Você está na página 1de 263

ANÁLISE DOS RECALQUES DE GUINDASTES

UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DE USINA


TERMELÉTRICA NO AMAZONAS

Projeto de Graduação apresentado ao


Curso de Engenharia Civil da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do Título de
Engenheiro.

Orientadores:
Alessandra Conde de Freitas
Eduardo Vidal Cabral

Fevereiro de 2017

i
ANÁLISE DOS RECALQUES DE GUINDASTES UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO
DE USINA TERMELÉTRICA NO AMAZONAS

Priscila Pereira Cunha

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada
por:

Prof. Alessandra Conde de Freitas.

Eng. Eduardo Vidal Cabral.

Prof. Bernadete Ragoni Danziger.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


FEVEREIRO DE 2017

ii
Cunha, Priscila Pereira
Análise dos recalques de guindastes utilizados na construção
de usina termelétrica no Amazonas / Priscila Pereira Cunha- Rio
de Janeiro: UFRJ/ ESCOLA POLITÉCNICA, 2017.
IX, 254 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Alessandra Conde de Freitas, Eduardo Vidal
Cabral
Projeto de Graduação – UFRJ / POLI / Engenharia Civil, 2017
Referências Bibliográficas: p.248-251.
1. Introdução 2. Revisão Bibliográfica 3. Estudo de Caso 4.
Previsão de recalque de sapatas isoladas 5. Previsão de recalque
considerando efeito de grupo – Plaxis 2D 6. Interpretação dos
resultados 7. Considerações Finais 8. Referências Bibliográficas
I. Previsão de Recalques II.Guindastes III.Métodos analíticos
IV.Método numérico

iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me permitir ter saúde e perseverança para traçar a longa
trajetória acadêmica.
Agradeço enormemente a meus pais, Rosangela e Juracy, que sempre foram
meus exemplos de vida. Graças a eles pude ter uma educação de qualidade e alcançar
meus objetivos, por isso dedico esse trabalho a vocês que sempre se mostraram meus
companheiros independente da situação. Agradeço também, por sempre me apoiarem,
pelos diversos conselhos e momentos de descontração após momentos difíceis.
Agradeço também, a minha irmã, Beatriz, que sempre me incentivou a prestar
vestibular para universidades públicas. Sem seu apoio, tenho certeza que a conquista
desse sonho teria se tornado mais árdua. Agradeço por sempre se mostrar disposta a
ajudar no que pudesse nessa jornada e pelas risadas sempre garantidas.
Agradeço ao meu namorado, Régis, por sempre se mostrar compreensivo nos
dias em que não pude dar a devida atenção devido a algum compromisso acadêmico,
pelas diversas vezes que esteve disposto a me ajudar, pelos muitos conselhos e afagos.
Agradeço aos meus amigos de faculdade. Obrigada por cada dia que passamos
estudando juntos para uma prova, cada momento de tensão antes/depois de provas que
nos apoiamos mutuamente. Obrigada, também, por cada momento feliz que passamos.
Sem vocês esses anos de faculdade certamente não teriam sido tão bons.
Agradeço à minha orientadora Alessandra, por todos os dias dedicados a me
auxiliar, pelos sábios conselhos, pelo enorme incentivo e, por acreditar no meu
potencial.
Agradeço também, a meu meu co-orientador Eduardo, por ter confiado a mim o
uso de informações que permitiram a elaboração desse trabalho. Obrigada por
disponibilizar parte de seu tempo a me orientar, e sempre se mostrar prestativo tirando
minhas dúvidas e ajudando no uso do software Plaxis 2D.
Agradeço à Bernadete por se mostrar solícita a fazer parte da banca avaliadora.
Por fim, agradeço pela oportunidade de ter tido a chance de fazer parte de
diversas atividades durante a graduação, em especial, pela oportunidade que a faculdade
me proporcionou de realizar trabalho voluntário com crianças. A experiência foi
realmente engrandecedora para meu crescimento pessoal.

iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Análise dos Recalques de Guindastes Utilizados na Construção de Usina
Termelétrica no Amazonas

Priscila Pereira Cunha


Fevereiro / 2017

Orientadores: Alessandra Conde Freitas e Eduardo Vidal Cabral


Curso: Engenharia Civil
Este trabalho consiste na análise dos recalques obtidos através de métodos analíticos e
numérico causados pelo carregamento de dois guindastes utilizados na construção da
Usina Termelétrica de Mauá 3, no estado do Amazonas, que tem por objetivo reforçar o
fornecimento de energia elétrica do estado.
Os guindastes analisados são Terex-AC 350 e Terex AC-500 que são suportados por
quatro placas metálicas (patolas) que recebem carga provenientes de seus pesos
próprios, bem como as cargas de içamento quando da utilização dos mesmos.
As análises de previsão de recalque serão feitas através dos seguintes métodos
analíticos: Método Barata (1984) e método Schmertmann et al.(1978). Já a análise por
método numérico será feita através do programa Plaxis 2D por duas vertentes:
consideração de patolas isoladas e consideração de grupo de duas patolas vizinhas.
Serão comparados os valores de recalques obtidos através dos métodos analíticos com
os obtidos através do Plaxis 2D considerando apenas uma patola. Com isso, será
possível avaliar a relação entre os diversos resultados obtidos.
Além disso, utilizando os resultados do Plaxis 2D considerando patolas vizinhas será
avaliada a questão dos recalques distorcionais, de modo a verificar se os mesmos
atendem à especificação dada pelo fabricante dos guindastes.
Por fim, utilizando-se os resultados obtidos no Plaxis 2D, nas duas vertentes citadas
anteriormente, será realizada comparação entre os valores de recalques, observando a
influência do efeito de grupo.

Palavras - chave: Previsão de recalque, guindaste, métodoBarata, Método


Schmertmann, Plaxis 2D.

v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Engineer.

Settlement analysis of cranes used in a Thermoelectric Power Plant


construction in Amazonas.

Priscila Pereira Cunha


February / 2017

Advisor: Alessandra Conde de Freitas and Eduardo Vidal Cabral


Course: Civil Engineering
This work makes an analysis of the settlement obtained through analytical and
numerical methods caused by the loading of two cranes used in the construction of the
Mauá Thermoelectric Power Plant 3, in the state of Amazonas, whose objective is to
reinforce the state electricity supply.
The cranes analyzed are of the type Terex-AC 350 and Terex AC-500 and both are
supported by four metal plates (pads) that receive load from cranes’ weight, as well as
the loads from the hoisting of loads during their usage.
The analyzes by analytical methods will be done through the following methods: Barata
Method (1984) and Schmertmann method (1978). The analysis by numerical method
will be done through the program Plaxis 2D for two aspects: consideration of isolated
pads and consideration a group of two nearby pads.
Will be compared the values obtained by analytical methods with those obtained
through Plaxis 2D considering isolated pads. With this, it will be possible to evaluate
the relationship between the different results obtained.
In addition, using the results of Plaxis 2D considering a group of two nearby pads, the
issue of distortional settlement will be evaluated to analyze if they meet the
specifications given by the crane manufacturer.
Finally, using the results obtained in Plaxis 2D, in the two aforementioned aspects, a
comparison will be made between the values of settlement, observing the influence of
the group effect on them.

Keywords: Settlement predict, crane, Barata Method, Schmertmann Method, Plaxis 2D.

vi
SUMÁRIO

1.Introdução.....................................................................................................................1
1.1. Considerações iniciais............................................................................................1
1.2. Motivação para o estudo........................................................................................2
1.3. Objetivos do estudo................................................................................................6
1.4. Estrutura do Trabalho ...........................................................................................7
2. Revisão Bibliográfica...................................................................................................8
2.1. Sondagem de simples reconhecimento associada ao ensaio SPT..........................8
2.1.1. Caracterização do ensaio ............................................................................8
2.1.2. Realização do ensaio SPT .........................................................................11
2.2. Ensaio de penetração de cone (CPT)...................................................................12
2.2.1. Equipamentos e procedimentos.................................................................12
2.3. Conceito de bulbo de pressão..............................................................................14
2.4. Método de Barata (1984) para estimativa de recalque.........................................16
2.5. Método de Schmertmann et al.(1978) para estimativa de recalque.....................22
2.6. Método de Elementos Finitos..............................................................................26
2.7. Descrição do programa Plaxis 2D .......................................................................28
2.7.1. Entrada de dados (input)..............................................................................28
2.7.2. Etapas de cálculo (calculation).....................................................................29
2.7.3. Saída de resultados (output).........................................................................29
2.7.4. Saída gráfica (Curves)..................................................................................31
2.7.5. Modelos Constitutivos.................................................................................31
2.7.5.1. Modelo Linear Elástico...........................................................................31
3. Estudo De Caso..........................................................................................................32
3.1. Descrição da obra.................................................................................................32
3.2. Equipamentos utilizados .....................................................................................33
3.2.1. Guindaste Terex AC-350.............................................................................33
3.3.2. Guindaste Terex AC-500.............................................................................36
3.3. Sondagens e ensaios SPT.........................................................................................39
4. Previsão de Recalque de patolas isoladas................................................................48
4.1. Método de Barata.................................................................................................48
4.1.1. Guindaste Terex AC -350............................................................................48
4.1.1.1. Recalque Absoluto– SPT -08 – Terex AC-350...........................49

vii
4.1.1.2. Recalque Absoluto – SPT -35 – Terex AC-350..........................53
4.1.2. Guindaste Terex AC-500.............................................................................56
4.1.2.1. Recalque Absoluto – SPT -08 – Terex AC-500..........................57
4.1.2.2. Recalque Absoluto – SPT -38 – Terex AC-500..........................58
4.1.3. Resumo dos resultados.................................................................................62
4.2 Método de Schmertmann...................................................................................63
4.2.1. Guindaste Terex AC-350............................................................................ 63
4.2.1.1. Recalque absoluto – SPT -08 – Terex AC-350.......................................63
4.2.1.1.1.Estimativa de recalque para carga de 510 kN..........................63
4.2.1.1.2. Estimativa de recalque para a carga de1344 kN......................66
4.2.1.2. Recalque absoluto – SPT -35 – Terex AC-350.......................................67
4.2.1.2.1. Estimativa de recalque para carga de 510 kN.........................68
4.2.1.2.2. Estimativa de recalque para carga de 1344 kN.......................70
4.2.2. Guindaste Terex AC-500.............................................................................71
4.2.2.1. Recalque absoluto – SPT -08 – Terex AC-500.......................................71
4.2.2.1.1. Estimativa de recalque para a carga de 686 kN.......................72
4.2.2.1.2. Carga Estimativa de recalque para a carga de 2450 kN...........74
4.2.2.2. Recalque absoluto – SPT -38 – Terex AC-500.......................................75
4.2.2.2.1. Estimativa de recalque para a carga de 686kN........................75
4.2.2.2.2. Estimativa de recalque para a carga de 2450kN......................77
4.2.3. Resumo dos resultados.................................................................................79
4.3 Previsão de recalque por método numérico (Plaxis 2D)..................................80
4.3.1.Considerações para entrada de dados no programa......................................80
4.3.1.1. Fator de correlação dos valores de NSPT ................................................80
4.3.1.2. Estimativa do módulo de elasticidade do solo........................................81
4.3.1.3. Estimativa dos demais parâmetros do solo............................................82
4.3.1.4. Parâmetros das placas de apoio das patolas ...........................................82
4.3.2.Análises no Plaxis 2D...................................................................................84
4.3.2.1. Guindaste Terex AC-350........................................................................84
4.3.2.1.1. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 – AC-350...............85
4.3.2.1.2. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-35 – AC-350...............92
4.3.2.2. Guindaste Terex AC-500........................................................................98
4.3.2.2.1. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 – AC-500...............99
4.3.2.2.2. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-38 – AC-500.............105

viii
4.3.3.Resumo dos resultados.....................................................................................112
5. Previsão de Recalque considerando efeito de grupo – Plaxis 2D........................113
5.1. Considerações para entrada de dados no programa...........................................113
5.2. Análises no Plaxis 2D........................................................................................113
5.2.1. Guindaste Terex AC-350...........................................................................113
5.2.1.1. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 – AC-350...........................114
5.2.1.2. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-35 – AC-350...........................140
5.2.2. Guindaste Terex AC-500...........................................................................166
5.2.2.1. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 – AC-500...........................167
5.2.2.2. Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-38 – AC-500...........................192
5.3 Resumo dos resultados........................................................................................218
6. Interpretação dos Resultados.................................................................................221
6.1 Previsão de recalque distorcional........................................................................221
6.1.1. Previsão de recalque distorcional – Plaxis 2D...........................................220
6.1.1.1. Guindaste Terex AC-350......................................................................222
6.1.1.2. Guindaste Terex AC-500......................................................................225
6.1.2.Previsão de recalque distorcional – Método Barara (1984) .......................229
6.1.2.1. Guindaste Terex AC-350......................................................................229
6.1.2.2. Guindaste Terex AC-500......................................................................231
6.1.3 Previsão de recalque distorcional – Método Schmertmann et al. (1978) ...233
6.1.3.1. Guindaste Terex AC-350......................................................................233
6.1.3.2. Guindaste Terex AC-500......................................................................235
6.2 Análise dos recalques absolutos..........................................................................237
6.3 Análise da influência do efeito de grupo............................................................241
7. Considerações Finais ............................................................................................. 244
8. Referências Bibliográficas......................................................................................248

ix
1.Introdução

1.1.Considerações iniciais

Este trabalho baseia-se no caso real de uma obra para construção da Unidade
Termelétrica de Mauá 3, conforme apresentado na Figura 1.1, localizada no estado do
Amazonas, na qual foram instalados dois guindastes (Terex AC-350 e Terex AC-500) para
auxiliar na locomoção de grandes cargas.

Figura 1.1. Usina termelétrica de Mauá (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA)

O projeto da Usina Termelétrica Mauá 3 (UTE Mauá 3) prevê uma capacidade


máxima de 570,40 MW de potência líquida. Com a entrada em operação de suas duas
primeiras máquinas, a UTE Mauá 3 será a maior e mais moderna usina termelétrica de energia
a ser construída para operar com 100% de gás natural na região Norte do Brasil. O gás natural
é proveniente da bacia petrolífera de Urucu, localizada no município de Coari (AM)
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2016).

1
Uma série de empresas na área de engenharia civil atuaram nas fases de planejamento,
projeto e execução da UTE Mauá 3. Os dados utilizados nesse trabalho foram fornecidos pela
Sigma 1 Consultoria & Projetos, uma das empresas envolvidas na fase de projeto. Com base
nos dados disponibilizados, foi possível realizar previsão dos recalques (deslocamento vertical
descendente de uma fundação ou de um ponto da mesma) ocasionados pelas cargas adivindas
da operação dos guindastes citados anteriormente, através de métodos analíticos e numéricos.

1.2.Motivação para o Estudo

Guindastes são equipamentos de grandes dimensões que são capazes de suportar e


deslocar elevadas cargas. Estes equipamentos executam simultaneamente o transporte no solo,
a elevação, o transporte sobre laje e, por fim, depositam no local exato a carga transportada
(CARDÃO,1983). Por isso, propiciam enorme contribuição no sentido de otimizar tempo e
mão de obra na indústria da construção civil (Figura 1.2).

Figura 1.2. Imagem de um tipo de guindaste usado usualmente na construção civil (Catálogo
TEREX AC-350)

As cargas adivindas da operação dos guindastes são transferidas para o solo através de
suas patolas (Figura 1.3), que são elementos, em geral metálicos, apoiados diretamente no
terreno, que servem de base para os guindastes transferindo carga ao terreno com segurança.

2
Cada guindaste possui, em geral, quatro patolas, estando cada uma delas sobre uma ou
duas placas metálicas quadradas com dimensão B (no caso estudado B = 2,5m) simplesmente
apoiadas. A espessura total das placas no caso estudado é de e = 5,0 cm, conforme Figura
1.3.

PATOLA

Figura 1.3. Detalhe da patola sobre duas placas de aço.

É de extrema importância o planejamento para a correta utilização de um guindaste,


uma vez que seu uso indevido pode causar tombamento do mesmo, impossibilitando o
cumprimento do cronograma físico – executivo da obra e, o que é mais relevante, a possível
perda de vidas.
Sendo assim, nesse item serão apresentados alguns casos de acidentes ocorridos no
Brasil e no mundo entre 2013 e 2016, bem como suas consequências.

a) Acidente com guindaste na Arena Corinthians - São Paulo – Brasil

O tombamento do guindaste (Figura 1.4) ocorreu , na arena Corinthians, localizada


em Itaquera, zona leste de São Paulo, no dia 27 de novembro de 2013, levando a óbito dois
operários que trabalhavam na obra (G1 ONLINE, 2014).
A obra em questão visava o preparo do estádio para receber jogos durante a Copa do
Mundo de Futebol que ocorreria no ano de 2014.
De acordo com o divulgado pela imprensa por ocasião do acidente, a perícia definiu
que a causa do tombamento foi o “afundamento” do solo.

3
Figura 1.4. Guindaste tombado na arena Corinthians (G1 ONLINE, 2014).

b) Acidente com guindaste em Meca - Arábia Saudita


O tombamento do guindaste ocorreu na grande Mesquita de Meca, no dia 11 de
setembro de 2015, numa sexta-feira, dia da semana em que a mesquita fica mais movimentada
por ser o dia de orações para os muçulmanos.
Segundo autoridades da Defesa Civil local, o tombamento ocorreu devido a fortes
ventos na região (Figura 1.5).
O desastre deixou 107 mortos e 238 feridos, conforme G1 ONLINE, 2015.

Figura 1.5. Guindaste tombado na grande Mesquita de Meca (G1 ONLINE, 2015)

4
c) Acidente com guindaste em Nova York – Estados Unidos da América
Segundo a FOLHA DE SÃO PAULO, 2016, o tombamento ocorreu numa construção
no bairro de Tribeca, em Nova York, no dia 5 de fevereiro de 2016. Nesta ocasião, ao ser
realizada a operação de abaixamento da lança do guindaste, devido a más condições
metereológicas, a falha ocorreu (Figura 1.6). A estrutura do guindaste de 172 metros tombou
na Worth Street, atingindo diversos veículos.
Foi relatada uma morte e a ocorrência de três pessoas gravemente feridas. Não se
obteve informações adicionais a respeito da causa real do acidente.

Figura 1.6. Guindaste tombado na Worth Street, em Nova York (FOLHA DE SÃO PAULO,
2016).

d) Acidente com guindaste em Dongguan- Sul da China

O acidente ocorreu no dia 13 de abril de 2016 em uma área em construção na cidade


de Dongguan (Figura 1.7). O acidente atingiu uma área de alojamento de trabalhadores. Na
semana do acidente, a cidade enfrentava fortes tempestades, que causaram inundações e
intensas rajadas de vento. O acidente deixou 18 mortos e 33 feridos e sua causa não foi
divulgada (G1 ONLINE, 2016).

5
Figura 1.7. Guindaste tombado sobre alojamento em Dongguan, na China (G1 ONLINE,
2016).

1.3.Objetivos do Estudo

Tendo em vista o fato do tombamento de um guindaste trazer enormes prejuízos


humanos e financeiros, como visto no item anterior, torna-se de extrema importância a
realização de avaliações rigorosas em relação à segurança operacional do equipamento.
Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo a estimativa da magnitude dos recalques
absolutos em cada uma das patolas dos guindastes TEREX-AC 350 e TEREX AC-500
utilizados na obra da UTE Mauá 3 em Manaus. As patolas são assentes em solo areno
argiloso. Os recalques são estimados com base em duas metodologias analíticas: Método de
Barata (1986) e Método de Schmertmann et al. (1978) e por método numérico que baseia-se
no Métodos dos Elementos Finitos, através do programa Plaxis 2D. Com base nestas
estimativas, é possível prever a distorção angular para cada caso avaliado, considerando as
patolas adjacentes e diagonalmente opostas. Tais valores são comparados ao limite
considerado como aceitável para operação do equipamento, garantindo uma operação segura,
de acordo com o fabricante do mesmo.

6
1.4. Estrutura do trabalho

O presente trabalho foi dividido em oito capítulos, organizados conforme abaixo:

No capítulo 1 é feita a introdução do trabalho.

Já no capítulo 2 é feita a revisão bibliográfica onde sõ mostrados os ensaio necess´rios


para obtenção de parâmetros que permitam a estimativa de recalques. Além disso, é
introduzido o conceito de bulbo de pressão, essencial para compreensão dos métodos de
previsão de recalque . Estes por sua vez também são apresentados nesse capítulo.

O capítulo 3 trata do estudo de caso, onde são apresentados os seguintes itens: a


descrição da obra, as características dos guindastes analisados e as sondagens consideradas
nos métodos de previsão de recalque.

No capítulo 4 são realizadas as previsões de recalque com a consideração de patolas


dos guindastes isoladas pelos seguintes métodos: Barata (1984), Schmertmann et al. (1978),
Plaxis 2D com módulo de elasticidade sugerido por Schnaid (2000) e Plaxis 2D com módulo
de elasticidade sugerido por Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Já no capítulo 5 são realizadas previsões de recalques para o grupo de duas patolas,


incorporando o efeito de grupo. Para tanto, as análises foram feitas através do Plaxis 2D em
duas vertentes: a primeira análise foi realizada com módulo de elasticidade sugerido por
Schnaid (2000) e na segunda, com módulo de elasticidade sugerido por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012). Além disso, é realizada análise dos recalques distorcionais para ambos os
guindastes e situações consideradas.

No capítulo 6 é feita interpretação dos resultados obtidos nos capitulos 4 e 5.


Primeiramente é realizada a comparação dos valores de recalques obtidos pelos metódos que
consideraram análise de patolas isoladas e através dessa análise verificar a relação entre os
valores. Em seguida, realiza-se comparação entre as análises numéricas (Plaxis 2D)
considerando patolas isoladas e considerando grupo de duas patolas, verificando a influência
do efeito de grupo.

O capítulo 7 apresenta as considerações finais do trabalho além de serem feitas


sugestões para trabalhos futuros.

No capítulo 8 são encontradas as referências bibliográficas utilizadas no trabalho.

7
2.Revisão Bibliográfica

2.1.Sondagem de simples reconhecimento associada ao ensaio SPT

2.1.1. Caracterização do ensaio

A sondagem de simples reconhecimento dos solos associada ao SPT (Standart


Penetration Test), segundo a norma brasileira NBR 6484 da ABNT, é executada com
perfuração à trado helicoidal até atingir-se o nível d’água subterrâneo. Tendo sido atingido o
nível d’água a perfuração pode ser feita com circulação de água com uso do trépano de
lavagem. Na perfuração, para revestimento do furo, são empregados tubos de aço com
diâmetro interno variando de 67mm a 75mm até profundidade necessária à integridade do
trecho escavado (BELINCANTA E FERRAZ, 2000).
O SPT é normalizado pela ABNT na NBR 6484: Solos – sondagens de simples
reconhecimento com SPT – Método de ensaio. De acordo com essa norma, as finalidades do
ensaio são:
1. A determinação dos tipos de solo em suas respectivas profundidades de ocorrência;
2. A determinação da posição do nível-d’água;
3. A determinação dos índices de resistência à penetração (NSPT) a cada metro.

Os principais equipamentos que compõe um sistema de sondagem associada ao ensaio


SPT são os seguintes: (a)amostrador; (b)hastes; (c)martelo; (d)torre ou tripé de sondagem;
(e)cabeça de bater; (f)conjunto de perfuração (Figura 2.1). Uma breve descrição de cada um
deles será apresentada a seguir.

8
(d)

(g)

(f)

(c)
(h)
(e)

(i)

Trado Trado Trados helicoidais Trépano


cavadeira torcido

(a)amostrador;
(b)hastes;
(c)martelo;
(d)torre ou tripé de sondagem;
(j) (e)cabeça de bater;
(f)conjunto de perfuração;
(b) (g)Cabo;
(h)Pino guia;
(a) (i)Bica;
(j)Luva.

Figura 2.1. Equipamentos de sondagem (adaptado de SCHNAID e ODEBRECHT, 2012).

(a)Amostrador

O amostrador utilizado na execução da sondagem é constituído de três partes distintas:


cabeça, corpo e sapata, conforme Figura 2.2. A cabeça do amostrador possui uma válvula de
esfera e um orifício de drenagem que permite a saída da água de dentro das hastes a a
consequente retenção da amostra de solo dentro do amostrador.
Esse conjunto de válvula e dreno deve ser frequentemente inspecionado e limpo, para garantir
seu perfeito funcionamento. O corpo do amostrador é formado por um tubo bipartido, que
permite a inspeção tátil e visual das amostras. O corpo e o bico devem ser periodicamente

9
inspecionados e substituídos sempre que for detectado algum desgaste ou empenamento.
Bicos amostradores defeituosos alteram substancialmente o resultado, pois dificultam a
penetração do solo no amostrador.
A amostra coletada no corpo do amostrador deve ser acondicionada em recipiente
hermético e enviada ao laboratório para a classificação da granulometria, cor, presença de
matéria orgânica e origem.
De acordo com a NBR 6484/2001, o amostrador possui dimensões definidas, não
havendo tolerâncias previstas na prática brasileira.

Figura 2.2. Amostrador padrão “Raymond” (SCHNAID e ODEBRECHT, 2012).

(b)Hastes

As hastes são tubos mecânicos providos de roscas em suas extremidades, permitindo a


ligação entre elas por meio do uso de um elemento de conexão(luva ou nípel). De acordo com
a NBR 6484/2001, as hastes devem possuir 3,23kg por metro linear.

10
(c)Martelo padronizado

O martelo padronizado, para cravação dos tubos de revestimento e da composição de


hastes com amostrador, deve consistir em uma massa de ferro de forma prismática ou
cilíndrica, tendo encaixado, na parte inferior, um coxim de madeira dura (peroba rosa ou
equivalente), perfazendo um total de 65 kg.

(d)Cabeça de bater

A cabeça de bater da composição de cravação, que vai receber o impacto direto do


martelo, deve ser constituída por tarugo de aço de (83 ± 5) mm de diâmetro, (90 ± 5) mm de
altura e massa nominal entre 3,5 kg e 4,5 kg.

(d)Conjunto de perfuração

Os equipamentos normalmente usados para a abertura do furo de sondagem são os


trados manuais, com destaque para aqueles de tipo helicoidal e tipo concha além de trépano
ou faca de lavagem.

2.1.2.Realização do ensaio SPT

O ensaio consiste na cravação de um amostrador padrão. Tal amostrador é cravado de


metro em metro e a cada metro são contados os números de golpes necessários para cravar os
1os, 2os e 3os 15 cm do amostrador. O valor do índice de resistência a penetração NSPT, será
dado pela soma do número de golpes necessários para cravar os último 30 cm da
profundidade ensaiada.
No metro ensaiado, os 55cm restantes é avançado com um trado manual , quando o
ensaio for realizado acima no nível dágua ou com o trépano, caso contrário. Vencendo esses
55cm, chega-se ao próximo metro que deve ser ensaiado seguindo o mesmo procedimento.
É importante ressaltar que dependendo do NSPT que se obtenha, verifica-se que a
resistência é tamanha, que se torna inviável continuar o ensaio, caracterizando uma região

11
impenetrável a percurssão. Segundo a NBR6484, no item 6.3.12, a cravação do amostrador
padrão é interrompida se:
a) em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes ultrapassar 30;
b) um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação; e

c) não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco golpes


sucessivos do martelo.
Pode ocorrer também que ao avançar com trado ou trépano para se chegar no próximo
metro ensaiado, verifica-se grande resistência da região em permitir o avanço do instrumento,
caracterizando uma região impenetrável ao trado ou trépano. Segundo a NBR6484,a
sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração por
circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10 min ou
quando, após a realização de quatro ensaios consecutivos, não for alcançada a profundidade
de execução do SPT.

2.2.Ensaio de penetração de cone (CPT)

O ensaio de cone holandês, também chamado de ensaio de penetração estática, ensaio


de cone mecânico ou simplesmente ensaio de cone foi desenvolvido na década de 30, no
Laboratório de Mecânica dos Solos de Delft, na Holanda.
Segundo a NBR 12069: Solo – Ensaio de penetração de cone in situ (CPT), tal ensaio
é realizado para determinação da resistência do solo à penetração estática e contínua ou
incremental de uma ponteira padronizada. O método fornece dados que permitem estimar
propriedades dos solos e que são utilizados em projeto e construção de obras de terra e de
fundação de estruturas.

2.2.1.Equipamentos e procedimentos

O ensaio consiste na cravação, no terreno, de uma ponteira cônica (60° de ápice) a


uma velocidade constante de 20 mm/s 5 mm/s. A seção transversal do cone é, em geral, de
10cm², podendo atingir 15cm² ou mais para equipamentos mais robustos, de maior capacidade
de carga, e 5cm² ou menos para condições especiais. Os procedimentos de ensaio são

12
padronizados; os equipamentos, porém, podem ser classificados em três categorias
(SCHNAID e ODEBRECHT, 2012):
(a)cone mecânico, caracterizado pela medida, na superfície, via transferência
mecânica das hastes, dos esforços necessários para cravar a ponta cônica (resistência de
ponta do cone) e do atrito lateral ;
(b)cone elétrico, cuja adaptação de células de carga instrumentadas eletricamente
permite a medida de e diretamente na ponteira;
(c)piezocone, que, além das medidas elétricas de e , permite a contínua
monitoração das pressões neutras (u) geradas durante o processo de cravação
Um exemplo dos principais componentes do equipamento é mostrado na Figura 2.3.

Fuste do cone

Célula medidora
de pressão neutra

Ponta do Cone

Figura 2.3. Principais componentes do equipamento (SCHNAID e ODEBRECHT, 2012).

Os principais atrativos do ensaio são o registro contínuo das grandezas medidas


conforme pode ser visto na Figura 2.4, possibilitando uma descrição detalhada da estratigrafia
do subsolo, informação essencial à composição de custos de um projeto de fundações, e a
eliminação da influência do operador nas medidas de ensaio( , , u) (SCHNAID e
ODEBRECHT, 2012).

13
Figura 2.4. Representação esquemática das leituras feitas em ensaio de campo
(PENNA,2014).

O equipamento de cravação consiste de uma estrutura de reação sobre a qual é


montado um sistema de aplicação de cargas. Em geral, utilizam-se sistemas hidráulicos para
essa finalidade, sendo o pistão acionado por uma bomba hidráulica acoplada a um motor a
combustão elétrico. Uma válvula reguladora de vazão possibilita o controle acurado da
velocidade de cravação durante o ensaio. A penetração é obtida por meio da cravação
contínua de hastes de comprimento de 1 m, seguida da retração do pistão hidráulico para o
posicionamento de nova haste. Esses conjuntos podem ser tanto utilizados em terra (onshore)
como em água (offshore) (SCHNAID e ODEBRECHT, 2012).

2.3.Conceito de Bulbo de Pressão

Sabe-se que a influência, do ponto de vista prático, de determinadas cargas aplicadas


na superfície de um terreno, é limitada a uma determinada região, diminuindo bastante com a
profundidade e com o afastamento lateral.
Quando é aplicada uma carga na superfície de um dado terreno, são gerados
acréscimos de tensões no interior da massa de solo. Se ligarmos os pontos de igual acréscimo

14
de tensões são obtidas as chamadas isóbaras (Danziger F. – Notas de aula, 2015). Para o caso
específico de uma fundação quadrada de lado B, as isóbaras são mostradas na Figura 2.5.
Denomina-se bulbo de pressões a região limitada pela isóbara de 10% da pressão
aplicada no nível da área carregada.
O bulbo atinge uma profundidade dada por αB, sendo α dado pela Tabela 2.1 e, B a menor
dimensão de sapatas retangulares ou o diâmetro de sapatas circulares (BARATA, 1983).

Figura 2.5. Isóbaras de pressão (também chamadas de bulbos de pressão) baseadas nas
esquações de Boussinesq para fundações quadradas e longas. Aplicável somente ao longo da
linha ab do centro para bordas da base (Adaptado de Bowles, 1997).

15
Tabela 2.1. Valores de α para estimativa da profundidade atingida pelo bulbo de pressões,
para fundação de comprimento L e largura B (Barata, 1983).

Valor aproximado de
Relação L/B
α
11 2,0
1,5 2,5
2 3,0
3 3,5
4 4,0
5 4,25
10 5,25
20 5,5
infinito 6,5
1
obs: válido também para sapatas circulares

2.4.Método de Barata (1986) para Estimativa de Recalque

Este método permite a previsão de recalques em fundações diretas, assentes em solos


de compressibilidade rápida. São considerados solos de compressibilidade rápida, solos
arenosos independentemente da posição do nível d’água e solos argilosos acima do nível
d’água. Tais características englobam boa parte dos solos residuais brasileiros, por isso, sua
vasta utilização no território nacional.
Estando uma placa assente na superfície de um terreno com as características citadas
anteriormente, para um dado carregamento, o recalque pode ser estimado pela expressão
clássica da Teoria da Elasticidade (BOUSSINESQ, 1885).

( ) (1)

Em que
Recalque da placa à superfície
Fator de forma da fundação

Pressão uniformemente distribuída

D = Menor dimensão da placa ou seu diâmetro


Coeficiente de Poisson do terreno

16
Módulo de elasticidade do terreno

A expressão acima foi desenvolvida, originalmente, para um meio ideal, semi-infinto,


elástico, homogêneo, isotrópico, tendo sido obtidos em alguns casos resultados extremamente
conservativos. Com isso, para que se pudesse aplicar essa expresão a fim de prever recalques
de solos – materiais reais e com características diferentes das previstas por Boussinesq –
foram incorporadas algumas considerações (BARATA,1986).

No caso de placa assente em profundidade, em terreno de compressibilidade rápida e


módulo de elasticidade constante, a expressão para o cálculo do recalque, proposta por
BARATA (1962) é dada abaixo:

( ) (2)

Sendo
λ= Coeficiente de Mindlin que leva em consideração o embutimento h da
fundação
Recalque da placa assente a profundidade h
Fator de forma da fundação

Pressão aplicada à fundação

B = Menor dimensão da placa ou seu diâmetro


Coeficiente de Poisson do terreno

Módulo de elasticidade do terreno

Na obtenção do coeficiente de Mindlin, são levados em conta além do embutimento h


da fundação, o raio da fundação, quando a mesma é circular ou as dimensões (B e L) no caso
de fundação retangular. Abaixo, nas Figuras 2.6 e 2.7 encontram-se os ábacos com base nos
quais é possível obter o coeficiente de Mindlin para fundações circulares e retangulares,
respectivamente.

17
h = embutimento da fundação

Figura 2.6. Valores de λ para fundações circulares (Caquot e Kérisel, 1956, segundo Barata,1962).

18
L/B

Figura 2.7. Valores de λ para fundações retangulares(Fox, 1948, segundo Barata, 1962).

19
Com base na forma e nas dimensões da fundação, é estimado o fator de forma da
fundação , segundo BARATA(1984), conforme Tabela 2.2.

Tabela 2.2. Fatores de forma empregados no método Barata (1984).

Forma da fundação Valores de cΔ


Circular 0,88
Quadrada 0,82
L/B=1,5 1,06
L/B=2,0 1,2
Retangular L/B=5,0 1,7
L/B=10,0 2,1
L/B=100 3,4

Para obtenção do coeficiente de Poisson , utiliza-se a tabela 2.3.

Tabela 2.3. Sugestão de valores de coeficiente de Poisson (Barata, 1984 e 1983).

Valores de
Tipos de solo
µ
Argilas saturadas 0,5
Argilas não
saturadas 0,1 - 0,3
Areias argilosas 0,2 - 0,3
siltes 0,3 - 0,35
areias 0,2 - 0,4

É importante frisar que para os casos de solos de compressibilidade rápida, é


aceitável utilizar, na maioria dos casos, µ = 0,3, pois erros na avaliação de conduzem
a erros praticamente desprezíveis na estimativa dos recalques.

Barata (1984) sugere adotar-se a expressão (3) para estimativa do Módulo de


elasticidade do solo, Ez, o cerne do seu método. Barata sugere adotar na expressão (2) o
valor de Ez representativo do meio do bulbo de pressões.

(3)

20
Nesta expressão, qc é a resistência de ponta do ensaio de cone e o parâmetro a,
designado por Barata como coeficiente de Buisman, depende do tipo de solo. Os valores
desse coeficiente foram obtidos e relacionados por Barata (1984) e são mostrados na
Tabela 2.4.

Tabela 2.4. Valores do coeficiente de Buismann obtidos por Barata (1984).

Coeficiente
Tipo de solo Referência
de Buisman
Silte arenoso, pouco argiloso (solo residual de
Barata
gnaisse, ao natural)(local - Refinaria Duque de 1,15
( 1962)
Caxias, Caxias, RJ)
Areia siltosa (solo residual de gnaisse, ao
Barata
natural)(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, 1,2
( 1962)
RJ)
Silte argiloso (solo residual de gnaisse, ao
Barata
natural)(local - Refinaria Duque de Caxias, Caxias, 2,4
( 1962)
RJ)
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaisse, ao Jardim
2,85
natural) (local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ) (1980)
de Mello e
Silte pouco argiloso (aterro compactado) (local - não 31 Cepollina
determinado) (1978)
Solo residual argiloso (aterro compactado) (local - Barata
3,4
Refinaria Duque de caxias, Caxias, RJ) ( 1962)
Argila pouco arenosa (solo residual de gnaisse, ao Jardim
3,4
natural) (local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ) (1980)
Solo residual argiloso (aterro compactado) (local - Barata
4,4
Refinaria Duque de caxias, Caxias, RJ) ( 1962)
Argila areno-siltosa (solo residual de gnaisse, ao Jardim
5,2
natural) (local - Adrianópolis, Nova Iguaçu, RJ) (1980)
Barata,
Argila areno-siltosa (porosa) (solo residual de
Côrtes e
basalto, ao natural) (local - Refinaria do Planalto, 5,2 - 9,2
Santos
Campinas, SP)
(1970)
não
Areias sedimentares 2
publicado
1
Valor calculado por Jardim (1980)

Existem casos, todavia, na prática das fundações, em que não se dispõe do


ensaio de cone. Nesse caso, é possível utilizar correlação entre a resistência de ponta do
cone e o NSPT, conforme expressão (4).

21
K . NSPT (4)

Sendo K o fator que correlaciona as duas resitências, sugerido por Danziger


(1982), conforme Tabela 2.5.

Tabela 2.5. Valores de K para emprego na correlação entre ensaio de cone e sondagem
à percurssão.

Sugestão para o valor de K


Tipo de solo
(kgf/cm²)
Areia 6,0
Areia siltosa,areia argilosa, areia silto-
5,3
argilosa ou areia argilo-siltosa
Silte, silte arenoso, argila arenosa 4,8
Silte areno-argiloso, silte argilo-arenoso,
3,8
argila silto-arenosa, argila areno-siltosa
silte argiloso 3,0
argila, argila siltosa 2,5

2.5.Método de Schmertmann et al. (1978) para Estimativa de Recalque

O método de Schmertmann et al. se baseia na distribuição de deformações


verticais no centro da base de uma fundação superficial em solo arenoso. Foram feitos
estudos em areias que comprovaram que a distribuição das deformações verticais não é
similar à distribuição do acréscimo de tensão. Foi observado que a máxima deformação
vertical ocorre em profundidade maior que a fornecida pela Teoria da Elasticidade. A
máxima deformação vertical ocorre na profundidade onde o acréscimo da tensão
vertical é cerca de 80% da pressão aplicada na superfície do terreno.
Empregando-se a teoria da elasticidade, AHLVIN e ULERY(1962) sugerem,
segundo SCHMERTMANN (1970), para o caso de carregamento circular, uniforme, de
intensidade Δq e raio r na superfície de um semi-espaço homogêneo e isotrópico, que a
deformação é dada por:

(5)

Onde,

22
Intensidade da carga uniformemente distribuída

E = Módulo de elasticidade do material

Fator de influência da deformação vertical

Sendo,

( )( ) (6)

Onde,

AeF Fatores adimensionais que dependem apenas da locação geométrica do


ponto considerado.

Constante elástica do material

A sequência de utilização desse método segue abaixo explicitada:

I. Tendo o perfil versus profundidade um número conveniente de camadas,


dividi-se o mesmo em camadas de espessuras Δz com o mesmo valor de , até
uma profundidade igual ao dobro da menor dimensão da fundação. Não se pode
ter nenhuma camada com espessura Δz maior que metade da menor dimensão da
fundação;
II. Calcular o módulo de compressibilidade E, pela seguinte equação:

(7)

Onde,

para fundações quadradas

para fundações longas

Na ausência do ensaio de cone, baseia-se nas correlações existentes entre a


resistência de ponta do cone e a resistência a penetração do ensaio SPT da seguinte
maneira (Barata, 1986).

K NSPT

Portanto,

23
(8)

Sendo K dado pela Tabela 2.5, apresentada anteriormente.

III. Calcular o valor máximo de ( ) no gráfico versus profundidade através da


equação abaixo enunciada;

( ) √( ) (9)

Sendo,

tensão vertical efetiva ao nível da base da fundação

tensão vertical efetiva a B/2 ou a B abaixo da fundação, para os casos de simetria


axial(fundações quadradas) e estado plano de deformações(fundações longas)

Na Figura 2.8 é possível notar as considerações feitas para os casos de simetria


axial e estado plano de deformações.

Figura 2.8. Fator de influência em função da profundidade normalizada


(SCHMERTMANN et al.(1978))

24
IV. Subdividir o perfil do fator de influência em trechos de espessura Δ (i=1,2,3)
representativos da sondagem, conforme mostrado na Figura 2.9;

Iz
0 0,2 0,4 Δz2 0,6 0,8
0
Δz1
Profundidade(m) 1
2
Δz3
Δz4
3
Δz5
4
Δz6
5
6

Figura 2.9. Exemplo de divisão do grágico Iz x profundidade em camadas.

V. Calcular o valor de ( ) para cada camada e somar os valores de todas


elas;
VI. Calcular os fatores de correção C1 e C2 pelas equações (10) e (11).
O fator C1 é usado para considerar o efeito de profundidade (alívio de tensões
devido ao embutimento da fundação). Esse fator considera a sobrecarga que deixa de ser
posta sobre a fundação, no caso de construção de um subsolo, por exemplo, que
reduziria a sobrecarga na face superior da fundação. De acordo com a teoria da
elasticidade, C1 é sempre maior ou igual a 0,5 e é dado pela equação (10) abaixo:

(10)

Onde,

Δp= p = tensão líquida na fundação

Já o fator C2 está relacionado ao efeito do creep, que considera recalques


ocorridos depois da construção, a longo prazo.Sua equação é dado por (11).

(11)

25
Onde,

t= tempo para avaliação dos recalques

= tempo de referência, assumindo como 0,1 ano

O recalque final é calculado através da fórmula (12).

(12)

2.6.Método dos Elementos Finitos

O método dos elementos finitos é uma das ferramentas numéricas mais


utilizadas na prática atual em razão de sua capacidade de simular diversas condições de
contorno, incorporando diferentes etapas construtivas e modelos constitutivos diversos.
Embora utilizado há mais de trinta anos em muitas áreas da engenharia, apenas muito
recentemente seu uso se intensificou para análise de problemas geotécnicos, segundo
Potts e Zdravkovic (1999), possivelmente em razão de aspectos bastante complexos que
são específicos da engenharia geotécnica.

Apesar de ter sido originalmente desenvolvido para análise de problemas


estruturais, a teoria original do MEF foi modificada de forma a permitir análise de
situações envolvendo outros campos da engenharia. Na resolução de um problemas pelo
MEF são utilizadas as aproximações baseadas no método dos deslocamentos, método de
equilíbrio e método misto. As incógnitas principais são os deslocamentos, no método
dos deslocamentos, enquanto que no método de equilíbrio as incógnitas são as tensões.
Já o método misto apresenta como incógnitas tanto os deslocamentos quanto as tensões.

A resolução de um problema pelo Método dos Elementos Finitos, onde os


deslocamento são as incógnitas, envolve os seguintes procedimentos:

1. Discretização do meio contínuo (Figura 2.10). Inicialmente se divide o


domínio do problema, o meio contínuo, num número de subdomínios denominados
“elementos finitos”, conectados entre si através de um número finito de pontos,
denominados “pontos nodais” ou “nós”. Chama-se de discretização o processo no qual o

26
meio é subdividido mediante linhas e superfícies imaginárias, resultando neste número
finito de elementos. Em uma análise bidimensional, estes elementos podem ser
triângulos, grupo de triângulos e quadriláteros, enquanto que, no caso tridimensional,
estes elementos podem ser tetraedros, prismas retangulares e hexaedros.

Figura 2.10. Exemplo de Malha.

2. Seleção do modelo de deslocamentos. Adota-se um conjunto de funções


que definem de maneira única o campo de deslocamentos em função dos deslocamentos
nodais em cada elemento. Normalmente são utilizadas funções do tipo polinomial.
3. Cálculo da matriz de rigidez. A partir desta função de interpolação,
cuja solução é procurada dentro dos elementos finitos, é possível relacionar o valor da
variável do problema nos nós de cada elemento com a geometria e propriedades do
elemento, dando origem ao sistema de equações do elemento, apresentando na forma
matricial. A matriz de rigidez, denominada também de matriz de comportamento do
elemento, pode ser obtida a partir do princípio dos trabalhos virtuais. As forças
distribuídas atuantes no meio são convertidas em forças nodais equivalentes, obtendo-se
uma relação de equilíbrio entre a matriz de rigidez, o vetor de deslocamentos nodais e o
vetor de forças nodais. A matriz de rigidez de cada elemento é associada, considerando
a conexão dos elementos através dos pontos nodais, formando assim um sistema global.
O mesmo acontece com o vetor de deslocamento de cada elemento, sendo a partir daí,
fornecida uma relação de equilíbrio em função da matriz de rigidez e do vetor de forças
nodais equivalentes global.
4. Cálculo das incógnitas do problema. Os deslocamentos são calculados
a partir da relação de equilíbrio. No caso de problemas lineares, os deslocamentos são
calculados de forma direta usando técnicas algébricas, como o método de Gauss. Para o

27
caso de problemas não lineares, as soluções são obtidas por uma sequência de etapas,
onde ocorre a modificação da matriz de rigidez e/ou do vetor de forças. A partir do
campo de deslocamentos nodais, obtêm-se de maneira única o estado de deformações
em cada elemento. Estas deformações juntamente com as deformações iniciais e as leis
constitutivas de cada material definem o estado de tensões no elemento e no seu
contorno.

2.7.Descrição do programa Plaxis 2D

Brinkgreve (2002) descreve o programa PLAXIS como um programa de


elementos finitos específico para análises de deformações e estabilidade de obras
geotécnicas. O início do desenvolvimento deste programa se deu em 1987, na
Universidade Técnica da Delf (Holanda), tendo sido, desde então, atualizado de forma a
torná-lo apropriada para a resolução dos mais variados problemas geotécnicos. O
programa funciona em ambiente Windoes, sendo sua estrutura computacional em quatro
sub-programas. O primeiro sub-programa consiste numa sub-rotina de entrada de dados
(Input), o segundo numa subrotina de cálculo (Calculation), o terceiro numa subrotina
de saída de resultados (Output) e o último uma subrotina para geração de curvas
(Curves) obtidas de pontos selecionados na malha de elementos finitos.

2.7.1.Entrada de dados (Input)

No Input, segundo detalhado por Brinkgreve (2002) no manual do Plaxis, são


introduzidos os dados do problemas como geometria, disposição dos elementos,
propriedade dos materiais, modelo de comportamento do solo e as condições de
contorno (fronteira). O processo de geração da malha no Plaxis é automático, sendo a
geometria dividida em elementos triangulares isoparamétricos de seis ou quinze nós.

O modelo pode ser do tipo (Figura 2.11):


1. Estado plano de deformação, quando a geometria pode ser considerada
bidimensional, com uma dimensão significativamente superior às demais;
2. Axissimétrico, em problemas que apresentam um eixo de simetria axial.

28
Figura 2.11. Exemplo de problemas do tipo estado plano de deformação e
axissimétrico, Brinkgreve, 2002.

2.7.2.Etapas de Cálculos (Calculation)

O programa PLAXIS, segundo Brinkgreve (2002), realiza uma série de cálculos


de elementos finitos e considera apenas a análise de deformações que pode ser
diferenciada em: Plastic, Consolidation, Analysis e Phi-c Reduction. Em termos gerais,
estas análises são respectivamente, plásticas, análises de adensamento e de
determinação do fator de segurança. Neste último tipo de análise, o programa compara a
resistência ao cisalhamento do solo em um determinado ponto e em uma determinada
direção com as tensões cisalhantes mobilizadas neste ponto. Assim como na prática da
engenharia, o processo de cálculo é dividido em fases, permitindo a ativação de uma
dada carga num determinado tempo, a simulação de um estágio de carregamento ou
descarregamento, a inserção de um período de adensamento e o cálculo do fator de
segurança em qualquer etapa do processo. Cada fase é normalmente dividida em um
número de passos de cálculos, uma vez que o comportamento não linear dos materiais
geotécnicos, como solos e rochas, requer carregamentos em pequenos intervalos.

2.7.3.Saída de Resultados (Output)

A saída de resultados fornece, em sua essência, os deslocamentos e as


deformações nos nós e as tensões nos pontos de tensões para cada etapa de cálculo.

29
As deformações nos nós podem ser visualizadas como malha deformada,
deslocamentos verticais e horizontais (Figura 2.12), deformações totais e cartesianas
(axiais, radiais e de cisalhamento) e acréscimo de deslocamentos e deformações em
cada fase. Assim como as deformações, as tensões podem ser visualizadas em termos de
tensões totais, efetivas e cisalhantes. Vale salientar que a convenção de sinais utilizada
no programa Plaxis, apresentada na Figura 2.13, é diferente da usual na Geotecnia,
considerando as tensões de tração positivas. Quando algum ponto de tensão atinge a
envoltória de Mohr-Coulomb, ele é representado por um quadrado vermelho vazado
(pontos de plastificação), enquanto que quando algum ponto excede a resistência à
tração é representado por um quadrado preto sólido.

Figura 2.12. Exemplo de saída gráfica do Plaxis 2D – Tensões Totais.

A convenção de sinais adotada pelo programa Plaxis pode ser vista na Figura
2.13.

Figura 2.13. Convenção de sinais para tensões, Brinkgreve (2002).

30
2.7.4.Saída Gráfica (Curves)

O sub-programa Curves permite criar curvas do tipo tensão x deformação, tempo


ou carga x deslocamento, e trajetórias de tensão ou deformação para pontos pré-
selecionados na malha. A geração das curvas pode ser executada para os diferentes
estágios construtivos e diversos pontos podem ser inseridos num mesmo gráfico,
facilitando a interpretação dos resultados.

2.7.5.Modelos Constitutivos

O programa Plaxis possui uma série de modelos constitutivos representativos do


comportamento tensão-deformação dos materiais envolvidos em um dado problema
geotécnico. Os principais modelos constitutivos disponíveis pelo programa são: modelo
elástico linear, modelo elastoplástico de Mohr Coulomb, modelo hiperbólico
(Hardening Soil), modelo para solos moles (Soft Soil) e modelo para rochas (Jointed
Rock).

No presente trabalho, tanto os materiais estruturais (placas de aço) quanto os


solos foram representados pelo modelo constitutivo Elástico Linear, de acordo com os
parâmetros e propriedades físicas característicos de cada um. Sendo assim, procurou-se
apresentar uma descrição mais detalhada deste modelo.

2.7.5.1.Modelo Elástico Linear

É usual definir-se material elástico como aquele que recupera seu estado inicial
depois de submetido a um ciclo completo de carregamento e descarregamento sem
sofrer deformações permanentes (Timoshenko, 1970), mas no contexto de modelos
constitutivos é mais precisa a definição clássica de Cauchy pela qual em um material
elástico o estado de tensão é função apenas do estado de deformação, ou vice-versa,
compreendendo-se, portanto, que as trajetórias de carregamento, descarregamento ou
recarregamento são todas coincidentes neste tipo de material. Ou, em outras palavras,
materiais elásticos são conservativos, liberando no descarregamento toda a energia
interna armazenada durante a fase de carregamento.Embora o comportamento de solos
seja fundamentalmente afetado pela trajetória de tensões, modelos elásticos podem, em

31
princípio, ser utilizados na simulação de carregamentos monotônicos. Em particular, a
teoria da elasticidade linear é freqüentemente empregada em grande parte dos modelos
constitutivos onde o descarregamento e/ou recarregamento são admitidos lineares e em
alguns outros modelos constitutivos, chamados de quase-lineares, onde a lei
generalizada de Hooke é empregada incrementalmente com parâmetros “elásticos”
variáveis a cada incremento.

3.Estudo de Caso

3.1.Descrição da Obra

A obra em questão trata-se da construção de uma Usina Termelétrica para


aumentar a geração e consequentemente o fornecimento de energia elétrica para o
estado do Amazonas.

Com a entrada em operação das duas primeiras máquinas, previstas inicialmente


para o segundo semestre de 2016, a UTE Mauá 3 será a maior e mais moderna usina
termelétrica de energia construída para operar com 100% de gás proveniente da bacia
petrolífera de Urucu, situada no município de Coari (AM). O aproveitamento do gás
natural, na mesma região da usina, traz ganho de eficiência, além de constituir fator
positivo à economia local.

A UTE Mauá 3 foi configurada para operar em regime de ciclo combinado


(gerando energia com a queima do gás natural e depois aproveitando o vapor gerado
nessa queima para gerar mais energia), utilizando da maneira mais eficiente possível o
volume máximo de 2.500.000 m³/dia de gás natural. Essa é uma tecnologia que aumenta
a eficiência da usina e minimiza os potenciais danos ambientais.

Mauá 3 será composta por três unidades geradoras: duas delas consumirão gás
natural; a terceira funcionará com vapor superaquecido produzido dos gases desse
processo, sem queima de combustível adicional. Em vez de os gases serem jogados na
atmosfera, eles seguirão para dentro de uma caldeira de recuperação para transformar a
água em vapor superaquecido, fazendo funcionar a terceira unidade geradora com 208
MW, sem a necessidade de queima de mais gás natural. A combinação de potências
geradas pelas turbinas a gás natural e pela turbina de vapor produzirá a capacidade
máxima de 570,40 MW de potência líquida.

32
3.2.Equipamentos Utilizados

Foram utilizados diversos guindastes na construção da Usina. Neste estudo serão


avaliados os guindastes Terex AC-350 e Terex AC-500. Os guindastes foram
posicionados próximos a duas turbinas à gás conforme pode ser visto na Figura 3.1,
baseada em documento fornecido pela Sigma 1 Consultoria & Projetos.

PATOLAS

Figura 3.1. Posição em planta dos guindastes na UTE Mauá 3.

3.2.1.Guindaste Terex AC-350

Trata-se de um guindaste de 12 rodas, que possui capacidade máxima de


içamento de carga de 350 toneladas quando a lança encontra-se a três metros do centro
de massa do equipamento. É possível atingir até 64 metros de lança, com a redução de
sua capacidade de carga para 5,8 toneladas. Na Figura 3.2 é possível verificar a variação
da capacidade de içamento do guindaste com o aumento do comprimento da lança.

33
Altura (m)

Capacidade de
içamento (ton)
Máxima
Capacidade
de içamento
= 350 ton

3
Comprimento da lança (m)

Figura 3.2. Variação da capacidade de içamento com a variação do comprimento da


lança do guindaste AC-350 (Catálogo TEREX AC-350).

A condição de carregamento mais crítica do guindaste TEREX AC-350 é


mostrada na Figura 3.3. As cargas em cada uma das patolas, nesta condição crítica,
variam de 510 kN a 1344 kN, também apresentadas na Tabela 3.1 de acordo com
informações fornecidas pelo fabricante do equipamento.

34
Figura 3.3. Carregamento crítico de operação do guindaste Terex - AC350 (Planta
disponibilizada pela Sigma 1 Consultoria & Projetos).

Tabela 3.1. Cargas para carregamento mais críticas de operação.

Guindaste Carga maior (kN) Carga menor (kN)


TEREX
1344 510
AC350

As distâncias entre patolas (8,5 m e 8,69 m) conforme definidas pelo fabricante


podem ser vistas na Figura 3.4. O conhecimento de tais distâncias é de extrema
importância, uma vez que o recalque distorcional depende das mesmas. Define-se
recalque distorcional entre duas patolas, como sendo a diferença entre os recalques
absolutos das mesmas dividido pela distância entre eixos destas.
O fabricante limita o recalque distorcional, ou distorção angular a um valor de
1/573, baseando-se na tangente de um ângulo fornecido, que para o equipamento em
questão é igual a 0,1°, garantindo segurança na utilização do equipamento.

35
Figura 3.4. Distâncias entre patolas guindaste Terex AC-350 - unidades em
milímetros (Catálogo TEREX AC-350).

3.2.2.Guindaste Terex AC-500

Trata-se de um guindaste de 16 rodas, que possui capacidade máxima de


içamento de carga de 500 toneladas quando a lança encontra-se a três metros do centro
de massa do equipamento. É possível atingir até 56 metros de lança, com a redução de
sua capacidade de carga para 18,6 toneladas. Na Figura 3.5 é possível analisar a
variação da capacidade de içamento do guindaste com o aumento da lança.

36
Altura (m)

Capacidade de
içamento (ton)
Máxima Capacidade
de içamento = 500 ton

3
Comprimento da lança (m)

Figura 3.5. Variação da capacidade de içamento com a variação do comprimento da


lança do guindaste Terex AC-500 (Catálogo TEREX AC-500).

A condição de carregamento mais crítica do guindaste Terex AC-500 é a


mostrada na Figura 3.6. As cargas em cada uma das patolas, nesta condição crítica,
variam de 686 kN a 2450 kN, também apresentadas na Tabela 3.2 de acordo com
informações fornecidas pelo fabricante do equipamento.

37
Figura 3.6. Carregamento crítico de operação do guindaste Terex AC-500 (Catálogo
TEREX AC-500)

Tabela 3.2. Cargas para carregamento mais crítico de operação.

Guindaste Carga maior (kN) Carga menor (kN)


TEREX
2450 686
AC500

As distâncias entre patolas (9,60 m e 9,62 m) conforme definidas pelo fabricante


podem ser vistas na Figura 3.7. O conhecimento de tais distâncias é de extrema
importância, uma vez que o recalque distorcional depende das mesmas, conforme
comentado anteriormente para o AC-350. O fabricante limita o recalque distorcional, ou
distorção angular com base na tangente de um ângulo fornecido, que para o
equipamento em questão também é igual a 0,1°, garantindo segurança na utilização do
equipamento.

38
Figura 3.7. Distância entre patolas guindaste TEREX AC500 - unidades em
milímetros (Catálogo TEREX AC-500).

3.3.Sondagens e ensaios SPT

Foram feitas diversas sondagens no local. A posição de algumas dessas


sondagens são mostradas na Figura 3.8, bem como a posição de operação dos
guindastes citados nos itens anteriores.

Observa-se que as sondagens mais representativas para o guindaste TEREX


AC-350 são as sondagens SPT-03, SPT-08, SPT-14 e SPT-35. No presente estudo serão
utilizadas as sondagens SPT-08 e SPT-35 por terem sido disponibilizadas.

Já para o guindaste TEREX AC-500, observa-se que as sondagens mais


próximas são as SPT-03, SPT-08 e SPT-38. No presente estudo serão utilizadas as
sondagens SPT-08 e SPT-38 por terem sido disponibilizadas.

A seguir são apresentados os perfis das sondagens disponibilizadas (Figuras 3.9


a 3.11).

39
Figura 3.8. Posição em planta das sondagens realizadas.

Nota-se com base na sondagem SPT-08 (Figura 3.9) que até a profundidade de 4
metros o perfil estratigráfico apresenta uma camada de areia argilosa amarela média
moderadamente compacta a compacta, sobrejacente a uma camada de aproximadamente
8 metros de areia argilosa amarela moderadamente compacta. A partir de 13 metros de
profundidade há a presença de areia siltosa roxa pouco compacta a compacta até 18
metros. A partir dessa profundidade há uma camada de 7 metros de areia siltosa. Notou-
se presença do nível d’água a uma profundidade de 18,15 metros abaixo do nível do
terreno. A sondagem foi interrompida a 25 metros conforme solicitação do cliente.

Já na Figura 3.10, referente a sondagem SPT-35, nota-se que há a presença de


areia média fina argilosa compacta a pouco compacta até uma profundidade de 9,15
metros, sobrejacente a uma camada de 2,75 metros de areia média argilosa
medianamente compacta. A partir de 11,9 metros até 15 metros, foi encontrada areia
fina siltosa medianamente compacta a compacta. A partir da profundidade de 15 metros,
a sondagem disponibilizada fornece apenas os valores de NSPT versus profundidade. A
sondagem foi interrompida a uma profundidade de 25 metros, conforme solicitação do
cliente. Neste trecho foi informado que o solo é predominantemente arenoso, o que está

40
em concordância com as demais sondagens. Apesar de não ser possível identificar nível
d’água, foi informado que o mesmo estava a 18,10 metros de profundidade.

Por fim, na Figura 3.11 é possível observar o boletim de sondagem referente a


SPT-38. Nota-se que até uma profundidade de 11,4 metros há areia média fina argilosa
medianamente compacta. A partir dessa profundidade identifica-se a presença de areia
média siltosa medianamente compacta até 15,65 metros. Em seguida é possível
identificar camada de 2,25 metros de silte arenoso medianamente compacto, seguida de
camada de areia média siltosa medianamente compacta a compacta até o fim da
sondagem que ocorreu a 25 metros, conforme solicitação do cliente. Como pode ser
visto na Figura 3.11b o nível d’água se encontra a 18,48 metros de profundidade.

No anexo I é possível verificar um perfil estratigráfico do subsolo considerando


as três sondagens descritas anteriormente. Através do perfil no anexo, é possível
concluir que o trata-se de uma região com solo sedimentar.

41
Figura 3.9a. Primeira folha do boletim de sondagem SPT-08.

42
Figura 3.9b. Segunda folha do boletim de sondagem SPT-08.
Figura 3.9. Boletim de sondagem SPT-08.

43
Figura 3.10a. Primeira folha do boletim de sondagem SPT-35.

44
Figura 3.10b. Segunda folha do boletim de sondagem SPT-35.

Figura 3.10. Boletim de sondagem SPT-35.

45
Figura 3.11a. Primeira folha do boletim de sondagem SPT-38.

46
Figura 3.11b. Segunda folha do boletim de sondagem SPT-38.

47
4. Previsão de recalque absoluto para patolas isoladas

Nos métodos analíticos (Barata e Schmertmann) a estimativa de recalque é feita


considerando-se sapatas (patolas) isoladas. Já na estimativa de recalque com base no
método numérico, procurou-se avaliar o recalque das patolas considerando o efeito de
grupo, que tende a acarretar em maiores valores de recalque para o mesmo
carregamento.

4.1.Método de Barata

As considerações feitas a seguir, valem para ambos os guindastes, uma vez que a
estrutura de distribuição de cargas das patolas (placas de aço 2,5m x 2,5m e 2,5cm de
espessura) é a mesma para os dois equipamentos.

Definiu-se primeiramente a profundidade atingida pelo bulbo de pressão. Como


se trata de uma fundação quadrada (L=B=2,5m), utiliza-se o valor de α=2 segundo
BARATA (1984) conforme Tabela 2.1. Concluindo-se então, que o bulbo atinge a
profundidade de αB= 5 m abaixo da cota de assentamento da mesma.

Por se tratar de uma fundação quadrada, verifica-se que cΔ=0,82, segundo


Tabela 2.2.

O coeficiente de Midlin λ é estimado a partir do ábaco da Figura 2.7, válido para


fundações quadradas (L/B=1). Considerou-se patola assente direto no terreno, ou seja,
não há embutimento da mesma (h=0). Obteve-se λ=1.

O valor do coeficiente de Poisson µ adotado é de 0,30, pois segundo a Tabela


2.3 este é o valor que atende tanto solos arenosos quanto argilosos.

4.1.1.Guindaste Terex AC-350

Como exposto no item 3.3, as sondagens analisadas para avaliar os recalques do


guindaste Terex AC-350 são as SPT-08 e SPT-35

Para o cálculo da tensão líquida do Terex AC-350 foram consideradas as cargas


atuantes conforme Tabela 3.1.

48
Para o caso da carga de 1344 kN a tensão líquida na placa será dada por:

Já para a carga de 510 kN a tensão líquida na placa será dada por:

A estimativa do módulo de elasticidade Ez depende do coeficiente de Buisman,


a, e da resistência de ponta do cone pela equação (3).

A partir dos boletins de sondagem SPT-08 e SPT-35, é possível notar a


predominância de um perfil areno-argiloso na profundidade mais afetada pelo
carregamento. A partir da profundidade de 12 metros há presença de areia siltosa.

O coeficiente de Buisman, a, pode ser estimado com base na Tabela 4.3.

A Tabela 4.3 não apresenta valor do coeficiente de Buisman para areias


argilosas. Deste modo, adotou-se o valor de a = 1,20, correspondente a areias siltosas
também presentes no perfil.

Para a estimativa do módulo de elasticidade, E z, foi utilizada a correlação de qc


(resistência de ponta do cone) com o NSPT, adotando valor de K=5,3, conforme sugerido
por DANZIGER(1982), para solos areno-argilosos. Deste modo:

Ez = a.K.NSPT=1,2 . 5,3 . NSPT.

4.1.1.1.Recalque Absoluto - SPT-08 - Terex AC-350

O guindaste foi assente no nível do terreno. Com o intuito de se obter a resistência


da camada de solo neste trecho, optou-se por estimar o NSPT no nível do terreno como
sendo igual a metade do valor obtido no ensaio SPT relativo ao primeiro metro ensaiado
(NSPT = 14,5). Com isso, obteve-se a Tabela 4.1 que apresenta os valores de módulo de
elasticidade obtidos ao longo da profundidade,também apresentados na Figura 4.1.

49
Tabela 4.1. Valores do módulo de elasticidade (Ez) com base na sondagem SPT-08.

z(m) Nspt Tipo de solo k(kgf/cm²) a qc= k.Nspt Ez=a*qc


(kgf/cm²) (kgf/cm²)
0 14,5 5,3 1,2 76,85 92,22
1 29 5,3 1,2 153,70 184,44
2 28 5,3 1,2 148,40 178,08
3 16 5,3 1,2 84,80 101,76
4 13 5,3 1,2 68,90 82,68
5 12 areia argilosa 5,3 1,2 63,60 76,32
6 14 média 5,3 1,2 74,20 89,04
7 13 amarela 5,3 1,2 68,90 82,68
8 11 5,3 1,2 58,30 69,96
9 16 5,3 1,2 84,80 101,76
10 17 5,3 1,2 90,10 108,12
11 17 5,3 1,2 90,10 108,12
12 15 5,3 1,2 79,50 95,40
13 13 5,3 1,2 68,90 82,68
14 16 5,3 1,2 84,80 101,76
15 10 5,3 1,2 53,00 63,60
16 7 5,3 1,2 37,10 44,52
17 24 5,3 1,2 127,20 152,64
18 28 Areia siltosa 5,3 1,2 148,40 178,08
19 29 média 5,3 1,2 153,70 184,44
20 17 5,3 1,2 90,10 108,12
21 21 5,3 1,2 111,30 133,56
22 22 5,3 1,2 116,60 139,92
23 17 5,3 1,2 90,10 108,12
24 17 5,3 1,2 90,10 108,12

50
Ez(kgf/cm²)
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 Cota de
0
assentamento
das patolas -
5
Profundidade(m) Terex AC-350
10
Ez x profundidade
15 Aproximaçã
20

25

30

Figura 4.1. Gráfico Ez versus profundidade - Sondagem SPT-08.

Conforme sugerido por BARATA (1984), a partir da curva Ez versus profundidade,


determinou-se visualmente uma reta que melhor se ajustasse à distribuição dos valores
estimados. O valor de Ez referente à metade da profundidade atingida pelo bulbo (no
caso estudado, 2,5 metros), a ser adotado na estimativa de recalque, é igual a Ez =
130kgf/cm² = 13000 kN/m² (Caso A).

A fim de avaliar a influência do trecho mais afetado pelo carregamento, optou-se


por realizar uma segunda análise em que o módulo de elasticidade foi estimado
considerando-se o ajuste linear (programa excel) com base nos dados da sondagem até a
profundidade de 6 m, ligeiramente superior a afetada pelo bulbo de pressões (de 5 m).
Sendo assim, a curva módulo de elasticidade Ez versus profundidade é apresentada na
Figura 4.2. Este caso foi designado Caso B.

51
Ez(kgf/cm²)
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 Cota de
0 assentamento
das patolas -
1 Terex AC-350
y = -0,0253x + 5,9044
Profundidade(m) 2 Ez x prof.
3 Linear (Ez x prof.)
4
5

6
7

Figura 4.2. Gráfico Ez versus profundidade considerando a sondagem SPT-08 até a


profundidade de 6 metros.

Com base na curva da Figura 4.2 foi obtido Ez= 134,56 kgf/cm² = 13456 kN/m²
para profundidade de 2,5 metros (profundidade média do bulbo de pressões). Cabe
destacar que os valores de módulo de elasticidade obtidos para o Caso A e B foram
muito próximos entre si.

As Tabelas 4.2 e 4.3 apresentam os recalques absolutos (ρ) estimados (equação 2)


para o guindaste Terex AC-350 considerando-se a sondagem SPT-08 para as cargas de
1344 kN e 510kN, com base no módulo de elasticidade estimado conforme as duas
situações de análise designadas por Caso A e Caso B.

Tabela 4.2. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola mais
carregada - 1344kN - Sondagem SPT-08.

TEREX AC350/ Sondagem SPT-08 – Q= 1344kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 1344 kN λ= 1 Carga= 1344 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 215,04 kN/m² L= 2,5 m p= 215,04 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 13000 kN/m² µ= 0,3 Ez= 13456 kN/m² µ= 0,3
ρ= 30,9 mm ρ= 29,8 mm

52
Tabela 4.3. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola
menos carregada - 510 kN – Sondagem SPT -08.

TEREX AC350/ Sondagem SPT-08 – Q= 510kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 510 kN λ= 1 Carga= 510 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 81,6 kN/m² L= 2,5 m p= 81,6 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 13000 kN/m² µ= 0,3 Ez= 13456 kN/m² µ= 0,3
ρ= 11,7 mm ρ= 11,3 mm

4.1.1.2.Recalque Absoluto - SPT-35 - Terex AC-350

O guindaste foi assente no nível do terreno. Com o intuito de se obter a resistência


da camada de solo neste trecho, optou-se por estimar o NSPT no nível do terreno como
sendo igual a metade do valor obtido no ensaio SPT relativo ao primeiro metro ensaiado
(NSPT = 13). Com isso, obteve-se a Tabela 4.4 que apresenta os valores de módulo de
elasticidade obtidos ao longo da profundidade,também apresentados na Figura 4.3.

53
Tabela 4.4. Valores do módulo de elasticidade (Ez) com base na sondagem SPT-35.

qc=k*Nspt Ez=a*qc
z(m) Nspt Tipo de solo k(kgf/cm²) a
(kgf/cm²) (kgf/cm²)
0 13 5,3 1,2 68,9 82,68
1 26 5,3 1,2 137,8 165,36
2 25 5,3 1,2 132,5 159
3 22 5,3 1,2 116,6 139,92
4 19 5,3 1,2 100,7 120,84
5 19 areia 5,3 1,2 100,7 120,84
6 11 argilosa 5,3 1,2 58,3 69,96
7 10 5,3 1,2 53 63,6
8 8 5,3 1,2 42,4 50,88
9 11 5,3 1,2 58,3 69,96
10 14 5,3 1,2 74,2 89,04
11 19 5,3 1,2 100,7 120,84
12 17 5,3 1,2 90,1 108,12
13 20 areia siltosa 5,3 1,2 106 127,2
14 15 5,3 1,2 79,5 95,4
15 8 5,3 1,2 42,4 50,88
16 10 5,3 1,2 53 63,6
17 13 5,3 1,2 68,9 82,68
18 17 5,3 1,2 90,1 108,12
19 19 5,3 1,2 100,7 120,84
areia
20 13 5,3 1,2 68,9 82,68
21 18 5,3 1,2 95,4 114,48
22 21 5,3 1,2 111,3 133,56
23 18 5,3 1,2 95,4 114,48
24 17 5,3 1,2 90,1 108,12

Ez(kgf/cm²)
0 50 100 150 200 Cota de
0 assentamento das
patolas -
5 Terex AC-350
Profundidade(m)

10
Ez x profundidade
15
Aproximação
20 linear manual

25

30

54
Figura 4.3. Gráfico Ez versus profundidade - Sondagem SPT-35.

Conforme sugerido por BARATA (1984), a partir da curva Ez versus profundidade,


determinou-se visualmente uma reta que melhor se ajustasse à distribuição dos valores
estimados. O valor de Ez referente à metade da profundidade atingida pelo bulbo (no
caso estudado, 2,5 metros), a ser adotado na estimativa de recalque, é igual a E z =
129kgf/cm² = 12900 kN/m² (Caso A).

A fim de avaliar a influência do trecho mais afetado pelo carregamento, optou-se


por realizar uma segunda análise em que o módulo de elasticidade foi estimado
considerando-se o ajuste linear (programa excel) com base nos dados da sondagem até a
profundidade de 6 m, ligeiramente superior a afetada pelo bulbo de pressões (de 5 m).
Sendo assim, a curva módulo de elasticidade Ez versus profundidade é apresentada na
Figura 4.4. Este caso foi designado Caso B.

Ez(kgf/cm²)
0 50 100 150 200 Cota de
0 assentamento
das patolas -
1 Terex AC-350
Profundidade(m)

2 y = -0,0211x + 5,5923 Ez x profundidade


3
4 Linear (Ez x
profundidade)
5
6

Figura 4.4. Gráfico Ez versus profundidade considerando sondagem SPT-35 até a


profundidade de 6 metros.

Com base na curva da Figura 4.4 foi obtido Ez= 146,55 kgf/cm²=14655 kN/m² para
profundidade de 2,5 metros (profundidade média do bulbo de pressões). Cabe ressaltar
que os valores de módulo de elasticidade obtidos para os Casos A e B foram bastante
próximos entre si.

55
As Tabelas 4.5 e 4.6 apresentam os recalques absolutos (ρ) estimados (equação 2)
para o guindaste Terex AC-350 considerando-se a sondagem SPT-35 para as cargas de
1344 kN e 510kN, com base no módulo de elasticidade estimado conforme as duas
situações de análise designadas por Caso A e Caso B.

Tabela 4.5. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola mais
carregada - 1344kN - Sondagem SPT-35.

TEREX AC350/ Sondagem SPT-35 - Q=1344kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 1344 kN λ= 1 Carga= 1344 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 215,04 kN/m² L= 2,5 m p= 215,04 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 12900 kN/m² µ= 0,3 Ez= 14655 kN/m² µ= 0,3
ρ= 31,1 mm ρ= 27,4 mm

Tabela 4.6. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola
menos carregada - 510kN - Sondagem SPT-35.

TEREX AC350/ Sondagem SPT-35 - Q=510kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 510 kN λ= 1 Carga= 510 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 81,6 kN/m² L= 2,5 m p= 81,6 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 12900 kN/m² µ= 0,3 Ez= 14655 kN/m² µ= 0,3
ρ= 11,8 mm ρ= 10,4 mm

4.1.2.Guindaste Terex AC-500

Conforme citado no item 3.3 as sondagens utilizadas na estimativa de recalque


deste guindaste são as sondagens SPT-08 e SPT-38.

Para o cálculo da tensão líquida deste guindaste foram consideradas as cargas


atuantes conforme Tabela 3.2.

56
Para o caso da carga de 2450 kN a tensão líquida na placa será dada por:

Já para a carga de 686 kN a tensão líquida na placa será dada por:

A estimativa do módulo de elasticidade Ez depende do coeficiente de Buisman,


a, e da resistência de ponta do cone pela equação (3).

A partir dos boletins de sondagem SPT-08 e SPT-38, é possível notar a


predominância de um perfil areno-argiloso na profundidade mais afetada pelo
carregamento. A partir da profundidade de 12 metros há presença de areia siltosa.

O coeficiente de Buisman, a, pode ser estimado com base na Tabela 4.3.

A Tabela 4.3 não apresenta valor do coeficiente de Buisman para areias


argilosas. Deste modo, adotou-se o valor de a = 1,20, correspondente a areias siltosas
também presentes no perfil.

Para a estimativa do módulo de elasticidade, E z, foi utilizada a correlação de qc


(resistência de ponta do cone) com o NSPT, adotando valor de K=5,3 kgf/cm², conforme
sugerido por DANZIGER(1982), para solos areno-argilosos. Deste modo:

Ez = a.K.NSPT=1,2 . 5,3 . NSPT = 6,36 NSPT

4.1.2.1.Recalque Absoluto – SPT-08 – Terex AC-500

Por se tratar da mesma sondagem considerada no item 4.1.1.1, todas as


conclusões feitas neste item, que não se refiram às cargas aplicadas nas patolas, valem
no presente item.

Foram utilizados do item 4.1.1.1, a Tabela 4.1, e os gráficos das Figuras 4.1 e
4.2.

Com isso obteve-se os valores de Ez para os Casos A e B, :

I. Caso A: Ez = 130 kgf/cm²=13000 kN/m²


II. Caso B: Ez= 134,56kgf/cm²=13456 kN/m²

57
Cabe ressaltar que os valores de módulo de elasticidade obtidos foram muito
próximos entre si.

As Tabelas 4.7 e 4.8 mostram os valores utilizados na equação (2) do item 2.4 para
o cálculo dos recalques ocasionados pelas cargas de 2450 kN e 686 kN,
respectivamente, considerando as situações I e II acima.

Tabela 4.7. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola mais
carregada - 2450kN - Sondagem SPT-08.

TEREX AC350/ Sondagem SPT-08 - Q=2450kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 2450 kN λ= 1 Carga= 2450 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 392 kN/m² L= 2,5 m p= 392 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 13000 µ= 0,3 Ez= 13456 kN/m² µ= 0,3
ρ= 56,3 mm ρ= 54,4 mm

Tabela 4.8. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola menos
carregada - 686kN - Sondagem SPT-08.

TEREX AC500/ Sondagem SPT-08 - Q=686kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 686 kN λ= 1 Carga= 686 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 109,8 kN/m² L= 2,5 m p= 109,8 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 13000 µ= 0,3 Ez= 13456 µ= 0,3
ρ= 15,8 mm ρ= 15,2 mm

4.1.2.2.Recalque absoluto – SPT-38 – Terex AC-500

O guindaste foi assente no nível do terreno. Com o intuito de se obter a resistência


da camada de solo neste trecho, optou-se por estimar o NSPT no nível do terreno como
sendo igual a metade do valor obtido no ensaio SPT relativo ao primeiro metro

58
ensaiado (NSPT = 12). Com isso, obteve-se a Tabela 4.9 que apresenta os valores de
módulo de elasticidade obtidos ao longo da profundidade, também apresentados na
Figura 4.5.

Tabela 4.9. Valores do módulo de elasticidade (Ez) com base na sondagem SPT-38.

Tipo de K qc=k*Nspt Ez=a*qc


Z(m) Nspt a
solo (kgf/cm²) (kgf/cm²) (kgf/cm²)
0 12 5,3 1,1 63,6 69,96
1 24 5,3 1,1 127,2 139,92
2 19 5,3 1,1 100,7 110,77
3 16 5,3 1,1 84,8 93,28
4 18 5,3 1,1 95,4 104,94
5 17 5,3 1,1 90,1 99,11
6 15 5,3 1,1 79,5 87,45
7 14 5,3 1,1 74,2 81,62
8 12 5,3 1,1 63,6 69,96
9 12 5,3 1,1 63,6 69,96
10 16 5,3 1,1 84,8 93,28
11 19 5,3 1,1 100,7 110,77
areia
12 15 5,3 1,1 79,5 87,45
argilosa
13 13 5,3 1,1 68,9 75,79
14 11 5,3 1,1 58,3 64,13
15 12 5,3 1,1 63,6 69,96
16 9 5,3 1,1 47,7 52,47
17 11 5,3 1,1 58,3 64,13
18 19 5,3 1,1 100,7 110,77
19 9 5,3 1,1 47,7 52,47
20 18 5,3 1,1 95,4 104,94
21 17 5,3 1,1 90,1 99,11
22 17 5,3 1,1 90,1 99,11
23 20 5,3 1,1 106 116,6
24 21 5,3 1,1 111,3 122,43

59
Ez(kgf/cm²)
0 50 100 150 200 Cota de
0 assentamento
das patolas -
5 Terex AC-500
Profundidade(m)

10
Ez x profundidade
15 Aproximação
linear manual
20

25

30

Figura 4.5. Gráfico Ez versus profundidade - Sondagem SPT-38.

Conforme sugerido por BARATA (1984), a partir da curva Ez versus profundidade,


determinou-se visualmente uma reta que melhor se ajustasse à distribuição dos pontos.
O valor de Ez referente à metade da profundidade atingida pelo bulbo (no caso estudado,
2,5 metros), a ser adotado na estimativa de recalque, é igual a E z = 121kgf/cm² = 12100
kN/m² (Caso A).

A fim de avaliar a influência do trecho mais afetado pelo carregamento, optou-se


por realizar uma segunda análise em que o módulo de elasticidade foi estimado através
do traçado manual de uma reta que melhor representasse a distibuição dos pontos com
base nos dados da sondagem até a profundidade de 6 m. Profundidade esta, ligeiramente
superior a afetada pelo bulbo de pressões (de 5 m). Sendo assim, a curva módulo de
elasticidade Ez versus profundidade é apresentada na Figura 4.6. Este caso foi designado
Caso B.

60
Ez(kgf/cm²)
0 50 100 150 200 Cota de
0 assentamento
das patolas -
1 Terex AC- 500

2
Profundidade(m)

Ez x profundidade
3
Aproximação
4
linear manual
5

Figura 4.6. Gráfico Ez versus profundidade considerando sondagem SPT-38 até a


profundidade de 6 metros.

Com base na curva da Figura 4.6 foi obtido Ez= 111 kgf/cm²=11100 kN/m² para
profundidade de 2,5 metros (profundidade média do bulbo de pressões). Cabe ressaltar
que os valores de módulo de elasticidade obtidos para o Caso A e B mostraram-se muito
próximo entre si.

As Tabelas 4.10 e 4.11 apresentam os recalques absolutos (ρ) estimados (equação


2) para o guindaste Terex AC-500 considerando-se a sondagem SPT-38 para as cargas
de 2450 kN e 686kN, com base no módulo de elasticidade estimado conforme as duas
situações de análise designadas por Caso A e Caso B.

Tabela 4.10. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola
mais carregada - 2450kN - Sondagem SPT-38.

TEREX AC500/ Sondagem SPT-38 - Q=2450kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 2450 kN λ= 1 Carga= 2450 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m

61
p= 392 kN/m² L= 2,5 m p= 392 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 12100 µ= 0,3 Ez= 11100 µ= 0,3
ρ= 60,4 mm ρ= 65,9 mm
Tabela 4.11. Valores considerados para cálculo do recalque causado por patola
menos carregadas - 686 kN - sondagem SPT -38

TEREX AC500/ Sondagem SPT-38 - Q=686kN


Caso A Caso B
Todo perfil de sondagem Até 6m de profundidade
Carga= 686 kN λ= 1 Carga= 686 kN λ= 1
cΔ= 0,82 B= 2,5 m cΔ= 0,82 B= 2,5 m
p= 109,76 kN/m² L= 2,5 m p= 109,76 kN/m² L= 2,5 m
Ez= 12100 µ= 0,3 Ez= 11100 µ= 0,3
ρ= 16,9 mm ρ= 18,5 mm

4.1.3.Resumo dos Resultados

Na Tabela 4.12 estão resumidos os valores de recalques calculados a partir do


método de Barata para os guindastes Terex AC-350 e AC-500 considerando as situações
de análise citadas anteriormente.

Tabela 4.12. Resumo de recalques absolutos calculados pelo método Barata para
guindastes Terex AC-350 e AC-500.

Recalque SPT-08 Recalque SPT-35 Recalque SPT-38


Modelo do Carga (mm) (mm) (mm)
guindaste avaliada
Caso A Caso B Caso A Caso B Caso A Caso B
510 kN 11,7 11,3 11,8 10,4 * *
AC-350
1344 kN 30,9 29,8 31,1 27,4 * *
686 kN 15,8 15,2 * * 16,9 18,5
AC-500
2450 kN 56,3 54,3 * * 60,4 65,9
*
O valor de recalque não se aplica ao caso analisado

62
4.2.Método de Schmertmann.

No método Schmertmann, conforme visto no item 2.5, a distribuição do fator de


influência das deformações é função da relação L/B da fundação. No caso estudado, as
patolas possuem L = B = 2,5 m. Deste modo, considerou- se, em todas as análises
descritas a seguir, a distribuição do fator de influência das deformações para a condição
axissimétrica (L/B = 1).

4.2.1.Guindaste Terex AC 350

4.2.1.1. Recalque Absoluto - SPT-08 - Terex AC-350

Considerando a sondagem SPT-35 admitiu-se peso específico do solo igual 18


kN/m³, uma vez que o boletim de sondagem apresentou valores elevados de N SPT. Ainda
por informações do boletim de sondagem, observa-se presença de solo areno-argiloso e,
portanto valor de K=5,3 kgf/cm² = 0,53MPa, de acordo com a Tabela 2.5.

A tensão vertical efetiva a uma profundidade de B/2=1,25m abaixo da fundação


é dada por ’vp = γ . B/2 = 18 . 2,5/2 = 22,5 kPa.

A área da base é dada por ABASE= B. B = 2,5 . 2,5 = 6,25 m². Como as placas
foram instaladas no nível do terreno, ’vb = 0 (tensão vertical efetiva no nível da base da
fundação).

4.2.1.1.1.Estimativa de recalque para carga de 510kN

Para as patolas carregadas com 510 kN, a tensão aplicada no solo é dada por Δp
= 510/ABASE = 81,6 kN/m² = 0,0816 kN/mm².

Conforme mostrado na equação (9), reproduzida a seguir, o valor de ( )

pode ser estimado conforme indicado:

( ) √ √

63
Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.7 que apresenta a
distribuição do fator de influência ao longo da profundidade para a condição
axissimétrica estudada.

Para a condição axissimétrica podem ser definidas as coordenadas dos pontos


principais da curva, são eles:.

1- Início da curva: (0,1 ; 0);


2- Ponto de máximo: ( ( ) ; B/2) = (0,69 ; 1,25);
3- Final da curva: (0 ; 2B) = (0 ; 5).

Iz
0 𝟎𝟏 0,2 0,4 0,6 0,8
𝑰𝒛 (máx) = 0,69 0
𝑩

Profundidade(m)
1,25 1
𝟐
2
3
4
𝟐𝑩 𝟓 5
6

Figura 4.7. Iz versus profundidade para carga de 510 kN – SPT-08 – AC-350

Para subdividir-se o perfil do fator de influência versus profundidade em trechos


representativos, conforme sugere SCHMERTMANN (1977), seria necessário o perfil de
qc versus profundidade. Como foram fornecidos boletins de sondagem associada ao
SPT, utilizou-se o procedimento apresentado no item 2.5 para correlacionar-se qc com
NSPT. A partir disso, foi possível obter a curva q c versus profundidade levando em
consideração os valores de NSPT até a profundidade do bulbo de pressão (5 m).

A curva qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.13, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.8.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δzi, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.14.

64
(MPa)

Figura 4.8. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos - 510 kN


- SPT-08 – AC-350.

Tabela 4.13. Perfil de qc – SPT-08.

GUINDASTE TEREX AC350 - Q=510 kN - SPT-08


Profundidade qc=K.NSPT
Tipo de solo NSPT – médio do trecho
(m) (MPa)
1 Areia argilosa 21,5 11,40
2 Areia argilosa 29 15,37
3 Areia argilosa 29 15,37
4 Areia argilosa 28,5 15,11
5 Areia argilosa 22 11,66
6 Areia argilosa 14,5 7,69

Tabela 4.14. Estimativa da relação ( Δz) – 510 kN - SPT-08 – AC-350.

GUINDASTE TEREX AC350 - Q=510 kN - SPT-08


qc=K.NSPT (Iz/Es).Δz
Camada Δz(mm) Tipo de solo Es=2,5.qc (MPa) Iz
(MPa) (mm/MPa)
1 1000 Areia argilosa 11,4 28,49 0,34 11,80
2 250 Areia argilosa 15,37 38,43 0,63 4,11
3 750 Areia argilosa 15,37 38,43 0,62 12,13
4 1000 Areia argilosa 15,11 37,76 0,46 12,19
5 1000 Areia argilosa 11,66 29,15 0,28 9,47
6 1000 Areia argilosa 7,69 19,21 0,09 4,79
Σ 54,49

65
Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1
(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato. Sendo assim, o recalque pode ser calculado por:

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,0816 . 54,49 = 4,4 mm.

4.2.1.1.2.Estimativa de recalque para carga de 1344 kN

Para as patolas carregadas com 1344kN, a tensão aplicada no solo é dada por

Δp = 1344/ ABASE = 214,96 kN/m² = 0,215 kN/mm²

Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser


calculado conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.9. Vale ressaltar que a curva
Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que no item 4.2.1.1.1.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
0 ( )
Profundidade

Figura 4.9. Iz versus profundidade para carga de 1344 kN – SPT-08 – AC-350.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.13, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.10.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δz i, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.15.

66
(MPa)

Figura 4.10. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos - 1344


kN - SPT-08 – Terex AC-350.

Tabela 4.15. Parâmetros para cálculo da relação( Δz)– SPT-08 – Terex AC-350.

GUINDASTE TEREX AC350 - CARGA=1344kN - SPT-08


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camada Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
1 1000 Areia argilosa 11,40 28,49 0,38 13,47
2 250 Areia argilosa 15,37 38,43 0,74 4,80
3 750 Areia argilosa 15,37 38,43 0,73 14,21
4 1000 Areia argilosa 14,84 37,10 0,54 14,54
5 1000 Areia argilosa 11,66 29,15 0,32 11,10
6 1000 Areia argilosa 7,69 19,21 0,11 5,62
Σ 63,74

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ’vb = 0) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado por:

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,215 . 63,74 = 13,7 mm.

4.2.1.2.Recalque Absoluto - SPT-35 - Terex AC-350

Considerando a sondagem SPT-35 admitiu-se peso específico do solo igual a 18


kN/m³, uma vez que o boletim de sondagem apresentou valores elevados de N SPT. Ainda

67
por informações do boletim de sondagem, observa-se presença de solo areno-argiloso e,
portanto valor de K=5,3kgf/cm²=0,53MPa, de acordo com a Tabela 2.5.

A tensão vertical efetiva a uma profundidade de B/2=1,25 m abaixo da


fundação é dada por ’vp = γ . B/2 = 18 . 2,5/2 = 22,5 kPa.

A área da base é dada por ABASE= B. B = 2,5 . 2,5 = 6,25 m². Como as placas
foram instaladas no nível do terreno, ’vb = 0 (tensão vertical efetiva no nível da base da
fundação).

4.2.1.2.1.Estimativa de recalque para carga de 510kN

Para as patolas carregadas com 510 kN, a tensão aplicada no solo é dada por
Δp = 510/ABASE = 81,6 kN/m² = 0,0813 kN/mm²
Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser
calculado conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.11. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8
( )
0
Profundidade(m)

Figura 4.11. Iz versus profundidade para carga de 510 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.16, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.12.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δz i, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.17.

68
(MPa)

Figura 4.12. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos –510


kN – SPT-35 – Terex AC-350.

Tabela 4.16. Perfil de qc – SPT-35.

GUINDASTE TEREX AC350 - Q=510 kN - SPT-35


Profundidade qc=K.NSPT
Tipo de solo Nspt – médio do trecho
(m) (MPa)
1 Areia argilosa 19,5 10,34
2 Areia argilosa 26 13,78
3 Areia argilosa 26 13,78
4 Areia argilosa 25,5 13,52
5 Areia argilosa 23,5 12,46
6 Areia argilosa 20,5 10,87

Tabela 4.17. Parâmetros para cálculo da relação ( Δz) – SPT-35 – Terex AC-350.

GUINDASTE TEREX AC350 - CARGA=510kN- SPT-35


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camadas Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
0 1000 areia argilosa 10,34 25,84 0,34 13,01
1 250 areia argilosa 13,78 34,45 0,63 4,58
2 750 areia argilosa 13,78 34,45 0,62 13,53
3 1000 areia argilosa 13,52 33,79 0,46 13,62
4 1000 areia argilosa 12,46 31,14 0,28 8,87
5 1000 areia argilosa 10,87 27,16 0,09 3,39
Σ 57,00

69
Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1
(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,0813 . 57,00 = 4,7 mm.

4.2.1.2.2.Estimativa de recalque para carga 1344kN

Para as patolas carregadas com 1344kN, a tensão aplicada no solo é dada por

p= 1344/ABASE = 214,96 kN/m² = 0,2149 kN/mm²


Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de pode ser calculado
conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.13. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
0 ( )
Profundidade(m)

Figura 4.13. Iz versus profundidade para carga de 1344 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.16, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.14.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δzi, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.18.

70
(MPa)

Figura 4.14. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos –


1344kN – SPT-35 – Terex AC-350.

Tabela 4.18. Parâmetros para cálculo da relação( Δz )– SPT-35 – Terex AC-350.

GUINDASTE TEREX AC350 - Q=1344kN- SPT-35


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camadas Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
1 1000 areia argilosa 10,34 25,84 0,38 14,85
2 250 areia argilosa 13,78 34,45 0,74 5,36
3 750 areia argilosa 13,78 34,45 0,73 15,85
4 1000 areia argilosa 13,52 33,79 0,54 15,96
5 1000 areia argilosa 12,46 31,14 0,32 10,39
6 1000 areia argilosa 10,87 27,16 0,11 3,97
Σ 66,39

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,2149 . 66,39 = 14,3 mm.

4.2.2.Guindaste Terex AC-500

4.2.2.1.Recalque Absoluto - SPT-08 - Terex AC-500

71
Considerando a sondagem SPT-08 admitiu-se peso específico do solo igual 18
kN/m³, uma vez que o boletim de sondagem apresentou valores elevados de N SPT. Ainda
por informações do boletim de sondagem, observa-se presença de solo areno-argiloso e,
portanto valor de K=5,3kgf/cm²=0,53MPa, de acordo com a Tabela 2.5.

A tensão vertical efetiva a uma profundidade de B/2=1,25m abaixo da fundação


é dada por ’vp = γ . B/2 = 18 . 2,5/2 = 22,5 kPa.

A área da base é dada por ABASE= B. B = 2,5 . 2,5 = 6,25 m². Como as placas
foram instaladas no nível do terreno, ’vb = 0 (tensão vertical efetiva no nível da base da
fundação).

4.2.2.1.1.Estimativa de recalque para carga de 686kN

Para as patolas carregadas com 686 kN, a tensão aplicada no solo é dada por
Δp = 686/ABASE = 109,76 kN/m² = 0,1098 kN/mm²
Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser
calculado conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.15. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8
( )
0
Profundidade(m)

Figura 4.15. Iz versus profundidade para carga de 686 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.13, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.16.

72
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δz i, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.19.

(MPa)

Figura 4.16. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos – 686


kN – SPT-08 – Terex AC-350.

Tabela 4.19. Parâmetros para cálculo da relação( Δz)– SPT-08 – Terex AC-500.

GUINDASTE TEREX AC500 - CARGA=686kN - sondagem SP08


qc=K.Nspt
Camada Δz(mm) Tipo de solo Es=2,5.qc Iz (Iz/Es).Δz
(MPa)
1 1000 Areia argilosa 11,55 28,89 1,10 38,11
2 250 Areia argilosa 15,37 38,43 0,95 6,17
3 750 Areia argilosa 15,37 38,43 0,65 12,66
4 1000 Areia argilosa 15,11 37,77 0,48 12,73
5 1000 Areia argilosa 11,66 29,15 0,29 9,89
6 1000 Areia argilosa 7,69 19,21 0,10 5,00
Σ 84,56

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,1098 . 84,56 = 9,3 mm.

73
4.2.2.1.2.Estimativa de recalque para carga de 2450kN

Para as patolas carregadas com 2450 kN, a tensão aplicada no solo é dada por
Δp = 2450/ABASE = 392 kN/m² = 0,392 kN/mm²
Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser
calculado conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.17. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
0 ( )
Profundidade(m)

Figura 4.17. Iz versus profundidade para carga de 2450 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.13, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.18.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δz i, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.20.

(MPa)

Figura 4.18. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos – 2450


kN – SPT-08 – Terex AC-500.

74
Tabela 4.20. Parâmetros para cálculo da relação ( Δz) – SPT-08 – Terex AC-500.

GUINDASTE TEREX AC500 - CARGA=2450kN - SPT08


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camadas Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
1 1000 Areia argilosa 11,55 28,89 1,10 38,11
2 1000 Areia argilosa 15,37 38,43 0,84 21,75
3 250 Areia argilosa 15,37 38,43 0,84 5,37
4 750 Areia argilosa 15,11 37,76 0,61 12,15
5 1000 Areia argilosa 11,66 29,15 0,37 12,59
6 1000 Areia argilosa 7,69 19,21 0,12 6,37
Σ 96,33

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,392 . 96,33 = 37,8 mm.

4.2.2.2. Recalque Absoluto - SPT-38 - Terex AC-500

Considerando a sondagem SPT-35 admitiu-se peso específico do solo igual 18


kN/m³, uma vez que o boletim de sondagem apresentou valores elevados de N SPT. Ainda
por informações do boletim de sondagem, observa-se presença de solo areno-argiloso e,
portanto valor de K=5,3kgf/cm²=0,53MPa, de acordo com a Tabela 2.5.

A tensão vertical efetiva a uma profundidade de B/2=1,25m abaixo da fundação


é dada por ’vp = γ . B/2 = 18 . 2,5/2 = 22,5 kPa.

A área da base é dada por ABASE= B. B = 2,5 . 2,5 = 6,25 m². Como as placas
foram instaladas no nível do terreno, ’vb = 0 (tensão vertical efetiva no nível da base da
fundação).

4.2.2.2.1.Estimativa de recalque para carga de 686kN

Para as patolas carregadas com 686kN, a tensão aplicada no solo é dada por

75
p = 686/ABASE = 109,76 kN/m² = 0,1098 kN/mm²

Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser


calculado conforme a equação abaixo.

( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.19. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8
( )
0
Profundidade(m)

Figura 4.19. Iz versus profundidade para carga de 686 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.21, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.20.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δz i, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.22.

(MPa)

Figura 4.20. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos – 686


kN – SPT-38 – Terex AC-500.

76
Tabela 4.21. Perfil de qc – SPT-38.

GUINDASTE TEREX AC500 - CARGA=686 kN - SPT-38


Profundidade qc=K.NSPT
Tipo de solo Nspt – médio do trecho
(m) (MPa)
1 Areia argilosa 18 9,54
2 Areia argilosa 24 12,72
3 Areia argilosa 24 12,72
4 Areia argilosa 21,5 11,40
5 Areia argilosa 17,5 9,28
6 Areia argilosa 17 9,01

Tabela 4.22. Parâmetros para cálculo da relação ( Δz) – SPT-38 – Terex AC-500.

GUINDASTE TEREX AC500 - CARGA=686kN- SPT-38


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camadas Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
1 1000 Areia argilosa 9,54 23,85 1,10 46,16
2 250 Areia argilosa 12,72 31,80 0,95 7,45
3 750 Areia argilosa 12,72 31,80 0,65 15,30
4 1000 Areia argilosa 11,40 28,49 0,48 16,87
5 1000 Areia argilosa 9,28 23,19 0,29 12,44
6 1000 Areia argilosa 9,01 22,53 0,10 4,27
Σ 102,48

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,1098 . 102,48 = 11,2 mm.

4.2.2.2.2.Estimativa de recalque para carga de 2450kN

Para as patolas carregadas com 2450 kN, a tensão aplicada no solo é dada por
p = 2450/ABASE = 392 kN/m² =0,392 kN/mm²
Conforme mostrado na equação (9) do item 2.5, o valor de ( ) pode ser
calculado conforme a equação abaixo.

77
( ) √ √

Com isso, é possível construir o gráfico da Figura 4.21. Vale ressaltar que a
curva Iz versus profundidade foi obtida do mesmo modo que nos itens anteriores.

Iz
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
( )
0
Profundidade(m)

Figura 4.21. Iz versus profundidade para carga de 2450 kN.

As curvas qc versus profundidade, obtida com base nos valores apresentados na


Tabela 4.21, e fator de influência versus profundidade são apresentadas na Figura 4.22.
Com base nas mesmas foi possível estimar os valores de Δzi, Izi e qci para cada
subcamada de espessura Δzi, conforme apresentado na Tabela 4.23.

(MPa)

Figura 4.22. Divisão do perfil do fator de influência em trechos representativos


– 2450 kN–SPT-38 – Terex AC-500.

78
Tabela 4.23. Parâmetros para cálculo da relação( Δz )– SPT-38 – Terex AC-500.

GUINDASTE TEREX AC500 - CARGA=2450kN - SPT-38


qc=K.Nspt Es=2,5.qc (Iz/Es).Δz
Camada Δz(mm) Tipo de solo Iz
(MPa) (MPa) (mm/MPa)
1 1000 Areia argilosa 9,54 23,85 0,43 17,90
2 250 Areia argilosa 12,72 31,80 0,84 6,57
3 750 Areia argilosa 12,72 31,80 0,83 19,47
4 1000 Areia argilosa 11,40 28,49 0,61 21,47
5 1000 Areia argilosa 9,275 23,19 0,37 15,83
6 1000 Areia argilosa 9,01 22,53 0,12 5,43
Σ 62,20

Em relação aos fatores de correção C1 e C2 conclui-se que ambos são iguais a 1


(um). O fator C1, pelo fato do embutimento ser nulo ( ) e o fator C2, já que a
análise é feita para recalque imediato.

Sendo assim, o recalque pode ser calculado conforme mostrado a seguir

ρ = C1 . C2 . Δp . Σ Δz = 1 . 1 . 0,392 . 62,20 = 24,4 mm.

4.2.3.Resumo dos resultados

Na tabela 4.23 encontram-se resumidos os recalque obtidos pelo método


Schmertann.

Tabela 4.23. Resumo dos recalques obtidos pelo método Schmertmann.

Modelo do
Carga avaliada SPT-08 SPT-35 SPT-38
guindaste

510 kN 4,4 mm 4,7 mm *


AC-350
1344 kN 13,7 mm 14,3 mm *
686 kN 9,3 mm * 11,2 mm
AC-500
2450 kN 37,8 mm * 24,4 mm
*
O valor de recalque não se aplica ao caso analisado

79
4.3.Previsão de recalque por método numérico (Plaxis 2D)

Neste item, os recalques causados pelas cargas dos guindastes serão avaliados
com o uso de método numérico (Plaxis 2D).

Os valores aqui obtidos serão parâmetros de comparação com os valores dos


itens 4.1 e 4.2, uma vez que nos três casos, fez-se a consideração de que não há
influencia de patolas vizinhas, ou seja, os valores não levam em consideração o efeito
de grupo (este será avaliado no item 5).

4.3.1.Considerações para entrada de dados no programa

No Plaxis 2D é preciso inserir alguns parâmetros do solo que devem ser


estimados de acordo com a experiência e conhecimento do engenheiro, caso não seja
possível a realização de ensaios em laboratório.

4.3.1.1.Fator de correlação dos valores de NSPT

Com o intuito de tornar comparável o número de golpes, NSPT em diferentes


países, foi preciso padronizar os resultados obtidos no ensaio SPT.

Pesquisas desenvolvidas por Palacios (1977) e Schmertmann e Palacios (1979)


mostraram que o número de golpes no ensaio, N SPT, é inversamente proporcional à
energia que chega ao topo da composição de hastes, ao menos para N até 50. A ISSMFE
(1989) estabeleceu 60% da energia potencial teórica (E* = 474 J) como a referência
internacional. Então, havendo a realização do ensaio SPT, o valor de NSPT deve ser
convertido para N60, através da expressão

(13)

Na equação (13) E é a energia real aplicada ao amostrador, correspondente a


NSPT, e E60 corresponde a 60% da energia potencial teórica. Se a energia E é conhecida,

80
a expressão acima deve ser usada. Caso não o seja, há necessidade de uma estimativa do
valor de E.

Levando em consideração uma eficiência do ensaio brasileiro de 72%, Decourt


et al. (1989) sugeriu que no Brasil fosse utilizada a seguinte expressão

=1,20 (14)

4.3.1.2.Estimativa do módulo de elasticidade do solo

Para a estimativa do módulo de elasticidade do solo, foram utilizadas duas


teorias. São elas:

a) De acordo com Schnaid (2000) para solos arenosos . Com isso,

E = 3,4 NSPT (em MPa) (15)

Substituindo a expressão (14) na expressão (15), o módulo de elasticidade do


solo é calculado conforme expressão (16) abaixo.

E= 3,4 . (1,2 . NSPT) . 103 = 4080 . NSPT (em kPa) (16)

b) De acordo com Freitas, Pacheco e Danziger (2012), o módulo de elasticidade


de areias sedimentares pode ser estimado de acordo com a expressão (17).

E = 8000 . NSPT0,8 (17)

Substituindo a expressão (14) na expressão (17), o módulo de elasticidade do


solo é calculado conforme expressão (18) abaixo.

E = 8000 . (1,2 . NSPT)0,8 ≈ 9256 .NSPT0,8 (em kPa) (18)

81
4.3.1.3.Estimativa dos demais parâmetros do solo

Utilizou-se Coeficiente de Poisson, ν = 0,3, pois para solos de compressibilidade


rápida, é aceitável utilizar este valor, na maioria dos casos. Este estudo se enquadra na
descrição, uma vez que trata-se de solo arenoso.

Na análise numérica (Plaxis 2D) foi considerado para o peso específico do solo o
valor de = 18 kN/m³, que considerou o tipo de solo encontrado nas sondagens
disponíveis (em todas elas, solo areno-argiloso), bem como a ausência de nível d’água
na profundidade mais relevante para análise do recalque (profundidade do bulbo de
pressão).

4.3.1.4.Parâmetros das placas de apoio das patolas

As placas de apoio como já citado no item 1.2 possuem dimensão 2,5 m x 2,5 m
e espessura de 0,025 m . As mesmas foram modeladas utilizando-se elementos de placa
disponível no Plaxis 2D (plate).

É preciso fornecer ao programa os seguintes dados referentes às placas:

 Módulo de rigidez axial - EA (kN/m);


 Módulo de rigidez à flexão EI (kN.m²/m);
 Coeficiente de Poisson (ν).
Sendo E o módulo de elasticidade, A a área da placa e I o momento de inércia à
flexão.
Para as modelagens numéricas realizadas neste trabalho, foi adotada a
consideração de estado plano de deformação. Esta condição é muito utilizada para
análise de obras geotécnicas (barragens, túneis, fundações corridas, etc.) e envolve as
seguintes hipóteses sobre geometria, carregamento e parâmetros constitutivos:
1. Uma das dimensões do corpo é muito maior do que as outras duas, permitindo
que uma seção transversal qualquer possa ser considerada como “seção de
simetria” e, consequentemente, apresentando deformações nulas
ortogonalmente ao plano XY da Figura 4.23;
2. Os parâmetros elásticos não variam ao longo da maior dimensão do corpo;
3. O carregamento não varia ao longo da maior dimensão do corpo e tampouco
apresenta componente nessa direção.

82
Para o caso específico do grupo de quatro patolas de cada guindaste apoiadas
sobre quatro placas, que possuem dimensões de 2,5m por 2,5m e espaçadas entre si (no
plano horizontal ou plano XZ), seria mais rigoroso o uso de uma abordagem numérica
tridimensional. Na indisponibilidade de uso do mesmo, pois a autora do presente
trabalho teve acesso à versão bidimensional do programa (software Plaxis 2D),
procurou-se realizar algumas adaptações no modelo matemático de forma que o estado
plano de deformações pudesse ser utilizado nas análises. Cumpre salientar que o
procedimento utilizado, descrito a seguir, é muito usado na prática de engenharia,
embora menos rigoroso.

A fim de considerar que a placa possui dimensão finita de 2,5 metros no eixo z
(Figura 4.23), e não muito maior que as demais como seria no modelo de estado plano
de deformações, utilizou-se o seguinte artifício: Dividiu-se o valor de E.A e E.I pela
dimensão da placa no eixo Z, que é igual a 2,5 metros.

 Módulo de rigidez axial - EA (kN.m².m2/m = kN/m passaria a ser:


kN/m2 .m2/2,5 m );
 Módulo de rigidez à flexão EI (kN.m²/m = kN/m².m4 /m passaria a ser:
kN/m² . m4 /2,5m);

Figura 4.23. Detalhe das patolas em relação aos eixos considerados no Plaxis 2D.

Os módulos de rigidez axial e à flexão, respectivamente E.A e E.I são estimados,


para a situação estudada, conforme mostrado abaixo

E.A = (Eaço . B. e) / 2,5 (kN/m) (19)

E.I = (Eaço ) / 2,5 (kN.m²/m) (20)

83
Sendo Eaço = 210 GPa, B = 2,5 m e e = 0,025 m. Substituindo esses valores nas
equações (23) e (24) obtêm-se
[ ( )
= 525000 kN/m

( )
[ ]
= 27,3 kN.m²/m

ν = 0,2

4.3.2. Análises no Plaxis 2D

Optou-se, primeiramente, por dividir o subsolo em camadas de um metro de


espessura, embora no caso estudado haja predominância de solo arenoso em todo o
trecho considerado na análise. Esta discretização do subsolo permitiu a utilização de um
perfil de módulo de elasticidade variando com a profundidade. Os valores dos módulos
foram obtidos com base em correlações disponíveis na literatura entre o módulo e a
resistência à cravação obtida no ensaio SPT (NSPT ), como por exemplo Freitas, Pacheco
e Danziger (2012) e Schnaid (2000). Procurou-se deste modo obter-se um perfil
modelado mais representativo para a estimativa numérica do recalque.

Para cada guindaste foram feitas duas análises numéricas para estimativa do
recalque para cada uma das sondagens. Na primeira consideração, estimou-se o módulo
de elasticidade, E, através da equação (16) de Schnaid (2000) e na segunda, estimou-se
E através da equação (18) de Freitas, Pacheco e Danziger (2012). Um organograma com
o resumo das análises consideradas é mostrado no Anexo II.

É importante ressaltar que todas as análises numéricas realizadas e apresentadas


neste item foram realizadas pela autora desse trabalho com a colaboração da empresa
Sigma 1 Consultoria & Projetos, que disponibilizou o uso do software Plaxis 2D.

4.3.2.1.Guindaste Terex AC-350

No caso do guindaste AC-350 o carregamento crítico é dado por duas patolas


carregadas com 510 kN e outras duas com carga de 1344 kN, conforme Figura 3.3.
Sendo assim, nesse item serão avaliados os recalques causados por estes carregamento,

84
de forma individual, através do programa Plaxis 2D. Vale ressaltar que a Tabela 4.30,
apresentada no item 4.3.3, posterior às análises, apresenta resumo dos resultados obtidos
no presente item.

Conforme mostrou o item 4.3.1.1.2, foram consideradas duas situações distintas


para cada patola. Primeiro avaliou-se os recalques obtidos usando o módulo de
elasticidade segundo Schnaid (2000) para cada sondagem e, em seguida considerou-se o
módulo de elasticidade segundo Freitas, Pacheco e Danziger (2012) para cada
sondagem.

4.3.2.1.1.Recalque absoluto - Plaxis 2D – SPT-08 - AC-350

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-08 e a equação (16) de Schnaid (2000) é possível obter a Tabela 4.24
onde são mostrados os valores de módulo de elasticidade utilizados na análise do
programa.

Tabela 4.24. Módulo de elasticidade - SPT-08 - Schnaid (2000).

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 15 61200 11 17 69360
1 29 118320 12 15 61200
2 28 114240 13 13 53040
3 16 65280 14 16 65280
4 13 53040 15 10 40800
5 12 48960 16 7 28560
6 14 57120 17 24 97920
7 13 53040 18 28 114240
8 11 44880 19 29 118320
9 16 65280 20 17 69360
10 17 69360 21 21 85680

85
a.1) Patola com carga de 510 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.24, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,79 cm conforme Figura 4.24. Na figura 4.25
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 510 kN.
Artifício disponível no Plaxis 2D para minimizar o efeito de
transição da placa para o solo (mais deformável que as placas).

(m)
510 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.24. Deslocamentos verticais –Carga de 510 kN – Tensões totais.

86
(m)
510 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.25. Curvas de isorecalque–Carga de 510 kN.

a.2) Patola com carga de 1344 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.24, a análise


numérica fornece recalque máximo de 2,06 cm conforme Figura 4.27. Na figura 4.25
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 1344 kN.

87
(m)
1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.26. Deslocamentos verticais –Carga de 1344 kN – Tensões totais.

(m)
1344 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.27. Curvas de isorecalque–Carga de 1344 kN.

88
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-08 e a equação (18) de Freitas, Pacheco e Danziger (2012) é possível
obter a Tabela 4.25 onde são mostrados os valores de módulo de elasticidade utilizados
na análise do programa.

Tabela 4.25. Módulo de elasticidade - SPT-08 – Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 15 80781 11 17 89288
1 29 136884 12 15 80781
2 28 133095 13 13 72043
3 16 85061 14 16 85061
4 13 72043 15 10 58403
5 12 67574 16 7 43905
6 14 76443 17 24 117653
7 13 72043 18 28 133095
8 11 63030 19 29 136884
9 16 85061 20 17 89288
10 17 89288 21 21 105733

b.1) Patola com carga de 510 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.25, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,62 cm conforme Figura 4.28. Na figura 4.29
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 510 kN.

89
(m)
510 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.28. Deslocamentos verticais –Carga de 510 kN – Tensões totais.

(m)
510 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.29. Curvas de isorecalque–Carga de 510 kN.

90
b.2) Patola com carga de 1344 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.25, a análise


numérica fornece recalque máximo de 1,61 cm conforme Figura 4.30. Na figura 4.31
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 1344 kN.

(m)
1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.30. Deslocamentos verticais –Carga de 1344 kN – Tensões totais.

(m)
1344 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.31. Curvas de isorecalque–Carga de 1344 kN.

91
4.3.2.1.2.Recalque absoluto - Plaxis 2D – SPT-35 - AC-350

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-35 e a equação (16) de Schnaid (2000) é possível obter a Tabela 4.26
onde são mostrados os valores de módulo de elasticidade utilizados na análise do
programa.

Tabela 4.26. Módulo de elasticidade - SPT-35 - Schnaid (2000).

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 13 53040 11 19 77520
1 26 106080 12 17 69360
2 25 102000 13 20 81600
3 22 89760 14 15 61200
4 19 77520 15 8 32640
5 19 77520 16 10 40800
6 11 44880 17 13 53040
7 10 40800 18 17 69360
8 8 32640 19 19 77520
9 11 44880 20 13 53040
10 14 57120 21 18 73440

a.1) Patola com carga de 510 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.26, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,84 cm conforme Figura 4.32. Na figura 4.33
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 510 kN.

92
(m)
4m 510 kN

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.32. Deslocamentos verticais –Carga de 510 kN – Tensões totais.

(m)
510 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.33. Curvas de isorecalque–Carga de 510 kN.

93
a.2) Patola com carga de 1344 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.26, a análise


numérica fornece recalque máximo de 2,19 cm conforme Figura 4.34. Na figura 4.35
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 1344 kN.

(m)
1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.34. Deslocamentos verticais –Carga de 1344 kN – Tensões totais.

(m)
1344 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.35. Curvas de isorecalque–Carga de 1344 kN.

94
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-35 e a equação (18) de Freitas, Pacheco e Danziger (2012) é possível
obter a Tabela 4.27 onde são mostrados os valores de módulo de elasticidade utilizados
na análise do programa.

Tabela 4.27. Módulo de elasticidade - SPT-35 – Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 13 72043 11 19 97597
1 26 125434 12 17 89288
2 25 121559 13 20 101685
3 22 109742 14 15 80781
4 19 97597 15 8 48855
5 19 97597 16 10 58403
6 11 63030 17 13 72043
7 10 58403 18 17 89288
8 8 48855 19 19 97597
9 11 63030 20 13 72043
10 14 76443 21 18 93466

b.1) Patola com carga de 510 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.27, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,66 cm conforme Figura 4.36. Na figura 4.37
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 510 kN.

95
(m)
510 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.36. Deslocamentos verticais –Carga de 510 kN – Tensões totais.

(m)
510 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.37. Curvas de isorecalque – Carga de 510 kN.

96
b.2) Patola com carga de 1344 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.27, a análise


numérica fornece recalque máximo de 1,71 cm conforme Figura 4.38. Na figura 4.39
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 1344 kN.

(m)
1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.30. Deslocamentos verticais –Carga de 1344 kN – Tensões totais.

97
(m)
1344 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.31. Curvas de isorecalque – Carga de 1344 kN.

4.3.2.2.Guindaste Terex AC-500

No caso do guindaste AC-500 o carregamento crítico é dado por duas patolas


carregadas com 686 kN e outras duas com carga de 2450 kN, conforme Figura 3.6.
Sendo assim, nesse item serão avaliados os recalques causados por estes carregamento,
de forma individual, através do programa Plaxis 2D. Vale ressaltar que a Tabela 4.30,
apresentada no item 4.3.3, posterior às análises, apresenta resumo dos resultados obtidos
no presente item.

Conforme mostrou o item 4.3.1.1.2, foram consideradas duas situações distintas


para cada patola. Primeiro avaliou-se os recalques obtidos usando o módulo de
elasticidade segundo Schnaid (2000) para cada sondagem e, em seguida considerou-se o
módulo de elasticidade segundo Freitas, Pacheco e Danziger (2012) para cada
sondagem.

98
4.3.2.2.1.Recalque absoluto - Plaxis 2D – SPT-08 - AC-500

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-08 e a equação (16) de Schnaid (2000) é possível obter a Tabela 4.24,
mostrada no item 4.3.2.1, onde são mostrados os valores de módulo de elasticidade
utilizados na análise do programa.

a.1) Patola com carga de 686 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.24, a análise


numérica fornece recalque máximo de 1,06 cm conforme Figura 4.31. Na figura 4.32
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 686 kN.

(m)
686 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.32. Deslocamentos verticais –Carga de 686 kN – Tensões totais.

99
(m)
686 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.33. Curvas de isorecalque–Carga de 686 kN.

a.2) Patola com carga de 2450 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.24, a análise


numérica fornece recalque máximo de 3,76 cm conforme Figura 4.34. Na figura 4.35
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 2450 kN.

100
(m)
4m 2450 kN

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.34. Deslocamentos verticais –Carga de 2450 kN – Tensões totais.

(m)
2450 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.35. Curvas de isorecalque – Carga de 2450 kN.

101
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-08 e a equação (18) de Freitas, Pacheco e Danziger (2012) é possível
obter a Tabela 4.25, mostrada no item 4.3.2.1, onde são mostrados os valores de
módulo de elasticidade utilizados na análise do programa.

b.1) Patola com carga de 686 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.25, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,83 cm conforme Figura 4.36. Na figura 4.37
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 686 kN.

(m)
686 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.36. Deslocamentos verticais –Carga de 686 kN – Tensões totais.

102
(m)
686 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.37. Curvas de isorecalque – Carga de 686 kN.

b.2) Patola com carga de 2450 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.25, a análise


numérica fornece recalque máximo de 2,93 cm conforme Figura 4.38. Na figura 4.39
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 2450 kN.

103
(m)
4m 2450 kN

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.38. Deslocamentos verticais –Carga de 2450 kN – Tensões totais.

(m)
2450 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.39. Curvas de isorecalque – Carga de 2450 kN.

104
4.3.2.2.2.Recalque absoluto - Plaxis 2D – SPT-38 - AC-500

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-38 e a equação (16) de Schnaid (2000) é possível obter a Tabela 4.28, na
qual são mostrados os valores de módulo de elasticidade utilizados na análise do
programa.

Tabela 4.28. Módulo de elasticidade - SPT-38 – Schnaid (2000).

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 12 48960 11 19 77520
1 24 97920 12 15 61200
2 19 77520 13 13 53040
3 16 65280 14 11 44880
4 18 73440 15 12 48960
5 17 69360 16 9 36720
6 15 61200 17 11 44880
7 14 57120 18 19 77520
8 12 48960 19 9 36720
9 12 48960 20 18 73440
10 16 65280 21 17 69360

a.1) Patola com carga de 686 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.28, a análise


numérica fornece recalque máximo de 1,22 cm conforme Figura 4.40. Na figura 4.41
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 686 kN.

105
(m)
686 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.40. Deslocamentos verticais –Carga de 686 kN – Tensões totais.

686 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.41. Curvas de isorecalque – Carga de 686 kN.

106
a.2) Patola com carga de 2450 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.28, a análise


numérica fornece recalque máximo de 4,33 cm conforme Figura 4.42. Na Figura 4.43
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 2450 kN.

(m)
2450 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.42. Deslocamentos verticais –Carga de 2450 kN – Tensões totais.

107
2450 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.43. Curvas de isorecalque – Carga de 2450 kN.

b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e


Danziger (2012)

Considerando-se os valores de resistência à cravação (NSPT) a cada metro da


sondagem SPT-38 e a equação (18) de Freitas, Pacheco e Danziger (2012) é possível
obter a Tabela 4.29, na qual são mostrados os valores de módulo de elasticidade
utilizados na análise do programa.

108
Tabela 4.29. Módulo de elasticidade - SPT-38 – Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 12 67574 11 19 97597
1 24 117653 12 15 80781
2 19 97597 13 13 72043
3 16 85061 14 11 63030
4 18 93466 15 12 67574
5 17 89288 16 9 53682
6 15 80781 17 11 63030
7 14 76443 18 19 97597
8 12 67574 19 9 53682
9 12 67574 20 18 93466
10 16 85061 21 17 89288

b.1) Patola com carga de 686 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.29, a análise


numérica fornece recalque máximo de 0,93 cm conforme Figura 4.44. Na Figura 4.45
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 686 kN.

109
(m)
4m 686 kN

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.44. Deslocamentos verticais –Carga de 686 kN – Tensões totais.

(m)
696 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.45. Curvas de isorecalque – Carga de 686 kN.

110
b.2) Patola com carga de 2450 kN

Utilizando os módulos de elasticidade mostrados na Tabela 4.29, a análise


numérica fornece recalque máximo de 3,31 cm conforme Figura 4.46. Na Figura 4.47
são mostradas as curvas de isorecalque considerando patola carregada com 2450 kN.

(m)
2450 kN
3m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 4.46. Deslocamentos verticais –Carga de 2450 kN – Tensões totais.

111
(m)
2450 kN
4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 4.47. Curvas de isorecalque – Carga de 2450 kN.

4.3.3.Resumo dos resultados

A Tabela 4.30 resume os valores de recalque obtidos no item anterior para os


guindastes AC-350 e AC-500.

Tabela 4.30. Resumo dos recalques obtidos considerando sapatas isoladas – Plaxis 2D

Recalques de patolas isoladas Recalques de patolas isoladas


Carga (mm) (mm)
Guindaste
avaliada Schnaid (2000) Freitas, Pacheco e Danziger (2012)
SPT-08 SPT-35 SPT-38 SPT-08 SPT-35 SPT-38
510 kN 7,9 8,4 * 6,2 6,5 *
AC-350
1344 kN 20,6 21,9 * 16,1 17,1 *
686 kN 10,6 * 12,1 8,3 * 9,3
AC-500
2450 kN 37,6 * 43,3 29,3 * 33,1
*
O caso em questão não se aplica à situação analisada

112
5.Previsão de recalque considerando efeito de grupo - Plaxis 2D

O presente capítulo visa apresentar os valores de recalques obtidos pelo uso do


programa Plaxis 2D. Neste item, são avaliadas duas patolas a cada análise,
incorporando, assim, o efeito de grupo.

5.1. Considerações para entrada de dados no programa


Para as análises a seguir, utilizou-se os mesmos parâmetros de entrada do item
4.3.1.

5.2.Análises no Plaxis 2D

Nas análises foram feitas as mesmas considerações do item 4.3.2, ou seja, foi
feita a divisão do subsolo em camadas de 1 metro de espessura e as análises
consideraram, para cada sondagem, estimativa do módulo de elasticidade por dois
métodos: Schnaid (2000) e Freitas e Pacheco e Danziger (2012). Cabe salientar que no
item 5.3 são mostradas tabelas que resumem os valores obtidos no presente item
(Tabelas 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10).

5.2.1.Guindaste Terex AC-350

Como já comentado nos itens anteriores, as sondagens mais representativas para


a análise de recalques deste guindaste foram as SPT-08 e SPT-35. Sendo assim, na
análise numérica, Plaxis 2D, as mesmas foram consideradas.

Nas análises foram avaliadas quatro situações conforme Figura 5.1. São elas:

 Condição (1) (linha vermelha na Figura 5.1): Uma patola com carga de 510 kN
e outra com 1344 kN e distância entre eixos de 8,687 metros, conforme fabricante;
 Condição (2) (linha azul na Figura 5.1): As duas patolas com carga de 510 kN e
distância entre eixos de 8,50 metros, conforme fabricante;
 Condição (3) (linha roxa na Figura 5.1): As duas patolas com carga de 1344 kN
e distância entre eixos de 8,50 metros, conforme fabricante;
 Condição (4) (linha verde na Figura 5.1): Uma patola com carga de 510kN e
outra com 1344 kN e distância entre eixos de 12,2 metros, conforme fabricante.

113
Vale ressaltar, que no Anexo III é possível observar um organograma no qual
são resumidas as análises que serão feitas neste item.

Figura 5.1. Representação das condições consideradas (desenho sem escala).

5.2.1.1.Recalque Absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 - AC-350

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Para essa análise, utilizou-se a expressão (16) objetivando a obtenção do módulo


de elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela
5.1.

Tabela 5.1. Módulo de elasticidade - SPT-08 - Schnaid (2000).

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 15 61200 11 17 69360
1 29 118320 12 15 61200
2 28 114240 13 13 53040
3 16 65280 14 16 65280
4 13 53040 15 10 40800
5 12 48960 16 7 28560
6 14 57120 17 24 97920
7 13 53040 18 28 114240
8 11 44880 19 29 118320
9 16 65280 20 17 69360
10 17 69360 21 21 85680

114
a.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.2), a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 2,14 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.2. Na Figura 5.3 são apresentadas as curvas de isorecalque para
a condição (1). Na Figura 5.4 podem ser observados os recalques sob as duas patolas
analisadas.

Artifício disponível no Plaxis 2D para minimizar o efeito de


transição da placa para o solo (mais deformável que as placas).

510 kN 1344 kN
4m

Figura 5.2. Deslocamentos verticais - condição (1) – Tensões totais.

115
510 kN 1344 kN
Curvas de
Isorecalque

4m

Figura 5.3. Curvas de isorecalque - condição (1).

116
Escala considerada para
os deslocamentos
510 kN 1344 kN verticais (em metros)

1m
ρmáx = 0,86 cm ρmáx = 2,13 cm

0,01 m = 1 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.2 e 5.3 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.4. Seção transversal da distribução dos recalques - Condição ( 1).

117
a.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.1), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 0,87 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.5. Na
Figura 5.6 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura 5.7
podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

510 kN 510 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.5 Deslocamentos verticais - condição (2) – Tensões totais.

118
510 kN 510 kN

4m

Curvas de
isorecalque

Figura 5.6.Curvas de isorecalque – Condição (2).

119
Escala considerada para
os deslocamentos
510 kN 510 kN verticais (. 10 -3 m )

1m
ρmáx ≈ 0,87 cm ρ máx ≈ 0,87 cm

0,01 m = 1 cm

Figura 5.7. Seção longitudinal da distribuição de recalque - condição (2).

120
a.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.2), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 2,27 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.8. Na
Figura 5.9 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura
5.10 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

1344 kN 1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.8. Deslocamentos verticais – Condição(3) – Tensões totais.

121
1344 kN 1344 kN
Curvas de
Isorecalque

4m

Figura 5.9. Curvas de isorecalque – condição (3).

122
1344 kN 1344 kN Escala considerada para
os deslocamentos

1m
verticais (m)

ρmáx ≈ 2,27 cm ρ máx ≈ 2,27 cm

0,01 m = 1 cm

Figura 5.10. Seção longitudinal da distribuição de recalque - condição (3).

123
a.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.2), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 2,11 cm sob a patola mais carregada, conforme apresentado na
Figura 5.11. Na Figura 5.12 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição
(4). Na Figura 5.13 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

510 kN 1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.11. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

124
510 kN 1344 kN
Curvas de
Isorecalque

4m

Figura 5.12. Curvas de isorecalque – Condição (4).

125
510 kN 1344 kN Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈0,73 cm ρ ≈ 2,10 cm

2m

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.11 e 5.12 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.13. Seção transversal da distribuição dos recalques – Condição (4).

126
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012).

Para essa análise, utilizou-se a expressão (18) a fim de obter o módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela 5.2.

Tabela 5.2. Módulo de elasticidade do solo em função dos valores de NSPT da


sondagem SPT-08 segundo Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 15 80781 11 17 89288
1 29 136884 12 15 80781
2 28 133095 13 13 72043
3 16 85061 14 16 85061
4 13 72043 15 10 58403
5 12 67574 16 7 43905
6 14 76443 17 24 117653
7 13 72043 18 28 133095
8 11 63030 19 29 136884
9 16 85061 20 17 89288
10 17 89288 21 21 105733

b.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e


levando em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.2), a análise
numérica forneceu um recalque máximo de 1,67 cm sob a patola mais carregada,
conforme apresentado na Figura 5.14. Na Figura 5.15 são apresentadas as curvas de
isorecalque para a condição (1). Na Figura 5.16 podem ser observados os recalques sob
as duas patolas analisadas.

127
Artifício disponível no Plaxis 2D para minimizar o efeito de
transição da placa para o solo (mais deformável que as placas).

(m)
510 kN 1344 kN

4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.14. Deslocamentos verticais – condição (1) – Tensões totais.

128
(m)
510 kN 1344 kN
Curvas de
Isorecalque
5m

Figura 5.15. Curvas de isorecalque – Condição (1).

129
(m)

510 kN 1344 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 0,67 cm ρ ≈ 1,66 cm
1,6 m

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.14 e 5.15 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.16. Seção longitudianl da distribuição dos recalques – Condição (1).

130
b.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.2), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 0,68 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.17.
Na Figura 5.18 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.19 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
510 kN 510 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.17. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

131
(m)
510 kN 510 kN

Curvas de
5m isorecalque

Figura 5.18. Curvas de isorecalque. – Condição (2).

132
(m)

510 kN 510 kN

Escala considerada para


os deslocamentos
verticais (10-³ m)
1,6 m

ρ ≈ 0,67cm ρ ≈ 0,67cm

0,004 m = 0,4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.17 e 5.18 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.19. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

133
b.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.2), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,77 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.20.
Na Figura 5.21 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura
5.22 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
1344 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.20. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

134
(m)
1344 kN 1344 kN

Curvas de
isorecalque
5m

Figura 5.21. Curvas de isorecalque – Condição (3).

135
(m)
1344 kN 1344 kN

Escala considerada para


os deslocamentos
verticais (10-³ m)
ρ ≈ 1,63 cm ρ ≈ 1,63 cm
1,6 m

0,01 m = 1 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.20 e 5.21 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.22. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

136
b.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.2), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,65 cm sob a patola mais carregada, conforme apresentado na
Figura 5.23. Na Figura 5.24 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição
(4). Na Figura 5.25 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.23. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

137
(m)
1344 kN 1344 kN

Curvas de
isorecalque
5m

Figura 5.24. Curvas de isorecalque – Condição (4).

138
(m)

510 kN 1344 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 0,77 cm ρ ≈ 1,61 cm
1,6 m

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.23 e 5.24 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.25. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – condição (4).

139
5.2.1.2.Recalque absoluto – Plaxis 2D –SPT-35 – AC-350

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000).

Para esta análise, utilizou-se a expressão (16) a fim de obter o módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela 5.3.

Tabela 5.3. Módulo de elasticidade do solo em função dos valores de N SPT da


sondagem SPT-35 segundo Schnaid (2002)

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 13 53040 11 19 77520
1 26 106080 12 17 69360
2 25 102000 13 20 81600
3 22 89760 14 15 61200
4 19 77520 15 8 32640
5 19 77520 16 10 40800
6 11 44880 17 13 53040
7 10 40800 18 17 69360
8 8 32640 19 19 77520
9 11 44880 20 13 53040
10 14 57120 21 18 73440

a.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.3 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.1), a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 2,28 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.26. Na Figura 5.27 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (1). Na Figura 5.28 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

140
(m)

510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.26. Deslocamentos verticais – Condição (1) – Tensões totais.

141
(m)

5m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.27. Curvas de isorecalque – Condição (1).

142
(m)

Escala considerada para


os deslocamentos
510 kN 1344 kN verticais (m)
1,6 m

ρ ≈ 1,10 cm ρ ≈ 2,22 cm

0,02 m = 2 cm

l
*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.26 e 5.27 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.28. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

143
a.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.3 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.1) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 0,94 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.29.
Na Figura 5.30 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.31 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

510 kN 510 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.29. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

144
(m)

Curvas de
Isorecalque
5m

Figura 5.30. Curvas de isorecalque. – Condição (2).

145
(m)

Escala considerada para


510 kN 510 kN
os deslocamentos
verticais (10-3m)
2m

ρ ≈ 0,86 cm ρ ≈ 0,86 cm

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.29 e 5.30 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.
Figura 5.31. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

146
a.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.3 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.1) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 2,44 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.32.
Na Figura 5.33 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.34 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

1344 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.32. Deslocamentos verticais – Condição 3 – Tensões totais.

147
(m)

1344 kN 1344 kN

5m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.33. Curvas de isorecalque – Condição (3).

148
(m)

Escala considerada para


os deslocamentos
1344 kN 1344 kN verticais (m)
2m

ρ ≈ 2,40 cm ρ ≈ 2,40 cm

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.32 e 5.33 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros decimais que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.34. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

149
a.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.3 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.1), a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 2,26 cm sob a patola mais carregada, conforme apresentado na
Figura 5.35. Na Figura 5.36 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição
(4). Na Figura 5.37 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.35. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

150
(m)

510 kN 1344 kN
5m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.36. Curvas de isorecalque – Condição (4).

151
(m)

510 kN 1344 kN
Escala considerada para
2m os deslocamentos
verticais (m)

ρ ≈ 1,11 cm ρ ≈ 2,20 cm

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.35 e 5.36 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.37. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

152
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012).

Para a análise, utilizou-se a expressão (18) com o objetivo de obter o módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela 5.4.

Tabela 5.4. Módulo de elasticidade do solo em função dos valores de N SPT da


sondagem SPT-35 segundo Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 13 72043 11 19 97597
1 26 125434 12 17 89288
2 25 121559 13 20 101685
3 22 109742 14 15 80781
4 19 97597 15 8 48855
5 19 97597 16 10 58403
6 11 63030 17 13 72043
7 10 58403 18 17 89288
8 8 48855 19 19 97597
9 11 63030 20 13 72043
10 14 76443 21 18 93466

153
b.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.4 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.1) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 1,78 cm sob a patola mais carregadas, conforme
apresentado na Figura 5.38. Na Figura 5.39 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (1). Na Figura 5.40 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

(m)
510 kN 1344 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.38. Deslocamentos verticais – Condição (1) – Tensões totais.

154
(m)
510 kN 1344 kN

Curvas de
4m Isorecalque

Figura 5.39. Curvas de isorecalque – Condição (1).

155
(m)
510 kN 1344 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)

ρ ≈ 0,80 cm ρ ≈ 1,76 cm
1,6 m

0,02 m = 2 cm

Figura 5.40. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

156
b.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.4 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.1) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 0,73 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.41.
Na Figura 5.42 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.43 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.41. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

157
(m)

510 kN 1344 kN
Curvas de
5m Isorecalque

Figura 5.42. Curvas de isorecalque – Condição (2).

158
(m)

510 kN 1344 kN Escala considerada para


os deslocamentos
verticais (10-3m)

ρ ≈ 0,73 cm ρ ≈ 0,73 cm
1,6 m

0,004 m = 0,4 cm

Figura 5.43. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

159
b.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.4 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.1) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,89 cm sob ambas patolas já que foram igualmente carregadas
e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.44. Na Figura
5.45 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura 5.46
podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.44. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

160
(m)

510 kN 1344 kN
Curvas de
Isorecalque
5m

Figura 5.45.Curvas de isorecalque – Condição (3).

161
(m)

510 kN 1344 kN Escala considerada para


os deslocamentos
verticais (10-3m)

ρ ≈ 1,89 cm ρ ≈ 1,89
1,6 m

cm

0,02 m = 2 cm

Figura 5.46. Seção longitudinal da distribuição dos recalques 3 – Condição (3).

162
b.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.4 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.1) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,79 cm sob a patola mais carregada, conforme apresentado na
Figura 5.47. Na Figura 5.48 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição
(4). Na Figura 5.49 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
510 kN 1344 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.47. Deslocamentos verticais – Condição (4) –Tensões totais.

163
(m)
510 kN 1344 kN

Curvas de
4m Isorecalque

Figura 5.48. Curvas de isorecalque – Condição (4).

164
(m)

510 kN 1344 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 0,67 cm ρ ≈ 1,78 cm
2m

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.47 e 5.48 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.49.Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

165
5.2.2.Guindaste Terex AC-500

Como já comentado nos itens anteriores, as sondagens mais representativas para


este guindaste foram as SPT-08 e SPT-38. Sendo assim, na análise do Plaxis 2D, essas
serão consideradas.

Na análise foram consideradas quatro situações conforme Figura 5.50. São elas:

 Condição (1) (linha vermelha na Figura 5.50): Uma patola com carga de 686 kN
e outra com 2450 kN e distância entre eixos de 9,6 metros, conforme fabricante;
 Condição (2) (linha azul na Figura 5.50): As duas patolas com carga de 686 kN e
distância entre eixos de 9,622 metros, conforme fabricante;
 Condição (3) (linha roxa na Figura 5.50): As duas patolas com carga de 2450 kN
e distância entre eixos de 9,622 metros, conforme fabricante;
 Condição (4) (linha verde na Figura 5.50): Uma patola com carga de 686kN e
outra com 2450 kN e distância entre eixos de 13,6 metros, conforme fabricante.

Vale ressaltar, que no Anexo III é possível observar um organograma no qual


são resumidas as análises que serão feitas neste item.

Figura 5.50. Representação das condições de carregamento consideradas.

166
5.2.2.1.Recalque absoluto – Plaxis 2D – SPT-08 – AC-500

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000)

Para a análise, utilizou-se a expressão (16) objetivando a obtenção do módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Tratatando-se da sondagem SPT-08, já
avaliada no item 5.1.1, os valores de módulo de elasticidade com a profundidade da
Tabela 5.1 valem também, para este item.

a.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.50) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 3,84 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.51. Na Figura 5.52 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (1). Na Figura 5.53 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

167
(m)

686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.51. Deslocamentos verticais – Condição (1) –Tensões totais.

168
(m)

686 kN 2450 kN
Curvas de
Isorecalque

5m

Figura 5.52. Curvas de isorecalque – Condição (1).

169
(m)

510 kN 1344 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 1,33 cm ρ ≈ 3,52 cm
2m

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.51 e 5.52 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.53. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

170
a.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,14 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.54.
Na Figura 5.55 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.56 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.54. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

171
(m)

Curvas de 686 kN 2450 kN


Isorecalque

5m

Figura 5.55. Curvas de isorecalque – Condição (2).

172
(m)

686 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 1,10 cm ρ ≈ 1,10 cm
2m

0,01 m = 1 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.54 e 5.55 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.56. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

173
a.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 4,04 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.57.
Na Figura 5.58 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura
5.59 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

2450 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.57. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

174
(m)

Curvas de 2450 kN 2450 kN


Isorecalque

5m

Figura 5.58. Curvas de isorecalque – Condição (3).

175
2450 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 4,0 cm ρ ≈ 4,0 cm
1,6 m

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.2 e 5.3 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.59.Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

176
a.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.1 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.50) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 3,85 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.60. Na Figura 5.61 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (4). Na Figura 5.62 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

(m)
686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.60. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

177
(m)

Curvas de 686 kN 2450 kN


Isorecalque
5m

Figura 5.61. Curvas de isorecalque. – Condição (4).

178
686 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 1,0 cm ρ ≈ 3,80 cm
2m

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.60 e 5.61 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.62. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

179
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012).

Para a análise, utilizou-se a expressão (18) objetivando a obtenção do módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Tratatando-se da sondagem SPT-08, já
avaliada no item 5.1.1, os valores de módulo de elasticidade com a profundidade da
Tabela 5.2 valem,também, para este item.

b.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 3,01 cm sob ambas patolas já que foram igualmente carregadas
e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.63. Na Figura
5.64 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura 5.65
podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.63. Deslocamentos verticais – Condição (1) – Tensões totais.

180
(m)

Curvas de 686 kN 2450 kN


Isorecalque

5m

Figura 5.64. Curvas de isorecalque. – Condição (1).

181
686 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
1,6 m
ρ ≈ 1,1 cm ρ ≈ 3,0 cm

0,02 m = 2 cm

Figura 5.65. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

182
b.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando em


consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.50) a análise numérica forneceu um
recalque máximo de 0,89 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente carregadas e o
perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.66. Na Figura 5.67 são
apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura 5.68 podem ser
observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
686 kN 686 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.66. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

183
(m)
686 kN 2450 kN

4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.67. Curvas de isorecalque. – Condição (2).


.

184
686 kN 6866 kN

Escala considerada para


os deslocamentos
verticais (10-3m)
ρ ≈ 0,88 cm ρ ≈ 0,88 cm
1,6 m

0,01 m = 1 cm

Figura 5.68. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

185
b.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando em


consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.50) a análise numérica forneceu um
recalque máximo de 3,16 cm sob ambas patolas já que foram igualmente carregadas e o perfil
não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.69. Na Figura 5.70 são
apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura 5.71 podem ser
observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

2450 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.69. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

186
(m)

Curvas de 2450 kN 2450 kN


Isorecalque
5m

Figura 5.70. Curvas de isorecalque. – Condição (3)

187
2450 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
1,6 m

ρ ≈ 3,10 cm ρ ≈ 3,10 cm

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.69 e 5.71 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.71. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

188
b.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.2 a cada metro e levando em


consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.50) a análise numérica forneceu um
recalque máximo de 2,98 cm sob a patola mais carregada, conforme apresentado na Figura
5.72. Na Figura 5.73 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (4). Na Figura
5.74 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.72. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

189
(m)
686 kN 2450 kN

5m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.73. Curvas de isorecalque. – Condição (4).

190
686 kN 2450 kN

Escala considerada para


os deslocamentos
ρ ≈ 0,89 cm ρ ≈ 2,95 cm
4m
verticais (m)

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.72 e 5.73 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.74. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

191
5.2.2.2.Recalque absoluto – Plaxis 2D - SPT-38 – AC-500

a) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Schnaid (2000).

Para a análise, utilizou-se a expressão (16) objetivando a obtenção do módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela 5.5.

Tabela 5.5. Módulo de elasticidade do solo em função dos valores de NSPT da


sondagem SPT-38 segundo Schnaid(2002).

Profundidade E por Schnaid Profundidade E por Schnaid


NSPT NSPT
(m) (kPa) (m) (kPa)
0 12 48960 11 19 77520
1 24 97920 12 15 61200
2 19 77520 13 13 53040
3 16 65280 14 11 44880
4 18 73440 15 12 48960
5 17 69360 16 9 36720
6 15 61200 17 11 44880
7 14 57120 18 19 77520
8 12 48960 19 9 36720
9 12 48960 20 18 73440
10 16 65280 21 17 69360

a.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.5 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.50) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 4,43 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.75. Na Figura 5.76 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (1). Na Figura 5.77 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

192
(m)

686 kN 2450 kN

5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.75. Deslocamentos verticais – Condição (1) – Tensões totais.

193
(m)

686 kN 2450 kN

Curvas de
5m Isorecalque

Figura 5.76. Curvas de isorecalque. – Condição (1).

194
686 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
ρ ≈ 1,78 cm ρ ≈ 4,29 cm verticais (m)
2m

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.75 e 5.76 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.77. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

195
a.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.5 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,32 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.78.
Na Figura 5.79 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.80 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

686 kN 686 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.78. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

196
(m)

Curvas de 686 kN 686 kN


Isorecalque
5m

Figura 5.79. Curvas de isorecalque. – Condição (2).

197
(m)
686 kN 686 kN

ρ ≈ 1,22 cm ρ ≈ 1,22 cm Escala considerada para


1,6 m
os deslocamentos
verticais (m)

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.78 e 5.79 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros decimais que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.80. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

198
a.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.5 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.51) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 4,68 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.81.
Na Figura 5.82 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura
5.83 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)

2450 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.81. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

199
(m)

Curvas de 2450 kN 2450 kN


Isorecalque
5m

Figura 5.82. Curvas de isorecalque. – Condição (3).

200
2450 kN 2450 kN

Escala considerada para


1,6 m

os deslocamentos
ρ ≈ 4,60 cm ρ ≈ 4,60 cm verticais (m)

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.81 e 5.82 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros decimais que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.83. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

201
a.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.5 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.51) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 4,46 cm sob a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.84. Na Figura 5.85 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (4). Na Figura 5.86 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

(m)

686 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.84. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

202
(m)

686 kN 2450 kN
Curvas de
Isorecalque

5m

Figura 5.85. Curvas de isorecalque. – Condição (4).

203
686 kN 2450 kN

2m ρ ≈ 1,3 cm ρ ≈ 4,40cm
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)

0,04 m = 4 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.84 e 5.85 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros decimais que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.86. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

204
b) Análise do recalque considerando módulo de elasticidade por Freitas, Pacheco e
Danziger (2012).

Para a análise, utilizou-se a expressão (18) objetivando a obtenção do módulo de


elasticidade para cada metro de ensaio SPT. Os resultados são mostrados na Tabela 5.6.

Tabela 5.6. Módulo de elasticidade do solo em função dos valores de N SPT da


sondagem SPT-38 segundo Freitas, Pacheco e Danziger (2012).

Profundidade E por Freitas, Profundidade E por Freitas,


NSPT Pacheco e NSPT Pacheco e
(m) Danziger(kPa) (m) Danziger(kPa)
0 12 67574 11 19 97597
1 24 117653 12 15 80781
2 19 97597 13 13 72043
3 16 85061 14 11 63030
4 18 93466 15 12 67574
5 17 89288 16 9 53682
6 15 80781 17 11 63030
7 14 76443 18 19 97597
8 12 67574 19 9 53682
9 12 67574 20 18 93466
10 16 85061 21 17 89288

b.1) Condição (1)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.6 a cada metro e levando


em consideração a condição (1) (linha vermelha na Figura 5.50) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 3,38 cm sob a patola mais carregada conforme
apresentado na Figura 5.87. Na Figura 5.88 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (1). Na Figura 5.89 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

205
(m)
686 kN 2450 kN

4m

Escala de
recalque em
milímetros

Figura 5.87. Deslocamentos verticais – Condição (1) – Tensões totais.

206
(m)
686 kN 2450 kN

4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.88. Curvas de isorecalque. – Condição (1).

207
Escala considerada para
686 kN 2450 kN os deslocamentos
verticais (m)
1,6 m

ρ ≈ 1,17 cm ρ ≈ 3,32 cm

0,02 m = 2 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.87 e 5.88 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.
Figura 5.89. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (1).

208
b.2) Condição (2)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.6 a cada metro e levando


em consideração a condição (2) (linha azul na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 1,01 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.90.
Na Figura 5.91 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (2). Na Figura
5.92 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
686 kN 686 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

.
Figura 5.90. Deslocamentos verticais – Condição (2) – Tensões totais.

209
(m)
686 kN 686 kN

Curvas de
Isorecalque
5m

Figura 5.91. Curvas de isorecalque. – Condição (2).

210
686 kN 686 kN
1,6 m Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 1,0 cm ρ ≈ 1,0 cm

0,01 m = 1 cm

*A diferença do valor em relação aos valores das Figuras 5.90 e 5.91 se deve ao fato de que a ferramenta no programa que gera visualização da distribuição longitudinal do
recalque requer uma etapa manual, estando sujeita a erros que afetam de maneira pouco significativa as avaliações.

Figura 5.92. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (2).

211
b.3) Condição (3)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.6 a cada metro e levando


em consideração a condição (3) (linha roxa na Figura 5.50) a análise numérica forneceu
um recalque máximo de 3,56 cm sob ambas as patolas já que foram igualmente
carregadas e o perfil não varia horizontalmente, conforme apresentado na Figura 5.93.
Na Figura 5.94 são apresentadas as curvas de isorecalque para a condição (3). Na Figura
5.95 podem ser observados os recalques sob as duas patolas analisadas.

(m)
2450 kN 2450 kN
5m

Escala de
recalque em
milímetros

.Figura 5.93. Deslocamentos verticais – Condição (3) – Tensões totais.

212
(m)
2450 kN 2450 kN
Curvas de
Isorecalque

5m

Figura 5.94. Curvas de isorecalque. – Condição (3).

213
2450 kN 2450 kN
Escala considerada para
os deslocamentos
verticais (m)
ρ ≈ 3,56 cm ρ ≈ 3,56 cm
1,6 m

0,04 m = 4 cm

Figura 5.95. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (3).

214
b.4) Condição (4)

Usando os módulos de elasticidade obtidos na Tabela 5.6 a cada metro e levando


em consideração a condição (4) (linha verde na Figura 5.50) a análise numérica
forneceu um recalque máximo de 3,40 cm a patola mais carregada, conforme
apresentado na Figura 5.96. Na Figura 5.97 são apresentadas as curvas de isorecalque
para a condição (4). Na Figura 5.98 podem ser observados os recalques sob as duas
patolas analisadas.

(m)
686 kN 2450 kN
4m

Escala de
recalque em
milímetros

.
Figura 5.96. Deslocamentos verticais – Condição (4) – Tensões totais.

215
(m)
686 kN 2450 kN

4m

Curvas de
Isorecalque

Figura 5.97. Curvas de isorecalque. – Condição (4).

216
686 kN 2450 kN

Escala considerada para


os deslocamentos
2m

ρ ≈ 0,9 cm ρ ≈ 3,40 cm verticais (m)

0,02 m = 2 cm

Figura 5.98. Seção longitudinal da distribuição dos recalques – Condição (4).

217
5.3.Resumo dos resultados

Nas Tabelas 5.7 e 5.8 estão resumidos os valores de recalque estimados com base na análise numérica (PLAXIS 2D) para cada uma das
patolas (mais e menos carregada) do guindaste Terex AC-350, considerando as sondagens representativas SPT-08 e SPT-35, respectivamente,
para as quatro condições analisadas em que foi considerada análise das duas patolas em grupo, conforme situações descritas no item 5.2.1. Nestas
tabelas “L” representa a distância entre eixos das patolas para cada caso analisado.

Tabela 5.7. Recalques Absolutos - Terex AC-350 - SPT-08 – Plaxis 2D.

Recalque (mm) - Sondagem SPT-08


C1 C2 C3 C4
L = 8,687 m L = 8,500 m L = 8,500 m L = 12,2 m
Q=510kN Q=1344kN Q=510kN Q=510kN Q=1344kN Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN
E por Schnaid(2000) 8,6 21,4 8,7 8,7 22,7 22,7 7,3 21,1
E por Freitas, Pacheco
6,7 16,7 6,8 6,8 17,7 17,7 7,7 16,5
e Danziger (2012)

218
Tabela 5.8. Recalques Absolutos - Terex AC-350 - SPT-35 – Plaxis 2D.

Recalque (mm) - Sondagem SPT-35


C1 C2 C3 C4
L = 8,687 m L = 8,500 m L = 8,500 m L = 12,2 m
Q=510kN Q=1344kN Q=510kN Q=510kN Q=1344kN Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN
E por Schnaid(2000) 11,0 22,8 9,4 9,4 24,4 24,4 11,1 22,6
E por Freitas, Pacheco
8,0 17,8 7,3 7,3 18,9 18,9 6,7 17,9
e Danziger (2012)

Nas Tabelas 5.9 e 5.10 estão resumidos os valores de recalque estimados com base na análise numérica (PLAXIS 2D) para cada uma das
patolas ( mais e menos carregada) do guindaste Terex AC-500, considerando as sondagens representativas SPT-08 e SPT-38, respectivamente,
para as quatro condições analisadas em que foi considerada análise das duas patolas em grupo, conforme situações descritas no item 5.2.2. Nestas
tabelas “L” representa a distância entre eixos das patolas para cada caso analisado.

219
Tabela 5.9. Recalques Absolutos – Terex AC-500 – SPT-08 – Plaxis 2D.

Recalque (mm) - Sondagem SPT-08


C1 C2 C3 C4
L = 9,622 m L = 9,600 m L = 9,600 m L = 13,600 m
Q=686kN Q=2450kN Q=686kN Q=686kN Q=2450kN Q=2450kN Q=686kN Q=2450kN
E por Schnaid(2000) 13,3 38,4 11,4 11,4 40,4 40,4 10,0 38,5
E por Freitas, Pacheco
11,0 30,1 8,9 8,9 31,6 31,6 8,9 29,8
e Danziger (2012)

Tabela 5.10. Recalques Absolutos – Terex AC-500 – SPT-38 – Plaxis 2D.

Recalque (mm) - Sondagem SPT-38


C1 C2 C3 C4
L = 9,622 m L = 9,600 m L = 9,600 m L = 13,600 m
Q=510kN Q=1344kN Q=510kN Q=510kN Q=1344kN Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN
E por Schnaid(2000) 17,8 44,3 13,2 13,2 46,8 46,8 13,0 44,6
E por Freitas, Pacheco
11,7 33,8 10,1 10,1 35,6 35,6 9,0 34,0
e Danziger (2012)

220
6.Interpretação dos resultados

6.1. Previsão de recalque distorcional

A fim de haver uma melhor compreensão a respeito do recalque distorcional, é


importante, primeiramente, introduzir o conceito de recalque diferencial.

Designa-se recalque diferencial, a diferença entre recalques absolutos de duas


fundações distintas ou de dois pontos de uma mesma fundação. Na Figura 6.1, o
recalque diferencial é dado por Δρ = ρ2 – ρ1.

Introduzindo-se a distância entre os eixos das fundações L (Figura 5.99), é


possível obter o recalque distorcional dado por ρdist = Δρ / L. Calculando-se a tangente
de ρdist , é possível obter o ângulo θ referente ao ρdist analisado.

Figura 6.1. Esquema de sapatas com recalques diferenciais.

Conforme já comentado em itens anteriores, o fabricante dos guindastes


estabeleceu que, para os guindastes estudados neste trabalho (AC-350 e AC-500), o
ângulo máximo, cuja tangente é o recalque distorcional, deve ser de 0,1°, referente a um
recalque distorcional de 1/573.

6.1.1 Previsão de recalque distorcional – PLAXIS 2D

Sendo assim, com os valores de recalque obtidos e resumidos no item 5.3 é


possível analisar, para cada condição estudada (1, 2, 3 e 4), se as mesmas atendem ao
critério de distorção angular sugerido pelo fabricante dos equipamentos.

221
6.1.1.1.Guindaste Terex AC-350

Conforme apresentado no item 3.2.1 a menor distância entre patolas com cargas
diferentes é 8,687 metros e a maior distância possível entre as mesmas é 12,2 metros,
conforme Figura 3.4. Sendo assim, neste item serão feitas análises de modo a verificar
se, para estas distâncias entre eixos de patolas, o recalque distorcional atende à
especificação do fabricante.

Analisando-se as Tabelas 5.7 e 5.8 observa-se que nas condições (2) e (3), os
recalques absolutos de ambas as patolas são idênticos, deste modo o recalque diferencial
é nulo e, por consequência, o mesmo ocorre com o recalque distorcional. Isto ocorre
porque em cada uma das duas condições avaliadas (2 e 3) o perfil estratigráfico
utilizado na análise é o mesmo para as duas patolas, o carregamento é idêntico em
ambas, em cada situação analisada, e as duas patolas tem a mesma geometria em planta.
Deste modo serão avaliadas apenas as condições designadas por (1) e (4), em que ocorre
carregamento desigual em cada uma das patolas.

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 8,687 m – Condição (1)

Os valores de recalques absolutos obtidos numericamente para a carga do


guindaste Terex AC-350 podem ser encontrados nas Tabelas 5.7 e 5.8 conforme já
comentado anteriormente. A partir destes resultados e da distância entre os eixos das
patolas, de 8,687 metros (condição (1), mostrada na Figura 5.1) obtêm-se os resultados
apresentados na Tabela 6.1.
Com base nos resultados apresentados na Tabela 6.1 é possível verificar que
para a condição (1), os valores de θ, que dependem do recalque distorcional conforme
explicado neste item, são menores que 0,1°, limite sugerido pelo fabricante do
equipamento. Sendo assim, conclui-se que, considerando-se a sondagem SPT-08 e
distância entre eixos das patolas igual a 8,687 metros, os recalques previstos para este
guindaste através da análise numérica (Plaxis 2D) fornecem distorções angulares (ou
recalque distorcional) compatíveis com o admitido pelo fabricante do equipamento.

222
Tabela 6.1. Resumo de recalques obtidos numericamente - Plaxis 2D – Terex AC-350 –
SPT-08.

TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 8,687 m – Condição (1)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q
1344 kN 510 kN 1344 kN 510 kN
Recalque Absoluto (mm) 21,4 8,6 16,7 6,7
Recalque Diferencial (mm) 12,8 10,0
Recalque Distorcional 0,0015 0,0012
θ (°) 0,08 0,07

Com base nos resultados apresentados na Tabela 6.2 , nota-se que o valor de θ
em todas as situações analisadas é inferior ao máximo admissível pelo fabricante (θ =
0,1°). Sendo assim, para o guindaste AC-350, considerando a sondagem SPT-35 e
distância entre eixos das patolas igual a 8,5 metros, os recalques previstos para este
guindaste através da análise numérica (Plaxis 2D) fornecem distorções angulares (ou
recalque distorcional) compatíveis com o admitido pelo fabricante do equipamento.

Tabela 6.2. Resumo de recalques obtidos na análise numérica (Plaxis 2D) – Terex AC-
350 – SPT-35.

TEREX AC-350 -SPT-35 - Distância entre patolas = 8,687 m - Condição (1)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q
1344 kN 510 kN 1344 kN 510 kN

Recalque absoluto (mm) 22,8 11,0 17,8 8,0


Recalque Diferencial (mm) 11,8 9,8
Recalque Distorcional 0,0014 0,0012
θ (°) 0,08 0,06

É importante salientar que, ainda que os valores de θ tenham se mostrado


inferiores ao recomendado pelo fabricante, os mesmos se apresentaram bastante
próximos do limite de 0,1°, tanto na Tabela 6.1 como na 6.2. Sendo assim, seria
interessante avaliar-se a possibilidade do uso de solução para redução de riscos de
recalques diferenciais superiores àquele que garante perfeita utilização do guindaste.

223
b) Recalque distorcional - distância entre patolas de 12,2 m – Condição (4)

Os valores de recalques absolutos obtidos numericamente para as patolas do


guindaste Terex AC-350 podem ser encontrados nas Tabelas 5.7 e 5.8 conforme já
comentado anteriormente. A partir destes resultados e da distância entre os eixos das
patolas, de 12,2 metros (condição (4), mostrada na Figura 5.1), obtêm-se os resultados
apresentados na Tabela 6.3.

Tabela 6.3. Resumo de recalques na análise numérica (Plaxis 2D) – Terex AC-350 –
SPT-08.

TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 12,2 m – Condição (4)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas , Pacheco e Danziger).
Carga Q Carga Q
1344 kN 510 kN 1344 kN 510 kN
Recalque Absoluto (mm) 21,1 9,1 16,5 7,7

Recalque Diferencial (mm) 12,0 8,8


Recalque Distorcional 0,0010 0,0007
θ (°) 0,06 0,04

A partir dos dados da Tabela 6.3 conclui-se que, com base na sondagem SPT-08
e distâcia entre eixos das patolas igual a 12,2 metros, os valores de θ em todas os casos
analisados são inferiores ao máximo admissível pelo fabricante (0,1º). Sendo assim,
para as situações avaliadas (Tabela 6.3) foi verificada a condição de utilização segura do
equipamento.
É interessante também, comparar os valores de recalques distorcionais obtidos
nas tabelas 6.1 e 6.3. Observando-se as tabelas citadas é notável a redução dos valores
de recalque distorcional quando a distância entre patolas aumenta de 8,5 m para 12,2 m.
Com isso, é possível concluir que com o aumento da distância entre as patolas há a
redução do recalque distorcional, conforme esperado.
Considerando-se os resultados apresentados na Tabela 6.4 conclui-se que, para a
sondagem SPT-35, os valores de θ em todas as considerações são inferiores ao máximo
admissível pelo fabricante. Sendo assim, quando a distância entre patolas é igual a 12,2

224
metros e as mesma estão carregadas com 1344 kN e 510 kN, assegura-se utilização
segura do equipamento.
Analisando-se os resultados das Tabelas 6.2 e 6.4 verifica-se que os valores de
recalque distorcional reduzem com o aumento da distância entre patolas ( de 8,5 m para
12,2 m), conforme era esperado.

Tabela 6.4. Resumo de recalques na análise numérica (Plaxis 2D ) – Terex AC-350 –


SPT-35.

TEREX AC-350 -SPT-35 - Distância entre patolas = 12,2 m – Condição (4)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q

1344 kN 510 kN 1344 kN 510 kN

absoluto (mm) 22,6 11,1 17,9 6,7

Diferencial (mm) 11,5 11,2


Recalque Distorcional 0,0009 0,0009
θ (°) 0,05 0,05

6.1.1.2. Guindaste Terex AC-500

Conforme apresentado no item 3.2.2.a menor distância entre patolas com cargas
diferentes é 9,6 metros e a maior distância possível entre as mesmas é 13,6 metros,
conforme Figura 3.7. Sendo assim, neste item serão feitas análises de modo a verificar
se, para estas distâncias entre eixos de patolas, o recalque distorcional atende à
especificação do fabricante.

Analisando-se as Tabelas 5.9 e 5.10 observa-se que nas condições (2) e (3), os
recalques absolutos de ambas as patolas são idênticos, deste modo o recalque diferencial
é nulo e, por consequência, o mesmo ocorre com o recalque distorcional. Isto ocorre
porque em cada uma das duas condições avaliadas (2 e 3) o perfil estratigráfico
utilizado na análise é o mesmo para as duas patolas, o carregamento é idêntico em
ambas, em cada situação analisada, e as duas patolas tem a mesma geometria em planta.

225
Deste modo serão avaliadas apenas as condições designadas por (1) e (4), em que ocorre
carregamento desigual em cada uma das patolas.

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 9,6 m – Condição (1)

Os valores de recalques absolutos obtidos numericamente para as patolas do


guindaste Terex AC-500 podem ser encontrados nas Tabelas 5.9 e 5.10 conforme já
comentado anteriormente. A partir destes resultados e da distância entre os eixos das
patolas, de 9,6 metros (Condição (1) mostrada na Figura 5.50), obtêm-se os resultados
apresentados na Tabela 6.5.

Tabela 6.5. Resumo de recalques obtidos numericamente (Plaxis 2D) – Terex AC-500 –
SPT-08.

TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 9,6 m - Condição (1)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q
2450 kN 686 kN 2450 kN 686 kN
Recalque Absoluto (mm) 38,4 13,3 30,1 11,0
Recalque Diferencial (mm) 25,1 19,1
Recalque Distorcional 0,0026 0,0020
θ (°) 0,15 0,11

Observando-se os resultados da Tabela 6.5, verifica-se que os valores de θ para


as situações analisadas são superiores a 0,1°, valor este considerado limítrofe pelo
fabricante. Sendo assim, as análises não passaram na avaliação e por isso, não é
recomendado, para o caso da sondagem SPT-08 e patolas carregadas com 2450 kN e
686 kN, o assentamento das patolas no nível do terreno.

Analisando a Tabela 6.6 verifica-se também que os valores de θ são maiores que
0,1°. Com isso, é possível concluir que, para o caso da sondagem SPT-35 e patolas
carregadas com 2450 kN e 686 kN também não é recomendado o assentamento das
mesmas diretamente sobre terreno natural.

226
Tabela 6.6. Resumo de recalques obtidos numericamente (Plaxis 2D) – Terex AC-500 –
SPT-38.

TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 9,6 m - Condição (1)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q
2450 kN 686 kN 2450 kN 686 kN
Recalque Absoluto (mm) 44,3 17,8 33,8 11,7
Recalque Diferencial (mm) 26,5 22,1
Recalque Distorcional 0,0028 0,0023
θ (°) 0,16 0,13

Em função dos comentários realizados anteriormente, de acordo com os


resultados apresentados nas Tabelas 6.5 e 6.6, recomenda-se, em todas estas situações
em que θ > 0,1º, a adoção de uma postura de projeto que busque uma readequação dos
valores dos recalques distorcionais aos limites estabelecidos pelo fabricante, como por
exemplo a possibilidade substituição do solo ou, em casos extremos, a utilização de
fundações profundas.

b) Recalque distorcional - distância entre patolas de 13,6 m – Condição (4)

Os valores de recalques absolutos obtidos numericamente para as patolas do


guindaste Terex AC-500 podem ser encontrados nas Tabelas 5.9 e 5.10 conforme já
comentado anteriormente. A partir destes resultados e da distância entre os eixos das
patolas, de 13,6 metros, obtêm-se os resultados apresentados na Tabela 5.17.

Observa-se na Tabela 6.7 que o valor de θ tendo sido considerado os módulos de


elasticidade estimados por Schnaid (2000) são maiores que 0,1 ° enquanto o valor de θ
com módulos de elasticidade obtidos por Freitas, Pacheco e Danziger (2012) mostrou-se
ligeiramente inferior ao requerido pelo fabricante. Sendo assim, não se recomenda, para
o caso da sondagem SPT-08 e patolas carregadas com 2450 kN e 686 kN, o
assentamento das mesmas no nível do terreno.

Analisando a Tabela 6.8 verifica-se que, em todos os casos, os valores de θ são


maiores que 0,1°. Com isso, conclui-se que para o caso da sondagem SPT-38 e patolas

227
carregadas com 2450 kN e 686 kN não é recomendado o assentamento das mesmas
diretamente no terreno natural.

Tabela 6.7. Resumo de recalques obtidos numericamente (Plaxis 2D) – Terex AC-500 –
SPT-08.

TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 13,6 m - Condição (4)


PLAXIS 2D PLAXIS 2D
(Schnaid) (Freitas, Pacheco e Danziger)
Carga Q Carga Q
2450 kN 686 kN 2450 kN 686 kN
Recalque Absoluto (mm) 38,5 13,5 29,8 8,8

Recalque Diferencial (mm) 25,0 21,0


Recalque Distorcional 0,0018 0,0015
θ (°) 0,11 0,09

Tabela 6.8. Resumo de recalques obtidos numericamente (Plaxis 2D) – Terex AC-500 –
SPT-38.
TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 13,6 m - Condição (4)
PLAXIS 2D PLAXIS 2D (Freitas, Pacheco e
(Schnaid) Danziger)
Carga Q Carga Q
2450 kN 686 kN 2450 kN 686 kN
Recalque Absoluto (mm) 44,6 16,0 34,0 9,0
Recalque Diferencial (mm) 28,6 25,0
Recalque Distorcional 0,0021 0,0018
θ (°) 0,12 0,11

Em função dos comentários realizados anteriormente, de acordo com os


resultados apresentados nas Tabelas 6.7 e 6.8, recomenda-se, em todas estas situações
em que θ > 0,1º, a adoção de uma postura de projeto que busque uma readequação dos
valores dos recalques distorcionais aos limites estabelecidos pelo fabricante, como por
exemplo a possibilidade substituição do solo ou, em casos extremos, a utilização de
fundações profundas.

228
6.1.2 Previsão de recalque distorcional – Método Barata (1984)

Considerando os valores de recalques absolutos obtidos pelo método Barata


(1984), conforme visto no item 4.1, é possível obter os recalques distorcionais relativos
a esses recalques absolutos para cada um dos guindastes e distância entre patolas.

6.1.2.1. Guindaste Terex AC-350

Conforme apresentado no item 3.2.1 a menor distância entre patolas com cargas
diferentes é 8,687 metros e a maior distância possível entre as mesmas é 12,2 metros,
conforme Figura 3.4. Sendo assim, neste item serão feitas análises de modo a verificar
se, para estas distâncias entre eixos de patolas, o recalque distorcional atende à
especificação do fabricante.

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 8,687 m

A partir das Tabelas 6.9 e 6.10 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a menor distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-35, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ considerando o Caso B, no qual estimou-se o
módulo de elasticidade através da reta de melhor ajuste levando em consideração a
profundidade mais afetada pelo bulbo de pressões, são inferiores ao requerido pelo
fabricante, fato este que não é verificado no Caso A, no qual qual estimou-se o módulo
de elasticidade através da reta de melhor ajuste determinada visualmente levando em
consideração toda a sondagem.

229
Tabela 6.9. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-350 –
SPT-08.
TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 8,687 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN Q=510kN
Absoluto (mm) 30,9 11,7 29,8 11,3
Diferencial (mm) 19,1 12,7
Distorcional 0,0022 0,0015
θ (°) 0,13 0,08

Tabela 6.10. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-350 –


SPT-35.
TEREX AC-350 - SPT-35 - Distância entre patolas = 8,687 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN Q=510kN
absoluto (mm) 29,8 11,3 27,4 10,4
Diferencial (mm) 14,6 11,0
Distorcional 0,0017 0,0013
θ (°) 0,10 0,07

b) Recalque distorcional - distância entre patolas de 12,20 m

A partir das Tabelas 6.11 e 6.12 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a maior distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-35, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ em todos os casos analisados são ligeiramente
inferiores ao requerido pelo fabricante dos guindastes.

Tabela 6.11. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-350 –


SPT-08.
TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 12,20 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN Q=510kN
Absoluto (mm) 30,9 11,7 29,8 11,3
Diferencial (mm) 19,1 18,5
Distorcional 0,0016 0,0015
θ (°) 0,09 0,09

230
Tabela 6.12. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-350 –
SPT-35.
TEREX AC-350 - SPT-35 - Distância entre patolas = 12,20 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN Q=1344kN Q=510kN
absoluto (mm) 29,8 11,3 27,4 10,4
Diferencial (mm) 18,5 17,0
Distorcional 0,0015 0,0014
θ (°) 0,09 0,08

6.1.2.2. Guindaste Terex AC-500

Conforme apresentado no item 3.2.2.a menor distância entre patolas com cargas
diferentes é 9,6 metros e a maior distância possível entre as mesmas é 13,6 metros,
conforme Figura 3.7. Sendo assim, neste item serão feitas análises de modo a verificar
se, para estas distâncias entre eixos de patolas, o recalque distorcional atende à
especificação do fabricante.

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 9,6 m

A partir das Tabelas 6.13 e 6.14 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a menor distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-38, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ em todos os casos analisados são inferiores ao
requerido pelo fabricante dos guindastes.

231
Tabela 6.13. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-500 –
SPT-08.
TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 9,6 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN Q=2450kN Q=686kN
Absoluto (mm) 56,3 15,8 54,4 15,2
Diferencial (mm) 40,5 39,2
Distorcional 0,0042 0,0041
θ (°) 0,24 0,23

Tabela 6.14. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-500 –


SPT-38.
TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 9,6 m
Barata Caso A Barata Caso B
Q=2450kN Q=686kN Q=2450kN Q=686kN
Absoluto (mm) 60,4 16,9 65,9 18,5
Diferencial (mm) 43,5 47,4
Distorcional 0,0045 0,0049
θ (°) 0,26 0,28

b) Recalque distorcional – distância entre patolas de 13,6 m

A partir das Tabelas 6.15 e 6.16 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a maior distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-38, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ em todos os casos analisados são superiores ao
requerido pelo fabricante dos guindastes.

Tabela 6.15. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-500 –


SPT-08.
TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 13,60 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 56,3 15,8 54,4 15,2
Diferencial (mm) 26,8 12,7
Distorcional 0,0030 0,0029
θ(°) 0,17 0,17

232
Tabela 6.16. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Barata) – Terex AC-500 –
SPT-38.
TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 13,60 m
Barata Caso A Barata Caso B
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 60,4 16,9 65,9 18,5
Diferencial (mm) 43,5 47,4
Distorcional 0,0032 0,0035
θ(°) 0,18 0,20

6.1.3 Previsão de recalque distorcional – Método Schmertmann et al.


(1978)

Considerando os valores de recalques absolutos obtidos pelo método


Schmertmann et al (1978), conforme visto no item 4.2, é possível obter os recalques
distorcionais relativos a esses recalques absolutos para cada um dos guindastes e
distância entre patolas.

6.1.3.1. Guindaste Terex AC-350

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 8,687 m

A partir das Tabelas 6.17 e 6.18 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a menor distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-35, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ em todos os casos analisados são inferiores ao
requerido pelo fabricante dos guindastes.

233
Tabela 6.17. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex
AC-350 – SPT-08.

TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 8,687 m


Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN
Absoluto (mm) 13,7 4,4
Diferencial (mm) 9,3
Distorcional 0,0011
θ(°) 0,06

Tabela 6.18. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex


AC-350 – SPT-35.
TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 8,687 m
Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN
absoluto (mm) 14,3 4,7
Diferencial (mm) 9,6
Distorcional 0,0011
θ(°) 0,06

b) Recalque distorcional - distância entre patolas de 12,20 m

A partir das Tabelas 6.19 e 6.20 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a menor distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-35, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ em todos os casos analisados são inferiores ao
requerido pelo fabricante dos guindastes.

234
Tabela 6.19. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex
AC-350 – SPT-08.

TEREX AC-350 - SPT-08 - Distância entre patolas = 12,20 m


Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN
absoluto (mm) 13,7 4,4
Diferencial (mm) 9,3
Distorcional 0,0008
θ(°) 0,04

Tabela 6.20. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex


AC-350 – SPT-35.

TEREX AC-350 - SPT-35 - Distância entre patolas = 12,20 m


Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=1344kN Q=510kN
absoluto (mm) 14,3 4,7
Diferencial (mm) 9,6
Distorcional 0,0008
θ(°) 0,05

6.1.3.2. Guindaste Terex AC-500

a) Recalque distorcional - distância entre patolas de 9,6 m

A partir das Tabelas 6.21 e 6.22 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a menor distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-38, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ considerando sondagem SPT-38 são inferiores
ao requerido pelo fabricante, o que não pode ser observado para os valores de θ
considerando sondagem SPT-08.

235
Tabela 6.21. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex
AC-500 – SPT-08.
TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 9,6 m
Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 37,8 9,3
Diferencial (mm) 28,5
Distorcional 0,0030
θ(°) 0,17

Tabela 6.22. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex


AC-500 – SPT-38.
TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 9,6 m
Schmertmann et al.
Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 24,4 11,2
Diferencial (mm) 13,1
Distorcional 0,0014
θ(°) 0,08

b) Recalque distorcional - distância entre patolas de 13,6 m

A partir das Tabelas 6.23 e 6.24 mostradas abaixo, onde são apresentados os
valores de recalques distorcionais considerando a maior distância entre patolas
carregadas desigualmente e sondagens SPT-08 e SPT-38, respectivamente. Nessas
tabelas, observa-se que os valores de θ considerando sondagem SPT-38 são inferiores
ao requerido pelo fabricante, o que não pode ser observado para os valores de θ
considerando sondagem SPT-08.

236
Tabela 6.23. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex
AC-500 – SPT-08.

TEREX AC-500 - SPT-08 - Distância entre patolas = 13,60 m


Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 37,8 9,3
Diferencial (mm) 28,5
Distorcional 0,0021
θ(°) 0,12

Tabela 6.24. Resumo de recalques obtidos analiticamente (Schmertmann et al.) – Terex


AC-500 – SPT-38.

TEREX AC-500 - SPT-38 - Distância entre patolas = 13,60 m


Schmertmann et al.
Tipo de Recalque Q=2450kN Q=686kN
absoluto (mm) 24,4 11,2
Diferencial (mm) 13,1
Distorcional 0,0010
θ(°) 0,06

6.2.Análise dos recalques absolutos

a) Análise dos recalques – Terex AC-350

A fim de facilitar a comparação dos valores de recalques obtidos para o


guindaste AC-350 com base nos diferentes métodos de análise utilizados com a
consideração de patolas isoladas, é apresentada a Tabela 6.25 que resume os resultados.
Nessa tabela, Caso A refere-se à estimativa do módulo de elasticidade no meio
do bulbo, segundo Barata (1984), considerando perfil módulo de elasticidade versus
profundidade até o fim da sondagem e, Caso B refere-se à estimatimativa do módulo de
elasticidade no meio do bulbo, segundo Barata (1984), considerando perfil módulo de
elasticidade versus profundidade até profundidade ligeiramente superior (6 m) àquela
atingida pelo bulbo (5 m ).

237
Tabela 6.25. Recalques Absolutos – Análises de sapatas isoladas – AC-350.

Recalque (mm) - Terex AC-350


Carga Barata Plaxis 2D
Sondagem Plaxis 2D (Freitas,
avaliada Schmertmann
Caso A Caso B (Schnaid) Pacheco e
Danziger)
510 kN *11,7 11,3 4,4 7,9 6,2
SPT-08
1344 kN *30,9 29,8 13,7 20,6 16,1
510 kN *11,8 10,4 4,7 8,4 6,5
SPT-35
1344 kN *31,1 27,4 14,3 21,9 17,1
(*) ajuste linear manual para obtenção do módulo de elasticidade no meio do bulbo

Na Tabela 6.25 é possível identificar que os valores de recalque obtidos na análise


numérica pelo Plaxis 2D, tanto utilizando módulo de elasticidade obtido por Schnaid
(2000) como por Freitas, Pacheco e Danziger (2012), mostraram-se bastante próximos
entre si. Observou-se também, que os valores obtidos com base na abordagem sugerida
por Schmertmann (1978) foram bastante próximos dos obtidos na análise numérica
(Plaxis 2D) com módulos estimados a partir de Freitas, Pacheco e Danziger (2012).
Os resultados obtidos com base no método de Barata (1984) foram muito próximos
entre si, tanto para o Caso A quanto para o Caso B.
Os recalques absolutos obtidos pelo método Schmertmann foram os de menores
valores quando comparados com os demais.
Na Figura 6.2 é apresentado o gráfico de dispersão dos valores de recalques
absolutos obtidos e apresentados anteriormente na Tabela 6.25. Nesta figura para cada
situação analisada são apresentados os resultados de recalques absolutos obtidos, o
recalque médio para cada caso e o respectivo intervalo de confiança que representa os
valores correspondentes à média ± um desvio padrão. Nesta figura tanto o valor da
média quanto do intervalo são representados por linhas pretas cheias.
Observa-se que, no geral, os métodos que se mantiveram no intervalo média ± um
desvio padrão foram: Plaxis 2D (Schnaid (2000)), Plaxis 2D (Freitas, Pacheco e
Danziger (2012)) e Barata (1984) (Caso B). Observa-se a partir dessa figura que o
método Schmertmann, em todos os casos, mostrou recalques abaixo do limite inferior
que representa a média menos um desvio padrão. Já o método Barata (1984) (Caso A)
apresentou recalques superiores ao limite superior que representa a média mais um
desvio padrão.

238
Figura 6.2. Gráfico de dispersão – Análises de recalques absolutos de patolas
isoladas – AC-350.

b) Análise dos recalques – Terex AC-500

A fim de comparar os valores de recalque obtidos para o guindaste AC-500


pelos diferentes métodos considerados para análise de patolas isoladas, a Tabela 6.26
resume esses resultados.

Tabela 6.26. Recalques Absolutos – Análises de sapatas isoladas – AC-500.

Recalque (mm) - Terex AC-500


Barata Plaxis 2D
Modelo do Carga
Plaxis 2D (Freitas,
guindaste avaliada Schmertmann
Caso A Caso B (Schnaid) Pacheco e
Danziger)
686 kN *15,8 15,2 9,3 10,6 8,3
SPT-08
2450 kN *56,3 54,3 37,8 37,6 29,3
686 kN *16,9 18,4 11,2 12,2 9,3
SPT-38
2450 kN *60,4 *65,9 24,4 43,3 33,1
(*) ajuste linear manual para obtenção do módulo de elasticidade no meio do bulbo

239
A partir da Tabela 6.26 é possível notar que os valores de recalque obtidos pelo
método Barata (1984), tanto Caso A como Caso B, se mostraram bastante próximos
entre si. No entanto, comparando-os com os demais métodos verifica-se que há uma
diferença significativa.
Avaliando os valores de recalques obtidos considerando-se a sondagem SPT-08,
nota-se que os valores obtidos pelo método Schmertmann et al. (1978) se aproximam
bastante dos resultados obtidos pela análise numérica (Plaxis 2D) considerando módulo
de elasticidade proposto por Schnaid (2000). Já os recalques obtidos com a
consideração do módulo de elasticidade proposto por Freitas, Pacheco e Danziger
(2012), se apresentaram ligeiramente inferiores dos demais.
Avaliando-se, o recalques obtidos considerando-se a sondagem SPT-38,
verifica-se que o valor obtido considerando-se a patola carregada com 686 kN pelo
método Schmertmann (1978) se aproximou bastante do resultado obtido pela análise
numérica (Plaxis 2D) considerando módulo de elasticidade proposto por Schnaid
(2000). Já para a patola carregada com 2450 kN, os métodos que mostraram valores
mais próximos foram o método Schmertmann (1978) e Plaxis 2D considerando módulo
de elasticidade proposto por Freitas, Pacheco e Danziger (2012).
Analisando a Figura 6.3 verifica-se que, de modo geral, os recalques que mais se
mantiveram nos intervalos de confiança representados pelos limites da média ± desvio
padrão foram os obtidos através do método Schmertmann (1978), Plaxis 2D (Schnaid
(2000)) e Plaxis 2D (Freitas, Pacheco e Danziger (2012)). Os resultados através do
método Barata (1984) tanto para o Caso A como para o Caso B se mantiveram ou muito
próximos ou fora dos limites estabelecidos pelos intervalos de confiança. Para o caso
dos resultados obtidos pelo Plaxis 2D (Freitas, Pacheco e Danziger (2012)), observa-se
que, considerando a sondagem SPT-38 e carga maior de 2450 kN, o recalque se
apresentou menor do que o inferior do intervalo do intervalo de confiança.

240
Figura 6.3. Gráfico de dispersão – Análises de recalques absolutos de patolas
isoladas – AC-500.

6.3.Análise da influência do efeito de grupo

Tendo realizado análise no Plaxis 2D em duas vertentes: considerando patolas


isoladas e considerando efeito de grupo, é possível então avaliar o modo como o efeito
de grupo influencia no valor dos recalques.

As Tabelas 6.27 e 6.28 mostram os resumos dos recalques obtidos no Plaxis 2D


para o guindastes AC-350 e AC-500, respectivamente.

No presente trabalho, foi considerada análise bidimensional para previsão de


recalque através do método numérico (Plaxis 2D). Tal consideração possui suas
limitações no que se refere a representar as características reais do problema, uma vez
que o mesmo possui características tridimensionais. Sendo assim, a possibilidade de
realizar análises numéricas tridimensionais de recalque, com o uso do Plaxis 3D por

241
exemplo, seria de grande contribuição para aprofundar ainda mais o conhecimento
referente a recalques em patolas de guindastes.

Analisando a Tabela 6.27 referente aos recalques obtidos para o guindaste Terex
AC-350, observa-se que a análise das sapatas (patolas) isoladas levou a recalques
inferiores aos casos em que foram analisadas as condições 1, 2, 3 e 4 que consideraram
a presença de patola vizinha, ou seja em que o efeito de grupo é considerado. Sendo
assim, nota-se que a existência de patolas próximas é responsável por elevar os
recalques de ambas as patolas. Isso se deve, provavelmente a interferência entre seus
bulbos de pressão e interação patola-solo-patola. Sendo assim, conclui-se que, por maior
que seja a distância entre as estruturas analisadas, nesse caso em particular a distância
variou de 8,5 a 12,2 metros, é importante avaliar as estruturas em conjunto, a fim de
obter valores mais representativos da situação real. Um fato importante que se observa a
partir da Tabela 6.3 é que para a condição 4, ou seja, distância entre patolas de 12,2 m o
recalque das patolas é muito próximo ao recalque considerando patolas isoladas. Isso
demonstra que para essa situação, praticamente não há influência do efeito de grupo.

Observando a Tabela 6.28 nota-se que os valores dos recalques obtidos através
da análise de patolas isoladas são, no geral, inferiores aos obtidos considerando-se efeito
de grupo. Observa-se no entanto, que para o recalque obtido através do Plaxis 2D
(Freitas, Pacheco e Danziger (2012)) para patola carregada com 686 kN considerando a
sondagem SPT-38 e condição (4), foi encontrado valor ligeiramente inferior ao obtido
para a sapata isolada. Isso pode ser atribuído ao fato das análises terem sido realizadas
com malhas de elementos finitos distintas para cada situação. No entanto os valores
foram bastante próximos entre si (patola isolada e grupo com L = 13,6 m – condição 4).
Isso pode ser explicado pelo fato de que para a condição (4), a distância entre eixos de
patolas é bastante elevada (13,6 m), reduzindo assim a influência de sapatas vizinhas.
Ou seja, houve pouco efeito de grupo. Isto pode ser comprovado analisando as demais
situações para caso (4) e patolas isoladas cujos valores são sempre muito próximos.

242
Tabela 6.27 Recalques Absolutos – Análises de efeito de grupo – Plaxis 2D - AC-350.

Terex AC-350
Plaxis 2D (Schnaid) Plaxis 2D (Freitas et al.)
Carga
Sondagem C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4
avaliada Análise de patolas Análise de patolas
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
isoladas (mm) isoladas (mm)
L=8,687m L=8,5m L=8,5m L=12,2m L=8,687m L=8,5m L=8,5m L=12,2m
510 kN 7,9 8,6 8,7 - 7,3 6,2 6,7 6,8 - 7,7
SPT-08
1344 kN 20,6 21,4 - 22,7 21,1 16,2 16,7 - 17,7 16,5
510 kN 8,4 11,0 9,4 - 11,1 6,5 8,0 7,3 - 6,7
SPT-35
1344 kN 21,9 22,8 - 24,4 22,6 17,1 17,8 - 18,9 17,9

Tabela 6.28 Recalques Absolutos – Análises de efeito de grupo – Plaxis 2D – AC-500.

Terex AC-500
Plaxis 2D (Schnaid) Plaxis 2D (Freitas et al.)
Carga
Sondagem C1 C2 C3 C4 C1 C2 C3 C4
avaliada Análise de patolas Análise de patolas
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
isoladas (mm) isoladas (mm)
L=9,6m L=9,622m L=9,622m L=13,6m L=9,6m L=9,622m L=9,622m L=13,6m
686 kN 10,6 13,3 11,4 - 10,0 8,3 11,0 8,9 - 8,9
SPT-08
2450 kN 37,6 38,4 - 40,4 38,5 29,3 30,1 - 31,6 29,8
686 kN 12,2 17,8 13,2 - 13,0 9,3 11,7 10,1 - 9,0
SPT-38
2450 kN 43,3 44,3 - 46,8 44,6 33,1 33,8 - 35,6 34,0

243
7.Considerações Finais

O trabalho em questão abordou a avaliação de recalque das patolas de dois


guindastes (Terex AC-350 e Terex AC-500) utilizados na construção da UTE Mauá 3,
em Manaus. Para tanto, foram levadas em consideração cargas críticas por patola para
cada um dos guindaste fornecidas pela empresa Sigma 1 Consultoria & Projetos. As
análises foram realizadas em duas vertentes: considerando patolas isoladas e
considerando-se a análise de grupo de duas patolas, em que é incorporado o efeito de
grupo.
Baseando-se nos dados fornecidos pela Sigma 1 Consultoria & Projetos e nas
análises realizadas, verificou-se que os recalques absolutos obtidos nas patolas do
guindaste AC-350, para a sondagem SPT-08, variaram de 4,4 mm a 11,7 mm e média
de 8,3 mm para a patola menos carregada (510 kN) e, para a patola mais carregada
(1344 kN) variaram de 13,7 mm a 30,9 mm e média de 22,2 mm. Considerando este
mesmo guindaste, porém a sondagem SPT-35 observou-se que os recalques variaram de
4,7 mm a 11,8 mm e média de 8,4 mm para a patola menos carregada (510 kN), já para
a patola mais carregada (1344 kN) variaram de 14,3 mm a 31,1 mm e média de 22,4
mm. Na Figura 6.2 é possível inferir as informações acima referentes ao guindaste AC-
350. Observa-se então, ainda que considerando diferentes sondagens (SPT-08 e SPT-35)
foram obtidos valores de recalques bem próximos comparando-se patolas com mesma
carga, comportamento este que pode ser explicado pela pequena variabilidade do perfil
estratigráfico da região, mostrado no Anexo I
Já os recalques absolutos obtidos para o guindaste AC-500, considerando
sondagem SPT-08, variaram de 9,3 mm a 15,8 mm e média de 11,8 mm para a patola
menos carregada (686 kN) e, para a patola mais carregada (2450 kN) verificou-se
variação de 29,3 mm a 56,3 mm e média de 43,1 mm. Considerando este mesmo
guindaste, porém a sondagem SPT-38 observou-se que os recalques variaram de 9,3 mm
a 18,4 mm e média de 13,6 mm para a patola menos carregada (686 kN), já para a
patola mais carregada (2450 kN) variaram de 24,4 mm a 65,9 mm e média de 45,4 mm.
Na Figura 6.3 é possível inferir as informações acima referentes ao guindaste AC-500.
Observa-se então, ainda que considerando diferentes sondagens (SPT-08 e SPT-38)
foram obtidos valores de recalques bem próximos comparando-se patolas com mesma
carga, comportamento este que pode ser explicado pela pequena variabilidade do perfil
estratigráfico da região, mostrado no Anexo I

244
O presente trabalho permitiu, com base na análise numérica (Plaxis 2D) verificar
que, nas análises, o recalque absoluto de patola isolada foi inferior ao obtido quando se
analisou o grupo de patolas, conforme Tabelas 6.26 e 6.27. Ou seja o efeito de grupo é
considerado significativo. No entanto, para a condição (4), em que a distância entre
eixos de patolas é bastante elevada em ambos os guindastes verifica-se a redução da
influência de sapatas vizinhas (pouco efeito de grupo). Isso pode ser observado
analisando-se as condições (4) para cada guindaste e sondagem, onde verifica-se que os
recalques se mostram muito próximos aos obtidos através da consideração de patolas
isoladas. Conclui-se com isso, que para a condição (4), ou seja, análise de patolas em
diagonal do guindaste, como pode ser visto nas Figuras 5.1 e 5.50, referente ao
guindaste AC-350 e AC-500 respectivamente, o efeito de grupo pode ser desprezado.

De acordo com os dados fornecidos, e tendo em vista a recomendação do


fabricante a respeito do recalque distorcional permitido igual a 1/573, foi possível
concluir que utilizando-se o método numérico (Plaxis 2D), considerando as cargas
críticas nas patolas do guindaste AC-350, houve atendimento às especificações do
fabricante, conforme apresentado no item 6.1.1. A partir das Tabelas 6.9 e 6.10, na qual
são mostrados os recalques obtidos pelo método Barata (1984), observou-se que para a
menor distância entre patolas (8,687 m) carregadas desigualmente do guindaste AC-
350, os recalques obtidos considerando-se Caso A, levaram a recalques distorcionais
ligeiramente superiores ao valor máximo sugerido pelo fabricante. No entanto,
considerando-se o Caso B, notou-se que os valores foram ligeriramente inferiores ao
que sugere o fabricante. Avaliando-se então os recalques obtidos para a maior distância
entre patolas (12,2 m), conforme Tabelas 6.11 e 6.12, verifica-se que tanto para o Caso
A como para o Caso B, os recalques distorcionais mostraram-se ligeiramente inferiores
ao sugerido pelo fabricante. Analisando-se então, os valores de θ obtidos a partir do
método Schmertmann et al. (1978), mostrados nas Tabelas 6.17 a 6.20, é possível notar
que em todos os casos, θ mostrou-se inferior ao requerido pelo fabricante. Com isso, é
possível concluir que, no geral, os métodos analisados forneceram recalques
distorcionais e, consequentemente θ, dentro do limite máximo sugerido pelo fabricante
Considerando-se que o guindaste AC-500 possui mesmo θ máximo que o
sugerido para o guindaste AC-350, ou seja, θ de 0,1° que equivale a uma distorção
angular de 1/573, foi possível concluir que utilizando-se o método numérico,
considerando as cargas críticas nas patolas do guindaste AC-500, não houve

245
atendimento às especificações do fabricante. Analisando-se as Tabelas 6.13 a 6.16, que
resumem os recalques obtidos pelo método Barata (1984) para cargas críticas do
guindaste, é possível notar que, em todos o casos, θ é superior ao valor máximo
permitido para utilização segura do guindaste. Analisando-se então, os recalques obtidos
pelo método Schmertmann et al. (1978), conforme visto nas Tabelas 6.21 a 6.24,
verifica-se que para todos os casos considerando a sondagem SPT-38, foram obtidos θ
inferiores ao máximo recomendado pelo fabricante, enquanto que em todos os casos
considerando a outra sondagem representativa (SPT-08), θ mostrou-se superior ao
sugerido pelo fabricante. Com isso, observa-se que, no geral, os recalques das patolas
do guindaste AC-500 levaram a conclusão de que não é segura sua utilização sem que
haja alguma solução para melhoramento do solo na região de assentamento.

A partir dos resultados obtidos neste trabalho, verifica-se que o efeito de grupo é
um aspecto importante a ser considerado no caso de análise de recalques de guindastes,
embora nem sempre seja incluída na etapa de projeto. Este tipo de abordagem mostra-se
de extrema utilidade uma vez que atualmente na indústria da construção civil o uso dos
guindastes é muito difundido e existem diversos modelos, com diferentes tamanhos e
capacidades de carga bem como limites de distorção angular requeridos. Como os
guindastes possuem uma grande variedade de distância entre patolas, há possibilidade
de que o efeito de grupo seja mais significativo a medida que a mesma diminua, aspecto
que deve ser avaliado.

Sugere-se para trabalhos futuros a análise de recalque de patolas de guindastes


instrumentados, pois com isso, seria possível avaliar o grau de incerteza nos resultados
obtidos com base nos distintos métodos de previsão utilizados bem como nos diversos
parâmetros adotados obtidos a partir de correlações com resultados de ensaios.
No caso estudado não se teve acesso a instrumentação das patolas dos guindastes
ou ensaios de campo/laboratório (para obtenção mais fidedigna dos parâmetros do solo),
impedindo uma análise mais acurada dos recalques. Assim sendo, utilizou-se de prática
comum na engenharia de se estimar parâmetros não fornecidos para que fosse possível
obter resultados em termos de recalque. No entanto, esse tipo de procedimento é muito
utilizado, de forma preliminar, como estimativa de análise.
Torna-se importante ressaltar que, mesmo para o caso de recalques distorcionais
dentro dos limites estabelecidos pelo fabricante, é prática comum, a adoção de medidas
conservadoras como a substituição do solo sob a região das patolas, com controle de

246
compactação, associado muitas vezes a uma laje em concreto armado com rigidez
adequada, assente sobre o solo tratado, funcionando como uma estrutura de transição.
Curiosamente, na prática de engenharia, é pouco frequente a análise de recalque
em patolas de guindaste. Realiza-se em geral, a substituição do solo na região de
assentamento das patolas, conforme descrito acima. No entanto, as análises de recalques
feitas preliminarmente poderiam mostrar que a prática de substituição de solo, em
alguns casos, pode se mostrar bastante conservadora, comprovando que os métodos de
previsão de recalque tornam-se ótimas ferramentas para reduzir custos com a troca de
solo em situações que os recalques se mostrem admissíveis com a estrutura análisada.
Ou, de outro modo, que a melhoria prevista possa não ser suficiente fazendo-se
necessária um novo procedimento para melhoria do solo, ou modificação do projeto de
fundação das patolas de superficial para profunda. Sendo assim, espera-se que este
trabalho tenha contribuído de maneira a mostrar as vantagens de previsão e incentivo à
medição dos recalques em patolas de guindastes, possibilitando a avaliação do
desempenho dos guindastes. Permitindo, também, futuros estudos na mesma linha e
práticas mais assertivas em campo.
Finalmente, considerando as elevadas cargas à que as patolas são submetidas,
seria bastante interessante, servindo como sugestão para trabalhos futuros, a realização
de análise de capacidade de carga do solo submetido às cargas provenientes dos
guindastes, a fim de analisar a segurança em relação a ruptura do solo.

247
8.Referências Bibliográficas

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001. NBR 6484:


Solos – sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1991. NBR


12069: Solo – Ensaio de penetração de cone in situ (CPT).

BARATA, F. E., 1962, Tentativa de racionalização do problema da taxa admissível de


fundações diretas. Tese de livre docência, Escola Nacional de Engenharia da
Universidade do Brasil, RJ, Brasil.

BARATA, F. E., 1983, Propriedades mecânicas dos solos - uma introdução ao projeto
de fundações, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

BARATA, F. E., 1984, Propriedades mecânicas dos solos – uma introdução ao projeto
de fundações. Livros técnicos e científicos Editora S.A, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

BARATA, F. E., 1986, Recalque de Edifícios sobre fundações diretas em terrenos de


compressibilidade rápida e com a consideração da rigidez da estrutura. Tese de
concurso para professor titular, DCC, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.

BELINCANTA, A., 1985, Energia dinâmica no SPT: resultados de uma investigação


teóricoexperimental. Tese (Dissertação) - Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo.

BOUSSINESQ, J., 1885, Aplication des Potentiels à l’Étude de l’Èquilibre et du


Mouvements des Solides Èlastiques, Gauthier-Villard, Paris

BOWLES, E., 1997, Foundation analysis and design, Mc Graw-Hill, New York.

248
BRINKGREVE, R. B. J., Finite Element Code for Soil and Rock Analyses – PLAXIS–
2D user’s manual, Rotterdam, Netherlands, Balkema, 2002.

CARDÃO,C., Técnica da construção volume I, Belo Horizonte, Minas Gerais, 1983.

Catálogo TEREX AC-350. Disponível em:


<http://www.terex.com/cranes/pt/cs/groups/webcontent/@web/@cra/documents/web_c
ontent/mdaw/mtcx/~edisp/ucm02_095622.pdf>. Acesso em 19 jan. 2016.

Catálogo TEREX AC-500. Disponível em:


<http://www.terex.com/cranes/pt/cs/groups/webcontent/@web/@cra/documents/web_c
ontent/mdaw/mjq3/~edisp/ucm02_106525.pdf>. Acesso em 19 jan.2016.

DANZIGER, B. R., Estudo de correlações entre os ensaios de penetração estática e


dinâmica e suas aplicações ao projeto de fundações profundos. Tese de M.
Sc.,COPPE/UFR, Rio de Janeiro, 1982

DANZIGER, F. A. B., 2015, Notas de Aula de Introdução ao estudo de fundações,


UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DECOURT, L., 1989, The standard penetration test: State-of-the-art report. General
Report presented in Session 2. In: International Conference In Soil Mechanics And
Foundation Engineering, 12., Rio de Janeiro. Proceedings…Rio de Janeiro, 1989. v. 4

FREITAS, A.C.; Pacheco, M. ; Danziger, B.R., 2012, Estimating Young Moduli in


Sands from the Normalized N60 Blow Count. Soils & Rocks, v. 35, p. 89-98.

FOLHA DE SÃO PAULO. Queda de guindaste de 172 metros em Nova York mata uma
pessoa e fere três. São Paulo, 05 fev. 2016. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1737424-queda-de-guindaste-de-172-
metros-em-nova-york-mata-uma-pessoa-e-fere-tres.shtml>. Acesso em 6 dez. 2016.

G1 ONLINE . Guindaste da arena Corinthians não tinha problemas mecânicos diz


laudo. São Paulo,03 jun. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-

249
paulo/noticia/2014/06/guindaste-da-arena-corinthians-nao-tinha-problemas-mecanicos-
diz-laudo.html>. Acesso em: 6 dez. 2016.

G1 ONLINE. Queda de guindaste deixa dezenas de mortos na grade mesquita de Meca.


São Paulo, 11Set. 2015. Disponível Em:
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/queda-de-guindaste-deixa-dezenas-de-
mortos-na-grande-mesquita-de-meca.html>. Acesso em 6 dez. 2016.

G1 ONLINE . Queda de guindaste na China deixa mortos. São Paulo,13 abril 2016.
Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/04/queda-de-guindaste-na-
china-deixa-mortos.html>. Acesso em 6 dez. 2016.

ISSMFE, 1989, Internacional Reference Test Procedure for the Standard Penetration
Test (SPT).In: Report of the ISSMFE – TC 16 – Technical Committee on Penetration
Testing of Soils, with Reference Test Procedures – CPT– SPT –DP –WST –pp. 17-19.

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA . Subestação mauá 3 é ampliada e robustece


fornecimento elétrico da região norte. 16 fev. 2016.
<http://www.mme.gov.br/web/guest/pagina-inicial/outras-noticas/-
/asset_publisher/32hLrOzMKwWb/content/subestacao-maua-3-e-ampliada-e-robustece-
fornecimento-eletrico-da-regiao-norte> Acesso em 11 de outubro de 2016.

PENNA, A. S. D. , 2014, Apresentação - Investigação Geotécnica –Técnicas atuais de


ensaios de campo.

POTTS, D. M., ZDRAVKOVIC, I., 1999, Finite Element Analysis in Geotechnical


Engineering,Thomas Telford, London.

SCHMERTMANN, J. H., ASCE, F., HARTMAN, J. P., BROWN, P. R., 1978,


“Improved Strain Influence Factor Diagrams”, Journal of Geotechnical Engineering
Division,v. 104, n. GT8, pp. 1131-1135.

250
SCHMERTMANN, J. H., ASCE, M., 1970, Static cone to compute static settlement
over sand”, Journal of Soil Mechanics and Foundations Division,v. 96, n. SM3, pp.
1011-10143.

SCHNAID, F., ODEBRECHT, E., 2012, Ensaios de campo e suas aplicações à


Engenharia de Fundações - 2ª edição.

SOUZA, J. M .S., 2009, A influência da compacidade das areias nas correlações entre
os ensaios de cone e o SPT. 249 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

TCU ACOMPANHA retomada de obra de obra de R$1 bilhão da Mauá 3, parada desde
2014. Atual Amazonas, 10 set. 2015. Disponível em: <http://amazonasatual.com.br/tcu-
acompanha-retomada-de-obra-de-r-1-bilhao-da-maua-3-parada-desde-2014/>. Acesso
em 11 de outubro de 2016.

251
ANEXO I

Areia Argilosa
Areia Argilosa

Areia Siltosa

Silte Arenoso

7,75 m
Areia Siltosa Areia Siltosa

Perfil estratigráfico da região considerando sondagens SPT-08, SPT-35 e SPT-38

252
ANEXO II

Esquema das análises realizadas no Plaxis 2D considerando patolas isoladas.

253
ANEXO III

Esquema das análises realizadas no Plaxis 2D considerando grupo de duas patolas.

254

Você também pode gostar