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Entre a ciência e a complexidade dos novos objetos de

pesquisa: a construção interdisciplinar de uma


metodologia de pesquisa científica

João Francisco Sarno Carvalho


Bacharel em Administração (UFLA-MG), Mestre em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade (UNIFEI-MG)
e Doutorando em Inovação Tecnológica (UFMG).

Carlos Alberto Máximo Pimenta


Doutor em Ciências Sociais (PUC-SP), docente da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

Silas Dorival de Oliveira


Bacharel em História (UNOPAR) e mestrando em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade (UNIFEI).

Resumo
Este artigo trata da complexidade de investigação dos objetos de pesquisa da atualidade e a
necessidade da elaboração de metodologias de pesquisa interdisciplinares que auxiliem a responder
as perguntas que inquietam a atual sociedade. Para isso, objetivou-se elaborar um guia de referência
para a elaboração de metodologias de pesquisa interdisciplinares. Para galgar esse objetivo,
realizou-se pesquisa bibliográfica e observação participante em um evento científico de um programa
de pós-graduação interdisciplinar. Elaboraram-se encaminhamentos para a construção metodológica
interdisciplinar a partir de um diálogo das ciências humanas e sociais. Como considerações finais,
entende-se que se faz necessário repensar os conceitos científicos estabelecidos e a construção da
atual ciência para apreender as novas demandas da sociedade que se fazem temas para as ciências na
atualidade.

Palavras-chave
Metodologia de pesquisa; Ciências sociais; Interdisciplinaridade.

Abstract
This article deals with the complexity of research of current research objects and the need to develop
interdisciplinary research methodologies that help answer the questions that concern the current
society. The purpose of this study was to develop a reference guide for the development of
interdisciplinary research methodologies. To achieve this goal, a bibliographic research and
participant observation was carried out in a scientific event of an interdisciplinary postgraduate
program. Guidelines were drawn up for the interdisciplinary methodological construction based on a
dialogue between the human and social sciences. As final considerations, it is understood that it is
necessary to rethink the established scientific concepts and the construction of the current science to
apprehend the new demands of society that make themes for the sciences in the actuality.

Key words
Research; Methodology; Social Sciences; Interdisciplinarity.

Introdução

Este artigo trata das práticas de pesquisas interdisciplinares realizadas a partir de pesquisa
bibliográfica e de análise das produções científicas realizadas por pesquisadores oriundos de
um Programa de Pós-Graduação interdisciplinar. Objetivou-se elaborar uma proposta
metodológica que dialogue dentro das ciências humanas e sociais, e contribua para o avanço
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quantitativo e qualitativo das pesquisas interdisciplinares.
Mediante os novos arranjos sociais, reconfigurados na contemporaneidade, acredita-se que é
necessário, repensar os conceitos e a construção de ciência para apreender as novas demandas
da sociedade que se fazem temas para as ciências na pós-modernidade.
Objetiva-se, de modo específico, propor um roteiro que seja norteador para pensar a prática
interdisciplinar, no campo da pesquisa acadêmica. Acredita-se que as ciências, de modo geral,
se apropriam com maior profundidade dos objetos de pesquisa propostos na atualidade se os
abordarem pelo viés interdisciplinar. Esse fato ocorre pela interdisciplinaridade permitir uma
leitura com maior amplitude das problemáticas apresentadas.
O programa de pós-graduação (PPG) que serve de cenário pra este estudo aposta na
interdisciplinaridade para pensar a tríade Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade
(DTecS). Com a intenção de exemplificar a variedade da pesquisa interdisciplinar e suas
nuances apropria-se dos trabalhos realizados ou em realização, que são:
“Levantamento das potencialidades da Agricultura familiar e Agroecológica das
Comunidades Rurais atingidas pela Mineração nos municípios de Conceição do Mato Dentro,
Alvorada de Minas e Dom Joaquim”. Projeto com diálogos interdisciplinares entre
antropologia, sociologia, economia e engenharia ambiental.
“Indicativos do Desenvolvimento do Município de Itajubá (MG): investimentos públicos e
privados” e “Observatório de Desenvolvimento e Cultura”. Projetos que procuram mapear o
desenvolvimento a partir da cultura e dos investimentos públicos e privados no sul de Minas
Gerais. Participam mestrandos e alunos de graduação de diversas áreas do conhecimento. Os
projetos são intensificados por um Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão (GEPE) Ciências
Sociais e Desenvolvimento.
Há também projetos nas áreas de Desenvolvimento e Tecnologias, tais como: “Tecnologias
sociais e produção artesã: estudo interdisciplinar de inclusão no Mercado” e “Formação de
Engenheiros em Perspectiva de Ciência, Tecnologias e Sociedade”. Projetos elaborados por
sociólogos, designers, psicólogos, administradores e outros profissionais.
A diversidade dos projetos do PPG DTecS aponta que existe a junção de diferentes
pesquisadores oriundos das ciências humanas, sociais aplicadas e ciências exatas na busca por
respostas que a sociedade atual procura. A departamentalização das ciências, não consegue
atender as demandas de ordem social, ambiental, cultural, econômica. Logo, a elaboração de
pesquisas e de projetos que dialoguem entre saberes nos parece uma tendência na pesquisa.
Entretanto, movimentos de reconfiguração social aconteceram para que começasse a se
romper com a chamada departamentalização da ciência e começasse a se (re) pensar de modo
interdisciplinar. Por isso, na sequência apresentar-se-á a o referencial teórico que sustentou a
discussão proposta, a metodologia que foi constituída para elaboração deste artigo, uma
proposta de um roteiro metodológico para a elaboração de uma pesquisa de caráter
interdisciplinar, discussões práticas sobre práticas interdisciplinares e por fim as
considerações finaiss.

Referencial Teórico

Contexto da Sociedade Atual

A relação sujeito-objeto sofre influências do contexto social que o pesquisador e o


próprio objeto estão inseridos. Acredita-se que a construção do conhecimento, pelo viés
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interdisciplinar, permite melhor apropriação do objeto pelo sujeito por ampliar a perspectiva
do pesquisador ao utilizar elementos de mais de uma área do conhecimento.
Por exemplo, pensar a questão da escassez de água implica em um problema
ambiental, portanto geográfico, mas que pode ser visto pelo viés da ecologia enquanto
preservação do meio, da sociologia enquanto produto de relações sociais, enquanto objeto de
disputa política, ainda pela perspectiva da saúde pública, administração, ética, biologia etc.
Diante das novas configurações da sociedade na pós-modernidade surge a necessidade
de se estabelecer novos critérios para a pesquisa científica. A partir das revoluções industrial e
científica, francesa e americana, a sociedade começa a se reorganizar em a partir da
perspectiva de mercado com as influências da problemática da lógica do capital versus
trabalho. Com essa nova configuração, as relações sociais se tornam cada vez mais
caracterizadas pela competição, pela meritocracia, pelos resultados e pela velocidade das
relações permeada pelo advento das novas tecnologias.
Bauman (2001) traz elementos para esta discussão ao dissertar com a metáfora da
liquidez com que as relações sociais estão sendo pautadas na modernidade. Os padrões de
referência da sociedade tornam-se líquidos, como o Estado, a família, as organizações sociais,
e outras instituições. Deste modo, a sociedade perde as suas referências e os indivíduos têm
suas produções de sentido fluídas. Sobre essa questão temos a seguinte afirmação do mesmo
autor: “ela [sociedade líquida] não tem como gerar laços duradouros, nem mais seguramente,
[...] a concessão de direitos e obrigações” (BAUMAN, 1998, p. 35).
Charles e Lipovetsky (2004) apontam paradoxos para a sociedade atual, chamada de
hipermoderna, estabelecendo-a como sociedade da moda. Para eles, a moda age na sociedade
atual não como um produto, mas como uma instituição social. Na sociedade embasada pela
moda, a busca é incessante pelo novo e a sede é pelo inédito. A moda seduz a sociedade para o
consumo e faz este consumo parte da constituição do sujeito hipermoderno. Como
características desse sujeito, os autores destacam uma dicotomia: o ser humano valoriza a
autonomia (maiores responsabilidades) e aumenta a independência (maior desregramento). De
um lado há o compromisso, e de outro deixa-se levar.
Outro ponto de influência sobre sociedade pós-moderna é a globalização que para Da
Costa e Pimenta (2006) modificou profundamente a sociedade e redefiniu o papel do Estado e
suas atribuições.
Enquanto as relações sociais tendem a se diversificar na contemporaneidade, ocorre
para Marcuse (1964), ao mesmo tempo, uma cristalização do discurso científico, um processo
que tem alcançado o campo das artes, música e arquitetura, tornando tais manifestações cada
vez mais parecidas, limitando qualidades humanas como a sensibilidade e a criatividade:
“Não obstante, essa sociedade é irracional como um todo. Sua produtividade é destruidora do
livre desenvolvimento das necessidades humanas” (MARCUSE, 1964, p. 14). Trata-se de
irracional a constituição de imaginário pautado pelo consumo exacerbado em detrimento a
priorização de elementos essenciais à vida humana.
David Harvey (1992) faz uma relação entre o tempo e o espaço para evidenciar as
modificações que a sociedade pós-moderna tem vivenciado, não mais pela relação homem-
homem, mas pela relação homem-máquina. São confrontados conceitos como “tempo da
família” e “tempo da indústria” em uma abordagem que alude ao poder de coerção da
sociedade atual sobre a organização do tempo e espaço do indivíduo conduzindo-o a uma
sensação de segurança advinda dos ciclos temporais cotidianos (café da manhã, ida ao
trabalho, festas nacionais, férias) elementos que padronizaram a sociedade pós-moderna. Em
contraponto, o binômio tempo/espaço não se caracterizava como elemento regulador das
relações sociais conforme se percebe na atualidade.
Tal lógica também circunscreve-se a produção de ciência, os cursos de graduação e
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pós-graduação são norteados prazos estabelecidos e as pesquisas atendem a interesses de
diversos atores, quais podem ser: o governo, o mercado, a comunidade científica e instituições
de fomento (DAGNINO, 2011).
Essas novas configurações sociais, permitem a formulação da seguinte pergunta: a
construção do conhecimento, pelo viés disciplinar, seria incapaz de capturar as dinâmicas dos
objetos da atualidade? Como analisar os possíveis contextos, na busca por resposta ou por
maiores problematizações reflexivas e instigantes por prismas que se remetem ao século XX e
a uma configuração de sociedade que já não cabe mais na atualidade.
Mediante tal pergunta, este trabalho realiza uma discussão interdisciplinar realizada a
partir de pesquisa bibliográfica, baseada em trabalhos concluídos e em andamento no PPG
DTecS e no GEPE Ciências Sociais e Desenvolvimento, com intuito de propor uma
metodologia que contribua para a pesquisa no viés interdisciplinar. Realizou-se também coleta
de dados no “II Encontro de Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade” que contou com a
presença de docentes, discentes, além de pesquisadores visitantes para o debate acerca da
promoção da ciência na interdisciplinaridade nos dias 26 e 27 de novembro de 2015.
Todo este arcabouço se sustenta a partir das discussões realizadas no referido
programa de pós-graduação, cujo caráter é interdisciplinar e conta com pesquisadores de áreas
distintas de formação como administração, antropologia, engenharias, economia, história,
sociologia etc. cujas pesquisas se direcionam a respostas para os problemas que tangem o
desenvolvimento, a sociedade e as tecnologias na sociedade contemporânea.

Transformações de Paradigmas da Ciência no Século XXI

Como advento dos ideais do Iluminismo e seu anseio por buscar na razão a emancipação do
homem e sua autonomia mediante o rompimento com o dogmatismo religioso vigente até
então e a constatação de que o questionamento e a busca por respostas movimentavam o
pensamento humano. Dentro desse panorama de progresso, John Locke; Voltaire;
Montesquieu; Rousseau e Adam Smith tecem novos pensamentos em função de reconfigurar
conceitos de Estado, economia, mercado, cidadania, burguesia e conhecimento. A partir do
uso da razão e da proliferação do conhecimento, a humanidade começa a se organizar na
construção do conhecimento e de tecnologias, fundamentando a ciência moderna.
Em Um discurso sobre as ciências, Boaventura de Sousa Santos apresenta o paradigma
dominante de ciência estabelecido com a modernidade, em seguida, apresenta condições de
crise de tal paradigma, para então expor um paradigma emergente. O autor, no contexto dos
anos 1980, aponta caminhos para um período de transição no campo científico.
Paradigma dominante refere-se à concepção de ciência advinda da revolução científica do
século XVI, que teve como marco o heliocentrismo (SANTOS, 2008), consolidado nos
séculos seguintes, estabelece-se como um modelo global de racionalidade. As ciências
naturais estabelecem suas metodologias mediante a capacidade de quantificar o mundo, torna-
se irrelevante para a produção científica aquilo que não é quantificável.
Do ponto de vista da intencionalidade, este paradigma de ciência se associa pela capacidade
de dominar e transformar a realidade em detrimento ao desejo de compreendê-la (SANTOS,
2008).
Naquele contexto, estudo e a construção do conhecimento se faziam interdisciplinares e,
posteriormente, se fizeram disciplinares.
Diversos pensadores da história da humanidade construíam seus conhecimentos no bojo de
inúmeras sustentações teóricas, como por exemplo: os filósofos gregos eram também
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matemáticos e balizavam com a biologia, a astronomia e a física. Entre os pais da sociologia
não foi diferente, os escritos de Karl Marx (2006) perpassam os limites da filosofia, da
sociologia, da história, da economia, do direito. Max Weber (2010) e Émile Durkheim (1977),
superavam as fronteiras da disciplinaridade e já trabalhavam com conceitos e com
construções interdisciplinares. A propósito, a própria gênese da sociologia ocorre por meio de
áreas distintas (VILA NOVA, 1985).
Com o advento do século XIX, essa estrutura se modifica, sob a égide do positivismo ocorre a
sistemática divisão das disciplinas por campos principais do saber obedecendo a um rigor
metodológico que demarcou nitidamente os procedimentos de análise e observação dos
objetos de estudo. Vila Nova (1985) indica que o positivismo estabelece critérios rigorosos
para a abordagem científica procurando métodos semelhantes aos de ciências como a
matemática, a física e a biologia até mesmo nas ciências humanas.
A divisão das ciências por conteúdos e as formas disciplinares começa a se alastrar e rompem
com as visões sistêmicas de pesquisadores por todo o globo. O meio acadêmico
departamentalizou-se e especializou-se em áreas do conhecimento, nas quais o diálogo e a
troca de saberes entre pesquisadores se tornaram cada vez mais raros e rasos.
Mediante às novas configurações da sociedade na pós-modernidade, faz-se novamente
necessário pensar-se de maneira interdisciplinar, uma vez que, muitas questões da atualidade
como problemas hídricos, a bioética, a degradação ambiental e os inúmeros problemas de
ordem social são questões que não tiveram soluções em campos exclusivos do saber. Assim os
objetos de pesquisa da atualidade, exigem ser investigados com as contribuições das diversas
ciências na busca por respostas.
Para Santos (2008, p. 57) o paradigma de ciência da verdade absoluta está em crise por
elementos teóricos e sociais agravados pelo que o autor chama de industrialização da ciência:

Quanto às aplicações, as bombas de Hiroshima e Nagasaki foram um sinal


trágico, a princípio visto como acidental e fortuito, mas hoje, perante a
catástrofe ecológica e o perigo do holocausto nuclear, cada vez mais visto
como manifestação de um modo de produção da ciência inclinado a
transformar acidentes em ocorrências sistemáticas.

Elementos dessa crise são percebidos na natureza dos objetos, que, cada vez mais “são
constituídos por anéis que se entrecruzam em teias complexas” (SANTOS, 2008, p. 56). Essa
complexidade se potencializa em função das mudanças sociais apresentadas acima.
Implica em pensar outros modos de fazer ciência que [re] pensem o lugar do sujeito humano.
Em que a ciência não mais se paute pelo controle da natureza, mas pela sua capacidade de
agregar elementos para emancipação do humano.
Essa prerrogativa concorda com Pimenta (2015) que problematiza a eficácia do saber
tecnocientífico em responder aos anseios humanos de modo local e global. Para tanto, o autor
aposta em um desenvolvimento que se aproxime da cultura popular, capaz de minimizar as
mazelas sociais advindas da prática científica estabelecida.
Emerge um outro paradigma que rompe com a lógica binária de mundo entre ciência e senso
comum, vivo e inanimado, natural e artificial1. O paradigma emergente, inverte a lógica
durkheimeana, os fenômenos sociais não mais são vistos como naturais, mas os fenômenos
naturais passam a ser apreendidos como produtos de relações sociais (SANTOS, 2008).
Boaventura de Sousa Santos (2007) diz que não há motivos para a humanidade acreditar no

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Latour (2012) não dissocia o não-humano do humano na constituição das relações sociais.
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saber científico como superior ao senso comum, ao saber esotérico ou religioso. O que ocorre
é uma clara distinção entre sujeito e objeto capaz de efetivar um conhecimento que domine a
natureza.
O autor, no contexto da produção de sua obra em fins dos anos 1980, não fala em
interdisciplinaridade, mas deixa claro que há uma mudança de concepção de mundo, ainda
que não capturada, mesmo nos dias atuais. Mediante essa mudança justifica-se a aposta na
interdisciplinaridade e em sua capacidade de ampliar o olhar do pesquisador. Um
conhecimento que não mais separa sujeito e objeto, mas que permite a confluência de ambos
para apropriação do real.

Metodologia

Para a elaboração deste artigo dividiu-se a metodologia em duas etapas distintas.


A primeira etapa constituiu-se de uma revisão bibliográfica com o objetivo de levantar
a literatura que aborda metodologia interdisciplinar, pesquisas interdisciplinares e, de um
modo geral, as relações sociais.
Galvao (2010, p. 01) mostra a importância desse tipo de metodologia, ao justificar que
ao realizar um levantamento bibliográfico:

[...]é se potencializar intelectualmente com o conhecimento coletivo, para se


ir além. É munir-se com condições cognitivas melhores, a fim de: evitar a
duplicação de pesquisas, ou quando for de interesse, reaproveitar e replicar
pesquisas em diferentes escalas e contextos; observar possíveis falhas nos
estudos realizados; conhecer os recursos necessários para a construção de
um estudo com características específicas; desenvolver estudos que cubram
lacunas na literatura trazendo real contribuição para a área de conhecimento;
propor temas, problemas, hipóteses e metodologias inovadores de pesquisa;
otimizar recursos disponíveis em prol da sociedade, do campo científico, das
instituições e dos governos que subsidiam a ciência.

Pizzani (2012) entende que o levantamento bibliográfico ou documental é a revisão


das principais teorias que dão significado ao trabalho científico, a qual pode ser realizada em
livros, periódicos, artigo de jornais, sites da internet entre outras fontes.
Já a segunda parte da metodologia constituiu-se em uma observação etnográfica
participante para a coleta de dados no II Encontro de Desenvolvimento, Tecnologias e
Sociedade, nos dias 26 e 27 de novembro de 2015 no campus da Unifei em Itajubá (MG).
Essa atividade foi acompanhada por dois pesquisadores do PPG munidos de caneta e caderno
de campo para registros de coleta de dados para a elaboração desta pesquisa e artigo. Para
Angrosino (2009, p. 74) a “observação é o ato de perceber um fenômeno, muitas vezes com
instrumentos, e registrá-lo com propósitos científicos”.
A observação como participante é uma situação em que o pesquisador é conhecido e
reconhecido, porém, sua relação com os atores sociais envolvidos com a pesquisa é
profissional (ANGROSINO, 2009).

Encaminhamentos Para a Construção Metodológica


Interdisciplinar
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Realizar uma pesquisa de caráter interdisciplinar não se configura como tarefa
simples. Geralmente, os objetos de pesquisa a serem explorados são complexos e por isso
exigem a junção de mais de um conhecimento para a sua compreensão.
As tradicionais receitas metodológicas oriundas de uma ciência já tradicional,
elaborada há tempos e difundida não cabem aqui. Bourdieu (1997) ressalta que o pesquisador
na atualidade deve abandonar as velhas receitas metodológicas e evitar os procedimentos de
pesquisa já padronizados. Para Bourdieu (1997, p. 693) as tradicionais técnicas de pesquisa
por mais úteis que possam ser “[...] lhes falta quase sempre o essencial [...] porque
permanecem dominados pela velha fidelidade a velhos princípios metodológicos”.
Philippi Jr e Silva Neto (2011) alinham-se a este discurso e apontam que a
metodologia de caráter interdisciplinar não se pode ser elaborada seguindo apenas as receitas
metodológicas tradicionais. Os autores ressaltam que a interdisciplinaridade não ignora as
bases epistemológicas das disciplinas, como no caso da transdisciplinaridade, e também, não
tem a pretensão deixar intacto o monopólio epistemológico das disciplinas, como no caso da
multidisciplinaridade.” (PHILIPPI JR; SILVA NETO, 2011).
Nota-se que a interdisciplinaridade está em constante construção e que a elaboração
metodológica desta também se relaciona intimamente, diversas vezes, com o objeto a ser
pesquisado. Na efervescência de objetos de pesquisa cada vez mais complexos, qual a
confiabilidade de se utilizar métodos tradicionais de pesquisa? Por isso, a inovação aqui se faz
necessária.
Parte-se do princípio de que a interdisciplinaridade não é uma obrigatoriedade. A
pesquisa interdisciplinar depende do objeto a ser pesquisado. Se este dialoga com mais de
uma ciência, se este pode ser interpretado por diversas ciências, se este se faz complexo e
necessita ser compreendido por mais de um viés do saber. De maneira geral, são os objetos
científicos híbridos que necessitam de olhares interdisciplinares para a compreensão e estudo.
A partir deste princípio, elaborar-se-á as condições do saber metodológico desta discussão em
uma analogia na junção de encaminhamentos para nortear a construção de uma metodologia
interdisciplinar.
Apresenta-se o primeiro encaminhamento, sine qua non, para a construção
metodológica interdisciplinar proposta aqui.
Após a identificação das características do objeto a ser estudado, faz-se necessário
verificar com quais ciências o pesquisador vai se apropriar de conceitos para desbravar o
objeto de pesquisa, e então estabelecer critérios visíveis para a construção de um percurso
epistemológico próprio pertinente ao objeto e a pesquisa interdisciplinar.
É nesse momento que o referencial teórico metodológico será construído,
emprestando conceitos que se permitem ampliar o olhar sobre o objeto de pesquisa. Nesse
momento, o autor, que busca realizar um trabalho interdisciplinar, deve ter o cuidado de não
limitar a discussão à sua área de formação evitando afirmações que restringem a pesquisa a
campos específicos.
Mas a lembrança de Philippi Jr e Silva Neto (2011, p. 100) se faz necessária neste
segundo encaminhamento. Não se pode apenas emprestar os conceitos de autores de distintas
ciências sem pensar onde esses conteúdos se encaixam e sustentam a sua discussão, trata-se
das “portas de entrada” entre a teoria pertinente à formação do pesquisador, as especificidades
do objeto de estudo e as disciplinas que permitem o diálogo interdisciplinar.
Caso contrário, será feito um trabalho “Frankestein, formadas de pedaços
heterogêneos e mal costurados, que se movimentam de modo desajeitado” (RAYNAUT, 2011,
p. 100). Trata-se de deixar claro para o leitor, quais são as reais contribuições das disciplinas
ou áreas utilizadas, afim de que não se utilize de muitas disciplinas sem utilizar de nenhuma
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delas efetivamente.
O terceiro encaminhamento trata de não abandonar os conhecimentos de formação do
pesquisador. Esses sustentarão a sua discussão teórica no trabalho e serão o ponto de partida
de sua investigação. A interdisciplinaridade promove o diálogo entre os saberes, mas não
incentiva que o pesquisador abandone totalmente de sua formação e se aventure por outros
horizontes.
Deve-se atentar ao fato de não existir hierarquia na interdisciplinaridade e de que o
respeito entre o que é produzido entre as diferentes ciências é necessário no diálogo
interdisciplinar. O conceito apresentado por Bourdieu (1997) de violência simbólica aqui se
faz presente. Deve-se evitar a todo custo, a violência simbólica entre pesquisadores,
pesquisador e pesquisado, para que não haja sobreposição de conhecimentos, no ideal de
evitar a desconstrução da interdisciplinaridade.
Outra cautela, dentro desse ‘encaminhamento’ é não deixar a escrita tendenciosa para
um campo específico da preferência do pesquisador, com intuito de que a pesquisa científica
não se converta em jornalismo, mas que haja um posicionamento crítico e coerente frente ao
saber produzido.
O quarto encaminhamento, se direciona para a elaboração ou apropriação de técnicas
de pesquisa, já que o referencial teórico metodológico já estará construído a partir do diálogo
interdisciplinar realizado anteriormente. Nessa etapa, a atenção se faz necessária uma vez que
elaborar ou se apropriar de técnicas de pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa,
chamadas “quanti-quali”, podem ser uma alternativa no viés interdisciplinar, mas não são
simples de serem elaboradas e são complexas de serem analisadas. Já a opção por técnicas
puramente qualitativas ou quantitativas se fazem interessantes, mas dependem, novamente,
das características do objeto a ser estudado.
Deve-se vestir a “armadura epistemológica”, de posse dos saberes e conceitos
construídos no referencial teórico metodológico, o pesquisador não deve se influenciar pelos
gostos pessoais, e não induzir o objeto a dizer o que se espera ao mesmo tempo em que tenha
a sensibilidade para ‘ouvir’ o não dito, aquilo que está nas entrelinhas do objeto.
Trata-se de uma habilidade que o pesquisador desenvolve mais ou menos dependendo
da especificidade e de seu envolvimento com o objeto. Na concepção de Weber (2010), não é
possível total neutralidade do sujeito, entretanto, o pesquisador não deve se utilizar dessa
prerrogativa para se sustentar seus argumentos em visões pessoais ou partidárias.
O quinto encaminhamento, aborda as técnicas de análise de dados que se alinham com
as técnicas de pesquisa que o autor desenvolverá ou escolherá para efetuar sua pesquisa.
Novamente, o estreitamento com o objeto de pesquisa se faz necessário nesta etapa da
pesquisa. Aqui por vezes é necessário duvidar do que diz o objeto, mais uma vez apropriando
do conceito de violência simbólica (BOURDIEU, 1997). Isso ocorre por conta do objeto
estudado poder ver o pesquisador como um solucionador de problemas, nesse caso mais uma
vez a sensibilidade do pesquisador se torna útil para garantir a cientificidade de sua pesquisa.
Da forma que, todos esses encaminhamentos reunidos podem permitir a construção da
base para a elaboração metodológica de uma pesquisa de caráter interdisciplinar.

Discussões Práticas Sobre Interdisciplinaridade

Diante da pluralidade dos projetos de pesquisa, o PPG DTecS promove


semestralmente um encontro entre os pesquisadores para discutir os caminhos da
interdisciplinaridade. Na edição do segundo semestre de 2015 ocorreu o II Encontro de
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Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade, nos dias 26 e 27 de novembro de 2015, que teve
como tema: Desafios e enfrentamentos da produção do conhecimento interdisciplinar.
Este evento contou com a participação de pesquisadores, professores e alunos do curso
de pós-graduação em Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade além de pesquisadores da
Universidade de Taubaté (UNITAU), atuantes no Programa Interdisciplinar de Mestrado em
Desenvolvimento Humano.
Os pesquisadores munidos de canetas e cadernos de campo acompanharam o fórum de
debate que ocorreu no dia 26 de novembro de 2015 e também a mesa redonda entre
pesquisadores realizada em 27 de novembro de 2015. Autorizados pela coordenação do PPG
DTecS, as anotações poderiam ser realizadas para a condução da pesquisa durante toda a
realização do evento.
A proposta do fórum baseou-se na discussão dos desafios e dificuldades que a prática
interdisciplinar impõe aos pesquisadores. Entre as falas dos participantes ficou clara a
necessidade de se trabalhar o coletivo e a capacidade de criar diálogos mesmo entre diferentes
áreas de conhecimento e/ou concepção política-ideológica dos integrantes do programa.
Ficou claro que não se trata de um programa de pós-graduação homogêneo, nem no
sentido das produções, nem no sentido ideológico, porém reconhecemos este ser, não um
entrave, mas uma condição para a interdisciplinaridade.
Além disso, percebe-se entre os pesquisadores do PPG DTecS a busca por uma
afirmação que lhe confira identidade. Essa prerrogativa somente é possível, na visão de um
dos docentes que tomou a palavra, mediante o “diálogo entre os grupos de estudo que existem
no programa”.
Em 27 de novembro, ocorreu uma mesa redonda onde os pesquisadores R.T.S e A.L.S.
relataram suas experiências como pesquisadores de um grupo que atua no campo
interdisciplinar há mais de dez anos, no intuito de promover uma reflexão sobre as práticas e
concepções do PPG-DTecS neste campo do conhecimento.
Dentro dessa perspectiva, R.T.S. deu destaque para três desafios da
interdisciplinaridade, que são:
“A dificuldade de construir uma identidade das produções e dos próprios programas
de pós-graduação”.
À essa dificuldade é imposta a necessidade de se pensar o projeto ético-político que
serve de escopo para o programa ou a instituição que propõe a interdisciplinaridade. Em
outras palavras, saber, com clareza, “de que lugar estamos falando”. Um grupo se une a partir
de elementos que perpassam as esferas, ideológica, ética, afetiva ou racional, no entanto,
pensar a interdisciplinaridade, pressupõe pensar em um projeto ético-político, sugere R.T.S.
Outro desafio é o de sair do lugar de formação, deslocar da particularidade da
formação individual, sem, no entanto, abandoná-la por completo. Trata-se dos diálogos
abordados no capítulo anterior, tal diálogo ocorre mediante o reconhecimento do capital
científico das diferentes áreas. Mesmo que algumas áreas sejam carregadas de um valor
econômico que, por vezes, busca se sobrepor às demais áreas.
Ocorre nos projetos e pesquisas uma tensão que perpassa a tríade pesquisador, objeto e
professor. Onde a interdisciplinaridade ocorre no momento em que as tensões convergem.
O terceiro desafio se insere a partir do que chama de “vaidade acadêmica” tal vaidade
distorce a relação com o outro na perspectiva do poder. E ainda impede que haja a
convergência de contribuições para a criação de um novo saber. “... se não houver a superação
de vaidades individuais ocorre a reprodução do discurso fragmentado”.
Percebe-se que os desafios são interligados e podem comprometer o projeto ético-
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político que norteia a interdisciplinaridade.
No segundo momento da mesa redonda, A.L.S iniciou com a definição de
interdisciplinaridade para o documento de área da Comissão Permanente de Aperfeiçoamento
de Nível Superior (CAPES), a convergência de duas ou mais áreas ou disciplinas que podem
fazer surgir um novo profissional.
Ainda destacou outra concepção para o conceito: a interação entre diferentes
disciplinas, integrando conceitos, epistemologias e dados; união de componentes diferentes de
duas ou mais disciplinas.
Justifica-se pela possibilidade de dar ao pesquisador a dimensão das consequências de
sua produção em detrimento à ciência fragmentada. Para tanto, faz-se necessário a criteriosa
sistematização e registro das práticas, contradições e soluções, pondo-as a público por conta
do fortalecimento e constituição da interdisciplinaridade.
Não se dever pensa-la de modo descontextualizado, “nem todos os objetos permitem a
abordagem por mais de um viés”, salientou A.L.S. para que seja evitado o que chamamos de
“colcha de retalhos” no capítulo anterior.
Com relação aos desafios, vão desde os conflitos dogmáticos entre pesquisadores,
avaliação por docentes de formações distintas, dificuldades de profissionalização dos
formandos, até os problemas por afinidades políticas-ideológicas já destacadas por R.T.S.
Ambos pesquisadores concordaram que a afirmação de um programa ou instituição
que se lança à interdisciplinaridade passam pela seguinte linha: identidade que gera a
metamorfose do grupo que gera sua emancipação. Os desafios são constantes, mas cabe aos
pesquisadores acreditarem em seu projeto.

Considerações Finais

Na busca pela resposta da pergunta que norteou este trabalho, evidenciou-se que se faz
necessário repensar os conceitos e a construção de ciência para apreender as novas demandas
da sociedade que se fazem temas para as ciências na atualidade. Quando a ciência começou a
ser construída, o pensamento interdisciplinar se fez presente, mas ao passar das épocas, esse
conceito perdeu lugar para a disciplinaridade e a chamada departamentalização da ciência.
Para se efetivar a interdisciplinaridade, faz se necessário buscar implicâncias e
contradições do objeto, sair da zona de conforto disciplinar no esforço de capturar dinâmicas e
flutuações que permeiam o real.
Com os novos arranjos sociais reconfigurados pelas transformações ocorridas no globo
após as grandes revoluções históricas da humanidade, as ciências nos vieses interdisciplinares
mostram-se como importantes ferramentas de construção e de problematização na busca por
respostas e pela construção de novos conhecimentos.
Há de se estimular uma nova tendência interdisciplinar na academia, mas que depende
de sinergia entre pesquisadores, institutos, universidades, agências de fomento e outros atores
envolvidos com esta dinâmica para que funcione e execute a pesquisa e o ensino de maneira
que consiga atuar e desvendar as complexidades da atual sociedade.
Os encaminhamentos aqui propostos para a construção metodológica não são
obrigatórios para quem inicia a pesquisa no viés interdisciplinar, mas podem auxiliar na
construção desse novo pensamento na academia e fomentam a construção de pesquisas na
área.

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Agradecimentos

À FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais e à CAPES -


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo apoio.

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