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Robson Morelli
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Esportes / Futebol

Palmeiras precisa aceitar suas


derrotas e cartolas e técnicos devem
ter mais ações e menos mimimi
Reclamar de arbitragem é 'chover no molhado' durante toda a temporada no futebol brasileiro,
como disse Abel Ferreira do pênalti dado para o São Paulo no Morumbi

Robson Morelli, O Estado de S.Paulo


31 de março de 2022 | 10h42

O Palmeiras precisa admitir suas derrotas. Jogou mal contra o São Paulo no Morumbi e isso, por si
só, explica o resultado negativo por 3 a 1 na decisão do Paulistão. Problemas de arbitragem,
como o pênalti que só é pênalti no futebol brasileiro, não podem justificar uma apresentação fraca e
ruim diante de um rival inflamado por sua torcida (60 mil no estádio) e bem postado, com  mais
vontade e vibração e que viu nos 90 minutos oportunidades de fazer seus gols.

O São Paulo nunca desistiu do jogo, como o Palmeiras já fez em partidas passadas, abrindo mão do
ataque para "descansar" seus jogadores em campo. Por isso é preciso respeitar o time de Rogério Ceni.
Certamente o segundo jogo será diferente, com o Palmeiras mandando e tentando de todas as formas
fazer os gols que precisa. Nada está decidido, embora a vantagem do tricolor seja muito boa. O Allianz
Parque vai receber 30 mil torcedores porque parte do estádio estará fechado por causa de um show.

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A imagem de Abel Ferreira sentado no banco de reservas é bastante emblemática do que foi a partida.
Estava, como o seu time, de guardas baixas, entregue no campo e sem encontrar saídas. Dudu e
Raphael Veiga não foram os protagonistas que costumam ser, apesar de Veiga ter ajudado muito com
seu gol no fim. Ele foi melhor do que Dudu. Rony foi Rony. Estabanado e sem qualquer leitura de
posicionamento ou do que fazer com a bola. Ele é assim, e assim tem sido útil para o time. Desta vez,
não foi.

Na frieza dos gols, o primeiro do São Paulo foi de um pênalti no mínimo esquisito e o segundo de uma
bola desviada em chute de fora da área. Há, claro, méritos nas jogadas e nos arremates. O Palmeiras
teve chance de marcar, até antes dos donos da casa, diga-se, mas o time de Ceni foi envolvendo o
visitante e abrindo caminho para a vitória, bonita e importante, em direção ao bicampeonato estadual.
Jogou mais, correu mais, acreditou mais, vibrou mais.

Abel Ferreira apontou sua ira para o VAR. Fácil. Todos nós sabemos da fragilidade da arbitragem. Essa
turma não entende bem as regras ou o próprio futebol. Porque uma coisa não anda batendo com a
outra. Não foi uma mancha, como disse Abel, apenas desta primeira partida da decisão. Trata-se de um
problema desde que o VAR foi implementado no Brasil. Os caras são péssimos. Reclamar não adianta
mais. Todos reclamam. E todos têm razão. A patota do VAR gosta de aparecer. E de mostrar seus
patrocinadores. Porque eles não deveria aparecer. 

A choradeira tem de dar lugar às ações, ao trabalho, às escolhas das pessoas certas, ao treinamento
mais aprimorado, às mudanças, à união dos clubes, dos jogadores e das entidades responsáveis.
Enquanto o futebol brasileiro não sair dessa mesmice de seus dirigentes, que aceitam tudo e só olham
para seus próprios umbigos, o futebol continuará manchado. Isso vem de anos.

Aceitar as derrotas nos 90 minutos é muito difícil para treinadores, atletas e dirigentes, mas eles fazem
isso todos os dias durante o ano quando se calam, quando concordam com o errado e duvidoso, quando
não reclamam das orientações absurdas, quando se ajoelham por interesses imediatos e menores. Abel
está chegando agora ao futebol brasileiro e se ele quiser ser, de fato, relevante, deveria começar
reunindo seus colegas de profissão em ações mais efetivas para a classe. Como? Não sei. Mas o primeiro
passo tem de ser dado. O resto é choradeira de perdedor. 

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