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MORTALIDADE DE ÁRVORES NO MEGA INCÊNDIO DO SUL DO ESTADO DE


RORAIMA NA PASSAGEM DO EVENTO EL NIÑO DE 2015/2016

Conference Paper · November 2017

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Paulo Eduardo Barni


Universidade Estadual de Roraima
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BARNI, P. E.; CHAGAS, F. . MORTALIDADE DE ÁRVORES NO MEGA INCÊNDIO


DO SUL DO ESTADO DE RORAIMA NA PASSAGEM DO EVENTO EL NIÑO DE
2015/2016. In: SEMANA FLORESTAL 2017, 2017, MANAUS - AM. ANAIS DA
SEMANA FLORESTAL 2017. MANAUS - AM: ECO & COMPANHIA, 2017. v. 1. p.
22-23.

A publicação original esta disponível em:


https://drive.google.com/file/d/1wtScOXjg26Sp1DdAuNm_N0ORFCAgqI54/view

Anais da Semana Florestal. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas. 2017.


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Semana Florestal 2017 – Universidade Federal do Amazonas

MORTALIDADE DE ÁRVORES NO MEGA INCÊNDIO DO SUL DO ESTADO DE


RORAIMA NA PASSAGEM DO EVENTO EL NIÑO DE 2015/2016
Paulo Eduardo Barni, Francisco das Chagas Ferreira Silva

Resumo
No presente estudo foram avaliadas: a. A mortalidade de árvores/palmeiras na passagem de fogo no sub-bosque em
floresta primária da região Sul do Estado de Roraima; b. Testou-se a dependência da área (m2) atingida pelo fogo –
AAF de sub-bosque à presença da Extração Seletiva de Madeira – ESM; c. Testou-se a dependência do aumento da
mortalidade atribuída ao incêndio de sub-bosque – ISB devido à presença da extração seletiva de madeira – ESM.
Palavras-chave: Floresta primária, Incêndio florestal de sub-bosque, Extração Madeireira, Amazônia

Abstract: In the present study, we evaluated: a. The mortality of trees / palms in the understory forest fire in the
southern region of the State of Roraima; b. Was tested the dependence forest fires (m2) to the presence of the
Seletive logging - SL; c. Was tested the dependence of the increase in mortality attributed to fire (MAF) due to the
presence of SL.
Key Words: Primary forest, Understory forest fire, seletive logging, Amazonia

Introdução
A Amazônia brasileira apresenta um imenso estoque de madeira e diversidade enorme de indivíduos arbóreos,
porém com a pressão humana e as atividades relacionadas ao uso da terra tem causado grande impacto ao meio
ambiente e elevadas emissões de gases de efeito estufa – GEE para a atmosfera a partir do desmatamento e
queimadas. Esses fatores sinergicamente associados ao aquecimento global e a aceleração da frequência do evento
El Niño tem provocado grandes incêndios florestais de sub-bosque em áreas úmidas da Amazônia (e.g., BARNI et al.
2017). Apesar de sua importância para as estimativas de emissões de GEE os incêndios florestais de sub-bosque
ainda não são considerados nos inventários nacionais de emissões devido, principalmente, a (1) poucos estudos
envolvendo a temática na Amazônia e (2) às grandes incertezas relacionadas aos cálculos.
Objetivos
Avaliar a mortalidade de árvores / palmeiras por incêndios florestais de sub-bosque em floresta primária do sul do
Estado de Roraima e testar o seu aumento e a sua dependência espacial em função presença da Extração Seletiva de
Madeira – ESM na área estudada.
Metodologia
A precipitação oscila e entre 2.000 a 2.300 mm anuais e a temperatura média anual é de 27º C. O clima é do tipo Am
(tropical chuvoso: Koppen). A vegetação é formada por Floresta Ombrófila Densa, Campina e Campinarana e áreas
de tensão ecológica (Ecótonos). Na amostragem, realizada entre 11/03 e 22/04 de 2016 foram plotadas em campo
21 parcelas de 4 x 250 m (2,1 ha) onde se coletou dados de árvores e palmeiras vivas e mortas (em pé ou caídas)
com Diâmetro Acima do Peito – DAP≥10 cm. No quesito (a) foi avaliado se (i) a árvore ou palmeira já estava morta
antes da passagem do fogo e se atribuiu a sua morte a Causas Naturais – CN (indivíduos que apresentavam sinais
visíveis de apodrecimento); (ii) indivíduos mortos pela ESM (indivíduos arbóreos (ou estipes) quebrados e sem
presença de brotações presentes nas trilhas de arraste e tocos de árvores da ESM), e; (iii) indivíduos mortos pelo ISB
(indivíduos com as folhas das copas totalmente secas e com marcas da passagem do fogo). Para o quesito (b) foram
mensuradas a AAF (m2) em cada parcela. Para testar a dependência das áreas incendiadas à ESM aplicou-se teste t.
Para isto utilizou-se dados de área com vestígios de ESM (14) e sem vestígio (7) de ESM nas parcelas. Neste caso
foram sorteadas aleatoriamente sete parcelas das 14 com vestígios de ESM para compor o banco de dados para o
teste estatístico com as parcelas sem ESM. Para testar a hipótese (c) de aumento da mortalidade de árvores pelo
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Semana Florestal 2017 – Universidade Federal do Amazonas

incêndio devido a dependência da ESM foi aplicado teste de Qui Quadrado (χ2: tabela de contingência 2 x 7) em
indivíduos mortos nas mesmas parcelas sorteadas para o teste anterior. Os testes foram executados no software R,
considerando o nível de 95% de probabilidade (a=0,05).
Resultados
Foi contabilizado um total 1.464 indivíduos, sendo a média de 70 ± DP=9 indivíduos por parcela e projetando um
valor de 697,1 indivíduos por ha. O total de indivíduos vivos somaram 1.014 (69,3%) com média de 48 ± 11
indivíduos por parcela. O total de indivíduos mortos somaram 450 (21 ± 7,9) sendo distribuídos entre 109 mortos
por CN (24,2%), 54 mortos pela ESM (12,0%) e 287 mortos pelos ISB (63,8 ± 13,4%). Considerando todos os
indivíduos (vivos e mortos) a mortalidade pelo fogo chegou a 19,7 ± 9,6%) em média nas parcelas. Este percentual
foi 2,1 vezes maior que o percentual de 9,5% encontrado por Barbosa & Fearnside (1999) estimando a perda de
biomassa por incêndios em Roraima no El Niño de 1998/1999. As maiores taxas de mortalidade pelo ISB se verificou
nas menores classes de diâmetros. Sendo verificados ~70% dos DAPs de indivíduos mortos entre 10 e 20 cm. Embora
a mortalidade de indivíduos com DAP <10 cm não contarem para o estudo o fogo impactou severamente esse
extrato. Quanto a área incendiada chegou-se ao montante de 17.877,8 m2 ou 1,8 ha (85,1%), média de 851,3 ± 209,7
m2 por parcela. Esta área projeta um índice de mortalidade de um (1) indivíduo morto para cada 62,3 m 2 (~160
ind.ha-1) de área incendiada. O resultado do teste de Qui Quadrado (χ2 = 26,8598; df = 6; p-value = 0,0002) mostrou
que a ESM influenciou no aumento da mortalidade de indivíduos atingidos pelo fogo. Porém, testando a quantidade
de área (m2) atingida pelos incêndios nas parcelas com ESM (890,9 ± 103,4 m 2) e sem ESM (769,1 ± 343,0 m2)
verificou-se que não houve diferença significativa entre as médias (t = -0,8998, df = 7,082, p-value = 0,3978).
Considerações Finais
Conclui-se que a ESM foi responsável pelo aumento da mortalidade de árvores e palmeiras na área de estudo,
provavelmente, pelo agravamento da severidade do fogo. No entanto a ESM não influenciou no aumento da área
atingida pelo fogo. Outros fatores como a severidade da seca, o manejo inadequado do fogo por agricultores e
fazendeiros, a fragmentação florestal e o efeito de borda, sinergicamente unidos a ESM podem explicar a grande
área atingida pelo fogo no sul de Roraima na passagem do evento El Niño de 2015/2016.
Referências
BARBOSA, R.I.; FEARNSIDE, P.M., 1999. Incêndios na Amazônia: Estimativa da emissão de gases de efeito estufa pela
queima de diferentes ecossistemas de Roraima na passagem do evento ―El-Niño (1997/1998). Acta Amazonica.
29(1), pp.513-534.
BARNI, P.E.; SILVA, E.B.R.; SILVA, F.C.F., 2017. Incêndios florestais de sub-bosque na zona de florestas úmidas do sul
de Roraima: área atingida e biomassa morta. XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR. Disponível
em: <https://proceedings.galoa.com.br/sbsr>. Acesso em: 25 set de 2017.

Anais da Semana Florestal. Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas. 2017.


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