímetros seja eficiente para circuitos
Fase com 3 trifásicos desequilibrados a 3 fios, o fato de as lâmpadas
lâmpadas 210,1 80,9 0,49 39,641 utilizadas não serem puramente resistivas na prática
influencia em uma certa divergência de resultados, visto
Já a tabela XI apresenta os valores calculados para os que elas foram consideradas desse modo para os cálculos
wattímetros utilizados conforme o Método dos Dois teóricos.
Wattímetros. Vale ressaltar que a fase de referência
TABELA XII. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E
adotada foi a C e, portanto, as potências ativas teóricas
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO
para cada um dos aparelhos foi obtida a partir das ATERRADO
equações relatadas a seguir:
Valores medidos
W 1 = |V ac|.|Ia|.cos(θV ac − θIa ) (6)
W1 W2 W1 + W2
e W 2 = |V bc||Ib|.cos(θV bc − θIb ) (7)
[1] Circuito 3 φ
desequilibrado 47W 89W 136W
Assim, foram substituídos, nas equações, os valores
referentes às tensões e correntes de linha. Já para obter-se
os ângulos de (6) e (7), foi entendido que a geração é
equilibrada e que não há impedâncias de linha,
confirmando o fato de que as grandezas de linha aplicadas
à carga são equilibradas. Como a referência utilizada foi a
fase C, essa possui ângulo igual a 0° e considerando a
V. CONCLUSÃO
Primeiramente, conclui-se que a corrente de fase é a
mesma que a corrente de linha devido a ligação em estrela
que foi feita entre as lâmpadas. Além disso, a tensão de
linha permaneceu praticamente a mesma durante todo o
experimento.
Já a tensão de fase, pode ser calculada pela relação da
equação (1) entre a tensão de linha e fase para uma carga
equilibrada.
Porém, ao desequilibrar as cargas e aterramos o
circuito, já que se temos uma geração equilibrada, é
evidente que a soma das correntes, em módulo e fase é
não-nula, ou seja, a corrente excedente é direcionada para
o neutro. Desse modo, podemos comparar os valores das
atividades 2 e 3.
Finalmente, na última atividade, retiramos o neutro e
verificamos, devido ao desequilíbrio das cargas, que as
correntes ficam desbalanceadas. Quanto às medidas feitas
nos wattímetros é importante ressaltar que só foi possível
medir a potência com o método dos 2 wattímetros.

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


[1] F. V. Lopes, “Medição de Potência em Circuitos Trifásicos”. Slides
providos pela disciplina de Circuitos Polifásicos no Moodle
Aprender.
Experimento 4
Medições em circuitos trifásicos conectados
em delta com cargas resistivas, indutivas e
capacitivas
Juliana Corrêa Fossi, 160129109 Laboratório de Sistemas Elétricos de Felipe Viana Santana, 160119863
jucfossi@hotmail.com Potência, Turma A felipevs98unb@gmail.com
Universidade de Brasília
30/09/2019

I. OBJETIVOS III. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS


O experimento visou a compreensão sobre as A. Atividade I
medições em circuitos trifásicos conectados em delta.
Primeiramente, foi montado um circuito trifásico com
Para isso, foi necessário o entendimento prático com
relação à montagem de ligações em delta, assim como a as lâmpadas em delta e os medidores conforme a figura 1:
observação das relações de tensão e corrente existentes
nesse tipo de circuito. Também foi analisada a medição de
potência trifásica a partir do Método dos Dois
Wattímetros e o modo de correção do fator de potência
referente a circuitos trifásicos.
II. MATERIAIS UTILIZADOS
● Circuito de lâmpadas;
● Multímetros;
● Fontes e medidores da bancada; Figura 1 - Ligação em Delta
● Wattímetros; Em seguida, foi aplicado uma tensão de linha de 220
● Cabos; Volts de forma que foi conectado 1 lâmpada de 60W por
fase e efetuada a medição. Posteriormente, 2 e 3 em
● Cargas resistivas, indutivas e capacitivas. paralelo para fazer as devidas medições.
Ainda, vale ressaltar que foi utilizado um voltímetro
em paralelo na entrada de fornecimento de alimentação do
circuito. Além de um amperímetro em série na linha e na
fase para medição adequada. Desse modo, também foi
conectado os wattímetros para obtenção dos resultados
por meio do método dos 2 wattímetros depois de obter a
medição de cada um.
B. Atividade II
Para a segunda parte, foi montado um circuito trifásico
desequilibrado em delta com 1 lâmpada em uma fase, 2
lâmpadas em paralelo em outra e, por fim, 3 lâmpadas
foram posicionadas em paralelo na fase remanescente.
Logo, foi aplicada a essa carga uma tensão de linha
equivalente a, aproximadamente, 220V. Sabendo que as
lâmpadas utilizadas apresentavam potência nominal igual
a 60W e tensão nominal de 220V, foram analisadas as
tensões e correntes tanto de fase como de linha, além da
potência trifásica do circuito. As tensões foram obtidas a
partir de voltímetros inseridos em paralelo com a fase a
ser medida, enquanto os valores das correntes foram
encontrados por intermédio de amperímetros posicionados
em série com as fases em medição. Já a potência trifásica
foi medida pelo Método dos Dois Wattímetros, somando
as duas potências observadas nos dois aparelhos.
Figura 2 - Correntes de linha numa ligação em delta

C. Atividade III Assim, podemos comparar os valores medidos da


Durante a última parte do experimento, realizou-se a tabela II com os valores teóricos calculados na tabela I. Já
montagem de um circuito trifásico equilibrado. Foram que a tensão de alimentação fornecida pela bancada é
conectadas, em paralelo, uma carga resistiva (de 100W e distinta do valor da tensão teórica de 220 Volts, isso
485 Ω ), uma capacitiva (6 μ F) e outra indutiva (0,585H) explica o pequeno erro entre as correntes teóricas e
em cada fase do circuito, sendo a ligação feita em delta. medidas.
Além disso, a tensão aplicada aos terminais das cargas foi
de, aproximadamente, 200V. Logo, foram analisadas a TABELA II. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO E CORRENTE
potência trifásica, corrente, tensão, potência aparente,
Valores medidos
fator de potência, potência reativa e impedância de cada
carga. Posteriormente, desconectou-se as cargas Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A]
capacitivas e foram feitas as mesmas análises que foram 1 lâmpada
realizadas para o caso anterior. por fase 211 211 0,459 0,269

2 lâmpadas
IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS E SUAS ANÁLISES por fase 212,3 212,3 0,925 0,708
A. Atividade I 3 lâmpadas
por fase 211,2 211,2 1,385 1,159
Nessa atividade, a tabela 1 foi obtida considerando
tensão de linha de valor eficaz igual a 220V e as lâmpadas
que apresentavam potência nominal igual a 60W. Vale Nesse caso, a tabela III foi calculada por meio da
ressaltar que as lâmpadas são consideradas puramente relação entre a tensão de linha, corrente de linha e o
resistivas para os cálculos teóricos, isto é, cos φ = 1 . cosseno entre as fases desses valores. Desse modo, pode
ser calculado pelas equações 5 e 6, em seguida, somadas
TABELA I. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO E CORRENTE para obtenção da potência total por meio do método dos 2
Valores teóricos Wattímetros. Foi considerado uma
Circuito 3 φ V linha [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A]
TABELA III. VALORES TEÓRICOS DE POTÊNCIA TRIFÁSICA
1 lâmpada
Valores teóricos
por fase 220 220 0,4723 0,2727

2 lâmpadas Circuito 3 φ W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W]


por fase 220 220 0,9446 0,5454
1 lâmpada por fase 103,906 51.953 155,859
3 lâmpadas
por fase 220 220 1,417 0,8181 2 lâmpadas por fase 207,812 103,906 311,718

3 lâmpadas por fase 311,74 155,87 467.61


Teoricamente, já que é uma ligação em delta, a tensão
de linha é igual a tensão de fase. Porém, a corrente de
Com isso, os valores medidos constituem a tabela IV.
linha é divida entre as cargas nessa ligação conforme a
Ao comparar os valores das tabelas III e IV, é evidente
figura 2. Desse modo, a corrente de fase e de linha foram
que a discrepância é advinda da tensão de alimentação da
calculadas pela relação entre a potência nominal e a
fornecida pela bancada e também pela característica
tensão teóricas das equações 1 e pela Lei de Kirchhoff das
indutiva e capacitiva existentes na cargas devido ao
Correntes que estão contidas nas equações 2,3 e 4. A
desgaste proveniente do uso.
figura 2 exemplifica as correntes saindo dos nós do delta.
TABELA IV. VALORES MEDIDOS DE POTÊNCIA TRIFÁSICA TABELA V. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO
Valores medidos
ATERRADO
Circuito 3 φ W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W] Valores teóricos

1 lâmpada por fase 84 70 154 Circuito 3 V linha


φ [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A] P 1φ [W]
2 lâmpadas por fase 170 144 314
Fase com
1 lâmpada 220 220 0,721 0,273 60
3 lâmpadas por fase 250 129 379
Fase com
2
B. Atividade II lâmpadas 220 220 0,983 0,545 120
Para a segunda parte do experimento, foi possível Fase com
analisar os valores com os quais foi preenchida a tabela V 3
a partir do conhecimento teórico. Posteriormente, esses lâmpadas 220 220 1,188 0,818 180

dados foram comparados com aqueles da tabela VI,


medidos durante a prática no laboratório. A tabela VI se refere aos dados medidos na prática no
Sabendo que a carga trifásica em delta foi alimentada laboratório. Contudo, como não foi possível medir a
com uma tensão de linha de valor eficaz igual a 220V, potência consumida por cada fase, multiplicou-se o valor
descobre-se que a tensão de cada fase apresenta esse de cada tensão de fase pelo seu respectivo valor de
mesmo valor. Como a carga encontra-se em delta e não há corrente de fase para encontrá-la.
impedância de linha, então a tensão de linha deve ser a Portanto, comparando os valores calculados com
mesma que a de fase. [1] aqueles obtidos durante o experimento (tabela VI), nota-se
Já para calcular a corrente de cada fase do circuito, que as tensões de linha e de fase apresentaram certa
basta usar a seguinte equação: discrepância entre uma tabela e outra visto que o máximo
I f ase = V P. cosφ ​ ​(1) de tensão eficaz fornecida pela bancada foi aquela
f ase
preenchida na tabela VI. Além disso, é perceptível uma
Como a potência de cada uma das 6 lâmpadas
diferença na potência consumida por cada fase,
utilizadas era igual a 60W, a tensão de fase era de 220V e
comprovando a presença de uma potência reativa nas
as lâmpadas são consideradas puramente resistivas, ou
lâmpadas utilizadas e fazendo com que o fator de potência
seja, cos φ = 1 , foram obtidas as correntes de cada fase.
( cos φ ) seja entre 0 e 1. Essa característica interfere,
Além disso, sabe-se que as tensões aplicadas entre as
ainda, nas correntes de fase calculadas, conforme mostra a
fases apresentam uma defasagem de 120° entre si. Vale
equação ​(1)​.
lembrar, ainda, que a potência consumida deve ser igual a
60W na fase com 1 lâmpada, 120W (2x60) naquela com 2 TABELA VI. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E
lâmpadas e 180W (3x60) na fase com 3 lâmpadas. POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO
Logo, para encontrar as correntes de linha do circuito ATERRADO
em estudo, foi usada a Lei de Kirchhoff das Correntes Valores medidos
para os nós do delta da carga. Dessa forma, foram Circuito 3 V linha
utilizadas as seguintes equações: φ [V] V f ase [V] I linha [A] I f ase [A] P 1φ [W]
I a = I ab − I ca (2) Fase com
I b = I bc − I ab (3) 1 lâmpada 212,7 212,7 0,712 0,471 100,1817
I c = I ca − I bc (4) Fase com
[1] 2
lâmpadas 212,0 212,0 0,956 0,793 168,1160

Fase com
3
lâmpadas 212,3 212,3 1,167 0,928 197,0144

Ainda nessa atividade, foi calculada a potência


trifásica do circuito por intermédio do Método dos Dois
Wattímetros, cuja montagem já foi explicada no relatório
do experimento anterior. Sabendo que a referência
utilizada foi a C, as equações utilizadas para as duas Já para a situação em que estão conectadas em
primeiras colunas da tabela VII foram, respectivamente: paralelo apenas as cargas resistiva e indutiva, a
W 1 = |V ac|.|Ia|.cos(θV ac − θIa ) (5) impedância equivalente foi calculada da seguinte man​eira:
jωLR
e W 2 = |V bc||Ib|.cos(θV bc − θIb ) (6) Z R//L = R + jωL (8)
Assim, substituiu-se os valores de tensão e corrente de Após, descobre-se a corrente de fase para ambos os
linha nos módulos das equações acima. Para os valores casos pela Lei de Ohm:
dos ângulos, basta saber que as grandezas de linha são V f ase
I f ase = Z
(9)
equilibradas e, portanto, a defasagem tanto de tensão
Ainda, as correntes de linha podem ser encontradas a
como de corrente entre as fases é de 120°. Dessa forma,
partir da seguinte equação, que vale apenas para circuitos
como a referência foi a C, essa fase apresenta ângulo igual
equilibrados de sequência ABC [1]:
a 0° tanto na tensão de linha como na de fase e visto que a
I linha = I f ase . √3 <− 30° (10)
lâmpada é, conforme a teoria, puramente resistiva, então o
E, então, a potência aparente é calculada a partir da
ângulo da tensão de fase é igual ao da corrente de fase (
multiplicação entre os módulos de tensão e corrente de
θIca = 0° ). Assim, os ângulos das correntes de linha
fase que, por sua vez, são multiplicados por 3 visto que a
foram encontrados a partir das equações ​(2), (3) e (4)​.
carga é trifásica equilibrada [1]:
Ainda, considerando a sequência ABC e fazendo a rotação
|S | = 3 . ||V f ase || ||I f ase|| (11)
no diagrama fasorial, são descobertos os ângulos das
tensões de linha das equações. Para calcular a potência ativa consumida pelo circuito,
basta levar em consideração apenas a potência dissipada
TABELA VII. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E pelos resistores, ou seja, 300W (3x100W). Desse modo, é
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO possível encontrar o fator de potência, já que sabe-se o
ATERRADO valor da potência ativa e da aparente e, assim:
Valores teóricos F P = |PS| ​(12)
W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W] Portanto, para finalizar o preenchimento da tabela IX,
Circuito 3 φ descobre-se o ângulo a partir da inversa do tangente do
desequilibrado 120,45 203,599 324,05 fator de potência encontrado. E, então, pode-se calcular o
seno desse ângulo e dividi-lo pela potência aparente para
Com isso, foi preenchida a tabela VII. Já a tabela VIII encontrar a potência reativa:
mostra os dados obtidos durante o experimento, que Q = |S | senφ (13)
mostram certa discrepância com relação aos valores
calculados. Isso decorre do fato de a tensão aplicada ser TABELA IX. VALORES TEÓRICOS DE TENSÃO, CORRENTE E
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO
um pouco diferente daquela considerada na teoria e as
ATERRADO
lâmpadas apresentarem uma parcela de potência reativa e
não só ativa.
Valores teóricos
TABELA VIII. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E
Carga P V I linha |S | FP Q Z [ Ω]
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO [W] [V] [A] [VA] [VAr]
ATERRADO
Valores medidos R//L 300 200 1,726 597,72 0,502 516,98 83,1 +
ind. j182,75
W 1 [W] W 2 [W] W 1 + W 2 [W]

Circuito 3 φ R//L// 300 200 1,063 368,21 0,815 213,48 219 +


C ind. j241,36
desequilibrado 115 193 308

​. Para a tabela X, foram medidas a tensão e a corrente


C. Atividade III de linha em cada um dos casos e foram somadas as
potências ativas obtidas com auxílio dos dois wattímetros.
Durante a terceira atividade do experimento, primeiro
Os outros valores preenchidos foram calculados da mesma
foram feitos os devidos cálculos referentes às impedâncias
forma que aqueles obtidos na tabela IX, com exceção das
equivalentes para os dois casos analisados. Assim, para o
impedâncias. O módulo dessas foi encontrado a partir da
caso em que as 3 cargas encontram-se em paralelo, foi
Lei de Ohm, ou seja:
utilizada equação a seguir:
| | |V f ase |
jωRL
Z R//L//C = −Rω2 LC + R + jωL ​(7) |Z R//L//C | = |I f ase | (14)
Já o seu ângulo foi calculado por interméd​io do disso, as discrepâncias são justificadas pelo mesmo
arccos(FP): motivo da atividade anterior .Quanto ao método dos 2
arccos(F P ) = φ = θZ (15) wattímetros, existem erros devido a acurácia dos valores
obtidos na medição, visto que a fase não pode ser medida
TABELA X. VALORES MEDIDOS DE TENSÃO, CORRENTE E com exatidão no equipamento que foi usado no
POTÊNCIA DO CIRCUITO COM O NEUTRO NÃO laboratório.
ATERRADO
Finalmente, a atividade III tem como objetivo verificar
Valores medidos a correção do fator de potência das cargas trifásicas. Logo,
é evidente que o fator de potência se aproxima de 1
Carga P V I linha |S | FP Q Z [ Ω]
[W] [V] [A] [VA] [VAr] quando se conecta as cargas capacitivas em paralelo às
cargas resistivas e indutivas nos resultados medidos.
R//L 256 213,2 1,075 396,97 0,645 303,39 221,5
ind. +
j262,5
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
R//L// 261 211,8 0,779 285,77 0,913 116,39 430,1
C ind. + [1] F. V. Lopes, “Medição de Potência em Circuitos
j191,8 Trifásicos”. Slides providos pela disciplina de
Circuitos Polifásicos no Moodle Aprender da
Universidade de Brasília.
Assim, pode-se notar que, ao aplicar a carga
capacitiva, ocorre uma correção do fator de potência,
fazendo com que esse valor seja maior do que aquele
apresentado originalmente, sem essa carga. Isso indica um
aumento da parcela da potência total que será utilizada
como potência que realiza trabalho, ou seja, potência ativa
e, ainda, uma redução da potência reativa ou
armazenamento de energia.
Por fim, é importante comentar sobre os valores
discrepantes para as impedâncias quando comparadas as
tabelas IX e X. Esse acontecido é proveniente,
principalmente, do fato de a tensão de alimentação
utilizada durante o experimento ter apresentado
intensidade um pouco acima do que estava previsto
conforme os valores teóricos, ocasionando, ainda, uma
redução nas correntes apresentadas obtidas no laboratório
e, consequentemente, elevando as impedâncias da tabela
X.

V. CONCLUSÃO
Na atividade I, os objetivos de realizar uma ligação em
delta, verificar as relações entre tensão e corrente e
utilizar o método dos dois wattímetros para medição da
potência ativa trifásica do circuito foram alcançados.
Desse modo, conclui-se que a discrepância entre os dados
teóricos e medidos existe devido a tensão de alimentação
fornecida pela bancada ser diferente de 220V, além da
carga não ser totalmente resistiva, ou seja, possuir
características capacitivas e indutivas também, o que
implica em um cos φ =/ 1 .
Já em relação à atividade II, o desequilíbrio no circuito
é evidente ao colocar cargas distintas ligadas em delta.
Com isso, foi possível averiguar as relações entre tensão e
corrente, de modo que, como na atividade 1, foi utilizado
a lei de Kirchoff para achar as correntes de linha. Além
Experimento 5
Ensaios a vazio e em curto-circuito em um
transformador monofásico
Juliana Corrêa Fossi, 160129109 Laboratório de Sistemas Elétricos de Felipe Viana Santana, 160119863
jucfossi@hotmail.com Potência, Turma A felipevs98unb@gmail.com
Universidade de Brasília
07/10/2019

I. OBJETIVOS referido tanto para o lado de alta tensão como para o lado
de baixa. Também foram convertidos os dados para o
O experimento em questão visou o entendimento
sistema por unidade.
prático sobre os transformadores. Para isso, foi necessária
a compreensão em relação à realização de ensaios a vazio Para isso, foi aplicada a tensão nominal no ensaio a
e curto-circuito e, com isso, a obtenção dos parâmetros vazio de forma que as medidas fossem realizadas no lado
para a montagem do circuito equivalente do transformador de baixa tensão, conforme a figura 1. Já para o ensaio de
analisado. Além disso, foi importante saber calcular e curto-circuito, a fonte alimenta o circuito com tal valor de
realizar medições referentes ao rendimento e à regulação tensão que gerasse a corrente nominal no outro lado do
de tensão do transformador. transformador (baixa tensão), sendo feitas as medições no
II. MATERIAIS UTILIZADOS lado de alta tensão, como pode ser observado na figura 2.
● Transformador monofásico de 24VA e 110/12V;
● Multímetros;
● Fontes e medidores da bancada;
● Wattímetro digital;
● Cabos;
● Reostato de 450Ω, que suporta até 2A. Figura 1 - Ligação para o ensaio a vazio.

III. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

A. Atividade I
:Inicialmente, foram analisados os dados nominais
(tensões, correntes e potência) do transformador utilizado
no laboratório. Após, realizou-se medições de tensões e
resistências dos enrolamentos para o reconhecimento dos Figura 2 - Ligação para o ensaio de curto-circuito.
terminais de baixa e alta tensão da máquina em estudo.
. C. Atividade III
B. Atividade II Foi montado o circuito da figura 3 abaixo com o
objetivo de medir os ensaios de regulação de tensão e
Para a segunda atividade, foram realizados ensaios a
rendimento.
vazio e de curto-circuito para a obtenção da relação de
transformação, fator de potência, corrente de
magnetização e diagrama fasorial das correntes e da
tensão, além do circuito equivalente do transformador
110V no outro terminal. Logo, foi preenchida a tabela 2
com os dados obtidos.

TABELA II. VALORES MEDIDOS PARA O RECONHECIMENTO DOS


LADOS DE ALTA E BAIXA TENSÃO
Valores Medidos

Lado de BT Lado de AT
Figura 3 - Transformador monofásico com carga no secundário.
Tensão (V) 12,6 110,0
Em seguida, depois de colocarmos o amperímetro em Resistência (Ω) 0,2 20
série, o voltímetro em paralelo com o reostato e a fonte,
além do wattímetro, ligamos a bancada numa tensão de
110V . Desse modo, para evitar a queima de fusíveis da
bancada, o reostato foi configurado com a menor B. Atividade II
resistência possível antes de dar um curto-circuito. Para a segunda atividade, foram realizados dois
A partir daí, foi considerado que a fração da carga é ensaios para a obtenção de tensão, corrente e potência de
em relação a corrente máxima. Consequentemente, as forma a descobrir parâmetros de impedâncias. Assim, é
medições foram feitas com um intervalo de diminuição de possível montar um circuito equivalente para facilitar a
10 por cento. análise do transformador conforme mostrado na figura 4.

IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS E SUAS ANÁLISES


A. Atividade I
Sabendo que a potência aparente nominal do
transformador utilizado no laboratório é de 24VA e que as
tensões nominais são de 12V para o lado de baixa tensão
(BT) e de 110V para o de alta (AT), é possível determinar Figura 4 - Circuito equivalente do transformador.
a corrente nominal para ambos os terminais da máquina
da seguinte forma: O primeiro ensaio realizado foi a vazio, por intermédio
|𝑆| do qual aplicou-se a tensão nominal no lado de baixa
𝐼= (1)
𝑉 tensão, sendo o de alta mantido em aberto, sem circulação
sendo |𝑆| a potência aparente, 𝑉 a tensão nominal de um de corrente. Dessa forma, a corrente gerada por essa fonte
terminal do trafo e 𝐼, a corrente nominal desse mesmo de tensão passa apenas pelo ramo de excitação. Como a
terminal. Assim, os valores obtidos foram utilizados para resistência de enrolamento (R1) e a reatância de dispersão
preencher a tabela 1. do primário (X1) são muito pequenos com relação aos
valores da resistência do núcleo (Rc) e a reatância de
TABELA I. VALORES DOS DADOS NOMINAIS DO
magnetização (Xm), a queda de tensão em R1 e X1
TRANSFORMADOR
podem ser desprezadas de maneira que a tensão aplicada à
Valores Nominais
entrada sofre queda total no ramo de excitação. Logo,
Lado de BT Lado de AT
foram medidas a tensão (voltímetro), a corrente
Tensão (V) 12 110 (amperímetro) e a potência (wattímetro) no lado de baixa
Corrente (A) 2 0,218 tensão [1] e esses valores foram apresentados na primeira
Potência (VA) 24 24
coluna da tabela III.
Após, foi a vez do ensaio de curto-circuito, no qual o
.
terminal de baixa tensão foi colocado em curto-circuito
Posteriormente, para a identificação dos lados de alta e
enquanto ao lado de alta, foi aplicada uma tensão variável,
baixa tensão do transformador analisado, mediu-se as
que foi ajustada de maneira que a corrente no lado de
resistências de ambos os terminais. É importante notar que
baixa apresentasse valor nominal , ou seja, 2A. Assim, a
o lado de maior resistência é o que apresentará menor
tensão no terminal de entrada é tão baixa que a corrente
corrente e, portanto, menor tensão, visto que ambos os
que passa pelo ramo de excitação é desprezível e toda a
terminais devem ter mesma potência. Logo, foi aplicada a
queda de tensão ocorre nas impedâncias em série (R1, R2,
tensão de aproximadamente 12V ao terminal de menor
jX1 e jX2). Portanto, foram medidas a tensão, corrente e a
impedância para verificar a relação de transformação, já
potência no lado de alta tensão [1] e podem ser
que deveria surgir uma tensão de, aproximadamente,
observadas na tabela III.
*
𝑆 = 𝑉𝐶𝐴. 𝐼𝐶𝐴 (11)
TABELA III. VALORES MEDIDOS DO ENSAIO NO
TRANSFORMADOR Então, substituindo a tensão medida a vazio e a
Valores Medidos
potência, na forma fasorial, de (10) em (11), obtém-se a
corrente total que passa pelo ramo de excitação:
Ensaio de 𝐼𝐶𝐴 = 0, 748 <− 77, 14° 𝐴 (12)
Ensaio a Vazio curto-circuito
(Lado de BT) (Lado de AT) Portanto, para descobrir a corrente que passa pelo
Tensão (V) 12,01 6,69
resistor do núcleo (𝐼𝑅𝑐), utiliza-se a equação para potência

Corrente(A) 0,748 0,239 ativa, com 𝑐𝑜𝑠φ = 1, ou seja,


𝑃𝐶𝐴 = 𝑉𝐶𝐴. 𝐼𝑅𝑐 (13)
Potência (VA) 2 3

Sabendo disso, encontrou-se a relação de Assim, é encontrada a corrente de magnetização (𝐼𝑚),


transformação do transformador, já que essa é dada pela substituindo os valores de (12) e (13) em (7):
razão entre o número de espiras do primário e o número 𝐼𝑚 = 0, 748 <− 77, 14 − 0, 1665 = 0, 729 < 90°
de espiras do secundário. Como o número de espiras é (14)
proporcional à tensão, então: Para determinar o circuito equivalente, basta achar os
𝑉1
α= (2) valores de 𝑅𝑒𝑞, 𝑋𝑒𝑞 , 𝑅𝐶 𝑒 𝑋𝑚, que devem ser referidos
𝑉2

sendo α, a relação de transformação, 𝑉1, a tensão no para o mesmo lado. Assim, a partir do ensaio a vazio,
descobre-se 𝑅𝐶 𝑒 𝑋𝑚 e, por intermédio do ensaio de
primário e 𝑉2, a tensão no secundário. Logo, a relação,
curto-circuito, obtém-se 𝑅𝑒𝑞 𝑒 𝑋𝑒𝑞 . [1]
nesse caso, é dada por [1]:
12 Logo, 𝑅𝐶 é calculado a partir de:
α= 110
= 0, 109 (3)
2
𝑉𝐶𝐴
Além disso, o fator de potência a vazio é obtido da 𝑅𝐶 = (15)
𝑃𝐶𝐴
seguinte forma [1]:
𝑃𝐶𝐴 E sua condutância é:
𝐹𝑝 = 𝑐𝑜𝑠φ = 𝑉𝐶𝐴𝐼𝐶𝐴
(4) 𝑃𝐶𝐴
1
𝐺𝐶 = 𝑅𝐶
= 2 (16)
Sabendo ainda que, em transformadores reais, o fator 𝑉𝐶𝐴

de potência está sempre atrasado já que são cargas Assim, a admitância do ramo de excitação é
indutivas [1], então: encontrada por intermédio de:
2 𝐼𝐶𝐴
𝐹𝑝 = (12,01)(0,748)
= 0, 223 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑡𝑖𝑣𝑜 (5) 𝑌𝑒𝑥𝑐 = (17)
𝑉𝐶𝐴
Já a corrente de magnetização é aquela que passa pela
E, portanto, calcula-se a susceptância (𝐵𝑚) e a
reatância de magnetização, então ela pode ser obtida pela
subtração entre a corrente total do primário no ensaio a reatância de magnetização (𝑋𝑚):
vazio e a corrente que passa pelo resistor do núcleo, ou 2 2
seja, 𝐵𝑚 = 𝑌𝑒𝑥𝑐 − 𝐺𝐶 (18)
𝐼𝑚 = 𝐼𝐶𝐴 − 𝐼𝑅𝑐 (7) sendo 𝑋𝑚 =
1
.
𝐵𝑚
A corrente de circuito aberto 𝐼𝐶𝐴 pode ser encontrada Logo, os valores obtidos foram:
com a potência complexa, que é obtida com a potência 𝑅𝐶 = 72, 12Ω (19)
reativa que, por sua vez, é descoberta pelo triângulo de 𝑋𝑚 = 16, 47Ω (20)
potências e o ângulo do fator de potência, portanto:
φ = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (𝐹𝑝) = 77, 14° (8) Vale ressaltar que esses valores em (19) e (20) estão
Descobre-se, então, a potência reativa Q: referidos ao lado de baixa tensão. Esse é um fato
𝑄 = 𝑃𝐶𝐴. 𝑡𝑔φ = 8, 76 𝑉𝐴𝑟 (9) importante, visto que todas as impedâncias devem estar
referidas ao mesmo lado do transformador.
Assim, é possível obter a potência complexa na forma Já para calcular a resistência equivalente de
retangular, substituindo os valores da potência ativa enrolamento (𝑅𝑒𝑞), utiliza-se:
encontrada na tabela III e da reativa, em (9):
𝑃𝐶𝐶
𝑆 = 𝑃𝐶𝐴 + 𝑗𝑄 = (2 + 𝑗8, 76)𝑉𝐴 (10) 𝑅𝑒𝑞 = 2 = 52, 52Ω (21)
𝐼𝐶𝐶
Sabendo, ainda, que a potência complexa, na forma
Entretanto, encontra-se a reatância equivalente () por:
fasorial é dada por:
2 2
𝑋𝑒𝑞 = 𝑍𝑒𝑞 − 𝑅𝑒𝑞 = 44, 44Ω (22)
𝑉𝐶𝐶 Quanto a regulação de Tensão, ou seja, a variação da
sendo 𝑍𝑒𝑞 = 𝐼𝐶𝐶
.
tensão terminal de um transformador quando submetido a
Os valores apresentados em (21) e (22) estão referidos uma determinada condição de carga [2], ela foi calculada
ao lado de alta tensão. Dessa forma, esses são referidos ao usando a seguinte relação entre as tensões em vazio(No
lado de baixa, fazendo: Load) e com carga(L):
2
𝑅𝑒𝑞,𝐵𝑇 = α . 𝑅𝑒𝑞 = 0, 625Ω (23)
𝑣2,𝑉𝐴𝑍𝐼𝑂− 𝑣2,𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴
2
𝑋𝑒𝑞,𝐵𝑇 = α . 𝑋𝑒𝑞 = 0, 529Ω (24) 𝑅𝑇 = 𝑣2,𝐶𝐴𝑅𝐺𝐴
(34)

Por outro lado, caso fosse necessário referir todas as


Desse modo, esse valor é obtido em porcentagem e
impedâncias do circuito equivalente para o lado de alta,
pode ser positivo ou negativo. Se for positivo, significa
𝑅𝑒𝑞 𝑒 𝑋𝑒𝑞 permaneceriam os mesmos de (21) e (22) e
que, a tensão em vazio é maior que a tensão quando a
𝑅𝐶 𝑒 𝑋𝑚 seriam: carga está conectada, consequentemente, a carga é
𝑅𝐶 indutiva. Por outro lado, se for negativo, a tensão em
𝑅𝐶,𝐴𝑇 = 2 = 6060, 09Ω (25)
α vazio torna-se menor que a tensão quando a carga está
𝑋𝑚
𝑋𝑚,𝐴𝑇 = = 3734, 11Ω (26) conectada, portanto, a carga é capacitiva.
2
α Já o rendimento, isto é, a relação entre a potência de
Para transformar as impedâncias para o sistema por saída em relação a potência de entrada [2], foi calculado
unidade (p.u.), deve-se encontrar bases com relação ao por sua definição:
lado referido das impedâncias, ou seja, se essas estão
referidas ao lado de baixa, então as bases escolhidas para 𝑃𝑜𝑡𝑂𝑈𝑇
ɳ = (35)
potência aparente e tensão devem ser: 𝑃𝑜𝑡𝐼𝑁

𝑆𝐵 = 𝑆𝐵,𝐴𝑇 = 𝑆𝐵,𝐵𝑇 = 24𝑉𝐴 (27)


e 𝑉𝐵,𝐵𝑇 = 12𝑉 (28) Como a carga está em paralelo para a medição da
tensão de saída nela e a corrente é a corrente que está
Assim, a base para as impedâncias será:
alimentando a carga, a potência calculada foi obtida pelo
2
𝑉𝐵,𝐵𝑇 produto da tensão e da corrente na carga.
𝑍𝐵 = = 6Ω (29)
𝑆𝐵 Logo, as tabelas IV e VI foram construídas
Logo, divide-se todas as impedâncias do circuito separadamente como duas partes da “Tabela 3- Medidas
equivalente referidas ao lado de baixa tensão pela dos ensaios de regulação de tensão e rendimento” com o
impedância base encontrada em (29): intuito de uma análise mais detalhada dos dados obtidos
𝑅𝑒𝑞,𝐵𝑇 em cada lado do transformador com os valores calculados
𝑅𝑒𝑞,𝐵𝑇,𝑝𝑢 = 𝑍𝐵
= 0, 104𝑝𝑢 (30) e para evitar sobrecarga de informações em uma tabela
𝑋𝑒𝑞,𝐵𝑇 única.
𝑗𝑋𝑒𝑞,𝐵𝑇.𝑝𝑢 = 𝑍𝐵
= 𝑗0, 088𝑝𝑢 (31) TABELA IV. VALORES TEÓRICOS DO LADO DE ALTA DE
𝑅𝐶 REGULAÇÃO DE TENSÃO E RENDIMENTOS
𝑅𝐶,𝑝𝑢 = 𝑍𝐵
= 12, 02𝑝𝑢 (32) Valores Teóricos
𝑋𝑚 Lado de AT Valores Calculados
𝑗𝑋𝑚.𝑝𝑢 = 𝑍𝐵
= 𝑗2, 745𝑝𝑢 (33)
Potência
Fração da de
C. Atividade III Carga Tensão Entrada Potência
(%) (V) (W) (W) ɳ (%) R.T (%)
Essa atividade tem o objetivo de calcular e medir o
rendimento e a regulação de tensão do transformador. 0 110 0 0 100 0

Nesse viés, foi considerado as seguintes informações para 10 110 2,4 2,4 100 0
completar a tabela IV com os valores teóricos: 20 110 4,8 4,8 100 0

30 110 7,2 7,2 100 0


● Tensão Nominal de alimentação: 110V
40 110 9,6 9,6 100 0
● Tensão do secundário do transformador: 12V
● Potência de Entrada: 0, quando há nenhuma 50 110 12 12 100 0
fração da carga, 24W, quando toda a fração da 60 110 14,4 14,4 100 0
carga está ligada. 70 110 16,8 16,8 100 0
● Corrente no lado de BT: fração da carga de uma
80 110 19,2 19,2 100 0
corrente nominal de 2A.
90 110 21,6 21,6 100 0 0 12 0,0 0 100 0

100 110 24 24 100 0 10 12 0,2 2,4 100 0

20 12 0,4 4,8 100 0


Em relação aos valores medidos do lado de alta, vale
30 12 0,6 7,2 100 0
ressaltar que a potência de entrada, na linha de fração de
40 12 0,8 9,6 100 0
carga igual a zero, é justamente a perda de cobre no
enrolamento do transformador. 50 12 1 12 100 0

60 12 1,2 14,4 100 0

70 12 1,4 16,8 100 0

80 12 1,6 19,2 100 0

90 12 1,8 21,6 100 0

100 12 2 24 100 0

.Vale ressaltar que a regulação de tensão de um


TABELA V. VALORES MEDIDOS DO LADO DE ALTA DE
transformador ideal é zero porque a carga tem caráter
REGULAÇÃO DE TENSÃO E RENDIMENTOS
puramente resistiva. Isso incorre em um rendimento de
Valores Medidos
cem por cento, já que a potência de entrada é
Lado de AT Valores Calculados transformada inteiramente em potência de saída. A
Potência existência de um transformador ideal não é possível, visto
Fração da de que resistividade do cobre não é nula e a permeabilidade
Carga Tensão Entrada Potência ɳ R.T
do núcleo de ferro não é infinita [2]
(%) (V) (W) (W) (%) (%)

0 110,5 3 0,06325 2,11 -5,14

10 110,4 5 2,53106 50,62 -4,23 TABELA VII. VALORES MEDIDOS DO LADO DE BAIXA DE
REGULAÇÃO DE TENSÃO E RENDIMENTOS
20 110,5 8 4,98042 62,26 -3,38
Valores Medidos
30 110,2 10 7,42335 74,23 -2,2
Lado de BT Valores Calculados
40 110,1 13 9,6957 74,58 -1,23 Fração da
Carga Tensão Corrente Potência ɳ R.T
50 110,6 15 12,02172 80,14 -0,58 (%) (V) (A) (W) (%) (%)
60 110,3 18 14,47088 80,39 0,67 0 12,65 0,005 0,06325 2,11 -5,14
70 110,0 20 16,32915 81,65 1,78 10 12,53 0,202 2,53106 50,62 -4,23
80 109,7 23 18,93591 82,33 3,36 20 12,42 0,401 4,98042 62,26 -3,38
90 110,0 25 19,90632 79,63 4,53 30 12,27 0,605 7,42335 74,23 -2,2
100 109,9 27 22,57734 83,62 5,08 40 12,15 0,798 9,6957 74,58 -1,23

50 12,07 0,996 12,02172 80,14 -0,58


De acordo com o aumento da fração da carga, a
60 11,92 1,214 14,47088 80,39 0,67
potência de entrada aumenta de forma diretamente
proporcional. Quanto mais a potência de entrada vai 70 11,79 1,385 16,32915 81,65 1,78

chegando ao valor nominal do transformador, 24 W, maior 80 11,61 1,631 18,93591 82,33 3,36
é o seu rendimento. Logo, o lado de alta do transformador 90 11,48 1,734 19,90632 79,63 4,53
está intrinsecamente relacionado a potência fornecida a
100 11,42 1,977 22,57734 83,62 5,08
carga e ao rendimento do transformador.

Finalmente, quanto aos valores medidos no lado de


TABELA VI. VALORES TEÓRICOS DO LADO DE BAIXA DE baixa, a corrente que passa é a corrente nominal e não a
REGULAÇÃO DE TENSÃO E RENDIMENTOS corrente de excitação no caso dessse transformador
Valores Teóricos abaixador. Conforme a corrente vai aumentando, é
Lado de BT Valores Calculados evidente que a regulação de tensão nos mostra que a carga
Fração da
Carga Tensão Corrente Potência ɳ R.T
deixa de apresentar características capacitivas e começa a
(%) (V) (A) (W) (%) (%) apresentar características indutivas. Além disso, as perdas
no núcleo por histerese e corrente parasita continuam Logo, o máximo rendimento é justamente onde a
aumentando com o aumento da corrente no lado de baixa. regulação de tensão é igual a zero.

V. CONCLUSÃO
. Gráfico 1 - Rendimento x Fração da Carga (%)
Primeiramente, a atividade I tem o intuito de mostrar
como identificar os lados de alta e baixa do transformador.
Desse modo, mede-se a resistividade e percebe-se que
para que a corrente de excitação no lado de baixa seja
baixa, a resistividade deve ser alta . Então, é possível
identificar os lados de alta e baixa, apenas medindo as
resistências.
Em seguida, para efetuar os ensaio em vazio e em curto
circuito ficou evidente que, no primeiro ensaio, a potência
medida do lado de baixa identificava as perdas no núcleo
por histerese e corrente parasita, enquanto que, no
segundo ensaio, a potência do lado de alta é a perda do
No gráfico 1, a relação entre a potência de saída e de
cobre nos enrolamentos.
entrada do transformador aumenta rapidamente quando a
Por fim, na última atividade, a regulação de tensão,
carga está apresentando caráter capacitivo ainda. Por outro
como a variação de tensão de acordo com a inserção de
lado , quando o crescimento não é tão rápido conforme a
uma carga, e o rendimento, como relação entre a potência
corrente vai aumentando, porém o rendimento é maior nos
de saída e entrada interrelacionam-se com as medições do
valores de fração de carga maiores.
lado de alta e baixa, de modo que, o máximo rendimento é
Vale ressaltar o intervalo entre 50 e 60 or cento da
justamente onde a regulação de tensão é igual a zero.
fração de carga como ponto onde o fator de potência da da
carga se aproxima de 1 e é justificado pelo trecho abaixo
encontra-se na referência 2:
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] S. J. Chapman, “Fundamentos de Máquinas
Elétricas”, ed. 5.
[2] Ivan Camargo, “Transformadores Trifásicos”, Março
de 2007.
. Gráfico 2 - Regulação de Tensão x Fração da Carga

Já no gráfico 2, conforme a corrente vai aumentando, é


evidente que a regulação de tensão nos mostra que a carga
deixa de apresentar características capacitivas e começa a
apresentar características indutivas. Esse fenômeno é
explicado pela queda de tensão no enrolamento que
acarreta uma variação de tensão. O fator de potência da
carga é determinante para o valor da regulação de tensão,
mas a qualidade do transformador é justamente o
resultado que esse valor nos mostra. Logo, quanto menor
a variação da regulação de tensão, melhor o
transformador.

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