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Universidade Púnguè
Chimoio
2021
Glória Manuel Artur Meia
Docente: MscCasseneFombe
Universidade Púnguè
Chimoio
2021
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1. Introdução
A Filosofia da educacional pretende sobretudo levar àqueles que são responsáveis pela
orientação do processo educativo a descobrir o sentido radical desse processo, mediante a
compreensão radical daquilo que è, pois, essa compreensão abre o caminho para aquilo que
pode vir a ser. A Filosofia da Educação deseja levar a compreensão do processo educativo
como tal, para que a escolha de objectivos e meios seja mais coerente com as necessidades
fundamentais do homem. Ela não preconiza a aceitação automática de nenhuma imagem ideal
do homem, pois ela as interpreta e critica a todas, mostrando os pressupostos e as
consequências da sua aceitação.
No distinto trabalho vou abordar acerca da síntese dos conteúdos debatidos na sala de
aulas, na cadeira de filosofia educacional, de uma forma simples e directa. O trabalho esta
organizado em dois capítulos, onde no primeiro capítulo está a introdução, objectivo geral e
específicos e a sua metodologia, no segundo capítulo encontramos a fundamentação teórica, a
conclusão e as referências bibliográficas.
Os objectos do estudo da filosofia são vários, alguns são: a vida moral, o conhecimento, a
linguagem e mais. Por isso o fim último da filosofia é a procura da verdade pedagógica, razão
pela qual hoje ela ganhou um cunho interventivo diante dos projectos e políticas educativas.
Segundo Dermeval Saviani existe três exigências para a caracterização de uma reflexão
filosófica.
A primeira é a radicalidade, que tem a ver com a raiz do problema. Cada resposta é um
momento do questionamento filosófico, e um patamar de novas questões. Por exemplo: Ao se
perguntar se fica com a garota mais bonita ou com a que é boa companhia, você estende sua
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reflexão buscando seus fundamentos, buscando superar os limites, buscando as raízes de sua
forma de pensar e se pergunta: O que é, afinal das contas, beleza? O que é uma boa
companhia? O que é bom ou mal?
Tanto a Ciência quanto a filosofia estão obrigadas a demonstrar seus conceitos de forma clara,
lógica e sem contradições, portanto, se a filosofia estivesse comprometida com dados
empíricos não poderia investigar conceitos metafísicos como Deus, a alma humana ou mesmo
desconfiar da realidade- de onde a ciência tira as suas conclusões.
Para definir a educação, necessário se nos torna, apreciar os sistemas educativos existentes ou
que tenha existido, confronta-los deduzir as características que lhes são comuns. A reunião
destes caracteres constituirá as definições que procuraremos. Porém, etimologicamente, a
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A educação compreende tudo aquilo que fazemos por nos mesmos e tudo quanto os outros
fazem por nós, com o fim de nos aproximarmos a perfeição da nossa natureza. A luz do
pensamento de ALTHUSSER Apud PILETTI, (2005:118), a educação é’’um sistema, um
aparelho ideológico do sistema político”.
A educação seria, por conseguinte, a arte do desejo, a maneira mais fácil e mais eficaz de
fazer dar a volta a esse órgão, não a de fazer obter a visão, pois já a tem, meios para isso
(PLATÃO, S/a:518).
A Axiologia é uma área da filosofia que estuda os valores humanos e entre eles destacam-se a
Ética como valor Vital.
Em Esparta a educação estava voltada para a formação de guerreiros, sem interesse algum
pela literatura ou pelas artes; em Atenas, dava-se ênfase a uma visão mais universal da
cultura; os romanos, ocupados com a sua tarefa de expansão, valorizavam a educação do
patriota através do sistema escolar.
Mas, em outras palavras e segundo Osmon e Craver, o estudo da axiologia lida com a certeza
e o erro e ajuda-nos a criar um conjunto de valores consistentes, segundo os quais se deve
viver. A axiologia nos encoraja a examinar o que é bonito bem como a desenvolver uma
preocupação com o nosso ambiente quer social quer natural (Osmon e Craver, Idem).
Sofista significa educador. Não educação popular, mas formação de elites (educação dos
nobres), de chefes políticos. Para se ter esta instrução, pagava-se, por vezes, bastante caro.
Esses mestres eram itinerantes, circulavam de terra em terra, tinham acesso a várias formas
culturais, aos usos e costumes de diferentes povos e lugares. Desse contacto tiveram
oportunidade de comparar as diversas instituições políticas, éticas e religiosas. Constataram a
convenção humana, por acordo e pelo hábito, na cultura, costumes e leis; em consequência
dessa observação, acabaram difundindo a ideia de que tudo é relativo.
Platão (427 – 347 a.C.) foi filósofo grego, inicialmente discípulo de Sócrates. Sua doutrina
está fundamentada no mundo das ideias. É por isso que ele define a educação como sendo
uma actividade que cada indivíduo ia desenvolvendo para conquistar as ideias; um processo
individual de recordação dos conhecimentos (recordar aquilo que a alma tinha vivido no
mundo das ideias e esqueceu); daí que a educação é um esforço de fazer com que as almas se
recordem. É ajudar a alma a recordar os conhecimentos por ela esquecidos; é ajudar a sair da
escuridão para a claridade.
Platão sustenta no seu pensamento educacional que a educação passa pelo processo de
apropriação das ideias ou conteúdos, de modo que os educadores fecundem a alma do
educando.
3.1.3. Currículo
Platão dividiu a educação em três (3) partes a saber:
Primeira educação – devia-se ensinar a ginástica e a música; não passava de um
exercício corporal. Esta parte de educação tinha como objectivo central, harmonizar o
corpo e a alma. O que estava em causa aqui era o corpo e o espírito.
vale dizer, da opinião para a certeza. Essa função, segundo Platão, devia ser desempenhada só
pela classe dos filósofos, porque eles possuem virtudes: a sabedoria e a prudência.
Foi durante vinte anos aluno de Platão. «Não era ateniense, era natural da Macedónia, mas foi
para a academia quando Platão tinha 61 anos. O pai era um médico reconhecido – ou seja, um
cientista. Este pano de fundo já nos diz algo sobre o projecto filosófico de Aristóteles»
(Gaaeder, 2005: 98)
Falar da educação em Aristóteles é falar da sua ética. A natureza do homem e o seu fim é a
felicidade. Então deve-se educar o homem para a felicidade. Educar o homem para conquistar
a virtude. O bem resume-se em bem ser; que é o bem do intelecto.
Isocrates é pragmatista. E propõe que se eduque o homem na linguagem que tenha sentido. A
palavra é mais importante. Por isso, quando ele dirige os seus discursos, dirige a homens
concretos. O que é importante é perseguir o bem sensível num mundo real.
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Como é que podemos ensinar as virtudes pragmaticamente? Caro amigo, a resposta que
Isócrates nos dá para essa questão é que as virtudes não se ensinam, mas são uma
oportunidade de exercício.
Isócrates sistematizou a formação de turmas, ele tinha 6 a 9 alunos por turma. O seu ensino
durava 9 anos; tinha um carácter prático: seguir exemplo de alguns oradores e professores e
saber imitar esses mestres. O mestre tinha que estimular o que existe no aluno. A maior prova
de boa inteligência legítima a própria imagem do professor.
Educação infantil – de 0 aos 7 anos, deve ser feita em casa pelos pais, por isso estes
devem ser bem-educados para bem educarem as crianças. Foi por isso que ele ficou
conhecido como educador dos adultos.
De 8 aos 11 anos, as crianças deviam fazer jogos, isto é, a educação deve basear-se no
jogo, porque no jogo desenvolve-se a linguagem.
De 12 aos 14 anos, ensino de Ciências Sociais. As crianças deviam aprender coisas
ligadas à personalidade e ao carácter.
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Quintiliano destaca-se muito por ter recomendado uma educação moral do professor. O
professor devia-se olhar a si mesmo como um pai; o pai é severo, mas não é austero. O
professor deve ser aquele que controla as suas emoções para que elas não interfiram na sua
actividade profissional.
Comenius escreveu a didáctica considerada como o método pedagógico para ensinar com
rapidez, a economia de tempo e sem fadiga ao invés de ensinar palavras, sombra das coisas,
dizia comenio a escola deve ensinar conhecimento das coisas. Considerado o grande educador
pedagogo moderno um dos maiores reformadores sociais da sua época.
Foi o primeiro a propor um sistema articulado de ensino, reconhecendo o igual direito a todos
os Homens ao saber para ele a educação deveria ser permanente, isto é, acontecer durante toda
a vida humana. Afirmava que a educação do homem nunca termina porque nos estamos sendo
sempre homens, e portanto estamos nos formandos.
O ensino deveria ser unificado, isto é, todas escolas deveriam ser articulados. Segundo ele
seriam assim distribuídas:
Como mencionado, segundo Jean-Jacques, o percurso de vida do homem, para que seja
acompanhado da verdadeira condição humana, não deve fugir dos preceitos da natureza. E na
infância, Rousseau diz que, mais do que em qualquer outra etapa da vida, é necessário segui-
la. Primeiro observando-a e preservando-a, para depois, no tempo adequado, desenvolvê-la e
desdobrá-la em virtudes sociais. A infância é o sono da razão. E a fim de fundamentá-la o
autor propõe uma pedagogia compatível com a premissa de que na infância a razão está
dormindo. (ROUSSEAU, 1995).
Segundo Rousseau, nossa constituição racional, por guiar-se pelos ditames naturais,
acontece por meio de um desdobramento lento e moderado. A razão, para ele, é uma
faculdade humana que para atingir seu equilíbrio e seu pleno desenvolvimento precisa ser
estruturada em estágios. Caso esse caminho não seja respeitado acabamos por desfigurá-la.
(ROUSSEAU, 1995).
direito absoluto de toda criança ter plenamente desenvolvidos os poderes dados por Deus
(MAIA, 2012).
Froebel foi um educador que surgiu da prática e seus métodos de trabalho foi baseada
nela. Segundo Arce (2002) Froebel foi um dos pioneiros que se preocupou com a educação de
crianças com menos de 6 anos e em sua obra é relatada sempre a importância de um jardim-
de-infância, um kindergarten(alemão, kindsignifica criança e gartensignifica jardim).
Para Dewey, educação era acção (learning by doing). Desse modo, o aspecto
instrucional da educação ficava relegado a um segundo plano. Dewey imaginava o processo
educacional como algo contínuo, no qual, permanentemente, reconstruía-se a experiência
concreta, activa e produtiva de cada ser humano. Para ele, a escola não deveria preparar para a
vida, pois a escola deveria ser a própria vida. A educação tinha como finalidade propiciar à
criança condições para que resolvesse ela mesma os seus problemas, e não as tradicionais
ideias de formar a criança, de acordo com modelos prévios, ou mesmo orientá-la para um
porvir. (MONTESSORI, 2003).
Dewey afirmava que a criança era diferente do adulto não por “pensar mal” ou “errado”,
mas por pensar diferente. Porém, para ele não são os conceitos em si que devem ser postos
como importante para ela ou para o homem, em um mundo contingente, em mundo em
constante mudança com um futuro pouco previsível. O que seria necessário para a criança e
para o adulto seria o aprendizado de como lidar com a mudança constante. Assim, para
Dewey o aprendizado da resolução de problemas valia mais do que propriamente os
problemas em si e cada uma das soluções. (DEWEY,1952)
O sistema escolar para Ivan llich desempenha uma tríplice função que, em consonância
com o posicionamento da igreja ao longo da história, fora implementado em seu tempo
vigente: é, ao mesmo tempo, o repositório do mito da sociedade, a institucionalização das
contradições desse mito, e o lugar do rito que reproduz e envolve as disparidades entre mito e
realidade. Isto dito, o autor conclui que uma verdadeira reforma educacional deve ocorrer,
sendo propícia somente quando compreendido que nem a aprendizagem individual nem a
igualdade social podem ser incrementadas pelo rito escolar. (GRAMSCI, 1978).
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Para Gramsci (1978) Ivan Illich propõe abordagens que possibilitam aos estudantes
acessar recursos para traçar suas próprias metas:Reforçar uma sociedade inventiva e criadora,
que se relacione com a natureza (essência) das coisas e não por suas aparências
(industrializadas), disponibilizando artefactos e processos de reconhecido valor educativo
para que o jovem possa assumir sua responsabilidade na vida da comunidade;
Paulo Freire expressa que a escola deve ser um lugar de trabalho, de ensino, de
aprendizagem. Um lugar em que a convivência permita estar continuamente se superando,
porque a escola é o espaço privilegiado para pensar. Ele que sempre acreditou na capacidade
criadora dos homens e mulheres, e pensando assim é que apresenta a escola como instância da
sociedade. Paulo Freire diz que “não é a educação que forma a sociedade de uma determinada
maneira, senão que esta, tendo-se formado a si mesma de uma certa forma, estabelece a
educação que está de acordo com os valores que guiam essa sociedade. (FREIRE, 2007).
Segundo ele, é preciso que seja conferido ao homem o direito de dizer sua palavra, o
que significa sua iniciação quanto a compreender-se e aos demais, homens no mundo, e seu
papel no processo de transformação. Compreender que o homem é um ser histórico e,
portanto capaz de construir sua história participando activamente com os outros no mundo,
lembrando sempre que Paulo Freire se reporta ao mundo imediato dos sujeitos, isto é, o local
onde vivem, criam, produzem, sonham. (FREIRE, 2007).
Quando se fala de Método Paulo Freire, não se fala de uma mera técnica de
alfabetização, e sim, de um método coerente com o posicionamento teórico-filosófico do
autor. O que deve ser levado em conta, primeiramente, é que para a alfabetização é necessária
a conscientização. O diálogo é então a base do método de Freire. O diálogo é uma relação de
comunicação, de intercomunicação, que gera a crítica e a problematização, já que ambos os
parceiros podem perguntar: “por quê?” (BRANDÃO, 1981).
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Além de Platão existiu um outro grupo de idealista, representado por Kant, que
sustentava que havia níveis de verdade. Para ele, havia uma razão pura e uma razão prática.
Enquanto isso, Hegel acreditava que a verdade estava em desenvolvimento, passando das
ideias simples para as complexas. Embora as divergências sejam significativas, todos eles
acreditavam que os seres humanos são seres pensantes, podendo variar, sem com isso perder o
sentido. (OSMON E CRAVER: 1999,p. 42).
deveria forçar a criança para além das suas inclinações naturais. (OSMON e
CRAVER,1999,p. 83
Segundo Schneeberger (2009, p. 181) os iluministas defendiam com vigor que o homem
é produto do meio em que vive, da sociedade e da educação. Para os pensadores iluministas, a
razão era antes de tudo a razão científica, tal como na Física de Isaac Newton (1642-1727).
Em suma, pela razão os homens seriam capazes de explicar todos os mistérios do Universo e
resolver os problemas do mundo.
Para o pragmatismo, não devem existir métodos definidos e únicos na educação, aliás os
pragmatistas afirmam mesmo que não há uma única maneira de educar a criança; de
consequência, devemos conhecer vários elementos que possam ser usados, inclusive cenários
e situações de dentro da escola para a comunidade como um todo, em função de cada
ambiente circunstancial em que se propõe a educação. Os educadores pragmatistas defendem
que as necessidades e os interesses das crianças sejam atendidos, isso não significa deixar as
crianças fazerem o que quiserem (capricho) (OSMON & CRAVER, 2004, p.154).
Piaget afirma que quando uma criança interage com o mundo à sua volta, ela actua
(interna e externamente) e muda a realidade que vivencia. Para que isso ocorra, a criança deve
ter um esquema de acção. FOSSILE, 2010).
O existencialismo é o nome dado à corrente filosófica iniciada no séc. XIX pelo filósofo
dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Como o próprio nome diz, o conjunto de
doutrinas existencialistas tem foco na existência, isto é, na condição de existência humana
(GUIRALDELLI, 2002:178). Esta corrente baseia-se, mas na ideia de que existência precede
a essência humana como afirma o um dos grandes representantes desta teoria, o Sartre.
“Primeiramente vêm os indivíduos, depois, as ideias por ele criadas, que se tornam relevantes
quando atendem às necessidades do sujeito. Ou como falava Sartre, a existência precede a
essência. O homem é, portanto, responsável pela criação de conceitos bons, como: paz,
verdade, justiça e ruins, como: racismo, guerra, fome. Se ele é criador, deve ser responsável
pela sua criação tanta em forma de conceitos quanto de acções”. CARVALHO (2013:27).
Com esta afirmação citada pelo autor acima podemos dizer que o pensamento existencialista
defende, em primeiro lugar, que a existência vem antes da essência. Significa que não existe
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O existencialismo declara que o homem é livre e ele constrói sua existência. Ele é autêntico,
não deve ser aquilo que a sociedade deseja. A escola não pode ser modeladora de pessoas,
mas ajudar o indivíduo a desenvolver sua personalidade livre e criadora. (GUIRALDELLI,
2002:178).
O educador não pode impor princípios morais, mas levar o aluno fazer escolhas responsáveis.
Ele deve desenvolver no educando a coragem de ser ele próprio.
A importância da educação não reside no quanto os alunos podem aprender, mas na maneira
como aprendem e o que representa para eles. (GUIRALDELLI, 2002:179).
7.2.1. Fenomenologia
As primeiras raízes encontradas sobre fenomenologia datam o início do século XX, uma vez
que essa corrente surge como reacção ao positivismo científico do século XIX. Nesse, a
Psicologia conquistava grande prestígio, bem como era vista como um caminho para se
explicar não só a teoria do conhecimento, como também da lógica. Com isso, no início do
século seguinte, surge Edmund Husserl (1859-1958), que elabora o método fenomenológico,
com destaque em uma das maiores obras, tanto em extensão quanto em profundidade, que até
hoje se mantêm desafiadoras para muitos intérpretes. (ZILLES, 2007).
Diante dessa realidade, pode-se destacar que a fenomenologia, no final do século XIX, ganha
vida por meio dos estudos de Husserl e se torna uma corrente filosófica que, ainda, instiga
muitos estudos até os dias actuais. (OLIVEIRA e SILVA; LOPES; DINIZ, 2008). Poder-se-á
destacar que o ponto de partida da fenomenologia de Husserl é o estabelecimento da relação
entre sujeito e objecto. Ele apresenta uma grande novidade quanto a essa questão, visando
explicitar como se constitui o conhecimento. Essa é uma das problemáticas mais importantes
da filosofia. Mas, como se constitui na modernidade esta problemática? Parafraseando Silva
(2015), podemos dizer que há três vertentes: o Realismo, o Idealismo e a Filosofia de Kant
(HEIDEGGER, 2007, p. 67). Duas expressões, ainda podem ser alinhadas no entendimento do
termo: phainomenon (que mostra por si mesmo, o manifesto) e logos (discurso esclarecedor).
(SPÍNDOLA, 1997).
Sokolowski (2004, p. 22) define a fenomenologia também com a combinação dessas duas
palavras (phainomenon e logos), destacando que o significado é “dar conta, fornecendo um
logos de vários fenômenos, dos vários modos em que as coisas podem aparecer”. O termo
fenomenologia significa, portanto, estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência,
buscando explorá-lo. (OLIVEIRA E SILVA; LOPES; DINIZ, 2008).
Neste aspecto, a fenomenologia se torna uma ciência, pois não se basta em si só, transcende a
compreensão do que se pensa, fala, enfim, do que o fenômeno representa e no que ele está
vinculado. Compreende-se o fenômeno estudando os fenômenos que o cercam.
Na passagem do século XIX para o século XX, a filosofia passou por uma nova e profunda
remodelação, a chamada "virada linguística", sob a influência de Frege, Bertrand Russell e
Wittgenstein. A atividade filosófica passou a ser considerada basicamente como um método
lógico de análise do pensamento. Tal empreitada foi motivada pela hipótese de que
a lógica criada nessa época por Gottlob Frege, Bertrand Russell e outros poderia ter
consequências filosóficas gerais e ajudar na análise de conceitos e no esclarecimento das
ideias. Um dos mais claros exemplos dessa tendência é a análise de Russell de frases
contendo descrições definidas.
Houve várias correntes no início da filosofia analítica; dentre elas, o positivismo lógico, que
se distingue pela rejeição de toda e qualquer metafísica. Neste contexto, convém destacar
o Círculo de Viena, de corte neopositivista, fundado por Moritz Schlick e constituído
por filósofos e lógicos austríacos e alemães: Carnap, eventualmente Hans Reichenbach e, em
seus primeiros tempos, Wittgenstein. Suas teses foram proclamadas num
manifesto, Concepção científica do mundo (1929). Com o início da Segunda Guerra Mundial,
muitos dos principais componentes do Círculo de Viena tiveram que fugir para os Estados
Unidos, e da síntese de sua filosofia – o positivismo lógico – com a cultura americana nasceu
uma nova corrente filosófica, o chamado Pragmatismo - ou o "Pragmatismo moderno", uma
vez que, como corrente filosófica, o pragmatismo estava há mais tempo enraizado nos Estados
Unidos, e precisamente com esse nome, sobretudo nas obras de William James (1842-
1910), Charles Sanders Peirce (1839-1914) e John Dewey (1859-1952). Posteriormente, com
os autores ligados ao Círculo de Viena e demais positivistas lógicos, será vista como um
método de análise do significado das proposições da ciência; ou ainda, para autores
como Peter Strawson, será uma tentativa de se descrever alguns dos conceitos fundantes do
nosso esquema conceitual. Nascia assim a chamada filosofia da linguagem ordinária.
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Russell, entre outros, defendeu posições realistas. Já seu primeiro aluno e depois colega
Wittgenstein parece ter sido, ao menos por algum tempo, um anti-realista.
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7.2.3. Marxismo
A análise marxista tem sido aplicada a diversos temas e tem sido mal interpretada e
modificada durante o curso de seu desenvolvimento, resultando em numerosas e às vezes
contraditórias teorias que caem sob a rubrica de "marxismo" ou "análise marxista". O
marxismo baseia-se em um entendimento materialista do desenvolvimento da sociedade,
tendo como ponto de partida as atividades econômicas necessárias para satisfazer as
necessidades materiais da sociedade humana. A forma de organização econômica ou modo de
produção é compreendida como a origem, ou pelo menos uma influência direta, da maioria
dos outros fenômenos sociais - incluindo as relações sociais, sistemas políticos e
jurídicos, moralidade e ideologia. Assim, o sistema econômico e as relações sociais são
chamadas de infraestrutura e superestrutura. À medida que as forças
produtivas (principalmente a tecnologia) melhoraram, as formas existentes de organização
social tornam-se ineficientes e asfixiam o progresso. Estas ineficiências se manifestam como
contradições sociais na forma da luta de classes.
De acordo com a análise marxista, conflitos de classe dentro do capitalismo surgem devido à
intensificação das contradições entre uma produção mecanizada e altamente produtiva e a
socialização realizada pelo proletariado, além da propriedade privada e da apropriação do
produto excedente na forma de mais-valia (lucro) por uma pequena minoria de proprietários
privados chamados coletivamente de burguesia. Como a contradição torna-se aparente para o
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O capitalismo (de acordo com a teoria marxista) não pode mais sustentar os padrões de vida
da população, devido à necessidade de compensar a queda das taxas de lucro ao diminuir os
salários, reduzindo os benefícios sociais e perseguindo através da agressão militar. O sistema
socialista sucederia o capitalismo como forma de produção da humanidade através da
revolução dos trabalhadores. De acordo com o marxismo, especialmente decorrentes da teoria
da crise, o socialismo é uma necessidade histórica (mas não uma inevitabilidade).
Em uma sociedade socialista, a propriedade privada, na forma dos meios de produção, seria
substituída pela propriedade cooperativa. Uma economia socialista não basearia a produção
na criação de lucros privados, mas nos critérios de satisfação das necessidades humanas - ou
seja, a produção seria realizada diretamente para uso. Como Engels disse: "Então o modo de
apropriação capitalista em que o produto escraviza primeiro o produtor e, em seguida, o
apropriador, é substituído pelo modo de apropriação do produto que se baseia na natureza dos
meios de produção modernos; Por um lado, apropriação social direta, como meio para a
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manutenção e extensão da produção, por outro, apropriação individual direta, como meio de
subsistência e de prazer".
7.2.4.Caracteristicas do Marxianismo
"As Três Fontes e as Três partes Constitutivas do Marxismo"defende que os pontos de partida
do marxismo são:
por Engels e desenvolvido por Lenin e Trotski, é uma expressão inexistente na obra de Marx,
que, por sua vez, utilizara apenas o termos dialética e método dialético
Tal debate assume contornos caricaturais. É preciso considerar as realidades enfrentadas pelos
professores e, especialmente, suas experiências concretas, para que possamos achar um
equilíbrio metodológico no processo de ensino. Legiões de especialistas aconselham e
orientam os educadores a se portarem diante das novas realidades e das novasgerações
Reclamam da incompreensão geral que os professores demonstram com seus alunos. Criticam
a suposta acomodação e falta de atualização profissional e se lamentam por toda essa situação
desesperadora. Em particular, as metodologias e avaliações escolares consideradas
tradicionais, normativas e punitivas tem sido o alvo preferido das críticas dos intelectuais pós-
modernos.
AsideiasdeHortonseestenderamaosensinossecundáriosesuperior.Paraele,os africanos
deveriam ter a oportunidade de fazer os seus estudos secundários e universitários
naprópriaÁfricaenãoteremqueviajarparaaEuropaououtroscontinentesparacontinuaremos seus
estudos, como era prática em toda a África no seu tempo.
Os autores acrescentam dizendo que o currículo proposto por Blyden viria, por um lado,
a defender e revitalizar as culturas africanas e, por outro, a possibilitar o ensino de línguas
locais e integração de conteúdos locais.
maciço de carácter socialista, em apenas seis anos, o número de escolas no país se multiplicou
(COSTA, 2000).
Com sua visão e filosofia de carácter socialista, Nyerere prega que a busca pela
igualdade social deve ser o foco de seu pensamento pedagógico, que a formação do indivíduo
não carece de currículo e organização conteudista (como pensamento europeu), mas sim de
valores sociais que formam um cidadão dotado de três aspectos: uma mente inquietadora,
facilidade de aprendizado a partir de experiências passadas ou rejeição do mesmo em busca
de uma melhor adaptação às suas necessidades, e uma confiança de valores e sociais
igualitários de respeito ao próximo onde o que se faz deve ser considerado e não o que se tem.
Portanto, o papel específico da filosofia é análise global das ideias que incluem a acção
educativa. A filosofia de educação forçosamente segue a acção pedagógica devera reflectir e
ter suas raízes nos próprios problemas da educação. Ora, se educação é o processo pelo qual
se formam as disposições fundamentais do homem, emocionais, intelectuais para com a
natureza e para com os demais Homens, filosofia pode ser definida como a teoria geral da
educação. (BRANDÃO, 1986)
Posteriormente, esta reflexão será criticada no sentido que não vai pensar dogmaticamente o
que deve ser a educação a partir dos problemas que já existem na acção. Podemos assim dizer
que a filosofia de educação, descobre a educação na acção pedagógica. Alias, esta posição
simpática da filosofia é vulgar, visto que o filosofar tem sempre as suas raízes fora de si, está
sempre prestando profunda atenção á vida, ouvindo o que os outros dizem para melhor
penetrar a realidade dos factos.
Temos assim, hoje, muitas mais instituições do ensino superior a fazer formação,
pesquisa e extensão e procurando fazer diferença na vida das comunidades e da Nação
Moçambicana. Paralelamente, temos mais moçambicanos formados e engajados nesta luta
contra a pobreza. Uma vez que eles têm o potencial de transmitir aos outros os seus
conhecimentos, podemos concluir que muitos mais moçambicanos e instituições, públicas e
privadas, beneficiam da expansão do ensino superior em Moçambique.
Embora a escola seja palco dessas multiculturalidade ela vem encontrando várias
dificuldades em interagir suas práticas educativas mais comuns com a diversidade cultural
vivenciada pelos alunos, isso por que os conteúdos seleccionados e trabalhados pela escola
não tem nenhuma relação com o universo cultural ou com essa multiculturalidade vivenciada
pelos educandos, a cultura que os alunos conhecem são apenas os folclores ou seja a cultura
chamada tradicional, não se discute a cultura existe na sala de aula, apenas dá-se ênfase as
culturas distantes da realidade do aluno.
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A abordagem da educação sexual na sala de aula é fundamental, pois gera uma melhoria na
saúde sexual dos adolescentes. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),
seguindo a ideia do quanto é importante a interação dos alunos e professores, pode-se dizer
que: A escola, sendo capaz de incluir a discussão da sexualidade no seu projeto pedagógico,
estará se habilitando a interagir com os jovens a partir da linguagem e do foco de interesse
que marca essa etapa de suas vidas e que é tão importante para a construção de sua identidade.
(BRASIL, 1998, p. 296).
Falar sobre HIV/SIDA no ambiente escolar deveria ser um tema trabalhado com bastante
atenção e cuidado, porém muitas vezes ele é tratado apenas como um subtema, onde os
professores abordam de maneira superficial, apenas para cumprir com a programa da unidade.
Para falar sobre o tema é preciso bastante estudo, recursos e tempo, e por esse motivo
sexualidade poderia ser como uma disciplina específica, como relatado a seguir:
O preconceito e o discernimento são uns dos fatores que acabam gerando fragilidade a uma
pessoa portadora do HIV, o que acaba levando o afastamento dessa pessoa da sociedade,
devido as críticas recebidas. Tudo isso pode ser evitado e amenizado, uma vez que o ambiente
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A escola não tem o direito de saber o estatuto serológico para o HIV/SIDA de nenhuma
criança nem sequer o direito de perguntar. Se um pai ou um tutor legal da criança informou
sobre a condição de saúde da criança alguém da escola, essa pessoa não pode, legalmente,
partilhar essa informação com ninguém, nem com nenhum outro elemento da comunidade
escolar em circunstância alguma, sem o consentimento informado prévio.
A divulgação de que uma pessoa vive com a infecção do HIV/SIDA é crime punido por lei.
Quando pressionados pelos media e até mesmo pelos outros pais, os membros da comunidade
escolar, deverão remeter e apelar, sempre, para a lei da protecção e confidencialidade dos
dados. Deverão dizer algo do género: Mesmo que eu soubesse se alguém está infectado pelo
HIV/SIDA, não o poderia dizer" ou, então, Assumimos que qualquer pessoa possa viver com
o HIV/SIDA mas não estamos preocupados, pois adoptamos medidas de prevenção para
qualquer doença infecciosa.
Darcy Ribeiro (1972) converge na ideia de que embora a cultura seja um produto da acção
humana ela é regulada pelas instituições de modo que se lapida a ideia a ser manifestada
segundo os interesses ou valores de crenças de determinado grupo social, a cultura para Darcy
também é uma herança que se resume em um conjunto de saberes que são perpassados através
das gerações abertas a estes manifestados e experimentados pelo ancestral.
Quando se trata de cultura e educação, podemos dizer que são estes fenómenos
intrinsecamente ligados, a cultura e a educação, juntas tornam-se elementos socializadores,
capazes de modificar a forma de pensar dos educandos e dos educadores; quando adoptamos a
cultura como uma aliada no processo de ensino-aprendizagem estamos permitindo que cada
individuo que frequenta o ambiente escolar se sinta participante do processo educacional, pois
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ele nota que seu modo de ser e vestir não é mas visto como antiético ou imoral, mas sim uma
forma de este se socializar com os demais colegas, alguns autores defendem a ideia de a
educação não pode sobreviver sem a cultura e nem a cultura sem a educação. Ate porque a
escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. (CANDAU 2003, pag.160).
Portanto, as relações entre escola e cultura não podem ser concebidas como entre dois pólos
independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma teia tecida no cotidiano e
com fios e nós profundamente articulados. As escolas além de ser uma instituição
educacional, ela também é uma instituição cultural, onde dentro delas estão inseridos diversos
grupos sociais que não devem ser ignorados pelos educadores muito menos pela escola, mas
sim valorizados, através de discussões e feiras, para que as culturas não tradicionais possam
ser conhecido e reconhecidos quanto a suas ideologias e formas de ser. (CANDAU 2003,
pag.161).
Trindade (2003) apud Ferreira (2005, p.1) converge na posição de que a questão que se coloca
é a importância de se entender a relação cultura e educação. De um lado está à educação e do
outro a ideia de cultura como lugar, a fonte de que se nutre o processo educacional para
formar pessoas, para formar consciência. Para Trindade a cultura tem um importante papel no
processo de aprendizagem, pois é ela é que nutre todo processo educacional, na missão de
forma individuo crítico e conhecedor de sua origem cultural, daí a necessidade de se discutir
as culturas diversas na sala de aula.
Embora a escola seja palco dessas multi culturalidade ela vem encontrando várias
dificuldades em interagir suas práticas educativas mais comuns com a diversidade cultural
vivenciada pelos alunos, isso por que os conteúdos seleccionados e trabalhados pela escola
não tem nenhuma relação com o universo cultural ou com essa multiculturalidade vivenciada
pelos educandos, a cultura que os alunos conhecem são apenas os folclores ou seja a cultura
chamada tradicional, não se discute a cultura existe na sala de aula, apenas dá-se ênfase as
culturas distantes da realidade do aluno.
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10. Conclusão