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De 06/06/2018 a 08/06/2018

APLICAÇÃO DA APR (ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO) NO


GERENCIAMENTO DE UMA OBRA EM UMA PLATAFORMA
OFFSHORE

REIS, Marcone Freitas dos1*, SANTOS, Mariana da Silva2, SANTOS, Marcos dos3, LIMA,
Angélica Rodrigues de1

1
SENAI CETIQT, Curso de Engenharia de Produção, Campus Riachuelo, Rua Magalhães
Castro, 174, Riachuelo, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
2
UFRJ, Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil, Escola Politécnica da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
3
UFF, Curso de Engenharia de Produção, Campus Praia Vermelha, Niterói-RJ, Brasil
*Autor Correspondente: marconefreis11@gmail.com

RESUMO
O gerenciamento de risco apresenta uma importância cada vez maior no cenário mundial e a
fim de garantir a qualidade de seus projetos, as companhias vêm empregando seus conceitos,
métodos e diretrizes. O presente estudo tem por escopo, a apresentação de conceitos
fundamentais de risco e seus modos de classificação, explicitando as formas mais utilizadas
no processo de identificação e análise do mesmo e as mais variadas formas de realizar seu
tratamento sob a ótica do gerenciamento de projetos. Neste contexto, serão abordadas
questões relativas aos riscos que apresentam uma obra em uma plataforma offshore, mais
especificamente em seu refeitório. A ferramenta aplicada neste trabalho foi a APR (Análise
Preliminar de Riscos), que foi desenvolvida a partir de três hipóteses, não realizar nenhuma
intervenção, reparar o piso existente e trocar o piso existente por piso cerâmico. Após
aplicação da ferramenta, chegou-se a conclusão que a hipótese de trocar o piso existente por
piso cerâmico é a mais conveniente para este caso.

Palavras chave: Gerenciamento de Riscos. Análise Preliminar de Riscos. Riscos Offshore.

APPLICATION OF THE APR (PRELIMINARY RISK ANALYSIS) NO


MANAGEMENT OF A WORK ON AN OFFSHORE PLATFORM

ABSTRACT
Risk management is increasingly important in the world scenario and in order to guarantee the
quality of its projects, companies have been using their concepts, methods and guidelines. The
present study has as its scope the presentation of fundamental risk concepts and their
classification modes, explaining the most used forms in the process of identification and

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analysis of the same and the most varied ways to carry out their treatment from a project
management perspective. In this context, issues related to the risks presented by a work on an
offshore platform will be addressed, more specifically in its refectory. The tool applied in this
work was the APR (Preliminary Risk Analysis), which was developed from three hypotheses,
not to perform any intervention, to repair the existing floor and to change the existing floor by
ceramic floor. After applying the tool, it was concluded that the hypothesis of changing the
existing floor by ceramic floor is the most convenient for this case.

Keywords: Risk management. Preliminary Risk Analysis. Offshore Risks

1 INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil agrega um conjunto de atividades com grande
importância para o desenvolvimento econômico e social, influindo diretamente na qualidade
de vida da população e na evolução da infraestrutura econômica do país. Este setor apresenta
forte relacionamento com outros setores industriais, na medida em que demanda vários
insumos em seu processo produtivo, e é intenso em trabalho, absorvendo uma parcela
significativa da mão de obra com menor qualificação. (FILHA et al., 2010)
Entretanto, a área da construção civil é bastante distinta das outras indústrias devido às
suas particularidades, o que a tornam uma área muito sujeita ao risco. (FORTUNATO, 2013)
Diante de tal cenário, de forma a garantir uma maior segurança aos acionistas e
investidores, a indústria da construção iniciou a busca pela gestão de risco dos seus processos,
fornecendo assim informações mais qualificadas sobre os riscos que estes estão assumindo,
bem como apresentando aos mesmos, medidas contingenciais como mecanismos de resposta a
tais riscos.
No Brasil, em geral, o nível de maturidade das empresas de construção, no que diz
respeito ao gerenciamento de riscos construtivos, ainda é muito pequeno. De acordo com
Almeida e Mota (2008), nestas empresas, a descrença quanto a tentar gerenciar algo que é
desconhecido e incerto leva os gestores a tratarem o gerenciamento de riscos como algo
oneroso e desnecessário. Na área da construção civil apenas a segurança e saúde do
trabalhador se desenvolveu no tocante ao gerenciamento de riscos.
Haja vista a necessidade de um maior controle e de um gerenciamento cada vez mais
detalhado frente ao cenário mundial, neste trabalho será avaliado o cotidiano dos
empreendimentos, sobretudo os do ramo da construção civil sob a ótica do gerenciamento de
riscos.

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Segundo Diniz (2005) os acidentes são causados pelos atos inseguros ou pelas
condições inadequadas.
Esse trabalho consiste na identificação e avaliação dos riscos existentes em uma obra
de troca de piso de um refeitório em uma plataforma offshore, a partir da Análise Preliminar
de Riscos (APR), identificando os riscos existentes e as correspondentes medidas necessárias
para a eliminação dos riscos ou sua minimização.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 GERENCIAMENTO DE RISCOS


De acordo com Ruppenthal (2013), a gerência de riscos pode ser definida como uma
metodologia que visa aumentar a confiabilidade de uma organização no que diz respeito a
fatores relacionados a prever, priorizar e superar obstáculos para conseguir alcançar suas
metas. Dessa forma, a gestão de riscos além de atuar na proteção dos recursos humanos,
materiais e financeiros da empresa, atenta-se, também, nas consequências de eventos e
situações adversas que possam comprometer sua rentabilidade.
De acordo com a ABNT NBR ISO 31000:2009, uma estrutura de gestão de riscos
compreende uma série de componentes que fornecem os fundamentos e os arranjos
organizacionais para a concepção, implementação, monitoramento, análise crítica e melhoria
contínua da gestão de riscos de uma organização.

2.2 IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS


Para Nascimento (2003), a identificação dos riscos deve ser feita tanto na fase de
iniciação do projeto como durante o planejamento. Na fase de identificação, o foco é voltado
para enumerar os riscos, relacionar suas causas e os efeitos para o projeto, e segundo
Coutinho (2010), as técnicas mais utilizadas são:
Revisões da documentação, técnicas de obtenção de informações (sessões de
brainstorming, técnica Delphi, entrevistas, identificação da causa-raiz e matriz SWOT),
checklists, análise de hipóteses, além de técnicas de diagramação (diagramas de causa e
efeito, fluxogramas de sistemas e diagramas de influência).

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2.3 ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCOS


De acordo com o PMI (2013), a análise qualitativa é definida como: “processo de
priorização dos riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e combinação de
sua probabilidade de ocorrência e impacto”, sendo assim, entende-se que o método é baseado
em análises subjetivas sem registros numéricos associados.
Na Figura 1 a seguir, apresenta uma matriz de definição de impacto classificado por
área (custo, prazo e escopo) e com uma graduação que varia de 1 a 5, sendo 1 o impacto
extremo e 5 impactos irrelevante.

Figura 1: Matriz de definição de impacto

Fonte: Universo Projeto (2013)

Uma ferramenta bastante utilizada na análise qualitativa é a matriz de probabilidade x


impacto, que é formada por dois eixos, o de probabilidade de ocorrência do risco e o de
impacto do mesmo no projeto, como pode ser visto na Figura 2 a seguir.

Figura 2: Matriz Probabilidade X Impacto

Fonte: Universo Projeto (2013)

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2.4 ANÁLISE QUANTITATIVA DE RISCOS


Segundo o PMI (2013), a análise quantitativa é definida como: “processo de analisar
numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos gerais do projeto” e de acordo
com Queiroz (2013) o método envolve processos de quantificação intrínsecos aos riscos e a
análise da probabilidade de ocorrência.
De acordo com o PMI (2013), a utilização da análise quantitativa deve possibilitar:
• Determinar a probabilidade de atingir um objetivo específico do projeto;
• Quantificar a exposição do projeto a riscos e determinar a quantidade
necessária de reservas de contingência de custos e de cronograma;
• Identificar riscos que requerem mais atenção através da quantificação de sua
contribuição relativa aos riscos do projeto;
• Identificar metas realistas e alcançáveis de custo, cronograma e escopo.

2.5 PLANO DE RESPOSTA AOS RISCOS


Segundo PMI (2013) o plano de resposta aos riscos é o processo necessário para a
determinação de opções e ações para ampliar as oportunidades e reduzir as ameaças que
podem interferir no alcance dos objetivos do projeto.
O PMI (2013) utiliza como estratégia para riscos negativos a prevenção, a
transferência e a mitigação. Enquanto a prevenção envolve mudanças no plano de
gerenciamento do projeto, a mitigação requer a redução da probabilidade e/ou impacto de um
evento de risco adverso até um limite aceitável.
Para os riscos positivos ou oportunidades o PMI (2013) também discorre de três
respostas possíveis: explorar, compartilhar ou melhorar. A exploração tenta eliminar a
incerteza fazendo com que a oportunidade definitivamente aconteça. O compartilhamento
envolve a atribuição da propriedade a terceiros. O melhoramento tem como objetivo
modificar o tamanho de uma oportunidade.
Ainda conforme o PMI (2013), como estratégia de resposta as ameaças e
oportunidades está a aceitação. Esta é uma estratégia adotada porque dificilmente é possível
eliminar todos os riscos do projeto.

2.6 MONITORAMENTO E ANÁLISE CRÍTICA


Segundo o PMI (2013), o monitoramento de riscos é o processo necessário para

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acompanhar os riscos identificados, controlar os riscos residuais e identificar o surgimento de


novos riscos. Para Nascimento (2003), a implantação do plano de gerenciamento de risco,
deve ser efetiva e constantemente monitorada, juntamente com o controle do plano do projeto
para evitar a perda do domínio sobre os riscos.
Na Figura 3 são apresentadas possíveis fontes de informação, ferramentas e técnicas
que podem ser utilizadas e as ações relacionadas ao processo de monitoramento de riscos.

Figura 3: Fontes de informação para a Monitoração e Controle do Risco

Fonte: Adaptado de PMI (2004)

2.7 GERENCIAMENTO DE RISCOS EM PROJETOS OFFSHORE


De acordo com Diniz et al. (2006) a estrutura geral de uma avaliação de riscos em
instalações offshore é semelhante a avaliação de riscos realizada em qualquer outro tipo de
instalação. Os passos necessários passam pela identificação de possíveis riscos, pelo cálculo
de suas freqüências e conseqüências associadas, e, finalmente, pela avaliação dos indicadores
de risco.
Para Muniz (2011), o trabalho em plataformas offshore pode ser caracterizado como
contínuo, complexo, coletivo e perigoso, segundo ele é continuo uma vez que as atividades
nas plataformas de produção não param, complexo, pois as diversas partes do sistema
tecnológico se encontram integradas conferindo uma certa imprevisibilidade e ampliando as
chances de situações adversas em cadeia, coletivo pois o funcionamento da unidade só é
possível com o trabalho em equipe e perigoso por estar ligado a exploração ou processamento

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de hidrocarbonetos, compostos químicos e a operação de máquinas e equipamentos que


podem causar acidentes com potencial para gerar lesões sérias ou até mesmo óbitos.

3 METODOLOGIA
As pesquisas aplicadas são voltadas para à aquisição de conhecimentos com vistas à
aplicação numa situação específica. (GIL, 2010)
O presente estudo corresponde a uma pesquisa aplicada, pois utiliza conhecimentos de
segurança e saúde no trabalho para aplicação em uma atividade do setor de construção civil e
visa descrever a aplicação da análise de risco realizada.
Para a elaboração do trabalho, foi realizada uma revisão dos principais conceitos e
metodologias no gerenciamento de riscos. Foram utilizados meios diferentes de pesquisa, a
saber, a bibliográfica, em livros, teses, dissertações, revistas e publicações sobre o tema; a
documental realizada em relatórios internos da empresa, manuais e práticas gerenciais.

4 ESTUDO DE CASO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

A plataforma alvo deste estudo é do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and
Offloading), ou seja, trata-se de uma unidade flutuante de produção, armazenagem e
transferência de óleo e gás. Com capacidade de acomodar em média mais de 100 pessoas a
bordo, as plataformas do tipo FPSO são compostas basicamente por guindaste, planta de
processo, casario, casco, baleeira e praça de máquinas, conforme ilustra a Figura 4 a seguir.

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Figura 4: Planta baixa FPSO

Fonte: ONIP (2012)

O estudo em questão se dá no refeitório da unidade em análise conforme apresentado


na Figura 5 a seguir. Está situado no primeiro piso do módulo de acomodação, o refeitório é
um salão que contém mesas, cadeiras, rampa de fornecimento das refeições, balcão com frutas
e doces, geladeira com leite e derivados, máquina de refrigerantes, cuba com sucos, cafeteira
e máquina de gelo. (MARTINS, 2006)

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Figura 5: Refeitório de um FPSO

Fonte: Autores (2018)

4.2 CRITÉRIOS TÉCNICOS E NORMATIVOS PARA AVALIAÇÃO


Na inspeção realizada no refeitório do FPSO analisado, foram considerados aspectos
normativos relacionados ao gerenciamento de riscos e marinha, bem como aspectos relativos
a conforto e segurança dos colaboradores que por lá transitam.
Para o gerenciamento de riscos utilizou-se normas e diretriz pertinentes ao tema, que
embora não sejam especificas para o setor foram utilizadas por se encaixarem em todo o tipo
de indústria, como a ISO 31000:2009 que aponta princípios e diretrizes para o correto
gerenciamento de riscos e a ISO 31010 que trata de ferramentas para análise de riscos.
Identificaram-se assim os riscos preliminares, para posterior aplicação das técnicas de análise
de risco. Com relação a autoridade marítima, observou-se a NORMAM 01, que estabelece
que a inspeção da Capitania dos Portos verifique o estado de conservação dos pisos.
A Norma Regulamentadora 8, estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser
observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem, e em
seu item 8.3 sobre a circulação, determina:

“8.3.1. Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.

8.3.3. Os pisos, as escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para


suportar as cargas móveis e fixas, para as quais a edificação se destina.

8.3.5. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, onde
houver perigo de escorregamento, serão empregados materiais ou processos antiderrapantes”.
(BRASIL,2011, p.1)

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Analisando os requisitos das diferentes normas pode-se observar certa similaridade


entre os mesmos temas básicos no que se refere a refeitório de plataformas de petróleo, como
por exemplo, as Normas Regulados: NR-30 em seu anexo II e a NR-38, ambas discorrem
sobre as condições e requisitos que os refeitórios devem apresentar.

4.3 DIAGNÓSTICOS E DISCUSSÕES


4.3.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Em visita técnica realizada no refeitório da plataforma em questão, foram constatadas
as seguintes irregularidades no piso e no contra piso, a saber:
Foram encontrados áreas do refeitório sem as placas de revestimento do piso,
conforme pode ser observado na Figura 6 a seguir.

Figuras 6: Descolamento do piso

Fonte: Autores (2018)

Foram encontrados áreas do refeitório com bolhas e ondulações comprometendo assim


o conforto e a segurança dos funcionários que por ali transitam conforme pode ser observado
na Figura 7 a seguir.

Figura 7: Bolhas e ondulações no piso

Fonte: Autores (2018)

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O contra piso existente apresentando esfarelamento e mossa, contribuído ainda mais


para o descolamento do piso, conforme apresentado na Figura 8 a seguir.

Figura 8: Esfarelamento do piso

Fonte: Autores (2018)

A utilização de adesivo a base de neoprene para fixação do piso de borracha ao invés


da fita adesiva recomendada pelo fabricante, conforme apresentado na Figura 9 a seguir. O
adesivo foi aplicado com desempenadeira com dentes muito espaçados, o que contribui ainda
mais com o descolamento do piso devido ao pouco adesivo no verso da manta de borracha;

Figura 9: Contrapiso aplicado de forma incorreta

Fonte: Autores (2018)

O contrapiso existente, composto de concreto de vermiculita não suporta o peso do


mobiliário fazendo com que haja o descolamento do piso;
Utilização de desengraxante com enceradeira e disco excessivamente abrasivo sobre o
piso de borracha para remoção da sujeira, o que ocasionou o desprendimento do piso.
Conforme a recomendação do fabricante o disco a ser utilizado na enceradeira deve ser o de
baixa abrasividade.

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4.3.2 APLICAÇÃO DA APR


A análise acerca das providencias a serem tomadas para reparação das adversidades
ilustradas passaram por avaliação criteriosa pontuando-se os riscos aos quais cada possível
solução seria submetida e assim foram desenvolvidas APR`s para cada uma delas.
Foram analisadas três hipóteses para o devido tratamento do problema encontrado,
sendo:
• Não realizar nenhuma intervenção;
• Reparar o piso existente;
• Trocar o tipo de piso existente por piso cerâmico.

4.3.2.1 APLICAÇÃO DA APR – PROPOSTA 1


Esta proposta consiste em não realizar nenhuma intervenção no piso do refeitório, e a
Figura 10 a seguir, apresenta a aplicação da APR para essa proposta 1.

Figura 10: Aplicação da APR – Proposta 1

Fonte: Autores (2018)

Nos resultados encontrados após aplicação da APR, para a proposta 1, identificou-se


risco classificado como menor (categoria 2), para o perigo de queda de alimentos durante o
transporte dos mesmos pelo refeitório, risco classificado como sério (categoria 4), para o
perigo ligado a contaminação de alimentos. Identificou-se também risco crítico (categoria 5),
para o perigo relacionado a queda do colaborador durante deslocamento no refeitório. Dessa
forma, face aos riscos à saúde e de acidentes recomenda-se o descarte desta alternativa. Além
disso, esta posição está amparada no atendimento às exigências legais, como a NR-8 e a

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NORMAM 01.
4.3.2.2 APLICAÇÃO DA APR – PROPOSTA 2
Esta proposta consiste em realizar reparo no piso do refeitório, e a Figura 11 a seguir,
apresenta a aplicação da APR para essa proposta 2.

Figura 11: Aplicação da APR – Proposta 2

Fonte: Autores (2018)

Da aplicação da APR, na proposta 2 , identificaram-se riscos classificados como


desprezíveis (categoria 1), para os perigos relativos a interdição completa do refeitório,
dificuldade de aprovação financeira para compra do piso de borracha e também para o perigo
de o piso especificado sair de linha. Identificou-se também risco classificado como menor
(categoria 2), para o perigo relacionado a má realização do serviço. De forma geral os riscos
identificados não demonstram severidade significativa de forma a se descartar de pronto esta
proposta.

4.3.2.3 APLICAÇÃO DA APR – PROPOSTA 3


Esta proposta consiste em realizar a substituição do piso existente do refeitório por piso
cerâmico, e a Figura 12 a seguir, apresenta a aplicação da APR para essa proposta 3.

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Figura 12: Aplicação da APR – Proposta 3

Fonte: Autores (2018)

Na APR elaborada para a proposta 3, identificaram-se riscos classificados como


desprezível (categoria 1) e moderado (categoria 3). O risco de categoria 1 está ligado ao
perigo do atraso na etapa de licitação enquanto que o risco de categoria 3 é um risco positivo
e está relacionado com a facilidade e maior eficácia na limpeza e desinfecção dos pisos
quando da utilização do piso cerâmico.

5 CONCLUSÃO
É incontestável o número de benefícios que a adoção das técnicas de gerenciamento de
riscos traz não só para a construção civil, como para outros ramos de desenvolvimento em
suas mais diversas áreas. A aplicação de um sistema de gestão de riscos promove ações como
identificação, análise, avaliação, tratamento e monitoramento de riscos em todos os estágios
do ciclo de vida das instalações.
O presente estudo elaborou uma abordagem dos principais perigos existentes em três
propostas de solução para irregularidades apresentadas em um refeitório de uma plataforma
de petróleo do tipo FPSO. As hipóteses avaliadas foram: não realizar nenhuma intervenção,
reparar o piso existente e trocar o piso existente por piso cerâmico.
Após as análises feitas, a proposta 1 de não realizar nenhuma intervenção, por
apresentar elevados riscos de acidentes e à saúde dos funcionários, fica descartada. Nas outras
propostas analisadas, constatou-se que o piso de borracha além de envolver um custo mais
elevado, requer uma mão de obra especializada para a aplicação e uma manutenção específica
em observância aos requisitos técnicos conforme sugerido pelo fabricante em contrapartida, a
proposta 3 de aplicação do piso cerâmico, além de apresentar uma redução significativa nos
custos, não demanda uma instalação com grande especialização e possibilita uma manutenção

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mais simples e eficiente. Assim, de acordo com a metodologia aplicada neste trabalho
conclui-se que a proposta 3, que é a substituição do piso existente no refeitório por piso
cerâmico é a mais indicada.

REFERÊNCIAS

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