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Felicidade António Bila

Licenciatura em Psicopedagogia

Educação sexual e reprodutiva, Politicas e estratégias Escolares Nacionais para a


educação sexual e reprodutiva.

ISGN
Xai-Xai
2021
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Felicidade António Bila

Licenciatura em Psicopedagogia

Educação sexual e reprodutiva, Politicas e estratégias Escolares Nacionais para a


educação sexual e reprodutiva.

Trabalho de Investigação Cientifica da


Cadeira de Educação em Saúde Sexual e
Reprodutiva, Orientado pelo Docente:
Armando Mário Chopichera

ISGN
Xai-Xai
2021
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Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 5

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 5

1.1.1. Geral: ................................................................................................................................ 5

1.1.2. Específicos ....................................................................................................................... 5

2. Metodologia ............................................................................................................................. 6

3. Fundamentação teórica ............................................................................................................... 7

3.1 Conceitos................................................................................................................................... 7

3.1.1. Educação ............................................................................................................................... 7

3.1.2. Saúde ................................................................................................................................ 7

3.1.3. Sexualidade ...................................................................................................................... 7

3.1.4. Reprodução....................................................................................................................... 8

3.1.5. Saúde sexual reprodutiva ................................................................................................. 8

3.1.6. Educação Sexual e Reprodutiva ....................................................................................... 8

3.1.7. Conceito ........................................................................................................................... 9

3.2. Politicas e estratégias Escolares Nacionais para a educação sexual e reprodutiva .............. 9

3.2.2. Abordagens Estratégicas prioritárias ................................................................................ 9

3.2.2.1. Criação de ambiente favorável para SSRAJ/DTS/HIV/SIDA e advocacia ................ 10

3.2.2.1.1. Actividades ................................................................................................................. 10

3.2.2.2. IEC para mudança de comportamento........................................................................ 11


4

3.2.2.2.1. Actividades ................................................................................................................. 11

3.2.2.3. Fortalecimento da capacidade técnica e formação ..................................................... 11

3.2.2.3.1. Actividades ................................................................................................................. 12

3.2.2.4. Provisão de serviços e aumento de sua utilização ...................................................... 12

3.2.2.4.1. Actividades: ................................................................................................................ 13

3.2.2.5. Envolvimento dos jovens e melhoria de suas habilidades para a vida ....................... 14

3.2.2.5.1. Actividades ................................................................................................................. 14

3.2.2.6. Recolha de dados e Investigação ................................................................................ 14

3.2.2.6.1. Actividades ................................................................................................................. 14

3.2.2.7. Monitorização e Avaliação ......................................................................................... 15

3.2.2.7.1. Actividades ................................................................................................................. 15

3.3. Principais Desafios de Saúde Reprodutiva dos adolescentes em Moçambique ................ 15

4. Conclusão .............................................................................................................................. 16

5. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 18


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1. Introdução

Ao longo do tempo vêm ocorrendo mudanças significativas nas políticas governamentais


relacionadas à diversidade sexual na escola. Essas políticas estão cada vez mais alinhadas com os
preceitos dos direitos humanos e da inclusão na diversidade. Hoje há um grande avanço nas
políticas governamentais voltadas à garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. Nesse cenário, a
escola é considerada um lugar privilegiado de valorização da diversidade de expressões de
sexualidade, além de sua já reconhecida função social de promoção da cidadania e redução da
vulnerabilidade social dos jovens. É neste sentido que o presente trabalho aborda sobre a educação
sexual e reprodutiva incluindo suas políticas e estratégias nacionais de garantia da boa
disseminação informativa do contexto em alusão.

1.1.Objectivos
1.1.1. Geral:
 Compreender da educação sexual e reprodutiva e suas políticas nacionais.
1.1.2. Específicos
 Definir os conceitos de Educação, saúde, sexualidade, reprodução e saúde sexual
reprodutiva;
 Desmistificar a educação sexual reprodutiva
 Elucidar as Politicas e estratégias Escolares Nacionais para a educação sexual e
reprodutiva
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2. Metodologia

No dizer de Marconi e Lakatos (2003; p. 83) “a metodologia é um conjunto de abordagens,


técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição
objectiva do conhecimento, de uma maneira sistemática”. Para neste trabalho, usou-se a pesquisa
bibliográfica que conforme Boccato (2006), ela busca a resolução de um problema (hipótese) por
meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições
científicas.
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3. Fundamentação teórica

3.1 Conceitos

3.1.1. Educação

De acordo com Brandão (1985), educação é todo o conhecimento adquirido com a vivência em
sociedade seja ela qual for. Sendo assim, ela pode ocorrer em qualquer lugar e todos nós fazemos
parte deste processo. Não existe um modelo para se educar, pois, a educação ocorre a partir do
momento em que se observa, entende, se emita e se aprende.

3.1.2. Saúde

A OMS define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
simplesmente a ausência da doença ou enfermidade (PONTES, 2011).

3.1.3. Sexualidade

Teoricamente a sexualidade inicia-se juntamente à puberdade ou adolescência. Falar deste termo


nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e paradoxal. Pode-se dizer que é um traço
mais íntimo do ser humano e como tal se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo
com a realidade e as experiencias vivenciadas pelo mesmo (SADC 2010).

Segundo a UNESCO (2014), a sexualidade é um aspecto fundamental na vida humana: possui


dimensões físicas, psicológicas, espirituais, sociais, económicas, políticas e culturais. Para a OMS,
“a sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que
se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao
mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso,
influencia também a nossa saúde física e mental” (PONTES, 2011).

Em suma, a sexualidade é um componente intrínseco da pessoa e fundamental na saúde de


adolescentes e jovens, que transcende o aspecto meramente biológico, manifestando-se também
como um fenómeno psicológico e social, fortemente influenciado pelas crenças e valores pessoais
e familiares, normas morais e tabus da sociedade (SADA, 2010).
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3.1.4. Reprodução

É uma característica dos seres vivos em a partir dela, novos indivíduos são gerados e assegura-se
a perpetuação das espécies. É por meio da reprodução que as informações genéticas são
transmitidas entre gerações.

3.1.5. Saúde sexual reprodutiva

A boa saúde sexual e reprodutiva é um estado de completo bem-estar social, físico e mental em
todos os aspectos relativos ao sistema reprodutivo. Isso significa que as pessoas são capazes de ter
uma vida sexual satisfatória e segura, a capacidade de se reproduzir, bem como a liberdade para
decidir quando e quantas vezes para fazê-lo (SADC, 2010).

Para manter a saúde sexual e reprodutiva, as pessoas precisam ter acesso à informação precisa e
aos métodos contraceptivos seguros, eficazes, acessíveis, aceitáveis e à sua escolha. Devem ser
informadas e capacitadas para se proteger de infecções sexualmente transmissíveis. E quando elas
decidem ter filhos, as mulheres devem ter acesso aos serviços que podem ajudá-las a ter uma
gravidez e parto seguro e um bebê saudável (PONTES; 2011).

3.1.6. Educação Sexual e Reprodutiva

No dizer de Pontes (2011) A educação em saúde é uma importante ferramenta no tocante a


promoção da qualidade de vida da população. O ambiente escolar desponta como campo fértil para
a prática da promoção da saúde, em especial no que diz respeito à saúde sexual e reprodutiva de
jovens e adolescentes.

Adolescência é o período que marca a transição da infância para a vida adulta, durante o qual se
operam muitas transformações, inter-relacionadas, ao nível do corpo, da mente e das relações
sociais do indivíduo. São estas transformações que tornam a adolescência um período crítico,
turbulento e difícil em qualquer sociedade.

É durante a adolescência que o indivíduo ganha consciência da sua sexualidade, estando exposto
a várias situações de risco desde os ligados à sua sexualidade, à droga, ao alcoolismo, entre outros,
e adoptando também comportamentos e estilos de vida que irão determinar o tipo de adulto que
ele será.
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Sendo a Adolescência uma fase de grandes carências e desafios, a sua abordagem como um todo
exige uma equipa capacitada para o atendimento integral ao adolescente nos seus aspectos físicos,
psicológicos e sociais e um trabalho de integração com a família e a comunidade.

3.1.7. Conceito

O conceito de Educação em sexualidade reprodutiva definido pela Organização das Nações Unidas
(UNESCO) diz que:

“A educação em sexualidade pode ser entendida como toda e qualquer experiência de socialização
vivida pelo indivíduo ao longo de seu ciclo vital, que lhe permita posicionar-se na esfera social da
sexualidade. A educação em sexualidade está presente em todos os espaços de socialização–
família, escola, igreja, pares, trabalho, mídia, mas ocorre de forma pulverizada, fragmentada e
desassociada de um plano da sociedade inclusiva baseada nos direitos humanos. Portanto, torna-
se relevante a actuação do sistema educacional na tarefa de reunir, organizar, sistematizar e
ministrar essa dimensão da formação humana” (UNESCO, 2014).

3.2. Politicas e estratégias Escolares Nacionais para a educação sexual e reprodutiva

Em Moçambique, o UNFPA tem como principal objectivo garantir maior disponibilidade e


utilização dos serviços integrados de saúde sexual e reprodutiva (incluindo o planeamento familiar,
saúde materna e VIH) sensíveis ao género e que atendam aos padrões de direitos humanos para a
qualidade dos cuidados e equidade no acesso.

3.2.2. Abordagens Estratégicas prioritárias

MINISTÉRIO DA SAÚDE. (2001) as estratégias prioritárias são: Criação de ambiente favorável


para SSRAJ/DTS/HIV/SIDA e advocacia, IEC para mudança de comportamento, Fortalecimento
da capacidade técnica e formação, Provisão de serviços e aumento de sua utilização, Envolvimento
dos jovens e melhoria de suas habilidades para a vida, Recolha de dados e Investigação,
Monitorização e avaliação.
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3.2.2.1.Criação de ambiente favorável para SSRAJ/DTS/HIV/SIDA e advocacia

 Clarificar o conceito de Saúde integral e de Saúde Sexual e Reprodutiva do Adolescente,


incluindo DTS/HIV/SIDA entre pais, educadores, lideres religiosos, culturais, fazedores de
política, provedores de serviço, profissionais de saúde e entre os próprios adolescentes.
 Aumentar o compromisso para a promoção de saúde do adolescente entre famílias, lideres,
políticos, planificadores, implementadores, governo e doadores, envolvendo-os em todo o
processo de desenvolvimento dos programas.
 Criar um ambiente legal que facilite e proteja a provisão de serviços de saúde específicos e
amigos dos adolescentes.
 Promover campanhas de educação com vista a mobilização de recursos internos e externos
suplementares para a saúde do adolescente.
 Estimular a participação comunitária nos programas de saúde dirigidos aos adolescentes.
 Sensibilizar pais, educadores, líderes políticos’, comunidades e os próprios jovens, sobre o
impacto dos problemas de saúde dos adolescentes para o indivíduo, família.

3.2.2.1.1. Actividades
 Identificar e capacitar grupos influentes da sociedade (líderes, pais, religiosos, organizações
juvenis) em técnicas e métodos adequados de advocacia e difusão de mensagens sobre saúde
do adolescente com ênfase na Saúde Reprodutiva/HIV/SIDA
 Capacitar e orientar grupos influentes para a mobilização de recurso para a saúde do
adolescente e todos os níveis
 Difundir informação sobre situação de saúde do adolescente como forma de advocacia
 Promover a todos níveis encontros regulares de harmonização entre todos intervenientes
(Goveno/ONG/Sociedade Civil) na saúde do adolescente
 Criar a cada nível (Nacional, Provincial, Distrital) um Comité/Núcleo que coordene e
impulsione as acções multissectoriais desenvolvidas em prol do adolescente
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3.2.2.2.IEC para mudança de comportamento


 Tendo em como alvo os adolescentes, proporcionar condições e mecanismos que favoreçam a
aquisição de conhecimentos que contribuam para uma vivência mais informada, mais
gratificante, mais autónoma e, logo, mais responsável da sexualidade.
 Promover e valorizar as actividades de educação e informação dirigidas aos adolescentes e
jovens, visando aumentar os conhecimentos de biologia reprodutiva.
 Promover comportamentos responsáveis por parte dos adolescentes e jovens no que se refere
a sexo seguro, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, consumo de drogas, tabaco
e outras tóxicos dependências e adiamento da idade de inicio da actividade sexual.
 Envolver pais educadores e líderes em acções que incentivam a participação da das raparigas
em actividades educativas e de mobilização de outros jovens para práticas de vida saudáveis.
 Promover o uso dos canais tradicionais de comunicação, teatro, dança, jogos, etc. Para a
transmissão de mensagens de educação em saúde reprodutiva.

3.2.2.2.1. Actividades
 Realizar estudos sócio-antropológicos e pesquisas operacionais para identificar as
necessidades e as mensagens mais apropriadas sobre SSR/DTS/HIV/SIDA de acordo com as
características socioculturais do grupo alvo;
 Desenvolver ou adaptar materiais de IEC em diferentes línguas locais e adaptados a região e
grupo alvo;
 Treinar profissionais dos médios em temas de SSR de modo a difundir mensagens correctas e
adequadas que produzam impacto sobre os atingidos.

3.2.2.3.Fortalecimento da capacidade técnica e formação


 Assegurar através de revisão curricular que programas de formação formal e contínua de
profissionais de saúde, incluindo a formação de médicos, incluam vertente sobre a saúde
dos adolescentes, de modo a harmonizar conteúdos e abordagens.
 Promover a formação continua de pessoal de diferentes sectores: Saúde, Educação,
Juventude, ONGs, associações juvenis, no sentido de sua coordenação Intersectorial e
conjugação das suas actividades em prol da saúde do adolescente.
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 Formação continua do pessoal de saúde e de todos os que trabalham com jovens em


matérias de comunicação interpessoal com o adolescente de modo a assegurar que as suas
atitudes não restrinjam o acesso dos adolescentes aos serviços e a informação, sobretudo
em matéria de saúde reprodutiva e sexualidade.
 Capacitar adolescentes para actuarem como promotores de saúde em escoas, instituições
sociais, comunidade, na perspectiva de que estes promovam mudanças de actividades e de
comportamentos em seus pares que os ajudem a fazer escolhas mais saudáveis e exercerem
melhor controlo sobre a saúde e o meio.
 Formar professores, educadores e aconselhadores em temas de saúde sexual e reprodutiva
do adolescente de modo a que possam ser capazes de agir correctamente e de forma
coerente face as dúvidas e manifestações dos adolescentes e jovens, relativas a sexualidade.
 Eliminar todo tipo de barreiras que limitam o acesso das adolescentes grávidas a educação
formal;
 Reforçar o papel da escola na formação integral do indivíduo sabendo que este e um espaço
de longa permanência diária do indivíduo nas idades mais influenciáveis mas também mais
vulneráveis de suas vidas.

3.2.2.3.1. Actividades
 Rever, produzir, adaptar e difundir materiais de treino em SSRAJ a ser utilizados em
diferentes formações (provedores de serviço, conselheiros, activistas)
 Produzir e difundir as linhas orientadoras e currículos de treino em SSRAJ de modo a
uniformizar conteúdo e abordagem
 Identificar necessidades e avaliar regularmente as formações em SSRAJ
 Estabelecer critério para selecção de adolescentes a serem formados como conselheiros e
educadores de pais.
 Identificar necessidades e formar como formadores pais e educadores em temas de SSRAJ
Criar grupo de formadores em saúde SSRAJ que possam garantir qualidade de formações
realizadas a todos os níveis.
 Monitorizar e avaliar a qualidade e número das formações realizadas em SSRAJ

3.2.2.4.Provisão de serviços e aumento de sua utilização


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 Reorientar os serviços de saúde a todos os níveis para maior enfoque na satisfação das
necessidades dos adolescentes e jovens.
 Aumentar o acesso dos adolescentes e jovens a serviços de saúde específicos adequados as
suas necessidades através da expansão de serviços.
 Orientar as Direcções de Saúde, profissionais, parceiros e outros interessados na abertura
dos “serviços amigos dos adolescentes” e estabelecer critérios, equipamentos mínimo
padrão e pacote mínimo de actividades que devem ser fornecidos num serviço para ser
considerado amigo do adolescente: localização - horário adequado - privacidade e
confidencialidade - ambiente acolhedor - pessoal treinado e amigo - disponibilidade de
material de IEC adequado - disponibilidade de equipamento de escritório e material
médico-cirúrgico
 Assegurar a distribuição equitativa de serviços amigos dos adolescentes tanto nas cidades
como no meio rural, privilegiando também os grupos mais carenciados e de maior risco
bem como as comunidades mais desfavorecidas.
 Capacitar as instituições de saúde no sentido de melhor identificarem e optimizar os
recursos existentes incluindo os humanos para a implementação de intervenções em prol
do adolescente utilizando os poucos recursos disponíveis.

3.2.2.4.1. Actividades:
 Facilitar o acesso dos adolescentes os métodos de contracepção, - Por a disposição das
adolescentes serviços de aconselhamento pré e pós aborto que respondam as necessidades
especificas e as características do grupo de modo a evitar o recurso frequente ao aborto
como solução de gravidez indesejada ou método de planeamento.
 Estabelecer um sistema de Referencia para serviços especializados de atendimento para
casos de aborto com pessoal qualificado e autorizado.
 Fortalecer através de mensagens adequadas a capacidade individual do adolescente para
recusa de comportamentos de risco.
 Aumentar o acesso dos adolescentes e jovens a tratamento de DTS de qualidade estudando
e adoptando alternativas locais para prática de preços mais subsidiados dos referidos
medicamentos nas unidades sanitárias.
 Oferecer aos adolescentes rapazes serviços adequados de tratamento e de aconselhamento.
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3.2.2.5.Envolvimento dos jovens e melhoria de suas habilidades para a vida


 Incentivar e assegurar a participação dos adolescentes nos seus próprios programas,
através do seu pleno envolvimento nos processos de elaboração de políticas, tomada de
decisão, desenho e implementação dos programas a eles destinados.

3.2.2.5.1. Actividades
 Proporcionar assistência adequada, material, financeira e logística as organizações juvenis
com vista a reforçar o seu poder de decisão e participação na satisfação das suas próprias
necessidades.
 Estimular a promoção das capacidades individuais dos adolescentes que os ajudem a
construir uma consciência clara da importância da tomada de decisão e recusa de
comportamento não desejado e os recursos de apoio disponíveis quando necessário.
 Dar importância ao papel e responsabilidade do adolescente pela sua própria saúde e
comportamento sexual através de serviços e mecanismos de aconselhamento apropriado.
 Formar o maior numero de educadores de pares através das ONGs, grupos religiosos,
organizações juvenis que atingirão com as suas mensagens diferentes tipos de adolescentes
nos locais onde eles mais se concentram dentro e fora da escola.

3.2.2.6.Recolha de dados e Investigação


 Estimular a realização de pesquisa operacional regular sobre questões com impacto na
saúde do adolescente.
 Identificar, reconhecer e encorajar as praticas tradicionais benéficas a educação dos
adolescentes com o objectivo de preservar o valor da educação tradicional e apoiar a
investigação orientada nesse sentido.
 Identificar barreiras ao acesso dos adolescentes a informação e serviços (sociais-culturais,
leis, atitudes dos provedores, etc.)
 Disseminar informação sobre saúde do adolescente baseada em dados obtidos através de
pesquisas científicas.
3.2.2.6.1. Actividades
 Identificar áreas prioritárias de pesquisa em SSRAJ
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 Estimular e apoiar grupos, ONG’s e instituições interessadas na realização de pesquisas


operacionais e socioculturais em saúde do adolescente
 Disseminar resultados de pesquisa realizada na área de saúde do adolescente
 Criar base de dados e difundir informação sobre saúde do adolescente

3.2.2.7.Monitorização e Avaliação
 Incorporar a avaliação como prática regular dos implementadores dos programas e
provedores de serviço, visando aumentar o acesso bem como melhorar a qualidade dos
serviços prestados.
 Estimular a monitorização e avaliação regular dos programas relacionados com a saúde do
adolescente e que os resultados sejam usados na melhoria e reorientação dos programas.

3.2.2.7.1. Actividades
 Identificar e introduzir no SIS indicadores simples e válidos de monitorização do processo
e dos resultados das acções desenvolvidas
 Criar mecanismos para que haja recolha sistemática de estatísticas desagregadas por sexo
e idade relativas a saúde dos adolescentes e que incluam variáveis pertinentes. Assegurando
também que as mesmas sejam usadas e analisadas para a resolução de problemas
específicos dos adolescentes.
 Criar indicadores que permitam a correcta avaliação dos programas e intervenções relativas
aos adolescentes.
 Criar com base nas informações recolhidas e a todos os níveis: Nacional, Provincial,
Distrital e Local, bases de dados sobre saúde do adolescente.

3.3. Principais Desafios de Saúde Reprodutiva dos adolescentes em Moçambique

O mito de que o adolescente aparentemente é saudável, menos vulnerável a doenças do que


crianças e idosos, o pouco destaque aos problemas específicos desta faixa etária devida a outras
prioridades, relegam a saúde do adolescente para segundo plano. Alista-se em seguida os principais
factores desafiantes da saúde sexual e reprodutiva:

 Início precoce da actividade sexual entre adolescentes;


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 Início precoce da maternidade entre adolescentes;


 Altos índices de complicações de parto com consequente mortalidade materna;
 Elevados Índices de abortos e suas complicações;
 Alta prevalência de DTS/HIV/SIDA;
 Baixa prevalência contraceptiva, incluindo fraca utilização do preservativo apesar de eles
demonstrarem terem conhecimentos sobre como prevenir as DTS/HIV/SIDA e;
 Outros - Existem ainda outros problemas de saúde do adolescente cuja dimensão estatística
é menos conhecida de entre os quais: o uso de álcool e do tabaco, violência social incluindo
abuso sexual e violência doméstica, acidentes, problemas nutricionais, etc.

4. Conclusão

Constata-se que o contexto escolar é local ideal para que a educação em sexualidade aconteça,
abordando temáticas associadas com as vivências da sexualidade, com vitimização sexual que em
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Moçambique já ocupam espaço na mídia e alertam sobre situações como: exposição de corpos,
submissão física, abuso sexual, pedofilia, pornografia, prostituição, turismo sexual infantil/juvenil,
entre outras. Nessa ordem, há necessidade de formação de grupos que pode ser concretizada em
um espaço privilegiado para promoção da saúde e prevenção de agravos, essa estratégia coaduna-
se melhor com às necessidades dessa faixa etária, tais como fazer parte de um grupo, ser ouvido/a,
ser respeitado/a, sendo bem maior o impacto numérico que se pode alcançar, uma vez que esse e
essa adolescente se pode tornar multiplicador/a e difusor/a de ideias contribuindo para a formação
de uma rede de protecção social que garanta os direitos dessa população.
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5. Referências bibliográficas

BOCCATO, V. R. C. (2006). Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o


artigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. Univ. Cidade São Paulo, São
paulo.

BRANDAO.C.R, (1985). O que é educação, São Paulo, Brasil.

Documento Técnico: Programas da Juventude nos Países da SADC (2010): Saúde Sexual e
reprodutiva.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade (2003). Fundamentos de etodologia


Científica. São Paulo: Atlas.

PONTES, A.F. (2011). Sexualidade: Promoção do desenvolvimento psicossexual na


adolescência: implementação e avaliação de um programa de intervenção em meio escolar.
(Tese Doutorado). Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - ICBAS. Universidade do Porto.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. (2001) Política e Estratégia de Saúde Sexual reprodutiva de


Adolescentes. Departamento de Saúde da Comunidade, Repartição de Saúde Familiar, Saúde
Escolar e Adolescente . Versão Preliminar-Novembro.

UNESCO. (2014). Orientação técnica de educação em sexualidade tópicos e objectivos de


aprendizagem. UNESCO, 2014, 54p. 4

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