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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO MARANHÃO

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO


CAMPUS BARRA DO CORDA

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE STRESS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO


DE BARRA DO CORDA

LAUANA SOUSA DE CASTRO ARAUJO

BARRA DO CORDA- MA
2021
LAUANA SOUSA DE CASTRO ARAUJO

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE STRESS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO


DE BARRA DO CORDA

Trabalho de Conclusão de Cursos, apresentado


ao Curso de Bacharelado em Administração do
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do
Maranhão- IFMA, Campus Barra do Corda,
para obtenção do grau em Bacharel em
Administração.

Orientador (a): Lindemberg Costa Júnior

BARRA DO CORDA- MA
2021
LAUANA SOUSA DE CASTRO ARAUJO

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE STRESS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO


DE BARRA DO CORDA

Trabalho de Conclusão de Cursos, apresentado


ao Curso de Bacharelado em Administração do
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do
Maranhão- IFMA, Campus Barra do Corda,
para obtenção do grau em Bacharel em
Administração.

Aprovado(a) em:___/___/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________
Lindemberg Costa Júnior
(Orientador(a)
Título

________________________________________________
1º Avaliador(a)
Título

________________________________________________
2º Avaliador(a)
Título
UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE STRESS DOS PROFESSORES DO MUNICÍPIO
DE BARRA DO CORDA

LAUANA SOUSA DE CASTRO ARAUJO1

RESUMO
O estudo tem como objetivo pesquisar/analisar quais as variáveis influenciam o nível
de stress dos professores do município de Barra do Corda. Essa enfermidade tem provocado
muito danos aos colaboradores, principalmente aos docentes, considerando assim uma carreira
estressante. Foi utilizada a metodologia com abordagem quantitativa, com caráter descritivo e
de corte transversal, utilizou-se também o google forms como ferramenta para a coleta de dados.
O estudo mostra que independente da esfera onde se atua como docente, os mesmos sentem-se
estressados e por muitas vezes pressionados. Como variáveis que mais influenciam o stress dos
docentes, podemos citar: politicas indisciplinares inadequadas, comportamento
inadequado/indisciplina dos alunos, trabalho burocrático/administrativo, pressão de tempo e
excesso de trabalho, carreira docente e diferentes capacidades/motivações dos alunos. Em
média observou-se que uma das duas maiores médias causadoras de stress nos docentes são
capacidades/motivações e comportamentos/indisciplina dos alunos. Já nas escolas
estaduais/federais uma das maiores médias em relação as escolas municipais, foi também o
comportamento/indisciplina dos alunos, com isso, apesar das escolas municipais possuírem
medias similares aos das escolas estaduais/federais, os docentes do âmbito municipal se sentem
mais estressados.

Palavras-chave: Gestão Escolar, Docentes e Stress.

ABSTRACT
The study aims to research/analyze which variables influence the stress level of
teachers in the municipality of Barra do Corda. This disease has caused a lot of damage to
employees, especially professors, thus considering a stressful career. A quantitative
methodology was used, with a descriptive and cross-sectional character, Google forms was also
used as a tool for data collection. The study shows that regardless of the sphere where they
work as a teacher, they feel stressed and often pressured. As variables that most influence the
stress of teachers, we can mention: inadequate disciplinary policies, inappropriate
behavior/discipline of students, bureaucratic/administrative work, time pressure and overwork,
teaching career and different abilities/motivations of students. On average, it was observed that
one of the two highest averages causing stress in teachers are students' abilities/motivations and
behaviors/indiscipline. In state/federal schools, one of the highest averages in relation to
municipal schools was also the behavior/indiscipline of students, with this, although municipal
schools have an average similar to that of state/federal schools, teachers at the municipal level
feel more stressed.

Keywords: School Management, Teachers and Stress.

1
Aluno Concludente do Curso Bacharel e Administração – castrolauana@acad.ifma.edu.br
1. INTRODUÇÃO
As relações profissionais são vistas com base nos recursos humanos, prezando pelo
comportamento e colaboração mútua entre todas as pessoas envolvidas no processo de
aprendizagem (COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020). As pessoas são o principal elemento de
uma organização, e devem ser observadas tanto da dimensão instrumental quanto na dimensão
humana (VASCONCELOS; HENRIQUE et al. 2012).
Entretanto, tem se constatado que na prática profissional surgiram muito desgastes
pessoais, gerando assim stress profissional e descontentamentos nas organizações (REISA;
GOMES; SIMAES, 2020). Fatores como a pressão do ambiente organizacional pode estimular
o stress, conforme, mudando o grau de pessoa para pessoa, pois somos seres diferentes (PAIVA,
1999).
Desde o início das organizações, nota-se grandes mudanças nas diversas áreas ligadas
ao mundo do trabalho, onde os profissionais precisam adequar-se para essa nova perspectiva.
Vasconcelos et al. (2012) afirma que os colaboradores passam a maior parte de seu tempo nas
organizações desenvolvendo atividades para alcançar seus objetivos pessoais. Neste sentido, a
transformação sofrida pela sociedade gerou novos valores demandados pela qualidade,
qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho QVT (VASCONCELOS; HENRIQUE et al
2012).
Em meio às novas exigências organizacionais com as pessoas que compõem o quadro
profissional de trabalho, as organizações objetivam que cada colaborador deve cumprir com
as atribuições que lhes foi concedida depois de estar no seu cargo (COUTINHO; COSTA
JUNIOR, 2020). Neste contexto, as características relacionadas à QVT também estão inseridas
no âmbito escolar, principalmente no tocante as mudanças sociais, as reformas educacionais e
os modelos pedagógicos decorrente das condições de trabalho na profissão docente (SOUZA
et al. 2003).
Quando se trata dessas novas exigências escolares, muitas propostas de gestão têm
surgido nas várias instituições, tanto do setor público, quanto do setor privado (RIBEIRO;
MOREIRA, 2017). Nesse contexto, Benevides e Estender (2018) relatam que nos últimos anos
as principais mudanças organizacionais no trabalho, foram à implementação de reformas
cientificas com a informação e a comunicação, que estão determinando as novas obrigações
para a gestão de pessoas. Com essa busca incessante de qualidade de vida no trabalho, Marques
e Moraes (2007) afirmam que é evidente a evolução da QVT, passando de uma reação
individual para coletiva, aumentando a produtividade e enriquecimento no ambiente de
trabalho.
Nesse contexto estudos anteriores pesquisam a relação de estresse com a qualidade de
vida profissional. Na pesquisa de Vasconcelos (2012) relacionou-se a qualidade de vida docente
no ensino superior. A autora identificou que a instituição precisa mostrar a importância dos
funcionários dentro da instituição. Relata-se ainda que a instituição deva estudar a possibilidade
de criar uma área de lazer para os funcionários. Simões et al. (2015) estudaram a relação do
processo de Ensino-aprendizagem e a síndrome de burnout. Identificou-se que é necessária uma
reflexão sobre as condições atuais dos docentes enquanto sujeito a adoecimento no ambiente
de ensino, pois além de acúmulo de cargo, vem crescendo a disputa acirrada no mercado entre
docentes, ocorrendo o desgaste e stress profissional.
Diante de tais circunstâncias, pergunta-se: Quais motivos têm colaborado para que os
professores exerçam comportamentos desapropriados? E qual a importância e efeitos desse
stress na qualidade de vida no trabalho? Logo, o objetivo desta pesquisa é analisar quais
variáveis influenciam o nível de stress dos professores do município de Barra do Corda/MA.
O estudo justifica-se pelo o grande impacto que essas doenças ocupacionais têm
causado na vida dos colaboradores, dentro e fora das organizações. A pesquisa proporciona aos
gestores escolares informações que possam auxiliá-los no processo decisório. Nesse sentido, o
estudo da qualidade de vida no trabalho (QVT) associados com questões referentes a gestão de
pessoas tem se tornado um fator estratégico para melhorar a produtividade interna das
organizações (KLEIN et al, 2017).
Conforme enfatizam Siqueira e Mendes (2009), ao longo dos anos a forma de trabalhar
nas organizações foi se adaptando de acordo com as demandas da sociedade, principalmente
quando se fala em relacionamento interpessoal, levando aos gestores rever seus hábitos
organizacionais. Desta forma, a escola não deve limitar-se a ações pedagógicas, deve-se
também criar espaços humanizados e de prevenção à saúde, gerando transformações sociais e
individuais (ROCHA; FERNANDES, 2008).
Neste contexto, dando continuidade à presente pesquisa, a seguir apresenta-se o
referencial teórico, abordando sobre: O stress ocupacional (aspectos e conceitos), síndrome de
burnout e qualidade de vida no trabalho. Logo depois apresenta-se a metodologia da pesquisa.
Em seguida a análise dos dados, onde realizou-se a caracterização da amostra e análises sobre
a estatística descritiva geral. Por fim, apresenta-se as considerações finais, revelando os achados
da pesquisa, contribuições teóricas e práticas, limitações e sugestão para futuras pesquisas.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O STRESS OCUPACIONAL: aspectos e conceitos
Conforme Benke e Carvalho (2008) o termo stress, vem de origem inglesa, e surgiu
em 1926, após ser explorado o comportamento de indivíduo. De acordo com os autores, esse
comportamento foi denominado como Síndrome Geral de Adaptação, que em seguida já foi
nomeada como feedback não exatamente do corpo as exigências. Sadir et al. (2010) definiram
stress como uma atitude do corpo para estabelecer situações que exigiam mais do que a
estrutura física conseguia suportar.
Benke e Carvalho (2008) afirmam que o stress diz respeito a condições internas e
externas. Segundo os autores existem infinitas condições que podem levar a pessoa a uma
situação de stress, e isso resulta de como as pessoas enfrentam os obstáculos da vida. Os
causadores externos estão associados a condições presenciadas no dia a dia e constantemente
ao exacerbo do trabalho (COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020). Desta forma, gera desgaste
emocional e físico (BALASSIANO, et al. 2011).
Com esses fatos pode-se dizer que o stress é a consequência de inúmeros fatores
relacionados à dificuldade da vida (DANTAS, et al. 2010). Resende (2017) sugere que o stress
ocupacional se transformou em uma causa de receio e resultado importante ameaças para a
saúde mental dos colaboradores no ambiente organizacional. Paiva e Couto (1987) entendem o
stress ocupacional como o efeito de acomodação de motivos estressantes vivenciados no
trabalho, aumentando a fragilidade individual do trabalhador, fala ainda que o stress é
caracterizado como uma sobrecarga.
O estresse na realidade do educador, seja em qual nível de lecionar, ainda é objetivo
de muitos estudos, trazendo a justificativa pertinente aos impactos que os docentes retratam no
final de sua profissão, envolvendo a saúde desses profissionais (SANTANA, 2011). Conforme
Raimundo e Pinto (2006) as escolas devem possuir uma conduta privilegiada, pois além de
repassar conhecimento contemporâneo para os alunos, praticam também as questões sociais.
As autoras afirmam, que esses conhecimentos sobre relações pessoais podem implicar em
futuros conflitos, e os mesmos necessitam saber superar esse stress do convívio social.
Neste contexto, o stress teve um alto crescimento nos ambientes organizacionais, com
o ambiente escolar não foi diferente (COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020). Há fatores que
contribuem positivamente para gerar esse stress escolar, como as condições trabalhista,
realizações pessoais e responsabilidades (STEFANO; BONANATO; RAIFUR, 2013).
Apresentado a importância de suas consequências, faz se necessário para a
administração do estresse ocupacional, a identificação precisa dos estressores organizacionais
(REISA; GOMES; SIMAES, 2020). O êxito dos esforços para diminuir o estresse, e aumentar
o entusiasmo no trabalho necessita dessa análise minuciosa (BALASSIANO; TAVARES;
PIMENTA, 2011).
2.2. SÍNDROME DO BURNOUT
De acordo com Oliveira (2001), burnout tem origem inglesa e refere-se a algo que
parou de atuar em razão da exaustão de energia. O termo teve sua primeira utilização em 1997,
por Maslach, no Congresso Anual da Associação Americana de Psicologia. A Síndrome de
burnout é divergente de estresse, pois enquanto a síndrome abrange condutas negativas com os
usuários, atitudes, clientes, organização e o trabalho, o estresse mostra uma ligação particular
entre o seu ambiente e as pessoas (LUNARDI, 2004).
Os profissionais portadores da síndrome de burnout não enxergam sentido no seu
trabalho, se desestimulam e todo seu desempenho no trabalho passa a ser vista de uma forma
negativa (COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020). Esta etapa se relaciona a aspectos internos,
similares à depressão, com a perda da autoestima e alienação (OLIVEIRA, 2001). Vale ressaltar
que o descontentamento no ambiente de trabalho não pode ser confundido com a síndrome de
burnout (CHIUZI, 2011 apud XAVIER 2004). Freudenberg e Richelson (1991) retratam que
um sujeito com burnout é uma pessoa desanimada ou com fadiga, provocada através do alto
investimento e alguma coisa, como: relacionamentos frustrados, altas expectativas e o modo de
vida.
Hespanhol (2005) corrobora indicando que o burnout é desenvolvido através de um
prolongado stress ocupacional, direcionando a pessoa há um enfraquecimento emocional e
físico, gerando assim uma sensação de inútil. A síndrome de burnout é um caso que relaciona
as condições familiares, ordem social e especificamente ocupacional (CARLOTO; PALAZZO,
2006). Conforme as autoras, no âmbito educacional a síndrome tem afetado pontualmente a
saúde dos docentes, e como resultado, o ambiente escolar e seus objetivos. Tais fatores
conduzem os profissionais da educação a uma situação de insensibilidade e incompetência
(COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020).
Neste sentido, Reisa, Gomes e Simães (2018) utilizaram um modelo teórico capaz de
analisar a experiência de stress e burnout em professores e o papel da avaliação cognitiva na
relação estabelecida entre stress e burnout. Apresenta-se o modelo no quadro 1.
Quadro 1 – Modelo Teórico

CONSTRUTOS CARACTERÍSTICAS
Comportamentos
O quanto o mau comportamento dos discentes pode influenciar no stress
inadequados/indisciplina dos
do docente
alunos
Políticas disciplinares
O quanto à ineficiência das políticas disciplinares pode influenciar no
inadequadas
stress do docente

Pressões de tempo/excesso de
trabalho O quanto uma alta carga horária pode influenciar no stress do docente

Diferentes capacidades e
O quanto à falta de comprometimento dos pais e dos discentes podem
motivações dos alunos
influenciar no stress do docente
O quanto à falta de reconhecimento da carreira pode influenciar no stress
Carreira docente
do docente
Trabalho burocrático O quanto trabalho burocrático pode influenciar no stress do docente

Fonte: Reisa 2018).

2.3. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO


Sabe-se que o mercado de trabalho vem crescendo cada dia mais, tornando assim seus
profissionais mais rígidos na sua área de atuação profissional e pessoal. Desta forma, as
empresas necessitam oferecer um diferencial para assegurar que seus colaboradores, sintam-se
satisfeitos dentro do ambiente organizacional, com isso cita-se por exemplo trabalhar a
Qualidade de Vida no Trabalho QVT (FREIRE, 2019). A palavra qualidade de vida no trabalho
(QVT) é alusiva a apreensão com o bem-estar e com a saúde dos colaboradores na execução de
seus cargos (BENKE; CARVALHO, 2015).
Por volta de 1970 a expressão (QVT) ganhou destaque com Lous Davis em um
planejamento de ilustração de cargos (BENKE; CARVALHO, 2008). De acordo com a autora,
o conceito QVT não se limita somente em saúde e proteção, mas se abrange há um agrupamento
de fatos. Dentre eles podemos citar: condições adequadas de trabalho, ambiente organizacional,
colaboração nas relações pessoais, consideração, conhecimento e estimulo nos colaboradores.
Para França (1997 apud VASCONCELLOS, 2001, p.80), a qualidade de vida no trabalho é o
conjunto das ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações
gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. Com isso Freire (2013), afirma que a
qualidade de vida no trabalho acontece em contribuição mutua entre organização e pessoas a
qual compõe a mesma.
Sabe-se que a QVT muda de individuo para individuo, e que de fato para a mesma
acontecer dentro das organizações os colaboradores ou responsáveis precisam estar de acordo
com esse novo método dentro das organizações, (FREIRE, 2013). Afinal, quando se há essa
relação se torna mais prática e viável a implantação ou adaptação de uma QVT eficiente e
eficaz, que possa abranger todos seus colaboradores, sem distinção (FERNANDES, 1996).
Nessa continuidade, Pizzolato e Moura (2013) afirmam que evidenciar a QVT assegura-se a
socialização da organização, possuindo assim maior destaque na técnica satisfatória de conduzir
os recursos humanos.
Para Fernandes (1996), os conhecimentos sobre a QVT podem ser utilizados como
aliados nas organizações, no sentido de renovação de forma organizacional do trabalho, como:
maneiras de trazer um maior grau de satisfação, no âmbito pessoal, e consequentemente irá
influenciar no crescimento da sua produtividade como empresa. Com isso se faz necessário a
implantação de QVT nas organizações, pois a mesma não é vista como mais um gasto
empresário, e sim como um investimento (FREIRE, 2013). A aplicação da mesma nas
organizações vem sendo ampliada, pois a (QVT) busca preservar princípios humanísticos e um
dos seus pontos base, é a melhoria de situações trabalhista e a produtividade (FERNANDES,
1996).

3. METODOLOGIA
Com isso utilizou-se a metodologia quantitativa, com caráter descritivo e corte
transversal. A coleta de dados ocorreu por meio de questionário eletrônico Google Forms, o
mesmo foi disponibilizado por meio de aplicativos utilizados em celulares e computadores,
como WhatsApp (grupos e listas de transmissões), Instagram, Facebook e pelo o Messenger,
visando assim alcançar maior número de possíveis respostas. Ressalta-se que a coleta de dados
se estendeu entre o dia 20 de abril de 2020 a 17 de abril de 2021, onde os participantes foram
professores da Rede Estadual, Federal, Municipal e de escolas privadas do município de Barra
do Corda.
Neste sentido, aplicou-se o questionário baseado nas dimensões de Reisa et al (2018).
O mesmo é composto de 20 (vinte) perguntas, divididas 06 (seis) dimensões: Comportamento
inadequado/indisciplina dos alunos; Pressões de tempo e excesso de trabalho; Diferentes
capacidades/motivações dos alunos; Carreira docente; Trabalho burocrático/administrativo e
Políticas indisciplinares inadequadas.
Desta forma, buscou-se identificar o nível de stress dos professores em relação a sua
atuação docente no ensino. Utilizou-se ainda a escala de Likert composta por 5 (cinco) posições,
onde 1 (um) indica baixo stress e 5 (cinco) alto stress. Apresenta-se o questionário no quadro
abaixo.
Quadro 2 - Questionário utilizado para coletar dados
CONSTRUTOS NÍVEL DE STRESS
1. Mau comportamento continuo de alguns alunos
2. Mau comportamento dos alunos em geral
Comportamento inadequado / indisciplina 3. Alunos barulhentos
dos alunos; 4. Problemas de comportamento difícil
5. Comportamento indecente/descarado dos alunos
6. Nível de barulho bastante elevado
7. Falta de tempo para cumprir os programas
Pressões de tempo e excesso de trabalho; 8. Falta de tempo para fornecer apoio individual aos alunos
9. Demasiado trabalho para fazer
10. Falta de iniciativa e vontade de trabalhar pelos alunos
Diferentes capacidades / motivações dos 11. Pais que não auxiliam na motivação dos alunos
alunos; 12. Pais que demonstram falta de interesse com a educação
dos filhos
Carreira docente; 13. Falta de reconhecimento por um bom ensino
14. Demasiado trabalho burocrático
Trabalho burocrático / administrativo; 15. Turmas grandes
16. Ausência de material didático e livros
17. Existência de sanções disciplinares pouco adequadas
18. Turmas difíceis
Políticas indisciplinares inadequadas;
19. Política disciplinar inadequada da escola
20. Falta de aceitação da autoridade do professor
Fonte: (REISA et al., 2018).

Em busca de atingir os objetivos do presente estudo e identificar se os respondentes


se enquadravam no público alvo da pesquisa, utilizou-se também uma pergunta de controle,
que buscou identificar em qual esfera o docente atua. Por fim, objetivando especificar o perfil
dos respondentes, foram introduzidas questões objetivas para identificar as características
pessoais, como: como idade, gênero, estado civil, escolaridade e tempo de profissão.
Nesse contexto, obteve-se um total 105 (cento e cinco) respostas, sendo que: 03 (três)
informaram não ser professor, 43 (quarenta e três) respostas correspondem aos respondentes
professores de escola pública do município (Educação Infantil), 03 (três) professores de escolas
pública do município, 09 (nove) professores de escolas privadas, 27 (vinte e sete) professores
das escolas públicas do Estado e 20 (vinte) professores de escolas públicas Federal. Portanto,
após realizar a validação da amostra, revela-se um total de 102 (cento e dois) respondentes.
Na análise dos dados realizou-se a caracterização da amostra e análises sobre a
estatística descritiva geral. Utilizando-se o teste t-Student, com intervalo de confiança de 95%,
optou-se ainda em realizar a diferença de médias comparando algumas amostras.

4. ANÁLISE DE DADOS
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A análise dos dados aqui apresentados tem com propósito identificar os atributos de
nível de stress dos professores do município de Barra do Corda-MA, que são identificados pelos
mesmos. Na tabela 1, apresentam-se os dados sociodemográficos dos professores que
participaram da pesquisa. Nesse contexto obteve-se um total de 102 respostas validas.

Tabela 1: Características dos professores do município de Barra do Corda


Professores
GÊNERO Nº %
Masculino 38 37,25
Feminino 64 62,74
Total 102 100
IDADE
18 a 25 anos 7 6,86
26 a 35 anos 42 41,17
36 a 45 anos 41 40,19
46 a 55 anos 10 9,80
56 anos ou mais 2 1,96
Total 102 100
ESCOLARIDADE
Ensino Médio (Magistério) 5 4,90
Ensino Superior Incompleto 0 0,00
Ensino Superior Completo 26 25,49
Especialização 60 58,82
Mestrado/Doutorado 11 10,78
Total 102 100
ESTADO CIVIL
Solteiro 23 22,54
Casado 58 56,86
Divorciado/Separado 6 5,88
Viúvo 0 0,00
União Estável 15 14,70
Total 102 100
QUANTO TEMPO LECIONA
Menos de 1 ano 1 0,98
1 a 2 anos 2 1,96
3 a 4 anos 20 19,60
5 a 6 anos 79 77,45
7 anos ou mais 0 0,00
Total 102 100
Fonte: Dados da pesquisa (2021).

Percebe-se na tabela 1 que a amostra pesquisada é composta em sua maioria pelo o


sexo feminino (62,74%). Sugere-se que o resultado está relacionado ao fato da maioria dos
respondentes atuarem na educação infantil do município, onde se faz mais presente a atuação
feminina na área por conta de ser relacionado a crianças de pequena idade. Neste contexto, o
presente resultado vai ao encontro do estudo de Martins, Vieira, Feijó e Bugs (2014), realizado
com professores da educação infantil. De acordo com a pesquisa, dos 196 participantes da
pesquisa, 195 eram mulheres e apenas uma respondente era do gênero masculino. Então, nota-
se a grande presença da figura feminina na educação infantil.
Em relação ao que tange a escolaridade dos professores, percebe-se que os educadores
com Especialização e Mestrado/Doutorado, representam (69,60%) da pesquisa. Os dados
revelam que os professores de Barra do Corda/MA são profissionais que buscam conhecimento
e capacitação, afinal estão buscando uma pós-graduação como uma forma de se aperfeiçoarem
para lecionar. Desta forma, os professores do município são profissionais capacitados e com
embasamento teórico.
Em relação a idade dos professores, observa-se uma predominância da jovialidade dos
docentes, a maioria possui entre 26 a 35 anos (41,17%). Em seguida, os dados revelam uma
meia-idade entre os docentes, com 36 a 45 anos de idade (40,19%). Com isso, apesar dos
docentes possuírem esse indicie de jovialidade, os mesmos possuem experiência em lecionar,
pois a pesquisa mostra que 77, 45% dos professores lecionam de 5 a 6 anos. Neste sentido,
levando em consideração os profissionais da educação de Barra do Corda/MA, os dados
revelam que os professores são experientes, afinal nenhum respondente apontou possuir mais
de 7 anos no exercício da função. Sugere-se, portanto, o comprometimento dos docentes com
sua vida profissional.
Por fim, a respeito do estado civil dos professores, revela-se que a maioria dos
respondentes se declara casados (56,86%), em seguida, com 22,54%, os respondentes
declararam serem solteiros, 14,70% possuem uma união estável e apenas 5,88% são
profissionais divorciado/separados.

4.2. ESTATÍSTICA DESCRITIVA GERAL


Apresenta-se na tabela 2 a análise da estatística descritiva geral dos construtos
utilizados na pesquisa (REISA et al., 2018). Analisam-se as variáveis comportamento
inadequado / indisciplina dos alunos; pressões de tempo e excesso de trabalho; diferentes
capacidades / motivações dos alunos; carreira docente; trabalho burocrático / administrativo; e
políticas indisciplinares inadequadas. Neste contexto, apresenta-se ainda a média, desvio
padrão, mínimo, quartil 1, mediana, quartil 3, e máximo dos respectivos construtos.

Tabela 2 - Estatística Descritiva Geral – Professores da cidade de Barra do Corda/MA


Variáveis Média DP Min Quartil1 Mdn Quartil3 Máx.

Comportamento/Indisciplina 3,72 0,96 1,00 3,16 4,00 4,45 5,00


Pressão e excesso de trabalho 3,39 1,19 1,00 2,66 3,66 4,33 5,00
Capacidades/Motivações 3,62 0,92 1,00 3,00 3,66 4,33 5,00
Carreira docente 3,52 1,31 1,00 3,00 4,00 5,00 5,00
Trabalho burocrático/Adm. 3,57 0,96 1,00 3,00 3,66 4,33 5,00
Políticas ind. inadequadas 3,35 1,14 1,00 2,50 3,50 4,25 5,00
Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a tabela 2, os dados revelam que as médias são homogêneas. Os dados
revelam que a maior média é a variável “Comportamento/Indisciplina” (M= 3,72). Como fator
importante para essa média, pode-se citar que entres os respondentes houve se uma maior
participação de docentes da esfera pública. Quando se fala em setor público, sabe-se da
existência das desmazelas ocasionadas no sistema de ensino, como: superlotação e barulho
excessivo, provocando stress nos professores (KLEIN et al, 2017; REISA et al., 2018).
É importante ressaltar que às vezes esses fatores causam maiores riscos educacionais.
Por exemplo, do docente não realizar seu papel por conta do comportamento e indisciplina dos
discentes. Com isso, o professor pode ser chamado à atenção pela gestão por não passar o
conteúdo ou até mesmo para realizar métodos que possam diminuir esse barulho excessivo.
Nesse sentido, Kowaltowski, Labaki e Pina (2001) afirmam que quando há essa alta lotação nas
salas de aula, afeta diretamente nas condições de funcionamento das atividades escolares.
Já a segunda variável com a maior média que vem a influenciar o stress dos docentes,
revela-se “Capacidade/Motivação” (M= 3,62). Nota-se que o resultado está relacionado tanto
ao professor, quanto ao acompanhamento familiar ou de responsáveis. Soares, Santana e Rabelo
(2020) sugerem em sua pesquisa que a colaboração/participação da família na vida escolar
torna-se uma interação mais simplificada dos discentes. Desta forma, enriquece a relação
professor e aluno no processo de ensino/aprendizagem.
Observando as duas menores médias, verifica-se que apesar de serem mais baixas que
as anteriores citadas, ainda são fatores contribuintes para o stress. Neste contexto, aponta-se
“Pressão e Excesso de trabalho” (M=3,39) como a segunda menor média encontrada. Desta
forma, fatores como: demasiado trabalho para realizar, falta de tempo para cumprir os
programas, carga horária elevada, falta de tempo para realizar apoio individual, são fatores que
gera em média menos stress.
Neste contexto, estes fatores além de causar stress podem influenciar no ambiente
organizacional, ocasionando assim até conflitos. Esses fatores estressantes podem vim a ocorrer
nas escolas que possuem salas com multisseriado, onde o docente tem contato com distintas
faixas etária, tanto de idade quanto de série (SILVEIRA; ENUMO; BATISTA, 2014).
Em relação à menor média, revela-se “Políticas indisciplinares inadequadas”
(M=3,35). Nesta variável, percebe-se que se faz de uma grande importância a parceria escola e
docente, pois a escola deve ensinar a importância do docente, da autoridade do professor, além
de promover políticas disciplinares adequadas a sua realidade escolar. Por isso é necessário essa
parceria para assim o profissional docente ter maior desempenho profissional e ter excito no
seu exercício (COUTINHO; COSTA JUNIOR, 2020).
Sugere-se a existência de instituições quem deixam essa responsabilidade educacional
apenas com o professor, quando na verdade a melhor forma de ocorrer esse desenvolvimento
de políticas educacionais melhores são através da escola/família e comunidade. Com isso, os
estudos de Capelo (2016) corroboram com a pesquisa, pois ao realizar um estudo com 765
professores sobre as variáveis que contribuem com o stress laboral, encontrou-se que políticas
de intervenção disciplinares inadequadas é o quarto fator numa ordem decrescente que mais
causam stress.
Em relação ao desvio padrão das variáveis, a que possui a maior dispersão é a variável
“Pressão e excesso de trabalho” (DP=1,19). Neste sentido, mesmo entre as menores médias
encontradas, o auto desvio padrão indica que não há unanimidade entre os professores.

4.3. COMPARAÇÃO DE MÉDIAS: Escola Municipal X Escola Estadual e Escola Federal


Com a intenção de comparar a diferença das médias entre a escola Municipal x
Estadual/Federal, analisa-se na Tabela 3 os construtos propostos por Reisa et. al. (2018). O
objetivo é identificar se os docentes se comportam de maneira igual ou diferente. Ressalta-se
ainda que concomitantemente utilizou-se o teste t-Student com intervalo de confiança de 95%.

Tabela 3 - Diferença de médias da amostra referente a avaliações de docentes de


escola Municipal x Estadual/Federal

ESC. MUN. ESC. EST/FED. Diferença de médias


Variáveis Desvio Desvio E. Mun -
Média Média P- valor
Padrão Padrão E. Est/Fd.
Comportamento/Indiscip. 3,71 1,08 3,71 0,91 0,00 0,99
Pressão e exc.trabalho 3,33 1,33 3,51 1,04 -0,18 0,45
Capacidades/Motivações 3.69 0,92 3,63 0,95 0,06 0,74
Carreira docente 3,69 1,39 3,42 1,22 0,27 0,32
Trab. burocrático/Adm. 3,75 0,91 3,58 0,96 0,17 0,38
Políticas ind. inadequadas 3,34 1,32 3,53 0,91 -0,19 0,42
Fonte: Dados da pesquisa. ** e *** representam coeficientes significativos a 5% e 1%, respectivamente.
Acreditava-se que os docentes da rede municipal possuem uma carga de estresse
profissional mais elevada em comparação com os professores da rede estadual e federal. Afinal,
nas escolas municipais os discentes são crianças na maioria, enquanto nas escolas estaduais e
federais são adolescentes e/ou adultos. Não obstante, a tabela 3 revela que não houve diferença
significativa entre as amostras. Desta forma, revela-se que os níveis de estresse entre os
professores do município de Barra do Corda são parecidos, independente da esfera onde atuam.
Ainda de acordo com a tabela 3, ao observar os dados percebe-se que das seis variáveis
apresentadas, a maior média encontrada é “Trabalho burocrático/Administrativo” (M=3,75).
Neste contexto, acredita-se que está média está relacionada com o excesso de
turmas/superlotadas, afetando assim o desenvolvimento do docente. Outro fator contribuinte,
que é presenciado principalmente em escolas municipais, é a falta de recursos didáticos, livros
e outros suportes que ajudem a desenvolver a aprendizagem. Nesse sentido, Wing (2021) afirma
que a superlotação nas salas de aulas, dificulta a interação entre os discentes e o
acompanhamento docente. O autor reforça que a motivação dos docentes é influenciada pela a
quantidade de alunos em cada turma.
Seguindo a análise, a tabela 3 revela uma alta média para a variável “Comportamento
inadequado / indisciplina dos alunos” (M=3,71 para ambas as amostras). O que corrobora com
a Tabela 2, onde menciona-se que esta variável é a maior média encontrada no contexto global.
Neste sentido, o mau comportamento dos discentes pode ser um fator que aumenta
consideravelmente o stress do docente, independente da esfera em que atua (COUTINHO;
COSTA JUNIOR, 2020).
Nota-se que essa variável se dar pela a falta de comportamento/comprometimento dos
alunos com os professores, e isso trazem grandes reflexos nos demais alunos da turma, onde os
mesmos perdem sua atenção e não conseguem assimilar o conteúdo. Como conseqüência disto,
afeta diretamente a relação professor x aluno, onde o docente encontra cada vez mais
dificuldades para exercer sua função, levando assim ao estresse e desmotivação ao desenvolver
suas atividades.
Semelhante a esses dados Reisa, Gomes e Simães (2018) afirmam que ao realizarem
uma análise detalhada sobre causadores de stress nos docentes, os mesmos observaram que a
indisciplina dos alunos é considerada um dos fatores mais estressantes e perturbadores para os
docentes.
Em relação as menores médias apresentadas para docentes da rede municipal, revelam-
se as varáveis “Pressão e excesso de trabalho”, (M=3,33) e “Políticas Disciplinares
Inadequadas” (M=3,34). Para as escolas estaduais e federal do município de Barra do
Corda/MA, apresentam-se as variáveis “Pressão e excesso de trabalho” (M=3,51) e “Carreira
docente (M=3,42).
Observa-se que variável “Pressão e excesso de trabalho” está presente em ambas as
amostras. Com isso, sugere-se que essa variável está relacionada com a rotina educacional e
profissional, onde os docentes carregam com si a responsabilidade de gerir uma turma, seja ela
de grande porte ou não. Percebe-se que os mesmos encontram-se adaptados a essas questões, e
esses fatores não afetam tanto seu estresse. Contudo, Fernandes (2018) afirma que quando há
excesso de atividades dos docentes os mesmos ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento de
transtornos relacionado ao estresse.
Já em relação às “Políticas disciplinares inadequadas”, acreditava-se que o mau
cumprimento dessas políticas poderia afetar o stress dos docentes. Não obstante, os resultados
vão ao encontro do estudo de Reisa, Gomes e Simães (2018), onde os mesmos afirmam em seu
estudo que as políticas disciplinares inadequadas são consideradas como fatores menos
perturbador, ou seja, que gera menos stress nos professores.
Sobre a “Carreira docente” como a menor média para os docentes da rede federal e
estadual, acredita-se que está relacionado à atratividade da ascensão profissional, onde existem
um plano de carreira e salários. Com isso, percebe-se uma melhor progressão profissional em
relação aos seus ganhos. Apesar disso, Barbosa (2011) ressalta que o salário dos docentes é
considerado baixo e se configuram como um dos aspectos centrais no processo de precarização
e intensificação da docência. Como exemplo, cita-se a intensa jornada de trabalho assumida
para compensar os baixos salários, dificultando assim o investimento no seu aprimoramento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou analisar quais variáveis influenciam o nível de stress dos
professores do município de Barra do Corda. Com isso observou-se na literatura a existência
de possíveis fatores ocasionados por stress que provocam os professores a praticarem
determinados tipos de comportamentos inadequados, cita-se como exemplos: trabalho
burocrático administrativo, carreira docente, comportamento/indisciplina dos alunos, politicas
indisciplinares inadequadas, pressão e excesso de trabalho e diferentes capacidades e
motivações dos alunos.
Entre as variáveis citadas, observou-se que comportamento/indisciplina dos alunos e
diferentes capacidades e motivações dos alunos são as maiores fontes causadores de stress para
docentes, tanto das escolas municipais, como das estaduais e federais. Nesse sentido, constatou-
se que os docentes de ambas as escolas se encontram exaustos, superlotados e irritados, por
conta da grande demanda de aulas, falta de suporte (principalmente no tocante aos recursos
didático e aprimoramento das suas atividades).
A rotina de trabalho e a alta jornada de trabalho semanal também são fatores que
deixam os docentes com exaustão. Desta forma, recomenda-se que toda a equipe gestora das
redes de ensino busque melhorias sobre a qualidade de vida no trabalho (QVT). Bem como
realize parcerias com a finalidade de criar estratégias para prevenção do stress, valorizando
assim a prevenção da saúde dos docentes dentro do ambiente organizacional.
Como forma de contribuição, a pesquisa agrega a literatura cientifica com
conhecimentos sobre síndrome de burnout , stress ocupacional e qualidade de vida no trabalho.
Dessa forma, acredita-se que os resultados encontrados consigam colaborar para tomada de
decisão por parte da equipe gestora das escolas, reduzindo o estresse e consequentemente
aperfeiçoando o ensino dentro do ambiente escolar. Conforme os conhecimentos abrangidos na
pesquisa, acredita-se também que a mesma possui conhecimentos significativos para os
gestores lidarem com situações sobre stress e conseguir prevenir o mesmo. Logo, os docentes
conseguirão desenvolver suas atividades com maior êxito.
Admite-se que o estudo possui suas limitações, cita-se, por exemplo, que os resultados
obtidos podem não ser a realidade de outras localidades, pois o estudo foi limitado ao município
de Barra do Corda. Outra limitação é que apesar do estudo ter sido desenvolvido em meio a
pandemia da COVID-19, não se frisou sobre os impactos da mesma no estresse dos docentes.
Para estudos futuros e melhor/maior desenvolvimento da pesquisa, sugere-se que se
faça a inclusão de professores da zona rural. Realizando assim uma comparação sobre as
variáveis de estresse dos docentes, se são os mesmos causadores de estresse em relação aos
docentes da zona urbana. Sugere-se também que o estudo seja aprimorado/acrescentando
fatores de estresse dos docentes antes e durante a pandemia da COVID-19, desta forma
realizando um estudo longitudinal. Isso permitirá uma maior compreensão sobre o nível de
estresse no âmbito educacional de acordo com as adversidades enfrentadas na sociedade e como
as mesmas afetam a docência.
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